Adulteração do leite bovino Práticas corretas para evitar que o leite

Propaganda
Texto de apoio
Adulteração do leite bovino
O leite cru deteriora rapidamente, pois é um excelente meio para o crescimento de
bactérias. Essas bactérias estão na vaca, no solo, nas fezes dos animais e nos utensílios de
ordenha. Quanto menos higiene houver, maior será a contaminação do leite e menor sua
duração. Se o leite não for refrigerado, elas aumentam rapidamente sua população. Algumas
bactérias podem dobrar de população a cada 15 minutos. O que aconteceria em 24h? O que
se observa, na verdade, é que as bactérias utilizam o leite como alimento, o que facilita a
sua reprodução frenética. Elas usam o açúcar do leite (lactose) como fonte de energia e
produzem ácidos, tornando o leite azedo. Por que será que o leite, após aberto, deve ficar
na geladeira?
O leite que se torna ácido (ou azedo como muitos dizem), não pode ser utilizado pela
usina, objetivando seu beneficiamento. Leite ácido é sinônimo de leite de má-qualidade e
com altíssima população de bactérias. É impróprio para o consumo humano. Além disso, o
leite azedo, se aquecido “talha”. Não pode ser aquecido, não pode ser submetido à
pasteurização.
Práticas corretas para evitar que o leite “azede”
Higiene e refrigeração são as armas essenciais para preservar a qualidade do leite.
A higiene impede que bactérias contaminem o leite, a refrigeração impede que elas
“funcionem”. Em baixas temperaturas as bactérias ficam inativas, não usam a lactose, a
população não aumenta e o leite não acidifica. A ordenha mecânica (se os equipamentos
estiverem limpos) impede o contato do leite com o ambiente, reduzindo muito a
contaminação. Já na ordenha manual, o leite é recolhido em balde aberto embaixo da vaca,
fazendo com que um número muito grande de bactérias contamine o leite.
Práticas criminosas para aumentar a vida útil do leite
São as fraudes que frequentemente, tanto o produtor como a usina, tentam disfarçar a má
qualidade do leite através do uso de substâncias não permitidas, para evitar perdas ou
aumentar seus lucros, uma vez que o leite ácido não pode ser comercializado. As fraudes
mais comuns são:
- Eliminar as bactérias do leite com adição de água oxigenada (peróxido de
hidrogênio). Também, utiliza-se desinfetante como formol. Há casos de adição de urina com
essa mesma finalidade.. As bactérias morrem, impedindo que o leite fique ácido. Mas isso
mascara a má higiene do leite. Toxinas formadas por elas e alterações na qualidade do leite
não são recuperadas. Isso pode causar danos à saúde do consumidor. Também as
substâncias adicionadas podem ser tóxicas.
- Disfarçar a acidez do leite, pois, já está azedo. Nesse caso, são adicionadas
algumas substâncias que ocultam esse fato. Em geral se utiliza bicarbonato de sódio e soda
cáustica. Assim o leite pode ser utilizado, uma vez que essas substâncias neutralizam a
acidez. Como o leite passa pelos testes e pode ser aquecido sem talhar. O bicarbonato não
faz mal, é usado, por exemplo, como remédio para diminuir os sintomas da azia e gastrite,
que é o excesso de acidez do estômago. O problema é que o leite não poderia ser
consumido, pois já está estragado e isso é disfarçado.
Outras fraudes para aumentar os lucros
Produtores de leite e empresas fabricantes de laticínios aumentam o rendimento
adicionando água e soro de leite, entregando “mais leite” do que foi produzido. A água é
uma fraude grosseira, facilmente descoberta pelo uso do densímetro ou ainda através do
índice crioscópico.. Para passar nesses testes, a fraude consiste em adicionar álcool etílico.
A adição de água também altera a qualidade do leite em termos protéicos (compostos
nitrogenados). Por isso, é feita a adição de uréia, a qual “mascara” os testes laboratoriais. O
problema maior é que a ureia normalmente usada apresenta-se impura, podendo conter
formol. A uréia, embora não deva ser colocada no leite, não causa grandes danos à saúde
humana. Por outro lado, devido à sua solubilidade em água, é rapidamente absorvido no
trato respiratório e gastrointestinal para ser metabolizado. Dessa forma, o formol, que é
muito tóxico, tem ação quase imediata. A exposição por tempo prolongado aumenta o risco
de desenvolver câncer, em especial de nasofaringe e leucemias.
A adição do soro de leite é mais difícil de ser descoberta. Ele se origina da fabricação
do queijo. Não faz mal à saúde. É dele que se fabrica a ricota, por exemplo. O problema da
sua adição é que dilui os nutrientes do leite, sendo fraude ao consumidor, que quer o leite
com todos os seus nutrientes. O outro é que na fabricação do queijo, ocorre fermentação
pela ação das bactérias lácticas. No queijo isso é bom, mas para o leite é muito ruim. Essas
bactérias vão fermentar o leite, azedando-o rápido. O leite dura menos. Daí a necessidade
de “corrigir” essa fraude com outras fraudes, para mascarar a acidez e matar bactérias.
Assuntos relacionados na “internet” (siga o “link”)
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/3750/000392240.pdf?sequence=1
http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vida/noticia/2014/08/leite-tomar-ou-nao-tomar4565083.html
http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=8687
http://www2.correiodopovo.com.br/Noticias/?Noticia=533566
http://paraiso.ifto.edu.br/docente/admin/upload/docs_upload/material_d34ed8052e.pdf
2
Download