DIFICULDADES ENCONTRADAS PELOS VAREJISTAS LOCAIS PARA INSERIR MARCA PRÓPRIA NO BRASIL DIFFICULTIES FOUND BY LOCAL RETAILERS TO INSERT HIS OWN BRAND IN BRAZIL DAL’BÓ, Isabela Nakano TORRES,Tamires Fioravante Faculdade de Jaguariúna Resumo: O Artigo tem como objetivo identificar e analisar os motivos das dificuldades dos varejistas brasileiros ao inserirem a sua marca própria no mercado nacional. Este fato vem crescendo de forma significativa e tem ocupado cada vez mais uma posição que concorre com marcas tradicionais, ou seja, estas marcas vêm atingindo um espaço mais significativo. O Artigo enfatiza as vantagens e desvantagens, fatores que os tornam atrativos e com diferenciais competitivos, com o intuito de conquistar e fidelizar os clientes com seus produtos, além de satisfazêlos em relação à qualidade e preços mais acessíveis. Enfatiza que as marcas próprias trazem benefícios para fornecedores, varejistas e consumidores, porém é preciso quebrar paradigmas em comparação aos produtos das marcas tradicionais. Palavra Chave: Marca Própria; Estratégia de Varejo; Vantagens e Desvantagens. Abstract: The article have by objective identify and analyze the reasons of the difficulties of brazilian retailers to insert their own brand in the national market. This fact has been growing significantly and has held increasingly a position that competes with traditional brands, in other words, these brands has reached a more significant space. This article emphasizes the advantages and disadvantages, factors that make them attractive and with competitive advantages, in order to acquire, retain customers with their products and to satisfy them in terms of quality and more accessible. Emphasizes that own brands bring benefits to suppliers, retailers and consumers, but is necessary to break paradigms compared to products from traditional brands. Key-words: Own Brand; Retail Strategies; Advantages and Disadvantage. Pág. 033 1 INTRODUÇÃO A marca própria deu início no setor varejista baseado em seu apelo ao preço. Conhecidos como produtos de qualidade, atratividade e embalagens inferiores ao de produtos tradicionais, dominavam uma pequena parcela do mercado, ou seja, a probabilidade de sucesso e a possibilidade de tornar-se significativa eram mínimas. No cenário atual do setor varejista, as marcas próprias vêm conquistando seu espaço no mercado e ganhando participação nas vendas, isso se deve ao crescimento do varejo e as maiores exigências entre os fabricantes. Os varejistas estão buscando cada vez mais se especializarem em estratégias que visam, além de gerir seus negócios, aumentar a participação das marcas próprias em seu comércio. Alvarez (2008) ainda aponta que está ocorrendo um aumento de produtos de marcas próprias em diversas categorias nas prateleiras dos supermercados, não apenas em variedade, mas também em quantidade, e com isso os varejistas percebem uma oportunidade ao inserir a sua marca em produtos. A constatação dos varejistas é da existência de dificuldades em obter reconhecimento de suas marcas próprias, pois a participação delas no mercado como um todo ainda é baixa quando comparada a outros países, principalmente os da Europa. De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), entidade que tem por objetivo representar, defender, integrar e desenvolver o setor supermercadista do Brasil, quase metade dos brasileiros (49,1%) comprou ao menos um item de marca própria em 2013. Esses dados mostram que embora houve em 2013 a experimentação da marca própria de quase metade dos consumidores brasileiros, isso não significou geração de fidelidade à marca. Foram estudadas as estratégias adotadas por outros países que apresentam grande e constante participação no mercado, as quais influenciaram a formação do pensamento brasileiro sobre as estratégias para a marca própria. Pág. 034 1.1. Objetivos da pesquisa 1.1.1. Objetivo Geral O objetivo geral do artigo é analisar os desafios e dificuldades que os varejistas brasileiros encontram ao inserir suas marcas próprias no varejo. 1.1.2. Objetivo Específico O objetivo específico do artigo busca estudar e entender o conceito de marcas próprias e sua percepção para seus emissores e receptores, analisando métodos e estratégias de outros países com metodologias consolidadas para operar com marca própria. E através das análises comparativas identificar os fatores a serem melhorados para que a marca própria tenha melhor participação no mercado brasileiro. 2 MÉTODO Utilizando o método de pesquisa bibliográfica de caráter descritivo, a elaboração do artigo foi realizada a partir de acervos físicos da biblioteca da instituição de ensino Faculdade de Jaguariúna (FAJ) e da Biblioteca Municipal de Jaguariúna – SP. A pesquisa buscou referências bibliográficas e consultas de autores renomados que demonstram alinhamento com o tema pesquisado como Aaker, Kotler, Roberto Nascimento, Pinho, Parente, Parker e Kim, Banfield, Keller entre outros que tratam o tema do artigo em questão: Marcas Próprias. O estudo também utilizou de artigos científicos disponibilizados em instituições de ensino como Mackenzie, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Maxwell (PUC Rio), e pesquisas realizadas pela Companhia Mundial de Marketing – ACNIELSEN, além do uso da webgrafia. 3 REVISÃO DE LITERATURA 3.1. Conceito de Varejo Pág. 035 O Varejo para PARENTE (2000) consiste em todas as atividades que envolvem o processo de compra e venda de produtos e serviços, que atendam a necessidade do consumidor. Também KOTLER, realça a inclusão de bens e serviços transacionados diretamente ao consumidor, como atividades do varejo: O varejo inclui todas as atividades relativas à venda de produtos ou serviços diretamente aos consumidores finais, para uso pessoal e não comercial. Um varejista ou uma loja de varejo é qualquer empreendimento comercial cujo faturamento provenha principalmente da venda de pequenos lotes no varejo. (KOTLER 2000 pg.540) CHURCHILL e PETER (2000) mencionam os benefícios que o varejo proporciona aos fornecedores, atacadistas como também para os consumidores finais. Dentre os benefícios para os fornecedores e atacadistas pode-se citar: a participação na distribuição física do produto e a eficiência em colocar os produtos a disposição dos consumidores finais, capacidade em coletar informações importantes em relação ao mercado contribuindo com a previsão de vendas e projeção de demanda. Já os consumidores se beneficiam e demonstram valor percebido através de comércios localizados em locais próximos e que oferecem os produtos desejados em horários convenientes, com facilidade de crédito e prazos de pagamento, tornando a experiência de compra mais fácil e agradável, criando uma atmosfera de compra atraente com oferecimento de serviços úteis com informações do interesse do consumidor em relação ao produto, e outros meios que atendem as necessidades e desejos do consumidor. 3.2. Marcas Segundo a definição da American Marketing Association (AMA), a marca é um nome, termo, signo ou símbolo, ou combinações dos mesmos, que tem o propósito de identificar bens ou serviços de um vendedor ou grupo de vendedores e diferenciá-los dos concorrentes. Pág. 036 AAKER (1998) complementa dizendo que as pessoas sentem-se mais confortáveis quando compra um produto de marcas familiares, pois existe maior confiança e garantia de boa qualidade por parte da mesma. De acordo com KELLER (1998, apud VELOSO, pag. 36), a marca tem papel diferente para clientes e fabricantes. Para os clientes, a marca é a identificação da fonte do produto, assinalação de responsabilidades do produto, redutora de riscos e custos de procura, promessa, ligação, ou pacto com o criador ou produto, dispositivo simbólico e sinal de qualidade. Já para os fabricantes, as marcas são a identificação para simplificar o manuseio ou procura do produto, meio usado para proteger legalmente características e associações únicas do produto, sinal de qualidade para clientes satisfeitos, fonte de vantagem competitiva e retornos financeiros. Com base em históricos de desenvolvimentos de marcas, KELLER lista dificuldades e desafios encontrados para a construção de uma marca de valor, os mesmos fatores são repetidos por AAKER (1996), ambos os autores dizem que as dificuldades encontradas decorem das competições crescentes e mais sofisticadas, na diferenciação, diminuição de lealdade, crescimento das marcas próprias, aumento de poder de fragmentação da mídia, estratégias complexas de marcas, relacionamento entre outros fatores. Porém AAKER afirma que é possível construir uma marca de valor focando em desenvolver uma identidade, sabendo identificar o que ela realmente representa e expressá-la. A marca é um fator positivo tanto para compradores como para vendedores, pois a percepção que as pessoas têm diante da marca ajuda na decisão de compra, reduzindo o tempo de energia envolvida no processo e proporcionando bons sentimentos, derivado da imagem positiva da marca. CHURCHILL (2003, apud PERTERS; BISSARO; AMARAL, pg.5) No Brasil, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), utiliza para efeitos legais o conceito de marca como todo sinal distintivo, visualmente perceptível, que identifica e distingue produtos e serviços, bem como certifica a conformidade dos mesmos com determinadas normas ou especificações técnicas. A marca registrada garante ao seu titular o direito de uso exclusivo no território nacional em seu ramo de atividade econômica. Pág. 037 3.3. Identidade da Marca A identidade da marca é um conjunto exclusivo de associações com a marca que o estrategista de marcas ambiciona criar ou manter. Essas associações representam aquilo que a marca pretende realizar uma promessa aos clientes, feita pelos membros da organização. (AAKER 1996 pag. 73,74). AAKER ainda complementa que a identidade ajuda a estabelecer um relacionamento entre marca e cliente, envolvendo valor percebido. Consistindo em doze dimensões a identidade segundo Aaker é desenvolvida através de alguns fatores como: âmbito do produto, atributo do produto, qualidade/valor, usos, usuários, países de origem, atributos da organização (inovação, preocupação com o cliente, confiabilidade etc.), local versus global, personalidade (autentica, energética, robusta etc.) relacionamento marca-cliente (Ex. amiga, conselheira), imagens visuais e metáforas, e tradição da marca. Essas dimensões envolvem quatro possibilidades, a marca como produto, marca como organização, marca como pessoa e marca como símbolo. OLIVEIRA (2009), diz que a identidade equivale a um verdadeiro documento de certificação escrita e visual da marca, ou seja, aquilo que a torna única entre todas as outras, está diretamente ligada àquilo que é pessoal e intransferível, podendo dizer que a identidade visual é o RG ou CPF da marca. A identidade é única e traduz o propósito organizacional com os atributos da visão, missão, valores, princípios e ética. 3.4. Imagem da marca A imagem da marca é construída por meio das mais diversas fontes: informações veiculadas pelos meios de comunicação, experiência no uso do produto, embalagens, identidade da empresa, promoções de vendas, propaganda, publicidade, relações públicas. Entre elas, a publicidade é um importante componente da marca e, por sua natureza, constitui ferramenta essencial no processo de construção da imagem de marca (PINHO 1996). PINHO também nos relembra que a imagem da marca pode ser tangível ou intangível, ou seja, quando falamos em tangível, relacionamos diretamente o preço, garantia, serviço alocado, e a tecnologia envolvida, já os atributos intangíveis são todos aqueles que envolvem o Pág. 038 emocional do consumidor, como exemplo o entusiasmo, confiança, diversão e reconhecimento, essas são as causas que normalmente causam impacto no comportamento do consumidor e que geram percepções positivas ou não do produto. No mercado de varejo, principalmente nos segmentos econômicos de alimentos e vestuário, onde o consumidor faz freqüentes visitas ao longo do mês, à imagem pode mudar rapidamente, pois cada visita pode representar uma experiência nova, dependendo do atendimento, cesta de compras, deslocamento até a loja, objetivo de compra, dentre outros (PARENTE, 2000). 3.5. Marcas Próprias Considerando um varejista com uma marca de forte presença, com sua identidade consolidada e a formação da imagem pelos consumidores, Aaker aponta que ao criar uma marca própria seu produto ganha diferenciação diante dos demais, gerando valor exclusivo. Dessa maneira, é possível identificar uma maior possibilidade de se manter ativa no mercado, criando barreiras competitivas. (AAKER 2001). KELLER (1998) oferece o conceito de que marcas próprias são produtos negociados por varejistas ou outros membros do canal de distribuição. OLIVEIRA (2009), também destaca que marcas próprias são marcas embutidas em produtos criados por varejistas ou atacadistas para comercialização exclusiva, inserindo ou não o nome da empresa no produto. Existem três funções mais importantes da distribuição de Marcas próprias, sendo elas: econômica, de margem e marketing. A questão econômica é entendida como uma posição ao consumidor diante dos preços baixos e ofertas, em conseqüência disso, as margens é elevada e permitem obter maior lucratividade, pois tipicamente as marcas próprias têm uma margem de lucro maior por unidade, já no ponto de vista do marketing, alguns distribuidores fazem com que suas marcas próprias sejam uma diferenciação, se tornando uma alternativa positiva para gerar valor percebido pelos clientes e conseguinte fidelizá-los, dessa forma a empresa acaba criando então uma identificação referencial. (TOLEDO, NEVES, FILHO, 1997). Pág. 039 A qualidade de algumas marcas próprias pressiona as empresas líderes de mercado, e em alguns casos elas deixam de ser formadoras de preços. Na Europa, a facilidade em encontrar fornecedores de produtos de marcas próprias é maior, pois lá existe uma grande concentração de empresas que opera nessa área. DHAR e HOCH (1997, apud, UNTERLEIDER; DAMACENA pg. 4) afirmam que o varejista deve se responsabilizar por todo o gerenciamento da marca própria, desde o desenvolvimento, abastecimento, distribuição, comercialização e promoção. Segundo MCGOLDRICK (1990, apud, SHONO; RICIERI; AMADO; BIMBATTI; SEOAN pg. 6), as marcas próprias vêm ganhando relevância e posição competitiva em relação as atacadistas, fornecedores industriais e de matéria prima. PARKER e KIM (1997, apud, UNTERLEIDER; DAMACENA Pg. 3) mencionam que a estratégia de supermercados em distribuir os produtos de marcas próprias em gôndolas posicionadas nos melhores espaços, ajuda a estabelecer uma relação de confiança com a marca e a loja, gerando maior margem ao varejo. As marcas próprias começam a ser vendidas e expandidas em seus próprios estabelecimentos, e com o decorrer do crescimento de suas vendas e reconhecimento da marca, chegam em alguns casos a serem distribuídas para venda em outros locais, é o caso de algumas marcas como: Levi’s, Channel, Pierre Cardin e Nike. A marca é um dos fatores mais relevantes na decisão de compra do consumidor, e um dos principais benefícios da marca própria no varejo, é fazer com que a marca gere lealdade dos consumidores, através da confiança depositada nela. 3.6. Marcas Próprias (MP’S) vs. Marcas Exclusivas (MPE’S) Diferente das marcas próprias, as marcas exclusivas representam a sua versão mais sofisticada. É comum confundir os termos ou então relacionar e fundir os dois contextos em um, a diferença então, está em sua estratégia de posicionamento - elevando a marca própria para outro nível. Enquanto alguns comerciantes/varejistas preferem trabalhar com as marcas próprias - aquelas que carregam o nome da bandeira e suas estratégias são comercializar os produtos a um preço mais acessível - outros preferem trabalhar com as marcas exclusivas, aquelas que trabalham no sentido oposto, ou seja, sua estratégia é alcançar seus Pág. 040 concorrentes e semelhantes independente do preço, sua visão é se tornar diferente diante dos produtos da concorrência. (SOUSA, 2014). Atualmente é comum encontrar companhias que trabalham com as marcas próprias como nome exclusivo, e neste contexto é interessante observar que além das marcas próprias, as exclusivas também vêm ganhando espaço entre os demais concorrentes. Temos duas empresas que levaram esse conceito de marcas exclusivas a um patamar mais elevado: O Grupo Pão de Açúcar, e a rede Zona Sul (RJ). As marcas próprias exclusivas também oferecem ações direcionadas ao marketing, aproximando e identificando o público consumidor com cada uma delas. "A loja vira referência, em função dos produtos exclusivos, e isso eleva o tíquete médio, pois o cliente acaba comprando outros itens", (Neide Montesano, da Associação Brasileira de Marcas Próprias). Como exemplos de marcas exclusivas podem citar: - Rede Zona Sul (RJ): Bio vida, San Zuppa, Cia. Do Peixe, Amo Rio, Me Bebe, Da Matina. Grupo Pão de Açúcar:Taeq, Qualitá, Casino, Club dês Sommeliers, Finlandek, Caras do Brasil. 3.7. Marcas Próprias no Brasil A inspiração de supermercados brasileiros em desenvolver a marca própria originou-se da experiência na Europa e Estados Unidos, com a intenção de fidelizar seus clientes e mostrar que aqueles produtos só poderiam ser encontrados em um único lugar, ou seja, no próprio supermercado (Alves 2001). Mesmo com estudos comprovando que as marcas próprias começaram a ser produzidas nos anos 70, o surgimento das marcas próprias no Brasil ocorreu a partir dos anos 80 e 90, quando multinacionais como Wall Mart, Carrefour e Sonae adotaram esse tipo de estratégia aumentando seus investimentos em qualidade e valor agregado, diferenciando seus preços em relação às marcas de fabricantes ACNielsen (2002). Alguns atacadistas preferem atuar no mercado com produtos que apresentam maior rotatividade, ou então os que possuem maiores demandas, mas em alguns casos como do Carrefour, as marcas próprias são aplicadas em produtos das diversas categorias oferecidas pela rede. Pág. 041 Segundo o 13º estudo de marcas próprias da ACNielsen, o EUA continua sendo o país onde as marcas próprias têm maior nível de desenvolvimento, enquanto na América Latina, a Argentina com 9,5% é o país com maior participação, seguido por Chile com (6,3%), Colômbia com (5,5%), Brasil com (5,4%), México com (5,3%) e Venezuela com menor participação (1,3%). O 19º estudo de marcas próprias da ACNielsen 2014, relata que no Brasil o comportamento dos consumidores é particular e bastante diversificado, diferente do comportamento adquirido por consumidores de outros países. O desenvolvimento de marcas próprias no Brasil não é determinado por grandes alterações em seus preços, visto que os consumidores com freqüência não optam por comprar produtos de outras marcas com menor valor. Já na América do Norte 46% e na Europa 35% dos consumidores, ao se depararem com algum tipo de abalo econômico, reforçam sua preferência pelas marcas próprias, e dessa maneira elas ganham maior proporção no mercado. Mesmo tendo baixa participação no mercado brasileiro, as marcas próprias ainda conseguem visibilidade no mercado, pois existem alguns vetores como commodities, saudabilidade, embalagens, praticidade e sofisticação que impulsionam a sua participação no Brasil. Para BANFIELD (2004 apud, SHONO; RICIERI; AMADO; BIMBATTI; SEOAN. Pg. 7) as marcas próprias não se desenvolveram no Brasil por conta das inflações galopantes, o que demonstra que somente a manutenção de política de preços baixos das marcas próprias não é suficiente para competir com marcas líderes. De acordo com ACNielsen, em 2014 as marcas próprias cresceram 11% no Brasil, e os itens que mais representam esse crescimento são produtos alimentícios como arroz, feijão, óleo e pão, também tendo destaque biscoitos e carnes preparadas que foram considerados relevantes no crescimento. No setor de higiene pessoal, creme dental, lâminas de barbear e enxaguantes bucais são os produtos mais comprados. Os grupos Pão de Açúcar, Wall Mart, Carrefour e Dia%, são as grandes cadeias que contribuem para as marcas próprias evoluir no mercado, esses grupos têm participação de 56% nas vendas das categorias correspondentes, e de acordo com os dados apresentados por estudos da ACNielsen, elas também correspondem a 94% da comercialização de valor. Pág. 042 3.8. Vantagens e Desvantagens De acordo OLIVEIRA (2009) as marcas próprias oferecem vantagens como o fortalecimento da imagem da marca, fazendo com que as vendas e lucros tenham um melhor e maior rendimento, além de auxiliar na divulgação da empresa com custos baixos de comunicação e fidelização de seus clientes. Existe uma maior exigência no controle de qualidade dos produtos de marcas próprias, pois eles estão diretamente ligados ao nome da empresa, sendo assim, as empresas devem manter um nível alto de qualidade para que o produto não prejudique a marca e consequentemente gere uma desvantagem. Outra vantagem segundo KELLER & MACHADO (2006, apud, PIATO; SILVA; PAULA 2012 pg.3), as marcas próprias foram criadas pelos distribuidores com o objetivo de atrair novos olhares, ou seja, diminuir a dependência dos produtos de marcas líderes. Porém, mesmo sendo as marcas líderes que atraem o interesse dos clientes, para o distribuidor as margens de lucro das marcas próprias ainda permanecem mais altas que a dos produtos de marcas líderes. As marcas próprias foram criadas para atender os consumidores a um preço mais acessível, ganhando fidelização e gerando uma margem de lucro mais vantajosas que das marcas de fabricantes. O nível de estoque também pode ser considerado como uma desvantagem para o comerciante, que deverá determinar com o fabricante a quantidade a ser fornecida, para não haver excesso de estoque do produto de marcas próprias. No Quadro 1, estão listadas algumas vantagens e desvantagens que podem variar de acordo com a categoria do produto, características do mercado e até mesmo o relacionamento do varejista com seus consumidores, a síntese abaixo destaca as principais vantagens e desvantagens levantadas por autores renomados. Pág. 043 QUADRO 1. Vantagens e Desvantagens das Marcas Próprias no Varejo. VANTAGENS DESVANTAGENS Ausência de custos e riscos envolvidos no desenvolvimento de instalações e processos produtivos, já que esses pertencem ao contrato (fabricante); · Risco assumido pelo distribuidor; · Necessidade de esforços complementares de comunicação; Facilidade de manutenção dos padrões de qualidade pela negociação com fornecedores diferentes, selecionando os que atendem; · Condiciona o conteúdo da comunicação; · Conquista de prestígios somente num segundo estágio; · Exclusividade da marca pode representar vantagem competitiva; · Limita alternativas estratégicas de fornecimento; · Vinculação da marca ao estabelecimento estimula a lealdade à marca e consequentemente à loja; · Exige estrutura própria de pesquisa, desenvolvimento e controle de qualidade; Fortalecimento da imagem do distribuidor; · · Problemas individuais podem comprometer a imagem global; Propiciam redução de competição por preço na esfera do distribuidor, principalmente porque a marca não está disponível em outros estabelecimentos; · · Despesas adicionais podem reduzir rentabilidade; · Pode gerar estoques elevados; · Limitação na disponibilização da prestação de serviços, quando esse for um componente crítico; · Quando a oferta de marca própria excede certo percentual da linha de produtos ou das vendas a variedade do distribuidor pode ser percebida como limitada ou monótona. · · · Atendimento às necessidades de segmentos específicos de clientes; · Independência relativa em relação a fornecedores, além de aumento do poder no canal; · Melhor administração do portfólio de produtos; · Margens de lucros mais elevadas; · Maior independência na fixação do preço final; · Maior controle sobre promoções; · Maior identificação do pessoal de vendas com os produtos de marcas próprias. Fonte: elaborado pelos autores a partir de McGoldrick (1990); Bowersox e Cooper (1992, p. 181); HocheBanerji (1993); Souza e Nemer (1993, p. 28-29); Berman (1996); Hoch (1996); Dhar e Hoch (1997, p. 208); Tavares (1998, p. 43); Rocha e Christensen (1999, p. 98); Burt (2000), Churchill e Peter (2000, p. 247); Parente (2000, p. 195) Dhar et al. (2001); Garretson et al. (2002); Datta (2003); Rodrigues e Morgado (2003); Ailawadi e Keller (2004), Velotsou et al. (2004, p. 229); McGoldrick (2005); Oliveira (2005); Kotler e Keller (2006, p.515-516). Pág. 044 4 RESULTADOS De acordo com as pesquisas realizadas pela ACNIELSEN, as marcas próprias estão conquistando e alcançando cada vez mais seu espaço no mercado brasileiro, e com base em seus dados, no ano de 2005 foi apontado que 78% dos consumidores conheceram a marca própria, 54% compraram com freqüência esses produtos e 45% já deixaram de comprar a marca tradicional e trocaram pela marca do varejo, sendo que 91% desses consumidores aprovam e recomendam. Segundo LEPSCH (1996 B), comenta que apesar da lentidão no desenvolvimento da marca própria no Brasil, os varejistas seguiram com a estratégia de implantação nos segmentos de necessidades básicas dos consumidores, desconsiderando a qualidade e a imagem que o produto passaria para os clientes. A partir desse cenário houve oportunidades para categorias semelhantes aos 5 vetores que impulsionam as marcas próprias: Commodities, saudabilidade, embalagens, praticidade e sofisticação. DESEMPENHOS DAS PRINCIPAIS CATEGORIAS POR REGIÃO (%) TOP 15 CATEGORIA EM FATURAMENTO MP LEITE ASSÉPTICO NORDESTE 0,5 MG+ES+INTRJ 1,5 GRANDE RJ 2,4 GRANDE SP 18,6 INTERIOR DE SP 21,5 MT+DF 1,1 2,6 MP PAPEL HIGIÊNICO 13,7 4,1 3 30,4 30,7 8,4 10 MP ÓLEOS COMESTÍVEIS 26,2 2,8 3,5 18,1 17,5 10,6 11 SUL MP AÇUCAR 3,7 3,5 3,7 28,1 33 14,8 10,1 MP BOLACHA/BISCOITO 1,9 0,6 0,8 8,4 10,5 4,2 2,4 MP ARROZ MP CARNES PREPADAS CONGELADAS MP PÃES 6,3 2,6 5,6 10 16,2 6,1 1,3 9,5 1,7 1,9 10,7 13,1 5,3 5,4 1 2,1 3,2 9,8 19,5 3,7 0,6 MP FEIJÃO MP APERITIVOS SALGADO SÓLIDO MP IOGURTES 4,2 1,1 4,8 15,8 27 8,3 1 3,7 2,2 2,1 9,9 11,4 4,9 5,3 0,4 0,9 1,2 8,2 12,1 0,8 1,7 MP CAFÉ 0,6 0,8 4,1 8,4 13 0,8 0,5 1,5 MP SORVETE 5,7 2 2,2 13,5 16,1 2,2 MP ÁGUA SANITÁRIA 4,7 4 4,6 15,4 14,6 8 9,4 MP TOALHA DE PAPEL 23,6 8,9 8,7 41 40,9 13,3 25,7 Quadro 2 – Desempenhos das principais categorias por região (%) Top 15 categorias da marca em faturamento total no Brasil – Participação da marca própria na categoria por área – Nielsen – Fonte: Nielsen Scantrack. (19º Estudo Anual de Marcas Próprias) Pág. 045 De acordo com o quadro 2, acima, podemos analisar os produtos de marcas próprias e sua proporção de venda nas diferentes regiões do Brasil. Apesar dos produtos de marca própria apresentar preços mais baixos que de marcas tradicionais, outros fatores determinam a comercialização em massa desses produtos: a qualidade, credibilidade e variedade. No gráfico 1, observamos detalhadamente quais os segmentos comercializados com freqüência nos demais setores varejistas: (Supermercados, Atacados e Farmácias). % de Organizações com Marcas Próprias por Cestas de Produtos e por Segmento - 2010 100 97 100 72 80 56 60 60 44 36 40 28 28 17 20 11 5 28 2 21 0 7 14 0 Supermercados Alimentar Bebidas Atacadistas Limpeza Caseira Higiêne e Beleza Farmácias Têxtil Eletroelêtronicos Gráfico 1 - % de organizações com marcas próprias por cesta de produtos e por segmento 2010 Fonte: Cadeias Participantes – Brasil. 16º Estudo Anual de Marcas Próprias. Atualmente, as marcas próprias vêm chamando a atenção no Brasil e na Europa devido ao seu crescimento, e as razões que explicam este evento é a busca de vantagens competitivas pelos varejistas nas marcas oferecidas, ou seja, os varejistas estão utilizando as marcas próprias para aumentar suas vendas (STERN; EL-ANSARY; COUGHLAN, 1996). De maneira geral, as marcas próprias podem e oferecem aos varejistas uma margem de lucro mais alta, comparada aos de produtos de marcas tradicionais. Pág. 046 Outro ponto importante a ser observado é que os preços dos produtos de marca própria são em geral de 15% a 40% mais baixos do que os produtos de marcas nacionais (STERN; EL-ANSARY; COUGHLAN, 1996). E com o passar do tempo, os produtos de marcas próprias (alimentares e não alimentares) vem adquirindo junto com o preço, a qualidade, e dessa forma os consumidores percebem que estão gerando valor econômico ao comprar os produtos de varejistas (MORI, 1999). Segundo KELLER (2006), no Brasil o crescimento da marca própria não é tão significativa devido ao fato de ser um mercado menos maduro. Nos últimos anos, as redes varejistas vêm se expandindo em velocidade, temos como exemplo: o Grupo Pão de Açúcar, Carrefour, Makro, mas, uma das principais dificuldades encontradas pelos varejistas brasileiros provém do amplo mercado consumidor e a pequena concentração do varejo, onde a dificuldade do varejista brasileiro em gerar um grande nível de produção de marcas próprias está em competir com marcas tradicionais. KOTLER (2006) aponta que no Brasil, diversas fusões e aquisições foram realizadas pelas principais cadeias de supermercados, onde ocorreram compras de seus principais concorrentes para adquirir uma porcentagem maior do mercado varejista. Embora tenha reduzido o número de participantes, esta tendência não parou a expansão das linhas de produtos e a introdução de novos produtos. KOTLER ainda afirma que o crescimento do conhecimento e da aceitação dos produtos de marca própria, aliados à expansão da indústria de alimentos no Brasil, criará oportunidades para novos fornecedores e novos produtos de marca própria no setor varejista. Segundo a ABRAS, o grupo Pão de Açúcar está focado em estratégias aplicadas em regiões onde sua marca possa ser fortalecida, ou seja, estão desenvolvendo formatos de lojas centrado nas necessidades e expectativas de seus consumidores, atendendo diferentes níveis de renda. O Grupo Pão de Açúcar também investiu em estratégias onde passou a atuar com novos produtos de marca exclusiva, como por exemplo, os produtos que carregam o selo “Qualitá”, que competem igualmente com os produtos líderes de mercado, e é possível visualizar que as marcas próprias estão sendo valorizadas pelos consumidores, passando a concorrer diretamente com as marcas líderes. Pág. 047 Já o gerente de marcas próprias do Grupo Carrefour Maurício Ribeiro, relata que o mercado brasileiro ainda está em nível abaixo de seu potencial comparado com as participações das marcas próprias no varejo de outros países, e para melhorar esse cenário ele afirma que a vantagem do Grupo Carrefour está em oferecer aos seus consumidores, produtos com preço em 15% menor e com mesma qualidade que de produtos de marcas líderes. As redes de supermercados como o Grupo Pão de Açúcar e o Grupo Carrefour estão aprimorando e aperfeiçoando suas equipes de desenvolvimento de produtos e marcas próprias a fim de dar ênfase no posicionamento desses produtos. Dessa forma, essa nova orientação contribuirá com o crescimento das marcas próprias no mercado brasileiro, que mesmo enfrentando alguns desafios tem sido beneficiado pela aceitação dos consumidores. Segundo o analista de mercado da Nielsen, Jonathas Rosa, mesmo com o crescimento do setor, o país ainda apresenta espaços para o desenvolvimento do varejo em marcas próprias. “Ainda falta um pouco de percepção do valor das MPs no país. Em alguns outros países, a escolha por esses produtos já é mais acentuada”, comenta. Na Inglaterra a concentração de marcas próprias representa 50% de seu volume de vendas, já no Brasil esse percentual alcança apenas 7%, a resposta pra isso se deve a estratégia dos ingleses em localização, além de obterem uma forte concorrência com grandes ofertas de produtos. Lembrando que o número de conveniências que comercializam marcas próprias lá fora é maior que no Brasil, ou seja, os ingleses procuram expandir a marca própria em lugares de fácil acesso, com foco em seus segmentos alvos, se instalando em proximidades ou em percursos regulares, com acesso a estacionamento ou transporte público. Além de oferecer aos seus consumidores locais, suas necessidades, observando pontos importantes de cada um deles, ou seja, na Inglaterra é analisado o poder aquisitivo dos clientes locais para que dessa forma eles possam oferecer produtos diversos, maior sortimento, preço, preferência e hábitos, e para que dessa maneira possa atender as expectativas dos clientes. Pág. 048 5 DISCUSSÃO Com base nas informações coletadas, é importante que as empresas brasileiras que oferta ou pretende ofertar marcas próprias, desenvolva um plano de melhoria na imagem desses produtos, para gerar percepção de valor nos consumidores. É evidente que existe uma competição entre os varejistas, e para se manter frente aos concorrentes, a marca própria passou a ser uma estratégia para consolidação do comércio e conquista da preferência dos consumidores. Além disso, essa estratégia pode abrir um leque de oportunidades para os varejistas brasileiros que buscam vantagem competitiva, sem contar que pode aumentar o portfólio de marcas próprias, exacerbando a possibilidade de desenvolvê-la para outras categorias de produtos. Os produtos de marcas próprias estão normalmente associados a produtos simples e de qualidade inferior aos outros produtos expostos nas prateleiras, sendo o preço um dos principais fatores que levam a esse contexto, quando comparado aos produtos de marcas tradicionais. É necessária uma manutenção da qualidade e diferenciação desses produtos, principalmente em aspectos que não se referem ao preço. Os varejistas brasileiros devem definir objetivos para as marcas próprias, porém precisam visualizar inicialmente sua posição no mercado, enfatizando os seguintes pontos: 1. Onde estão; 2. Por onde desejam caminhar; 3. Onde querem chegar. Quem comercializa a marca própria hoje, deve entender o que o consumidor deseja, e oferecer todas as garantias de manutenção dos padrões de produção que foram definidos com o fornecedor. Além disso, deverão realizar avaliações e estudos para entender as reações dos consumidores, diante das diferentes categorias de produtos de marcas próprias. Os varejistas brasileiros precisam afinar seus conhecimentos à altura das grandes indústrias quando o assunto é focar na marca própria como um produto “completo”, os consumidores não compram apenas os produtos, eles também Pág. 049 querem adquirir serviços e soluções, nesse quesito, as grandes indústrias então bem à frente. O varejo precisa intensificar seu trabalho no marketing do produto, impulsionar sua estratégia não só de posicionamento, mas de mostrar aos consumidores que a marca própria é tão completa como as tradicionais. E para que as marcas próprias tenham um melhor gerenciamento e desenvolvimento, é necessária a contratação de um gestor de marcas próprias, que acompanhe todos os processos, realize análises regulares da situação da marca, supervisione e avalie implantações de estratégias, aquele que se responsabilize pelo orçamento, marketing e promoção da marca, que efetue análises da concorrência, acompanhem as tendências do mercado e intensifique sua comercialização. Com a criação de um planejamento estratégico específico para esse tipo de produto, por parte do gestor de marcas próprias, é possível tornar relevantes algumas ações e ter progressos em sua participação mercado, alguns pontos que os varejistas devem considerar: 1- Diferenciação dos produtos, auxiliando a marcas a ganhar força e competitividade; 2- Melhoria em ações de marketing e domínio no ponto de venda, gerando maior valor percebido pelos clientes; 3- Criar relacionamentos mais estreitos e colaborativos com clientes, alinhando-as as suas necessidades, pois oferece mais do que a venda do produto; 4- Criar um relacionamento com os consumidores, buscando entender suas necessidades e desejo, e através disso oferecer a exclusividade do produto, ou seja, aquele que é encontrado em apenas um local, além de oferecer um preço mais acessível que as demais marcas, isso melhora a imagem do preço de toda a loja. Com um trabalho intensificado e contínuo, pode-se superar a resistências dos consumidores em relação á marca própria, ganhando confiança e conquistando clientes fiéis, os mantendo consumidores de sua linha de produtos próprios. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir dos estudos que levaram a elaboração do projeto, foram identificados os principais fatores que dificultam a entrada e desenvolvimento da marca própria no Pág. 050 Brasil, comparando-as com estratégias adotadas por outros países com maior participação no mercado de marca própria. Dessa maneira, os objetivos gerais foram atingidos, o que poderá contribuir com estudos que visam um melhor desenvolvimento e posicionamento da marca própria no Brasil. Pode-se notar que a fase de evolução da marca própria tem características sociais, culturais e econômicas distintas entre os países, porém o objetivo para seu desenvolvimento é semelhante frente ao mercado atuante, concorrentes e consumidores. Para que se tenha um desenvolvimento mais intenso no Brasil, é necessário investir em gestores, departamentos e equipes especializados em marca própria, para acompanhar de perto seu crescimento, diminuindo o preconceito contra os produtos, focando em campanhas de divulgação, embalagens mais sofisticadas, exposições preferenciais, etc. Os varejistas estão buscando melhorar a imagem dos produtos de marca própria, mostrando que podem e têm a mesma qualidade que os produtos de marcas líderes. Dessa forma, o desafio dos varejistas brasileiros hoje é manter as marcas próprias em constante desenvolvimento, valorizando projetos e oportunidades, ganhando a confiança do consumidor com três principais fatores: qualidade, confiança e preço. Os produtos de marcas próprias estão cada vez mais fazendo parte do dia a dia dos consumidores de vários países, inclusive do Brasil. O desenvolvimento das marcas próprias engloba diversos fatores que de certa forma atrai mais poder e controle sobre os fornecedores, além de conduzir taxas atrativas de retorno para os varejistas, considerando também a criação da imagem para o comércio, atacado, supermercado, lojas e etc. Mais do que um valor financeiro, a marca é o fator mais importante e poderoso de uma empresa. Para que a marca própria tenha sucesso, é necessária uma gestão estratégica focada em seu desenvolvimento. Pág. 051 A estratégia se tornou um processo crucial para os varejistas que procuram inserir a marca própria em seu comércio, devido ao elevado crescimento do ambiente competitivo, onde o maior desafio é criar constantemente o diferencial desses produtos, visando estar sempre à frente dos concorrentes. Os produtos de marcas próprias estão sendo uma estratégia promissora tanto para os fabricantes como para os varejistas e consumidores. O trabalho entre eles gera uma oportunidade para entender as necessidades e desejos dos consumidores, tornando-se cada vez mais forte o crescimento desses produtos no país. Este artigo não esgota este assunto de marcas próprias, e ainda pela reduzida literatura, indicamos que novos estudos sobre o tema fossem elaborados, para que a evolução do conhecimento referente à marca própria seja crescente, colaborando com seu desenvolvimento no Brasil. REFERÊCIAS / BIBLIOGRAFIA AAKER, D. A.; Brand Equity: Gerenciando o Valor da Marca. Negócio Editora, 10º Edição, 1998. AAKER, D. A.; Construindo Marcas Fortes. Editoração Eletrônica: New Book Editoração Ltda., 1996. AAKER, D.A.; JOACHIMSTHAILER, E. Como Construir Marcas Líderes. Editoração Eletrônica: New Book Editoração Ltda. 2000 AAKER, D. A.; Criando e Administrando Marcas de Sucesso. São Paulo. Editora Futura, 2001. 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