UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ GEDEON ALMEIDA GOMES JÚNIOR INFLUÊNCIA DE FUNGOS MICORRIZICOS ARBUSCULARES NO CRESCIMENTO E NUTRIÇÃO DE MUDAS DE GRAVIOLEIRA (Annona muricata L.) SUBMETIDAS A ADUBAÇÃO ORGÂNICA ILHÉUS – BAHIA 2015 GEDEON ALMEIDA GOMES JÚNIOR INFLUÊNCIA DE FUNGOS MICORRIZICOS ARBUSCULARES NO CRESCIMENTO E NUTRIÇÃO DE MUDAS DE GRAVIOLEIRA (Annona muricata L.) SUBMETIDAS A ADUBAÇÃO ORGÂNICA Dissertação apresentada ao Programa de Pósgraduação em Produção Vegetal da Universidade Estadual de Santa Cruz como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal. Área de concentração: Cultivos em ambiente tropical úmido. Orientador: Prof. Dr. Célio Kersul do Sacramento Coorientador: Prof. Dr. Eduardo Gross ILHÉUS – BAHIA 2015 GEDEON ALMEIDA GOMES JÚNIOR INFLUÊNCIA DE FUNGOS MICORRIZICOS ARBUSCULARES NO CRESCIMENTO E NUTRIÇÃO DE MUDAS DE GRAVIOLEIRA (Annona muricata L.) SUBMETIDAS A ADUBAÇÃO ORGÂNICA _______________________________________ Célio Kersul do Sacramento UESC (Orientador) _______________________________________ José Basílio Vieira Leite CEPLAC (Avaliador) ______________________________________ Paulo Cesar Lima Marrocos UESC (Avaliador) DEDICO Aos meus pais!!! AGRADECIMENTOS A Deus pela vida, e por todas as oportunidades e bênçãos que tem me proporcionado. Ao Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal – PPGPV que proporcionou a aquisição de novos conhecimentos e o desenvolvimento deste trabalho A Biofábrica do Cacau pela ajuda. Ao meu orientador Célio Kersul do Sacramento. Ao meu co-orientador e amigo, Prof. Dr. Eduardo Gross, pela oportunidade de aprendizado, pelas valiosas sugestões, pelo incentivo, pelas injeções de ânimo, apoio nos momentos de maiores dificuldades e pela confiança que sempre depositou em mim. Ao professor George Sodré pelo auxilio sempre que foi preciso. A coordenação do Laboratório de Química e Fertilidade do solo, por ter disponibilizado toda estrutura durante o planejamento e execução do estudo. A meus tios Mitermayer Galvão e Eliana Reis pela ajuda, conselhos e confiança sempre depositada em mim. À Coordenação do Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela concessão da bolsa durante a realização do curso de mestrado. À CEPLAC, (Laboratório de Análises de tecidos vegetais) em especial aos técnicos Maurino, José e Vilma Mororó pelo auxilio nas análises. Aos colegas do Pós-Graduação em Produção Vegetal, em especial a amiga Rafaela Alves por toda a ajuda. Aos colegas de minha turma de mestrado, em especial ao colega Mateus Caliman. A todos os amigos que não foram aqui citados, mas que sabem do meu reconhecimento e apreço. LISTA DE FIGURAS 1. Vista parcial do experimento com mudas de gravioleira em solo com diferentes doses de composto orgânico e inoculadas com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos, e não inoculadas (controle)....................................................................................................................16 2. Gráfico da análise de regressão para a média da massa seca total das plantas de gravioleira submetido a diferentes doses de composto orgânico e inoculado com Entrophospora colombiana, Acaulospora scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (MIX), e não inoculados (controle)....................................................................................................................22 3. Gráfico da análise de regressão para o grau de colonização micorrízica da gravioleira submetido a diferentes doses de composto orgânico e inoculado com Entrophospora colombiana, Acaulospora scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (MIX), e não inoculados (controle)..........................................................26 4. Raízes de gravioleira dos tratamentos controle e inoculado com A. scrobiculata, Entrophospora colombiana e a mistura desses fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) submetida a diferentes doses de composto orgânico.....................................28 5. Análise de regressão para o número de esporos no solo após o plantio com gravioleira inoculados com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (Mix), e não inoculados (controle) submetidos a diferentes doses de composto orgânico.................................................................................................30 6. Análise de regressão para a concentração de glomalina no solo após o plantio com gravioleira inoculados com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (Mix), e não inoculados (controle) submetidos a diferentes doses de composto orgânico.................................................................................................32 7. Análise de regressão para o teor de K nas folhas da gravioleira inoculadas com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (Mix), e não inoculados (controle) submetidos a diferentes doses de composto orgânico......................................................................................................................35 8. Análise de regressão para o teor de Mg nas folhas da gravioleira inoculadas com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (Mix), e não inoculados (controle) submetidos a diferentes doses de composto orgânico......................................................................................................................36 9. Análise de regressão para o teor de P nas folhas da gravioleira inoculadas com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (Mix), e não inoculados (controle) submetidos a diferentes doses de composto orgânico......................................................................................................................37 10. Análise de regressão para o teor de Ca nas folhas da gravioleira submetidas a diferentes doses de composto orgânico......................................................................38 11. Análise de regressão para o teor de Fe nas folhas da gravioleira submetidas a diferentes doses de composto orgânico......................................................................41 12. Análise de regressão para o teor de Zn nas folhas da gravioleira inoculadas com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (Mix), e não inoculados (controle) submetidos a diferentes doses de composto orgânico......................................................................................................................42 LISTA DE TABELAS 1. Resumo da Análise de Variância para altura e diâmetro do coleto das plantas........................................................................................................................20 2. Valores médios de altura e diâmetro do coleto de mudas de gravioleira cultivadas em solo com diferentes doses de composto orgânico e inoculados com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (MIX), e não inoculados (controle)....................................................................................................................20 3. Resumo da Análise de Variância para matéria seca total das plantas....................................................................................................................... 21 4. Valores médios de matéria seca total (MST) de mudas de gravioleira cultivadas em solo com diferentes doses de composto orgânico e inoculados com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (MIX), e não inoculados (controle)....................................................................................................................22 5. Resumo da Análise de Variância para dependência micorrizica da gravioleira...................................................................................................................23 6. Valores médios de dependência micorrizica das plantas submetidas diferentes doses de composto orgânico e inoculado com inoculados com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (MIX)...........................................................................................................................24 7. Níveis categóricos (Habte e Manjunath, 1991) de dependência micorrizica da gravioleira submetidas diferentes doses de composto orgânico e inoculado com inoculados com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (MIX).......................................................................................................24 8. Resumo da Análise de Variância para porcentagem de colonização micorrízica gravioleira...................................................................................................................25 9. Valores médios do grau de colonização micorrizica de mudas de gravioleira cultivadas em solo sob diferentes doses de composto orgânico e inoculado com inoculados com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (MIX), e não inoculados (controle)..........................................................25 10. Resumo da Análise de Variância para densidade de esporos em 50g de solo rizosférico ao final do experimento..............................................................................29 11. Valores médios do número de esporos no solo após o plantio com gravioleira inoculados com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (Mix), e não inoculados (controle) submetidos a diferentes doses de composto orgânico.....................................................................................................29 12. Resumo da Análise de Variância para teor de glomalina.......................................31 13. Valores médios para a concentração de glomalina no solo após o plantio com gravioleira inoculados com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (Mix), e não inoculados (controle) e submetidos a diferentes doses de composto orgânico.................................................................................................31 14. Resumo da análise de variância para o macronutrientes na folha da gravioleira submetida a diferentes doses de composto orgânico e inoculada com Entrophospora colombiana, Acaulospora scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (Mix), e não inoculado (controle).................................................................................33 15. Média do teor de macronutrientes nas folhas da gravioleira submetida a diferentes doses de composto orgânico e inoculada com Entrophospora colombiana, Acaulospora scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (Mix), e não inoculado (controle)....................................................................................................34 16. Resumo da análise de variância para as micronutrientes na folha da gravioleira submetida a diferentes doses de composto orgânico e inoculada com Entrophospora colombiana, Acaulospora scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (Mix), e não inoculado (controle).................................................................................39 17. Média do teor de macronutrientes nas folhas da gravioleira submetida a diferentes doses de composto orgânico e inoculada com Entrophospora colombiana, Acaulospora scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (Mix), e não inoculado (controle)....................................................................................................40 SUMÁRIO RESUMO................................................................................................................... xii ABSTRACT .............................................................................................................. xiii 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1 2. OBJETIVOS.......................................................................................................... 3 3. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 4 3.1 Aspectos gerais sobre a cultura da gravioleira (Annona muricata L.) ............ 4 3.2 Adubação orgânica ........................................................................................ 5 3.3 Fungos micorrízicos arbusculares .................................................................. 7 3.4 Dependência micorrizica ................................................................................ 9 3.5 Produção de glomalina por fungos micorrízicos arbusculares ..................... 10 4. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 13 4.1 Preparo do solo ............................................................................................ 13 4.2 Avaliação da capacidade de campo ............................................................. 13 4.3 Curva de incubação do calcário ................................................................... 14 4.4 Preparo do composto orgânico .................................................................... 14 4.5 Obtenção de inóculos de fungos micorrízicos arbusculares ........................ 15 4.6 Estabelecimento das doses do composto orgânico ..................................... 15 4.7 Condução do experimento ........................................................................... 15 4.8 Avaliação da massa seca............................................................................. 16 4.9 Dependência micorrizica .............................................................................. 16 4.10 Teor de nutrientes na folha .......................................................................... 17 4.11 Coloração de raízes micorrizadas ................................................................ 17 4.12 Quantificação de raízes micorrizadas .......................................................... 18 4.13 Teor de Gomalina facilmente extraível ......................................................... 18 4.14 Extração e contagem dos esporos de fungos micorrízicos arbusculares ..... 19 4.15 Analise estatística ........................................................................................ 19 5. RESULTADOS ................................................................................................... 20 5.1 Altura e diâmetro do coleto das plantas ....................................................... 20 5.2 Produção de matéria seca ........................................................................... 21 5.3 Dependência micorrízica .............................................................................. 23 5.4 Grau de colonização micorrizica .................................................................. 25 5.5 Densidade de esporos ................................................................................. 29 5.6 Glomalina no solo ........................................................................................ 31 5.7 Nutrientes na folha ....................................................................................... 33 5.7.1 Macronutrientes ..................................................................................... 33 5.7.2 Micronutrientes ...................................................................................... 39 6. DISCUSSÃO....................................................................................................... 44 6.1 Altura e diâmetro do coleto .......................................................................... 44 6.2 Produção de massa seca ............................................................................. 45 6.3 Dependência micorrízica .............................................................................. 45 6.4 Grau de colonização micorrízica .................................................................. 46 6.5 Densidade de esporos ................................................................................. 47 6.6 Glomalina no solo ........................................................................................ 48 6.7 Nutrientes na folha ....................................................................................... 49 7. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 51 8. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 52 xii RESUMO Os fungos micorrízicos arbusculares (FMAs), em solos de baixa fertilidade natural, geralmente, promovem aumento no crescimento beneficiando a produção de massa seca nas plantas hospedeiras, entretanto a depender da espécie vegetal em questão os efeitos desses fungos podem ser diferenciados. Dessa forma o presente trabalho foi proposto com o objetivo de avaliar a influência da adição de composto orgânico à base de casca de cacau, no crescimento inicial de mudas de gravioleira inoculadas com FMAs. O experimento foi conduzido em casa de vegetação utilizando solo esterilizado no qual foram aplicadas cinco doses do composto orgânico (0, 5, 10, 20 e 30 g dm-3) e quatro tratamentos micorrizicos (controle não inoculado, inoculação com Acaulospora scrobiculata, com Entrophospora colombiana e a mistura desses inoculos) com um delineamento em blocos casualizados, constando de quatro blocos. Aos 150 dias após a montagem do experimento foram avaliados altura das plantas, diâmetro do coleto, avaliação da massa seca das plantas, dependência micorrizica da gravioleira, grau de colonização micorrizica, densidade de esporos, teor de glomalina facilmente disponível e teores de macro e micronutrientes na folha. A massa seca da gravioleira, bem como altura e diâmetro do coleto das plantas foram influenciados pela interação dos fatores composto orgânico e FMAs, apresentando geralmente, ajuste de modelos de natureza quadrática. A gravioleira foi considerada uma espécie micotrófica obrigatória, sendo classificada como altamente dependente a simbiose micorrizica, independente da dose do composto orgânico aplicada. O grau de colonização micorrizica e a densidade de esporos de FMA foram influenciados pelas doses do composto orgânico aplicado ao solo, e o modelo que melhor explicou os resultados obtidos foi o quadrático. O teor de glomalina facilmente disponível no solo pela inoculação de FMAs, assim como pela adição do composto orgânico ao solo. Os teores de P, K, Mg e Zn foi influenciado pela interação dos fatores composto orgânico e FMAs, a análise de regressão possibilitou ajuste linear para K e Mg e quadrático para P e Zn. Os teores de Ca e Fe foram influenciados pela incorporação de composto orgânico ao solo, com o teor de Ca elevando-se a medida em que aumentou-se a dose do composto e no caso do Fe, reduções em seu teor foram observadas nas doses mais elevadas. O conjunto de resultados permite concluir que a aplicação de compostos orgânico concomitantemente à inoculação influenciaram positivamente o crescimento e nutrição da gravioleira. Palavras-chave: compostagem, nutrição de plantas, glomalina, anonáceas xiii ABSTRACT In low fertility soils Arbuscular Mycorrhizal Fungi (AMF) generally promote increased growth benefiting the dry mass of the host plants, however depending on the plant species effects of AMF can be differentiated. Thus, the present study was proposed with the aim of evaluating the influence of organic compost from cocoa shell base on initial growth of soursop (Annona muricata L.) inoculated with AMF. The experiment was conducted in a greenhouse using sterilized soil in which were applied five doses of organic compost (0, 5, 10, 20 and 30 g dm-3) and four mycorrhizal treatments (noninoculated control, inoculation with Acaulospora scrobiculata, with Entrophospora colombiana and the mixture of these inoculants) with a randomized block design, consisting of four blocks. After 150 days of growth plants were evaluated on height, lap diameter, dry mass, mycorrhizal dependence, degree of mycorrhizal colonization, spore density, shoot macro and micronutrients and glomalin content from rhizospheric soil. The dry mass of the soursop, as well as height and plant lap diameter were influenced by the interaction of organic compost and AMF factors, showing usually quadratic adjustment of models. Soursop is considered a mandatory micotrophic species, being classified as highly dependent on the mycorrhizal symbiosis, regardless of the dose of organic compost applied. The degree of mycorrhizal colonization and density of AMF spores were influenced by doses of organic compost applied to the soil, and the model that best explained the results was the quadratic. The readily available glomalin content in soil was influenced by AMF inoculation as well as by organic compound fertilization. The P, K, Mg and Zn was influenced by the interaction of factors organic compost and AMF, the regression analysis allowed linear fit for K and Mg and quadratic for P and Zn. Ca and Fe contents were influenced by the incorporation of organic compost to the soil, with the Ca content rising the extent to which increased the dose of the compost and in the case of Fe, reductions in their content were observed in highest doses. The set of result showed that the application of organic compost concurrently with inoculation positively influenced the growth and nutrition of soursop. Keywords: composting, plant nutrition, glomalin, Annonaceae 1 1. INTRODUÇÃO O nordeste brasileiro apresenta condições favoráveis ao cultivo de várias espécies frutíferas. Dentre essas, muitas têm importância econômica real ou potencial, a exemplo da gravioleira (Annona muricata L.). A crescente demanda por seus frutos, para consumo in natura e, principalmente, para o setor da agroindústria, tem impulsionado a expansão da área cultivada, colocando a cultura como uma das principais alternativas de investimento do setor frutícola nordestino (COSTA et al., 2005). O crescimento na produção de graviola vem sendo evidente nos estados da Paraíba, Ceará, Pernambuco e Bahia (LIMA, 2003), sendo seus frutos utilizados na fabricação de suco, sorvetes, compotas, geléias e doces. A utilização dos recursos encontrados no próprio imóvel ou em suas proximidades para a fabricação do fertilizante no local vem tornando-se uma pratica cada vez mais comum. Em sistemas orgânicos, isso pode ser feito usando diferentes práticas de adubação (BORGES et al., 2003). A fertilização é componente chave para a manutenção da qualidade dos solos e, como consequência, para a sustentabilidade dos sistemas produtivos em médio e longo prazo (SILVA e MENDONÇA, 2007). Entretanto, a melhoria da capacidade produtiva do solo é um processo gradual onde a matéria orgânica tem influência direta (BONILLA, 1992). Dessa forma, aproveitando o potencial natural do ambiente e com o desenvolvimento de práticas agroecológicas, a fertilização pode ser alcançada com uso de compostos orgânicos ou biofertilizantes, promovendo assim sustentabilidade ao agroecossistema. O sul da Bahia, também chamado de região cacaueira, devido à grande área plantada de cacaueiros tem um grande potencial em gerar resíduos, estes são advindos no período de colheita, pois o resíduo gerado em maior quantidade é a casca do fruto. A quantidade de resíduos gerada por essa cultura é bastante significativa, podendo chegar a acumular 7 toneladas de casca fresca para cada tonelada de amêndoas. Essa matéria prima, que quase nunca é aproveitada, formando amontoados no interior da lavoura, onde a quebra dos frutos é realizada. O acúmulo desse material quando deixado ao solo sem nenhum tratamento acaba por constituir fonte de inóculo para fungos patogênicos a cultura do cacau (MORORÓ, 2007). Diversos destinos podem ser dados a esta matéria prima: alimentação animal (ABIOLA,1991), extração de pectinas (BERBERT,1972) e gomas, (FIGUEIRA et al., 2 1993) e por fim a compostagem, sendo esta uma pratica muito viável ao produtor, otimizando a dinâmica da propriedade, pelo fato dos elevados teores de potássio presente na casca do fruto do cacaueiro. Nessa região, o cultivo da gravioleira, assim como de outras fruteiras tropicais, tem possibilitado um incremento de renda aos produtores, sobretudo após o declínio da lavoura cacaueira, tornando-se uma alternativa de diversificação agrícola para os produtores rurais. A micorriza, associação mutualística entre plantas e fungos, pode ser utilizada de maneira proveitosa para a agricultura, considerando que a simbiose aumenta a área de absorção de nutrientes pela planta, graças as hifas radiculares fungo, que captam nutrientes, tendo uma maior importante em relação aqueles de mobilidade reduzida no solo. A aplicação de matéria orgânica em solos tropicais em forma de adubo de pátio de fazenda, composto, adição de resíduos agrícolas ou adubo verde estimula a proliferação de fungos micorrízicos arbusculares (FMA) (HARINIKUMAR e BAGYARAJ, 1989). Assim como fontes orgânicas de nutrientes como os compostos orgânicos e ainda fertilizantes naturais de baixa solubilidade, como o fosfato de rocha, não parecem suprimir o crescimento e desenvolvimento dos fungos micorrizicos arbusculares, podendo até estimular seu desenvolvimento (SILVA JUNIOR,2008). Na literatura há poucos trabalhos que avaliem os efeitos do uso concomitante de composto orgânico e fungos micorrizicos sobre o desenvolvimento de mudas de gravioleira. A maioria dos trabalhos envolvendo simbiose micorrizica em gravioleira, tem avaliado o comportamento desses microrganismos e da espécie vegetal em questão, com adubação inorgânica. Corroborando assim, para a justificativa do presente estudo, que tem como objetivo avaliar o desenvolvimento da gravioleira submetida a adubação orgânica e inoculação com FMAs. 3 2. OBJETIVOS Geral: Avaliar a influência do composto orgânico e dos FMAs sobre o crescimento inicial de mudas de gravioleira. Específicos: Analisar o efeito das diferentes doses do composto orgânico sobre os fungos micorrízicos inoculados; avaliar o grau de dependência da gravioleira em relação aos FMAs; e avaliar a influência das diferentes espécies de fungos micorrízicos e das doses do composto orgânico na nutrição de mudas de graviola. 4 3. REVISÃO DE LITERATURA 3.1 Aspectos gerais sobre a cultura da gravioleira (Annona muricata L.) A gravioleira (Annona muricata L.), família Annonaceae, tem a América Central e vales peruanos como centro de origem, sendo considerada por muitos a mais tropical das anonáceas (RAMOS et al., 2001). Plantas de A. muricata podem ser encontradas na forma silvestre, assim como cultivada em uma ampla faixa territorial, abrangendo regiões desde o nível do mar até altitudes superiores a 1100 m (MORTON, 1966). Annona muricata L. faz parte de um grupo de espécies frutíferas de importância econômica em inúmeros países, dentre eles: Venezuela, Colômbia, Porto Rico, Costa Rica, México, Panamá, Jamaica, Cuba, Espanha, Índia, Honduras, Guiana, Suriname, Brasil, Peru, Senegal e Cingapura (RAMOS et al., 2001). No Brasil, a graviola é amplamente cultivada nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste (JUNQUEIRA et al., 1996), destacando-se os Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais, Pará, Paraíba e Pernambuco como grandes produtores (SACRAMENTO et al., 2009). O Estado da Bahia, especialmente as regiões Sul e Extremo Sul, devido às suas condições edafoclimáticas favoráveis ao cultivo dessa frutífera, ocupa o primeiro lugar a nível nacional em produção e área plantada, de acordo com levantamentos realizados pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB, 2010). Nesses levantamentos, a área plantada georreferenciada é de cerca de 1.300 ha e estima-se que a produção estadual em 2010 foi de aproximadamente 8 mil toneladas. A gravioleira apresenta crescimento ereto, com altura média em sua fase adulta de 4 a 8 metros, apresentando um caule único e ramificação assimétrica. Inicia a sua fase reprodutiva entre o terceiro e o quinto ano e alcança o seu pleno desenvolvimento entre o sexto e o oitavo ano (FREITAS, 1997). As folhas apresentam pecíolo curto, são oblongo-lanceoladas ou elípticas, medem 14 a 16 cm de comprimento e 5 a 7 cm na maior largura; as nervuras são pouco perceptíveis (MANICA, 1997). Suas flores são hermafroditas, de cor verde-escura, tornando-se verde-clara quando aproxima-se do estádio de antese. São distribuídas em pedúnculos curtos axilares, podendo estar diretamente no tronco, agrupadas de 2 a 4 flores (MANICA, 1997). Apresentam cálice com 3 sépalas pequenas e sua corola formada por 6 pétalas 5 carnosas (PINTO e GENÚ, 1984). Apresentam androceu com diversos estames, com 2 anteras cada; o gineceu é característico por apresentar numerosos pistilos, com ovário supero, uninucleolar e uniovulado (PINTO e GENÚ, 1984; PINTO E SILVA, 1994; PINTO et al., 2001). O fruto em si trata-se de uma baga composta, fruto múltiplo, carnoso, com peso variando de 0,4 a 10 kg (MANICA, 1997). Possui formato variável, casca em cor verdeescura quando os frutos ainda estão imaturos e verde-clara quando estão apropriados para colheita, possuindo ainda espículas carnosas moles (PINTO e SILVA, 1994). A polpa, que se trata da parte de interesse econômico apresenta coloração branca, sendo ainda ligeiramente ácida e muito rica em vitamina A e ácido ascórbico. (MANICA, 1997). Possui até 490 sementes, as quais são obovoides, aplainadas, medem de 17 a 20 mm de comprimento e pesam de 0,57 a 0,61 g, com a testa dura e de cor marrom-escura-brilhante (SACRAMENTO et al., 2009). A gravioleira, adapta-se em diferentes tipos de solo, tendo preferência por solos profundos, com drenagem e retenção de umidade satisfatória, e com pH ligeiramente ácido (MELO et al., 1983). A incorporação de fontes de adubo orgânico é fundamental a um bom desenvolvimento da cultura, por esta apresentar raízes superficiais, o que possibilita um aproveitamento mais eficiente dos nutrientes (SÃO JOSÉ, 2003). 3.2 Adubação orgânica A utilização de compostos orgânicos no solo vem sendo uma pratica bastante utilizada no cultivo de inúmeras culturas, sendo essa pratica de grande importância ao sistema solo-planta pois além de melhorar a fertilidade dos solos onde estes vem sendo utilizados, acabam por melhorar características como formação de agregados, aumento da porosidade, maior retenção de agua, aumento da capacidade de troca catiônica e aumento da diversidade microbiana do solo (MIYASAKA et al., 1997). Em regiões tropicais e subtropicais, onde a matéria orgânica decompõe-se com grande rapidez (MALAVOLTA et al., 2002) a adubação orgânica apresenta-se como uma pratica bastante interessante, tornando-se uma componente chave na manutenção e melhora de solos tropicais e dando sustentabilidade para a manutenção de sistemas produtivos tanto a médio como a longo prazo (SILVA e MENDONÇA, 2007). 6 No passado, o uso de adubo orgânico aplicado ao solo pelos agricultores era praticado em conjunto com fertilizantes minerais, tais como NPK, sulfato de amônio, nitrato de potássio e superfosfatos, sendo que seu uso quase foi abandonado devido utilização dos adubos fabricados pelo homem (OLAWUYI et al., 2012). Nos últimos anos, a utilização de produtos naturais como substitutos para os fertilizantes sintéticos convencionais assume uma grande importância (THIRUMARAN et al., 2007). A produção de adubos orgânicos pode ser feita com a utilização de fontes diversas de matéria orgânica, podendo até contribuir para a proteção ambiental. O despejo indiscriminado de lodo de esgoto, por exemplo, em áreas abertas e rios é um grave problema em muitos países por ocasionar a degradação dos ecossistemas (KAKULU e OSIBANJO, 1992), problema que pode ser resolvido por meio de um planejamento social e ambiental, pensando na utilização na agricultura do composto originado no final do processo de tratamento do lodo de esgoto. Esse fato é mais agravante em países onde pouco ou nenhum tratamento é realizado nos materiais antes de serem descartados. Evidencias experimentais revelam que substancias húmicas participam de importantes reações e acabam por influenciar as condições química, físicas e biológicas do solo (CANELLAS et al. 1999). Efeitos diretos dessas substâncias sobre o metabolismo das plantas podem ser considerados como resultado de uma influência positiva sobre o transporte de íons, aumento da respiração e da velocidade das reações enzimáticas do ciclo de Krebs, aumento no conteúdo de clorofila, aumento na síntese de ácidos nucleicos (NANNIPIERI et al.1993). Entretanto estudos ainda precisam ser desenvolvidos, para elucidar o funcionamento da bioatividade dessas substâncias. Fertilizantes de natureza orgânica são constituídos por substancias húmicas que correspondem 65-75% da matéria orgânica do solo, sendo tema de estudos em diversas áreas da agricultura, com destaque para química do solo, fisiologia vegetal, química do solo, bem como ciências ambientais, o que pode ser corroborado pelas múltiplas funções que esses materiais de origem orgânica podem desempenhar no desenvolvimento de plantas (CACCO e AGNOLLA, 1984). O emprego dos compostos orgânicos como base central de sistemas orgânicos de produção é uma tecnologia adotada no mundo inteiro e é uma alternativa viável para o aproveitamento racional de resíduos, sendo o método mais antigo de reciclagem. (ALVES, 2012). 7 Levando isso em conta o Ministério da Agricultura e do Abastecimento possui uma instrução normativa de Nº 007, datada em 17 de maio de 1999, onde se torna permitido o uso de adubos e condicionadores obtidos de restos orgânicos sólidos ou líquidos, de origem animal ou vegetal, oriundos ou não da unidade de produção desde que a certificadora responsável pela fiscalização de uma produção orgânica aprove a utilização. Uma outra Instrução Normativa SDA/MAPA nº 25 de 2009, estabeleceu que fertilizantes orgânicos simples, mistos ou compostos para aplicação no solo deverão seguir alguns requisitos. Dentre esses: N total (mín.) 0,5%, carbono orgânico (mín.) 15 %, pH (mín.) de 6,0 e relação C/N (máx.) de 20. 3.3 Fungos micorrízicos arbusculares Existem relatos do surgimento de fungos micorrízicos há mais de 400 milhões de anos, quase que coincidindo com o surgimento das espécies vegetais terrestres (BERBARA et al., 2006). Entre 70 e 90% das plantas apresentam associação com os fungos micorrízicos arbusculares, incluindo algumas espécies de pteridófitas e briófitas, indicando que a simbiose mutualística entre raiz e fungo é mais regra do que exceção na natureza (MOREIRA e SIQUEIRA, 2006). Os dois principais tipos de micorrizas e de maior ocorrência nos ecossistemas são as ectomicorrizas e as micorrizas arbusculares. As ectomicorrizas são formadas, na maioria, por fungos septados em geral pertencentes aos Basidiomicetos, que só penetram intercelularmente no córtex das raízes, com formação de estrutura anatômica característica, a rede de Hartig, substituindo a lamela média e também ocorrendo a formação do manto fúngico ao redor das raízes. Esse tipo de micorriza se caracteriza ainda pelas intensas modificações morfológicas das raízes colonizadas, sendo típico de árvores de clima temperado, como as coníferas (ex.: Pinus). Ocorrem também em plantas tropicais das famílias Caesalpiniaceae, Dipterocarpaceae e Myrtaceae. Aprofundando o conhecimento em FMA, esta designação é a mais recente para as então denominadas micorrizas vesículo-arbusculares. Elas são formadas por fungos classificados como Glomeromycota (ordem Glomales e classe Zygomycotina), que são asseptados e colonizam as raízes de plantas de quase todos os gêneros das Gimnospermas e Angiospermas, além de alguns representantes das Pteridófitas e dos gametófitos das Briófitas (PETERSON et al., 1981; ALLEN, 1996). São as mais 8 abundantes e geralmente as menos específicas no que diz respeito ao fitossimbionte (MOLINA, MASSICOTTE e TRAPPE, 1992). As indicações apontam que 80% das espécies vegetais formam esse tipo de micorriza, onde o fungo coloniza as células do córtex inter e intracelularmente, de modo muito característico, formando os arbúsculos, estruturas intra-radiculares altamente ramificadas e típicas das MA’s (MOREIRA e SIQUEIRA, 2006). Além disso, é provável que eles sejam os fungos de solo mais abundantes na maioria dos ecossistemas tropicais, principalmente nos sistemas agrícolas, onde eles podem representar quase 50% da biomassa microbiana (OLSSON et al., 1999). A simbiose se resume basicamente em uma troca onde as plantas acabam sendo beneficiadas com o aumento da absorção de agua e nutrientes, sendo o fosforo o nutriente que apresenta uma maior dependência das FMA. Enquanto os fungos envolvidos nesse processo recebem das plantas os fotoassimilados necessários para que ciclo reprodutivo desses fungos seja completado (CARNEIRO et al., 1998). O beneficio da simbiose micorrizica sobre o crescimento na maioria das plantas é bem mais significativo quando se trata de nutrientes de baixa mobilidade no solo, como fosforo e zinco, que movem-se em direção ao sitema radicular das plantas atraves de mecanismos de difusão (MARSCHNER, 1995). As hifas dos FMA aumentam de forma considerável a área de absorção das raízes explorando lugares onde as raízes dificilmente alcançariam, e por isso geralmente acumulam maiores quantidades de nutrientes. Dentre os nutrientes, fósforo e zinco são os nutrientes que tem sua absorção mais facilitada pela planta, entretanto a simbiose também beneficia a absorção dos demais nutrientes como nitrogênio, o potássio, enxofre, cálcio e magnésio, transferindo-os para as plantas através de estruturas fúngicas denominadas arbúsculos (BERBARA et al., 2006). Em pesquisas envolvendo a inoculação de fungos micorrízicos arbusculares (FMA’s), a utilização de espécies eficientes configura-se como um fator extremamente essencial ao desenvolvimento de pesquisas de qualidade. Um bom exemplo a ser dado é a relação entre a colonização desses microrganismos com o teor de P no solo. Para viabilizar o uso das micorrizas em pesquisas, é essencial possuir isolados fúngicos eficientes. O desempenho de isolados selecionados para inoculação deve ser avaliado sob diferentes níveis de fertilidade de P, por exemplo, pois esse fator influencia o grau de colonização e o benefício da planta hospedeira. Quanto mais ampla a faixa de P no solo em que o fungo mantém a simbiose mutualista, maior é 9 sua eficiência e potencial de uso. Essa eficiência pode ser estimada relacionando-se o benefício em crescimento que o isolado promove à planta (benefício micorrízico) com aquele que a planta sem o fungo obtém da adição de fósforo (benefício de P) (MOREIRA e SIQUEIRA, 2006). E é baseado nessas informações que pesquisas como esta devem ser planejadas, com o máximo de conhecimento sobre os fatores que irão provocar efeitos sobre as variáveis analisadas, adquirindo informações e materiais confiáveis para obtenção de bons resultados. 3.4 Dependência micorrizica Uma simbiose será bem sucedida sempre que houver combinações satisfatórias entre fungo-planta-ambiente, dessa forma fatores ambientais (nível de fósforo, conteúdo de água, pH, salinidade, temperatura, qualidade e intensidade luminosa) acabam por exercer importante influência sob associações micorrizicas, muitas vezes sendo a condição necessária para a compatibilidade da simbiose (MEHROTRA, 1998). A dependência micorrizica pode ser definida como sendo o grau no qual uma determinada espécie vegetal depende da ação dos fungos micorrízicos para atingir o seu máximo crescimento em um dado nível de fertilidade do solo (GERDEMANN, 1975). Declerck et al. (1995) afirmaram que este fenômeno é influenciado por fatores genéticos relacionados a planta e ao fungo, entretanto pode ser influenciado por fatores ambientais, principalmente pela concentração de fosforo presente no solo. Diferentes espécies vegetais podem comportar-se de forma diferenciada em relação aos fungos micorrizicos arbusculares. Dessa forma elas podem ser agrupadas em micotróficas obrigatórias quando não sobrevivem sem micorriza até a idade reprodutiva); micotróficas facultativas quando são beneficiadas pela micorrização em condições de baixa fertilidade, e estando não micorrizadas conseguem atingir a idade reprodutiva; e não micotróficas quando sobrevivem sem micorriza até a maturidade reprodutiva (JANOS, 1980). A obtenção dos valores de dependência micorrizica das plantas foi sugerido por Menge et al. (1978), onde esses valores corresponderiam a massa da matéria seca de plantas micorrizadas e não micorrizadas expressa em % (DM = massa seca da planta micorrizada/massa seca da planta não micorrizada x 100). Porém, essa metodologia acarretou em porcentagens muito elevadas, como em limoeiro (923%) e 10 laranjeira (723%). Plenchette et al. (1983), propôs alterações na metodologia preconizada por Menge et al. (1978), que foi denominada dependência micorrizica relativa. Esta pode ser obtida pela diferença entre a massa seca da matéria seca de plantas micorrizadas e não micorrizadas em relação à massa da matéria seca de plantas micorrizadas (DMR = massa da matéria seca das plantas micorrizadas massa da matéria seca das plantas não micorrizadas/massa da matéria seca das plantas micorrizadas x 100). Habte e Manjunath (1991) afirmaram que a dependência micorrizica pode ser melhor compreendida quando se estabelece um gradiente de fertilidade no solo. Dessa forma, baseando-se no que foi proposto por Plenchette et al. (1983) estabeleceram níveis categóricos, podendo uma planta ser classificada como: extremamente dependentes quando as espécies apresentam DM ≥ 75%; altamente dependentes para espécies com DM entre 50% a 75%; moderadamente dependentes para espécies com DM variando de 25 a 50%; marginalmente dependentes - espécies com valores de DM inferiores a 25%; e plantas independentes -espécies que não são colonizadas por FMA ou que não respondem à inoculação. Brandão (2003) avaliou o grau de dependência micorrizica da gravioleira, observando que a DM foi influenciada pelas concentrações de fósforo no solo e pelas espécies de FMA associadas a planta. A gravioleira apresentou redução nos valores de DM com o aumento nas doses de P no solo, entretanto as mudas foram consideradas altamente dependentes, mesmo na dose mais elevada de P. Esse comportamento pode significar uma determinada obrigatoriedade na presença de FMAs no desenvolvimento da espécie. 3.5 Produção de glomalina por fungos micorrízicos arbusculares A agregação de um solo é definida como sendo um dinâmico e complexo processo que é influenciado por inúmeros fatores. Dentre esses fatores podem-se incluir os componentes ambientais, manejo ao qual o solo é submetido, efeitos da comunidade vegetal e de forma mais significativa pelas propriedades intrínsecas de cada solo (BORIE et al., 2006). Os microrganismos do solo desempenham importante funções na estabilidade e estruturação destes. Um bom exemplo a citar são as hifas de fungos, em especial os fungos micorrízicos, que tem como característica a liberação de polissacarídeos e 11 outros compostos orgânicos cimentantes, unindo a partículas presentes no solo, auxiliando de maneira significativa no processo de formação de agregados (GONZÁLES-CHAVEZ et al., 2004; BORIE et al., 2006). Dois importantes mecanismos relacionados aos fungos micorrízicos influenciam na formação de agregados, um físico, que é possível graças a ação de hifas extra-radiculares que envolvem partículas minerais e orgânicas no solo e um outro mecanismo de característica quelante, que ocorre devido a ação de uma proteína produzida pelas micorrizas denominada glomalina (RILLIG, 2004; BERBARA et al., 2006; PURIN e RILLIG, 2007). A glomalina é uma glicoproteína que tem como importante característica ser imunorreativa e recalcitrante. É parte constituinte da parede celular das hifas de FMA’s, acumulando-se no solo após a decomposição por microrganismos do solo (RAMOS e MARTINS, 2010). Estudos anteriores revelaram uma estreita relação desta glicoproteína com a estabilidade de agregados assim como com o estoque de carbono no solo, sendo isso relacionado à sua produção abundante, elevada capacidade de aderir às partículas do solo, por ser recalcitrante e por apresentar características hidrofóbicas (BÁEZPERÉZ et al., 2010; SOUSA et al., 2011). Wright e Upadhyaya (1996), baseando-se na correlação observada de concentrações de GPRS (glomalin-related soil proteins – Proteina do solo relacionada à glomalina) com a estabilidade de agregados em água afirmaram que esta é produzida por FMA’s no solo, atuando na estruturação do solo. O simples fato dos agregados serem cobertos pela glomalina produzida pelos FMA’s acarreta uma diminuição no movimento da água no interior desses agregados, o que os torna mais estáveis (MILLER e JASTROW, 2000). Essa estabilidade também pode ser explicada pela redução do potencial de pressão exercido pela água nos esporos internos, evitando assim a expansão das argilas e consequentemente o rompimento desses agregados ocorrerão em menor frequência (GONZÁLEZ-CHÁVES et al., 2004). Outra importante função que vem sendo atribuída a glomalina é a descontaminação de solos com elevadas concentrações de metais pesados (GONZÁLEZ-CHÁVES et al., 2004). Cornejo et al. (2008) avaliaram que o sequestro desses metais pode ocorre como um mecanismo altamente eficiente dos FMA na busca de melhores condições para seu desenvolvimento, estabilizando esses 12 elementos danosos as plantas, microrganismos e ao homem. Amostras de solo contendo elevadas concentrações de Pb e Zn foram avaliadas e apresentaram 15,5% e 20,5% do total desses metais estavam ligados a molécula de glomalina (VODNIK et al., 2008). Cornejo et al. (2008) também analisaram os teores de Cu e Zn em solos contaminados e observaram que 27% e 5,8% estavam associados a alguma fração da glomalina, respectivamente. 13 4. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em casa de vegetação na Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus – BA, durante o período de maio a setembro de 2014. 4.1 Preparo do solo O solo utilizado foi retirado do horizonte superficial de um latossolo amarelo distrófico típico, do município de lhéus, em uma área de pastagem. O solo foi seco ao ar e peneirado em malha de 5 mm de espessura e posteriormente amostras foram enviadas para análise química e granulométrica. O solo apresentou as seguintes características químicas: pH em H2O = 4,7; matéria orgânica (MO) = 2,6 dag kg-1; P Mehlich 1 = 7 mg dm-3; K = 36 mg dm-3; Ca = 0,6 cmolc dm-3 Mg = 0,3 cmolc dm-3; Al = 1,2 cmolc dm-3; SB = 1 cmolc dm-3; CTC (t) = 2,2 cmolc dm-3; CTC (T) = 9,4 cmolc dm-3; Cu, Fe, Zn, Mn e B (mg dm-3) = 0,8; 183; 1,6; 46; 0,6; V e m (%) = 10,6; 55. Os resultados da análise granulométrica do solo foram: areia grossa = 12,26; areia média = 233,66 g kg-1; areia fina = 379,8 g kg-1; areia mais fina = 112,81 g kg-1; areia total = 740,53 g kg-1; silte = 126,14 g kg-1, argila = 133,33 g kg-1 com textura franca - arenosa. 4.2 Avaliação da capacidade de campo O teste foi realizado em um período de oito dias, utilizando-se 10 vasos com furos no fundo, que receberam 3,5 kg de solo seco cada um. Os vasos foram imersos em um vaso de maior capacidade para que a saturação do solo ocorresse de baixo para cima para evitar a formação de bolsões de ar e garantir 100% de saturação. Em seguida foram drenados e cobertos com papel isofilme para evitar a perda de água por evaporação, e com isso afetar a determinação da capacidade de campo do solo. Os vasos foram pesados diariamente até o momento em que os mesmos apresentaram estabilidade em seu peso. O peso inicial foi de 3,5 Kg de solo seco, que passou a apresentar no último dia uma média de 4,4 kg, ou seja, 0,9 kg a mais, que corresponde a 100% de capacidade de campo. Durante o experimento, foi utilizada 60% dessa capacidade. 14 4.3 Curva de incubação do calcário Foram utilizadas sete doses de calcário (0; 1; 2; 3; 4; 5; 6 t/ha) constando de cinco repetições cada. Depois da aplicação do calcário dolomítico (PRNT=83%), o solo foi umedecido de acordo com 60% da capacidade de campo. Os sacos contendo 0,5 dm3 de solo devidamente identificados, segundo as doses de calcário, foram colocados em uma bancada na casa de vegetação. De oito em oito dias foram agitados para proporcionar melhor mistura e ação do calcário no solo. Ao final de 45 dias, os sacos foram levados ao laboratório de Química e Fertilidade do solo da Universidade Estadual de Santa Cruz para determinação de pH em água, segundo metodologia da Embrapa (2011). Foram utilizados 10 cm³ de solo em becker com capacidade de 50 mL, devidamente identificados. Em seguida foram adicionados 25 mL de água destilada e, com auxílio de um bastão de vidro as amostras foram homogeneizadas e deixadas em repouso por uma hora. Passado esse tempo as amostras foram mais uma vez homogeneizadas e procedeu-se a leitura utilizando pHmetro. De posse dos dados ajustou-se uma curva por meio de análise de regressão linear, sendo esta posteriormente derivada para obtenção da quantidade de calcário necessário para obtenção do pH 6. A dose de calcário obtida foi de 1,3 g dm-3 de solo. 4.4 Preparo do composto orgânico O composto orgânico utilizado no experimento foi produzido na fazenda Sucupira, localizada no município de Ilhéus e que adota um sistema de cultivo baseada na agricultura orgânica biodinâmica. O composto foi produzido a partir da casca de frutos de cacau triturada e enriquecida com fosfato natural (fonte de P). Aos 120 dias após ter sido montada a compostagem o material foi coletado e levado a Universidade Estadual de Santa Cruz, onde posteriormente foi seco a temperatura ambiente e em seguida peneirado. A fim de avaliar a composição química do composto orgânico uma amostra foi enviada ao Laboratório de Análise Agronômica FULLIN, localizado em Linhares (ES). Os resultados foram: pH em CaCl2 = 7,41; P, K, Ca, Mg e S (g kg-1) = 52,1; 24,1; 72,4; 6,4 e 2,7; Cu, Mn, Zn, Fe e B (mg kg-1) = 57; 185; 195; 7656 e 16 respectivamente. 15 4.5 Obtenção de inóculos de fungos micorrízicos arbusculares Os inóculos de duas espécies de fungos micorrízicos arbusculares foram obtidos junto a EMBRAPA Agrobiologia, localizada no município de Seropédica, Rio de Janeiro. Informações referentes à densidade de esporos presente no solo inoculo de cada espécie de FMA foram documentadas. A espécie Entrophospora colombiana contendo 6 esporos/g de solo; e a espécie Acaulospora scrobiculata com uma densidade de 16 esporos/g de solo inóculo. Ressalta-se que esses valores foram considerados para determinar a quantidade necessária de cada inóculo para a inoculação de 30 esporos, bem como a proporção de cada inóculo para os tratamentos que receberam inóculos das duas espécies de fungos micorrízicos. 4.6 Estabelecimento das doses do composto orgânico As doses do composto orgânico utilizado no experimento foram calculadas levando em consideração a análise química do composto previamente realizada. As doses foram decididas levando em consideração o nutriente K, por este ser dentre os nutrientes o mais extraído pela gravioleira e está presente em grande quantidade no composto. A dose central de K adotada foi a de 200 mg dm -3 de solo, o que correspondeu a uma dose do composto orgânico de 10 g dm -3 de solo. As cinco doses determinadas para construção da curva padrão, para identificar a melhor dose como resultado final, foram de 0, 5, 10, 20 e 30 g dm-3 do composto orgânico. 4.7 Condução do experimento O experimento foi constituído por um fatorial 5 x 4 com 5 doses do composto orgânico a base de casca de cacau (0; 5; 10 ;20; 30 g dm-3) e 4 tratamentos micorrizicos (controle não inoculado, inoculação com Acaulospora scrobiculata, com Entrophospora colombiana e a mistura desses inóculos) com um delineamento em blocos casualizados, constando de quatro blocos. Cada unidade experimental foi constituída por um vaso contendo uma única planta (Figura 1). Foi aplicado calcário dolomítico 45 dias antes do plantio das mudas, com o intuito de permitir a correção do pH do solo para valores desejados para a gravioleira, conforme método de incubação que foi realizado anteriormente. Sementes de graviola tipo Morada foram coletadas de frutos de uma mesma planta para obtenção de mudas, que 30 dias após germinarem foram transplantadas para vasos com capacidade de 3,5 dm3. 16 As plantas foram irrigadas posteriormente com água destilada autoclavada, sendo ainda realizado mensurações mensais do diâmetro do coleto e altura das plantas. Figura 1. Vista parcial do experimento com mudas de gravioleira em solo com diferentes doses de composto orgânico e inoculadas com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos, e não inoculadas (controle). 4.8 Avaliação da massa seca Ao final do experimento, as plantas foram coletadas e separadas em parte aérea (folha e caule) e sistema radicular, embaladas em sacos de papel e secas a 70°C, em estufa de circulação forçada até peso constante. 4.9 Dependência micorrizica A dependência micorrízica (DM) em cada dose do composto orgânico foi calculada seguindo metodologia proposta por Plenchette et al. (1983), baseando-se nos valores de biomassa seca das plantas micorrizadas. Utilizando-se das categorias descritas por Habte e Manjunath (1991), que classifica as plantas como excessivamente dependente (DM > 75%), altamente dependente (DM entre 50 a 75%), moderadamente dependente (DM entre 25 e 50%), marginalmente dependentes (DM< 25%) ou independentes (sem resposta a micorrização). 17 4.10 Teor de nutrientes na folha Após a secagem das folhas a 70°C até o peso constante, as amostras foram moídas em moinho do tipo Wiley, para serem analisadas com relação aos teores de macronutrientes (N, K, P, Ca e Mg) e micronutrientes (Fe, Zn, Cu e Mn) nas folhas de mudas de gravioleira. Para determinação do teor foram utilizadas como folhas diagnóstico aquelas presentes na parte mediana da planta. As concentrações dos nutrientes foram determinadas por via úmida segundo metodologia EMBRAPA (2009). Os teores de P foram determinados pelo método do molibidato em espectrofotômetro de absorção molecular, K por fotometria de chama; Ca, Mg, Cu, Fe, Mn e Zn por espectrometria de absorção atômica, e N por destilação e titulação pelo método micro Kjeldahl (EMBRAPA, 2009). 4.11 Coloração de raízes micorrizadas Para avaliar a colonização micorrízica foram selecionadas as raízes mais finas de mudas de gravioleira, que geralmente são as mais densamente colonizadas pelos FMA. As raízes foram lavadas em peneira com água de torneira para remover todas as partículas do substrato. Após a lavagem, as raízes foram armazenadas em recipientes de vidro contendo etanol 50% para sua conservação. Em seguida as raízes foram clarificadas com KOH a 10 % e coradas em lactoglicerol com azul de tripano. Para estimativa da porcentagem de colonização micorrízica nas amostras das raízes das plantas foi utilizada a técnica de clareamento em KOH a 10% e coloração com azul de tripano, conforme metodologia descrita por Phillips e Hayman (1970). As raízes foram segmentadas em 2 cm e mergulhadas em solução de KOH 10% em tubos de ensaio devidamente identificados e em seguida, colocadas em banho-maria (60oC) por aproximadamente 5 min. Após o término do tempo as raízes passaram por três lavagens e adicionou-se aos tubos de ensaio contendo as raízes, solução de H2O2 10% por 5 min. Após esta etapa, as raízes passaram por mais 3 lavagens e foi adicionado aos mesmos tubos a solução ácida (HCl 5%) ficando em banho-maria durante 3 minutos. Depois, foi retirado o HCl 5% e adicionado à solução de azul de tripano (0,05%) aos tubos, os quais foram colocados em banho-maria a 60°c de temperatura por um período de 5 minutos e em seguida submetidas a uma tríplice lavagem. Finalmente as raízes foram conservadas em solução de lactoglicerol 18 (ácido lático, glicerol e água destilada na proporção 1:1) e armazenadas em tubos identificados para posterior análise. 4.12 Quantificação de raízes micorrizadas A quantificação da colonização foi realizada pelo método de intersecção de Mcgonigle et al. (1990). Os fragmentos de raízes foram montados em lâminas riscadas com 10 linhas transversais (com 0,5 mm de distância de uma linha para outra), e observados em microscópio óptico em lente de aumento de 40 X. A percentagem de colonização dos segmentos foi baseada na razão do número intersecções de raízes colonizadas pelo número total intersecções de segmentos observados, sendo o resultado multiplicado por 100. 4.13 Teor de Gomalina facilmente extraível A extração da glomalina facilmente extraível (GFE) foi realizada conforme metodologia de Wright e Upadhyaya (1996) e quantificada pela técnica de microtitulação de Bradford (1976). Para quantificação da GFE foram utilizadas amostras de 2 g de agregados do solo em erlenmeyers, onde foram adicionados 8 mL do tampão citrato de sódio 20 mM (pH 7). Posteriormente as amostras foram submetidas a autoclavagem (121°C) por 30 minutos e em seguida foram transferidas para tubos específicos para ultra centrífuga e centrifugadas a 10.000 RPM por 5 minutos. O sobrenadante foi pipetado e armazenado em Eppendorfs e conservados à 4 °C até o processo de microtitulação e leitura. Para a microtitulação da proteína, utilizou-se placas tipo ELISA com 96 poços, onde primeiramente foi estabelecida a curva padrão com o uso de soro albumina bovina (BSA) como proteína purificada (PURIN, 2005), solução tampão citrato de sódio 20 mM e reagente Bradford (BRADFORD, 1976). Para a microtitulação da quantidade de glomalina no solo foram adicionados em cada poço 5 uL dos extratos obtidos das amostras; 45 uL de água destilada e 50 uL do reagente de Bradford. As placas foram levadas a Espectrofotômetro Spectramax Paradigm (Molecular devices) para efetuar a leitura a uma diluição de 0,2 e uma absorbância de 595 nm. Os resultados foram expressos em mg mL-1 e posteriormente transformados em mg g-1 de solo. 19 4.14 Extração e contagem arbusculares dos esporos de fungos micorrízicos Para quantificar o número de esporos de fungos micorrízicos arbusculares foi utilizada a metodologia de peneiramento úmido de Gerdemann e Nicolson (1963) modificado, onde amostras de solos foram coletadas ao final do experimento e armazenadas em refrigerador para evitar a germinação dos esporos de FMA. Posteriormente foram pesados 50 g de cada amostra que após terem sido peneiradas foram centrifugadas por duas vezes. A primeira centrifugação foi realizada utilizando água destilada por três minutos a uma velocidade de 2500 rpm e em seguida as amostras foram novamente centrifugadas utilizando solução de sacarose 50% por um minuto a uma velocidade de 2500 rpm. O sobrenadante formado foi peneirado e as amostras contendo os esporos foram armazenadas em freezer para posterior quantificação utilizando esteromicrocopio no aumento de 40X. 4.15 Analise estatística Os dados foram submetidos à análise de variância a 5 % de probabilidade. Foi realizado teste de Tukey a 5 % de probabilidade para o fator qualitativo e regressão linear para o fator quantitativo. Foram geradas equações para observar como cada nível do fator qualitativo (FMA) se comportou dentro de cada dose do fator quantitativo (Composto orgânico). As analises foram realizadas nos pacotes estatísticos R (FERREIRA et al., 2011) e STATISTICA 8.0 (STATSOFT, 2002). 20 5. RESULTADOS 5.1 Altura e diâmetro do coleto das plantas Houve interação significativa entre os tratamentos micorrízicos aplicados e as doses do composto orgânico incorporadas ao solo (p<0,05) para as variáveis altura e diâmetro do coleto das mudas de gravioleira (Tabela 1). Tabela 1. Resumo da Análise de Variância para altura e diâmetro do coleto das mudas de gravioleira cultivadas em solo com diferentes doses de composto orgânico e inoculadas com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos Quadrado Médio FV GL Bloco FMA Composto FMA*Composto Erro CV (%) 3 3 4 12 57 Altura Diâmetro do coleto 96,43 577,18* 42,99 122,52* 57,73 26,31 0,1591 6,3512* 3,6059* 0,9290* 0,2307 8,88 *Significativo a 5% de probabilidade pelo teste de F. Os valores médios de altura e diâmetro do coleto das mudas de gravioleira inoculadas com FMAs e submetidas a doses de composto orgânico, podem ser observados na Tabela 2. Tabela 2. Valores médios de altura e diâmetro do coleto de mudas de gravioleira cultivadas em solo com diferentes doses de composto orgânico e inoculadas com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (MIX), e não inoculadas (controle) Altura (cm) Tratamento micorrízico Controle Acaulospora scrobiculata Entrophospora colombiana MIX 0 15,5 b 17,5 ab 20,6 a 18,2 ab Doses composto (g dm-3) 5 10 20 15,9 b 16,3 c 16,8 b 19,7 ab 19,7 bc 27,3 a 21,0 a 23,4 ab 26,0 a 19,9 ab 26,8 a 27,3 a Diâmetro do coleto (mm) Doses composto (g dm-3) Tratamento micorrízico 0 5 10 20 Controle 4,1 c 4,4 b 4,5 c 4,6 b Acaulospora scrobiculata 4,7 bc 5,0 ab 5,2 bc 6,3 a Entrophospora colombiana 5,0 ab 5,7 a 5,9 b 6,1 a MIX 5,6 a 5,4 a 6,8 a 6,6 a 30 18,5 c 24,2 b 18,7 c 29,1 a 30 5,0 c 6,1 ab 5,6 bc 6,6 a Médias seguidas das mesmas letras nas colunas não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. 21 Em todas as doses do composto orgânico aplicadas ao tratamento não micorrizado (plantas controle), a altura e diâmetro do coleto apresentaram valores inferiores aos das plantas inoculadas com micorrizas. Nas doses iniciais do composto orgânico (0 e 5 g dm-3) as plantas submetidas ao tratamento micorrízico com Entrophospora colombiana apresentaram os maiores valores para altura (Tabela 2), mas este não foi estatisticamente superior aos do tratamento inoculado com Acaulospora scrobiculata e a mistura dos fungos micorrízicos (MIX). Nas maiores doses do composto (10; 20 e 30 g dm -3) o tratamento MIX foi o que apresentou os maiores valores de altura, sendo estatisticamente superior aos tratamentos controle e Acaulospora scrobiculata na dose central (10 g dm-3). O tratamento MIX foi estatisticamente superior aos demais na maior dose do composto orgânico (30 g dm-3). 5.2 Produção de matéria seca Houve interação entre as doses do composto orgânico e os FMAs inoculados em gravioleira para a produção de matéria seca total das plantas, conforme pode ser observado na Tabela 3. Tabela 3. Resumo da Análise de Variância para matéria seca total das mudas de gravioleira cultivadas em solo com diferentes doses de composto orgânico e inoculadas com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos FV GL Quadrado Médio Bloco FMA Composto FMA*Composto 3 3 4 4 1,846 135,624* 27,362* 6,382* Erro 57 1,297 CV (%) 18,8 *Significativo a 5% de probabilidade pelo teste de F. Os valores médios de matéria seca total das mudas de gravioleira submetidas a doses de composto orgânico (0; 5; 10; 20 e 30 g dm -3) e inoculadas com FMAs, podem ser observados na tabela 4. 22 Tabela 4. Valores médios de matéria seca total (MST) de mudas de gravioleira cultivadas em solo com diferentes doses de composto orgânico e inoculadas com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (MIX), e não inoculadas (controle) Tratamento micorrizico Controle Acaulospora scrobiculata Entrophospora colombiana MIX 0 2,20 b 6,09 b 6,69 a 6,68 a Doses composto (g dm-3) 5 10 20 2,68 c 2,91 c 3,70 b 6,44 b 7,30 b 8,17 a 7,67 a 9,58 a 7,92 a 7,71 a 9,81 a 8,48 a 30 3,94 b 7,97 a 6,82 a 8,19 a Médias seguidas das mesmas letras nas colunas não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. A análise estatística apresentou diferenças entre os tratamentos micorrizícos em todas as doses de fertilização orgânica aplicadas ao solo. Na ausência de adubação, os maiores valores de matéria seca foram das plantas inoculadas com E. colombiana, sendo iguais estatisticamente ao tratamento MIX e superiores aos demais. Nas plantas fertilizadas, independente da dose aplicada o tratamento MIX obteve a maior produção de matéria seca, igualando-se estatisticamente a E. colombiana nas doses 5 e 10 g dm-3. Nas duas doses subsequentes não houve diferença estatística entre os tratamentos com inoculação de FMAs. 14 Materia seca total (g) 12 Controle Y** = 1,0963+0,0819*x R² = 0,88 E. colombiana Y** = 6,4913+0,2712*x-0,0086*x^2 R² = 0,71 A. scrobiculata Y** = 5,6389+0,1141*x R² = 0,91 MIX Y** = 3,6591+0,6534*x-0,0167*x^2 R² = 0,80 10 8 6 4 2 0 0 5 10 20 30 Dose do composto orgânico (g dm-3) Figura 2. Gráfico da análise de regressão para a média da massa seca total das mudas de gravioleira submetido a diferentes doses de composto orgânico e inoculado com Entrophospora colombiana, Acaulospora scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (MIX), e não inoculados (controle). 23 As plantas que receberam a mistura dos inóculos E. colombiana e A. scrobiculata (MIX) apresentaram um comportamento quadrático. As equações obtidas pela regressão foram derivadas para obter a dose do composto orgânico onde a produção de biomassa seca será máxima. A dose ajustada para E. colombiana e Mix foram 15,67 g dm-3 e 19,56 g dm-3 respectivamente. O tratamento A. scrobiculata, assim como o tratamento controle apresentaram linearidade no modelo matemático ajustado, tendo os maiores valores de matéria seca total na maior dose de composto orgânico (30 g dm-3). 5.3 Dependência micorrízica Houve interação entre as doses do composto orgânico e os FMAs inoculados em mudas de gravioleira para a análise da dependência micorrizica da planta, conforme pode ser observado na Tabela 5. Tabela 5. Resumo da Análise de Variância para dependência micorrízica de mudas de gravioleira cultivadas em solo com diferentes doses de composto orgânico e inoculados com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos FV GL Quadrado Médio Bloco FMA 3 3 7 33260* Composto 4 388* FMA*Composto 4 69* Erro 37 5 CV (%) 3,77 *Significativo a 5% de probabilidade pelo teste de F. Os valores médios de dependência micorrízica das mudas de gravioleira, inoculadas com FMAs e submetidas a doses de composto são apresentados na Tabela 6. 24 Tabela 6. Valores médios de dependência micorrizica das mudas de gravioleira submetidas diferentes doses de composto orgânico e inoculadas com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (MIX) Tratamento micorrízico Acaulospora scrobiculata Entrophospora colombiana MIX 0 84,08 a 87,69 a 84,89 a Doses composto (g dm-3) 5 10 20 84,34 a 82,96 b 78,33 a 87,82 a 86,26 ab 77,01 a 87,90 a 88,05 a 79,30 a 30 75,78 a 65,62 b 73,06 a Médias seguidas das mesmas letras nas colunas não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Foram observadas diferenças estatísticas (p<0,05), na porcentagem de dependência micorrízica. Na ausência de adubação foram obtidos os maiores valores de dependência micorrízica em mudas de gravioleira, com redução proporcional ao aumento da dose de composto orgânico incorporado ao solo. Esperavam-se reduções nos valores nas doses mais elevadas de composto orgânico, entretanto os valores de dependência micorrizica foram elevados, inclusive na dose mais elevada (Tabela 6). Tabela 7. Níveis categóricos (segundo HABTE e MANJUNATH, 1991) de dependência micorrízica de gravioleiras submetidas a diferentes doses de composto orgânico e inoculadas com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos (MIX) Tratamento micorrizico Acaulospora scrobiculata Entrophospora colombiana MIX 0 ED ED ED Doses composto (g dm-3) 5 10 20 ED ED ED ED ED ED ED ED ED 30 AD AD ED ED: Excessivamente dependente; AD: Altamente dependente De acordo com os níveis categóricos (Tabela 7), a gravioleira foi classificada quanto à dependência micorrízica, onde pelos resultados apresentados foi possível observar que a espécie Annona muricata apresentou um elevado grau de dependência micorrízica em todas as condições de fertilidade do solo apresentadas no experimento, sendo quase sempre excessivamente dependente a simbiose, com exceção dos tratamentos E. colombiana e A. scrobiculata na dose mais elevada do composto orgânico (30 g dm-3), onde a gravioleira foi classificada como altamente dependente segundo os níveis categóricos de HABTE e MANJUNATH (1991). 25 5.4 Grau de colonização micorrizica Houve interação entre as doses do composto orgânico e os FMAs inoculados em gravioleira para a colonização micorrízica das raízes, conforme pode ser observado na Tabela 8. Tabela 8. Resumo da Análise de Variância para porcentagem de colonização micorrízica de mudas de gravioleira cultivadas em solo com diferentes doses de composto orgânico e inoculadas com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos FV GL Quadrado Médio Bloco FMA 3 3 118,4* 23677,7* Composto 4 1874,8* FMA*Composto 4 251,5* Erro 57 281,7 CV (%) 11,13 *Significativo a 5% de probabilidade pelo teste de F. Os valores médios da porcentagem de colonização micorrízica e da presença de estruturas nas raízes de mudas de gravioleira, inoculadas com FMAs e submetidas a doses de composto orgânico (0; 5; 10; 20 e 30 g dm-3), encontram-se expostos na Tabela 9. Tabela 9. Valores médios do grau de colonização micorrízica de mudas de gravioleira cultivadas em solo sob diferentes doses de composto orgânico e inoculadas com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (MIX), e não inoculadas (plantas controle) Tratamento micorrizico Controle Acaulospora scrobiculata Entrophospora colombiana MIX 0 00,00 c 59,34 a 40,27 b 57,82 a Doses composto (g dm-3) 5 10 20 00,00 c 00,00 b 00,00 b 69,92 ab 81,03 a 75,25 a 63,46 b 87,29 a 78,71 a 74,99 a 89,40 a 82,82 a 30 00,00 b 52,34 a 55,11 a 59,63 a Médias seguidas das mesmas letras nas colunas não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Na ausência do composto orgânico e com a adição de 5 g dm -3 de composto orgânico foi observado que a porcentagem de colonização das raízes das plantas inoculadas com Acaulospora scrobiculata e com a mistura dos dois FMAs foram estatisticamente superiores ao das plantas inoculadas com Entrophospora colombiana. Nas demais doses do composto não houve diferença estatística entre os tratamentos, exceto ao tratamento controle (não micorrizado). Vale destaca-se que a 26 taxa de colonização micorrízica nas plantas do tratamento MIX apresentou os maiores valores. 100 Colonização micorrizica (%) 80 60 40 Controle Y = Não houve ajuste E. colomb iana Y** = 41,4060+5,6577*x-0,1753*x^2 R² = 0,93 A. scrob iculata Y** = 59,0158+3,0789*x-0,1104*x^2 R² = 0,98 MIX Y** = 58,5815+4,0966*x-0,1365*x^2 R² = 0,96 20 0 0 5 10 20 30 Dose do composto orgânico (g dm-3) Figura 3. Gráfico da análise de regressão para o grau de colonização micorrízica da gravioleira submetida a diferentes doses de composto orgânico e inoculada com Entrophospora colombiana, Acaulospora scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (MIX), e não plantas não inoculadas (controle). Os modelos matemáticos significativos (p<0,05) que mais se ajustaram a variável grau de colonização micorrizica foram quadráticos (Figura 3). Nos tratamentos micorrízicos Acaulospora scrobiculata, Entrophospora colombiana e MIX observou-se um comportamento semelhante à medida em que se aumentou a dose do composto orgânico. A colonização micorrízica na ausência do composto orgânico variou de 40 a 60%, e apresentou aumento até a dose central do composto orgânico (10 g dm-3), com médias variando entre 80 e 90%, seguidas de redução na colonização. Pelo fato dos dados terem ajustados modelos matemáticos quadráticos foi possível inferir a dose do composto orgânico que propiciou a maior colonização radicular para cada tratamento de FMA. Dessa forma os tratamentos Entrophospora colombiana, Acaulospora scrobiculata, e MIX apresentam sua máxima colonização 27 nas doses 16,14 g dm-3; 13,94 g dm-3 e 15,00 g dm-3 do composto orgânico, respectivamente. Morfologicamente as micorrizas da gravioleira observadas no presente trabalho (Figura 4), apresentaram semelhança aos da série Arun. Micorrizas inclusas nessa serie apresentam arbúsculos bem desenvolvidos, os quais são as estruturas onde ocorre a troca de nutrientes entre o fungo e a planta (SMITH e READ, 1997). 28 A B C D E F Figura 4. Raízes de gravioleira dos tratamentos controle e inoculado com A. scrobiculata, Entrophospora colombiana e a mistura desses fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) submetida a diferentes doses de composto orgânico. A. Vista geral de uma raiz não micorrizada do tratamento controle; B. Vista geral de uma raiz micorrizada com E. colombiana mostrando a frequência dos arbúsculos (setas); C. Raiz micorrizada do tratamento com A. scrobiculata, onde pode ser observados arbúsculos conspícuos (setas); D. Segmento de raiz do tratamento inoculado com a mistura dos FMAs mostrando os arbúsculos (seta); E. Detalhe das hifas extraradiculares (seta) e dos tricomas da raiz (ponta de seta); F. Detalhe dos arbúsculos (setas) de A. scrobiculata no interior das células corticais. 29 5.5 Densidade de esporos Houve interação entre as doses do composto orgânico e os FMAs inoculados em mudas de gravioleira para a produção de esporos de FMA em 50g de solo rizosférico, conforme pode ser observado na Tabela 10. Tabela 10. Resumo da Análise de Variância para densidade de esporos em 50 g de solo rizosférico de gravioleiras cultivadas em solo com diferentes doses de composto orgânico e inoculadas com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos FV GL Quadrado Médio Bloco FMA 3 3 293 845968* Composto 4 227956* FMA*Composto 4 29712* Erro 57 1109 CV (%) 10,53 *Significativo a 5% de probabilidade pelo teste de F. Os valores médios para o número de esporos em 50 g de solo rizosférico onde foram cultivadas mudas de gravioleira inoculadas com FMAs e submetidas a doses de composto orgânico podem ser observados na Tabela 11. Tabela 11. Valores médios do número de esporos no solo após o plantio com mudas de gravioleira inoculadas com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (Mix), e não inoculadas (controle) submetidas a diferentes doses de composto orgânico. Doses composto (g dm-3) Tratamento micorrízico 0 5 10 20 30 Nº médio esporos/50 g de solo rizosférico Controle Acaulospora scrobiculata Entrophospora colombiana MIX 17,0 d 219,7 b 112,0 c 302,2 a 14,5 c 360,7 a 254,0 b 410,7 a 16,2 c 585,7 b 576,7 b 689,5 a 17,5 c 495,5 b 492,2 b 594,5 a 16,50 b 361,2 a 392,2 a 399,2 a Médias seguidas das mesmas letras nas colunas não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Diferenças estatísticas foram observadas na esporulação de Acaulospora scrobiculata, Entrophospora colombiana e a mistura de ambos FMAs (MIX). Independente da dose do composto orgânico aplicada, o tratamento com a presença das duas espécies de fungos micorrizícos (MIX) apresentou os maiores valores, não sendo estatisticamente superiores aos tratamentos Acaulospora scrobiculata, 30 Entrophospora colombiana nas doses 5 g dm-3 e 30 g dm-3 do composto orgânico, apresentando na dose 5 g dm-3 do composto orgânico uma produção de esporos que não diferiu estatisticamente ao tratamento Acaulospora scrobiculata, que apresentou um incremento de 64% no número de esporos quando comparado a produção na ausência do composto orgânico. Por outro lado, na dose de 30 g dm-3 do composto orgânico foi observada redução no número de esporos em todos os tratamentos, não havendo diferença estatística entre os tratamentos onde houve inoculação de FMAs. O número médio de esporos encontrados no solo rizosférico das gravioleiras submetidas a doses crescentes de composto orgânico e inoculadas com FMAs está representado na Figura 5. 900 Densidade de esporos 800 Controle Y = Não houve ajuste E. Colombina Y** = 105,8067 + 49,9806X - 1,3684X² R² = 0,85 A. scrobiculata Y** = 222,8488 + 40,9061X - 1,2281 ² R² = 0,87 MIX Y** = 287,2790 + 45,7348X - 1,4125X² R² = 0,86 700 600 500 400 300 200 100 0 0 5 10 20 30 -3 Dose composto orgânico (g dm ) Figura 5. Análise de regressão para o número médio de esporos no solo após o plantio com mudas de gravioleira inoculadas com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (Mix), e não inoculadas (plantas controle) submetidas a doses crescentes de composto orgânico. A aplicação de doses crescentes do composto orgânico resultou no incremento no número de esporos para todos os inóculos testados. Os maiores valores em esporulação para todos FMAs inoculados ocorreu na dose central do composto orgânico (10 g dm-3). Modelos matemáticos com coeficientes significativos (quadráticos) foram ajustados para todos FMAs testados, possibilitando obter a dose onde cada fungo obtenha sua maior produção de esporos nessas condições de 31 fertilidade. A dose ótima para Acaulospora scrobiculata, Entrophospora colombiana e a mistura de ambos (MIX) foi de 18,47 g dm-3, 16,65 g dm-3 e 15,91 g dm-3, respectivamente. 5.6 Glomalina no solo Houve interação entre as doses do composto orgânico e os FMAs inoculados em gravioleira para o teor de glomalina facilmente disponível no solo após cultivo com gravioleira inoculada com FMAs e submetida a doses crescentes de composto orgânico, conforme pode ser observado na Tabela 12. Tabela 12. Resumo da Análise de Variância para teor de glomalina no solo após o plantio com mudas de gravioleira inoculadas com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos e submetida a doses crescentes de composto orgânico FV GL Quadrado Médio Bloco FMA 3 3 7 33260* Composto 4 388* FMA*Composto 4 69* Erro 57 5 CV (%) 3,77 *Significativo a 5% de probabilidade pelo teste de F. Os valores médios do teor de glomalina facilmente disponível em 2 g de agregados de solo com diâmetro < 2 mm podem ser observados na Tabela 13. Tabela 13. Valores médios para a concentração de glomalina no solo após o plantio com mudas de gravioleira inoculadas com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (Mix), e não inoculada (controle) e submetida a diferentes doses de composto orgânico Tratamento micorrizico Controle Acaulospora scrobiculata Entrophospora colombiana MIX 0 13,94 b 17,25 a 17,27 a 17,26 a Doses composto (g dm-3) 5 10 20 14,50 b 14,37 b 14,53 b 19,96 a 20,31 a 21,04 a 20,92 a 20,39 a 20,36 a 20,21 a 20,34 a 20,71 a 30 13,96 b 20,92 a 20,45 a 21,22 a Médias seguidas das mesmas letras nas colunas não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Diferenças estatísticas para o fator qualitativo do experimento (FMA) foram observadas em todas as doses do fator quantitativo (doses do composto orgânico). As plantas dos tratamentos inoculados com E. Colombiana, A. scrobiculata e a mistura 32 dos dois FMAs não diferiram ente si, diferindo apenas dos valores encontrado para o tratamento controle (não micorrizado). A análise de regressão para o teor de glomalina nos agregados do solo apresentou ajuste de modelos matemáticos para todos os tratamentos (Figura 6). A partir das equações quadráticas ajustadas foi possível chegar à dose ideal em que cada tratamento micorrízico produziu maiores concentrações de glomalina. 23 Glomalina Facilmente Extraivel ( mg g-1 solo ) 22 21 20 19 18 17 16 15 14 13 Controle Y = não houve ajuste E. Colombina Y** = 18,0561 + 0,3560X - 0,0104X² R² = 0,64 A. scrobiculata Y** = 17,6079 + 0,3906X - 0,0103X² R² = 0,92 MIX Y** = 17,7912 + 0,3507X - 0,0089X² R² = 0,83 12 11 10 0 5 10 20 30 -3 Dose do composto orgânico (g dm ) Figura 6. Análise de regressão para a concentração de glomalina no solo após o plantio com mudas de gravioleira inoculadas com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (Mix), e não inoculada (controle) submetida a diferentes doses de composto orgânico. As plantas inoculadas com E. Colombiana, dentre todos tratamentos, foram as que apresentaram a menor dose ótima do composto orgânico (19,27 g dm -3), para a produção do maior teor de glomalina no solo. As amostras de solo onde as plantas foram cultivadas com a inoculação de A. scrobiculata apresentaram 21,36 g dm-3 como a dose ótima de composto orgânico para a máxima concentração de glomalina no solo. O teor dessa glicoproteína também foi avaliado para o tratamento onde as duas espécies fúngicas foram proporcionalmente inoculadas (MIX), sendo que este tratamento foi o que apresentou a maior dose (22,15 g dm-3) necessária do composto orgânico para a máxima concentração de glomalina no solo. 33 5.7 Nutrientes na folha 5.7.1 Macronutrientes Houve interação entre as doses do composto orgânico e os FMAs inoculados em mudas de gravioleira para o teor de N, P, K, e Mg observados nas folhas (Tabela 14). O teor de Ca nas folhas não apresentou interação entre os fatores de variação, entretanto cada fator apresentou significância separadamente. O teor desses nutrientes foi significativamente influenciado pelo inóculo micorrízico, sendo que as médias desses teores foram comparadas dentro de cada dose de composto orgânico. Tabela 14. Resumo da análise de variância para o macronutrientes na folha da gravioleira submetida a diferentes doses de composto orgânico e inoculada com Entrophospora colombiana, Acaulospora scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (Mix), e não inoculada (controle) Quadrado Médio FV GL N P K Ca Mg Bloco 2 13,22 1,22 0,07 3,104 0,0147 FMA 3 717,4* 3,58* 110.94* 14,140* 13,5316* Composto 4 148,48* 0,4586* 595,19* 201,616* 15,3514* FMA*Composto 12 28,46* 0,29* 119,83* 3,587 0,3892* Erro 37 4,71 0,669 0,85 2,504 0,1821 CV (%) 8,02 15,19 8,24 10,09 6,97 *Significativo a 5% de probabilidade pelo teste de F. Os valores médios dos teores foliares de N, P, K, Ca e Mg nas folhas diagnostico das gravioleiras inoculadas com FMAs e submetidas a doses crescentes de composto orgânico (0; 5; 10; 20 e 30 g dm -3), encontram-se expostos na Tabela 15. 34 Tabela 15. Média do teor de macronutrientes nas folhas da gravioleira submetida a diferentes doses de composto orgânico e inoculada com Entrophospora colombiana, Acaulospora scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (Mix), e não inoculada (controle) Nitrogênio (g kg-1) Tratamento micorrízico Controle Acaulospora scrobiculata Entrophospora colombiana MIX 0 8,40 c 31,64 a 20,98 b 24,46 b Doses composto (g dm-3) 5 10 20 12,22 b 18,34 c 22,00 b 32,26 a 34,41 a 31,35 a 29,08 a 28,69 b 30,09 a 31,22 a 31,18 ab 32,27 a 30 23,60 b 32,02 a 35,21 a 32,16 a Fosforo (g kg-1) Tratamento micorrízico Controle Acaulospora scrobiculata Entrophospora colombiana MIX 0 0,37 c 2,16 a 1,57 b 1,81 ab Doses composto (g dm-3) 5 10 20 0,63 b 0,91 b 1,18 c 2,38 a 2,58 a 1,95 ab 2,04 a 2,20 a 2,28 a 1,91 a 2,17 a 1,71 bc 30 1,34 a 1,75 a 1,64 a 1,43 a Potássio (g kg-1) Tratamento micorrízico Controle Acaulospora scrobiculata Entrophospora colombiana MIX 0 3,11 b 5,51 a 5,28 a 5,37 a Doses composto (g dm-3) 5 10 20 4,65 b 5,31 b 8,17 b 7,29 a 9,25 a 15,41 a 6,81 a 8,88 a 15,62 a 7,38 a 10,46 a 16,37 a 30 14,46 c 23,34 b 25,68 a 25,34 ab Magnésio (g kg-1) Tratamento micorrízico Controle Acaulospora scrobiculata Entrophospora colombiana MIX 0 3,86 c 4,53 bc 4,81 ab 5,72 a Doses composto (g dm-3) 5 10 20 4,24 c 4,82 c 5,62 b 4,95 bc 5,91 b 6,46 b 5,61 b 6,05 b 6,55 b 7,04 a 7,47 a 8,11 a 30 6,51 b 8,36 a 7,51 a 8,33 a Cálcio (g kg-1) *** Tratamento micorrízico Controle Acaulospora scrobiculata Entrophospora colombiana MIX Médias 14,31 b 16,56 a 15,92 a 15,97 a Médias seguidas das mesmas letras nas colunas não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. *** Sem interação entre os fatores. As folhas das gravioleiras não micorrizadas apresentaram os menores teores de N, P, K, Ca e Mg em todas as doses do composto orgânico testadas. Para o nutriente Ca, as plantas controle apresentaram os menores teores do nutriente na 35 parte aérea da gravioleira, ocorrendo diferença estatística entre os tratamentos micorrizicos com a adição do composto orgânico (Tabela 15). O teor de nitrogênio nas folhas das mudas de A. muricata (Tabela 15) foi influenciado pela adição do composto orgânico ao solo, e inoculação com FMAs, onde a ausência da inoculação levou a teores inferiores a quaisquer do tratamento com inoculação com FMA. O teor de K nas plantas inoculadas com FMAs diferiu de forma significativa do controle não micorrizado com ou sem aplicação do composto orgânico. Diferenças no teor de K nas folhas das plantas onde as espécies fúngicas foram inoculadas ocorreram apenas nas doses mais elevadas do composto orgânico aplicado ao solo. A regressão foi significativa para o elemento K, sendo os modelos lineares os que melhores se ajustaram em todos os tratamentos. 30 Teor de K nas folhas (g kg-1) 25 Controle Y = Y** = 3,5174 - 0,0621X + 0,0098X² R² = 0,98 E. Colombina Y** = 3,5765 - 0,6831X R² = 0,96 A. scrobiculata Y** = 4,3824 + 0,5982X R² = 0,97 MIX Y** = 4,3558 + 0,0221X R² = 0,99 20 15 10 5 0 -5 0 5 10 20 30 Dose do composto organico (g dm-3 ) Figura 7. Análise de regressão para o teor de K nas folhas da gravioleira inoculada com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (Mix), e não inoculada (controle) submetida a diferentes doses de composto orgânico. Para o nutriente Mg (Figura 8), as plantas não inoculadas também apresentaram os menores teores em todas as doses de composto orgânico 36 incorporado ao solo. As plantas inoculadas com a mistura de FMAs foram quase sempre superiores estatisticamente aos demais tratamento micorrízicos, não sendo apenas na dose mais elevada do composto orgânico, onde apesar de apresentar os maiores valores foi superior apenas ao controle não micorrizado. Houve ajustes lineares para os modelos matemáticos para os tratamentos micorrízicos, ou seja, o aumento da quantidade do composto orgânico se correlacionou positivamente com os teores de Mg nas folhas da gravioleira. 10 Teor de Mg nas folhas (g kg-1 ) 9 Controle Y = Y** = 3,8621 - 0,0885X + 0,0098X² R² = 0,99 E. Colombina Y** = 5,0311 + 0,0827X R² = 0,97 A. scrobiculata Y** = 4,4501 + 0,1227X R² = 0,96 MIX Y** = 6,319 + 0,0781X R² = 0,82 8 7 6 5 4 3 2 0 5 10 20 30 Dose do composto orgânico (g dm-3 ) Figura 8. Análise de regressão para o teor de Mg nas folhas de gravioleira inoculada com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (Mix), e não inoculada (controle) submetida a diferentes doses de composto orgânico. Os teores de P, nas plantas não micorrizadas foram os menores em todas as doses de composto orgânico incorporado ao solo. Na ausência do composto orgânico as plantas inoculadas com A. scrobiculata apresentaram os maiores teores de P, tendo comportamento semelhante até a dose central do composto orgânico. Com a adição de 20 g dm-3 do composto, as plantas inoculadas com E. colombiana apresentaram os maiores teores de P foliar, diferindo do controle não micorrizado e da mistura (MIX). Não houve diferença entre os tratamentos na dose mais elevada do composto orgânico. 37 3,5 Teor de P nas folhas ( g kg-1 ) 3,0 Controle Y = 0,4731 + 0,0318X R² = 0,93 E. Colombina Y** = 1,5852 + 0,0981X - 0,0032X² R² = 0,99 A. scrobiculata Y** = 2,2504 + 0,0279X - 0,0015X² R² = 0,75 MIX Y** = 1,8391 + 0,3169X - 0,0015X² R² = 0,82 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 -0,5 0 5 10 20 30 Dose do composto orgânico (g dm-3 ) Figura 9. Análise de regressão para o teor de P nas folhas de gravioleira inoculada com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (Mix), e não inoculada (controle) submetida a diferentes doses de composto orgânico. Com relação aos teores de P na parte aérea das plantas inoculadas com A. scrobiculata e com E. colombiana e a mistura de ambos FMAs, os modelos matemáticos que melhor se ajustaram foram quadráticos, e para as plantas controle foi o ajuste linear (Figura 9). Os teores de P nas folhas das plantas controle de A. muricata se elevaram conforme o aumento da dose de composto orgânico previamente incorporado ao solo. As plantas inoculadas com A. scrobiculata, assim como as inoculadas com a mistura de inóculos apresentaram teores mais elevados de P com a adição de 10 g dm-3. Entretanto, as mudas de gravioleira inoculadas com E. colombiana obtiveram teores de P mais elevados com a incorporação de 20 g dm 3 do composto orgânico. Por apresentar modelos de regressão de ajuste quadrático, as equações foram derivadas para obtenção da dose ótima (X) e consequentemente do teor ótimo (Y) de P nas folhas de gravioleira. A dose ótima do composto orgânico para E. colombiana, A. scrobiculata e Mix foram 16,4 g dm-3, 9,3 g dm-3 e 10,6 g dm-3 respectivamente. Esses valores quando aplicados nas equações ajustadas anteriormente geraram o teor máximo de P, sendo este 3,14 g kg-1 para E. colombiana; 38 2,5 g kg-1 para A. scrobiculata e 2,16 g kg-1 para MIX. Dessa forma, observou-se que em relação ao nutriente P, o FMA E. colombiana apresentou uma simbiose mais eficiente. Os teores de cálcio presentes nas folhas da gravioleira não foram influenciados pela interação FMA x composto orgânico. Entretanto, as duas fontes de variação citadas exerceram influência separadamente sob o teor foliar deste mineral. A inoculação de FMAs influenciou positivamente os teores de Ca na gravioleira (Tabela 15). A inoculação com A. scrobiculata foi a que resultou na maior média do teor de Ca nas folhas, entretanto ela não diferiu estatisticamente das médias dos teores de Ca obtidos pela gravioleira inoculada com E. colombiana e com a mistura das duas espécies fúngicas. Dessa forma gravioleiras submetidas a inoculação com FMAs apresentaram teores de Ca foliar estatisticamente superiores aos das plantas controle não inoculadas. 24 Teor de Ca nas folhas ( g kg -1 ) 22 20 Y** = 11,2821 + 0,3390X R² = 0,99 18 16 14 12 10 8 0 5 10 20 30 Dose do composto orgânico (g dm-3 ) Figura 10. Análise de regressão para o teor de Ca nas folhas da gravioleira submetidas a diferentes doses de composto orgânico. Assim como a inoculação com FMAs, a incorporação de doses crescentes do composto orgânico ao solo exerceu influência sobre o teor de cálcio nas folhas da gravioleira (Figura 10). A análise de regressão apresentou ajuste de modelo matemático linear significativo (p < 0,05), onde foram apresentados incrementos no 39 teor de Ca diretamente proporcionais a dosagem do composto orgânico aplicado ao solo no experimento. 5.7.2 Micronutrientes Houve interação entre as doses do composto orgânico e os FMAs inoculados em gravioleira para o teor de Zn nas folhas (Tabela 16). O teor desse nutriente foi significativamente influenciado pelo inóculo micorrízico, sendo que as médias desses teores foram comparadas dentro de cada dose de composto orgânico. O teor de Fe, Cu e Mn nas folhas não apresentou interação entre os fatores de variação (Tabela 16), entretanto cada fator apresentou significância separadamente para Fe e apenas a inoculação de FMAs influenciou os teores de Cu e Mn observados na folha de gravioleira (Tabela 16). Tabela 16. Resumo da análise de variância para os micronutrientes na folha de gravioleira submetida a diferentes doses de composto orgânico e inoculada com Entrophospora colombiana, Acaulospora scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (Mix), e não inoculada (controle) Quadrado Médio FV GL Fe Zn Cu Mn Bloco 3 679,21 28,06 1,23 587,32 FMA 3 1192,48* 342,22* 3,09* 2100,21* Composto 4 2285,06* 165,82* 17,52 396,03 FMA*Composto 12 89,98 29,12* 7,79 5028,2 Erro 37 241,59 8,81 1,34 600,36 CV (%) 13,91 11,89 13,55 10,07 *Significativo a 5% de probabilidade pelo teste de F. Os valores médios dos teores foliares de Fe, Zn, Cu e Mn nas gravioleiras inoculadas com FMAs e submetidas a doses crescentes de composto orgânico encontram-se na Tabela 17. 40 Tabela 17. Média do teor de micronutrientes nas folhas da gravioleira submetida a diferentes doses de composto orgânico e inoculada com Entrophospora colombiana, Acaulospora scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (Mix), e não inoculada (controle) Ferro (mg kg-1) *** Tratamento micorrízico Médias Controle Acaulospora scrobiculata Entrophospora colombiana MIX Zinco (mg kg-1) Tratamento micorrízico Controle Acaulospora scrobiculata Entrophospora colombiana MIX 0 14,11 b 20,68 a 20,62 a 21,90 a 100,94 b 121,31 a 110,62 ab 114,15 ab Doses composto (g dm-3) 5 10 20 16,93 b 20,32 c 19,01 b 28,01 a 28,54 b 25,13 ab 30,53 a 30,75 b 28,85 a 26,75 a 41,06 a 27,35 a 30 20,19 b 23,17 ab 27,36 a 25,91 ab Cobre (mg kg-1) *** Tratamento micorrizico Controle Acaulospora scrobiculata Entrophospora colombiana MIX Médias 1,89 b 3,53 a 3,48 a 3,78 a Manganês (mg g-1) *** Tratamento micorrízico Controle Acaulospora scrobiculata Entrophospora colombiana MIX Médias 56,06 b 76,35 a 84,39 a 72,47 a Medias seguidas das mesmas letras nas colunas não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. *** Sem interação entre os fatores. A inoculação de FMAs influenciou de forma significativa no teor do micronutriente Fe encontrado nas folhas da gravioleira, onde o controle não micorrizado apresentou teores inferiores aos tratamentos com inoculação. As plantas inoculadas com A. scrobiculata apresentaram as maiores médias, sendo estatisticamente superior ao controle não micorrizado e não diferindo dos tratamentos com inoculação de E. colombiana e da mistura de FMAs (MIX). Estes tratamentos mesmo apresentando teores mais elevados de Fe nas folhas não apresentaram incrementos significativos em relação ao controle não micorrizado. 41 160 Teor de Fe nas folhas (mg kg-1 ) 150 Y** = 96,5825 + 3,5734 - 0,1097X R² = 0,68 140 130 120 110 100 90 80 0 5 10 20 30 Dose do composto orgânico (g dm -3 ) Figura 11. Análise de regressão para o teor de Fe nas folhas da gravioleira submetidas a diferentes doses de composto orgânico. A adição de doses crescentes do composto orgânico influenciou significativamente o teor de Fe, onde a análise de regressão apresentou ajuste de um modelo de natureza quadrática com coeficientes significativos. Incrementos em relação a ausência do composto foram observados até a dose central, com reduções consideráveis nas doses mais elevadas. A partir da equação quadrática ajustada a dose onde o teor de Fe seria máximo é de 16,28 g dm -3 do composto orgânico. Em relação ao teor de Zn nas folhas da gravioleira (Tabela 17), as plantas não micorrizadas (controle) tiveram teores desse micronutriente estatisticamente inferiores aos demais em todas as doses do composto orgânico testadas. Dentre os tratamentos com inoculação de FMAs o teor de Zn não diferiu nas menores doses do composto orgânico (ausência e 5 g dm-3), ocorrendo diferenças nas demais doses, chamando a atenção a dose central do composto orgânico, onde a inoculação com as duas espécies fúngicas propiciou um incremento próximo a 50% no teor de Zn. 42 50 Teor de Zn nas folhas (mg kg-3 ) 45 Controle Y = Não houve ajuste E. Colombina Y** = 22,8682 + 1,0443X - 0,0309X² R² = 0,66 A. scrobiculata Y** = 23,7539 + 0,6021X - 0,0216X² R² = 0,65 MIX Y** = 22,7605 + 1,5872X - 0,0514X² R² = 0,51 40 35 30 25 20 15 10 5 0 5 10 20 30 Dose do composto orgânico (g dm-3 ) Figura 12. Análise de regressão para o teor de Zn nas folhas da gravioleira inoculada com E. colombiana, A. scrobiculata e a mistura desses dois fungos micorrízicos (Mix), e não inoculada (controle) submetida a diferentes doses de composto orgânico. A análise de regressão da interação FMA x composto orgânico para os teores de Zn das folhas de gravioleira apresentou coeficiente R² com valores médios porém significativos (Figura 12). Não houve ajuste de regressão para o controle não micorrizado. Os demais tratamentos apresentaram teores de Zn nas folhas que foram ajustados a modelos matemáticos quadráticos com incrementos até a dose central de composto orgânico previamente incorporado ao solo, seguidas de redução dos valores nas doses mais elevadas. 43 Para os teores de Mn no tecido vegetal das gravioleiras, apesar das plantas controle terem apresentado os menores valores para o micronutriente em questão, não houve diferenças estatisticamente significativas entre estas e as demais inoculadas com fungos micorrízicos. No caso do teor de Cu nas folhas, o tratamento inoculado com a mistura dos FMAs apresentou teores significativamente superiores aos demais tratamentos na dose de 10 g dm-3 do composto orgânico. 44 6. DISCUSSÃO 6.1 Altura e diâmetro do coleto As doses do composto orgânico aplicadas ao solo influenciaram no crescimento inicial (altura e diâmetro do coleto) da gravioleira. Houve também o incremento em altura e diâmetro do coleto das plantas inoculadas com E. colombiana e A. scrobiculata em relação às plantas controle. O incremento na altura das plantas inoculadas com A. scrobiculata adubadas com 20 g dm-3 do composto orgânico foi de 63% enquanto que em E. colombiana o incremento foi de 55% na mesma dose do composto. Nessa mesma dose, o incremento em diâmetro do coleto para a gravioleira micorrizada inoculadas com A. scrobiculata foi de 37% com E. colombiana apresentando 31%. Soares et. al (2012) estudando mudas de jenipapeiro inoculadas com A. scrobiculata encontraram incremento de 54,8% em seu diâmetro em relação a testemunha. Os maiores incrementos no crescimento da planta hospedeira geralmente são observados em condições de baixa fertilidade do solo (SILVA et al. 2008; CHU et al. 2001). Tal comportamento foi observado por Coelho et al. (2012) no crescimento de mudas de pinheira (Annona squamosa L.), em que as plantas na ausência de adubação fosfatada mas inoculadas com o FMA Gigaspora albida apresentaram um melhor desempenho. Na ausência de adubação orgânica o incremento para altura e diâmetro do coleto das plantas inoculadas com E. colombiana foi de 17 e 20%, respectivamente sendo superior à A. scrobiculata, que apresentou 13 e 15% de incremento, respectivamente. Esses dados indicam que E. colombiana estabelece uma simbiose mais eficiente que A. scrobiculata em níveis reduzidos de fertilidade do solo. Independente da espécie de FMA inoculada, a gravioleira apresentou redução nos valores de altura e diâmetro do coleto, na dose de composto orgânico mais elevada. Resultados diferentes foram apresentados por Samarão et al. (2011), onde a gravioleira inoculada com fungos micorrizícos arbusculares e submetida a adubação fosfatada apresentou incrementos em altura e diâmetro do coleto, entretanto não obteve-se o ponto máximo de crescimento, indicando que doses mais elevadas de P em plantas micorrizadas proporcionariam incrementos ainda maiores. Vale ressaltar, entretanto que esses autores utilizaram adubação mineral. 45 6.2 Produção de massa seca A aplicação conjunta de substratos orgânicos e FMA pode resultar em efeito sinérgico positivo no crescimento vegetal (SILVA et al. 2008). Isso ocorreu no presente estudo, sendo que ambos os fatores estudados (inóculos de FMAs e adubação orgânica) atuaram concomitantemente e de forma positiva para a produção de matéria seca da gravioleira. A melhor dose do composto orgânico quando associado à inoculação com E. colombiana foi a de 10 g dm-3, enquanto as plantas inoculadas com A. scrobiculata apresentaram uma maior produção de matéria seca total com 20 g dm -3. Dessa forma, tomando como base os parâmetros de crescimento da gravioleira, pode-se afirmar que a inoculação com E. colombiana ou da mistura dos inoculados foram mais eficientes que com A. scrobiculata. Esse comportamento pode ser comprovado na taxa de colonização micorrizica com de adubação orgânica de 10 g dm -3 de solo, onde a raízes colonizadas por E. colombiana apresentaram valores superiores às colonizadas por A. scrobiculata. Foram observadas reduções nos valores de matéria seca total das plantas para todos os tratamentos com inoculação nas doses mais elevadas do composto orgânico. Esse comportamento em plantas é esperado para experimentos que testam fertilizantes orgânicos e inorgânicos. Segundo Challen e Hemingway (1965) a promoção de crescimento está ligada a fatores como AIA e AIB (auxinas), giberelinas (A e B), micronutrientes e macronutrientes presentes nos adubos orgânico, enquanto que os efeitos de decréscimo do crescimento das plantas podem ser atribuídos, nas maiores concentrações desses adubos, ao excesso de fitohormônios ou à alta concentração de minerais presentes que provocam toxidez nas plantas. 6.3 Dependência micorrízica A dependência micorrízica das mudas de gravioleira foi influenciada pelas doses do composto orgânico aplicado ao solo e pelas espécies de FMA inoculadas. Apesar da redução no grau de dependência micorrízica com o aumento das doses do composto orgânico no solo, as mudas inoculadas com A. scrobiculata e E. colombiana foram consideradas excessivamente dependentes na dose mais levada 46 de fertilização orgânica, indicando de forma notória que a gravioleira necessita do desenvolvimento dessa simbiose. De acordo com os resultados obtidos, a gravioleira pode ser considerada uma espécie micotrófica obrigatória, ou seja, é uma planta que depende da simbiose micorrízica independentemente do nível de fertilidade do solo que essa se encontra, principalmente em relação ao nutriente P, devido ao seu baixo grau de mobilidade no solo. Resultados similares foram apresentados por Brandão (2003), onde a dependência micorrízica da gravioleira foi influenciada pela fertilização fosfatada no solo, considerando a A. muricata altamente dependente à simbiose com inóculos nativos, mesmo nas doses mais elevadas de P. Estudos envolvendo FMAs em A. cherimoia, espécie do mesmo gênero da gravioleira, foi classificada por Azcón-Aguilar et al. (1994), como sendo micotrófica obrigatória. Costa et al. (2005), observou uma maior dependência micorrizica da mangabeira em solo com baixos teores de P. Dessa forma, a dependência micorrizica foi estabelecida por Moreira e Siqueira (2006), como sendo inversamente proporcional à disponibilidade de P no solo. No presente estudo resultados com essa tendência foram encontrados, onde a porcentagem de dependência micorrizica da gravioleira diminuiu conforme o aumento das doses do composto orgânico. 6.4 Grau de colonização micorrízica O efeito das micorrizas na planta, na maioria das vezes, está positivamente correlacionado ao percentual de colonização das raízes (SHENG et al., 2004), fenômeno que foi observado nas gravioleiras inoculadas com A. scrobiculata e E. colombiana que tiveram percentual de colonização micorrizica que alcançou 80% das raízes mais finas, valor superior ao observado por Chu et al. (2001) em mudas de gravioleira em substrato não fumigado, na qual as plantas inoculadas com Scutellospora heterogama, Gigaspora margarita, Entrophospora colombiana e Gigaspora sp apresentaram taxa de colonização micorrizica de 30,6%, 28,6%, 30,2% e 36,5% respectivamente. Diversas outras frutíferas vêm apresentando desempenho semelhante, como pessegueiro (NUNES et al., 2008), jenipapeiro (SOARES et al., 2012), meloeiro (SILVA JÚNIOR et al.,2010), aceroleira (BALOTA et al., 2011). 47 Samarão et al. (2011), não obteve ajuste de modelos de regressão com coeficientes significativos para o percentual de raízes colonizadas de gravioleira, onde a inoculação com Glomus clarum e Glomus magarita em função das doses de P aplicada, manteve a taxa de colonização em 19 e 30% respectivamente, independente da dose de P aplicada. Assim como na gravioleira, a inoculação do FMA A. scrobiculata em mudas de jenipapeiro (SOARES et al,2012) apresentou uma porcentagem de colonização radicular de 74,3% que pode ser considerada alta. O teor de P disponível no solo ou substrato vem sendo frequentemente documentado como o principal fator para a redução da colonização micorrizica, podendo diminuir a produção de esporos e formação de hifas (MENGE et al, 1978; BRUCE et al, 1994; De MIRANDA e HARRIS, 1994; LU et al., 1994; VALENTINE et al., 2001). Altos teores de P no tecido da raiz de plantas reduzem a secreção de moléculas de sinalização que são responsáveis pela ramificação de hifas (NAGAHASHI e DOUDS, 2000) e modificam os fosfolipídios das células que influenciam a permeabilidade da membrana e libertação do composto de carbono que é essencial para a manutenção dos FMA’s nas raízes (GRAHAM et al, 1981; SCHWAB et al., 1991). No presente estudo, a taxa de colonização micorrízica da gravioleira não foi reduzida de forma consistente, sendo observados valores acima de 50% de micorrização na dose mais elevada (30 g dm -3) do composto orgânico, o que corresponde a uma dose de P de 680 mg dm-3. 6.5 Densidade de esporos A aplicação de material orgânico de qualidade podem otimizar os efeitos dos fungos micorrízicos arbusculares nas plantas (CARAVACA et al., 2004). Para Silveira et al. (1998) os mesmos fatores que influenciam na taxa de colonização micorrízica também podem influenciar na esporulação dos FMAs. Esse comportamento foi observado no presente estudo, onde ocorreu uma correlação positiva entre colonização e esporulação dos FMAs. A densidade de esporos em 50 g de solo rizosférico nos tratamentos com inoculação de FMA esteve sempre entre 100 e 700 esporos, a depender da dose de composto aplicada ao solo. Amostras dos solos sem inoculação apresentaram poucos esporos envelhecidos. 48 Balota et al. (2011), obtiveram em aceroleira, correlações altamente significativas entre a colonização e esporulação de G. margarita (r=0,94; p≤0,01), G. manihotis (r=0,96; p≤0,01) e G. clarum (r=0,70; p≤0,01). No presente estudo resultados semelhantes foram obtidos para E. colombiana (r=0,91; p≤0,01), A. scrobiculata (r=0,76; p≤0,01) e a mistura dos inoculos (r=0,77; p≤0,01). Esses mesmo autores observaram diminuição na esporulação de G. margarita G. manihotis e G. clarum em doses com adubação fosfatada superior a 100 mg kg-1 com esporulação variando 252 a 388; 15 a 368 e 75 a 91 respectivamente. O comportamento no presente estudo foi semelhante para a gravioleira inoculada com A. Scrobiculata e Entrophospora colombiana, assim como na presença de ambos. Isso pode ser explicado pelo P presente em cada dose do composto orgânico, como foi sugerido por Moreira e Siqueira (2006), onde elevadas teores de P no solo influenciaram negativamente na ação de FMAs. Smith e Read, (1997) relataram que o P pode estar relacionado a taxa de disseminação dos FMA e sobre o desenvolvimento do micélio extra–radicular, sendo este efeito regulado por fatores ambientais e pela espécie hospedeira. 6.6 Glomalina no solo Silva et al. (2008), avaliaram a influência da adubação com vermicomposto sobre a produção de glomalina pelos FMAs Gigaspora albida e Acaulospora longula, observando incrementos superiores a 100% em comparação ao solo não adubado. Wuest et al. (2005) também registraram aumento na produção de glomalina em solo adubado com esterco bovino. Esses aumentos apresentados em solos adubados com manejo orgânico refletem melhorias na qualidade do solo, dada a correlação existente entre glomalina e agregação de partículas (RILLIG, 2004). O teor de glomalina facilmente (GFE) disponível em agregados seguiram a mesma tendência apresentada pelos autores citados anteriormente. O incremento nos teores de glomalina no solo sem adição do composto orgânico esteve em torno de 23%, independente do FMA inoculado. O maior incremento ocorreu na presença A. scrobiculata e E. colombiana e na dose mais elevada de composto aplicada ao solo. O teor de GFE correlacionou-se de forma altamente significativa com o grau de colonização radicular da gravioleira em todos os tratamentos micorrizicos: A. 49 scrobiculata (r = 0,65; p≤0,01); E. colombiana (r = 0,71; p≤0,01) e Mix (r = 0,67; p≤0,01). Com relação ao número de esporos, os teores de glomalina apresentaram correlação altamente significativa para A. scrobiculata (r = 0,61; p≤0,01) e E. colombiana (r = 0,61; p≤0,01) e significativa na presença das duas linhagens de FMA (r = 0,45; p≤0,05). Essa correlação positiva pode ser perfeitamente explicada, considerando que 80% da glomalina presente no solo seriam oriundas da decomposição de hifas e esporos de FMAs (DRIVER et al., 2005). 6.7 Nutrientes na folha Com relação aos nutrientes analisados (N, P, K, Ca, Mg, Fe, Cu, Zn e Mn) os valores encontrados nas plantas não micorrizadas foram significativamente menores do que os das plantas micorrizadas. Os dados indicaram uma correlação significativa entre a porcentagem de colonização radicular e os teores de P (r=0,77; p≤0,01) Ca (r=0,34; p≤0,01), Mg (r=0,59; p≤0,01), e Zn (r=0,73; p≤0,01). Soares et al. (2012), também encontraram correlações positivas com N (r=0,71; p≤0,001), P (r=0,79; p≤0,001), K (r=0,43; p≤0,01), Mg (r=0,58; p≤0,001) e Cu (r=0,52; p≤0,01) em jenipapeiro. Correlações positivas entre o teor de nutrientes e colonização radicular por fungos micorrizicos arbusculares podem resultar na de até 80% de fósforo, 60% de cobre, 25% de nitrogênio, 25% de zinco e 10% de K para a planta (MARSCHENER e DELL, 1994). O teor do macronutriente N nas folhas da gravioleira foi influenciado pela inoculação de FMAs. A absorção desse elemento por plantas micorrizadas, está relacionada a forma como este está disponível, já que a forma amoniacal é considerada menos móvel que a do nitrato (CANTARELLA, 2007). Os maiores teores de P e Zn encontrados nas folhas da gravioleira inoculadas com A. scrobiculata, E. colombiana e a mistura desses inóculos podem ser explicados pela atuação das hifas extraradiculares dos FMAs que aumentam a área radicular explorada (micorrizosfera), promovendo a absorção desses nutrientes (LAMBERT et al. 1979; EL-SHAIK e MOHAMMED, 2009), de baixa mobilidade no solo e que tem absorção via difusão e interceptação radicular. A adição de doses crescentes do composto orgânico propiciou aumentos lineares nos teores de K e Mg. Os menores teores desses nutrientes foram sempre 50 das plantas controle não inoculadas com FMAs, independente da dose de composto incorporada ao solo. Dessa forma inoculação com A. scrobiculata, E. colombiana e a misturas deste propiciou incrementos de K e Mg, podendo então se dizer que a simbiose micorrizica na gravioleira exerce influência sobre a absorção desses nutrientes. Resultados semelhantes foram observados por Samarão et al. (2011) os quais citam conteúdo de K 47,8% superior ao tratamento sem inoculação. Altoé et al. (2008) concluíram que a inoculação com A. scrobiculata não influenciou o conteúdo de P, Mg e S na parte aérea de tangerineira ‘Cleópatra’, elevando apenas o conteúdo de K. Os nutrientes fósforo, zinco e cobre compõe o grupo dos nutrientes pouco móveis e a forma de transporte dificulta a absorção de nutrientes pelo sistema radicular das plantas (CARDOSO et al., 2010). Os teores de P e Zn apresentaram redução nas doses mais elevadas do composto orgânico incorporado ao solo. Esse comportamento pode perfeitamente ser explicado, já que a aplicação de níveis elevados de nutrientes, pode reduzir a taxa de colonização e seus benefícios em promover a nutrição da planta podem até ser anulados (BOLAN et al., 1984). Esse comportamento não foi observado por Samarão et al. (2011) na gravioleira, onde foram encontrados incrementos no conteúdo de P na parte aérea inoculadas com FMAs. Em relação ao micronutriente zinco Lehmann et al. (2014) afirmaram que a taxa de colonização radicular influencia as concentrações de Zn independente do tecido celular, já que a simbiose acaba por diminuir a limitação imposta pelo transporte por difusão. 51 7. CONCLUSÃO Houve influência da interação composto orgânico e inoculação micorrízica sobre o crescimento de mudas de gravioleira. A gravioleira foi considerada altamente dependente a simbiose micorrízica e a aplicação do composto orgânico influenciou o grau de colonização micorrízica e a esporulação de FMAs, com reduções a partir nesses parâmetros nas doses mais elevadas (20 e 30 g dm-3). A inoculação com FMAs estimulou a absorção de nutrientes, com redução nos teores de P foliar nas doses mais elevadas. A inoculação de fungos micorrízicos elevou os teores de glomalina facilmente disponível do solo. 52 8. REFERÊNCIAS ABIOLA, S. S.; TEWE, O. O. Chemical evaluation of cocoa by-products. Tropical Agriculture, Trinidad, v. 68, n. 4, p. 335-336, 1991. ADAB. Agência de Defesa Agropecuária do Estado da Bahia. Disponível em: <http://www.adab.ba.gov.br/modules/news/article.php?storyid=480>. Acesso em: 01 Nov. 2014. ALLEN, M. F. 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