Versão do trabalho apresentado na defesa

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CONTROLE AUTONÔMICO CARDIOVASCULAR E CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA EM
SEDENTÁRIOS SAUDÁVEIS, PRATICANTES DE EXERCÍCIOS AERÓBICOS E PRATICANTES DE YOGA
Aluna: Cláudia Fetter
Orientadora: Karina Rabello Casali
RESUMO
A redução da ativação simpática e aumento da ativação vagal evocados pelo exercício físico
parecem ser os principais agentes na melhora da mortalidade e morbidade associada às
doenças cardiovasculares. Exercícios centrados na manipulação do padrão respiratório, como
o Yoga, induzem alterações reflexas no sistema cardiovascular, aumentando a modulação
vagal cardíaca. A fim de verificar se a prática de exercícios com controle ventilatório como os
do yoga, em longo prazo, produz efeitos sobre o controle autonômico cardiovascular similares
àqueles impostos pelos exercícios aeróbicos convencionais, este estudo transversal comparou
indivíduos sedentários saudáveis, não fumantes, não hipertensos (SED), com indivíduos
corredores, ciclistas ou ambos – (AERO) - ou praticantes de yoga (YOGA), ativos nestas
atividades há pelo menos um ano e exercitando-se por no mínimo 150 minutos/ semana. Não
houve diferença significativa de idade entre os grupos: SED, n = 11, 33,2 anos ±8,7, AERO, n =
15, 32,3 anos ±7,7, YOGA, n=15, 36,8 anos ±7,4 tampouco no volume de treinamento semanal
entre os grupos: AERO 407 min/sem ±143,5 e YOGA 336,3 min/sem ± 136,9 (p =0,3047).
Frequência Cardíaca (repouso) (FC) SED 77,41± 9,41 bpm, AERO 58,05±11,92bpm e YOGA
66,54± 11,62bpm, p = 0,0007 (SED vs AERO). A pressão arterial sistólica (PAS) apresentou os
seguintes resultados: SED 123,7 ± 11,04 mmHg, AERO 139,2 ± 16,95mmHg e YOGA 124,1 ±
13,14mmHg p = .0,009 (AERO vs YOGA E SED). Consumo de oxigênio de pico (VO2max) variou
fortemente entre os grupos: SED 32,9 ± 4,6 ml.kg.min, AERO 53±8ml.kg.min e YOGA 40,4±5,9,(
p=0,000) AERO vs SED e YOGA, e p= 0,014 YOGA vs SED. O balanço simpatovagal expresso pelo
índice LF/HF da VFC foi significativamente menor no grupo yoga (p < 0,05) SED 1,195 ± 1,185,
AERO 1,09 ± 0,9803 e YOGA 0,3893 ± 0,3193. A variabilidade da pressão arterial sistólica
(VPAS) foi SED 21,54 ± 15,35, AERO 46,66 ± 30,63 e YOGA 27,27 ± 16,03 p= 0,01 (AERO vs SED).
A sensibilidade barorreflexa, calculada pelo índice alfa apresentou SED 7,468 ± 3,784; AERO
11,29 ± 5,132 e YOGA 15,72 ± 9,892 apresentou p = 0,04 (YOGA vs SED). Este estudo
demonstrou que a prática de yoga produz efeitos sobre o controle autonômico cardiovascular
similares àqueles impostos pelos exercícios aeróbicos convencionais. A capacidade funcional
respiratória do grupo com treinamento aeróbico é superior àquela do grupo yoga, mas ambos
atingem valores considerados para uma boa performance. Os valores pressóricos e de VPA do
grupo aeróbico foram diferenciados podendo indicar um estado de alerta quanto aos
protocolos de treinamento adotados. Por tratar-se de um estudo transversal, não é possível
inferir sobre os mecanismos responsáveis por esses resultados e aprofundamento dessas
questões faz-se necessário a fim de melhorar a prescrição de exercícios com o objetivo de
prevenir e tratar doenças cardiovasculares.
Palavras-chave: exercícios, yoga, sistema nervoso autônomo, variabilidade da frequência
cardíaca, variabilidade da pressão arterial
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