Revista de Medicina e Saúde de Brasília Rev Med Saude Brasilia Volume 4 ISSN 2238-5339 Suplemento 1 Agosto 2015 Editor Chefe Osvaldo Sampaio Netto (Brasília ‐ DF) Editores Vitor Laerte Pinto Júnior (Brasília ‐ DF) Fábia Aparecida Carvalho Lassance (Brasília ‐ DF) Editores Associados Clayton Franco Moraes (Brasília ‐ DF) Antonio Carlos de Souza (Brasília ‐ DF) Diaulas Costa Ribeiro (Brasília ‐ DF) Ana Claudia Cavalcante Nogueira (Brasília ‐ DF) Antônio Sérgio Torloni (Mayo Clinic ‐ USA) Conselho Editorial Alfredo Inácio Fiorelli (São Paulo ‐ SP) Armando José China Bezerra (Brasília ‐ DF) Cristiane da Cruz Lamas (Rio de Janeiro ‐ RJ) Demétrio Antônio Gonçalves da Silva Gomes (Brasília ‐ DF) Francisco Romão Ferreira (Rio de Janeiro ‐ RJ) Heinrich Bender Kohnert Seidler (Brasília ‐ DF) João Bosco Dupin (Ipatinga‐ MG) José Cerbino Neto (Rio de Janeiro ‐ RJ) Ledismar José da Silva (Goiânia ‐ GO) Liana Lauria Pires (Brasília ‐ DF) Lucy Gomes Vianna (Brasília ‐ DF) Mirna Danitza Ugarte Antezana (Brasília ‐ DF) Neuza Lopes Araujo Faria (Brasília ‐ DF) Otoni Moreira Gomes (Belo Horizonte ‐ MG) Parizza Ramos de Leu Sampaio (Brasília ‐ DF) Roberto José Bittencourt (Brasília ‐ DF) Tânia Torres Rosa (Brasília ‐ DF) Coordenadora da Editora Universa Angela Clara Dutra Santos Suporte ao Portal de Revistas Eletrônicas Paulo Jose Medeiros Moraes Editora Universa QS 07 Lote 01 EPCT Sala N 101 71966-700 Taguatinga - DF e-mail: [email protected] Revista de Medicina e Saúde de Brasília QS 07 Lote 01 EPCT Sala C 104 71966-700 Taguatinga - DF e-mail: [email protected] Acesso eletrônico: http://portalrevistas.ucb.br Os conceitos e opiniões emitidas nos artigos são de inteira responsabilidade dos autores. Para os artigos aprovados para publicação, a revista não deterá o direito autoral, mas sempre deverá ser citada a fonte quando o artigo for mencionado. O manuscrito poderá ser redigido em português, espanhol ou inglês de acordo com as instruções do International Committes of Medical Journal Editors (ICMJE) - Normas de Vancouver. Indexado no Latindex, Google acadêmico (Scholar), Journals for Free e QUALIS/CAPES (B4: Saúde Coletiva; B5: Interdisciplinar e Educação Física). Revista de Medicina e Saúde de Brasília X CONGRESSO MÉDICO DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA (X CMUCB) PROGRAMA 17/08/2015 AUDITÓRIO DO BLOCO CENTRAL 19:30 Credenciamento 20:00 Abertura Prof. Dr. Osvaldo Sampaio Netto Prof. Dra. Thalita Ramos Ribeiro Raphaela Mendes Moreira Guilherme dos Santos Queiroz Auro Vieira de Paiva Júnior 20:30 Judicialização da Medicina e Gestão Jurídica do Risco na Atividade Médica Dr. Raul Canal 18/08/2015 08:00 – 09:00 09:00 – 10:00 10:00 – 10:30 10:30 – 12:30 12:30 – 14:00 14:00 – 14:50 15:00 – 16:00 16:00 – 16:30 16:30 – 17:30 17:30 – 19:30 18/08/2015 08:00 – 09:00 09:00 – 10:00 10:00 – 10:30 10:30 – 12:30 12:30 – 14:00 14:00 – 14:50 AUDITÓRIO M Temas livres Cirurgia Cardiovascular ‐ Circulação Extracorpórea Dr. Paulo Victor Alves Tubino Coffee break Oncologia Ginecológica ‐ Caso Angelina Jolie Dr. Evandro Oliveira da Silva e Dra. Lucimara Priscila Campos Veras Temas livres e Feira de Saúde Medicina Investigativa – IML Dr. Malthus Fonseca Galvão Médico em Foco: Lidando com o Esgotamento Físico e Mental da Profissão Lucas Carvalho de Rezende Coffee break Como Prestar um Serviço de Qualidade no Sistema de Saúde Atual Dr. Fernando José Silva de Araújo e Dr. Christiano Carvalho Miranda Peres Flores Curso das Ligas Acadêmicas ‐ LIM e LCUCB ‐ Condutas em Ginecologia Oncológica AUDITÓRIO K Temas livres Uso da Biologia Molecular na Dermatologia Dr. Ciro Martins Gomes Coffee break A Importância do Diagnóstico Precoce e Tratamento da Hanseníase Dr. Eugênio Galdino de Mendonça Reis Filho, Dr. Carlos Bernardo Tauil e Dr.Ciro Martins Gomes Temas livres e Feira de Saúde Residências Médicas ‐ Residentes Egressos Dr. Hélio Henrique Medeiros Pires; Dr Roberto Luiz Bisol; Dr. Christopher Seo Min Bae; Dr Alex Julio Tramontini; Dra Vanessa Barto Pfeilsticker Dra Rosana de Paula Laurindo 2 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília 15:00 – 16:00 16:00 – 16:30 16:30 – 17:30 17:30 – 19:30 19/08/2015 08:00 – 09:00 09:00 – 10:00 10:00 – 10:30 10:30 – 12:30 12:30 – 14:00 14:00 – 17:30 17:30 – 19:30 19/08/2015 08:00 – 09:00 09:00 – 10:00 10:00 – 10:30 10:30 – 12:30 12:30 – 14:00 14:00 – 17:30 20/08/2015 08:00 – 09:00 09:00 – 10:00 10:00 – 10:30 10:30 – 12:30 12:30 – 14:00 14:00 – 15:00 15:00 – 16:00 16:00 – 16:30 Cirurgia Plástica ‐ Próteses e Câncer de Mama Dr. Ismar Ribeiro Junior Coffee break Saúde Emocional do Acadêmico de Medicina Dra. Mônica Cristina de Melo Curso das Ligas Acadêmicas ‐ LAPED e LIDEM ‐ Abordagem de Crianças e de Adolescentes Vítimas de Violência Sexual AUDITÓRIO M Temas livres Uso Indiscriminado de Lentes e Colírios Dra. Letícia Fernandes Barroso Coffee break Palestra Laboratório Sabin Temas livres e Feira de Saúde Temas livres Cursos das Ligas Acadêmicas LICOR‐ Sessão Clínico‐prática em Cardiologia LIDERMA‐ Tumores Cutâneos Epidérmicos‐Cirurgia Mohs AUDITÓRIO K Temas livres Acupunturiatria: Informações Básicas Essenciais e Neurofisiologia de sua Ação Dra Dinamara Kran Rocha Coffee break Parto Humanizado ‐ Vantagens e Riscos Dr. Fábio Santana dos Passos e Dr. Alberto Carlos Moreno Zaconeta Temas livres e Feira de Saúde Temas livres AUDITÓRIO M Medicina do Esporte Dr.Jose Juan Blanco Herrera Câncer da Tireoide: Epidemia da Doença ou do Diagnóstico? Dra. Valéria Cunha Campos Guimarães Coffee break Processos Bariátricos Dra. Patrícia Sales Marques da Cruz Rodrigues e Dr. Gustavo de Sousa Arantes Ferreira Temas livres Bases da Angiologia Dr. Múcio Lopes da Fonseca Interpretação de Hemogramas Dra. Nadia Cristina de Sousa Misael Coffee break 3 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília 20/08/2015 08:00 – 09:00 09:00 – 10:00 10:00 – 10:30 10:30 – 12:30 12:30 – 14:00 14:00 – 15:00 15:00 – 16:00 16:30 – 17:30 17:30 – 18:30 AUDITÓRIO K Novas Condutas e Diagnóstico em Oncologia Dra. Cejana De Mello Campos e Dra. Adriana Castelo Caracas de Moura Urgência e Emergência em Cardiologia ‐ Dor Torácica Dra. Thasiely Moura Faria Coffee break Reabilitação em Trauma Dra. Mariana Gonçalves Ferrer, Dra. Joseane Brostel Figueiredo e Dr. José Inácio de Almeida Neto Temas livres Atualidades na Nefropediatria Dra. Laila Pinto Coelho Transplante Renal Pediátrico Dra. Keilla Mayumi Castelo Branco Uchoa A Atenção Primária à Saúde na Prática Dra. Tatiana Fonseca da Silva, Dr. Thiago Sousa Neiva e Dra. Talita Lemos Andrade Encerramento e Premiações Prof. Dr. Osvaldo Sampaio Netto Profa. Dra. Tatiana Fonseca da Silva Guilherme dos Santos Queiroz Auro Vieira de Paiva Júnior Sara Cardoso Paes 4 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília X CONGRESSO MÉDICO DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA (X CMUCB) Comissão Central Osvaldo Sampaio Netto Raphaela Mendes Moreira Comissão cientifica Thalita Ramos Ribeiro Guilherme dos Santos Queiroz Ana Carolina Franco Cabral Ana Raquel Souza de Azevedo Danielle Rabelo Gonzalez Vildman Gabriela Silva Esper Fernanda Guedes Ferreira Eduarda Vidal Rollemberg Nathália Telles da Costa Camila Braz Prudente Lara de Souza Moreno Camila Pereira Rosa Fillipe Ferreira Rodrigues Matheus Castilho Corrêa Comissão de Temas Livres Greice de Campos Oliveira Ludmila Borges Eckstein Canabrava Camila Dias Rodrigues Sara Cardoso Paes Milla Carolina Costa Lafetá Araújo Izabela Rodrigues Figueiredo Josiane Aparecida Duarte Brunna Cintra de Azevedo Bruna Gabriel Heinen Natália de Andrade Castro Melissa de Andrade Baqueiro Thamara de Oliveira Vasconcelos Comissão de Certificação Lais Dutra de Freitas Vinicius Martins Vilela Gabriela Cavalcante Pires Basto Pedro Henrique de Souza Tavares Heloisa Yukie Arake Shiratori Moisés Elias de Souza Alves Vítor de Carvalho Neiva Pinheiro Arthur Ney Alves Donato Comissão de Divulgação Rosalvo Streit Júnior Laís Carvalho de Freitas Bruna Miclos de Oliveira Barbara Guimarães Avelar Matheus Castilho Corrêa Tesouraria Alessandra de Souza Rocha Allana Laís Rocha Pereira Ana Carolina Borges Garcia Lorena Bessa Freire Rolim Comissão de inscrição Rodrigo Pereira Pio Amanda de Castro Machado Alessandra de Souza Rocha Luísa Villela Biazon Mariana Carolina Braga Lis Rocha Campos Matheus Silveira Carneiro Idelfonso Dourado Leonardo Kenzo Takashima de Almeida Diego Vinicius Gonçalves Santana Guilherme Miguel Thomé de Carvalho Comissão de Infraestrutura Auro Vieira de Paiva Júnior Allana Tamires Bonfim Nogueira Amanda Batista Alves Ana Raquel Nascimento Lawall Anna Flávia Magalhães Castrillon de Macêdo Danillo Ferreira Amaral Débora Luiza Albano Fulgêncio Deborah Roberta L. Raupp Everaldo Tavares de Brito Francisca Joelma Rodrigues de Lima Gabrielle Everton Sousa Guilherme Meneses Dourado Isabella Miranda Guimarães Izabella Maranhão Monteiro Jéssica Acosta Alves Freitas Júlia de Andrade Figueiredo Juliana Faleiro Pires Lara de Paula Sousa Marcela Santos Vilela Mariana Quaresma Cavalcante Marina Souza Rocha Maysa Siqueira Lopes de Oliveira Pamella Renata Marinho Miranda Raphael Andrade Gonçalves Borges Rayssa Carvalho Teodoro Tainá Alves Martins Cordeiro Tamise Dal Secco Casioca Tayane Oliveira Pires Vinícius Oliveira Domingues 5 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: A aplicabilidade do protocolo de tratamento Neonatal da Sífilis Congênita em Hospital de Médio Porte Guilherme dos Santos Queiroz Ana Raquel Souza de Azevedo Izabela Rodrigues Figueiredo Aline Magalhães Rodrigues Renato da Silva Cordeiro Colenghi Marcelo Joaquim Barbosa Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Revelar a eficácia de um protocolo aplicado de forma adequada e dentro dos prazos preconizados,a fim de melhorar o quadro de saúde do recém nascido com sífilis congênita(SC) em hospital de médio porte no Distrito Federal. Material e métodos: Estudo observacional de caráter transversal e retrospectivo de pacientes com SC de janeiro de 2012 a dezembro de 2104 no Hospital Regional de Ceilândia-DF. Discussão: A Sífilis Congênita(SC) é ainda hoje uma doença de importância epidemiológica e de notificação compulsória no Brasil desde 1986.Atualmente, o Ministério da Saúde preconiza a realização do VDRL(VeneralDiseasesResearchLaboratories) no sangue periférico do recém-nascido, hemograma completo, radiografia de ossos longos, exame de líquor(LCR) e a pesquisa de outras infecções congênitas de transmissão sexual em todos os neonatos filhos de mães soropositivas para sífilis.Em virtude de casos cada vez mais preocupantes para a saúde pública, o foco passa a ser também o Pós-Natal, de forma em que um pré-natal mal elaborado, acarreta conseqüências para o processo de desenvolvimento da criança.Cerca de 89,39% dos 66 casos de recém-nascidos com SC utilizaram devidamente o protocolo de tratamento.Há uma forte necessidade de enfatizar para mães e comunidade, que o devido Pré-Natal otimiza a qualidade de vida da criança, e reduz gastos no que se refere à assistência. Conclusão: Por meio da análise dos dados pesquisados, vê-se que aqueles pacientes cujas mães não realizaram um Pré-natal adequado, tiveram como consequência um maior tempo de internação, mas apresentaram um desfecho clínico favorável com um grande número de altas hospitalares.Este fato,evidencia a aplicabilidade do protocolo para tratamento Pós-Natal no hospital.No entanto, é notória a importância da atenção ao pré-natal, uma vez que os casos de SC geram gastos e deve ser prioridade na assistência. Email: [email protected] 6 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: A casa perfeita para prevenção de quedas em idosos Camila Luz Costa Lucas Henrique De Souza Lopes Francisco Caetano Rosa Neto Pamella Renata Marinho Miranda Kelsen Mota Moura Demétrio Antonio Gonçalves Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Esse trabalho objetiva analisar os fatores extrínsecos em domicílios mais prevalentes nas quedas de idosos (60 anos ou mais), a partir de estudos já realizados. Metodologia e fonte de dados: No trabalho realizado foi utilizado o método exploratório, com revisão bibliográfica em bases de dados, como Medline, Pubmed e Scielo, em línguas inglesa e portuguesa entre os anos de 2009‐2014. Como critérios de busca definiram‐se as seguintes palavras chave: acidentes por quedas, domicílios, fatores de risco, idoso, prevenção. Discussão: Na população de idosos estudados, houve maior prevalência de quedas em casa, com mais de 50% em todos os estudos. O que é esperado, tendo-se em vista, que os idosos passam mais tempo em casa. A área das casas com alto índice de irregularidade são os banheiros, que na maioria das vezes não possui barras de apoio, tanto ao redor do vaso sanitário como na área do box e, o piso muitas vezes não é antiderrapante, tornando-se um ambiente propício para quedas principalmente durante e após o banho. A área externa, como a garagem, é a que possui maior prevalência de queda, principalmente pela irregularidade e desníveis do piso e, iluminação inadequada. Assim, merece uma atenção especial, e mudanças como um piso áspero, antiderrapante e uma superfície plana. A analise desses dados, nos mostra a necessidade de mudanças nas casas, que visam prevenir possíveis quedas de idosos por fatores extrínsecos, risco ambientais definidos como elementos físicos. O que tornaria o domicílio um local menos susceptível a quedas. Algumas das mudanças que podem diminuir o risco que quedas de idosos, em domicílios são: a instalação de barras de apoio na região do banheiro; iluminação adequada de todos os cômodos da casa; instalação de interruptores em lugares estratégicos; utilização de tapetes antiderrapantes; e se houver escada, instalação de corrimão nas laterais e faixas antiderrapantes nos degraus. Conclusão: Nesse estudo foi verificado que a maior prevalência de quedas em idosos foi dentro de casa e que algumas mudanças podem evitar as quedas por fatores extrínsecos, além de tornar a casa um local mais seguro. Mostrando a importância de conhecer a relação entre as quedas e seus fatores de risco passíveis de intervenção. Pois assim, pode-se agir de forma objetiva prevenindo futuras quedas e suas consequências, como a perda de autonomia e independência dos idosos. Email: [email protected] 7 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: A Composição do Laboratório de Habilidades do ICDF Taguatinga na Formação Médica da UCB Paulo D'Arcadia de Brito Neto Douglas Fernando Corrêa Antonio Carlos Souza Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Expor o ambiente de treinamento das habilidades da prática médica do ICDF – Taguatinga, por meio de fotos e descrição dos cenários, a fim de elucidar a importância do laboratório de Habilidades na formação médica. Material e métodos: O método utilizado neste trabalho se baseou em fotografar os ambientes montados no ICDF Taguatinga e posterior comparação com as normas de composição dos Laboratórios de habilidades. Posteriormente, a exposição de fotos dos ambientes das salas de exercícios práticos servirá para enfatizar o objetivo de cada cenário e como se dão as práticas de cada local. Discussão: O Laboratório de habilidades consiste numa alternativa de apoio pedagógico, atuando como uma atividade antecipatória das práticas de treinamento de habilidades com o paciente. Para o bom funcionamento do laboratório de habilidades é necessária a concepção de pequenas salas, denominadas estações, separadas por vidros e interligadas, a fim de proporcionar o treinamento dos alunos. Os cenários do ICDF Taguatinga contam com vários modelos de manequins para treinar todas as habilidades necessárias à formação do médico generalista, como punção venosa superficial e profunda, toracocentese, exame ginecológico, além de simuladores computadorizados de alta tecnologia, que permitem grande versatilidade de uso, sendo utilizados para simular cenários de trauma, medicina intensiva e centro cirúrgico. Baseado nesses fatos e na ótima estrutura que a UCB possui, achamos necessária essa exposição dos ambientes, para que a sua divulgação favoreça seu uso, a fim de melhorar nossa formação médica. Conclusão: O ambiente de aprendizado disponibilizado pela Universidade Católica de Brasília no ICDF possui recursos que podem integrar graduação, extensão, pesquisa e pós-graduação, recebendo pessoal de todas as áreas da saúde, além de preparar o aluno para o cotidiano médico antes de inserilo nesse mundo de forma insegura. Logo, esses ambientes podem servir de campo de treinamento para o Ensino Baseado em Simulação dedicado a estudantes da graduação em medicina. Email: [email protected] 8 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: A conexão entre sistema nervoso e sistema imune: a descoberta dos vasos linfáticos meningeais Pedro Guilherme Cabral Adriana Hanai Cieslinski Tavares Camila Pereira Rosa Higor Nogueira Paes Lara Mundim Alves de Oliveira Flávia Toledo Simões Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Realizar uma revisão crítica sobre os potenciais efeitos que a descoberta dos vasos linfáticos do sistema nervoso central pode gerar no tratamento de doenças neurológicas. Metodologia e fonte de dados: Foi utilizado o método de busca com pesquisa em artigos acadêmicos, indexados na base de dados PubMed. O trabalho foi confeccionado a partir de publicações de 20102015. Foram utilizadas as seguintes palavras chave: “lymphatic vesse ls” e “central nervous system”. Discussão: O cérebro é um órgão que sempre foi associado à ausência da atividade do sistema imunológico devido à falta de vasos linfáticos na região. No entanto, algumas patologias causadas por alterações imunes, como a esclerose múltipla, ficavam sem ter uma etiologia muito bem definida. Nessa perspectiva, foram encontrados vasos linfáticos funcionais revestindo os seios da dura-máter, capazes de transportar células imunes e líquido cefalorraquidiano (LCR). Há pouco entendimento em relação aos mecanismos controladores da entrada e da saída de células imunitárias no sistema nervoso central, porém essa descoberta revela que o sistema imune está intimamente associado ao sistema nervoso. Com essa informação, pode-se suspeitar que o mau funcionamento dos vasos linfáticos da meninge pode ser o causador de uma variedade de doenças neurológicas que têm suas manifestações de natureza imunológica. A doença de Alzheimer, por exemplo, é causada pelo acúmulo de aglomerados de proteínas dentro (proteína tau) e fora (beta-amilóide) dos neurônios. Acredita-se que esse acúmulo ocorre porque a remoção pelo sistema linfático não está funcionando de maneira adequada. Esclerose múltipla e algumas formas de linfedema primário também podem estar associados a esse mau funcionamento. Isso abre a possibilidade de testes mecânicos com essas doenças e da criação de novos tratamentos médicos. Conclusão: A presença de um sistema linfático no sistema nervoso central pode causar uma reavaliação em princípios da neuroimunologia, como a classificação do cérebro como sítio imunoprivilegiado, e proporcionar um novo caminho para o aprendizado e o desenvolvimento de tratamentos médicos para doenças neuroinflamatórias e neurodegenerativas associadas à disfunção imunológica. Email: [email protected] 9 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: A dor no recém-nascido e sua classificação Mariana Quaresma Cavalcante Arnaud Macedo de Oliveira Filho Ícaro Pinto Silva Luciana Cardoso Reis Luísa Villela Biazon Pedro Guimarães Pascoal Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Esse trabalho tem como objetivo apresentar aos profissionais de saúde a importância de entender a dor em pacientes neonatais e classificá-la corretamente a partir de parâmetros fisiológicos e comportamentais. Metodologia e fonte de dados: Para a elaboração desse trabalho realizou-se pesquisas em livros textos, documentos científicos da Sociedade Brasileira de Pediatria e artigos científicos disponíveis nas plataformas SciELO, PubMed e LILACS. Discussão: A dor, muitas vezes, é expressa por meio da verbalização. A partir do momento em que um indivíduo não possui essa capacidade, a identificação dessa é um desafio para o profissional da saúde, como é no caso dos neonatos. Por muito tempo acreditou-se que o recém-nascido não tinha a capacidade de sentir dor devido à imaturidade do Sistema Nervoso Central e à ausência de memória para dor, estudos mais recentes demonstram que o desenvolvimento do sistema nervoso inicia-se na sexta semana de gestação, ressaltando que além do desenvolvimento anatômico há a produção de substâncias endógenas envolvidas com a informação da dor. Na vigésima semana de gestação as vias nociceptoras ascendentes se tornam funcionais, enquanto as vias responsáveis pela modulação e inibição da dor encontram-se imaturas no nascimento. A partir do conhecimento sobre a capacidade de sentir dor dos recém-nascidos é possível fazer a sua classificação partindo de dois parâmetros: os fisiológicos e os comportamentais. Os comportamentais, como expressão facial e choro, por serem mais subjetivos, precisam de uma relação mais atenta entre o profissional e o paciente, já os fisiológicos que são mais concisos, como frequência respiratória e cardíaca, podem não refletir o momento da dor. Esses parâmetros devem ser utilizados de forma conjunta para que o profissional consiga mensurar a dor do paciente a partir de escalas. Conclusão: Logo após o nascimento, o recém-nascido é submetido a diversos procedimentos dolorosos que devem tentar ser amenizados pelos profissionais, para isso é importante que esses saibam do mecanismo da dor e que também consigam mensurá-la, só assim será possível dar o cuidado necessário, como por exemplo, indicação de analgesia e evitar futuros danos psicológicos no desenvolvimento da criança. Email: [email protected] 10 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: A gestação e o uso de aparelhos eletrônicos Ana Raquel Souza de Azevedo Larissa Araújo Dutra de Carvalho Izabela Rodrigues Figueiredo Monique de Almeida Vaz Ana Raquel Nascimento Lawall Fábio Santana dos Passos Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Avaliar a relação da exposição de grávidas ao uso de aparelhos celulares com o risco de complicações na gravidez. Metodologia e fonte de dados: O estudo é uma revisão de literatura baseada em artigos dos anos de 2010 a 2015 oriundos da plataforma Pubmed. As palavras-chave utilizadas foram “pregnancy” e “eletronic devices”. Discussão: O modo como os aparelhos eletrônicos são utilizados tem se modificado ao longo dos últimos anos e o número de usuário, até 2010, eram de, aproximadamente, 5,2 bilhões de usuários no mundo. Por ser a gestação um período de formação do feto e um momento de riscos de complicações em todas as suas fases, principalmente, no 1º trimestre, um estudo de caso-controle realizado na cidade de Tehran demonstrou uma importante relação entre o tempo de chamadas realizadas/dia com o índice específico de absorção, um parâmetro fornecido pelos fabricantes de aparelhos celulares que indica a quantidade de ondas eletromagnéticas absorvidas pelos tecidos humanos, em mulheres que sofreram abortamento espontâneo com menos de 14 semanas de gestação. O risco relativo variou de 1,07 - 1,16%, sugerindo uma relação entre a exposição e o abortamento espontâneo. Outro estudo realizado com 52.680 crianças na Dinamarca aponta o impacto dessa exposição durante e após a gestação no desenvolvimento de cefaleia do tipo migrânea. O risco relativo em crianças que foram expostas nessas duas fases foi de 1,30. Conclusão: Estudos apontam uma relação significativa entre a exposição ao uso do aparelho celular e complicações na gravidez e na saúde do concepto, entretanto ambos os estudos apresentados reconhecem que há a necessidade de maiores pesquisas sobre o tema. Como há discordâncias em relação ao risco envolvido nessa exposição, medidas de prevenção deveriam ser consideradas e adotadas, como manter o aparelho longe do corpo quando não está sendo utilizado. Email: [email protected] 11 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: A História da Anestesiologia Guilherme Fleury Costa Armando José China Bezerra Everaldo Tavares de Brito Geovanna Godinho de Sousa Teixeira Luciana Cardoso Reis Pedro Guimarães Pascoal Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Dissertar acerca do significado da palavra anestesia e narrar a sua história, evidenciando todas as dificuldades existentes antes dela, mas também seus aprimoramentos ao longo do tempo, relatando fatos históricos que marcaram a evolução não só da anestesia em si, mas de toda a medicina. Metodologia e fonte de dados: Uma revisão de literatura foi realizada sobre a história da anestesia, evidenciando fatos ímpares ocorridos e suas melhorias na medicina. Obras de arte, através do livro: Admirável mundo médico - a arte na história da medicina, e também pesquisas em bibliotecas virtuais, foram utilizados para relatar a história da anestesia com uma maior riqueza. Palavras‐ chaves: Anestesia, História, Obras, Arte. Discussão: No grego, an- significa ausência e aisthēsis, sensação, a palavra anestesia deriva desses dois termos gregos, ou seja, significa ausência de sensação, mas também é considerada como a condição de ter a sensibilidade (também a dor) inibida ou temporariamente removida. A história da anestesia começa com Hipócrates, o pai da medicina, relatos provenientes da Grécia Antiga indicam que ele utilizava a esponja soporífera embebida em substâncias sedativas e analgésicas extraídas de plantas. Após o pai da medicina, aparece Dioscórides como figura importante na história da anestesia, descobrindo os efeitos anestésicos da mandrágora, e posteriormente de muitos outros vegetais. Antes da anestesia, operações cirúrgicas como uma amputação, eram necessárias várias pessoas só para segurar o paciente durante por causa da dor. Por muito tempo, congelar a região a ser operada e embriagar o paciente, foram recursos usados para aliviar a dor. Ate que em 16 de outubro de 1846 o dentista William Thomas Morton, conduziu a primeira demonstração pública da anestesia por inalação do éter. Após ser bem sucedido em sua operação e realizá-la sem o paciente sentir dor, o éter passou a ser usados em vários procedimentos. Desde então, técnicas foram surgindo até que a anestesia moderna pudesse oferecer segurança e conforto tanto a pacientes como a médicos, revolucionando a medicina e salvando muito mais vidas. Conclusão: Observa-se o quanto a anestesia foi importante para a medicina, bem como para a sua evolução, pois sem ela alguns procedimentos cirúrgicos seriam quase impossíveis de serem realizados sem quase ocasionar o óbito do paciente. Percebe-se o quanto ela faz diferença no mundo hoje, ao comparar com tempos onde a anestesia nem existia, evidenciando assim a importância da anestesia atualmente por meio da sua história e evolução em conjunto com a medicina. Email: [email protected] 12 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: A história da arquitetura hospitalar Isac César Roldão Leite Rebeca Marques Margot Kellen Karenine Pinho de Medeiros Wendel Silva Issi Marcelo Ribeiro Artiaga Paulo Juvêncio Gomes Tubino Instituição: Faciplac Objetivo: Objetiva apresentar aos congressistas a importância da arquitetura hospitalar no auxílio a manutenção e promoção da saúde no Brasil e no mundo, no desenvolvimento de diversos grandes hospitais e ambiente de saúde além de sua interferência e influência no controle das infecções hospitalares. Metodologia e fonte de dados: Esta revisão histórica e bibliográfica utiliza como fonte básica de dados as diversas bibliotecas virtuais disponíveis ao público, como lilacs, bireme e SciELO. E os livros História Ilustrada da medicina e Personagens da História da Medicina de Silva ADS. A pesquisa foi realizada com os seguintes termos chaves: História da Arquitetura hospitalar e arquitetura contra infecções. Discussão: Iniciando no Egito e Índia, a arquitetura hospitalar compõe a base contra a infecção no meio. Na Grécia antiga e em Roma, hospitais eram templos de culto aos deuses locais, tendo como mais conhecido o Templo Grego de Epidauro. A medicina como ciência concreta e racional surge com Hipócrates, 500 a.C., com os primórdios da arquitetura nos templos hospitais. No século IX há a criação dos Hospitais que eram casas de repouso para viajantes construídas próximo as rotas comerciais e mosteiros. Com o surto de hanseníase, nos séc. XII e XIII iniciaram-se a construção de hospitais fora das cidades com a intenção de isolar os doentes. Na Idade Média tinham-se os hospitais mal arejados e planejados, escuros, com doentes juntos, não havendo separação por categorias, facilitando a ocorrência das infecções cruzadas. No século XVII surge o Hospital Hôtel Dieu em Paris, sendo o primeiro com arquitetura mais planejada, com água canalizada e quente, padaria e lavanderia própria. No século XVIII o Hospital Lariboissière foi o primeiro a dividir as alas de acordo com as doenças, abolindo as camas coletivas, reduzindo os casos de infecção hospitalar, e apresentando uma arquitetura seguida por diversos hospitais. Atualmente a arquitetura hospitalar apresenta série de portarias e legislações preconizando ambiente aberto e arejado, com superfícies monolíticas para evitar acúmulo de microorganismos. Conclusão: A arquitetura hospitalar atua junto à medicina desde os primórdios de sua utilização. Busca fornecer aos seus pacientes e equipe de saúde ambientes agradáveis, funcionais e seguros no que tange à infecção hospitalar. Com as preconizações legais na Arquitetura hospitalar foi possível realizar a separação por categorias de doenças diminuindo os casos de infecções cruzada, sendo auxiliado pelas características físicas macro e microvisuais adotadas pelos hospitais. Email: [email protected] 13 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: A história dos transplantes de órgãos Marcelo Ribeiro Artiaga Isac César Roldão Leite Rebeca Marques Margoto Kellen Karenine Pinho de Medeiros Wendel Silva Issi Paulo Juvêncio Gomes Tubino Instituição: Faciplac Objetivo: O objetivo deste trabalho é proporcionar aos acadêmicos de medicina informações históricas sobre os transplantes. Mostrando as dificuldades superadas por grandes médicos do passado, por meio de muita dedicação, para que a técnica se tornasse viável como tratamento. Metodologia e fonte de dados: Este trabalho é uma revisão histórica. Foram utilizados diversos artigos nacionais e internacionais buscados nas bibliotecas públicas virtuais BIREME e LILACS. Discussão: A ideia de transplantes de órgãos ou partes do corpo é tão antiga quanto à humanidade. Na própria Bíblia, a formação de Eva a partir de uma costela de Adão, descrita no livro Gênesis, esclarece bem esse fato. Com o desenrolar da história, as necessidades no campo médico relacionadas à falência de órgãos vitais começaram a fortalecer a concretização do que antes era visto apenas como arbitrário. A maior dificuldade em tornar possível a substituição de um órgão falho por um sadio foram às rejeições relacionadas ao sistema imunológico do receptor. Por isso, apenas no final do século XX com o advento dos imunossupressores os transplantes puderam passar de um campo relativamente estagnado para um de grandes conquistas orientadas para o prolongamento da vida. Nesse meio tempo, diversas tentativas foram realizadas destacando a ousadia e perspicácia dos cientistas envolvidos em promover avanços na área. Conclusão: O conhecimento das tentativas e obstáculos na história dos transplantes de órgãos contribuem de forma positiva para o entendimento desse tipo de tratamento. Hoje, graças aos grandes nomes associados a essa longa caminhada de conquistas na área dos transplantes, órgãos como: pâncreas, fígado, pele, pulmão, rim, medula óssea, córnea, intestino e até mesmo coração são comumente transplantados em quase todo o mundo. Email: [email protected] 14 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: A Importância do Laboratório de Habilidades e Simulação na formação Médica Paulo D'Arcadia de Brito Neto Douglas Fernando Corrêa Antonio Carlos Souza Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Explanar sobre a função e importância do laboratório de habilidades médicas na formação dos alunos de medicina, além de esclarecer quais os materiais necessários para a composição e funcionamento destes cenários. Metodologia e fonte de dados: Consiste no método dialético de leitura e explanação baseada em livros, sites e artigos publicados no Pubmed e Scielo. Além de exposição de fotos dos ambientes das salas de exercícios práticos, explicitando o objetivo de cada cenário e como se dão as práticas de cada local. Discussão: Segundo o Instrumento de Avaliação do Curso de Medicina - produzido em 2010 pela Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes) - em que são definidos os indicadores, conceitos e critérios de avaliação de competências, conhecimentos, habilidades e atitudes dos alunos dos cursos das escolas médicas do país, os Laboratórios de Habilidades são requeridos para sua qualificação. Um laboratório de habilidades pode permitir a interação entre o ensino da formação acadêmica e a pesquisa do desenvolvimento. Baseado no assunto, foi escolhido o laboratório morfofuncional do ICDF – Taguatinga como ambiente de pesquisa para o presente trabalho, a fim de valorizar o ambiente de ensino da Universidade Católica de Brasília e descrever, por meio de fotos, a infraestrutura do local, e analisar sua composição baseado em uma revisão de literatura. Serão apresentadas fotos das salas de sutura e paramentação, monitorização, vias aéreas, ginecologia, trauma e RCP, punção venosa e anatomia funcional. Conclusão: O ambiente de aprendizado disponibilizado pela UCB no ICDF possui recursos que, além de preparar o aluno para o cotidiano médico antes de inseri-lo nesse mundo de forma insegura, está de acordo com as normas técnicas estabelecidas. Logo, esse ambiente pode servir de campo de treinamento para o Ensino Baseado em Simulação dedicado a estudantes da graduação em medicina. Isso coloca a UCB em um nível privilegiado, pois são poucas as escolas de medicina com esses espaços. Email: [email protected] 15 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: A importância do pit stop do paciente durante o check-out e trânsito no hospital em momento pós-cirúrgico Maysa Siqueira Lopes de Oliveira Arivaldo Bizanha Bárbara Guimarães Avelar Letícia Cardoso Morales Clara Roriz Fernandes Naira Coutinho Oliveira Rocha Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O artigo versa sobre a importância de uma rotina da equipe multiprofissional de centro cirúrgico durante o trânsito de seus pacientes dentro do hospital. É fundamental ter um check out bem acompanhado, além de um sistema de pit stop aos pacientes durante a anestesia e intervenção cirúrgica. Metodologia e fonte de dados: Este artigo é resultado de um estudo teórico com utilização de procedimentos da pesquisa bibliográfica nas bases de dados PubMed e MedLine bem como, a percepção clínica do cuidado necessário ao paciente durante a rotina acadêmica em centro cirúrgico. Discussão: Compreender todos os estágios pelo qual um paciente deve passar dentro de um hospital ou entidade clínica durante a sua internação é de fundamental importância para a equipe multiprofissional que está preparada para recebê-lo. Um problema comum relatado na abordagem médica é a possibilidade de haver complicação de um paciente durante o seu transporte pós-cirúrgico do Centro Cirúrgico (CC) para UTI. Tendo em vista tais ocorrências, os grandes centros médicos tem adotado um sistema de pit stop no CC. Trata-se de um método integrativo com toda a equipe de saúde especializada, onde incluem-se as seguintes etapas: 1- anterior à ida do paciente ao centro cirúrgico, são checadas salas preparadas, com o material e kit cirúrgico específicos, enfermeiro, anestesiologista e cirurgião prontos para o procedimento, revisão da história clínica e confirmação da cirurgia. 2- intervenção cirúrgica acompanhada por pelo menos 1 anestesiologista, 1 enfermeiro, 1 instrumentador e 1 cirurgião. 3- anterior à saída do paciente do CC, o anestesiologista deve certificar-se da retomada pós-anestésica, preparação do paciente para saída com ventilação mecânica, chamar o elevador com antecedência e transitar com o paciente sem paradas nos corredores. 4- na chegada do paciente à UTI, é dever da equipe repassar aos médicos intensivistas o histórico do paciente bem como sua resposta em relação ao procedimento no CC. Conclusão: É considerado um procedimento cirúrgico bem realizado todo aquele que ocorre por inteiro sem complicações. Embora a medicina tenha avançado ao ponto de serem evitadas grande parte das complicações, qualquer intervenção cirúrgica ainda envolve riscos. À equipe médica, cabe a função de colaborar para que sejam diminuídos os riscos durante o acompanhamento do paciente em todo o seu processo, desde à chegada até a anestesia, cirurgia e pós-cirúrgico. Email: [email protected] 16 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: A influência da infecção pelo Papiloma Vírus Humano no desenvolvimento do câncer de cabeça e pescoço Diego Vinícius Gonçalves Santana Daniela Mitsue Suzuki Ana Rosa Costa Melo Camila Valadares Santana Rech Fellipe Marques da Silva Araujo Keydson Augustine Sousa Santos Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Demonstrar a importante relação entre a infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) e o desenvolvimento de câncer (CA) de cabeça e pescoço. Metodologia e fonte de dados: O presente trabalho trata-se de uma revisão de literatura que utilizou como base de dados as plataformas de pesquisas do PUBMED e Scielo. Utilizaram-se as palavraschave: “HPV”, “head and neck cancer” e “Head and neck cancer and causes”. Não teve limitação quanto ao ano da publicação. Discussão: O câncer de cabeça e pescoço (CCP) é o quinto tipo mais comum de CA. Os principais fatores de risco são o álcool e fumo, mas outros fatores, como a infecção pelo HPV, podem influenciar o desenvolvimento deste tipo de CA. Certos tipos HPVs estão envolvidos na gênese de doenças malignas como os CAs genitais, bem como CCP, sendo fator de risco em 25% dos casos deste. Kreimer et al demonstraram que os tipos mais comuns eram 16 e 18, assim como nos tumores genitais. Esta relação foi comprovada pela detecção de DNA de HPV em lavados orais e anticorpos HPV específicos em casos de CCP. Mork et al descobriram que os pacientes com sorologia positiva HPV16 teve mais de 14 vezes o risco de CA de orofaringe em comparação com os com sorologia negativa. Apesar do modo de transmissão do HPV no CCP não ter sido elucidado, o comportamento sexual foi associado à maior risco. Estima-se que 65-100 % dos adultos sexualmente ativos foram expostas ao HPV em qualquer local anatômico. Atualmente a classificação dos CCP não se leva em conta apenas sua localização e tamanho, mas também a presença da infecção pelo HPV. O CA HPVnegativo tem o desenvolvimento semelhante ao tipo tradicional de carcinoma epidermóide do trato aerodigestivo superior, em que a exposição a longo prazo aos fatores de risco leva à malignidade. Já o HPV-positivo pode se desenvolver independentemente da exposição a outros fatores. Conclusão: A relação entre a infecção pelo HPV e o CCP ganhou destaque nos últimos tempos devido à campanha de vacinação contra o HPV. Sabe-se que está ocorrendo um aumento importante da infecção pelo HPV, o que pode determinar um aumento no número de casos de CA a ele relacionados. Desse modo há necessidade de fortificar as ações preventivas contra infecção pelo HPV e de estudos adicionais para completa compreensão do desenvolvimento do CCP, o que irá fornecer melhora na intervenção e terapêutica. Email: [email protected] 17 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: A influência da mudança do estilo de vida no tratamento das dislipidemias Diego Vinícius Gonçalves Santana Thais Reggiani Cintra Frederico Moraes Rodrigo Pereira Pio Tainá Alves Martins Cordeiro Gibran Antônio Garcia Daher Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Salientar a importância da mudança do estilo de vida (M.E.V.) e sua ação na alteração dos parâmetros lipídicos em pacientes portadores de dislipidemias. Metodologia e fonte de dados: Trata-se de uma revisão da literatura que utilizou como base de dados as diretrizes de dislipidemias da Sociedade Brasileira de Cardiologia e as plataformas de pesquisas do PUBMED e Scielo. Utilizaram-se as palavras-chave: “dyslipidemia” e “diet”. Não teve limitação quanto ao ano da publicação. Discussão: A dislipidemia é uma morbidade com alta prevalência em nossa população, e se configura como uma das causas fundamentais de doenças coronarianas ateroscleróticas. Pode ser classificada em hipercolestorolemia isolada ou mista (CT ou LDL-C), hipertrigliciridemia (TG) e baixa do colesterol ligado à HDL (HDL-C). Além do tratamento medicamentoso, o tratamento não medicamentoso também é de grande importância na mudança dos parâmetros lipídicos, sendo até mesmo utilizado como única opção terapêutica em alguns casos. Este tratamento conhecido como “MEV” inclui as mudanças dietéticas, perda de peso, prática de atividades físicas e cessação do tabagismo. Sabe-se que os níveis séricos de CT e TG são aumentados em função do consumo exagerado de alimentos ricos em colesterol, carboidratos, ácidos graxos (AG) saturados, AG trans e calorias. Portanto a redução da ingesta desses alimentos, combinados com o aumento da ingesta de fitoesteróis, fibras solúveis e soja podem ajudar na redução da hipercolesterolemia. Já a perda de peso possui efeito nos três tipos de dislipidemias, com uma magnitude maior na redução do TG. A prática de atividades físicas regulares possui nível de evidência A no tratamento dos três tipos, com uma magnitude maior no aumento do HDL-C e diminuição do TG. Por fim, a cessação do tabagismo possui uma maior magnitude no aumento do HDL-C, com provado nível de evidência B. Conclusão: Devido à alta prevalência da dislipidemia e das graves consequências associadas a essa doença, o tratamento não medicamentoso torna-se essencial para o controle do perfil lipídico destes pacientes, e sempre deve estar presente, independente da necessidade do tratamento medicamentoso. A resistência dos pacientes na adoção dessas “mudanças no estilo de vida” pode ser um dos fatores limitantes desse tipo de tratamento, algo que deve ser muito bem trabalhado pelo clínico. Email: [email protected] 18 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: A influência das condições socioeconômicas na incidência da dengue no Distrito Federal Natália Gontijo Ribeiro Henrique Freitas Araújo Carlos Bernardo Tauil Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Correlacionar a incidência de casos de dengue com aspectos socioeconômicos das Regiões Administrativas do Distrito Federal. Material e métodos: Realizou-se uma análise comparativa entre os indicadores socieconômicos das 31 Regiões Administrativas do Distrito Federal (DF) e a taxa de incidência da dengue no ano de 2014 no DF. O indicador socioeconômico utilizado foi o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), obtido através do site Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil com dados de 2010. Para os valores da incidência de dengue no DF, utilizou-se o Informativo número 46 da Secretaria de Vigilância Sanitária do DF. O cálculo da correlação entre IDH e a incidência de dengue foi feito através da função PEARSON do MS EXCEL. Discussão: Observa-se que a menor incidência dos casos de dengue ocorreu na Região Administrativa (RA) do Sudoeste/Octogonal que, embora não possua o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), possui um dos maiores índices do Distrito Federal (DF). Já a maior incidência ocorreu na RA da Fercal, que possui o menor IDH do DF. Estes dados já apontam para uma relação inversamente proporcional entre o IDH e a incidência dos casos de dengue. Com o cálculo do coeficiente de correlação de Pearson, encontrou-se uma correlação inversa moderada entre esses dois indicadores: -0,487. Conclusão: Pode-se afirmar que as condições socioeconômicas - mensuradas pelo IDH - são fatores protetores quanto à incidência dos casos de dengue no Distrito Federal, embora não sejam seu principal determinante. Assim, ações que visem melhorias nas condições socioeconômicas devem refletir positivamente no combate à dengue. Email: [email protected] 19 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: A pesquisa em animais e seus aspectos éticos Natália Pierdoná Daniela Vinhaes dos Reis Larissa Araújo Dutra de Carvalho Natália Cristina Moreira Neves Nathália Gomes Mialichi Armando José China Bezerra Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Fazer uma breve revisão sobre o uso de animais para fins de pesquisa ao longo da história, relacionando à criação de leis de proteção a esses animais, e destacar os aspectos éticos envolvidos neste contexto. Metodologia e fonte de dados: Realizou‐se uma revisão de literatura tendo por base artigos científicos disponíveis na base de dados SciELO, publicados a partir de 2005, utilizando-se as palavras-chave:“Research in animalsethicalaspects”. Também foramaproveitadas informações disponíveis em sites confiáveis que discorrem sobre o assunto. Discussão: O uso de animais com a finalidade de pesquisa tem sido feito e debatido desde a Antiguidade, e essas discussões há muito envolvem as questões éticas desta prática. Já no século XIX, o grande fisiologista Claude Bernard dizia ser parte da postura do cientista indiferente ao sofrimento dos animais de laboratório. Posteriormente, ainda no século XIX, surgiram as primeiras sociedades protetoras dos animais e a primeira lei a regulamentar o uso de animais em pesquisa, que foi proposta no Reino Unido, em 1876. Em 1959 Russell e Burch publicaram um livro no qual explicaram os princípios para a utilização de animais em pesquisa. No livro, a tese deles ficou conhecida como “princípio dos 3 Rs” e engloba: Replace, Reduce e Refine. Essa tese faz uma adequação no sentido de humanizar a utilização de modelos animais em experimentação. Em 1978, a UNESCO, estabeleceu a Declaração Universal dos Direitos dos Animais. Neste documento foram lançados os grandes temas de discussão sobre este assunto. Atualmente, no Brasil, a lei nº 11.794/08 (Lei Arouca), estabelece procedimentos para o uso científico de animais. Dentre as principais mudanças que esta lei estabeleceu, está a criação do CONCEA (Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal) e a obrigatoriedade da constituição das CEAUs (Comissões de Ética no Uso de Animais) em instituições com atividades de ensino ou pesquisa com animais. Conclusão: As pesquisas que utilizam modelos animais para sua realização não foram questionadas por muito tempo porque tinham um alto impacto social, possibilitando avanços científicos de grande relevância para a medicina. Atualmente, entretanto, quem deseja trabalhar com animais deve ter um conhecimento das leis em vigência no país e tentar ao máximo segui-las. Os direitos dos animais devem ser respeitados para que os avanços em pesquisas possam caminhar lado a lado com os aspectos éticos desta prática. Email: [email protected] 20 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: A polêmica do aborto provocado: papel do médico x questões ético-legais Natália Cristina Moreira Neves Yasmine Oliveira Vieira Hilana Renata Moreira Araújo Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Objetiva-se trazer esclarecimentos sobre a questão do abortamento induzido que é um tema que está muito em evidência nos últimos tempos. Foi enfatizado a real função do médico e o ponto de vista legal sobre esse assunto. Metodologia e fonte de dados: Para confecção desta revisão de literatura utilizou-se a busca de artigos científicos presentes na base de dado Scielo entre os anos de 2010 a 2014, bem como documentos encontrados no site do Ministério da Saúde. As palavras-chave pesquisadas foram: aborto provocado, aborto induzido e abortamento. Discussão: Conceitua-se abortamento como o término de uma gestação cujo feto tenha menos de 500g ou idade gestacional inferior à 20-22 semanas, podendo ser um ato desejado ou involuntário. O aborto induzido é crime segundo os artigos 124 a 127 do Código Penal Brasileiro. Existem apenas duas situações que há amparo legal para esta prática: quando a gestante corre risco de vida ou em caso de estupro, se a mulher desejar interromper a gravidez. Atualmente, o aborto é visto como um problema de saúde pública devido aos níveis elevados de morbimotalidade materna. O papel do médico frente a um aborto provocado é fornecer a assistência adequada a fim de garantir a sobrevida e evitar complicações. Neste caso, apesar de ser um ato ilegal não cabe ao médico julgar ou condenar a paciente pelas suas escolhas. Cumprindo-se o atendimento, torna-se fundamental fornecer orientações sobre o planejamento familiar para que se evite novos abortamentos futuros. O médico deve zelar pelo sigilo profissional garantido pelo Código de Ética Médica (Resolução CFM nº 1.931/09), estando impedido de denunciar a paciente para qualquer autoridade, seja ela policial, judicial ou o Ministério Público. Se houver descumprimento do que é preconizado pela legislação, o mesmo poderá responder por infringir a lei vigente no país. Conclusão: Por se tratar de uma prática executada clandestinamente, o abortamento provocado é responsável pela quarta causa de morte materna. O médico deve prezar pelo respeito aos direitos humanos das mulheres, agindo com imparcialidade e afastando qualquer tipo de discriminação, independente de crenças religiosas ou ideologias pessoais. Ou seja, espera-se que ele garanta a privacidade no atendimento e a confidencialidade das informações. Email: [email protected] 21 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Abdominoplastia tardia para tratamento de sequelas pós-correção de extrofia vesical Higor Nogueira Paes Flávia Toledo Simões Camila Pereira Rosa Pedro Guilherme Cabral Lara Mundim Alves de Oliveira José Egídio Novais Simões Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Realizar uma revisão crítica sobre os potenciais efeitos da abdominoplastia como uma abordagem para a correção de deformidades na parede abdominal inferior em pacientes que já foram submetidos a um tratamento primário da malformação urogenital em questão. Metodologia e fonte de dados: Foi utilizado o método de busca com pesquisa em artigos acadêmicos, indexados nas bases de dados PubMed, Scielo e Revista Brasileira de Cirurgia Plástica. O trabalho foi confeccionado a partir de publicações de 2009-2013. Foram utilizados os seguintes descritores: “Bladder exstrophy”, “Urogenital surgery” e “Abdominoplasty”. Discussão: Uma das malformações mais graves do trato gênito-urinário é a extrofia vesical e na maioria das vezes são quadros de extrema complexidade para cirurgiões pediátricos e urologistas normalmente sendo necessários vários estágios de reconstrução. Apresenta prevalência de 2,3 meninos para cada menina e incidência por volta de 1:50.000 nascidos vivos. Por se tratarem de quadros complexos, as abordagens cirúrgicas para a correção podem ser controversas, e para uma boa avaliação dos casos são levados em conta três aspectos essenciais: função fisiológica; aparência cosmética e imagem física; e adaptação social e psicológica. Após o tratamento primário realizado nos primeiros anos de vida com objetivo funcional, os pacientes que portam malformações do complexo extrofia-espispádia, incluindo extrofia vesical, podem se apresentar para correções de sequelas e deformidades abdominais gerados após o tratamento inicial. Considerando o crescimento e definição da distribuição pilosa e adiposa, bem como após a finalização do tratamento urológico, a correção secundária se faz importante. A correção secundária não trata apenas de aspectos funcionais, mas também engloba a estética, e consequentemente o estado psicológico dos indivíduos. Conclusão: A reconstrução estética precedida pela funcional, de fato contribui para uma melhora na qualidade de vida de pacientes que obtiveram sequelas e deformidades geradas pela correção primária e protocolo nos casos de extrofia vesical. Devido às diferentes manifestações clínicas, há a necessidade de adaptar os procedimentos cirúrgicos. Este trabalho pretende relatar a importância da técnica cirúrgica estabelecida e “otimizada” para a correção das paredes abdominais desses pacientes. Email: [email protected] 22 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Abortamento- Relato de caso Douglas Fernando Corrêa Maisa da Silva Dulci Medeiros Rayanne Garrido Monteiro de Andrade Paulo D'Arcadia de Brito Neto Rafael Pontes Almeida Maria Edineide Monteiro de Andrade Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Descrever sobre as medidas tomadas em um caso de abortamento, a fim de esclarecer o que é e não é permitido, preparando as pessoas da área da saúde nas decisões que devem ser adotadas numa situação semelhante. Descrição do caso: EJM, feminino, 31 anos, hígida, primigesta, G1P0A0, não soube referir DUM, realizou sua primeira USG na 8º semana de gestação, evidenciando feto de 1,6 centímetros, compatível com a idade gestacional, com 146 bfpm, sem evidências de anormalidade. A paciente então foi orientada a retornar na 12º semana gestacional. Na 10º semana gestacional, sentiu dor súbita em fisgada na região pélvica, de pequena intensidade, aliviada com compressa de água morna, sem fator de piora e sintomas associados. Há 3 dias, expeliu muco viscoso, de coloração amarelo escuro, de aproximadamente 1 mL, sem sangramentos. Há 2 dias, acordou com corrimento vaginal, de grande quantidade, de coloração amarelo escuro, procurando a emergência do HRC, evidenciando colo uterino fechado, sendo diagnosticada com aborto retido. A conduta foi aguardar a expulsão espontânea do embrião. Discussão: Abortamento é a morte ovular ocorrida antes da 22º semana de gestação e o processo de eliminação deste produto conceptual é chamado de aborto. Aborto retido é a morte ovular sem eliminação de qualquer parte fetal ou placentária. O diagnóstico é feito pela clínica (colo fechado, útero incompatível com atraso menstrual, sangramento ausente ou presente em pequena quantidade), por exame laboratorial (testes de gravidez) e por ecografia pélvica transvaginal, que é o método de padrão ouro. As condutas preconizadas para este caso são a expectante (eliminação fisiológica) e a ativa (curetagem uterina). A conduta médica tomada, foi insegura devido a paciente estar exposta a um maior risco de infecções além de a paciente ser liberada após prescrição de Methergin, indicado na prevenção e tratamento da hemorragia pós-parto e pós-aborto, devido à atonia uterina, porém esse não era o caso da paciente. Conclusão: O conhecimento das condutas indicadas e as situações na qual devemos tomá-las é essencial para favorecer um melhor prognóstico dos pacientes nessa situação. A importância deste trabalho está baseada nesses aspectos, uma vez que a prática clínica muitas vezes tem costumes errôneos, portanto, é importante se atualizar para que as complicações sejam reduzidas. Isso é claramente notado neste relato de caso. Email: [email protected] 23 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Achados de H. pylori em pacientes assintomáticos: tratar ou não? Mariana Mai Akaishi Thamara de Oliveira Vasconcelos Camila Valadares Santana Recch Fellipe Marques da Silva Araujo Daniela Mitsue Suzuki Heinrich Seidler Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Determinar o tratamento ou não de erradicação do Helicobacter pylori (H. pylori) em pacientes infectados assintomáticos e analisar suas vantagens e desvantagens. Metodologia e fonte de dados: Para a realização do estudo, foi realizada uma revisão de literatura a partir de artigos disponíveis nas plataformas Scielo, Pubmed e Lilacs no período de 2009 a 2015. Também foi utilizado o II Consenso Brasileiro sobre Helicobacter pylori. Discussão: O H. pylori é considerada a bactéria de maior prevalência mundial e sua presença está relacionada a várias patologias gastrointestinais como gastrites, úlceras duodenal e gástrica, linfoma tipo MALT e adenocarcinoma gástrico. Tem destaque na oncologia pois é a única bactéria carcinógena conhecida e segundo um estudo caso-controle (NOMURA et al 1991), indivíduos infectados por H. pylori tem de três a seis vezes mais chance de desenvolver câncer gástrico. A maioria dos pacientes apresenta-se assintomático e por isso não existe um consenso que preconize o tratamento indiscriminado da erradicação da bactéria. Existem estudos (RODRIGUES et al, 2012) que mostram que a presença do H. pylori pode proteger ou não ter efeito sob outras doenças como a doença do refluxo esofágico e asma. Por outro lado, há estudos (FORD, 2014) que demonstram que a erradicação da bactéria reduz a incidência de câncer gástrico em pacientes assintomáticos. A única concordância entre os profissionais de saúde é de que a erradicação do H. pylori está indicada em todos os pacientes com úlceras pépticas pois existe uma associação com as recidivas. O II Consenso Brasileiro sobre H. pylori não obteve consenso sobre a indicação do tratamento na dispepsia funcional mas sugere a erradicação nas úlceras, linfoma MALT, risco de câncer gástrico e em pacientes com uso de AINES. Conclusão: O H. pylori é uma bactéria que oferece um grande risco para a saúde por ser causadora de várias doenças gastrointestinais e extraintestinais. Por outro lado, por se apresentar na maioria das vezes assintomática, existe uma polêmica sobre sua erradicação, pois pode conferir a proteção contra outras doenças. Desse modo, o tratamento depende do conhecimento do profissional de saúde, do tipo de doença que a bactéria irá causar e da escolha do paciente. Email: [email protected] 24 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Acidente vascular encefálico hemorrágico após enxerto de prótese biológica de valva aórtica Carolina Fernandes de Almeida Camila de Lima Vieira Aressa Leal Feitosa Fillipe Ferreira Rodrigues Marcelo Ribeiro Artiaga Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Relatar caso de valvoplastia aórtica com colocação de prótese biológica que apresentou como complicação pós-operatória acidente vascular encefálico hemorrágico, incidente infrequente na operação de colocação de enxertos biológicos. Descrição do caso: SCB, masculino, 53 anos, branco, casado. Possui história de hipertensão arterial sistêmica e troca valvar aórtica por cardiopatia reumática há 7 anos, com uso de prótese metálica, cursando bem após a alta. Em novembro de 2014, foi admitido no Hospital de Base do Distrito Federal com suspeita de endocardite bacteriana. Com piora do quadro evidenciada radiológica e laboratorialmente, realizou outra troca valvar em 06/01/2015 no Instituto do Coração do Distrito Federal, com prótese biológica. No pós-operatório, realizou-se anticoagulação profilática. No 15º dia pós-operatório, apresentou acidente vascular encefálico hemorrágico em topografia de fossa posterior (cerebelar), apresentando urgência neurocirúrgica de descompressão por derivação ventricular externa. A evolução pós-operatória foi lenta, porém o paciente recebeu alta assintomático. Discussão: O acidente vascular encefálico é a segunda principal causa de morte e a maior causa de incapacidade em todo o mundo. É classificado em hemorrágico e isquêmico cujos fatores de risco podem não contemplar ambos concomitantemente e, portanto, a prevenção deve ser direcionada para cada um deles de maneira distinta. No caso supracitado, o paciente apresenta hipertensão arterial sistêmica e uso de anticoagulação profilática no pós-operatório como fatores de risco para o acidente vascular encefálico hemorrágico (AVEh). Em contrapartida, os possíveis eventos tromboembólicos resultantes da cardiopatia reumática e da valvoplastia aórtica com colocação de prótese biológica, são fatores de risco para um acidente vascular encefálico isquêmico (AVEi). Observa-se, portanto que, os fatores de risco para o AVEh suplantaram os demais, corroborando para o desfecho de um caso característico. Conclusão: A incidência de eventos vasculares e tromboembólicos em pacientes submetidos a trocas valvares é alta e tem relevância no pós-operatório desses indivíduos. A história pregressa de hipertensão arterial é fator de risco para hemorragias intracranianas. A escolha pela profilaxia do embolismo e, por conseguinte, do AVEi pode resultar em AVEh apesar dos acidentes isquêmicos serem os mais comuns no pós-operatório. Email: [email protected] 25 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Acidente vascular encefálico isquêmico em paciente com agenesia de cerebral anterior contralateral Thiago Nunes Figueiredo Cabral Karlos Jennysson Sousa Soares Carolina Lopes Iwakami Thiago Vicente Ferro Karina Mezalira Instituição: FACIPLAC Objetivo: Relatar um caso de acidente vascular encefálico isquêmico de artéria cerebral anterior (ACA) associado a uma anomalia vascular do polígono de Willis com artéria cerebral anterior contralateral ausente. Descrição do caso: Mulher, 44 anos, vem ao pronto-socorro com história de cefaleia de início súbito, leve-moderada, pulsátil, sem irradiações, frontal, intermitente, com melhora espontânea há 3 dias. Sem história de febre ou vômitos. Exame físico: sinais vitais estáveis, lentificação psicomotora, paraparesia leve (força grau IV), sem sinais meníngeos ou alterações de pares cranianos. Tomografia computadorizada de crânio sem contraste, evidenciou área hipodensa nas porções mediais dos lobos frontais. Ressonância magnética de crânio comcontraste evidenciou hipersinal no Flair e T2, cortico/subcortical nas porções mediais dos lobos frontais, com extensão às cabeças dos núcleos caudados, parte do putamen e da cápsula externa à esquerda e tálamos, com realce pelo contraste, com extensão até o bulbo olfatório, compatível com lesão isquêmica em território de ACA. Angioressonância cerebral evidenciou agenesia de ACA direita. Discussão: Variações na ACA são mais comuns nos segmentos distais. Foram descritas variações de comprimento e diâmetro. A hipoplasia corresponde a 10%, enquanto que a aplasia de segmento proximal da artéria cerebral anterior (A1),corresponde a 1-2% dos exames pós-morte. Hipoplasias e aplasias estão relacionadas a dilatação ou deposição de ateroma do segmento A1 contralateral da ACA. Este caso, descreve ausência de A1 direita, onde os segmentos distais da artéria cerebral anterior (A2) estavam sendo fornecidos pela A1 esquerda. A anomalia vascular de A1 ipsilateral causou alteração da dinâmica de fluxo, conduzindo ao surgimento de placa de ateroma, facilitando a ocorrência de acidente vascular isquêmico no território desta artéria. Conclusão: Anomalias vasculares no Polígono de Willis frequentemente estão associadas com acidente vascular encefálico, devendo ser investigados em pacientes com queixas neurológicas e tratadas respeitando sua anatomia, variações e preferências do paciente. Email: [email protected] 26 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Agenesias uterina, ovariana e renal na Síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser: relato de caso Ludmila Borges Eckstein Canabrava Greice de Campos Oliveira Bruna Gabriel Heinen Camila Dias Rodrigues Raphaela Mendes Moreira Demétrio Gonçalves Gomes Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Relatar caso de uma paciente jovem diagnosticada com Síndrome de Mayer-RokitanskyKuster-Hauser após realização de exames de imagem que evidenciaram agenesias renais e ginecológicas. Descrição do caso: C.L.L.S., 16 anos, feminino, relata ausência de menarca. Desde os 14 anos, sente dor abdominal baixa mensal. Refere coitarca há 2 meses, mas sem penetração completa. Ao exame físico, colo não visualizado e não palpável, vagina curta (3 cm) e palpação de membrana vaginal transversa. Diante do exposto, solicitou-se rotina pré-operatória para plastia de septo e ultrassonografia (US) pélvica para confirmação diagnóstica. Na US, útero e ovários não foram visualizados. Realizou-se ressonância magnética pélvica e abdome, que confirmaram agenesia do útero e dos 2/3 superiores do canal vaginal, agenesia do rim direito e ausência de ovário direito. O novo diagnóstico foi Síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser. Solicitou-se cariótipo e encaminhamento da paciente para psicologia. Discussão: A Síndrome de Rokitansky é uma forma de agenesia mülleriana caracterizada por agenesia parcial ou completa da vagina e anormalidades uterinas e tubárias. É a segunda causa mais comum de amenorreia primária. O cariótipo é 46,XX e os caracteres secundários são normais. Os ovários estão normais em até 80% dos casos, mas outras malformações podem ocorrer, sendo as renais as mais comuns. O quadro clínico é caracterizado por amenorreia primária, impossibilidade de coito, dispareunia, e, em alguns casos, cólicas cíclicas, que decorrem da dor da ovulação. Ao exame físico, há vagina em fundo cego, reduzida ou ausente e não palpação de colo e corpo do útero. O diagnóstico comumente ocorre na adolescência com exames de imagem, cariótipo e investigação de possíveis malformações associadas. O tratamento clínico consiste em dilatação do canal vaginal e o tratamento cirúrgico em criação de neovagina. Conclusão: A Síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser é uma doença que, apesar de rara, deve ser conhecida pelos profissionais de saúde, pois sua suspeita possibilita um diagnóstico precoce podendo, portanto, minimizar as repercussões psicológicas e os conflitos de autoimagem que a doença possa ocasionar. Email: [email protected] 27 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Alimentação e Câncer: Da Prevenção ao Tratamento Luiz Guilherme Henrique Sales Batista Octávio Luiz Franco Ettore Mendes Azenha Gabriel Veloso Cunha Guilherme Meneses Dourado Rosalvo Streit Junior Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O presente trabalho visa tornar a terapêutica e o combate ao câncer por meio da alimentação um conhecimento público, uma vez que reunirá inúmeras dietas propostas juntamente com uma série de alimentos que realizam a prevenção e o tratamento, de forma menos agressiva, do câncer. Material e métodos: Foram utilizados dados da BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), artigos científicos (MedLine, Scopus, Scielo e outros), os livros “Anticancer” e “The Cihina study” e dietas propostas por cientistas no período de 2000 a 2015, a fim de propiciar uma ampla área de estudos para se obter êxito e embasamento científico acerca das dietas e alimentos propostos. Discussão: O câncer é um dos principais males que assolam a sociedade contemporânea. Posteriormente a inúmeras tentativas de tratamentos convencionais não constatou-se, em muitos casos, um progresso significativo do paciente. Todavia, ao voltar-se para tratamentos conjuntos por meio de hábitos alimentares pôde ser percebida uma melhora no prognóstico do paciente. A prevenção por intermédio da alimentação mostra resultados extremamente interessantes, como no caso de um paciente masculino de 35 anos com quadro de emagrecimento, história de câncer de peritônio, adenocarcinoma intestinal e pâncreas, que após submeter-se a dietoterapia por 24 dias obteve melhora clínica do quadro abdominal e da desnutrição calórica proteica. Percebe-se, portanto, que a terapia nutricional pode ser introduzida como tratamento adjuvante durante a terapia anticâncer. Conclusão: A partir da realização do trabalho, nota-se que os alimentos são poderosos fatores de alteração na prevenção e tratamento do câncer, seja para melhora ou piora dele. Deve-se, portanto, atentar-se a essa questão e propagar as informações para a sociedade, a fim de diminuir os casos de câncer e tratá-los de maneira concomitante com a metodologia tradicional. Email: [email protected] 28 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Alimentos light e diet na gestação Ana Raquel Nascimento Lawall Ana Raquel Souza de Azevedo Izabela Rodrigues Figueiredo Larissa Araújo Dutra de Carvalho Monique Almeida Vaz Fábio Santana dos Passos Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Abordar aspectos da alimentação durante a gestação, incluindo alimentos light e diet com as respectivas indicações e contraindicações. Metodologia e fonte de dados: Realizou-se uma pesquisa bibliográfica em livros e artigos de revisão nas bases de dados: Scielo, LILACS, PubMed, MEDLINE e com as palavras chave: “alimentos” associada a “light”, "diet", "gestação” e seus correlatos em inglês, publicados nos últimos 12 anos. Período da pesquisa: junho de 2015. Discussão: Durante uma gravidez normal, são consumidas em média 300 kcal a mais por dia. Para que o balanço energético esteja dentro do esperado, a ingesta calórica deve estar dentro de 30 a 35 kcal/kg/dia, não sendo necessária uma quantidade excessiva de calorias. A alimentação deve incluir frutas, carboidratos e gorduras, de preferência poli-insaturadas. A paciente deve estar atenta para a utilização de alimentos light e diet. Os alimentos diet têm restrição de um grupo de alimento ou mesmo de sódio, mas não possuem restrição de calorias. Já os alimentos light têm restrição de no mínimo 25% do valor calórico e/ou de carboidratos, gorduras, colesterol e sódio, comparando com outro produto tradicional, segundo o Ministério da Saúde. O termo diet deve ser utilizado para alimentos de fins especiais, como dietas com restrição de nutrientes, controle de peso e ingesta controlada de açúcares. A Food and Drug Admnistration (FDA) estabelece alimentos considerados de alto e de baixo risco para utilização na gravidez. Conclusão: O curso adequado de uma gestação depende de uma alimentação balanceada. O profissional de saúde tem que estar capacitado para orientar a paciente e estar atento a alguns sinais e sintomas relacionados à alimentação inadequada para essa fase importante da vida. Email: [email protected] 29 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Alterações da fisiologia cardiovascular durante a gestação e suas possíveis complicações Cristina Abbad Oliveira de Castro Mariana Quaresma Cavalcante Gibran Antônio Garcia Daher Raphael Andrade Gonçalves Borges Mário de Souza Brandão Neto Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O objetivo do presente trabalho é demonstrar a importância do conhecimento das modificações cardiovasculares durante a gestação de mulheres cardiopatas e alertar os profissionais da saúde para as consequências de tais modificações. Metodologia e fonte de dados: Para a elaboração desse trabalho realizou-se pesquisas em livros textos e artigos científicos disponíveis nas plataformas SciELO, PubMed, LILACS e Google Acadêmico. Discussão: Mudanças hemodinâmicas são características durante a gravidez e o trabalho de parto, entretanto, em mulheres cardiopatas, podem acarretar na piora de seu quadro clínico. As doenças cardíacas que atingem futuras mães são notáveis causas indiretas de óbito materno entre a gravidez e o puerpério. Fisiologicamente o corpo materno precisa adaptar-se à nova condição; para tanto, ocorre o aumento da volemia e do débito cardíaco, além da redução da resistência vascular sistêmica e reatividade vascular. O aumento da volemia tem início na sexta semana de gestação e tende a manter o aumento de 30% a 40% na última metade da gestação. Esse mecanismo é responsável pelo suprimento do útero hipervascularizado e atua no controle da perda sanguínea durante o trabalho de parto. A hipervolemia propicia um maior retorno venoso, o que será causa das modificações na contratilidade e distensão do ventrículo esquerdo. A frequência cardíaca também sofrerá aumento e, em conjunto com a hipervolemia e o aumento do volume sistólico secundário, afetará diretamente no aumento progressivo do débito cardíaco. Demonstrou-se diminuição do débito cardíaco quando assumida a posição supina, isso se deve à compressão da veia cava inferior pelo útero gravídico, o que diminui o retorno venoso, gerando hipotensão, bradicardia e síncope, sendo denominada, assim, síndrome da hipotensão supina. Conclusão: No período gestacional, as alterações cardiovasculares ocorrem de maneira progressiva e, por isso, não costumam ser causa de problemas em mulheres saudáveis, que suportam bem as adaptações a serem sofridas. Mulheres cardiopatas, por sua vez, requerem uma equipe com domínio completo das alterações durante a gestação, para que a forte exigência sobre o sistema cardiovascular seja tolerada. Email: [email protected] 30 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Anafilaxia: reação alérgica potencialmente fatal Marina Estábile do Patrocínio Allana Tamiris Bonfim Nogueira Brenda de Castro Canêdo Sarah Rocha Estábile do Patrocínio Natália Pierdoná André Moraes Nicola Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O objetivo do trabalho é demostrar a importância da suspeita clínica, do correto diagnóstico e do início precoce do tratamento para a anafilaxia, uma vez que se trata de uma emergência médica. Metodologia e fonte de dados: Esta revisão foi feita a partir da exploração de sites de sociedades médicas brasileiras, além de artigos científicos publicados no SciELO e no PubMed. Discussão: De acordo com a Associação de Alergia e Imunopatologia e a Sociedade Brasileira de Anestesiologia, a anafilaxia é uma reação de hipersensibilidade sistêmica grave com risco de morte. Apresenta quadro de evolução muito rápido, com alteração de pele e mucosas, do aparelho respiratório, do trato gastrointestinal, do sistema cardiovascular, e/ou do sistema nervoso central. Durante um episódio agudo, a suspeita clínica e a identificação da etiologia são fundamentais para abordagem segura e adequada dos pacientes. Os mecanismos que levam à anafilaxia podem ser imunológicos ou não imunológicos, mas é muito difícil fazer a distinção clinicamente. A anafilaxia resulta da liberação de mediadores biologicamente ativos após a reexposição a um desencadeante. Os episódios de anafilaxia podem ter surgimento rápido e ser unifásicos; ter surgimento tardio, ou, ainda, ser bifásicos. O diagnóstico de anafilaxia é baseado em critérios clínicos definidos. Os principais desencadeantes são: medicamentos, alimentos e veneno de insetos da ordem Hymenoptera. Quanto à gravidade das reações de hipersensibilidade generalizadas, classifica-se em: leve, moderado e grave. O tratamento de primeira linha consiste na aplicação intramuscular, de adrenalina. É crucial também garantir a entrada de oxigênio, em alto fluxo, com máscara em reservatório. Conclusão: Sabe-se que a anafilaxia é subdiagnosticada, principalmente quando é o primeiro episódio do paciente. Pela sua rápida evolução para óbito, é essencial que qualquer profissional da área da saúde esteja familiarizado com seu diagnóstico e tratamento. Email: [email protected] 31 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Análise da mortalidade por Silicose no Brasil: Série Histórica (1996-2013) Amanda de Castro Machado Vinícius Pinheiro Nogueira de Almeida George Alencastro de Carvalho Paes Landim Milla Carolina Costa Lafetá Araújo Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Realizar estudo epidemiológico referente à mortalidade da silicose no Brasil em pacientes do SUS. Material e métodos: Foi realizado um estudo epidemiológico descritivo, retrospectivo, utilizando como base dados do DATASUS que citavam a Silicose como causa básica de óbito. Foi escolhida a Classificação Internacional de doenças, CID-10, compreendendo os anos de 1996 até 2013. Os indicadores de Mortalidade foram comparados de acordo com Região, Unidade da Federação, gênero e faixa etária. Discussão: A análise compreendeu o período de 1996 a 2013, no qual foram registrados 1921 óbitos. De acordo com as regiões, houve predominância do sudeste com 1111 óbitos (57,8%), seguido do nordeste 426 óbitos (22,2%), sul 241 óbitos (12,5%) , centro-oeste 125 óbitos (6,5%) e norte 18 óbitos (0,1%). Dos estados, o que apresentou maior mortalidade foi Minas Gerais 495 óbitos (25,8%), seguido de São Paulo 455 óbitos (23,7%). É uma comorbidade quase exclusivamente masculina com 1857 ocorrências desse gênero (96,7%), que atingiu predominantemente a faixa etária dos 40 aos 79 anos com 1498 óbitos (77,9%), sendo 294 óbitos dos 40-49 anos (15,3%), 427 óbitos dos 50-59 anos (22,2%), 451 óbitos dos 60-69 anos (23,5%), 326 óbitos dos 70-79 anos (16,9%). Conclusão: A análise dos dados permitiu observar que, apesar do maior conhecimento adquirido em relação à doença e do aumento do uso do equipamentos de proteção individual por parte dos trabalhadores, houve um aumento da mortalidade por silicose no Brasil nos últimos anos com predominância do sexo masculino na faixa etária dos 40 aos 79 anos. A região com maior taxa de mortalidade foi o Sudeste, com Minas Gerais e São Paulo representando cerca de metade dos óbitos relacionados à causa. Email: [email protected] 32 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Análise de aspectos gerais da Gangrena de Fournier Harlen Ferreira Soares Rodrigues Thamara de Oliveira Vasconcelos Lis Rocha Campos Arivaldo Bizanha Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Abordar aspectos gerais da epidemiologia, fisiopatologia, diagnóstico e tratamento da gangrena de Fournier, visando delimitar a relevância clínica desta grave patologia, apesar de sua raridade. Metodologia e fonte de dados: Esta revisão foi realizada a partir da análise de artigos científicos publicados entre os anos de 2012 e 2014, obtidos através das bases de dados PubMed e Scielo. As palavras-chave utilizadas na busca foram "gangrena de Fournier", "fasciite necrosante", "Fournier's gangrene" e "necrotizing fasciitis". Discussão: A gangrena de Fournier, ou fasciite necrosante, é uma entidade clínica rara que acomete 1,6 a cada 100.000 homens, ocorrendo mais frequentemente na faixa etária entre 50 e 60 anos e 10 vezes mais no sexo masculino, sendo esporádicos os casos femininos. Apesar de incomum, esta patologia possui uma elevada taxa de mortalidade que varia entre 20 e 40%. É caracterizada por uma infecção polimicrobiana da região perineal, seguida de necrose da pele, tecido subcutâneo e tecidos adjacentes, podendo afetar fáscias e músculos. A infecção por múltiplos microrganismos provoca endarterite obliterante e trombose de vasos do subcutâneo, induzindo isquemia tecidual. A redução do fluxo sanguíneo local associada à ação de enzimas bacterianas, como a colagenase, heparinase e hialuronidase, leva à necrose perineal. Pacientes debilitados ou imunodeprimidos podem evoluir para sepse, a causa mais frequente de morte na gangrena de Fournier. O diagnóstico desta doença é clínico, sendo sua síndrome caracterizada por febre e edema escrotal, acompanhados por crepitações, dor e eritema locais. Também é necessário levar em consideração os fatores de risco: obesidade, diabetes mellitus, alcoolismo, imunodepressão e traumas regionais. O tratamento consiste em debridamento cirúrgico e uso de antibióticos de amplo espectro, visando remover o tecido necrótico e cessar o processo infeccioso. Conclusão: A partir deste estudo é possível concluir que a gangrena de Fournier é uma entidade clínica relevante. Apesar de sua raridade, ela apresenta elevadas taxas de complicações e mortalidade, que podem ser reduzidas através do diagnóstico correto e precoce, seguido de tratamento adequado. Email: [email protected] 33 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Anemia Perniciosa: uma abordagem prática Letícia Nogueira Dias Ana Paula Lottici de Brito Pedro Henrique Rosa Silveira Carolina Fernandes de Almeida Feliph Miqueias Alcantara de Souza Hélio Henrique Medeiros Pires Instituição: Escola Superior de Ciências da Saúde Objetivo: A eritropoiese pode ser predicada pela ausência da vitamina B12. A principal causa de déficit dessa vitamina no organismo é a Anemia Perniciosa. Esse estudo objetiva realizar uma revisão bibliográfica sobre o tema, a fim de apresentar a fisiopatologia, diagnóstico e tratamento da Anemia Perniciosa. Metodologia e fonte de dados: Trata-se de uma revisão da literatura científica referente à fisiopatologia, ao diagnóstico e ao tratamento da Anemia Perniciosa. As informações foram colhidas de artigos científicos e guidelines encontrados a partir de pesquisa nas bases de dados (PUBMED e Scielo), através das palavras-chave: “anemia perniciosa”, “vitamina B12”, “vitamin B12 deficiency”, “pernicious anemia”. Discussão: A anemia perniciosa é uma doença de natureza autoimune caracterizada pela falta de fator intrínseco no trato gastrointestinal, normalmente secretado pela mucosa gástrica (célula parietal). Esse fator atua na absorção de vitamina B12, cuja ausência prejudica a eritropoiese. Mantém íntima relação com a gastrite atrófica autoimune, envolvendo a ação de anticorpos antiparietais e anticorpos anti-fatorintrinseco, além de relação com outras doenças de caráter autoimune (tireoidite de Hashimoto, doença de Addison, vitiligo). Os principais sintomas são fraqueza, palpitações, cefaleia, glossite atrófica, parestesia em extremidades, marcha atáxica, perda de sensibilidade profunda. Exames laboratoriais podem revelar anemia megaloblástica, neutropenia, plaquetopenia, hiperssegmentação dos neutrófilos, anisocitose e poiquilocitose. O mielograma é caracterizado por uma medula hipercelular, eritroblastos com aumento de seu tamanho e assincronia núcleo-citoplasma. Outros achados incluem o acúmulo sérico de ácido metilmalônico e homocisteína. O diagnóstico requer a dosagem sérica de cobalamina, de maneira que concentrações acima de 300pg/ml são considerados normais e valores inferiores a esse devem ser investigados. O tratamento é realizado com a contínua reposição via parenteral(intramuscular) de vitamina B12 e possui a capacidade de reverter os sintomas anêmicos e neurológicos. Conclusão: A anemia perniciosa é uma doença com alta incidência, cujas consequências clínicas podem ser reversíveis com o tratamento adequado. Para tal, é necessário que haja conhecimento do quadro clínico e laboratorial da doença, afim de que se diagnostique e trate todos os doentes com esse distúrbio. Email: [email protected] 34 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Anestesia em Cirurgia Plástica Estética Vinícius Oliveira Domingues Arnaud Macedo de Oliveira Filho Alisson Leandro Camillo Pereira Fernanda Caroline Moura Garcez Guilherme Fleury Costa Ícaro Pinto Silva Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Esse trabalho tem como objetivo explanar sobre o emprego da anestesia na cirurgia plástica estética, delineando sobre a relação médico-paciente, consulta pré-anestésica, indução anestésica, monitorização, recuperação e possíveis complicações. Metodologia e fonte de dados: Realizou-se revisão bibliográfica em livros textos e artigos científicos disponíveis nas plataformas SciELO, PubMed, BVS e LILACS. Foram utilizadas as seguintes palavras-chave para a busca: anestesia, cirurgia plástica/estética, cuidados operatórios, consulta préanestésica, sedação em cirurgia plástica. Discussão: A crescente busca por procedimentos de cirurgia plástica estética exige maior habilidade e capacidade técnica dos profissionais envolvidos. O anestesista como parte da equipe de cirurgia deve estar preparado. Quase sempre os procedimentos estéticos são cirurgias eletivas que permitem aos profissionais o planejamento cirúrgico. A consulta pré-anestésica é de fundamental valor como ferramenta de identificação e minimização dos riscos. Nada mais falso que a higidez dos pacientes de cirurgia plástica. A faixa etária de muitos pacientes que procuram os procedimentos estéticos pode estar associada à comorbidades que devem ser analisadas com cuidado. Frequentemente são portadores de problemas físicos, metabólicos, psíquicos e sociais. A boa anamnese e o exame físico completo, mais exames complementares, são guias para orientar a conduta anestésica. A maioria dos serviços de anestesia preconiza jejum de 6 horas para alimentos sólidos e 2 horas para fluidos. A monitorização do paciente deve ser completa. A sedação a ser empregado irá depender do tipo de procedimento que será realizado. As drogas escolhidas pelo profissional devem atender com eficácia as necessidades do procedimento. É comum o emprego de benzodiazepínicos, opióides e os agonistas alfa-2-adrenérgicos. Deve-se estar sempre atento ao risco de hipotermia, principalmente em pacientes idosos. Conclusão:A anestesia para procedimentos de cirurgia plástica eletivos geralmente é muito segura. A alta anestésica é concedida na sala de recuperação, após o paciente estar com respiração espontânea, saturação de oxigênio a 96%, aquecido, sem tremores, já tendo urinado, alimentando e sem vômitos. As complicações que podem ocorrer são vômitos, acidentes vasculares, trombose venosa profunda, insônia, insuficiência ventilatória, hipotensão arterial, hematomas, infecção e alopecia. Email: [email protected] 35 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Anomalias de Personagens Circenses na História da Medicina Alice Garbi Novaes Armando José China Bezerra Leticia Fernandes de Sousa Lis Rocha Campos Pedro Guimarães Pascoal Eduardo Resende Sousa e Silva Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Descrever os casos clínicos de personagens circenses que tiveram repercussão na história da medicina e obtiveram fama por meio de apresentações em Companhias de Circo e Shows de Horrores, desde a criação do circo moderno na Inglaterra do século XVII aos dias atuais. Metodologia e fonte de dados: Estudo descritivo e documental, realizado mediante revisão da literatura de artigos e documentos publicados na base de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), da Biblioteca Virtual da Saúde (BIREME) e livros textos, realizada no período de fevereiro a maio de 2015. Discussão: As exibições de humanos, dotados de algum tipo de anomalia, ocorriam frequentemente em circos entre os anos de 1840 até 1970, em apresentação denominadas “Show de Horrores”. A apresentação de artistas com anomalias foi uma das maneiras encontradas por comerciantes para fortalecer as atividades culturais propiciadas pelo circo e aumentar seus patrimônios particulares. Contudo, como não se sabiam as causas destas deformações físicas e anomalias, as apresentações provocavam curiosidade, não só no público, como também em médicos e cientistas da época. Pesquisadores passaram a estudar essas pessoas, resultando em avanços na medicina, sobretudo relacionados à má formações congênitas, hormonais e seus tratamentos. Os casos clínicos e etiológicos de Annie Jones (“A Mulher Barbada” – hirsutismo), Joseph Merrick (“O Hom em Elefante” – síndrome de Proteus), Fedor Yevtishche (“O Homem Cachorro” – hipertricose), Fanny Mills (“A Menina do Pé Grande” – doença de Miloy), Prince Randian (“O Homem Lagarto” – deformação congênita) e Josephine Myrtle Corbin (“A Mulher de Quatro Pernas” – deformação congênita) serão descritos e ilustrados neste trabalho. Conclusão: A apresentação de pessoas em Show de Horrores marcou a história da humanidade. Como não se sabia as causas destas variações físicas, esses artistas eram considerados por muitas pessoas aberrações da natureza e despertavam a curiosidade do público. O estágio atual de estudo das ciências médicas possibilita o entendimento de muitas das alterações encontradas nesses artistas. Email: [email protected] 36 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Anticoncepcionais hormonais orais e enxaqueca Natália da Silva Araújo Borges Polyana de Oliveira Santana Ana Carolina Franco Cabral Sulani Silva de Souza Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Relatar caso de uma mulher jovem que apresentou exacerbação da enxaqueca após uso de contraceptivo hormonal oral,e ainda assim, continuou com o método contraceptivo, potencializando os fatores de riscos associados. Descrição do caso: Mulher de 29 anos, casada, estudante, refere cefaleia há dois anos, de caráter latejante em região frontal e parietal direita, de forte intensidade. Geralmente a dor é precedida por alterações visuais, como escotoma e flashes de luz. Afirma piora no dia que antecede a menstruação, com exposição à luz e ingestão de alimentos gordurosos. Apresenta melhora momentânea após vômito e alívio progressivo com a menstruação. Durante esse período, afirma administração de mais de um tipo de contraceptivo oral, dentre os quais recorda-se: Cerazette®, Diminut®, Iumi®. Afirma piora significativa dos sintomas da cefaleia após o uso do Diminut®. No momento, refere a suspensão de contracepção hormonal oral e afirma melhora da intensidade e frequência da cefaleia. Discussão: A enxaqueca caracteriza-se por cefaleia unilateral, latejante e, geralmente seguida de fotofobia e vômitos. Quando há sinal neurológico focal é dita com aura. O uso de contraceptivo oral pode determiná-la, induzi-la, modificá-la ou desencadear a crise inicial. O etinilestradiol presente nos contraceptivos orais combinados (COC) aumenta o risco de tromboembolismo, assim há maior risco de acidente vascular cerebral em mulheres com enxaqueca que usam COC, sobretudo quando há aura. Segundo os critérios de elegibilidade, mulheres com enxaqueca sem aura e idade inferior a 35 anos podem iniciar o uso de COC. Entretanto, caso desenvolvam enxaqueca com aura durante uso de COC, este deve ser interrompido. Já as que têm enxaqueca com aura, em qualquer idade, não devem utilizá-lo. Os contraceptivos de progestagênio isolado não aumentam o risco de tromboembolismo, assim podem ser considerados. Conclusão: O uso de contraceptivo hormonal por mulheres com enxaqueca requer cautela. A paciente do caso relatado obteve exacerbação da enxaqueca e desenvolveu sinais neurológicos focais durante uso do contraceptivo oral combinado e, mesmo assim, continuou utilizando-os, o que a expôs a um maior risco de acidente vascular cerebral. O conhecimento das peculiaridades dos métodos contraceptivos possibilita uma conduta médica adequada, assim, riscos potencialmente fatais, como de trombose, podem ser reduzidos. Email: [email protected] 37 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Apendicite na gravidez - quando intervir? Camila Temporim de Alencar Ingrid Wallau Fábio Santana dos Passos Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Analisar as características clínico e cirúrgicas e complicações materno-fetais das pacientes com apendicite aguda na gestação. E também abordar o assunto sobre qual a melhor forma e momento da abordagem cirúrgica na gestante. Material e métodos: Análise retrospectiva de dez casos de apendicite aguda que ocorreram durante a gestação em um período de nove anos, no Departamento de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. A idade das pacientes variou entre 19 e 31 anos(média de 25 anos). Analisou-se os principais achados da história clínica, de exame físico e de exames complementares, da cirurgia, assim como o uso de antibióticos ou tocolíticos e os tipos de evolução da gestação. Semelhante correlação foi estabelecida em relação à presença de perfuração do apêndice cecal. Discussão: No terceiro semestre ocorre maior dificuldade no diagnóstico, pois o útero gravídico desloca o apêndice cecal para uma posição mais elevada na cavidade abdominal, podendo assim provocar um ponto doloroso abdominal mais alto. As contrações de Braxton-Hicks, mais frequentes no final da gestação, dificultam a formação de aderências e o consequente bloqueio apendicular. Há maior complicação no diagnóstico devido ao retardo do aparecimento dos sintomas no terceiro trimestre. Quando analisados os exames complementares, observaram-se casos em que o ultrassom e o hemograma não foram fidedignos, ou seja, os resultados não foram compatíveis com a clínica e/ou diagnóstico.Mas concluiu-se que com a Ressonância Nuclear Magnética sem radiação houve o melhor resultado. Todos os casos foram submetidos a laparotomia exploradora. Tipo de acesso cirúrgico mais utilizado: incisão de Mc Burney (60%), Incisão paramediana direita em 30%, Incisão transversa em 10%. Desses casos houve 30% de perfurações apendiculares, 70% outras formas. Conclusão: O procedimento cirúrgico deve ser indicado o mais precocemente possível, a fim de contribuir para a redução da morbi-mortalidade materno-fetal. Pode ser realizado o procedimento cirúrgico por meio de videolaparoscopia, mas recomenda-se que esse seja até o fim do 2° trimestre. Email: [email protected] 38 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Arte do Teatro Clown no cuidado às crianças hospitalizadas Alessandra de Souza Rocha Allana Laís Rocha Pereira Luciana Cardoso Reis Lara Mundim Alves de Oliveira André Martins Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O objetivo da pesquisa foi averiguar os efeitos da utilização da arte do Teatro Clown no prognóstico das crianças hospitalizadas, a partir de atividades desenvolvidas por alunos de curso de graduação da área da saúde, visando tornar o tempo do paciente no ambiente hospitalar menos traumático. Metodologia e fonte de dados: Para a realização desta revisão, foi utilizado o método exploratório por meio de consultas de artigos acadêmicos, livros, dissertações e relatos de profissionais que trabalham na área pediátrica. Palavras-chaves utilizadas: “hospitalização infanto-juvenil”; “Teatro Clown”; “enfermaria pediátrica”. Discussão: Em 1986, um convidado a participar de um evento em um hospital resolveu satirizar a rotina médica. Para a surpresa de todos, as crianças presentes que se apresentavam decaídas e tristes, participaram da brincadeira e se mostraram ativas e felizes. Assim nasceu o Clown Care Unit. Em 1988, um ator trouxe a iniciativa para o Brasil e assim nasceu o “Doutores Da Alegria”, que visa tornar os dias de crianças e adolescentes nos hospitais menos traumáticos, através de música, mágica, histórias e o próprio Teatro Clown, cujos integrantes se caracterizam com roupas chamativas e interagem com as crianças. O foco do projeto é mostrar que crianças, mesmo que hospitalizadas, devem brincar para se adaptarem melhor àquela realidade, trazendo uma melhor aceitação por parte das crianças e acompanhantes, médicos e outros profissionais que trabalham em tal ambiente. O hospital que utiliza da filosofia da humanização contempla o respeito à dignidade humana, seja ela do paciente, do acompanhante ou dos profissionais da saúde. Avanços tecnológicos na área médica trazem grandes benefícios para o tratamento do paciente, porém ainda não são capazes de explicar certos casos de doenças e hospitalização. Assim, percebe-se que a artes e a filosofia são fundamentais para um tratamento mais amplo e específico, pois elas permitem um maior contato com a realidade humana, o mundo individual e coletivo. Conclusão: A doença e internação tiram o espaço da criança de se desenvolver. O hospital não é um ambiente apenas de dor e sofrimento, nele há um espaço para a esperança, e a magia da vida. O Teatro Clown proporciona um contato diferenciado entre os integrantes do grupo Cia do Riso e os pacientes. O projeto tornou a ala pediátrica um lugar de recreação, e desenvolvimento infantil. A humanização do ambiente hospitalar não se reflete apenas nos pacientes, mas também na equipe que trabalha com essas crianças. Email: [email protected] 39 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Artrite Reumatoide: uma revisão da literatura Matheus Castilho Corrêa Brunna Joyce Borges de Lacerda Maisa da Silva Dulci Medeiros Marianna Miotto Cintra Tayane Oliveira Pires Andre Moraes Nicola Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O objetivo deste trabalho é compreender e estudar a artropatia reumatoide, desde sua fisiopatologia, até as manifestações clínicas, formas de diagnóstico e tratamento. Metodologia e fonte de dados: Foi realizada pesquisa bibliográfica nas bases de dados SciELO, MEDLINE, Bireme e LILACS, através da consulta a artigos publicados nos últimos 4 anos (2011 a 2014). O foco da pesquisa foram os aspectos gerais em relação a artrite reumatoide. Na busca, foram utilizados as palavras-chave: “artrite reumatoide”. O levantamento bibliográfico foi realizado no período de abril a maio do ano de 2015. Discussão: A Artrite Reumatoide é uma doença inflamatória sistêmica autoimune e crônica com prevalência mundial em torno de 0,5 e 1% da população mundial, mais incidente entre os 30-40 anos, em mulheres. Caracteriza-se pelo acometimento da membrana sinovial articular, o qual pode levar a destruição progressiva e simétrica de cartilagens e ossos de pequenas e grandes articulações, sendo mais frequente nas mãos e nos pés. Manifesta-se clinicamente por dor, edema, calor e rubor, bem como deformações articulares do tipo boutonnière ou em “pescoço de cisne”, nos casos não tratados. Além das articulações, pode estar associada a síndrome de Sjögren, necrose com proliferação de fibroblastos e histiócitos epiteliais, nódulos reumatoides, complicações cardíacas ou infecções. O diagnóstico é clínico, laboratorial e radiográfico, feito através de pesquisa de fator reumatoide, anticorpos anti-CCP, ressonância magnética, radiografia de mãos e pés. O tratamento inclui educação do paciente e de sua família, fisioterapia, apoio psicossocial, terapia ocupacional e abordagens cirúrgicas. Além disso, as terapias medicamentosas com uso de anti-inflamatórios não hormonais (AINH), corticoides, drogas modificadoras do curso da doença (DMCD) sintéticas e biológicas e drogas imunossupressoras são úteis para melhora dos sintomas. Conclusão: A Artrite Reumatoide como doença autoimune e crônica, possui caráter agressivo e debilitante, podendo levar a importante limitação funcional, perda da capacidade laboral e da qualidade de vida, além de estar associada a uma menor sobrevida em seus portadores. Nisso consiste a gravidade dessa doença. Assim, se faz necessário um diagnóstico precoce, a fim de que se possa aumentar consideravelmente as chances de um bom prognóstico, as perspectivas de melhora e remissão da doença. Email: [email protected] 40 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Aspectos da epidemiologia da Hanseníase Gustavo Simão Souza Marcus Vinícius Lobo Lopes Caroline Ferrari Paula Azevedo Costa Instituição: Universidade Católica De Brasília Objetivo: Analisar a incidência, prevalência e mortalidade da Hanseníase no território brasileiro com dados do período de 2000 a 2011. Metodologia e fonte de dados: Este estudo foi realizado por meio de pesquisas bibliográficas nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde, DATASUS, Scielo e BIREME. Discussão: A Hanseníase é uma doença de notificação compulsória em todo o território nacional e de investigação obrigatória. Constitui importante problema de saúde pública no Brasil, que continua sendo um dos grandes reservatórios para a disseminação da doença e é o segundo em número de casos no mundo. O Brasil é o único país que não atingiu a meta de eliminação da doença como problema de saúde pública, definida pela prevalência menor que 1 caso/10.000 habitantes. Em 2011, 33.955 novos casos foram detectados, com coeficiente de prevalência de 1,54/10.000 habitantes, sendo 228.474 casos no mundo. Observa-se que, em termos temporais, o coeficiente geral de detecção, bem como o coeficiente em menores de 15 anos, sofreramredução contínua no período de 2007 a 2011, passando de 19,7 casos por 100 mil habitantes para 16,49 casos, sendo esse valor 24% maior no sexo masculino. Engers e Morel estimaram que, no mundo, ocorram cerca de 4.000 óbitos por Hanseníase a cada ano. No Brasil, foram notificados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), 1.858 óbitos com a Hanseníase como causa básica, correspondendo a uma média de 232 óbitos anuais, no período de 2000 a 2007. De 2004 a 2009, a causa básica de óbito mais frequente foi Hanseníase não especificada (74%), seguida de sequelas da doença (11,5%). Conclusão: Foi previsto que até 2005 todos os países endêmicos para a Hanseníase tivessem seus níveis de prevalência reduzidos a menos de 1 caso por 10 000 habitantes. O Brasil foi o único país a não atingir esse objetivo, demonstrando que os esforços para notificação dos doentes são precários. Conclui-se, então, que diante de uma doença curável, observam-se altos índices de incidência, prevalência e mortalidade, mostrando que são necessários esforços em pró da detecção e tratamento precoces. Email: [email protected] 41 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Aspectos diagnósticos e terapêuticos da Doença de Addison Brenda de Castro Cânedo Marina Estábile do Patrocínio Natália Pierdoná Nathália Freire Bandeira Sarah Rocha Estábile do Patrocínio André Moraes Nicola Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Fazer uma revisão de literatura sobre a doença de Addison com a finalidade de abordar os principais aspectos de seu diagnóstico e tratamento adequados. Metodologia e fonte de dados: Pesquisa de artigos científicos disponíveis nas bases de dados SciELO e PubMed, além de informações presentes no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Ministério da Saúde. Discussão: A doença de Addison, também conhecida como insuficiência adrenal primária, pode ser definida como a falência do córtex da glândula adrenal em produzir os hormônios cortisol e aldosterona. Para que a doença ocorra, pelo menos 90% do córtex da adrenal deve estar comprometido. No diagnóstico clínico, temos duas formas de apresentação: aguda e crônica, cujas manifestações dependem da velocidade de perda funcional do córtex da adrenal. Os pacientes de ambas formas ficarão deficientes em corticoides adrenais. Quanto às exteriorizações clínicas, predominam: dor abdominal, astenia, emagrecimento, hiperpigmentação cutânea, hipotensão postural, hipercalemia, hiponatremia, acidose metabólica e anemia. No diagnóstico laboratorial haverá queda nos níveis de cortisol e aumento nos de hormônio adenocorticotrófico (ACTH). A doença é confirmada quando o cortisol estiver <3mcg/dl e o ACTH >45pg/ml, ou por meio do teste rápido com ACTH, no qual se deve observar um aumento nos níveis séricos de cortisol e aldosterona após administração do ACTH. A finalidade do tratamento é suprir a deficiência de glicocorticóide e mineralocorticoide, sendo sua duração por toda a vida do paciente. Os principais glicocorticoides utilizados são a prednisona e a prednisolona, administradas via oral, em dose única diária. Entre os mineralocorticoides, o principal utilizado é a fludrocortisona, também por via oral em dose única diária. Conclusão: Os benefícios esperados do tratamento são a prevenção da morte iminente, melhora dos sintomas de deficiência dos hormônios adrenais, avanço da qualidade de vida e redução das complicações relacionadas à doença. É de extrema importância que um médico generalista conheça a doença de Addison para diagnosticá-la e trata-la adequadamente, pois apesar de rara, é um importante diagnóstico diferencial dentro das imunopatologias. Email: [email protected] 42 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Aspectos fundamentais para a abordagem clínica da Equinococose: uma revisão Izabela Rodrigues Figueiredo Nathália Telles da Costa Valéria Nogueira Naves Ana Carolina Andrade Canut Lara de Paula Sousa José Gabriel Rodrigues Junior Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Realizar revisão acerca dos aspectos fundamentais da Equinococose na prática clínica, com enfoque nos achados clínicos, diagnose e propedêutica, além da abordagem epidemiológica e preventiva que condiz a esta zoonose. Metodologia e fonte de dados: Foi realizado levantamento bibliográfico nos portais indexados às bases de dados Medline, Lilacs, Scielo que incluiu artigos científicos condizentes à pesquisa das palavras-chave “Equinococose”, “Hidatidose”, “Equinococose cística e alveolar”, “zoonoses negligenciadas, prevenção, epidemiologia” e seus correlatos nas línguas inglesa e espanhola. Discussão: A Equinococose ou Hidatidose é uma doença causada pelas formas larvárias do gênero Equinococcus que infectam o homem ocasionalmente em seu convívio com cães parasitados. Quando instalada a infecção, o parasita em sua migração circulatória retém-se em órgãos como fígado, pulmões, rins e cérebro, e produz uma coleção líquida esférica, chamada cisto hidático. Conforme o órgão, a expansão da lesão é razoavelmente bem tolerada até que cause disfunção expansiva. Além da necrose dos elementos em sua periferia, o cisto pode comprimir os canais hepáticos, brônquios, vasos sanguíneos e elementos nervosos, causando hepatomegalia, dor, tosse, dispneia, hemoptise, hematúria e convulsões. Se ocorrer ruptura, a liberação súbita de seu conteúdo pode resultar em anafilaxia. A diagnose dá-se, sobretudo, pela análise epidemiológica e presença de tumoração com aspecto cístico confirmada por métodos de imagem. Os ensaios imunológicos são úteis somente para o diagnóstico presuntivo, uma vez que alguns pacientes não apresentam resposta imune detectável devido ao sequestro de antígenos de equinococos na integridade do cisto. O tratamento da Equinococose esteve baseado na remoção cirúrgica dos cistos, no entanto, a quimioterapia com benzimidazólicos e, mais recentemente, a aspiração percutânea com injeção química e re-aspiração têm completado ou mesmo substituído a cirurgia como terapêutica preferencial. Conclusão: A Equinococose causa morbimortalidade no mundo inteiro, essencialmente nos países subdesenvolvidos, e está na lista da Organização Mundial da Saúde das doenças tropicais mais negligenciadas. Os resultados positivos dos programas de controle já desenvolvidos somente mostraram significância a nível local e não alteraram significativamente a distribuição global e importância para a saúde pública da Equinococose, fato que corrobora a real necessidade de forças maiores serem voltadas à sua causa. Email: [email protected] 43 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Aspectos Imunopatológicos e Clínicos da Dermatite Atópica Allana Tamiris Bonfim Nogueira Christian de Magalhães Pereira Leandro Lúcio de Aguiar Marina Estábile do Patrocínio André Morais Nicola Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Revisar os aspectos imunopatológicos e clínicos da Dermatite Atópica, bem como as principais condutas terapêuticas disponíveis para o seu adequado manejo clínico. Metodologia e fonte de dados: Foi utilizado o método exploratório, com revisão bibliográfica no banco de dados da LILACS, SCIELO e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foram enfatizadas as observações adotadas pelo Guia Prático para o Manejo da Dermatite Atópica, elaboradas por especialistas em alergologia da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia e da Sociedade Brasileira de Pediatria. Discussão: A Dermatite Atópica (DA) é uma doença inflamatória da pele, de caráter crônico e natureza pruriginosa e eczematosa, que quase sempre se manifesta na primeira infância, seguindo um curso de remissões e recidivas que podem se perpetuar ao longo da vida. Ela decorre da interrelação complexa de fatores ambientais e imunológicos e costuma ser precipitada ou agravada em decorrência de infecções, estresse psicológico, mudanças sazonais/climáticas, irritantes e alérgenos. Sua associação com outras manifestações atópicas como a asma e a rinite alérgica é frequente. As características da doença variam com a idade. Lactentes tem eczema facial ou corporal localizado ou generalizado, já adolescentes e adultos têm nas áreas de flexão e nas mãos. Embora o padrão de herança seja desconhecido, os dados disponíveis sugerem origem poligênica. Não há um único parâmetro clínico, histopatológico ou laboratorial para o diagnóstico da doença, mas sim uma série de características indicativas de DA. Sendo assim, se faz o diagnóstico quando o paciente possui três ou mais das critérios maiores e três ou mais menores, considerando-se que cada paciente é único, com uma combinação exclusiva de critérios. Neste contexto, o manejo clínico da DA envolve uma séria de abordagens terapêuticas, ressaltando-se a restauração da barreira cutânea e controle da inflamação. Conclusão: A Dermatite Atópica acarreta transtornos em toda a estrutura familiar do paciente, comprometendo desde o desempenho escolar às atividades laborais e de lazer, portanto, é importante compreender melhor esta doença para que se possa diagnosticar e propor o tratamento mais adequado a cada indivíduo. Além disso, é necessário informar ao paciente sobre a necessidade de se adotar precauções diárias, a fim de melhorar sua qualidade de vida. Email: [email protected] 44 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Assistência circulatória e manejo do paciente cardiopata em centro cirúrgico Maysa Siqueira Lopes de Oliveira Gustavo de Sousa Arantes Ferreira Bárbara Guimarães Avelar Giovanna da Silva Vecchi Letícia Cardoso Morales Naira Coutinho Oliveira Rocha Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O objetivo deste artigo é fazer uma revisão comparada dos algoritmos de manejo do paciente cardiopata no centro cirúrgico, com especificidade da conduta em cirurgia cardíaca. Metodologia e fonte de dados: A partir da análise comparada de publicações científicas nas bases de dados PubMed e Lilacs, bem como, da revisão teórica a respeito do manejo de pacientes em Centro Cirúrgico, foi possível a elaboração deste artigo. Discussão: É de evidência geral da comunidade médico-científica que a realização de qualquer procedimento cirúrgico envolve riscos. Sendo que há riscos e complicações previsíveis e outros relativamente incertos. É papel da equipe de saúde zelar pela segurança de seu paciente e atuar com o menor risco evidente. Quando tratamos de cirurgia cardíaca, tal manejo pode ser pautado em algoritmos precisos de parâmetros clínicos para cuidado do paciente. Dentre eles destacam-se: (1) o transporte eficaz ao centro cirúrgico (CC);(2) a técnica anestésica adequada; (3) o manejo hemodinâmico viável; (4) o manejo de coagulação e transfusão; (5) o suporte ventilatório contínuo (cuidado com o risco de trombose, desvio de septo, disfunção doventrículo direito e tamponamento cardíaco); e (6) o manejo de disfunções orgânicas para evitar a hipervolemia. O gerenciamento dos riscos envolve julgamento clínico, testes laboratoriais clássicos, além dos testes point of care; sendo que a monitorização apresenta o maior grau de evidência de colaboração na redução dos riscos no CC. Neste caso, o algoritmo abrange o monitoramento com temperatura> 36ºC; pH> 7,2; cálcio>1,0mmol/L e hemoglobina>8g/dL.A boa admissão e acompanhamento de um paciente no CC inclui mais que tecnologia e trabalho em equipe, trata-se de uma questão de organização processual e capacitação multiprofissional. Conclusão: A formação da equipe médica é de fundamental importância no manejo de qualquer paciente em centro cirúrgico. Quando se trata de cardiopatas, o algoritmo de cuidados envolve parâmetros volêmicos além do próprio julgamento clínico. Ainda assim, a equipe deve estar habilitada em garantir a continuidade do tratamento do paciente, haja visto seu processo de transferência e manutenção das responsabilidades de cada profissional. Email: [email protected] 45 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Associação entre danos hepáticos e consumo de produtos Herbalife® Moisés Elias de Souza Alves Felipe Alencar Monteiro Borges Guilherme Miguel Thomé de Carvalho Rodrigo Pereira Pio Lara de Paula Sousa Pedro Henrique Rosa Silveira Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O presente trabalho tem por objetivo principal relatar sobre intoxicação e danos hepáticos decorrentes do uso de produtos Herbalife®. Metodologia e fonte de dados: Trata‐se de uma revisão de literatura. As pesquisas para a produção deste trabalho foram feitas baseadas em artigos eletrônicos indexados ao PubMed. Discussão: Produtos à base de plantas são populares e considerados seguros por serem supostamente “naturais”. Dessa forma, a marca Herbalife® se tornou gigante multinacional, de popularidade tão grande que está presente em mais de 90 países. Seus produtos “naturais” que prometem qualidade de vida e emagrecimento são vendidos livremente, sem prescrição ou supervisão médica. Contudo, foram publicados estudos relatando casos de insuficiência hepática associado ao uso de produtos da marca. Os estudos foram publicados no Journal of Hepatology e incluíram 22 casos. Os prejuízos hepáticos presentes vão desde hepatite até falência hepática fulminante. Pode-se reforçar uma relação causal entre os danos hepáticos e o uso de Herbalife® devido aos casos terem ocorridos concomitantemente com o consumo dos produtos e principalmente pelo fato de após os pacientes cessarem o consumo, teve-se a normalização das enzimas hepáticas. Apesar dessa constatação de causa decorrente dos produtos Herbalife®, não foi descoberto qual dos componentes é o responsável por esses efeitos adversos, isso se deu devido aos rótulos dos produtos não descreverem com exatidão a composição do mesmo. Conclusão: Considerando a livre comercialização, grande consumo e sobretudo, grande potencial hepatotóxico, os produtos da linha Herbalife® necessitam de maior atenção dos órgãos reguladores em relação a qualidade dos produtos, exigir descrição detalhada e exata da composição dos mesmos. Necessita-se também de uma atenção por parte dos profissionais, para diagnosticar a causalidade e reportar casos como esses além de aconselhar quanto aos prejuízos decorrentes do consumo desses produtos "naturais". Email: [email protected] 46 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Atualização sobre a eficácia da eletroconvulsoterapia nos episódios maníacos do transtorno bipolar Monique Almeida Vaz Felipe Rocha Silva Bruna Evellyn de Lima Alves Nathália Freire Bandeira Lourival de Paiva Grillo Júnior Daniele Oliveira Ferreira da Silva Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O presente trabalho visa analisar as evidências da eletroconvulsoterapia (ECT) no tratamento dos episódios maníacos do transtorno bipolar, a fim de verificar sua eficácia, visto que há uma escassez de estudos acerca do tema em questão. Metodologia e fonte de dados: Realizou-se uma revisão bibliográfica em artigos científicos no período de 2005-2015, indexados nas bases de dados PubMed, LILACS e SciELO, utilizando os descritores "Electroconvulsive Therapy", "Bipolar Disorder" e "Mania". Obteve-se 37 resultados e, após a exclusão de relatos de casos e revisões de literatura, 4 artigos foram incluídos, segundo os critérios de seleção. Discussão: O transtorno bipolar (TB) é uma desordem de humor caracterizada por episódios maníacos, hipomaníacos e depressivos. A mania é um estado no qual o indivíduo, além de apresentar humor expansivo ou irritado, pode manifestar também autoestima elevada, loquacidade, hipotenacidade, baixa necessidade de sono, agitação psicomotora, pensamento acelerado e comportamentos potencialmente danosos. Seu tratamento convencional é a farmacoterapia. A ECT é um procedimento realizado em ambiente hospitalar, mediante o consentimento por escrito do paciente. É administrada sob anestesia geral e sob uso de bloqueadores neuromusculares, sendo que a convulsão deve ser registrada por eletroencefalograma. Um dos efeitos adversos mais comuns do procedimento é a cefaleia, que ocorre em até 48% dos casos, sendo a amnésia retrógrada o efeito de maior preocupação. Todos os estudos analisados mostraram-se favoráveis ao uso da ECT nos pacientes com episódios maníacos. Dois estudos clínicos randomizados apontaram que ambos os grupos submetidos a ECT apresentaram significativa resposta aos critérios de tratamento, sendo a técnica bifrontal a melhor opção de escolha para episódios de mania agudos. Foram encontrados desfechos positivos em relação ao uso combinado de ECT e antipsicóticos, bem como para sua administração em pacientes gestantes. Conclusão: Compreende-se que há estudos clínicos consistentes que apresentam evidências acerca do uso da ECT em episódios maníacos do transtorno bipolar, sendo que esta técnica já é aplicada, atualmente, com benefícios comprovados para o tratamento de episódios depressivos desta desordem de humor. Assim, busca-se desmistificar o preconceito relacionado à administração da ECT em pacientes psiquiátricos e difundi-la como uma técnica viável e eficaz para o tratamento dos episódios maníacos. Email: [email protected] 47 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Avaliação da amamentação de binômios mãe/filho internados em uma maternidade credenciada ao SUS Ana Carolina Ferreira Borges Nathália Alfaix Martins Palheiro Vicente Jaqueline Mendonça Gondim Felipe Rodrigues Braz Efigênia Aparecida Maciel de Freitas Marília Borges Carneiro Instituição: Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos – Araguari Objetivo: Avaliar a técnica de amamentação de binômios mãe/filho internados em uma maternidade credenciada ao Sistema Único de Saúde de Araguari-MG. Material e métodos: Trata-se de um estudo descritivo, quantitativo e exploratório com a população constituída por 100 puérperas internadas em hospital público de Araguari-MG. Os dados foram coletados pelos acadêmicos durante o ano de 2014 e 2015 por meio de um questionário composto por dados epidemiológicos e critérios de mamada recomendados pela Organização Mundial de Saúde que foram marcados de acordo com a observação dos pesquisadores do aleitamento materno. Os dados foram revisados, codificados e analisados no pacote estatístico SPSS (Statistical Package for Social Sciences) com intervalo de confiança de 95% e nível de significância 5%. Discussão: As 100 puérperas analisadas tinham idade entre 14 e 39 anos, com predomínio da faixa etária de 20 a 29 anos (56,6%), 69,4% eram não casadas e 54,1% tinham entre 08 e 11 anos de estudo. Do total, apresentou no momento da amamentação 65% uma ótima posição corporal, 41% uma boa resposta do bebê a amamentação e 73% obtiveram um ótimo estabelecimento de laço efetivo. Percebeu-se em 68% das mães uma mama preparada e 83% deixavam seus filhos amamentarem até largarem a mama. A média de amamentação foi de 19,76 minutos e 52% dos recém nascidos tinham bons sinais de sucção. As principais dificuldades encontradas foram relacionadas 33% a posição corporal da mãe e do bebê, 47% a pega inadequada, 18% não demonstravam algum laço afetivo com o recém-nascido, 31% tinham problemas na mama, 65% dos recém nascidos apresentaram algum problema com a sucção e 17% retiravam o bebê do peito. Conclusão: A pesquisa demonstrou os riscos potenciais de uma amamentação inadequada. A má pega foi um dos pontos mais evidentes no que se refere às dificuldades da amamentação. Portanto, torna-se de extrema necessidade a intervenção dos profissionais de saúde na orientação à técnica adequada para o aleitamento materno. Sugere-se que o formulário de observação da mamada da OMS seja utilizado na rotina do setor de maternidade como ferramenta para identificação e correção de inadequações na amamentação. Email: [email protected] 48 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Balanopostite por herpes genital, cândida e infecção secundária em paciente diabético descompensado Felipe Alencar Monteiro Borges Lara de Paula Sousa Guilherme Miguel Thomé de Carvalho Rodrigo Pereira Pio Moisés Elias Souza Alves Clayton Franco Moraes Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O objetivo deste trabalho é relatar um caso de balanopostite em um paciente com Diabetes Mellitus tipo 2 descompensado e portador de fimose. Descrição do caso: S.T., 44 anos, masculino, procura atendimento no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) de Santo Antônio do Descoberto-GO, com queixas de inflamação e dor na glande há 7 dias. Ao exame, apresentava prepúcio edemaciado com hiperemia intensa, dor à palpação e acúmulo de secreções esbranquiçadas e amareladas, fétidas. Notava-se também hipertrofia prepucial com impossibilidade de retração (fimose). À exposição da glande, notavam-se três lesões vesiculares, circunscritas, associadas à hiperemia, hiperestesia e edema local. Paciente relatou disúria e manutenção da atividade sexual desprotegida com sua esposa, mesmo após o início dos sintomas. Refere diagnóstico de diabetes tipo 2, em uso de dose única de Insulina Regular pela manhã, sem monitoramento da glicemia. Foi prescrito tratamento com Aciclovir, Fluconazol e Azitromicina e marcado retorno para acompanhamento e exame de sua esposa. Discussão: A hipertrofria prepucial com incapacidade de retrair a glande é classificada como fimose. Essa condição interfere na qualidade da higienização do pênis. A urina e outras substâncias potencialmente irritantes como o esmegma – secreção proveniente das Glândulas de Tyson – podem ficar retidas na região prepucial, formando um ambiente com condições ideais para o desenvolvimento de infecções locais e urinárias. O quadro infeccioso pode ser agravado quando os resquícios de urina ali presentes são ricos em glicose – quadro conhecido por glicosúria frequentemente encontrado em pacientes diabéticos tipo 2 descompensados. Balanopostite é o nome dado à inflamação e infecção (viral, bacteriana e/ou fúngica) do prepúcio e glande. O tratamento das infecções no portador e na(s) parceira(s), o controle glicêmico e o estímulo ao uso de preservativos são condutas fundamentais nesses casos. Conclusão: Ao exame físico, as lesões vesiculares indicam infecção pelo vírus Herpes simplex tipo II, conhecida por Herpes Genital. A secreção amarelada e fétida indica infecções bacterianas secundárias e a secreção esbranquiçada, por sua vez, indica infecção pelo fungo Cândida albicans, conhecida por Candidíase. O relato de caso, portanto, indica uma Balanopostite por Herpes Simples, Cândida e Infecção Secundária associada à diabetes e fimose, que deverá responder devidamente à prescrição médica. Email: [email protected] 49 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Bexsero: uma nova vacina Aline Silva Valadares Maisa da Silva Dulci Medeiros Denise Nogueira da G. Cordeiro Lucas Danilo Soares da Silva Nascimento Iara Cristina Arruda Vale Brunna Joyce Borges de Lacerda Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Avaliar o impacto de uma nova vacina para a Meningite meningocócica, bem como revisar seu histórico de formulação e o processo de aprovação em outros países e as perspectivas de aprovação da vacina no Brasil. Metodologia e fonte de dados: Trata-se de uma revisão de literatura realizada nos sites da Associação Espanhola de Pediatria e artigos pesquisados na base de dados PubMed. Foram usados os seguintes descritores: vacina meningococo B e Meningococo tipo B. Discussão: A Doença meningocócica é uma infecção bacteriana aguda, fatal, causada pela Neisseria meningitidis, de alta letalidade e caracterizada como problema de saúde pública. Os sorotipos A, B, C, Y e o W135 causam mais frequentemente a doença. No Brasil, a vacina Meningocócica C conjugada foi incluída no calendário de vacinação. Recentemente, a vacina Meningocócica sorotipos ACWY foi licenciada no Brasil revelando uma inestimável conquista na prevenção da doença. Devido à variabilidade na distribuição dos sorotipos, um desafio para a prevenção da doença está na formulação da vacina contra o sorotipo B, pois o polissacarídeo capsular do Meningococo B tem estrutura antigênica similar a tecidos neurais embrionários, impossibilitando que essas vacinas sejam imunogênicas e tendo o risco de reação auto-imune. Uma perspectiva nessa busca encontra-se na formulação de vacinas que utilizam os componentes não-capsulares do meningococo B, baseadas em proteínas de membrana externa (OMV) ou por uma via alternativa pelo sequenciamento genômico da bactéria identificando possíveis imunógenos. Em 2013, foi formulada pela empresa Norvatis, a vacina Bexsero, aprovada em 34 países. Constituída por proteínas de N. meningitidis a partir de células de Escherichia coli por tecnologia de DNA recombinante e inclui a OMV, possuindo eficácia de cerca de 80% na Europa. No Brasil, aguarda aprovação pela ANVISA. Conclusão: A formulação de uma vacina para o Meningococo estirpe B tem um grande impacto para a população ao prevenir uma doença que é letal em 20% dos casos. Visando o impacto positivo que causará, ela se configura uma arma profilática e é a única que abrange diversas faixas etárias. Estudos mostraram que a reação vacinal se assemelha à mesma encontrada em outras vacinas. A limitação da vacina se dá na ausência de estudos que apontem eficácia para todas as estirpes meningocócicas do grupo B circulantes. Email: [email protected] 50 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Capacitação de agentes comunitários de saúde sobre a aplicação do genograma Ana Carolina Ferreira Borges Nathália Alfaix Martins Palheiro Vicente Jaqueline Mendonça Gondim Felipe Rodrigues Braz Efigênia Aparecida Maciel de Freitas Instituição: Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos – Araguari Objetivo: Analisar os Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) após capacitação sobre o genograma nas Estratégias de Saúde da Família (ESFs). Material e métodos: Este trabalho apresenta um estudo exploratório quantitativo, utilizando amostra censitária e análise estatística descritiva. O tipo de abordagem dessa pesquisa foi pessoal por meio da aplicação de questionários, um antes do curso teórico-prático (capacitação de ACSs para a aplicação do genograma) e o outro questionário após o curso. Este estudo foi realizado com base na resolução do conselho nacional de saúde (CNS) 196/1996, sendo que as atividades desempenhadas respeitaram os princípios que norteiam esta resolução como, autonomia por meio do termo de consentimento livre e esclarecido, beneficência e não maleficência, justiça, privacidade e confidencialidade. Discussão: O resultado foi obtido através da análise dos questionários. Foi visto que antes 57,14% conheciam seu conceito e, após, passou a ser 100%; quanto à importância do genograma, antes do curso 71,5% dos ACSs julgaram ser importante e 28,5% não responderam, após, 100% julgaram ser importante; em relação aos motivos dessa importância, o auxílio no diagnóstico clínico, a visão de conflitos familiares e a busca de aspectos de repetição foram maioria antes e após o curso. Sobre o mecanismo utilizado para a construção do genograma, 85,71% das ACS responderam antes do curso que devem ser utilizados símbolos padronizados e 14,29% que devem ser utilizados desenhos subjetivos, após 100% responderam símbolos padronizados; o que não pode faltar em um genograma, antes do curso, 71,4% responderam a representação gráfica de uma constelação de família multigeracional, enquanto 28,6% responderam que é o ambiente em que a família está inserida, após 100% responderam representação gráfica. Conclusão: Foi possível demonstrar a grande importância do Genograma aos profissionais de saúde da Unidade de Saúde da Família. Conseguiu-se demonstrar que o genograma tem grande importância para a análise da estrutura e dinâmica familiar, das doenças mais comuns dos membros familiares e que a partir dele, é possível traçar planos e metas para promover a saúde e o bem estar dessa família e da população como um todo. Email: [email protected] 51 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Carcinoma epidermóide bem diferenciado de laringe Carolina Lopes Iwakami Karlos Jennysson Sousa Soares Thiago Vicente Ferro Thiago Nunes Figueiredo Cabral Karina Mezalira Humberto Alves de Oliveira Instituição: Faculdades Integradas do Planalto Central – FACIPLAC Objetivo: O câncer de laringe é um dos mais comuns a atingir a região da cabeça e pescoço, representando cerca de 25% dos tumores malignos que acometem esta área e 2% de todas as doenças malignas. O objetivo do presente trabalho é relatar um caso de Carcinoma Epidermóide bem diferenciado de Laringe. Descrição do caso: Homem de 52 anos, motorista, natural de Picos-PI e procedente de Santa MariaDF, procura Pronto Socorro do HRG com queixa de falta de ar há 1 mês. Relata quadro de dispneia progressiva ao repouso há um mês, sem fatores de melhora ou piora; disfonia progressiva, tosse contínua, odinofagia e crescimento progressivo de massa na região cervical anterior. Refere perda ponderal de 30 kg nos últimos 3 meses. Nega febre e hemoptise. Etilista há 30 anos e tabagista há 38 anos. Realizou Tomografia computadorizada da região cervical que evidenciou lesão infiltrante, expansiva e vegetante em infraglote, com erosão das cartilagens cricóide e tireoide; com linfonodomegalia pré-traqueal a direita medindo 23mm. Encaminhado à Otorrinolaringologia, que realizou biópsia evidenciando carcinoma epidermóide bem diferenciado de laringe. Encaminhado à Oncologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço do HBDF. Discussão: A associação de tabagismo, etilismo e o desenvolvimento de carcinoma epidermóide do tubo aéreo-digestivo superior tem se mostrado muito clara. As doenças localmente avançadas, especialmente aquelas com invasão de linfonodos são pouco controladas por cirurgia, radioterapia ou tratamento combinado. A persistência no tabagismo e etilismo reduz a resposta ao tratamento e aumenta a chance de recidiva do tumor. Conclusão: Concluimos que a melhor maneira de combater o câncer de cabeça e pescoço é evitar o seu desenvolvimento com ações preventivas de redução dos seus fatores do risco na população. Email: [email protected] 52 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Cardiomiopatia Periparto Débora Vilela Cunha Nayara Santos Soares Ana Carolina de C. Almeida Ingrid Wallau Camila Temporim de Alencar Fábio Santana dos Passos Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O objetivo deste trabalho é informar a sociedade acadêmica sobre como diagnosticar e conduzir o tratamento de uma paciente com Cardiomiopatia Periparto, por meio de uma revisão bibliográfica. Metodologia e fonte de dados: Pesquisa nos sites PubMed, scielo e biblioteca virtual em saúde com as palavras chaves “cardiomiopatia periparto”, “insuficiência cardíaca em gestantes” e “complicações cardíacas na gestação”. Buscou-se também por informações no site no ministério da saúde e no site da federação brasileira de ginecologia e obstetrícia (Febrasgo). Discussão: A cardiomiopatia periparto (CMPP) é uma forma específica de cardiomiopatia dilatada, caracterizada pelo desenvolvimento de insuficiência cardíaca sistólica no período entre o último mês da gravidez e o puerpério, de causa desconhecida e sem a presença de doença cardíaca prévia. Os principais fatores de risco são a idade materna avançada, multiparidade, raça negra, gestação gemelar, pré-eclâmpsia e hipertensão arterial sistêmica. As manifestações clínicas mais frequentes são dispneia, dispneia paroxística noturna, ortopneia, fadiga, tosse e dor abdominal, sintomas que se confundem com a sintomatologia no final de uma gestação normal, porém, a dispneia paroxística noturna deve levantar a suspeita de descompensação cardíaca. Não há critérios clínicos específicos para diferenciação entre tais sintomas de uma gravidez em estágio final e insuficiência cardíaca. Por isso, o diagnóstico de CMPP baseia-se em um alto índice de suspeição, em associação com o período de desenvolvimento dos sintomas e identificação ecocardiográfica de disfunção sistólica ventricular esquerda. A terapia inclui a restrição de sódio e de ingesta hídrica com mudanças do estilo de vida. O tratamento farmacológico tem como objetivo a redução da pré-carga e a pós-carga, além de aumentar a contratilidade cardíaca. Não há contra-indicação em relação ao parto normal. Conclusão: Como foi descrito, A CMPP é uma doença rara, mas leva a consequências graves, para a mãe e o concepto. O prognóstico é pior em pacientes com cardiomiopatia persistente com disfunção após seis meses do diagnóstico indicando cardiomiopatia irreversível e menor sobrevida. Portanto, o obstetra deve estar atento a essa condição clínica, tanto no final da gravidez quanto no puerpério e deve-se ressaltar que o diagnóstico precoce e o manejo adequado são cruciais para o benefício da paciente. Email: [email protected] 53 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Cardiopatia Reumática Crônica e suas complicações: um relato de caso Priscila Lessa Carnielli Villela Felipe Chagas Toledo Amanda Kleszcz de Carvalho Lucas Benjamin de Souza Abreu Camila de Lima Vieira Rosana de Paula Laurindo Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: A proposta deste estudo é relatar um caso observado no Instituto do Coração do Distrito Federal (ICDF) em fevereiro de 2015 e apresentar uma revisão da patologia em questão, com enfoque no acometimento cardíaco da doença e suas complicações. Descrição do caso: Paciente do sexo feminino, previamente hígida, apresentou acidente vascular encefálico isquêmico. Foi então encaminhada para o Hospital de Base do Distrito Federal(HBDF) onde permaneceu internada por treze dias e realizou terapia trombolítica. Em investigação etiológica foi identificado estenose mitral com indicação cirúrgica. Paciente teve alta da neurologia-HBDF para seguimento ambulatorial e foi encaminhada ao serviço do ICDF. Foi identificada: dupla lesão mitral com estenose acentuada e insuficiência moderada, insuficiência tricúspide moderada e aumento acentuado de átrio esquerdo, sendo proposta cirurgia para troca de TV mitral e plastia de tricúspide. Paciente desconhecia ser portadora de cardiopatia antes do acidente vascular encefálico isquêmico (AVEi). Paciente realizou a cirurgia, foi encaminhada para UTI cirúrgica onde permaneceu por 3 dias e não apresentou complicações. Discussão: Devido a sintomatologia foi realizado investigação etiológica no período em que se encontrou internada no HBDF. Em ecografia transtorácica realizada foi evidenciado dupla lesão mitral e insuficiência tricúspide, característico de acometimento prévio por febre reumática. Entre as lesões valvares adquiridas, a EM está associada com maior risco de tromboembolismo sistêmico. Trombo mural em átrio esquerdo é um achado comum. Entretanto, trombo móvel é uma rara complicação da EM, reconhecida há longa data, que pode provocar obstrução aguda da valva mitral ou causar eventos embólicos, tanto cerebrais quanto sistêmicos. No caso da paciente foi a complicação que a levou a hospitalização e possibilitou o diagnóstico da cardiopatia ainda que tardio. A cirurgia de reparo proposta para o paciente de troca de valva mitral e plastia de tricúspide, sem intercorrências. Conclusão: A CRC, principal complicação da FR, ainda é motivo de desafio para todos os profissionais de saúde e possui altos índices de morbimortalidade, custos sociais e econômicos. As profilaxias primária e secundária constituem a base do tratamento e prevenção. Programas de saúde em medicina preventiva, voltados para o pronto atendimento das infecções de vias aérea superiores são a chave para a prevenção de futuras complicações. Email: [email protected] 54 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Ciclopia Mariane Weizenmann da Matta Ana Carolina Ribeiro Costa Camila Bomfim Gomes Feitosa Lima Eduarda Pedroso Barboza Mauro Paulo Juvêncio Gomes Tubino Instituição: Faculdades Integradas do Planalto Central – FACIPLAC Objetivo: Elucidar o diagnóstico da ciclopia a partir do desenvolvimento da face ao correlacionar a embriologia humana com a monstruosidade descrita desde a mitologia grega (séc. VIII a.C). Metodologia e fonte de dados: O trabalho desenvolvido seguiu os preceitos do estudo exploratório, por meio de uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados eletrônicas BIREME, LILACS, PubMed e Scielo acerca do tema em artigos científicos de 2000 a 2014. Os descritores utilizados foram ciclopia, sinoftalmia e probóscides. Além dessas fontes, o livro Embriologia Clínica (Moore, 2013) também foi consultado. Discussão: Ciclope, termo derivado de Kýklops, do grego, significa olho redondo e refere-se a uma anomalia da formação facial. Na mitologia, representa-se por Polifemo da obra Odisseia, o gigante assustador. Além do misticismo, a percepção de monstruosidade se perpetua até hoje, já que as alterações do período embrionário são evidentes. O desenvolvimento da face, entre a 4ª e a 8ª semana embrionária, decorre da proliferação das células da crista neural que formam as saliências derivadas do 1º par de arcos faríngeos. Normalmente, os 5 brotos formados dispõem-se em torno do estomodeu, sendo que o broto frontal origina a testa; os maxilares, maior parte do lábio superior e parte posterior do palato, e os brotos mandibulares formam o queixo, o lábio inferior e as regiões inferiores da bochecha. Na ciclopia, o broto frontal não desce corretamente ao encontro dos outros, então os brotos maxilares se aproximam modificando a posição dos olhos. Consoante a isso, a anomalia rara (1 em 100.000 nascimentos) é caracterizada por um olho mediano em única órbita por fusão, parcial ou total, dos olhos (sinoftalmia), e geralmente, há um probóscide, nariz tubular não funcional superior ao olho. A ciclopia é uma herança recessiva não compatível com a vida e passível de diagnóstico pré-natal pela ultrassonografia. Conclusão: A correlação dos conhecimentos específicos e gerais, como a embriologia, anatomia e história é fundamental para a eficácia diagnóstica. A ciclopia embora seja uma monstruosidade rara não deve ter uma importância reduzida já que é uma condição grave de saúde, permite um aprendizado acerca do desenvolvimento do corpo e a sua detecção precoce. Email: [email protected] 55 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Circulação colateral em paciente com lesão obstrutiva grave em coronárias: um relato de caso Priscila Lessa Carnielli Villela Rosana de Paula Laurindo Felipe Chagas Toledo Patricia de Araujo Teixeira Amanda Kleszcz de Carvalho Camila de Lima Vieira Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O objetivo do presente relato é exemplificar e discutir o caso de um paciente que, apesar do alto grau de comprometimento coronariano, mantém sua qualidade de vida sem modificar suas atividades cotidianas. Descrição do caso: Paciente masculino, 59 anos, casado, autônomo, procedente de Sítio do Mato/BA. Há 2 anos paciente apresenta dispneia e dor precordial aos pequenos esforços, do tipo "em aperto", que não irradia e alivia ao repouso. O primeiro episódio ocorreu há dois anos enquanto dormia. Foi avaliado e desde então faz uso diário de Atenolol e AAS; porém abandonou acompanhamento médico regular. Há 2 meses procurou o HRT para realização de um "check up", quando foi imediatamente internado devido a comprometimento coronariano grave. Foi submetido a um cateterismo sem intercorrências. Após 45 dias, foi submetido a uma Cirurgia de Revascularização do Miocárdio (CRVM) para implantação de pontes safenas. Durante todo o período de internação assim como no pós-operatório da CRVM, o paciente permaneceu assintomático. Segue em uso de Isossorbida, Atenolol, AAS, Anlodipino e Sinvastatina. Discussão: Embora já se tenha muito conhecimento acerca dos fatores de risco associados ao infarto agudo do miocárdio (IAM), não estão bem esclarecidos quais fatores são determinantes para o surgimento dos sintomas em cada paciente. Em 1986, Oliver propôs um esquema dos três fatores essenciais para o surgimento de sintomas associados a eventos isquêmicos cardiovasculares: a presença de aterosclerose, o surgimento de "gatilhos" e a vulnerabilidade cardíaca. Em uma análise mais bem detalhada, cada um desses fatores está fatalmente relacionado a capacidade de organismo de desenvolver circulação colateral, criando um caminho alternativo para passagem do fluxo sanguíneo que supre o miocárdio. Conclusão: Os estudos mostram que pacientes que possuem circulação colateral coronariana mais desenvolvida tem o miocárdio mais “protegido” contra eventos isquêmicos agudos e crônicos. Felizmente os avanços científicos têm proporcionado o desenvolvimento de novas estratégias de tratamento aos pacientes com DAC, criando uma nova perspectiva para (talvez) um futuro próximo. Email: [email protected] 56 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Cirurgia plástica e seus fatores preditivos de complicações Higor Nogueira Paes Flávia Toledo Simões Camila Pereira Rosa Pedro Guilherme Cabral Lara Mundim Alves de Oliveira José Egídio Novais Simões Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Realizar uma revisão crítica sobre a associação entre os fatores de risco presentes na população em geral e a ocorrência de complicações em procedimentos de cirurgia plástica. Metodologia e fonte de dados: Foi utilizado o método de busca com pesquisa em artigos acadêmicos, indexados nas bases de dados PubMed e Revista Brasileira de Cirurgia Plástica. O trabalho foi confeccionado a partir de publicações de 2012-2014. Foram utilizados os seguintes descritores: “Segurança em Cirurgia Plástica” e “Fatores Preditivos de Segurança em Cirurgia Plástica”. Discussão: Os procedimentos de cirurgia plástica mais requisitados atualmente são cirurgia de mamas, abdominoplastia, lipoaspiração e cirurgias faciais. Historicamente, a cirurgia plástica estética é considerada um procedimento seguro, mas como toda e qualquer cirurgia ela apresenta seus riscos e possíveis complicações que podem ser sinalizados tanto por fatores adquiridos quanto fatores genéticos. Os fatores preditivos mais influentes são: tempo cirúrgico, área corporal afetada, pré-registro de fenômenos tromboembólicos, Índice de Massa Corporal (IMC) e o risco do paciente em relação à anestesia. Ciente da complexidade, o cirurgião plástico deve avaliar o paciente seguindo os mesmos parâmetros rigorosos adotados nos demais tipos de cirurgias, incluindo as avaliações pré-operatórias, trans e pós-cirúrgicas detalhadas, exames físicos e laboratoriais. As complicações decorrentes do processo cirúrgico são uma preocupação tanto para o médico quanto para o paciente, e como o número absoluto de procedimentos não para de crescer, as taxas de complicações pós-operatórias também não deixam a desejar, trazendo para si a necessidade de mais estudos que aprimorem a prática. Em suma, é necessária a elaboração de um escore preditivo de complicações que auxilie o cirurgião a definir condutas preventivas, permitindo um melhor diálogo e cuidado com seus pacientes. Conclusão: Os parâmetros de segurança em procedimentos de cirurgia plástica analisados a partir de um “escore preditivo” aumentam as chances de um procedimento ser bem-sucedido, pois demonstraram que o planejamento pré-operatório, a seleção adequada do paciente e os cuidados profiláticos têm contribuído para diminuição da incidência de complicações graves. Email: [email protected] 57 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Cisto de Thornwaldt causando sintomas limitantes do cotidiano sendo tratado com Laser de Diodo Anna Paula Oliveira Machado Diego Silva Wanderley Renato Nascimento Araújo Leandro Moreira Amaral Fernando Reis Esselin Melo Giovanna Scotta Silva Cendron Instituição: Faculdades Integradas do Planalto Central – FACIPLAC Objetivo: Relatar presença de cisto de Thornwaldt sintomático, restrito a linha média e obstruindo 30% da sua parte superior da rinofaringe, sendo tratado por Laser Diodo. Descrição do caso: Paciente RRP, masculino, 55 anos, foi ao serviço de otorrinolaringologia com queixa de rinorréia posterior e tosse associada à halitose há 6 meses. Negava obstrução nasal, rinorréia anterior, cefaleia, disfonia e alterações otológicas ou gastrointestinais. Vinha utilizando anti-histamínicos, corticoide tópico nasal e sistêmico durante todo este período, algumas vezes usou amoxicilina associada ao clavulanato de potássio sem melhora definitiva. Na nasofibroscopia, durante a visualização da região de rinofaringe foi identificado a presença de lesão do tipo cística restrita a linha média, preenchida por um líquido de coloração citrina e recoberta por tecido mucoso que obstruía apenas 30% da parte superior da rinofaringe, não chegando ao óstio faríngeo da tuba auditiva. Após suspeita clínica e endoscópica do diagnóstico de cisto de Thornwaldt, foi solicitado como exame de imagem a Ressonância. Discussão: O cisto de Thornwaldt é uma lesão decorrente de falha na regressão da notocorda, com persistência de remanescente na parede posterior da rinofaringe. Apresenta uma incidência de 3% na população adulta. A maioria dos casos são diagnosticados entre 15 e 65 anos, com maior prevalência no sexo masculino. Por ser uma lesão benigna, os cistos assintomáticos não necessitam de tratamento. No caso deste paciente, a hipótese de doença puramente atópica ou infecciosa foi sendo cada vez mais afastada a medida que vários tratamentos vinham sendo realizados sem sucesso. Além disso, o paciente apresentava sintomas mais evidentes em região posterior da cavidade nasal, diferindo da maioria das atopias, onde as queixas são mais difusas. Neste caso, após o preciso diagnóstico e tendo em vista sintomas que estavam atrapalhando o cotidiano, foi instituído tratamento com Laser de Diodo. Conclusão: Os cistos de Thornwaldt são na maioria dos casos assintomáticos, porém, alguns pacientes por vezes apresentam queixas como rinorréia, halitose, cefaleia occipital e outros. No paciente em questão os sintomas estavam atrapalhando suas atividades cotidianas e foi feita a Cirugia com Laser de Diodo, que apresentou bons resultados no caso em questão. O presente caso é de valia para publicação, pois traz um paciente sintomático. Email: [email protected] 58 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Coarctação aórtica em neonato: diagnóstico, riscos e indicação cirúrgica Rodrigo Pereira Pio Felipe Alencar Monteiro Borges Lara de Paula Sousa Moisés Elias de Souza Alves Guilherme Miguel Thomé de Carvalho Hélio Henrique Medeiros Pires Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Relatar a importância e a dificuldade do diagnóstico precoce de coarctação da aorta em neonatos e os principais riscos e complicações cirúrgicas que isso implica. Descrição do caso: Paciente masculino, ao nascer evoluiu sem intercorrências e recebeu alta com 48 horas de vida, após 6 semanas, apresenta quadro de dispneia, desconforto respiratório, chiado no peito, febre e recusa das mamadas há 3 dias, recebendo diagnóstico de bronquiolite viral aguda. Após 7 dias de internação, o exame físico indica extremidades bem perfundidas e sem edema, ausculta-se sopro sistólico (2+/6+), levando o paciente a realizar um ecocardiograma que revela coarctação da aorta de grau acentuado, após avaliação de cardiopatia, indica-se intervenção cirúrgica. Há 15 dias paciente aguarda leito de UTI neopediátrica do ICDF. Discussão: O paciente, mesmo sendo portador de cardiopatia, recebeu alta médica com 48 horas de vida. Apresentou quadro assintomático de coarctação da aorta e o sopro sistólico de baixa intensidade foi o único sinal que indicou a realização do ecocardiograma. A indicação cirúrgica foi imediata após avaliação da coarctação de aorta acentuada. O diagnóstico precoce da coarctação de aorta é fundamental para evitar a exposição de neonatos aos riscos que essa patologia causa, como hipertensão e baixa perfusão de membros inferiores. O paciente pode demonstrar-se assintomático à cardiopatia, levando a um difícil diagnóstico da patologia pelo pediatra, por isso é essencial a suspeita de coarctação em pacientes que evoluam com hipertensão arterial sistêmica e redução de pulsos em membros inferiores após o fechamento do canal arterial. Conclusão: O pediatra deve estar atento a sopros no précordio e deve avaliar os 4 pulsos periféricos diariamente. O ecocardiograma demonstrou ser um método de diagnóstico por imagem útil para avaliação dessa cardiopatia, porém, a espera da cirurgia de correção implica um constante risco na vida do neonato. Email: [email protected] 59 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Colangite tardia em paciente portador de atresia de vias biliares após portoenterostomia Hermany Aguiar Carvalho Luciana Freitas Velloso Monte Ana Maria Faria Esteves Suziane Soares Gonçalves Rafael Sanches Moreno Gomes Yuri Matheus Becker Bauer Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Relatar complicação tardia e atípica em paciente portador de atresia de vias biliares após a portoenterostomia de Kasai e frisar a importância de atenção e acompanhamento rigorosos em lactentes que apresentem quadro de colestase. Descrição do caso: A. P. L. P. V., 1 e ano 9 meses, diagnosticada com atresia de vias biliares extrahepática aos 3 meses, submetida a portoenterostomia de Kasai aos 4 meses e em acompanhamento no Hospital de Base (HBDF) desde então. Evoluiu com melhora da colestase e bom ganho pônderoestatural. Há 5 meses, apresentou prurido insidioso, persistente, com piora progressiva, sem fatores de melhora, desencadeantes ou de piora. Buscou o HBDF para investigação clínica. Ao exame mostrava-se em bom estado geral, ictérica, com hepatomegalia de 2 cm do rebordo costal direito, fibroso, esplenomegalia de 3 cm do rebordo costal esquerdo. Exames laboratoriais evidenciaram aumento de TGO, TGP, gama GT e fosfatase alcalina muito acima do normal e hiperbilirrubinemia às custas de bilirrubina direta. Foi aventada a hipótese de colangite, sendo iniciada antibioticoterapia e rifampicina, com melhora do quadro em uma semana. Discussão: A portoenterostomia de Kasai é a cirurgia de escolha para tratamento de atresia de vias biliares extra-hepáticas, uma das principais causas de colestase neonatal. No entanto, a cirurgia não é curativa, havendo progressão para cirrose biliar meses ou anos após a cirurgia, de caráter variável e impacto clínico imprevisível. Complicação comum dessa cirurgia é a colangite, inflamação dos canalículos biliares, que pode se manifestar sob a forma de quadros recorrentes de colestase, febre ou apenas alterações laboratoriais. É mais comum por volta de seis meses a um ano após a cirurgia. A paciente apresenta apenas alterações laboratoriais. Como não foi relatado colúria ou acolia pela mãe, descarta-se quadros colestáticos. A colangite se desenvolve devido a fibrose periportal progressiva que continua mesmo após a cirurgia, levando a redução e estase do fluxo biliar, que causam a colangite. Conclusão: A AVBEH requer atenção e monitorização rigorosa de infantes que tenham sido submetidos à cirurgia de Kasai. Devido ao caráter não curativo da cirurgia, o prognóstico é imprevisível e as complicações são relativamente comuns e podem ser fatais se não houver intervenção precoce e agressiva. É, portanto, imprescindível observar quadros de colestase recorrentes, febre ou outras complicações que essas crianças venham a apresentar. Email: [email protected] 60 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Conflitos de interesse nos relacionamentos de laboratórios e médicos Nathália Telles da Costa Iara Cristina Arruda Vale Rafaella Pereira Marques Mayara Vasconcelos Carvalho Nathália Gomes Miliachi Armando José China Bezerra Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Analisar os problemas éticos envolvidos na relação entre o médico e a indústria de medicamentos, suas causas e consequências para os pacientes, exemplificando com estudos de casos reais. Metodologia e fonte de dados: Revisão de literatura norteada pelos diversos conflitos de interesse existentes na relação entre médicos e a indústria farmacêutica. Foram realizadas pesquisas nos bancos de dados: Scielo e Pubmed com as seguintes palavras-chaves: “Deontologia Médica”, “Indústria Farmacêutica” e “Bioética”. Os filtros de busca ativados foram “free full text” e “5 years”. Discussão: Os médicos e a indústria de medicamentos estão vinculados por mútua necessidade e essa interação é complexa porque há interesses envolvidos, inclusive financeiros, que podem vir a comprometer a independência do médico na formulação de suas prescrições. Uma vez que a prescrição de medicamentos é incentivada por intensa propaganda e por doações da indústria que – veladamente – têm o objetivo final de angariar prescrições, a prática clínica acaba por ser diretamente afetada, pois é exatamente a expectativa de reciprocidade que pode motivar a doação. Parece claro que, visando ao bem em suas ações, o médico fundamente suas escolhas terapêuticas na melhor evidência científica disponível de eficácia e tolerabilidade. Porém, quando essa atitude ideal for contaminada por interesses secundários, ou seja, quando a prescrição for influenciada pela interferência de elementos alheios à evidência científica, passa a existir conflito de interesse. Por isso, a independência absoluta do médico é amplamente desejável na realização das suas prescrições, para benefício do objeto a que visa: a vida. Os conflitos de interesse são extremamente danosos à vida do paciente e ameaçam a atividade investigativa, suscitando a desconfiança do público nos resultados produzidos. Conclusão: Na prática, as pessoas não conseguem manter a objetividade, o que indica que o viés do auto interesse é involuntário. Portanto, a liberdade e independência de fazer escolhas não são totalmente plenas, especialmente quando falta o conhecimento devido para tal. Isso não diz respeito ao fato de que certas escolhas podem ser feitas com a interferência de interesses secundários, mas de que, em certas circunstâncias, pode faltar o conhecimento para discernir a natureza e integridade da informação. Email: [email protected] 61 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Convulsões sem etiologia definida Mariana Fonseca Giani Delfino Milla Carolina Costa Lafetá Luciana Cardoso Reis Helena Barroso Bernal Marina Tani Gomes Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Este trabalho tem como objetivo apresentar e discutir as hipóteses diagnósticas e ampliálas dentro de um caso raro, uma vez que o tétano atualmente tem se tornado uma patologia rara, frente ao sucesso da vacinação. Descrição do caso: Paciente relata ter tido tétano há sete meses, causado por um corte no pé, no qual apresentou rigidez muscular, posição opistótona e várias convulsões como quadro clínico. Procurou o hospital no qual foi diagnosticado com tétano e tratado após três semanas do início do quadro. Há uma semana relata estar na faculdade quando de repente sentiu um choque nos lábios ao usar o bebedouro, perdendo subitamente a consciência. Acordou somente dentro da ambulância onde novamente sofreu mais três convulsões. Acordou no Hospital das Forças Armadas – DF. No HFA apresentou 24 episódios convulsivos de causa desconhecida ou idiopática, dor torácica difusa, de forte intensidade, em queimação, mialgia dos membros (MMSS E MMII) e cefaleia. Apresentou também hipoacusia, acúfeno, diminuição visual bilateralmente, hiporreflexia e tonturas. Paciente nega uso de drogas antiepiléticas como medida profilática. Discussão: Tal caso nos trás inúmeras hipóteses diagnósticas. Paciente relatou ter tido o tetáno no nono ano após a vacinação. Sendo assim, o tétano pode ter intrínseca relação com o novo quadro assim como a demora do diagnóstico do paciente há sete meses atrás, o que pode ter deixado muitas sequelas no sistema neurológico. É importante ressaltar que paciente foi submetido à tomografia, ressonância magnética, EEG, exame toxicológico, hemograma e exame de urina sendo que todos não apresentaram nenhuma alteração. Pela ausência de alterações fisiológicas, foi levantada a hipótese de tratar-se de um transtorno conversivo, isto é, sintomas somáticos simbolizando um conflito psicológico inconsciente, o que nos coloca diante de um quadro psiquiátrico. Conclusão: Paciente continua com quadro convulsivo, mas sem ser diagnosticado corretamente para sua causa e ainda permanece internado. Relata ter tido as seguintes hipóteses de diagnósticos: epilepsia, neurocisticercose e recidiva do tétano. Porém, todos os diagnósticos foram descartados. Sendo assim, chegou-se ao diagnóstico final de transtorno conversivo, devido à ausência de sinais orgânicos. Email: [email protected] 62 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Coqueluche, Uma Revisão de Literatura Manoel Antonio Braga Rezende Mauro Santos Neves Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: A coqueluche é uma morbidade infecciosa causada por bactérias do gênero Bordetella, cuja incidência diminuiu após a implementação de uma vacina na década de 40, entretanto, tem reaparecido com sintomatologia diferenciada nos dias atuais, o que nos leva a revisar os conceitos presentes na literatura. Metodologia e fonte de dados: Foram utilizadas, para o desenvolvimento deste trabalho, fontes de pesquisa como artigos científicos dos portais sCielo e PubMed, disponíveis gratuitamente na internet. Uma compilação acerca do tema foi minuciosamente coletada a fim de se obter uma revisão de literatura concisa, de modo a garantir ao meio médico interessado informações pertinentes à clínica e ao diagnóstico da morbidade. Discussão: A coqueluche é uma doença infecciosa causada por bactérias do gênero Bordetella (B. pertussis e B. parapertussis – 5% dos casos -), sendo caracterizada por tosses secas paroxísticas. Afeta indivíduos de todas as idades, sendo bem mais comum em lactentes menores que 6 meses de idade. Gotículas de saliva expelidas por pacientes portadores da doença, eliminadas por meio da fala ou da tosse, são o meio de transmissão. A doença dura classicamente de 6 a 8 semanas, e possui 3 fases bem estabelecidas de curso clínico: catarral (rinorreia, lacrimejamento, tosse leve e possibilidade de febre baixa), paroxística (fase em que o diagnóstico geralmente ocorre, caracterizada por crises incontroláveis de tosse que surgem subitamente, ocorrendo de 5-10 episódios de tosse em apenas uma expiração, além do clássico ruído em ‘’guincho’’, que pode ou não se fazer presente) e de convalescença (os paroxismos de tosse diminuem gradativamente em frequência e em intensidade). A doença é bem mais grave em jovens e lactentes do que em adolescentes, adultos e idosos. A pneumonia é a complicação que mais leva ao óbito na coqueluche, muito embora este acontecimento seja raro. O tratamento é feito com antibioticoterapia, sendo os macrolídeos (especialmente a azitromicina) os fármacos de primeira escolha. A prevenção com profilaxia é feita com os mesmos fármacos usados para o tratamento, na mesma dose. Conclusão: Apesar de a coqueluche ter sido bem mais dramática no passado e, nos dias de hoje, estar relativamente bem controlada após o advento da vacina DTP (Difteria, Tétano e Pertussis), sua taxa de ataque é bastante alta (70-100%), e surtos epidêmicos ocorrem a cada 2-3 anos, mesmo com o avanço no diagnóstico e manejo clínico. Novas formas de apresentação clínica estão surgindo, o que aponta para a necessidade de manter os estudos acerca desta doença, que com frequência reaparece nos hospitais. Email: [email protected] 63 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Correção cirúrgica minimamente invasiva de pseudoaneurisma de ventrículo esquerdo. Relato de caso Rodrigo Pereira Pio Ricardo Barros Corso Isaac Azevedo Sicua Helmgton José Brito de Souza Tainá Alves Martins cordeiro Camila de Lima Viera Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Relatar um caso de pseudoaneurisma de ventrículo esquerdo tratado com aneurismectomia por técnica cirúrgica mini-invasiva. Descrição do caso: Paciente do sexo feminino, 69 anos, diabética, hipertensa, dislipidêmica, com diagnóstico prévio de doença arterial coronariana, passado de infarto agudo do miocárdio (IAM) e de cirurgia de revascularização do miocárdio em 2013. Em 2014 sofreu novo IAM e foi submetida à angioplastia coronária transluminal percutânea. Paciente evoluiu com quadro de insuficiência cardíaca congestiva (ICC). Ecocardiograma revelou um pseudoaneurima de ventrículo esquerdo gigante. Ressonância magnética revelou colo do pseudoaneurisma de 9 mm e grande pseudoaneurisma de 70 x 33 mm. Foi realizada correção cirúrgica do pseudoaneurisma com o auxílio da circulação extracorpórea, por meio de técnica mini-invasiva, via mini-toracotomia esquerda e sem pinçamento aórtico. EuroScore II pré-operatório de 17,96% de mortalidade. Não houve intercorrências no período peri-operatório e alta hospitalar em 6 dias. Discussão: O pseudoaneurisma de ventrículo esquerdo é uma complicação grave e rara do infarto do miocárdio. O tratamento cirúrgico está sempre indicado pelo alto risco de ruptura. O presente caso revelou a eficácia na técnica cirúrgica mini-invasiva associada à toracotomia esquerda, sem a necessidade de pinçamento aórtico. A ecocardiografia transtorácica mostrou-se útil e precisa no diagnóstico desta complicação. O tratamento cirúrgico convencional dos pseudoaneurismas implica em esternotomia mediana para a instalação da circulação extracorpórea e clampeamento aórtico. A técnica utilizada no caso relatado via toracotomia esquerda com a instalação da circulação extracorpórea via vasos femorais evitou os riscos da reoperação trans-esternal e possível lesão de enxertos coronarianos pérvios, além de facilitar o acesso ao pseudoaneurisma. A técnica miniinvasiva permitiu uma recuperação mais rápida. Conclusão: A cirurgia mini-invasiva via toracotomia esquerda com instalação femoral da circulação extracorpórea, sem a necessidade de pinçamento aórtico, para a correção do pseudoaneurisma de ventrículo esquerdo, em um paciente com operação de revascularização do miocárdio prévia, parece simplificar o procedimento, reduzir o trauma cirúrgico e facilitar a recuperação pós-operatória. E-mail: [email protected] 64 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Depressão Puerperal: características e impactos Natália Cristina Moreira Neves Daniela Vinhaes dos Reis Larissa Araújo Dutra de Carvalho Natália Pierdoná Nathália Gomes Mialichi Hilana Renata Moreira Araújo Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Objetiva-se mostrar as peculiaridades da depressão pós-parto e as possíveis consequências que ela pode trazer para a mãe, o bebê e a para a família em geral. Ressalta-se também a importância do diagnóstico, que apesar de ser difícil, deve-se fazê-lo por se tratar de uma patologia que requer conduta. Metodologia e fonte de dados: Utilizou-se para confecção desta revisão de literatura a busca de artigos científicos presentes nas bases de dados Sacelo e Lilacs, bem como artigos em PDF encontrados em: Revista Eletrônica de Enfermagem, Revista Panorâmica On-Line e Revista de Enfermagem UNISA 2003. As palavras-chave pesquisadas foram: “depressão puerperal”, “depressão pós-parto” e “transtornos psiquiátricos no puerpério”. Discussão: O puerpério é um período de grandes mudanças na vida da mulher, o que as deixa mais susceptíveis a desenvolverem transtornos psiquiátricos. A Depressão Puerperal é uma síndrome de causa multifatorial que repercute em modificações emocionais, cognitivas, comportamentais e físicas. Há suposições de que o fator causal tenha relação com as mudanças hormonais características deste momento da vida das mães. Epidemiologicamente, acomete 10 a 20% das puérperas. Aparece, mais comumente, nas duas primeiras semanas do pós-parto e em até três meses desta data. Está associada com uma relação materno-fetal negativa e familiar desagradável. O quadro clínico cursa com estado de depressão do humor, falta de entusiasmo no desenvolvimento de atividades cotidianas, mudanças no peso, apetite e na qualidade do sono, agitação ou retardo psicomotor, fadiga, sensação de culpa ou inutilidade, concentração ou tomada de decisões dificultadas e até, mais raramente, ideias de morte ou suicídio. Há uma certa dificuldade em se fazer o diagnóstico, uma vez que os sintomas iniciais podem ser confundidos com processos fisiológicos do pós-parto imediato. Porém, se o quadro persistir, deve-se atentar para uma possível depressão puerperal que é uma situação patológica e requer manejo terapêutico adequado. O tratamento consiste em uso de antidepressivos e psicoterapia. Conclusão: A depressão pós-parto é um quadro frequente e muitas vezes subdiagnosticado. Os profissionais de saúde devem atentar-se para tal situação a fim de não deixar uma paciente suspeita sem investigação e tratamento. Não se sabe exatamente a causa etiológica. Está associada com o risco de depressão posteriormente e de novos casos de depressão puerperal em outras gestações. Ela compromete o desenvolvimento infantil no seu âmbito emocional, social e cognitivo e ameaça a estrutura afetiva familiar. E-mail: [email protected] 65 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Depressão Unipolar Moderada - Relato de Caso Douglas Fernando Corrêa Juliana da luz Araújo Rayanne Garrido Monteiro de Andrade Paulo D'Arcadia de Brito Neto Maisa da Silva Dulci Medeiros Maria Edineide Monteiro de Andrade Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O presente trabalho tem por objetivo relatar um caso de Depressão Unipolar Moderada em uma mulher de 53 anos com fatores de risco desde a infância e que desenvolveu tal transtorno após a morte de sua mãe. Descrição do caso: RNSS, 53 anos, feminino, parda, casada, do lar. Refere vida conturbada desde a infância. Alega ainda, após o falecimento de sua mãe há 4 anos, episódios de crises de choro, humor depressivo, sensação de solidão, insônia de frequência diária associada à sonolência diurna e passou a ingerir 1400 ml de cerveja diariamente. No último mês os sintomas se somaram a fatigabilidade e aumento do apetite fazendo com que ela ganhasse 10kg e procurasse atendimento no HPAP. Na primeira consulta foi solicitado o exame laboratorial de TSH e T4 livres o qual excluiu a hipótese de hipotireoidismo. Em sequência realizou-se o teste de duas questões associado ao critério CID-10, diagnosticando-a com depressão unipolar moderada. Foi prescrito Venlafaxina 37,5mg/dia uso contínuo, Zolpidem 5mg/dia antes de dormir por duas semanas e Terapia Cognitivo Comportamental semanal. A paciente teve remissão dos sintomas. Discussão: É um transtorno crônico, recorrente, acomete mais mulheres, altamente incapacitante, associado a alto risco de suicídio. Para o diagnóstico afasta-se a hipótese de hipotireoidismo e transtorno depressivo bipolar. Depois são aplicados o questionário de rastreamento e o critério diagnóstico segundo o CID-10. Na fase aguda (3 primeiros meses) caso o grau seja leve a terapia se restringe à Terapia cognitivo comportamental, se for moderado associa-se à medicação, sempre com a menor dose eficaz; e se grave apenas a medicação. É feito acompanhamento médico semanal para verificar a eficácia da dose, adaptação do paciente e diminuir os riscos de suicídio, o qual aumenta nas primeiras semanas. Se o paciente não tem recaída na fase de continuação (4-6meses seguintes) é considerado recuperado e a medicação é suspensa, se houver cinco ou mais recorrências ele entra para a fase de manutenção (duração indeterminada). Conclusão: A Depressão Unipolar é um transtorno de curso crônico que interfere diretamente na produtividade e qualidade de vida. É fundamental o correto diagnóstico e classificação do grau em que o indivíduo se encontra para que o manejo terapêutico seja adequado. Ainda, é fundamental o acompanhamento médico semanal no início do tratamento e também, quando indicado, a terapia cognitivo comportamental para uma melhor resposta e adaptação à nova condição de vida. E-mail: [email protected] 66 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Desafio de Diagnosticar Colangiocarcinoma a partir de Síndrome Ictérica Rayssa Carvalho Teodoro Thamara de Oliveira Vasconcelos Arivaldo Bizanha Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Esse trabalho tem por objetivo elucidar por meio da análise de um relato de caso a importância de se pesquisar o diagnóstico (Dx) de Colangiocarcinoma (CCA) em pacientes com síndrome ictérica como sintoma inicial. Descrição do caso: Trata-se de paciente feminina, 51 anos, natural do DF, com histórico de colecistite crônica calculosa, nódulos intra-hepáticos, HAS e DM2. Referia dor em HD, vômitos e icterícia há 15 dias; sem febre, acolia e colúria. Ao Exame físico: BEG, LOTE, ictérica 3+/4+, hidratada, hipocorada 1+/4+, eupneica. Abdome: globoso, pouco doloroso à palpação, RH normais. AC: RCR, 2T, BNF, SS, PA=140x90mmHg e FC=92 bpm. AR: MVF normal. Laboratório: Hb 14,2u; Hct 42,5%, WBC 7.300 s/ desvio, Neutrófilo 63,95%; Plt 263.000; Cr 0,8, Glicemia de jejum 112, Ureia 36, GGT: 886u, TGO 39, TGP 298, BT 14,3; BD 5,88; BI 8,42; amilase 35. Imagem: TC, colangioRM e colangiografia. Resultados: vesícula biliar distendida e hidrópica, cálculos em infundíbulo, dilatação de vias biliares intra-hepáticas E, obstrução de 5cm de DHC. Diagnóstico: CCA. Conduta: drenagem percutânea com stent e implantação de dreno biliar. Discussão: O Dx de síndrome ictérica é desafiador, uma vez que engloba várias doenças benignas e malignas. Por conseguinte, deve-se lançar mão de história clínica, exames de imagem e histopatologia, sem descartar nenhum Dx antes de uma propedêutica minuciosa. No caso de CCA, o Dx é difícil devido à evolução lenta da doença que cursa com sintomas gerais de obstrução biliar. Sendo assim, é fundamental que ele seja cogitado em todo caso de síndrome ictérica; principalmente em homens entre 70-80 anos, asiáticos, hispânicos ou com fatores de risco como síndrome metabólica e doenças císticas do ducto biliar. À ColangioRM, que é o método de escolha, revelou CCA Peri-hilar ou tumor de Klatskin o qual é o tipo mais prevalente. Sendo então submetida à drenagem percutânea com stent, objetivando alívio dos sintomas de obstrução colestática e corroborando com a conduta para tumores inoperáveis. Conclusão: O CCA é raro, corresponde a 15% das neoplasias hepáticas e a 2% de morte/ano por câncer no mundo. No entanto não deve ser descartado de imediato, principalmente por possuir prognóstico reservado, com uma sobrevida de 17% em cinco anos. O ideal seria acompanhar periodicamente os pacientes de risco visando diagnóstico precoce e melhora na sobrevida. Porém, a raridade da doença, associada à quantidade de pessoas predispostas dificultam o rastreamento. E-mail: [email protected] 67 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Descriminalização do aborto: uma questão de humanidade Rafaella Amaral Marques Rafael da Silva Santiago Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O artigo busca compreender as reflexões acerca do abortamento por intermédio de uma visão interdisciplinar, no intuito de fornecer elementos mais precisos para uma análise adequada de sua descriminalização. Metodologia e fonte de dados: Nessa pesquisa, empregou-se métodos de abordagem bibliográfica e documental por meio de artigos encontrados nas bases de dados Scielo e Lilacs. PALAVRASCHAVE: descriminalização do aborto, abortamento e legalização do aborto. Discussão: O aborto tem, por definição, a interrupção dolosa da gravidez. A sua prática, portanto, fere o direito fundamental à vida do nascituro. Considerando a norma penal brasileira, a prática abortiva é, penalmente, punível com pena de detenção e reclusão. No entanto, este discurso é extremamente superficial, já que leva em consideração apenas o ato do nascimento, razão pela qual uma análise mais profunda do tema deveria ser feita, visando o futuro dessa criança que terá sido rejeitada desde o ventre de sua mãe. Desse modo, na perspectiva da descriminalização, o direito ao aborto deve ser defendido como um direito inerente à autonomia privada do indivíduo quanto a questões que dizem respeito a seu próprio corpo; outro argumento se refere à proteção da saúde da mulher. Sendo o aborto um dado da realidade, e sendo sua prática proibida, excetuando-se em casos específicos, é sabido que inúmeras mulheres acabam por procurar serviços de saúde não especializados e clandestinos para a realização da prática em questão, colocando em risco sua própria vida. Ademais, as situações socioeconômicas desfavoráveis também representam um fator contribuinte a aludida legalização. O não apoio no seio familiar, a recusa de auxílio por parte do parceiro, o desemprego, a dificuldade financeira vivida pela mulher e a inadequação da habitação para o recebimento de uma nova vida, são preocupações legítimas. Conclusão: Não se deseja, com isso, tornar o aborto uma simples prática contraceptiva e banalizada. Pelo contrário, o que se contesta é a intervenção do Estado no corpo feminino, bem como a doutrinação moral e religiosa que lhe é realizada. Sendo assim, em defesa à mulher, a descriminalização pode e deve lhe oferecer o direito de escolha. E-mail: [email protected] 68 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Diagnóstico acidental de Bloqueio Átrio Ventricular Total Congênito em paciente adulto Andrea Zappala Abdalla Lorena Taveira Amaral Nathalia Gomes Mialichi Mariana Mendes Pacheco de Freitas Ricardo Barros Corso Emanuel Dantas Rodrigues Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Este artigo tem como objetivo relatar um caso de bloqueio atrioventricular total congênito. Uma patologia rara, por este motivo, passível de ser relatado e discutido. Descrição do caso: MOL, masculino, 19 anos, solteiro, natural de Luziânia - Goiás, que deu entrada no hospital com queixas de tontura, cefaleia occipital de intensidade 8 de 10, que evoluiu com quadro de hemiplegia à direita. Referia ainda vômitos, negava febre. Após exames físico e complementares, foi diagnosticado com tumor cerebral, passível de ressecção cirúrgica. Diante da realização dos exames pré-operatórios, foi evidenciado um bloqueio atrioventricular total congênito (BAVTC). Foi discutido com equipe da hemodinâmica, sendo indicada a implantação do dispositivo de marca passo, antes da cirurgia para remoção do tumor cerebral. Discussão: O bloqueio atrioventricular total (BAVT) é definido como bradiarritmia, em que o ritmo de base é idioventricular de escape, fixo e totalmente dissociado da atividade atrial. Esta tem frequência maior que a ventricular e nenhum estímulo atrial despolariza os ventrículos. O BAVT adquirido, por cardiopatia ou degeneração senil do sistema de condução, é sintomático, enquanto o BAVT congênito, tem características suficientes para manter o paciente assintomático por muitos anos. Esta é uma patologia rara, estimando-se uma incidência de 1/20.000 nascidos vivos. A etiologia não é completamente compreendida. O diagnóstico pré-natal pode ser feito através de ecocardiografia fetal e o pós-natal, através de eletrocardiograma, eletrocardiograma dinâmico de 24 horas e ergometria. Este diagnóstico é de extrema importância, já que tal patologia está associada a alta incidência de morte súbita. Conclusão: Concluímos que devido ao diagnóstico de tumor cerebral, foi possível identificar acidentalmente o BAVT de características congênitas em paciente assintomático, que tem grande incidência de morte súbita, sendo assim, possível tomar as devidas condutas para evitá-la. E-mail: [email protected] 69 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Diarreia crônica em paciente HIV positivo Raquel Scafuto Barbosa Evelyn Jacome Obeid Marcelo Alencar da Fonseca Cynthia Lorena de Moura Camila Valadares Santana Recch Camilla Garcia de Oliveira Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Relatar caso de paciente, 52 anos, HIV positivo há menos de 1 ano, com quadro de diarreia mucossanguinolenta, início há 2 anos e perda ponderal de 15kg em 3 meses. Diagnosticada com pancolite ulcerativa intensa e sorologia HIV positivo. Após antibioticoterapia, remissão total dos sintomas. Descrição do caso: Mulher, 52 anos, iniciou, há 02 anos, quadro de diarreia crônica, 20 evacuações/dia, caráter mucossanguinolento, associado à distensão e dor abdominal em hipogastro. Procurou atendimento após piora dos sintomas gastrointestinais e perda de 15 kg em 03 meses. Durante investigação clínica, foi diagnosticada com pancolite ulcerativa intensa em colonoscopia com biopsia e sorologia HIV positivo em duas amostras e Western Blot positivo. Após antibioticoterapia, apresentou remissão dos sintomas e recebeu alta médica. Após 48 dias, apresentou recidiva do quadro clínico, sendo posteriormente internada. Fez uso de sulfassalazina, prednisona, azitromicina, TARV e amtriptilina. Apresentou completa remissão dos sintomas no segundo mês de internação. Alta médica no 3º mês de internação devido a sintomas depressivos e acompanhamento com psiquiatria durante internação médica. Discussão: Diarreia crônica é indicação para tratamento hospitalar do paciente. Os patógenos mais sugestivos de diarreia no HIV são: Citomegalovírus, Herpes e Clostridium difficile. Devido ao uso frequente de antibióticos, os pacientes apresentam maiores taxas de super proliferação bacteriana no intestino delgado, cursando com diarreia crônica e má absorção. Causas não infecciosa devem ser consideradas durante investigação clínica como o efeito colateral de medicamentos, principalmente inibidores de protease. Apesar dos antirretrovirais poderem levar ao quadro diarreico, muitas patologias permanecem ativas se não houver a reconstituição do sistema imune ocasionada por essas medicações. Por isso, a retirada dos antirretrovirais deve ser efetuada apenas em casos específicos, tentando-se o tratamento com sintomáticos. Conclusão: A diarreia é manifestação frequente da infecção pelo HIV desde a sua fase inicial e é uma das mais importantes causas de desnutrição em pacientes HIV. A caracterização da diarreia com todas as suas características é de extrema importância para a melhor propedêutica a ser utilizada. Ainda que o vírus HIV afete o organismo como um todo, o trato gastrointestinal parece ser um dos principais alvos da doença. Vários estudos associam diarreia crônica e perda de peso a uma menor sobrevida. E-mails: [email protected] 70 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Distúrbios Do Equilíbrio Ácido-Básico Marina Tani Gomes Nathália Telles da Costa Gabriela de Campos Araújo Milla Carolina Costa Lafetá Araújo Mariana Fonseca Giani Delfino Antonio Aurelio de Paiva Fagundes Junior Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Realizar uma revisão de literatura acerca das questões relacionadas ao estado ácido-básico do sangue, com fornecimento de dados essenciais ao manejo mais eficiente de pacientes em enfermarias e em Unidades de Terapia Intensiva. Metodologia e fonte de dados: Discutir conceitos básicos e alterações primárias relacionados ao equilíbrio ácido-base, além da fisiologia do controle do pH sanguíneo, e a aplicação desse conhecimento em quadros de distúrbios primários do equilíbrio ácido-básico, abrangendo a fisiopatologia e o diagnóstico destes. A revisão foi feita apoiada em bases de dados bibliográficos online (Scielo, Bireme, Medline e Lilacs). Discussão: Acidose e alcalose são alterações do pH sanguíneo devido ao aumento ou à diminuição da concentração sanguínea de íons H+. Para manter a homeostase, utilizam-se mecanismos regulatórios. O sistema tampão é a primeira linha de defesa e utiliza substâncias capazes de doar ou receber íons H+. O componente pulmonar utiliza a eliminação ou retenção de CO2. Já o componente renal é o terceiro componente na linha de defesa e atua pela excreção de urina ácida ou básica. Os distúrbios do equilíbrio podem ser respiratórios e/ou metabólicos. A acidose metabólica ocorre com redução do HCO- ou com aumento de H+, enquanto a alcalose metabólica ocorre com aumento do HCO- ou com redução de H+. Já a acidose respiratória ocorre quando há aumento da PCO e a alcalose respiratória, quando a PCO estiver diminuída. Estes distúrbios desencadeiam resposta compensatória, que tende a manter o pH o mais próximo do normal. Quando a normalização não ocorre, os distúrbios metabólicos levam a compensações respiratórias e os distúrbios respiratórios levam a compensações metabólicas. Pode haver, ainda, distúrbios mistos, com alterações metabólicas e respiratórias, que ocorrem quando o grau de compensação não é adequado ou quando a resposta é maior que a esperada. A análise dos valores obtidos da gasometria arterial possibilita o diagnóstico dos desvios do componente respiratório e do componente metabólico. Conclusão: O aprendizado dos conceitos elementares acerca das desordens do equilíbrio ácidobásico permite uma análise mais eficiente dos quadros trazidos a enfermarias e Unidades de Terapia Intensiva. Por isso, é fundamental para alcançar diagnósticos mais precisos visando a redução dos riscos de óbito e disfunção de órgãos e sistemas de pacientes internados. E-mails: [email protected] 71 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Divertículo de Meckel Byannkah Abrão Ferreira Mendes Marcelo Ribeiro Artiaga Kellen Karenine Pinho de Medeiros Huri Brito Pogue Izabela Luíza de Azevedo de Souza Armando José China Bezerra Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O objetivo deste trabalho é fazer com que os futuros médicos e profissionais de saúde tenham contato e saibam lidar com a anomalia congênita mais comum do trato gastrointestinal: o divertículo de Meckel. Metodologia e fonte de dados: Esse trabalho é uma revisão de literatura e sua fonte de pesquisa consiste em artigos científicos da base de dados Scielo tendo como palavras-chave "Divertículo de Meckel". Discussão: Divertículo é uma herniação de uma víscera oca. Pode ser classificado como verdadeiro ou falso. O verdadeiro contém todas as camadas do órgão, já o falso, ou pseudodivertículo, consiste apenas de uma protrusão das camadas mucosa e submucosa através da camada muscular. O Divertículo de Meckel trata-se de um divertículo verdadeiro, proveniente da obliteração incompleta do ducto onfaloentérico, o qual deveria ser obliterado até a 10ª semana de gestação. Esse ducto comunica a alça do intestino médio com o saco vitelínico e caso ocorra o divertículo de Meckel poderá ou não ter consequências clínicas que precisará de intervenção cirúrgica. O divertículo de Meckel é um tipo de persistência de canal onfaloentérico em que em geral se apresenta como uma evaginação pequena, de boca larga na borda antimesentérica do íleo terminal localizando-se a 40-60 cm da válvula ileocecal, porém há outros tipos de divertículos resultados também de persistência de canal onfaloentérico. A persistência pode ser total ou parcial. A total apresenta fístula e há extravasamento de fezes pelo umbigo. As parciais podem se apresentar de várias formas, sendo uma delas o próprio divertículo de Meckel. Conclusão: O divertículo de Meckel, apesar de ser a anomalia congênita mais comum do trato gastrointestinal, é de ocorrência rara sendo importante o seu conhecimento tanto para saber do que se trata em achados intraoperatórios quanto para se fazer diagnóstico diferencial de outra enfermidade que podem se confundir com o divertículo sintomático como apendicite. E-mails: [email protected] 72 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Doença da vesícula biliar na população idosa: uma revisão terapêutica Renato da Silva Cordeiro Colenghi Camila Valadares Santana Recch Luigia Peixoto Salvador Thamara de Oliveira Vasconcelos Fellipe Marques da Silva Araujo Marcelo Joaquim Barbosa Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Avaliar as possibilidades atuais de condutas terapêuticas – quanto ao tipo, indicação e momento de intervenção – mais adequadas para o paciente idoso com colelitíase, com vistas ao melhor perfil de morbimortalidade do paciente nesse contexto. Metodologia e fonte de dados: O estudo é uma revisão de literatura terapêutica abrangendo os estudos mais relevantes dos últimos 17 anos, com busca realizada nas bases de dados indexadas ao portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) a partir da busca das seguintes palavras-chave: colelitíase, colelitíase idoso, cholelithiasis, gallstone e gallstone elderly. Discussão: Os estudos revisados referem grande incidência de doença da vesícula biliar na população idosa, e, apesar de o tratamento padrão ouro para doença sintomática ser cirúrgico, há grande relutância em submeter os pacientes idosos a esse tipo de procedimento. O que todos os estudos revisados apontam, contudo, é que a idade avançada não é por si só um fator de risco para a cirurgia, mas sim a variedade de comorbidades que a acompanham, o que se observa com mais clareza nos pacientes muito idosos (mais de 80 anos). A mortalidade associada ao tratamento cirúrgico em idosos é, sim, maior, quando comparada à dos jovens, Bromberg et al (1998) citam fontes que apontam: 0,3% abaixo de 50 anos; 1,6% entre 50 e 64 anos; e 4,9% acima de 65 anos. Quando se observa esse dado apenas na população idosa quanto a situação de eletividade ou urgência o que se observa é taxa de mortalidade de 0 a 4,4% na primeira contra 3,8 a 19% na segunda. Por outro lado, o estudo de Ferrarse et al (2013), avaliando a colecistectomia laparoscópica, não encontrou evidência estatística de diferença no que concerne uma abordagem imediata ou tardia quanto a complicações, tempo de operação ou taxa de conversão para cirurgia aberta, a única vantagem observada na abordagem imediata foi menor tempo de internação. Conclusão: Abordagem definitiva precoce pode ser mais efetiva em evitar complicações e cirurgias de urgência, que estão associadas a taxas mais altas de morbimortalidade, mas a partir do estudo de Ferrarse et al (2013), há necessidade de maior investigação. A colecistectomia laparoscópica é um procedimento aplicável e seguro, mas há necessidade de mais e maiores estudos no que concerne à escolha do método cirúrgico em situações mais específicas do quadro de doenças da vesícula biliar. E-mails: [email protected] 73 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Doença de Behçet e Aneurisma da Artéria Mesentérica Superior Marcus Vinícius Silva Ferreira Antônio Carlos de Souza Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Relatar o caso de um paciente com Doença de Behçet (DB) que desenvolveu aneurisma do segmento inicial da artéria mesentérica superior (AMS) envolvendo a aorta, tratado com procedimento híbrido. Descrição do caso: Homem de 50 anos com dispepsia há 6 meses e diagnóstico de Doença de Behçet (DB) há dois anos, devido a úlceras orais e perianais recorrentes, artralgia e inflamação ocular, em uso de omeprazol, azatioprina e aspirina. Evoluiu, em 2 meses, com dor abdominal difusa não anginosa com piora progressiva e perda ponderal, apresentando-se emagrecido com úlceras orais e anais, e tumoração epigástrica dolorosa, pulsátil e expansiva à palpação. A angiotomografia demonstrou aneurisma de AMS de 3x2 cm com envolvimento da parede anterior da aorta e com presença de trombo interno. Foi submetido a cirurgia híbrida em dois tempos: no primeiro tempo, realizou-se laparotomia mediana transcolônica com ligadura da AMS e revascularização retrógrada com enxerto de Dacron®; e no segundo implantou-se endoprótese de aorta abdominal com extensão Talent™. O paciente evoluiu bem e segue assintomático. Discussão: A DB é uma vasculite inflamatória sistêmica caracterizada por episódios recorrentes de úlceras orais e genitais, lesões cutâneas, lesões oculares podendo estar associada a manifestações vasculares, gastrointestinais e neurológicas. O acometimento vascular está presente em 7-49% dos casos, 3 a 16 anos após o início dos sintomas, com maior frequência em homens, contudo o aneurisma de AMS é uma manifestação rara da DB, com pouco relatos na literatura. Existem relatos de casos secundários a processos inflamatórios como pancreatite, que devem compor o diagnóstico diferencial. Os aneurismas de AMS são lesões que acarretam risco à vida e que representam um desafio sobre o ponto de vista do tratamento cirúrgico. A ligadura é a principal modalidade de correção cirúrgica, porém nos casos envolvendo a origem da artéria não há colo proximal, sendo necessárias alternativas terapêuticas. Conclusão: O acometimento da AMS não define os casos de DB, contudo deve ser considerado em pacientes com sintomas gastrointestinais no diferencial com manifestações ulcerosas presentes em seu espectro clínico. O acometimento da origem das artérias viscerais com envolvimento da aorta representa um desafio adicional à terapia cirúrgica por inviabilizar a ligadura do colo proximal, sendo a cirurgia híbrida uma opção a ser pensada nessas situações. E-mail: [email protected] 74 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Doença de Hansen Thainá de Araújo Rodrigues Keny Soares Rodrigues Marina Machado M. Cardoso Geovanna Godinho de Sousa Teixeira Raphael Andrade Gonçalves Borges Rodolfo Raposo de Lima Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O trabalho tem como objetivo reconhecer a Doença de Hansen como sendo de suma importância, além de seu histórico e manifestações a fim de fechar um diagnóstico com precisão e encaminhar o paciente para o tratamento mais precoce e corretamente. Metodologia e fonte de dados: AZULAY, Rubem David. Dermatologia. 6ª Ed. Editora Guanabara Koogan. SAMPAIO, Sebastião; RIVITTI, Evandro. Dermatologia. 3ª Ed. Editora Artes Médicas. KUMAR, V; ABBAS, A. K; FAUSTO, N. Robbins & Cotran: Patologia – Bases Patológicas das Doenças. 7ª Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. Discussão: A doença de Hansen recebe esse nome devido a Gerhard Henrick Armauer Hansen que defendeu a hanseníase como uma doença infectocontagiosa e não hereditária. A doença se caracteriza por ser uma infecção lenta e progressiva que se manifesta quando o indivíduo com grau de imunidade comprometido entra em contato com o Mycobacterium leprae que afeta pele e nervos, resultando em deformidades impactantes. Suas manifestações clínicas se caracterizam pelas lesões neurais e cutâneas que se dividem em: hanseníase indeterminada, tuberculoide, lepromatosa ou virchowiana e dimorfa. As reações hansênicas se dividem em tipo 1 ou Reação reversa, que está relacionada a lesões já preexistentes e aparecimento de novas lesões, hiperestesia e neurite aguda com possível deficiência motora permanente, e a do tipo 2 ou Eritema Nodoso Hansênico que se caracteriza por ser do tipo virchowiana com pápulas, nódulos, placas e necrose central, além de febre, mal-estar, hiporexia, perda de peso, neuropatia, orquiepidimite, glomerulonefrite, miosite e outras manifestações clinicas. O diagnóstico da doença de Hansen é feito pelo dermatologista, e envolve a avaliação clínica do paciente, com aplicação de testes de sensibilidade, palpação de nervos, avaliação da força motora entre outros. Conclusão: A Doença de Hansen apresenta no Brasil, uma frequência de 45 casos para cada 100 mil habitantes e por isso é necessário o conhecimento da doença assim como seu diagnóstico e tratamento para uma melhor atuação médica em relação ao paciente. E-mail: [email protected] 75 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Doença de Kawasaki e a morte súbita em crianças Alisson Leandro Camillo Pereira Luciana Cardoso Reis Tayane Oliveira Pires Matheus Castilho Corrêa Helena Barroso Bernal Everaldo Tavares de Brito Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Conhecer mais sobre a Doença de Kawasaki (DK), abordando sua etiopatogenia, patologia, diagnóstico, tratamento e de como essa doença pode evoluir para morte súbita em crianças. Metodologia e fonte de dados: Com o intuito de obter informações para a realização desse trabalho, foram feitas pesquisas em bibliotecas virtuais de artigos científicos como Scielo e em dados de um trabalho realizado pelo serviço de dermatologia do Hospital Universitário de Brasília. Discussão: A doença de Kawasaki atinge todas as faixas etárias pediátricas predominantemente crianças abaixo de cinco anos. Sua causa ainda é desconhecida, porém, devido suas características clínicas e epidemiológicas, suspeita-se que sua causa seja por um agente infeccioso não identificado. A presença de febre persistente durante cinco dias ou mais, associada à conjuntivite não purulenta, língua em framboesa, eritema e edema de mãos e pés com descamação periungueal, exantema e linfonodomegalia cervical fecha o diagnóstico de DK. As alterações patológicas encontradas na DK consistem em vasculite sistêmica generalizada, afetando predominantemente vasos de médio calibre com preferência pelas artérias coronárias. Nas artérias coronárias há alterações inflamatórias em toda parede do vaso e necrose das células musculares causando a perda da integridade da parede do vaso, o que contribui para formação de aneurismas. Com a formação de aneurismas o risco de que ocorra a ruptura do vaso é fator preocupante, pois como as artérias coronárias irrigam o miocárdio, caso essa ruptura aconteça, ocorrerá uma isquemia miocárdica, o que poderá causar a falência daquele órgão. O tratamento da DK varia de acordo com estágio em que a mesma se encontra: Em sua fase inicial, visa prevenir vasculites e suas consequências e em sua fase mais avançada o objetivo é prevenir a isquemia miocárdica e o infarto. Conclusão: Como a doença de Kawasaki é fator de grande risco para sequelas cardíacas e morte súbita em crianças, o monitoramento cardiovascular por meio de exames de imagem é imprescindível. E-mail: [email protected] 76 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Doença de Raynaud Amanda de Castro Machado Natalia da Costa Meireles Vinícius Pinheiro Nogueira de Almeida Milla Carolina Costa Lafetá Araújo Gabriela de Campos Araújo Bruno Eduardo de Morais Santos Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Realizar revisão de literatura sobre a Doença de Raynaud, elucidando suas causas, achados, patogênese, epidemiologia e tratamentos. Metodologia e fonte de dados: Pesquisa bibliográfica de artigos da Scielo e sociedade brasileira de reumatologia. Discussão: A doença de Raynaud é uma doença caracterizada por resposta anormal dos vasos terminais ao frio ou situações de stress intenso, que decorre com vasoespasmos com consequente redução do fluxo sanguíneo e isquemia. É mais comum nos dedos das mãos mas pode acometer pés, nariz, língua e lóbulo da orelha. Evolui com palidez, seguida e cianose e rubor. Existem dois tipos do fenômeno de Raynaud, o primeiro não está associado a nenhuma doença pré-existente, que é a doença de Raynaud, o segundo tipo é consequência de uma doença prévia, mais comumente reumática. Outras causas para o aparecimento do fenômeno de Raynaud do tipo 2 são drogas e agentes tóxicos, doenças endócrinas, trauma ou lesão de grandes vasos, doenças arteriais, desordens hematológicas e neoplasias. A patogênese inclui a ruptura da resposta termorregulatória dos vasos sanguíneos da pele com hiperatividade dos receptores simpáticos α2C dos vasos sanguíneos, causando uma resposta exacerbada a temperaturas frias e liberação anormal de vasoconstritores (endotelina) ou a produção diminuída de vasodilatadores (prostaciclinas e NO). É mais comum em mulheres, indivíduos jovens e membros da mesma família, acomete de 3,5 a 15% da população mundial e a idade média de início é aos 14 anos. O tratamento inclui evitar frio e situações estressantes, e o uso de vasoconstritores e tabagismo, em casos mais severos é feita simpatectomia. Conclusão: A doença de Raynaud é comum e possui diagnóstico fácil, a partir da resposta característica ao frio, a qual evolui com palidez, cianose e rubor. Pode se manifestar sozinha ou estar associada a outras doenças, normalmente doenças reumáticas como esclerose, LES, artrite reumatoide e vasculites. O tratamento inclui profilaxia, evitando o frio, medicamentos como bloqueadores de canais de cálcio, inibidores de ECA, nitratos e outros, em casos mais graves há indicação cirúrgica de simpatectomia. E-mail: [email protected] 77 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Dor em pacientes queimados: a visão do paciente e do profissional da saúde Alisson Leandro Camillo Pereira Arnaud Macedo Oliveira Filho Everaldo Tavares de Brito Fernanda Caroline Moura Garcez Guilherme Fleury Costa Vinícius Oliveira Domingues Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Refletir sobre a participação do profissional da saúde na assistência à dor do paciente queimado, identificando as percepções dos pacientes mediante à dor provocada pela queimadura. Metodologia e fonte de dados: Revisão de publicações recentes referidas na base de dados da Medline e Scielo, livros de anestesiologia e dor que abordem a temática sobre a dor em pacientes queimados. Discussão: A dor da queimadura terá origem quando houver estimulação direta das terminações nervosas da pele pelo calor em consequência da destruição das camadas superficiais da pele e exposição das terminações nervosas sensitivas. Um trauma decorrente de queimaduras sobre a pele produz várias alterações locais que resultarão no aparecimento de dor física e psicológica como também em alterações definitivas na aparência. Essa dor está geralmente relacionada com atividades específicas tais como desbridamento, higienização da ferida e fisioterapia e por esse motivo, a dor é de maior incidência durante as primeiras fases da queimadura, onde esses procedimentos são realizados com mais frequência e maior intensidade. O grau e a duração da dor que um paciente suporta durante seu tratamento estão relacionados a alguns fatores: extensão e localização da queimadura, nível de ansiedade e de tolerância à dor, experiências anteriores, cultura, faixa etária e estado emocional. Segundo o estudo, a maioria dos pacientes possuem as mesmas queixas: dor durante o banho, troca de curativos, fisioterapia e dificuldade para encontrar posição para dormir. O profissional da saúde, antes de iniciar esses procedimentos deve estar preparado para lidar com a dor do outro e com o fato de que os procedimentos médicos podem potencializar a dor. Conclusão: A dor relacionada à queimadura possui impacto significativo durante a internação de um paciente queimado. O profissional de saúde deve sempre levar em consideração que aquele paciente está desestabilizado tanto fisiologicamente como psicologicamente. Sendo assim, uma abordagem psicológica e física da dor contribui para o sucesso do procedimento em geral. E-mail: [email protected] 78 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Dor fantasma Luciana Cardoso Reis Arnaud Macedo Oliveira Filho Geovanna Godinho de Sousa Teixeira Ícaro Pinto Silva Mariana Quaresma Cavalcante Vinícius Oliveira Domingues Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O artigo tenta explicar a origem da dor do membro fantasma, mostrando que se pensava ser uma dor de origem psíquica, mas já se sabe que é também uma dor fisiológica. É relatado que a dor pode ter origem no abalo psicológico sofrido pelo paciente, assim como a não aceitação da perda do membro. Metodologia e fonte de dados: Na realização do artigo foram utilizados relatos de casos de pessoas que passaram por amputação de algum membro (superior, inferior, órgãos ou a mama), lesão no plexo braquial e até mesmo em pacientes tetraplégicos nos quais relatavam sentir a presença ou mesmo sensação dolorosa do membro inativo. Foram utilizados artigos científicos do Scielo e endereços eletrônicos para a composição da revisão. Discussão: As maiorias das informações sensoriais que apresentamos estão relacionadas com áreas bem específicas do córtex, de maneira que construímos mapas sensorial, sendo o principal o mapa somato-sensorial. Como consequência dessa construção, cada pessoa apresenta uma imagem interna de si mesma que é representada pelo seu físico, ou seja, a construção da “imagem corporal”. Esta imagem é criada a partir de nossas próprias percepções, ideias e emoções que temos sobre nosso corpo juntamente com suas experiências, que podem constantemente ser alteradas. Após alguma perda sensorial a organização cortical é alterada, ou seja, antes áreas que estavam ativas no membro amputado passam a ser invadidas por terminações nervosas de áreas que não sofreram alterações, desde que essas áreas estejam localizadas próximas do córtex. Tal fator mostra a capacidade de plasticidade do sistema nervoso. Pacientes que tiveram lesão no plexo braquial apresentam além da dor a sensação de perda do membro, mesmo não havendo a perda física. Sendo assim, o membro fantasma é como se fosse uma reativação do seu padrão de percepção dados, principalmente, pelas forças emocionais. Indivíduos amputados sofrem grandes abalos psicológicos e com isso relutam em aceitar a perda do membro, tentando inconscientemente manter a integridade do corpo. Conclusão: Mesmo não tendo certeza da origem da sensação ou dor do membro fantasma, tem-se certeza que ele é tanto de origem psicológica quanto de origem fisiológica. Também se sabe que não há tratamento específico para este fenômeno. Porém existem terapias e alguns medicamentos que ajudam na redução da dor, mas não apresentam eficácia para a cura. Por não existir cura muitas pessoas que sofrem com o membro fantasma aprendem a conviver com essa situação. E-mail: [email protected] 79 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Dor visceral e suas peculiaridades Luísa Villela Biazon Arnaud Macedo de Oliveira Filho Everaldo Tavares de Brito Geovanna Godinho de Sousa Teixeira Luciana Cardoso Reis Mariana Quaresma Cavalcante Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Discorrer acerca da dor visceral e da importância de seu conhecimento pelos profissionais da saúde. Metodologia e fonte de dados: Trata-se de revisão de literatura de livros texto e artigos publicados na Revista Dor acerca da dor visceral e sua fisiopatologia, disponíveis na plataforma Scielo. Discussão: A dor visceral é muito frequente e por isso deve ser conhecida pelos profissionais da saúde. Seu mecanismo não é completamente elucidado devido ao número limitado de estudos e à dificuldade de estudá-la em humanos. Nem todas as vísceras respondem à dor, como os parênquimas pulmonar, hepático e renal. Vísceras ocas como o estômago, intestino, ureteres e bexiga são quase insensíveis ao corte e à queimadura, porém, são sensíveis à distensão, isquemia ou inflamação. Esse tipo de dor é complexo, pois possui localização geralmente difusa que pode ser tanto próxima ao órgão afetado quanto distante: uma dor de origem cardíaca pode se manifestar no membro superior esquerdo, por exemplo. Isso ocorre porque os estímulos viscerais se juntam com fibras originadas em estruturas somáticas em vários níveis do corno posterior da medula espinal. A intensidade das dores é variável, geralmente com períodos de piora seguidos de melhora, provavelmente correspondendo à contração da musculatura lisa. Outros sintomas característicos são palidez, malestar, sudorese, aumento do peristaltismo e hiperalgesia. A dor pode se tornar mais localizada quando a doença acomete nervos somáticos, como ocorre na apendicite, que inicialmente é caracterizada por dor abdominal difusa e depois por dor localizada na fossa ilíaca. Conclusão: A dor visceral é peculiar, sendo caracterizada principalmente pelo seu caráter difuso e pela sensibilização à distância. Costuma estar associada a reflexos motores e autônomos exagerado. Sua fisiopatologia diferente da dor somática, apesar das fibras entrarem próximas na medula espinal. Pacientes que relatam esse tipo de dor devem ser examinados com cautela, pois essas dores podem dizer muito a respeito da causa da doença. E-mail: [email protected] 80 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Síndrome de Cushing endógena e Síndrome de retirada. Luciana Cardoso Reis Helena Barroso Bernal Matheus Castilho Corrêa Tayane Oliveira Pires Alisson Leandro Camillo Pereira Bruno Menezes Krasny Gonçalves Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O objetivo do artigo é mostrar os efeitos do uso crônico de cortisol. Mostrando os efeitos no metabolismo intermediário, no balanço hidroeletrolítico, na pressão arterial sanguínea, na resposta imunológica e inflamatória, no sistema reprodutor e entre outros. Também se fala da síndrome de retirada. Metodologia e fonte de dados: A revisão se baseou no artigo “Síndrome de cushing endógena: características clínico-laboratoriais em 73 casos”. No qual foram utilizados dados laboratoriais, como: níveis de cortisol sérico, urinário, níveis de ACTH entre outros e também o acompanhamento desses pacientes por 10 anos. Também foram usados artigos eletrônicos (Scielo) na pesquisa da síndrome exógena e em livros de endocrinologia. Discussão: A síndrome de Cushing (SC) consiste em uma exposição prolongada a níveis elevados de glicocorticoides que pode ser de origem exógena (relatada apenas como a síndrome de retirada) e de origem endógena (na qual altera os mecanismos de retroalimentação de eixo hipotálamo-hipófisesuprarrenais). A SC quando de origem endógena é classificada em ACTH-dependente, na qual causa a Doença de Cushing na maioria dos casos por causa de um adenoma hipofisário, neoplasias não endócrinas e excesso de ACTH gerando uma hiperplasia da suprarrenal; e os ACTH-independentes que são neoplasias próprias do córtex suprarrenal. Os principais sintomas relacionados com a Síndrome são: obesidade centrípeta, face de lua cheia, giba dorsal, víbices vinhosas, hirsutismo, acnes faciais, hipertensão arterial sistêmica, hipotrofia e fraqueza muscular, efeitos no sistema reprodutor e ganho de peso. A SC de origem exógena apresenta a síndrome de retirada, na qual está relacionada com a suspenção do medicamento, porém ela apresenta efeitos danosos como a insuficiência adrenocortical secundária (supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal). A síndrome de retirada apresenta como sinais: anorexia, letargia, náuseas, artralgias, fraqueza, mas apresenta a integridade do eixo. Seus mecanismos de ocorrência são desconhecidos. Observou-se também a predominância de ocorrência no sexo feminino. Conclusão: A SC de origem endógena apresenta três causas principais, nas quais apresentam sinais e sintomas parecidos, por isso os estudos para diferenciá-las devem ser bem analisados para melhor tratamento. Os sinais são bem característicos da como a fácies cushongóide, a giba dorsal e a obesidade centrípeta. A SC de origem exógena apresenta sinais e sintomas bastante semelhantes a forma endógena, mas se deve preocupar é com a síndrome de retirada, uma vez que ela interfere no eixo hormonal do organismo. E-mail: [email protected] 81 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Endocardite infecciosa relacionada à complicação de Hemodiálise por Cateter Femoral Lucas Benjamin de Souza Abreu Felipe Chagas Toledo Patrícia de Araújo P. Teixeira Camila de Lima Vieira Priscila Lessa Carnielli Vilella Rosana de Paula Laurindo Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Neste relato, documentamos caso de endocardite infecciosa resultante da infecção de cateter venoso central. Sendo a endocardite a quarta principal doença infecciosa que leva ao óbito e em casos relacionada ao uso de cateteres buscamos evidenciar possíveis fatores que podem predispor esse desfecho. Descrição do caso: Paciente com neuropatia diabética dialítica relata que há 3 meses apresentou quadro de febril de predomínio noturno, cefaleia holocraniana, tremores e sudorese. Nega dor torácica, dispneia, síncope ou palpitações. Foi diagnosticada com endocardite infecciosa, por imagem em ecocardiograma que apresentava imagem heterogênea móvel em átrio direito. Recebeu tratamento e se manteve internada por 2 meses fazendo uso de antibioticoterapia durante todo o período e então encaminhada para o para realização de procedimento cirúrgico cardíaco para abordagem da massa em átrio direito. A cirurgia foi realizada onde encontraram vegetação em região de veia cava inferior projetando-se para átrio direito. Foi retirada, levada para biópsia e realizada cultura do material e do cateter da diálise. Realiza diálise diária, por meio de cateter jugular. A cultura cateter e da massa evidenciaram S. pyogenes. Discussão: Sendo a endocardite a quarta principal doença infecciosa que leva óbito cada vez mais sua incidência relaciona-se ao uso de cateter. De forma geral a endocardite relacionada a cuidados intra-hospitalares alcança a prevalência de 7-29%. Essa tendência é paralela ao uso difundido de cateter venoso central. Doença valvar preexistente não é necessariamente presente, a endocardite pode resultar do dano presumido ao tecido endocárdico induzido pelo cateter propriamente dito. A apresentação clínica geralmente é a mesma de endocardite aguda, com febre persistente, sudorese noturna, e sopro cardíacos. Endocardite infecciosa em pacientes em hemodiálise apresentam mau prognóstico, com altas taxas de mortalidade, 46-75%, em 1 ano. O diagnóstico se faz por meio de critérios clínicos, laboratoriais e ecocardiográficos. O Stafilococos aureus é o patógeno mais frequente relacionado ao quadro. Conclusão: A tendência da endocardite infecciosa de resultar em óbito e situações de morbidade tem aumentado apesar do avanço do diagnóstico e das estratégias terapêuticas. Por ser uma complicação com altas chances de levar à morbidade e ao óbito deve ser sempre lembrada. Por ser uma complicação possível do uso prolongado de cateter venoso central deve-se buscar intensificar as medidas preventivas de contaminação ao manipular o cateter,evitando assim contaminação do cateter e miocárdica. E-mail: [email protected] 82 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Endometriose: uma nova visão sobre sua origem e tratamento Izabela Luíza de A. de Souza Fernanda Guedes Ferreira Thais Reggiani Cintra Geovana Murta Gomes Jorge Rocha de Souza Alysson Zanatta Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Discorrer sobre uma nova hipótese para a origem da endometriose, abordando seu tratamento, especialmente nos casos em que há ocorrência de endometrioma ovariano, e analisar possíveis condutas médicas para a paciente infértil devido à endometriose. Metodologia e fonte de dados: Para a confecção desse estudo, foi utilizada a base de dados PubMed, para a busca por artigos acadêmicos indexados, além de outras dissertações e livros. Foram utilizadas as seguintes palavras-chave: “endometriosis”, “fertility”, “endometriomas”, e “endometrial receptivity” e 2 artigos dos últimos 5 anos foram utilizados. Quando colocadas as palavras-chave “fetal” e “endometriose”, 39 artigos foram identificados, dos quais 4 citam casos de endometriose em fetos e são do período de 2009 a 2015. Discussão: A endometriose deve-se à presença de um tecido semelhante ao endométrio em órgãos como trompas, ovários, intestino, e bexiga. Pode causar fortes dores e subfertilidade. Segundo a Sociedade Brasileira de Endoscopia Ginecológica e Endometriose, seis milhões de brasileiras têm a doença, e, apesar do alto índice, esta ainda é uma doença subdiagnosticada. O diagnóstico precoce é um desafio para a comunidade médica e possibilitaprognósticos melhores. No entanto, o fato de a real causa ainda não estar estabelecida dificulta desde o diagnóstico precoce até a prescrição e o desenvolvimento de tratamentos mais efetivos. Pesquisadores da Fundação Italiana para a Endometriose relatam que a doença pode ser encontrada em aproximadamente 10% dos fetos femininos, evidência que pode derrubar a tese de que a origem da doença seja a menstruação retrógrada, ou que determinado estilo de vida contribua para o surgimento da doença. Em relação ao seu tratamento, já se sabe que o uso de pílulas não previne as formas mais avançadas da doença, tampouco o surgimento de novos focos de endometriose, mas apenas controla os sintomas de dor. Vale ressaltar, ainda, que o tratamento mais efetivo para o endometrioma ovariano, um forte indicador de endometriose profunda, é a sua remoção cirúrgica por laparoscopia, tecnologia minimamente invasiva e que cada dia ganha mais espaço no âmbito médico. Conclusão: Visto que a endometriose é um problema que afeta muitas mulheres, causando-lhes dores constantes na pelve fora do períodomenstrual, dismenorréia, disparêunia e visto que está muito relacionada à fecundidade reduzida, é de suma importância que sua causa seja estabelecida, a fim de que haja realização de diagnóstico precoce, desenvolvimento e prescrição de tratamentos efetivos. Email: [email protected] 83 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Enfoque farmacológico do paciente anginoso: um relato de caso Lourival Paiva Grillo Júnior Samuel de Sousa Alencar Bruno Oliveira Leite Iara Cristina Arruda Vale Monique Almeida Vaz Eloá Medeiros Objetivo: Analisar a conduta farmacológica, baseada em Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia, de um paciente internado por angina instável (AI) no Hospital Regional de Ceilândia (HRC). Descrição do caso: ARL, masculino, 61 anos, previamente dislipidêmico, sedentário e ex-tabagista há 10 anos. Refere episódio de dor precordial excruciante, crescente, em repouso e irradiando para pescoço, ombro e braço esquerdos. A dor foi avaliada em 9 pontos numa escala 0-10, com duração de aproximadamente 15 minutos, pela manhã. Nega dispneia, mal estar, confusão mental e síncope. Na admissão, FC: 126 BPM, PA 170 X 110 mmHg, reflexos preservados e taquipneico. Paciente foi classificado como baixo risco (Classe IIIB), sendo prescrito Dinitrato de Isossorbida sublingual 5 mg a cada cinco minutos por três vezes com alívio da dor, AAS (200 mg) e oxigenoterapia. Foi solicitado ECG, dosagem de enzimas (CK-MB e troponina) e Raio-X de tórax, os quais estavam inalterados. Paciente apresentou melhora do quadro álgico e foi encaminhado para teste ergométrico. Discussão: O tratamento clínico intensivo dos pacientes com AI inicia-se na emergência com nitrato (vasodilatador) sublingual (dinitrato de isossorbida 5 mg), não ultrapassando 3 comprimidos/5 minutos. É contra-indicado na presença de hipotensão arterial ou uso prévio de sildenafil nas últimas 24 horas. Caso não haja alívio da dor pode-se fazer nitroglicerina IV e, se ainda persistir, usa-se sulfato de morfina intravenoso (1 a 5 mg). O uso de Beta-Bloqueadores (Metoprolol 5 mg - máximo 15mg) está indicado pois diminuem o consumo de oxigênio pelo miocárdio. O uso do AAS (antiplaquetário) deve sempre ser prescrito, exceto em casos de sangramento gastro-intestinal ou genito-urinário. A dose inicial recomendada é de 200 mg/VO mastigada e dose de manutenção como profilaxia de 100 mg/dia. A prescrição para alta deve ser feita da seguinte forma: Atenolol, Carvedilol e AAS para evitar recidiva. Conclusão: A Angina Instável é uma das maiores causas de admissão hospitalar, e sua ocorrência está correlacionada com aumento da mortalidade tanto a curto como a longo prazo. O profissional de saúde deve estar preparado para lidar com ela. No âmbito farmacológico, pode-se concluir que o tratamento para o caso apresentado foi adequado conforme preconiza a diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Email: [email protected] 84 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Espondilite Anquilosante em mulher jovem Karina Mezalira Karlos Jennysson Sousa Soares Carolina Lopes Iwakami Thiago Nunes Figueiredo Cabral Thiago Vicente Ferro Martha Mariana A. S. Arruda Instituição: FACIPLAC Objetivo: Relatar um caso de Espondilite Anquilosante (EA) em mulher jovem. A EA é um distúrbio inflamatório e afeta 2% da população e 80%-90% dos portadores apresentam antígeno HLA-B27. Descrição do caso: Paciente do sexo feminino, 34 anos, previamente hígida, relata dor lombar em pontada, intermitente, moderada, inicialmente unilateral à D, posteriormente alternante, irradiada para MMII, piores com o repouso e com o decúbito dorsal, melhores com o movimento e com uso de AINES, associada a rigidez matinal de até uma hora com dificuldade para levantar da cama, há 6 anos. Ao exame físico apresentava mucosas hipocoradas (+/4+) e dor à compressão do tendão do calcâneo bilateralmente. Já havia passado por vários médicos e realizado tratamento com corticoesteróides, sem melhora doquadro (sic). Hemograma com valores normais, VHS e PCR normais, fator reumatóide negativo, FAN negativo, HLA-B27 positivo e radiografia de coluna lombo-sacra evidenciando sacroileíte. Foi iniciado tratamento com etoricoxib e etanercept (25mg, SC, 2x/sem). Discussão: A Espondilite anquilosante (EA) é um distúrbio inflamatório de causa desconhecida que afeta principalmente o esqueleto axialque evolui com rigidez e limitação funcional progressiva do esqueleto axial. A EA acomete principalmente homens (3:1) de cor branca, com idade entre 20 e 40 anos. Apesar de ser uma doença inflamatória sistêmica, geralmente não há aumento de VHS e PCR, como na paciente em questão e o antígeno de histocompatibilidade HLA-B27 está presente em 80 a 98% dos doentes. O diagnóstico é confirmado em pacientes com dor lombar há mais de 3 meses, idade menor que 45 anos com evidência de sacroileíte na imagem e mais uma característica da doença ou HLA-B27 positivo mais 2 características. A EA é uma das únicas doenças em que é indicado o uso crônico de AINHs e se não houver melhora, utiliza-se medicamentos biológicos inibidores do TNF-a, associado a fisioterapia. Conclusão: A dor lombar é a segunda queixa mais frequente nos ambulatórios médicos e possui inúmeros diagnósticos diferenciais, por isso deve sempre ser investigada com um exame físico detalhado e exames complementares quando necessários. Na espondilite anquilosante, assim como na maioria das doenças reumatológicas, o paciente demora em média 3 anos do início dos sintomas até o fechamento do diagnóstico. Esta deve ser tratada precocemente, pois leva a limitação progressiva e irreversível do esqueleto axial. Email: [email protected] 85 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Estatísticas de pacientes com fissuras lábio palatais operados no HRAN-Hospital Regional da Asa Norte Eduarda Vidal Rollemberg Camila Valadares Santana Recch Marcelo Ribeiro Artiaga Marconi Delmiro Lucas Henrique de Souza Lopes Diderot Rodrigues Pereira Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo:Analisar e produzir estatística da prevalência dessa anomalia no DF, com os dados colhidos no HRAN. As fissuras orais (labias, palato-labiais, palatinas) são as malformações congênitas mais comuns dentre as anomalias de cabeça e pescoço. Não se sabe ao certo a etiologia de tal malformação. Material e métodos:Foram analisados entre agosto de 2012 a abril de 2015, 340 prontuários, pacientes de ambos os sexos, dados colhidos do livro de registro da sala de recuperação pósanestésica. Todos os procedimentos cirúrgicos foram realizados pela equipe nesse período analisado. Discussão: As cirurgias realizadas foram Queiloplastia - 162 (48%), Palatoplastia -125 (37%), Rinoplastia - 22 (6%), Rinosseptoplastia - 5 (1%), outras cirurgias - 26 (8%). As cirurgias foram classificadas apenas com um procedimento, ou seja, os procedimentos cirúrgicos que tiveram duas ou mais reparações, como, palatoplastia e enxerto ósseo num mesmo tempo foram incluídas em “outros tipos de cirurgia”. Crianças que nascem com fissuras lábio-palatinas necessitam de mais de uma cirurgia reparadora, uma vez, que a correção não pode ser feita em um tempo só. Inicialmente, fecha-se a fissura labial após os 3 meses de idade. A contenção labial realiza tração na fissura palatina e impede uma maior expansão da mesma. O segundo tempo cirúrgico realizado é a palatoplastia, confirmando os dados do presente estudo. E finalmente, a cirurgia reparadora do nariz, rinoplastia, que só pode ser realizada de forma definitiva após o desenvolvimento facial completo, por volta dos 16 anos. Conclusão: Devido à desconfiguração que a lesão causa, há comprometimento da fala, respiração e também da deglutição. A correção desse defeito é fundamental para o desenvolvimento emocional, físico, social da criança. Email: [email protected] 86 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Estenose de esôfago: uma abordagem biopsicossocial Júlia de Andrade Figueiredo Bruna Gomes Ribeiro Fábio Daniel Barbosa da Silva Esther Agnes Pereira Lanna da Costa Auro Veira de Paiva Junior Heinrich Bender Kohnert Seidler Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Relatar um caso de estenose de esôfago salientando a causa dessa patologia e a sua repercussão na fisiologia, psique e bem-estar social do paciente. Buscando a melhor forma de conduta. Descrição do caso: J.O.D, 34 anos, masculino, pardo, ex-tabagista(15 maços/ano), residente e procedente de Brasíia-DF, internado em 21/08/2014 no Hospital Regional de Ceilândia(HRC). Refere que durante 3 meses, após a ingestão exagerada de bebidas alcoólicas e de um copo de “vodka rosa”(sic), iniciou quadro de disfagia para alimentos sólidos, associada à regurgitação. Interrompendo o consumo de bebidas alcoólicas e carnes; 2 meses depois, alterou a sua dieta para líquida e perdeu 6 Kg de peso, devido à progressão da disfagia. Nega odinofagia, pirose, soluços, hematêmese e febre. Refere que um quadro de engasgo intenso durante refeição o fez procurar assistência em um hospital particular, realizando exame de endoscopia de vias digestivas altas com biópsia do tecido, revelando estenose de esôfago médio sem evidências de tecido neoplásico e infecção fúngica. Sem melhora do quadro procurou o HRC 2 dias depois. Discussão: Estenose de esôfago pode ser originada por uma causa congênita como lesões nos anéis e membranas, ou adquirida por um câncer, doença do refluxo gastroesofágico e ingestão de substâncias cáusticas. O principal sintoma dessa patologia é a disfagia podendo ou não ser associada à odinofagia sendo a disfagia progressiva normalmente correlacionada com câncer de esôfago. O caso relatado primeiramente nos faz pensar em uma estenose adquirida por um câncer de esôfago, porém os resultados dos exames do paciente nos levam a descartar essa hipótese. O que nos faz pensar na possibilidade da causa ter sido a ingestão de uma substância cáustica, no caso a “vodka rosa” (sic), visto que os sintomas se iniciaram após a sua ingestão e que esse dado só foi fornecido e com ênfase depois de várias abordagens da equipe de saúde com o paciente. Levando se a questionar uma possível tentativa de suicídio. Conclusão: Saber a causa da estenose é fundamental para o correto tratamento e eliminação da causa do problema. Excluir o diagnóstico de câncer e confirmar nesse caso que a causa foi à ingestão de substância cáustica é primordial. Pois, caso se confirme a tentativa de suicídio é fundamental encaminhar e iniciar tratamento psiquiátrico para estabilizar o humor do paciente e melhorar sua saúde biopsicossocial. Email: [email protected] 87 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Estereótipos dos idosos nos filmes de desenho animado ocidentais Yasmine Oliveira Vieira Josiane Aparecida Duarte Lucy Gomes Vianna Armando José China Bezerra Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Avaliar o poder dos filmes de animação de influenciar o comportamento das crianças e as suas atitudes em relação aos idosos. Analisar como o idoso é retratado nos filmes de desenho animado para criança na filmografia ocidental, avaliando os estereótipos presentes. Material e métodos: Foram pesquisados filmes no site www.adorocinema.com, desde o ano 1937 até 2013. Foram incluídos filmes de longa metragem ocidentais, do gênero animação, direcionados para crianças, em que houvesse um ou mais idosos em algum personagem, incluindo plantas ou animais idosos com comportamento humano. A análise dos filmes foi realizada pela observação dos estereótipos presentes com base na Escala para Avaliação de Atitudes em Relação ao Idoso (Escala Neri), uma escala com 30 pares de adjetivos opostos que fazem parte de 4 domínios fatoriais: 1Cognitivo, refere-se a capacidade deprocessar informações; 2- Agência, avalia autonomia e instrumentalidade; 3- Relacionamento social, examina a interação social dos idosos; 4- Persona, avalia rótulos sociais do idoso. Discussão: Foram analisados 51 filmes, nos quais prevaleceu o aparecimento de imagens positivas dos idosos. Cada um dos 30 estereótipos positivos analisados aparece em 40 a 85% dos filmes, destacando-se as imagens de idoso sábio, bem-humorado, independente, alerta, sociável e concentrado. Apesar dos estereótipos negativos variarem em porcentagem menor, de 1 a 25% dos filmes, a presença dessas imagens negativas é muito forte e muitas vezes faz-se uso desses estereótipos de maneira exagerada para obter o humor na trama, fazendo com que o telespectador absorva ainda mais essas imagens. Os estereótipos mais marcantes, que foram corroborados com falas nos filmes foram: idoso doentio, rejeitado, desvalorizado, distraído, confuso, mal-humorado e retrógrado; são exemplos de falas encontradas: “Ele é só um velho caduco”, “Chega, sou um velho, horrível, cansado e acabado”, “Essa velha tá doida gente!”, “Nos livramos da coroa maluca!“A vovó é um peso morto.”, “Cuidado! Seu velho desastrado!”. Conclusão: Conclui-se que, apesar do idoso ser representado nos desenhos infantis com imagens positivas na maioria das vezes, a presença dos estereótipos negativos é marcante e assim prejudica a imagem do idoso diante das crianças. Isso também gera um impacto negativo nos próprios idosos, que muitas vezes aceitam essas imagens negativas como verdade, não enxergam suas qualidades e seus potenciais, o que leva ao predomínio de baixa autoestima. Email: [email protected] 88 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Titulo: Estimativa da frequência de realização de densitometria óssea Vinicius Martins Vilela Laís Dutra de Freitas Henrique Freitas Araújo Mariana Carneiro Figueiredo Parizza Ramos de Leu Sampaio Osvaldo Sampaio Netto Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Estimar o tempo de perda de densidade mineral óssea com o objetivo de relacionar a frequência de realização de densitometria óssea para um determinado valor de T-score. Material e métodos: Avaliação de T-scores diferentes com perda óssea rápida ou perda óssea associada ao envelhecimento a partir da calculadora de perda óssea da International Society for Clinical Densitometry (ISCD) aplicada à 50 exames de densitometria para investigação de osteoporose realizados no Hospital das Forças Armadas (DF) no período de fevereiro a maio de 2015. O critério de exclusão consiste na presença de artefatos ou técnica mal realizada. A ferramenta determina valores fixos de 10%, 20% e 25% de perda de massa óssea para os T-scores de -1, -2 e 2,5, respectivamente. Partindo desse princípio, o valor inserido é subtraído dos valores de T-score limite, dividido por 100 e depois pela taxa de perda de massa óssea anual mínima e máxima, retornando uma estimativa para perda de massa óssea limiar. Discussão: A aplicação da calculadora aos exames de densitometria de 50 pacientes do HFA permitiu observar que para um T-score de -1,0 um paciente com perda óssea rápida irá atingir um Tscore de -2,0 em um prazo de 5 – 10 anos, enquanto que um paciente com perda relacionada estritamente ao envelhecimento terá esta perda em 10–20 anos. Se fizermos o cálculo para um paciente com T-score de -2,0, aquele com perda óssea rápida irá atingir um T-score de -2,5, alcançando níveis de osteoporose, em um prazo de 2,5 – 5 anos, enquanto que um paciente com perda relacionada estritamente ao envelhecimento terá esta perda em 5 – 10 anos. Resultados mostraram que uma perda de 1% da densidade mineral óssea ocorre em 0,5–1 ano em pacientes com perda óssea rápida e em 1–2 anos com perda relacionada estritamente ao envelhecimento. Geralmente os equipamentos de densitometria possuem um coeficiente de variação de 1-1,5% e esta variação deve ser levada em consideração quando se estima a perda óssea de cada paciente. Conclusão: O coeficiente de variação do método e a perda óssea do paciente devem ser levados em consideração para o acompanhamento da densidade mineral óssea. A calculadora de perda óssea determina quando repetir a densitometria utilizando o T-score do paciente. Em um paciente com perda óssea rápida, a realização de densitometria deve ter um intervalo mínimo de seis meses a um ano enquanto que em um paciente com perda relacionada estritamente ao envelhecimento o intervalo mínimo deve ser de um a dois anos. Email: [email protected] 89 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Estudo descritivo da Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva Auro Vieira de Paiva Júnior Guilherme dos Santos Queiroz Guilherme Miguel Thomé de Carvalho Letícia Nogueira Dias Pedro Henrique Rosa Silveira Hélio Henrique Medeiros Pires Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Apresentar uma doença oportunista causada pelo “papovavirus JC”.É desmielinizante do sistema nervoso central, acometendo imunossuprimidos. Gera sintomatologia que pode confundir outros diagnósticos. Este presente estudo é uma revisão de literatura com ênfase em manifestações clínicas e diagnósticos. Metodologia e fonte de dados: O estudo trata-se de uma revisão da literatura científica referente ao conceito e evolução clínica da leucoencefalopatia multifocal progressiva. As informações foram colhidas de 9 artigos e guidelines publicados entre 1998 e 2015 encontrados a partir de pesquisa nas bases de dados:PUBMED, Scielo, Medline. Palavras-chave: “LEMP”, “Leucoencefalopatia multifocal progressiva”, “SIDA”, “HIV”, “Evolution of HIV”, “JC virus". Discussão: A LEMP é uma doença viral rara de adultos imunossuprimidos, fatal, que acomete células do SNC, gerando desmielinização progressiva.Geralmente associada com imunodeficiência por neoplasias e iatrogenias, atualmente afeta de 5 a 10% dos pacientes com Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA). É válido ressaltar que as lesões da LEMP na SIDA são mais extensas e necrosantes.A apresentação clínica é insidiosa e a manifestação depende da localização da lesão e também se é focal ou multifocal, sendo as manifestações mais comuns os déficits motores, alterações cognitivas e distúrbios oftalmológicos.A RNM de crânio revela áreas de hipossinal em T1 e hipersinal em T2.Tais lesões têm, geralmente, caráter assimétrico.A dosagem sérica e no líquido cefalorraquiano de anticorpos JC vírus contribuem para o diagnóstico, porém a biópsia cerebral fornece o diagnóstico de certeza, especialmente em casos com realce ao contraste na TC de crânio.Dos diagnósticos diferenciais destacam-se:toxoplasmose cerebral, linfoma cerebral, infarto cerebral e encefalopatia pelo HIV.A LEMP evolui progressivamente levando o paciente ao óbito em 6 a 9 meses após o início do quadro, uma vez que não existe tratamento eficaz.Algumas drogas podem retardar discretamente a progressão da doença, tais como a Zidovudina (AZT), interferon e citarabina, porém poucos são os pacientes que têm algum benefício com essas drogas. Conclusão: A LEMP é uma doença oportunista, subaguda e desmielinizante do SNC, que deve ser lembrada sempre que o paciente apresentar imunossupressão relacionada a manifestações neurológicas focais e tem grande importância por conta de sua alta mortalidade. Não há tratamento eficaz atualmente, porém alguns pacientes apresentam remissão espontânea do quadro. O reconhecimento desta condição é de fundamental importância, assim como o correto tratamento da SIDA, para que os pacientes não desenvolvam a LEMP. | Email: [email protected] 90 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Estudo do boletim epidemiológico do DENGUE/2015 Lara de Souza Moreno Guilherme dos Santos Queiroz Ana Carolina Franco Cabral Ana Raquel de Souza Azevedo Marcelo Joaquim Barbosa Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Analisar o Boletim Epidemiológico da Dengue no ano de 2015,ressaltando o aumento no número de casos principalmente na região Centro-Oeste.Tem se tornado motivo de preocupação na saúde pública, em virtude de o seu vetor,Aedes aegypti, também ser transmissor de doenças como febre amarela e chikungunya. Metodologia e fonte de dados: Estudo analítico de dados extraídos do Boletim Epidemiológico do Dengue do ano de 2015 divulgados pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde em seu portal online. Análise de suas tabelas e gráficos, com destaque para dados de estados da região Centro-Oeste. Discussão: Dados do Ministério da Saúde revelam que de 2014 para 2015, o número de casos de dengue no Centro-Oeste aumentaramem aproximadamente 40% (51.618 para 85.340 casos), assim como sua incidência, que passou de 339,2 por mil habitantes para 560,7 por mil habitantes.Com exceção do Distrito Federal, que reduziu o seu número de casos (de 4.652 para 3.578 casos, uma redução de 30%),o aumento da doença nos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás foi expressivo, com taxas aumentadas em, respectivamente, 86% (de 1.746 para 12.125 casos), 39% (de 3.934 para 6.434 casos) e 35%(de 41.286 para 63.203 casos).Além disso, duas cidades do Goiás se destacaram com maior incidência de dengue no Brasil durante o período de Janeiro a Abril de 2015.São elas: Aparecida de Goiânia,com 5782 casos acumulados, em 2ª posição na categoria de População com 500 a 999 mil habitantes, e Goiânia,com 19220 casos acumulados, na 2ª posição entre as cidades com População superior a 1 milhão de habitantes. Na região Centro-Oeste em geral,observou-se a redução de casos graves, que passaram de 69 em 2014 para 58 em 2015, assim como dos casos com sinais de alarme, que saíram de 491 para 348 e dos óbitos, que diminuíram de 42 para 21. Porém, houve, no Estado de Goiás,um aumento no número de casos graves,de 43 em 2014 para 48 em 2015. Nos outros estados, os números se estabilizaram ou diminuíram. Conclusão: Foi observado no estudo, que no Distrito Federal houve um empenho na redução dos números de casos de Dengue, entretanto, no estado de Goiás, ainda percebe-se uma carência na assistência com esta virose, logo, necessita de maior atenção das entidades públicas. Isso acaba por sobrecarregar o sistema de saúde da capital federal, que recebe pacientes do estado vizinho.É preciso de forma geral, na região Centro-Oeste, empenho na prevenção do Dengue. Email: [email protected] 91 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Etiologia da Endocardite Infecciosa em paciente com Troca Valvar Aórtica prévia Camila de Lima Vieira Felipe Chagas Toledo Patrícia de Araújo P Teixeira Lucas Benjamin de Souza Abreu Rosana de Paula Laurindo Amanda Kleszcz de Carvalho Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O objetivo do relato é expor as prováveis causas infecciosas da patologia descrita e apontar fatores preventivos. A partir do patógeno evidenciado, Staphylococcus epidermidis, questiona-se a origem da Endocardite Infecciosa, avaliando-se as condições para contaminação hospitalar ou comunitária. Descrição do caso: SCB, 53 anos, branco, desempregado, casado, com história de cardiopatia reumática há 7 anos (2008), quando realizou troca valvar aórtica, com prótese metálica. No pósoperatório, apresentou febre, deiscência e coleção serossanguinolenta retroesternal. A hemocultura apresentou Staphylococcus epidermidis. Após tratamento recebeu alta com orientações para seguimento, assintomático. Em novembro de 2014, referiu febre, calafrios, mialgia, astenia e malestar geral, sendo internado no HBDF com suspeita de endocardite bacteriana. O ecocardiograma transesofágico feito na admissão evidenciava vegetação em prótese, associado a aumento dos gradientes transprotéticos. Foi tratado com gentamicina e oxacilina por duas semanas, quando novo ecocardiograma transesofágico revelou aumento da lesão. A hemocultura mostrou S. epidermidis sensível apenas a linezolida, tetraciclina e vancomicina. Discussão: A Endocardite Infecciosa (EI) está em destaque nas últimas décadas devido às mudanças no seu perfil epidemiológico. A incidência desta patologia vem apresentando crescimento gradativo, devido principalmente ao aumento do monitoramento hospitalar invasivo, o crescimento do índice de pacientes usuários de drogas e a elevação do número de procedimentos de troca valvar. O Staphylococcus epidermidis é um dos patógenos menos comuns na EI. Outros patógenos, como Streptococcus sp., Staphylococcus aureus, Haemophilus sp., dentre outros, possuem perfil etiológico mais comum para EI. O S. epidermidis de alta resistência sugere infecção nosocomial, pois sua infecção geralmente é oportunista e está associada ao uso de agulhas, catéteres e sondas em ambiente hospitalar. Esta condição torna-se relevante neste caso, pela anticoagulação realizada no seguimento de pacientes com prótese valvar mecânica. Conclusão: Após verificar o perfil etiológico da endocardite bacteriana relatada, conclui-se que a prótese mecânica aórtica justificaria o quadro infeccioso, principalmente por exigir anticoagulação permanente, com acompanhamento contínuo hospitalar. O S. epidermidis (com perfil de resistência alto) favorece também a possibilidade da infecção nosocomial em detrimento da adquirida na comunidade. Este caso ilustra uma das adversidades existentes na escolha pela valva não-biológica. Email: [email protected] 92 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Eutanásia e o direito à morte Juliana da Luz Araújo Aline Silva Valadares Gabriella Maria Lucena Viana Rayanne Garrido Monteiro de Andrade Maisa da Silva Dulci Medeiros Diaulas Costa Ribeiro Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Conhecer o termo eutanásia e o que ele representa no Brasil. Além disso, entender seu benefício nos casos em que os pacientes têm maus prognósticos e estão no limite de sua dignidade. Metodologia e fonte de dados: Para a realização dessa revisão de literatura foi utilizado o método exploratório, tendo como fonte de pesquisa bibliográfica 6 artigos publicados entre os anos de 2006 e 2012 nas bases de dados Bireme e Scielo. As palavras chaves utilizadas foram: "eutanásia", "eutanásia e bioética", "eutanásia e direito à morte", "eutanásia e direito à vida". Discussão: A palavra eutanásia é derivada do grego "eu"(bom) e "thanatos"(morte), referindo-se à vontade de pôr fim a uma condição de vida sub-humana, que gera intenso sofrimento, superando qualquer vontade de manter-se vivo.Muito se tem relacionado à Resolução nº 1.995/2012 do Conselho Federal de Medicina, que se refere à antecipação da vontade do paciente em relação a tratamentos a que será submetido quando não estiver em sua plena capacidade.Essas diretivas, entretanto, não têm aplicação para a eutanásia, prática proibida no Brasil, mesmo a pedido do paciente ou do seu representante legal, sendo punida como homicídio.Constitucionalmente, a vida é considerada o primeiro direito fundamental, do qual derivam todos os demais. Por isso, ela é regida pelos princípios da inviolabilidade e da irrenunciabilidade, conferindo ao cidadão o direito à vida e não o direito de dispor dela. Entretanto, a eutanásia não deve ser tratada como uma ameaça à vida.Quando há o desejo de realizá-la já não se tem autonomia plena para gozar outros direitos.Optar pelo fim da vida é uma decisão complexa em sociedades com tradição no cristianismo, que tem por dogma a sacralidade da vida.Mas quando esse fim se torna lento, doloroso e agonizante, em meio a tubos e aparelhos, com esgotamento físico e mental do paciente e de seus familiares, a morte pode ser a única alternativa a preservar a dignidade da pessoa humana. Conclusão: É necessário debater o direito à morte digna como forma de se aceitar o fim da vida, sem a prolongar sofrimento insuportável. Deve-se romper a visão de que a morte é um fracasso profissional do médico. O ser humano é mortal, e, naturalmente, a morte é parte dessa condição, não devendo ser tratada como a inimiga a ser sempre combatida. Há pacientes, com determinados quadros, para os quais a morte é a solução mais amiga. Email: [email protected] 93 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Eutanásia e suas discussões legais, éticas e sociais. Letícia Cardoso Morales Maysa Siqueira Lopes de Oliveira Bárbara Guimarães Avelar Clara Roriz Fernandes Giovanna da Silva Vecchi Joaquim Nicolau do Nascimento Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O presente trabalho tem por objetivo apresentar revisão de literatura sobre a eutanásia, analisando brevemente princípios constitucionais da inviolabilidade do direito a vida frente à execução da eutanásia. Metodologia e fonte de dados: No âmbito da vida acadêmica, utilizou-se a metodologia de busca nas bases de dados MedLine, CAPES, Lilacs e Scielo a partir das palavras-chave eutanásia, ortotanásia, Código Penal Brasileiro, Constituição Federal do Brasil. Discussão: Eutanásia é a forma de eliminação do sofrimento de um doente, atingido por afecção incurável que produz dores intoleráveis ou por sofrimentos psíquicos, por meio da “boa morte”. Em seu sentido amplo, ela promove uma ideia com significativo valor moral, cujo objetivo é evitar o prolongamento do sofrimento do doente. É classificada como: ativa e passiva. A Constituição Federal (CF) afirma, em seu quinto artigo, que: “Todos são iguais perante a lei(...)garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida(...)”(Brasil, 2005), enfatizando que o direito a ela está garantido e que não deve ser violado, como o poderia ser quando se aspira à eutanásia como forma de findar o sofrimento de terceiros. O Código Penal Brasileiro (CP) não prevê pena específica para quem a assiste, mas a atitude se enquadra no artigo 121,que tem como teor principal o homicídio. O Conselho Federal de Medicina (CFM) se pronunciou por meio da Resolução número 1.805/2006 a respeito, apenas, da ortotánasia, propondo:“Art.1º É permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente em fase terminal, de enfermidade grave e incurável, respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante legal”(CFM,2006). Apesar disso, o CFM não regulamenta, assim como a CF e o CP, a eutanásia ativa. Conclusão: A breve análise sobre o assunto demonstra que valores éticos e morais dividem espaço com valores de Estado, já que a regulamentação da eutanásia não se fez completa, mas também não é criminalizada integralmente. Na mesma linha de raciocínio, observa-se que a ortotanásia é assegurada pelo Código de Ética Médica e ampara o médico quando da opção de interromper procedimentos sem transpassar a bioética. Email: [email protected] 94 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Evolução do estudo da anatomia Natália da Silva Araújo Borges Ana Carolina Franco Cabral Polyana de Oliveira Santana Armando José China Bezerra Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Analisar o histórico do uso de cadáveres no estudo da medicina a fim de compreender sua lenta evolução e reconhecer as limitações do seu uso no ensino médico. Metodologia e fonte de dados: Foram pesquisados artigos científicos da base de dados Scielo, encontrados mediante as palavras “morte na medicina”, “cadáver na educação médica”, “história da anatomia”. Foram utilizados os quatro artigos mais relacionados ao tema em questão e os mais recentes. Discussão: O estudo da anatomia é essencial para o ensino da medicina. É por meio dele que o corpo torna-se um instrumento da ciência para investigar a vida e a morte. As primeiras dissecações públicas de animais e humanos registradas ocorreram na Escola de Alexandria. A partir do século XIV, na Europa, as dissecações passaram a fazer parte do ensino médico, sendo uma ferramenta de verificação de estudos já estabelecidos. Artistas renascentistas tiveram muito interesse pela anatomia. Leonardo da Vinci, por exemplo, representou com precisão esqueleto, músculos, nervos e vasos. No século XVI, durante o movimento renascentista, Andreas Vesalius publicou a obra De humani corporis fabrica, na qual foi estabelecida as bases da anatomia enquanto ciência. Na tentativa de vencer as dificuldades para adquirir cadáveres para estudo, Vesalius fez desenhos anatômicos e construiu o primeiro esqueleto articulado. O modo inovador de demonstrar o corpo reflete a aliança estabelecida da ciência com a arte, fato este pode ser observado no quadro “A lição de Anatomia do Dr. Tulp” de Rembrandt. Hoje, o estudo acadêmico de cadáveres é permitido, mas há limitações quanto a essa prática, pois ela requer respeito à dignidade humana e necessita de autorização familiar, ainda há dificuldade quanto ao número de corpos e a conservação desses. Assim, outras alternativas podem ser usadas, como manequins simuladores. Conclusão: O uso de cadáveres é importante na formação acadêmica de um médico, essa prática possibilita uma experiência benéfica que extrapola os conhecimentos adquiridos só com a leitura de livros. Contudo, esse uso requer cautela, pois é necessário sempre respeitar a dignidade dos homens. Além disso, devem-se considerar as limitações relacionadas ao estudo da anatomia, como a restrição do número de corpos disponíveis nas universidades e a conservação precária que muitos apresentam. Email: [email protected] 95 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Evolução histórica da Síndrome do Piriforme e sua relação com o músculo piriforme e o nervo ciático Camila Bomfim Gomes Feitosa Lima Ana Carolina Ribeiro Costa Eduarda Pedroso Barboza Mauro João Batista Tajra Mariane Weizenmann da Matta Instituição: FACIPLAC Objetivo: A presente revisão de literatura visa analisar os conhecimentos acerca da história da relação anatômica do nervo ciático e do músculo piriforme com a síndrome do piriforme. Metodologia e fonte de dados: Realizou‐se levantamento bibliográfico nas bibliotecas virtuais BIREME, LILACS, SCIELO e PubMed acerca do tema em artigos científicos de 2001 a 2015, utilizando os descritores variações anatômicas, nervo ciático, síndrome do piriforme. Foram encontrados 82 trabalhos com os descritores anteriormente citados. Discussão: As relações anatômicas entre o músculo piriforme e o nervo ciático e suas variações têm sido descritas e relacionadas com a síndrome do piriforme, caracterizada por distúrbios sensitivos, motores e tróficos na área de inervação do nervo ciático causados por sua compressão pelo músculo piriforme. As primeiras descrições do músculo piriforme como fator etiológico de ciatalgia e lombociatalgia datam de 1928, por Yeoman. Contudo, foi em 1947 que Robinson caracterizou e denominou a compressão do nervo ciático pelo músculo piriforme como sendo a “Síndrome do Piriforme”. A incidência dessa síndrome na população é de 6%, sendo mais comum nas mulheres do que em homens. Apesar da baixa incidência, esta síndrome é muito estudada atualmente devido à sua importância clínica, especialmente pela falta de um diagnóstico específico causando semelhança com outros diagnósticos da ciatalgia e lombociatalgia. Estudos ao longo do século XIXmostram que três variações anatômicas do nervo ciático tem relação com a síndrome. No tipo I, parte do nervo ciático passa pelas fibras do piriforme; no tipo II o nervo ciático se divide passando sobre a margem superior e inferior do músculo piriforme e no tipo III não há divisão do nervo que atravessa o ventre do piriforme. Contudo, a literatura científica mostra que a síndrome do piriforme pode ser de causa idiopática, inflamatória ou por algum traumatismo. Conclusão: Desde a descrição de 1928 a variação anatômica relacionando o nervo ciático com o músculo piriforme é um provável fator etiológico para o desenvolvimento da síndrome do piriforme, por isso é importante conhecê-la e considerá-la para obter um diagnóstico clínico e complementar correto. 50 trabalhos mostram relação anatômica, sendo 46 do tipo 1, 3 do tipo 2 e 1 do tipo 3. Assim, a variação mais comum associada à síndrome é a do tipo 1. As demais variações obtiveram um percentual de 8 %. Email: [email protected] 96 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Fardo do cuidador familiar de idoso com demência de Alzheimer: consequências em sua vida conjugal Bárbara Das Neves Linhares Lucy Gomes Vianna Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O trabalho tem como objetivo analisar as consequências da sobrecarga na vida sentimental, pessoal e conjugal de cuidadores familiares de pacientes com doença de Alzheimer na forma moderada e grave. Material e métodos: Trata-se de estudo qualitativo analítico exploratório, em população constituída por 40 cuidadores familiares de idosos com demência de Alzheimer, que participaram do programa de Terapias Expressivas realizado no Hospital Universitário da Universidade Católica de Brasília. Identificou-se o sexo e o grau de parentesco dos cuidadores e aplicou-se o Inventário do Fardo do Cuidador, analisando-se prioritariamente 6 das 22 perguntas constituintes. Após, realizou-se entrevistas semi-estruturadas em três cuidadores, abordando as consequências provocadas em sua vida conjugal pela sobrecarga do cuidado do familiar dementado. Discussão: A demência é uma das principais causas de incapacidade na senilidade, além de ter um impacto para suas famílias e a sociedade. A doença de Alzheimer é o tipo mais comum de doença neuro-degenerativa e caracteriza-se por um acometimento é progressivo, que com o tempo exige a presença constante de um cuidador, que geralmente é um membro da família. Nesse estudo, observou-se que os cuidadores familiares eram predominantemente do sexo feminino, sendo que da totalidade dos cuidadores a maioria sentia que quase sempre não tinha tempo para si e sentiam-se divididos entre os cuidados de seu parente e outras responsabilidades familiares ou do trabalho. Com relação ao relacionamento sexual do cônjuge cuidador, observou-se uma diversidade de ocorrências, havendo casos com mudanças positivas, negativas e casos sem alterações após o início dos cuidados. De forma geral, avaliando-se todos os aspectos da atividade de cuidador, o fardo foi avaliado como moderado pela maioria dos cuidadores. Conclusão: A vida social, familiar e conjugal dos cuidadores familiares pode ser afetada com intensidade variada, devido ao tempo dedicado ao cuidado. No entanto, apesar das exigências da tarefa de cuidar de paciente dementado, que comumente superam os limites físicos e emocionais do cuidador, há um apreço em cuidar do familiar. Assim, é necessária a criação de grupos de apoio para esses familiares, a fim de diminuir sua sobrecarga e melhorar sua qualidade de vida. Email: [email protected] 97 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Félix Babinski e o Sinal de Babinski Mayara Vasconcelos Carvalho Rafaella Pereira C. A. Marques Nathália Gomes Mialichi Nathália Telles da Costa Iara Cristina Arruda Vale Armando José China Bezerra Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Este trabalho tem por objetivo discorrer a respeito da vida e dos estudos realizados por Félix Babinski, enfatizando a descoberta do sinal de Babinski e a sua importância no campo da neurologia. Também demonstra a representação deste sinal em grandes obras das artes plásticas em diferentes épocas. Metodologia e fonte de dados: O presente trabalho teve por metodologia a pesquisa exploratória e bibliográfica sobre os diversos materiais que abordam informações a respeito de Félix Babinski, suas conquistas e descobertas no campo da neurologia e a representação de suas manifestações nas obras de arte. Foram utilizados 5 artigos de revisão entre os anos de 2010 a 2014 das bases de dados lilacs e scielo para a formulação desta revisão de literatura. Palavras-chave: Babinski; sinal de Babinbski, neurologia; artes. Discussão: Dentre os estudos neurológicos de Babinski destaca-se a descoberta do sinal de Babinski. Joseph Jules François Félix Babinski nasceu em 1857. Por ser filho de uma polonesa com um diplomata francês servindo em Lima, Peru, muitos autores importantes acreditam que ele seja de nacionalidade peruana. Contudo, dados biográficos mais consistentes definem que ele tenha nascido em Paris. Babinski cursou medicina na Universidade de Paris e se formou em 1884. Em pouco tempo, juntou-se a seu professor Charcot no Hospital Salpêtrière, tornando-se seu aluno preferido. Com a morte de Charcot, Babinski passou a se dedicar à neurologia clínica. Em 1896, demonstrou pela primeira vez o sinal que levaria seu nome, consistindo na extensão do hálux e na abertura em leque dos demais dedos, em decorrência de um estímulo plantar do pé. Tal sinal pode identificar doenças da medula espinhal e do cérebro e também pode existir como reflexo primitivo dos bebês. Na pintura, diversos quadros importantes ilustram tal reflexo realizado pelos pré-escolares, dentre eles estão as obras: Virgem Maria e o Menino Jesus, de Verrocchio; a Virgem e o Menino, de Rogier van der Weyden; Madona e a Criança com os Oito Anjos, obra pintada por Botticelli e Madona e Criança, de Rafael Sanzio. Conclusão: A representação do Sinal de Babinski nas obras de grandes artistas simboliza somente a representação de um reflexo, considerando que eles não tinham a noção científica do significado. No entanto, sua representação evidenciava a capacidade de observação, inerente aos grandes artistas. Sendo considerado um gênio da neurologia, Babinski faleceu em 1932. Nos últimos anos de sua vida, ele discorreu a respeito do Mal de Parkinson e viveu o suficiente para ver a importância de seus estudos reconhecida. Email: [email protected] 98 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Feocromocitoma – uma bomba relógio biológica Daniela Mitsue Suzuki Kelma Luana Abreu de Siqueira Mariana Mai Akaishi Julia Beluco Ferreira Fellipe Marques da Silva Araujo Lenita Mayumi Suzuki Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Destacar os aspectos fundamentais dos feocromocitomas, com enfoque em seus principais achados clínicos, diagnóstico e tratamento. Metodologia e fonte de dados: Trata-se de um estudo de revisão da literatura científica, utilizando livros didáticos e a base de dados da SciELO e Medline. Palavras-chave: Feocromocitoma, hipertensão arterial secundária, tumor suprarrenal, catecolaminas. Discussão: O feocromocitoma é um tumor que se origina de células cromafins da medula renal, produtor de catecolaminas. Homens e mulheres são igualmente afetados, com incidência máxima de casos esporádicos entre 40 e 50 anos. Possui uma tríade clássica, composta por: cefaleia, sudorese profusa e palpitações. A hipertensão está presente em 90% dos casos, podendo ser episódica ou sustentada, e a presença da tríade em pacientes hipertensos faz-se obrigatória a investigação deste tumor com uma confirmação bioquímica (catecolaminas e metanefrinas) e localização da lesão. Este tumor foi descrito como uma “bomba relógio biológica” devido a seus efeitos cardiovasculares potencialmente fatais, por causa dos compostos bioativos secretados. A cirurgia por videolaparoscopia é o tratamento curativo de escolha, pois tem recuperação mais rápida, menor tempo de internação (cerca de dois dias), promove pouco sangramento e tem menor risco de complicações. As alterações hemodinâmicas perioperatórias adversas que são mais comumente observadas com o feocromocitoma são a hipertensão intraoperatória e a hipotensão pós-operatória. A incidência de feocromocitoma maligno varia de 2,5 a 40%. Sem critério histopatológico, a malignidade é definida pelo desenvolvimento de metástases. Os sítios mais comuns são o esqueleto axial, os linfonodos, o fígado, os pulmões e os rins. Conclusão: O diagnóstico do feocromocitoma é fundamental, uma vez que se trata de uma causa curável de hipertensão, com maiores chances de malignização e morte precoce do portador, se não tratado, além de ter associação com outras neoplasias. Em sua conduta cirúrgica, é preciso realizar uma monitoração hemodinâmica invasiva e o manejo dos fluidos deve ser meticuloso. A manipulação do tumor precisa ser reduzida ao mínimo, para evitar as alterações adversas que podem complicar a vida do paciente. Email: [email protected] 99 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Feocromocitoma: suspeita clínica, diagnóstico e opções terapêuticas. Letícia Nogueira Dias Ana Paula Lottici de Brito Feliph Miqueias Alcântara de Souza Henrique Freitas de Araújo Auro Vieira de Paiva Júnior Hélio Henrique Medeiros Pires Instituição: Escola Superior de Ciências da Saúde Objetivo: Apresentar uma revisão de literatura sobre o feocromocitoma, explicitando a clínica, o diagnóstico e o tratamento dessa condição; haja vista que o feocromocitoma é um tumor de suprarenal caracterizado hiperprodução de catecolaminas e sintomas como hipertensão arterial, e é passível de cura quando tratado corretamente. Metodologia e fonte de dados: Trata-se de uma revisão da literatura científica referente à fisiopatologia, ao diagnóstico e ao tratamento do Feocromocitoma. As informações foram colhidas de 6 artigos científicos e guidelines escritos entre 2010 e 2014, encontrados a partir de pesquisa nas bases de dados (PUBMED e Scielo), através das palavras-chave: “feocromocitoma”, “células cromafins”, “catecolaminas”. Discussão: As glândulas supra-adrenais possuem, na camada medular, células cromafins que após estímulo nervoso simpático produzem as catecolaminas (dopamina, norepinefrina e epinefrina). Esses hormônios são responsáveis por uma grande quantidade de alterações sistêmicas e cardiovasculares, como aumento da frequência cardíaca, pressão arterial e contratilidade cardíaca. Feocromocitomas são tumores das células cromafins, cursando com produção excessiva de catecolaminas. O sinal mais frequente é a hipertensão arterial (paroxística ou sustentada) de difícil controle, podendo ocorrer também crises adrenérgicas (forte batimento cardíaco, palidez, tremor e cefaleia). Em longo prazo, observa-se comprometimento em vasos, rins, coração e cérebro. O diagnóstico é obtido através da dosagem bioquímica de catecolaminas e metanefrinas fracionadas em urina ou plasma. Caso os valores obtidos estejam alterados, deverá ser realizado exame de imagem (Tomografia Computadorizada de abdome) para avaliar a presença de massa em região supra-renal. A abordagem terapêutica envolve o bloqueio alfa e beta adrenérgico pré-operatório e em seguida a ressecção cirúrgica. Haja vista que cerca de 90% dos feocromocitomas são tumores benignos, o tratamento cirúrgico é resolutivo em grande maioria dos diagnósticos. Conclusão: O feocromocitoma é uma doença cujas repercussões clínicas podem diminuir a qualidade e expectativa de vida do doente, através de agravos durante crises hipertensivas ou mesmo devido à evolução crônica da hipertensão arterial. O diagnóstico e a terapêutica adequados possibilitam a cura para tal patologia, sendo então muito importante que haja suspeita clínica e posterior investigação laboratorial. Email: [email protected] 100 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Fissura labiopalatina: desenvolvimento embrionário, aspectos clínicos, diagnósticos e terapêuticos Larissa Neves Cordeiro Gomes Barbara das Neves Linhares Kellen Karenine Pinho De Medeiros Wendel Silva Issi Victor Yuri Santos Ramos Paulo juvencio Gomes Tubinho Instituição: FACIPLAC/UCB Objetivo: O trabalho tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica sobre fissura labiopalatina englobando sua formação embriológica, etiologia, prevalência, classificação, diagnostico pré-natal, conduta e tratamento. Metodologia e fonte de dados: Trata‐se de uma revisão bibliográfica, realizada nos livros de embriologia e cirurgia pediátrica disponíveis nas bibliotecas da universidade católica de Brasília e das faculdades integradas da união educacional do planalto central e por meio de base eletrônica de dados (PubMed), utilizando como descritor: fissura labiopalatina. Foram selecionados artigos de livre acesso. Pesquisa realizada de março à maio de 2015. Discussão: No Brasil a cada 800 a 1000 nascimentos há um caso de fissura labiopalatina. Essa malformação ocorre devido a falta de fusão das proeminências maxilar e nasal, levando a uma comunicação entre a cavidade nasal e oral. 30% são sidrômicas e as não sindrômicas tem origem multifatorial. Mães primigestas abaixo dos 20 anos ou doentes crônicas; determinados remédios, tabagismo, alcoolismo, contato com produtos químicos agrícolas e industriais podem contribuir para a forma sinérgica. Fatores genéticos são determinantes e 3 a 14 genes estão envolvidos, entre eles variantes do gene interferon regulador do fator 6 (IRF6) e uma variante no fator de crescimento derivado de plaquetas C (PGF- C). A classificação das fissuras labiopalatais mais comumente utilizada no Brasil é a de Spina, que usa como referencia o forame incisivo dividindo-as em: préforame, transforame, pos-forame. O diagnóstico pré-natal pode ser realizado pela avaliação da face fetal no exame ultrassonográfico morfológico. Apesar do alto custo e da imprecisão permite traçar uma estratégia de orientação e aconselhamento aos pais baseado na experiência de programas de tratamento. A conduta envolve cuidados especiais com a amamentação, com o desenvolvimento recorrente de otites medias e a acessória conjunta de fonoaudiólogo, fisioterapeuta, psicólogo, cirurgião pediatra e ortodontista. A cirurgia só é recomendada após oito meses. Conclusão: As fissuras orofaciais são a segunda maior causa de anomalias congênitas em nascidos vivos, portanto agregar informação quanto a malformações desse tipo é de grande importância para o devido aconselhamento dos pais e planejamento do acompanhamento fornecido a eles e a criança. Melhorar o aspecto psicológico do tratamento e possibilitar uma abordagem positiva da família frente ao neonato melhora sua aceitação familiar e sua adesão a tratamentos multidisciplinares. Email: [email protected] 101 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Fístula dural secundária à Trombose venosa cerebral - Relato de caso Lucas Figueiredo Lacerda Natália Gontijo Ribeiro Carolina Ferreira Colaço Talyta Cortez Grippe Henrique Freitas Araújo Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O objetivo desse trabalho é mostrar a associação existente entre a Trombose Venosa Cerebral (TVC) e a formação de fistulas com enfoque em seu quadro clínico, diagnóstico precoce, tratamento efetivo, visto que um diagnóstico precoce é de extrema importância para um tratamento adequado. Descrição do caso: A.L.I.G.D, feminino, 33 anos, apresentou há 1 ano quadro de cefaleia occipital súbita com outros sintomas neurológicos caracterizando Síndrome de Hipertensão Intracraniana e aumento de pressão de abertura em punção liquórica. Fora diagnosticada com TVC e encontradas duas fístulas durais há nove meses e, embora orientada, não deu seguimento ambulatorial. Há cinco meses, houve recidiva do quadro anterior. Evidenciou-se trombose extensa em seios transversos sem possibilidade de intervenção, porém com drenagem sanguínea pelos demais seios cranianos, e fístula dural secundária à TVC que fora embolizada por onix. Há quadro dias relata cefaleia occiptal pulsátil de forte intensidade, amaurose de olho direito, perda significativa da visão de olho esquerdo, tendência de desvio do olhar para direita, com reflexo cutâneo plantar em flexão. Após punção lombar paciente relata melhora significativa. Discussão: Fístula arteriovenosa dural é uma rara conexão anormal entre as veias durais e os ramos durais ou parameningeais das artérias cerebrais. Ocorre em aproximadamente 1,6% dos pacientes com trombose venosa cerebral e corresponde de 10 a 15% das malformações arteriovenosas intracranianas. Apesar de ser uma condição rara, é importante identificar seus sinais e sintomas e realizar um diagnóstico precoce. O quadro clínico é caracterizado por oftalmoplegia, dor retroorbital, proptose, zumbido pulsátil, diminuição da acuidade visual. A maioria das fístulas arteriovenosas durais estão localizados nos seios transverso, sigmoide e cavernoso e tem como principal causa idiopática, ou secundária a traumas, craniotomia trombose venosa, anomalias no sistema venoso. A angiografia é o método de escolha no diagnóstico e classificação de fístula dural. Conclusão: A paciente apresentou, em menos de um ano, três episódios de déficits neurológicos. Apresenta trombose extensa em seios transversos inoperáveis, que é uma das causas de fístulas durais. Conclui-se assim que a chance de recidivas é bastante grande em pacientes nesta situação. A colocação de um Dreno Ventricular Peritoneal ajudaria a minimizar os sintomas de um novo episódio. Email: [email protected] 102 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Furunculose causada por germes infrequentes em paciente diabética Alexandra Lordes Saliba Vitorino Modesto dos Santos Tereza R. de C. Vieira de Melo Isabella Augusta Barros Iara Machado Motta Vanesa Blanger Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O objetivo é relatar o caso de paciente hipertensa e diabética com furunculose disseminada causada por germes incomuns e enfatizar a importância de dupla abordagem com a parceria de Clínica Médica e Cirurgia Geral. Descrição do caso: Mulher, 60 anos, hipertensa, diabética do tipo 2 e antecedente de TVP (há 06 anos), apresentou furunculose em região perineal há 40 dias, foi atendida no P.S e medicada com cefalexina, sem melhora. Dois dias após, procurou o HFA já com diagnóstico de sepse grave de foco cutâneo, sendo encaminhada à UTI, onde recebeu reposição volêmica e antibioticoterapia. Na TC de abdome com contraste observou-se extensa coleção laminar na parede abdominal lateral direita, estendendo-se da base do tórax até região inguinal. Paciente permaneceu internada dois meses e foi tratada com diversos antibióticos, além de drenagens e debridamentos da parede abdominal. Também, foram realizadas sessões de oxigênioterapia hiperbárica. Nova TC de abdome revelou ausência de coleções e a paciente teve alta para acompanhamento ambulatorial. Discussão: Durante a internação em UTI, recebeu vários esquemas de antimicrobianos. Como hemocultura evidenciou Klebsiella pneumoniae resistente aos carbapenêmicos e colistina, foi iniciado meropenem, linezolida e gentamicina, com proposta terapêutica de 42 dias. Apresentava-se com lesões abertas em abdome inferior acometendo até a fáscia muscular. TC de abdome superior e pelve revelou duas coleções líquidas na parede abdominal ântero-lateral direita, uma com 85ml e outra, multiloculada, com 40ml. Cultura de coleção purulenta evidenciou: Enterobacter aerogenes (sensível a gentamicina) e Enterococcus faecalis ( sensível a meropenem). Prescritos meropenem, gentamicina e unasyn. Após tratamento, nova USG mostrou ausência de coleções nos planos adjacentes e a paciente recebeu alta para acompanhamento ambulatorial. Conclusão: No presente caso, ocorreu uma série de furúnculos interconectados no tecido subcutâneo, condição usualmente causada por Staphylococcus aureus. Entretanto, houve comprovação laboratorial de Klebsiella pneumoniae, Enterobacter aerogenes e Enterococcus faecalis como agentes etiológicos, uma condição considerada bastante incomum. Email: [email protected] 103 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Gastrosquise e onfalocele Leandro Lúcio de Aguiar Armando José China Bezerra Allana Tamiris Bonfim Nogueira Christian de Magalhães Pereira Matheus Castilho Corrêa Tayane Oliveira Pires Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Analisar as malformações congênitas da parede abdominal, denominadas gastrosquise e onfalocele, elucidando suas semelhanças e diferenças quanto à sua definição, epidemiologia, anomalias associadas, diagnóstico, método de parto e tratamento. Metodologia e fonte de dados: Trata-se de uma revisão de literatura. Foi consultada a obra de Keith L. Moore e T. V. N. Persaud, bem como dois artigos pesquisados na Scientia Medica e Scielo entre os anos de 2006 e 2013. Foram utilizadas as seguintes palavras chaves: "onfalocele”, “gastrosquise”, “malformação congênita” e “parede abdominal”. Discussão: Onfalocele e gastrosquise constituem malformações congênitas da parede abdominal. A onfalocele decorre de um defeito de fechamento da parede abdominal ao nível do anel umbilical e da não reintegração da alça umbilical primitiva, levando à herniação das vísceras abdominais revestidas por membrana interna e externamente. Já a gastrosquise resulta de um defeito lateral ao plano mediano da parede abdominal anterior, que permite a extrusão das vísceras abdominais, sem o envolvimento do cordão umbilical. A incidência da onfalocele é de 2,5 em 10 mil nascidos vivos, enquanto a da gastrosquise é de 1 a 2,11 em 10 mil. As principais anomalias associadas a onfalocele são estruturais ou cromossômicas. A gastrosquise associa-se a malformações intestinais. Realizandose a ecografia pré-natal, é possível diagnosticar ambas as malformações após a 13º semana gestacional. O método de parto recomendado é o vaginal, somente existindo indicação obstétrica para a cesariana quando houver onfalocele com fígado extracorpóreo ou gastrosquise com complicações. As duas anomalias possuem tratamento cirúrgico. Quando não é possível o fechamento primário, faz-se o uso do silo, que consiste em uma técnica de redução gradual com posterior fechamento da cavidade abdominal. Conclusão: No Brasil, as anomalias congênitas têm aparecido como a segunda causa mais comum de morte infantil. Dentre essas anomalias, encontram-se as malformações na parede abdominal. Graças aos grandes avanços no diagnóstico pré-natal de malformações fetais, bem como ao desenvolvimento de técnicas cirúrgicas para a reversão de tais anomalias, é possível o tratamento eficaz da gastrosquise e da onfalocele. Email: [email protected] 104 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Gêmeos Siameses Mariana Thees. Perillo Rodrigues Ana Letícia Argentino Bononi Felipe Pinheiro Irineu Henrique L. Fidelis de Farias Paulo Juvencio Gomes Tubino Victor Cordeiro Murad Instituição: FACIPLAC Objetivo: Relatar sobre as relações embriológicas da anomalia rara que ocorre em gêmeos monozigóticos que são unidos por uma determinada região do corpo, conhecidos como gêmeos siameses. Informar também sua história, epidemiologia e seus diferentes e principais tipos. Metodologia e fonte de dados: A pesquisa a ser realizada neste trabalho, classificada como revisão de literatura, é indireta. Quanto à metodologia, o trabalho em mãos faz a opção pelo método indutivo. Esta opção se justifica pois o método escolhido é aquele que parte de verdades menores, pontuais, para generalizações. A pesquisa utilizar-se-á de livros, artigos e sites científicos. Discussão: Os gêmeos conjuntos mais populares da história foram Chang e Eng Bunker (18111874). Eles eram unidos pelo processo xifóide, localizado na extremidade inferior do osso esterno, e por isso eram chamados xifópagos. Eles tinham também os fígados conectados. Esses tipos de gêmeos são denominados de acordo com as regiões a que estão aderidos. Alguns tipos: craniópagos, onfalópagos, toracópagos, raquípagos, isquiópagos. Gêmeos siameses são muito raros. A incidência é de cerca de 1 em 50.000 a 1 em 100.000 nascimentos. O diagnóstico precoce desta anomalia pela execução de um ultrassom torna mais segura uma gravidez de siameses. Quanto à embriologia, ocorre que quatro dias após a fertilização, o trofoblasto se diferencia. Se a divisão ocorre antes deste tempo, os gêmeos monozigóticos se originam de blastocistos separados, cada um com seu próprio córion e âmnio. Oito dias após a fertilização, o âmnio se diferencia. Se a divisão ocorre entre os dias 4 e 8, os gêmeos irão compartilhar o mesmo córion, mas tem âmnios separados. Se uma divisão ocorre após o 8º dia e antes do 13º dia, os gêmeos irão compartilhar o mesmo córion e âmnio. O disco embrionário começa a se diferenciar no 13º dia, ainda no estágio de blastocisto. Se a separação ocorre após o 13º dia, os gêmeos irão compartilhar partes do corpo, além do córion e âmnio, formando vários tipos de gêmeos siameses. Conclusão: Identifica-se que o quadro estudado se trata de uma monstruosidade, visto que o erro ocorre no período embrionário. Ainda não se sabe o motivo pelo qual não ocorre a divisão do disco embrionário ou o porquê eles se fundem culminando na formação desses gêmeos. Antigamente, antes do século XX, era inviável a separação de gêmeos siameses. No entanto, com o avanço das técnicas cirúrgicas, tornou-se possível fazer a separação em alguns casos de maneira que ambos sobrevivam. Email: [email protected] 105 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Gluteoplastia de aumento Vinícius Oliveira Domingues Francisca Joelma Rodrigues de Lima Nathália Telles da Costa Nathália Freire Bandeira Iara Cristina Arruda Vale Glycon Cardoso Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Esse trabalho tem como objetivo apresentar aos profissionais da saúde sobre a gluteoplastia de aumento, delineando sobre a relação médico-paciente, as técnicas de cirurgia plástica empregadas, recuperação e possíveis complicações. Metodologia e fonte de dados: Realizou-se revisão bibliográfica em livros textos que versam sobre cirurgia plástica e artigos científicos disponíveis nas plataformas SciELO, PubMed, BVS e LILACS. Foram utilizadas as seguintes palavras-chave para a busca: cirurgia plástica, cirurgia plástica/estética, cuidados operatórios, consulta pré-operatoria e gluteoplastia. Discussão: Durante anos, o conceito de beleza e apelo feminino estava ligado principalmente em duas áreas: as glândulas mamárias e região glútea. As nádegas possui função secundária de cunho sexual, considerada zona erógena, e atualmente seu poder de atração decorre busca pelo corpo perfeito. A crescente procura por procedimentos de cirurgia plástica, tais como a gluteoplastia de aumento, traz a necessidade de aperfeiçoamento das técnicas a serem empregadas. As nádegas tem seu volume principal oriundo do músculo glúteo máximo, porém, anterolateralmente, o músculo glúteo médio é superficial e contribui para o contorno da região. Cada uma das técnicas ou a combinação certa dos mesmos resultam esteticamente em belas nádegas femininas. Aescolha das técnicas cirúrgicas mais adequadas para atingir o melhor contorno das nádegas envolve uma avaliação abrangente. Os implantes glúteos são uma excelente alternativa para corrigir o contorno das nádegas, e por isso, o plano de inserção de tecidos e/ou prótese é de fundamental importância para o bom resultado estético da cirurgia. A gluteoplastia está indicada em situações como a reparação de deformidades adquiridas (sequelas de acidentes, perdas de substância, sequelas cicatriciais, etc.) ou congênitas (agenesias, desenvolvimento incompleto). O aumento das nádegas tem finalidade estética de restaurar contorno, forma e volume da nádega. Conclusão: Os resultados apresentados pela gluteoplastia de aumento para correção do contorno das nádegas tem se mostrado uma técnica eficaz e com resultados satisfatórios. Cabe ao médio cirurgião plástico oferecer as informações adequadas acerca da cirurgia para o paciente. Dentre as possíveis complicações temos o mau resultado estético decorrente do uso inadequado dos implantes. Também é possível ocorrer deiscência e seroma extracapsular. A gluteoplastia de aumento mostra-se eficaz na correção dos contornos das nádegas e aumento da autoestima do paciente. Email: [email protected] 106 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Halsted: Um nome a ser lembrado no meio médico Yasmine Oliveira Vieira Natália Cristina Moreira Neves Danillo Ferreira Amaral Armando José China Bezerra Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Revisar as várias contribuições de William Stewart Halsted para a medicina, bem como aspectos relevantes de sua trajetória, haja vista ser ele um dos maiores nomes da cirurgia de todos os tempos. Metodologia e fonte de dados: Para realização desse trabalho, foi realizada uma revisão bibliográfica por meio de busca eletrônica de artigos nas bases de dados Lilacs, Pubmed, e Scielo, nas línguas inglesa e portuguesa. Discussão: William S. Halsted (1852-1922) é considerado o fundador da cirurgia moderna, praticada no século XX. Ao unir o conhecimento científico ao método rigoroso de executar procedimentos, enfatizando a técnica asséptica, Halsted transformou a cirurgia numa disciplina científica. Halsted foi o primeiro chefe do Departamento de Cirurgia do Hospital Johns Hopkins em 1889, cirurgiãochefe em 1890 e Professor de Cirurgia em 1892 com a abertura da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins. Ele criou a Residência Médica em 1889, transformando o aprendizado dos cirurgiões com um método eficaz de treinamento médico após a graduação, com a doutrina do “aprender fazendo”. Contribuiu também com o início do uso de luvas cirúrgicas, pois inusitadamente solicitou a confecção de luvas de borracha para a chefe de enfermagem cirúrgica e sua futura esposa, Miss Caroline Hampton, cujas mãos se irritavam com os desinfetantes químicos. Desenvolveu técnicas para mastectomia radical, reparação de hérnia inguinal e anastomoses intestinais. Também desenvolveu a anestesia tópica com cocaína. Foi ainda, um dos primeiros defensores da hemostasia, manipulação suave do tecido, pontos pequenos e de baixa tensão, entre outras contribuições médicas e cirúrgicas, perpetuando seu nome em vários epônimos na medicina. Conclusão: Por meio deste trabalho, podemos observar o quanto Halsted influenciou o crescimento da medicina e da cirurgia em particular. Ele foi um grande estudioso, professor e cirurgião. Com suas descobertas, Halsted forneceu subsídios para que a cirurgia se desenvolvesse e se consolidasse como uma especialidade médica. É um nome que deve ser lembrado e conhecido no meio médico. Email: [email protected] 107 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Hanseníase: aspectos clínicos e epidemiológicos de uma doença endêmica no Brasil Felipe Alencar Monteiro Borges Lara de Paula Sousa Guilherme Miguel Thomé de Carvalho Moises Elias Souza Alves Rodrigo Pereira Pio Pedro Henrique Rosa Silveira Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Abordar como é realizado o diagnóstico da Hanseníase evidenciando as formas clínicas, aspectos do quadro clínico e epidemiológico dessa doença no Brasil. Metodologia e fonte de dados: Para a realização do trabalho, foram selecionados artigos científicos e documentos oficiais indexados ao Scielo, publicados entre os anos de 2008 e 2015. Essas fontes abordavam o tema Hanseníase relacionando aspectos característicos da doença e como é realizado o diagnóstico da mesma. A partir da leitura, houve discussão e confecção do trabalho. Discussão: A Hanseníase, doença infecciosa causada pelo Mycobacterium leprae, compromete o tecido cutâneo, mucoso e nervoso periférico, principalmente nas regiões dos olhos, mãos e pés. Trata-se de uma doença sistêmica e determina alterações que podem ser causadas pela presença direta da bactéria ou por estados reacionais. A doença, que ainda é endêmica no Brasil, com maior frequência de casos na região Norte (4,02/10.000 habitantes), é caracterizada pela evolução lenta, baixa patogenicidade e alta infectividade, afetando principalmente homens entre a 3ª e 4ª década de vida. A Hanseníase se apresenta nas formas indeterminada, tuberculoide, virchowiana e por reações hansênicas e as manifestações clínicas são variadas entre elas. A Hanseníase indeterminada apresenta máculas hipopigmentadas e pode evoluir para as demais formas. Na forma tuberculoide, destaca-se a presença de placas eritematosas bem delimitadas e comprometimento neural precoce; na Virchowiana, comumente é encontrado polimorfismo entre as lesões, que evoluem de discretas máculas a lesões papulo-nodulares. As reações hansênicas são caracterizadas por reativação de lesões preexistentes ou pelo surgimento de eritema nodoso hansênico. O diagnóstico é realizado por meio das características clínicas e exames complementares: pesquisa de sensibilidade, reação de Mitsuda, exames bacteriológico e anatomopatológico. Conclusão: A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa com evolução lenta, de notificação compulsória, endêmica no Brasil, sendo ainda um problema de saúde pública. A prevenção da doença consiste no diagnostico precoce, sendo que ao confirmar o diagnostico do paciente, seus familiares deverão ser examinados. A Hanseníase tem cura, sendo importante para isso que haja promoção de conhecimento a respeito da doença. Email: [email protected] 108 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Hemotransfusão e autonomia: Considerações bioéticas Naira Coutinho Oliveira Rocha Joaquim Nicolau do Nascimento Bárbara Guimarães Avelar Clara Roriz Fernandes Giovanna da Silva Vecchi Maysa Siqueira Lopes de Oliveira Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O objetivo do presentetrabalhoé fazer uma revisão comparada acerca dos critérios que devem ser utilizados na prática médica para a realização de procedimentos de hemotransfusão, bem como as discussões éticas, políticas, sociais e religiosas, que implementam barreiras aos pacientes mais críticos. Metodologia e fonte de dados: Trata-se de artigo de revisão realizado no período de junho de 2015. Buscaram-se dados nas bases de dados da Literatura Latino Americana em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Eletronic Library Online (SciELO), por meio dos descritores: testemunhas de Jeová e Jehovah’s Witness. Foram selecionados 6 artigos entre eles. Discussão: Para realizar qualquer procedimento, os profissionais da saúde são regidos por princípios éticos, morais, técnicos, bioéticos e legais. No intuito de preservar o direito à autonomia do paciente, são estabelecidos: o Art. 46-“(É vedado ao médico) efetuar qualquer procedimento médico sem o esclarecimento e o consentimento prévios do paciente ou de seu responsável legal, salvo em iminente risco de vida” e o Art. 56- (É vedado ao médico) desrespeitar o direito do paciente de decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de vida”. Ao ser considerada a hemotransfusão, também deve-se manter o direito de autonomia e de crença do paciente. Para aqueles que seguem a doutrina de Testemunhas de Jeová, isso implica a recusa ao procedimento. Para tais fieis, a Bíblia proíbe a hemotransfusão de acordo com as palavras de Gênesis 9:4, Levítico 7:25 e 17:12 e Atos 15:29. Todavia, quando a hemotransfusão é impreterível e inexiste decisão consensual entre médico-paciente, deverá procederse a transfusão. E havendo ou não risco de vida, é preciso esclarecer os riscos e os benefícios da hemoterapia e a testemunha de Jeová ou seu representante deverá assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Conclusão: Embora seja um tema muito discutido e já bastante referenciado, é de suma importância à vida profissional e ao exercício médico. O conhecimento de todos os aspectos na decisão do uso de determinado procedimento, evita que, por ignorância de direitos e deveres dos técnicos, enfermeiros e médicos, se infrinja o direito do homem de tomar decisões sobre seu corpo e o dever do médico de preservar a vida. Email: [email protected] 109 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Hepatite Autoimune: estudo clínico e diagnóstico Lara de Paula Sousa Ana Carolina Andrade Canut Marine Gontijo Freitas Izabela Rodrigues Figueiredo Nathália Telles da Costa José Gabriel Rodrigues Júnior Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Apresentar os aspectos clínicos, laboratoriais, e da resposta ao tratamento para a Hepatite Autoimune (HAI). Metodologia e fonte de dados: Para a realização do trabalho, foram selecionados artigos científicos e documentos oficiais indexados ao Scielo, publicados entre os anos de 2012 e 2015. Essas fontes abordavam o tema Hepatite Autoimune, relacionando aspectos característicos da doença, assim como o manejo clínico da mesma. A partir da leitura, houve discussão e confecção do trabalho. Discussão: Na última década, observou-se crescente número de diagnósticos de HAI, principalmente na faixa etária pediátrica. A doença, que atinge com maior frequência o sexo feminino e indivíduos de até 18 anos de idade, apresenta enquanto manifestações clínicas, sintomas inespecíficos e de intensidade variável, como fadiga, mal-estar, anorexia, náuseas, desconforto no quadrante superior do abdômen, artralgia e prurido. Em mulheres, podem estar presentes ainda manifestações relacionadas ao sistema endócrino: amenorreia, hirsutismo, estrias e acne. Com relação aos exames laboratoriais para diagnóstico, o aumento das aminotransferases é o achado que predomina. O quadro ainda pode ser acompanhado de hiperbilirrubinemia, aumento discreto de gamaglutamiltransferase (GGT) e da fosfatase alcalina. A pesquisa de auto-anticorpos e a ocorrência de hipergamaglobulinemia, associado a características clínicas e exclusão de outras hepatopatias, é de fundamental importância para firmar o diagnóstico de HAI. O tratamento baseia-se na imunossupressão e as duas linhas principais são a monoterapia com corticoide ou associação de baixas doses de corticoide com azatioprina. A normalização das aminostransferases é o objetivo terapêutico inicial e os pacientes que o alcançam têm o melhor prognóstico. Conclusão: A HAI apresenta formas de manifestação clínica variadas. Trata-se de uma doença caracterizada pela presença de auto-anticorpos, elevação das aminotransferases e hipergamaglobulinemia. Há predomínio histopatológico de cirrose incipiente ou definitiva com inflamação portal. O tratamento realizado com corticoesteroides e azatioprina frequentemente é efetivo, porém o uso de corticoesteroides determina a ocorrência de efeitos colaterais indesejáveis. Email: [email protected] 110 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Hérnia Diafragmática Congênita Lara de Paula Sousa Marina Machado M. Cardoso Diego Vinícius Gonçalves Santana Thaina de Araújo Rodrigues Marina Souza Rocha Armando José China Bezerra Instituição: Universidade Católica Brasília Objetivo: Discorrer sobre hérnia diafragmática congênita. Evidenciar os tipos, as causas, as complicações e o tratamento dessa falha no tecido do músculo diafragmático. Metodologia e fonte de dados: Trata-se de uma revisão de literatura. As pesquisas realizadas para a produção do trabalho tiveram como base artigos acadêmicos eletrônicos indexados ao LILACS – Bireme, utilizando-se de palavras-chave como “hérnia diafragmática” e “hérnia diafragmática congênita”. Discussão: A hérnia diafragmática congênita é uma falha, ou seja, orifício, no diafragma, que ocorre pela contribuição de genes dos pais associada a fatores ambientais. O diafragma é uma camada de tecido muscular que separa a cavidade torácica da cavidade abdominal. Deste modo, o conteúdo abdominal da criança pode passar total ou parcialmente pelo orifício. Existem dois tipos: 1) Bochdalek: orifício na parte posterior do diafragma e em geral do lado esquerdo, acarretando hipoplasia pulmonar do lado afetado; 2) Morgagni: orifício na frente do diafragma, potencialmente capaz de causar comprometimento do pulmão. Pode ser diagnosticada ainda na vida uterina, por meio de ultrassonografia ou após o nascimento, quando o bebê apresentar problemas respiratórios. No caso da hérnia de Bochdalek, pode estar associado também cianose, taquipnéia, dispneia e abdome escavado. As complicações podem ser doença pulmonar crônica, refluxo gastroesofágico, intestinos subdesenvolvidos, problemas no crescimento e atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor. Após o nascimento, o bebê deve ter o problema respiratório estabilizado, por exemplo, com a ECMO (extracorporeal membrane oxygenation) de modo adequando para que posteriormente seja realizada a cirurgia visando correção da hérnia. Conclusão: É um problema grave, entretanto com os avanços no tratamento tem apresentado bom prognóstico. A cirurgia faz o reparo da hérnia e retorna o estômago, intestino ou outros órgãos para a cavidade abdominal. O pós-operatório conta, muitas vezes, com assistência respiratória, o que requer o desmame do respirador. É inevitável que haja mortalidade já que coexistem anomalias associadas. Mas felizmente, na maioria dos casos, com os cuidados adequado no pré e pós-operatório há uma boa evolução. Email: [email protected] 111 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Hipersexualidade em pacientes com demência Flávia Toledo Simões José Egidio Novais Simões Camila Pereira Rosa Pedro Guilherme Cabral Lara Mundim Alves de Oliveira Higor Nogueira Paes Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Realizar uma revisão crítica sobre a hipersexualidade presente em pacientes com demência, abordando, principalmente, os tratamentos mais utilizados no controle deste distúrbio comportamental. Metodologia e fonte de dados: Foram utilizados artigos científicos indexados nas bases de dados PubMed, Scielo e The British Journal of Psychiatry (BJPsych Advances). O trabalho foi confeccionado a partir de publicações de 2005-2013. Os descritores seguintes foram usados: “hypersexuality”, “dementia” e “Sexually inappropriate behaviour”. Discussão: É comum que pacientes com demência apresentem distúrbios comportamentais, um deles é a hipersexualidade. O comportamento sexual inadequado pode incluir respostas verbais e/ou físicas. A hipersexualidade na demência é mais comum em homens. Além disso, este distúrbio é mais frequente na demência frontotemporal, seguida pela demência vascular. É necessário que seja feita uma avaliação completa do comportamento anormal apresentado e do contexto em que ele ocorre, além de analisar como era o comportamento do paciente antes do acometimento da doença. Para o controle da hipersexualidade há o tratamento comportamental e o farmacológico. O tratamento comportamental é pouco efetivo, mas é possível orientar os cuidadores a tomarem algumas medidas que ajudam, como estimular atividades manuais que distraiam e acalmem o paciente. Caso o tratamento comportamental não funcione, a terapia farmacológica pode ser necessária. Ainda não há um consenso sobre quais os fármacos mais eficientes no controle da hipersexualidade em pacientes com demência. Porém, baseado na prática clínica, há algumas classes de medicamentos que têm se mostrado eficazes: neurolépticos, antiandrogênicos, estrógenos, análogos de hormônios liberadores de gonadotropinas, antidepressivos, inibidores seletivos da recaptação de serotonina e antidepressivos tricíclicos. Conclusão: Apesar da hipersexualidade ser comum em pacientes com demência, existem poucos estudos que abordam tal tema. É necessário que novas pesquisas sejam feitas para que o controle desse distúrbio seja mais eficiente, pois ele prejudica a qualidade de vida do paciente, de seus cuidadores e de seus familiares. Email: [email protected] 112 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Hipertensão Arterial e Óbito Fetal: A importância da prevenção Bruna Gomes Ribeiro Júlia de Andrade Figueiredo Auro Paiva Júnior Sulani Silva de Souza Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Apresentar caso ginecológico referente a óbito fetal na 30ª semana gestacional, bem como discutir a conduta médica seguida com base nas condições do atual Sistema Único de Saúde. Descrição do caso: Paciente feminina, parda, 30 anos, procurou o HRT dia 14/03/2015, com queixa de sangramento vaginal e cefaleia iniciados no mesmo dia. Encontrava-se na 30ª semana gestacional e havia procurado o pronto socorro uma semana antes, referindo cólica intensa em baixo ventre. Ao exame físico (EF), apresentou pico pressórico. Recebeu alta com prescrição de captopril e pedido de ecografia gestacional (EG). Foi orientada a realizar acompanhamento para hipertensão arterial. Após uma semana, retornou ao hospital com a queixa supracitada, adicionada de dor abdominal. Resultado da EG: Feto de apresentação cefálica, Batimentos cardíacos de 122bpm, Placenta prévia total. EF dia da internação: Pressão Arterial - 148x89mmHg. Cérvice dilatada em 5 cm. EG dia da internação: Movimentos fetais e batimentos cardíacos ausentes, peso fetal de 1400g, placenta com presença de hematoma, líquido amniótico normal. Discussão: Óbito fetal é a morte do feto que ocorre antes da completa expulsão ou extração do produto conceptual a partir de 22 semanas completas de gestação. Dentre as principais causas maternas encontram-se as síndromes hipertensivas. A presença de placenta prévia total constitui-se em uma das principais causas de hemorragia gestacional, entretanto, sua presença não está necessariamente associada ao óbito fetal. No presente caso, a conduta adotada foi indução do parto por via vaginal, tendo a paciente feito uso de ocitocina, bem como de misoprostol intravaginal. Todavia, nota-se que o tratamento para hipertensão arterial foi deficitário, o que seria o ponto chave para evitar um fim desfavorável. De acordo com a VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, a paciente possuía Hipertensão Gestacional, cujo tratamento para casos graves preconiza hidralazina endovenosa. Conclusão: É possível notar que durante a primeira visita ao hospital, deveria ser realizado melhor acompanhamento com relação à hipertensão arterial sistêmica. Entretanto, devido às condições precárias do serviço público de saúde, tais como a falta de medicamentos, os profissionais, por vezes, são incapazes de oferecer tratamento adequado aos pacientes. A melhoria dessas condições é necessária para que casos como o descrito no presente trabalho sejam evitados com maior frequência. Email: [email protected] 113 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: História da Medicina na Ditadura Militar Brasileira Rebeca Marques Margoto Isac César Roldão Leite Kellen Karenine Pinho de Medeiros Wendel Silva Issi Marcelo Ribeiro Artiaga Paulo Juvencio Gomes Tubino Instituição: Faciplac Objetivo: O objetivo deste trabalho é conscientizar a classe médica a respeito das atitudes que foram feitas pela classe com a população da época, apresentando os atos praticados e suas consequências, assim como resultados sociais e psicológicos nas vítimas. Metodologia e fonte de dados: nesta revisão histórica foram utilizados diversos artigos e livros de autores renomados nacional e internacionalmente acerca do assunto, de forma a apresentar um consenso encontrado na analise sistemática das obras. Discussão: Durante a Ditadura diversos médicos atuaram ativamente com o Regime Militar, participando de operações e atos hoje repudiados por sua classe. Quebrando o Juramento de Hipócrates, praticaram crimes contra a vida e a honra de presos políticos, realizando diversas torturas, aconselhamentos e fraudes de evidências. A tortura foi aplicada de forma indiscriminada durante esse período, indiferente à idade, sexo ou situação moral, física e psicológica em que se encontravam os suspeitos de atividades subversivas. Como a diversidade de torturas é muito grande, elas foram divididas em: psicológicas, físicas e atípicas. Tortura psicológica é qualquer tipo de sofrimento mental, causado por um desequilíbrio emocional alcançado por fatores externos, sendo o método mais frequente por meio de ameaças visando o medo. Certamente não houve vítima de tortura que escapou de sofrer coações físicas, dentre as mais frequentes estão o “pau-de-arara”, a “pimentinha” com dobradores de tensão, entre outras. As torturas atípicas são aquelas que, geralmente, causam mais espanto nas pessoas, podendo ser tanto físicas quanto psicológicas, como fuzilamento simulado; tortura da família e em crianças, mulheres e gestantes e era justificada pela urgência de se obter informações, visando imprimir à vítima a destruição moral pela ruptura dos limites emocionais pelas relações afetivas de parentesco. Conclusão: O período do Regime Militar no Brasil foi um momento tenebroso para os cidadãos e para a medicina. A medicina passou por um momento marcado pela conivência ou até mesmo auxílio nas práticas ilegais de interrogação e tortura, incluindo falsificação de laudos médicos oficiais, omissão de corpos e tratamento visando o prolongamento de interrogatórios. Em 1988, na elaboração da Constituição Federal foram levados em consideração os atos deste período para a realização do código de Ética Médica. Email: [email protected] 114 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: História do transplante cardíaco Rebeca Marques Margoto Isac César Roldão Leite Kellen Karenine Pinho de Medeiros Wendel Silva Issi Marcelo Ribeiro Artiaga Paulo Juvencio Gomes Tubino Instituição: Faciplac Objetivo: Este trabalho tem como objetivo relatar como começaram os transplantes cardíacos, descrever os diferentes tipos desse transplante, mostrar e definir quando cada um dos tipos deve ser feito e mostrar sua importância. Metodologia e fonte de dados: Análise sistemática de diversas obras nacionais e internacionais acerca do assunto obtidas por meio das bibliotecas virtuais Bireme, LILACS, SciELO e CAPES/MEC. Discussão: Quando o coração de uma pessoa apresenta problemas, pode haver insuficiência cardíaca. Geralmente, essa insuficiência é ocasionada por doenças coronárias, alta pressão sanguínea, cardiomiopatia, etc. Existem dois tipos de transplantes de coração: o ortotópico e o heterotópico. O ortotópico é pela remoção do coração doente e substituição por um saudável. Em 1960 foi relatado o primeiro caso com sucesso em cão e após o exame histológico post-mortem observaram sua rejeição pelo sistema imunológico do receptor. O primeiro transplante de coração humano foi realizado pelo Dr. Christian N. Barnard no dia 3 de dezembro de 1967. O transplante cardíaco heterotópico é realizado quando o coração danificado não pode ser removido, dessa forma o paciente permanecerá com o seu coração doente e com o coração saudável, que servirá como uma bomba auxiliar. Ele é utilizado em situações em que o coração danificado não pode ser removido, por exemplo quando a pressão do sangue nas artérias é anormalmente elevada e não mostra tendência de queda aos níveis normais. A primeira tentativa foi com Demikhov, em 1940, quando ele transplantou um coração na região inguinal de gatos, entretanto, parou com seus estudos durante a Segunda Guerra Mundial. Em março de 1968 foi realizado o primeiro transplante cardíaco homólogo ortotópico em humano no Brasil, em São Paulo, pelo Professor Zerbini. Conclusão: Se formos levar em conta uma antiga lenda celta de aproximadamente 2000 anos, desde cedo foram feitos transplantes de coração. Além disso, há relatos de transplante de coração em torno de 430 a.C, na China, por Pien Ch’iao. Duraram anos, ou até mesmo séculos, para que um transplante de coração em animais fosse bem sucedido e, apenas depois disso, começaram a fazê-los em humanos, sendo que tais técnicas desenvolvidas são utilizadas até hoje. Email: [email protected] 115 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: HPV, lesão intraepitelial e o câncer de colo uterino Iasmin Côrtes Mânica Teles Gilmária Borges Sousa Gustavo Henrique Campos de Sousa Mayara M. Guerra Curvina Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Esse trabalho tem como objetivo elucidar as características e gravidade da infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) e a importância de sua prevenção devido à associação com o câncer de colo uterino. Metodologia e fonte de dados: Foi feito uma revisão bibliográfica utilizando os seguintes livros: Lopes, A. C. Clínica Médica: diagnóstico e tratamento, 2013 e Tratado de Ginecologia, Berek & Novak, 2012. Também foram utilizados artigos das seguintes bases de dados: Scielo, PubMed, Bireme e Projeto Diretrizes, entre os anos de 2000 a 2015 , utilizando as palavras-chave: HPV, câncer de colo uterino e vacinação. Discussão: A infecção HPV é uma doença sexualmente transmissível (DST) e o vírus é responsável por causar condiloma acuminado e neoplasias de colo uterino. Possui mais de 100 subtipos, dentre eles os subtipos 16 e 18 são os mais frequentes causadores de neoplasias de colo uterino. No Brasil, cerca de 137mil casos/ano de infecção pelo HPV são registrados pelo Ministério da saúde. Tem como principais fatores de risco a promiscuidade sexual, sexarca percoce, substituição do preservativo por contraceptivos orais e demais métodos hormonais. A infecção acomete a junção escamocolunar, onde se encontram as lesões precursoras ou a própria lesão cancerígena. A prevenção vacinal está disponível pelo Ministério da Saúde, no ano de 2015, para meninas de 9 – 11 anos pela vacina quadrivalente. O diagnóstico é feito pelo exame preventivo (papanicolau) com confirmação histopatológica, onde pode ser eviden ciado o condiloma acuminado, as lesões intraepiteliais e o próprio carcinoma invasor. São classificadas como: Lesão intraepitelial de baixo grau = HPV, NIC 1, ASC – US; Lesão intraepitelial de alto grau = NIC 2 e 3, ASC – H, AGUS e Carcinoma invasor. Sendo as lesões de baixo grau acompanhas com exame preventivo a cada 6 meses, as de alto grau complementa-se o diagnóstico com colposcopia e biópsia e o carcinoma invasor deve ser biopsiado e estadiado para conduta. Conclusão: O câncer de colo uterino é uma patologia grave, porém de fácil prevenção pela realização do exame papanicolau 1 vez por ano a partir de 25 anos. Como o câncer tem um curso lento, a maioria dos casos podem ser diagnosticados em estágios iniciais podendo alcançar a cura terapêutica. Com a implementação da vacina quadrivalente pelo Ministério da Saúde e conscientização da população sobre riscos de DSTs acredita-se que diminuirá ainda mais a incidência de infecção pelo HPV e o câncer. Email: [email protected] 116 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Ictiose Arlequim: Eritrodermia Ictiosiforme não bolhosa Isac César Roldão Leite Rebeca Marques Margoto Kellen Karenine Pinho de Medeiros Wendel Silva Issi Marcelo Ribeiro Artiaga Paulo Juvêncio Gomes Tubino Instituição: Faciplac Objetivo: Apresentar pesquisas de autores renomados sobre a Eritrodermia Ictiosiforme não bolhosa a fim de analisar a abordagem em estudos dos últimos 30 anos, traçando um perfil histórico da doença e apresentando suas características gerais, avanços e retrocessos no diagnóstico e terapêutica. Metodologia e fonte de dados: Análise sistemática de 20 artigos publicados internacionalmente sobre Ictiose Lamelar, por autores renomados, entre 1978 e 2008, apresentando os principais achados literários acerca da História, da base genética recém-revelada, embriológica , diagnóstica e terapêutica. Os artigos foram buscados principalmente nas bibliotecas virtuais BIREME, LILACS, SciELO e pelo Portal de Periódicos da CAPES/MEC. Discussão: Descrita como uma desordem autossômica recessiva com incidência de 1:300.000, proporção de sexo de 1:1. O termo vem do grego ichthys, peixe, pelo aspecto escamoso da pele. O primeiro caso foi descrito em 1750 pelo Reverendo Oliver Hart, pastor da Igreja Batista em Charleston, nos EUA. O Recém-nascido apresenta espessamento acentuado da pele levando a uma anormalidade da orelha externa (pavilhão auricular), nasal, ocular e bucal, com ectrópio e eclábio, além de provocar deformidades em flexão dos membros e gangrena digital. A fisiopatologia mais aceita é a anormalidade no metabolismo lipídico dos queratinócitos, especialmente das células granulares. Em 2005, a base genética foi descrita. O gene foi mapeado ao cromossomo 2q35, conhecido como ABCA12 e codifica uma proteína transmembrana reguladora envolvida no transporte lipídico. Na década 90 a análise bioquímica de fragmentos de pele revelou um defeito na conversão de pro-filagrina em filagrina, sugerindo que alterações na fosfatase da epiderme pudessem ser responsáveis pela doença. Estudos recentes, demonstraram que a principal causa de Ictiose Arlequim é a deficiência de transglutaminase I, enzima responsável pela formação do envelope das células córneas. Mutações no gene de TGM1, codificador de Tgase 1, e consequentemente a redução da expressão de Tgase 1, tem sido as alterações mais comuns encontradas nos doentes. Conclusão: Anteriormente à década de 1980, os neonatos acometidos pela doença evoluíam a óbito nos primeiros dias de vida e, no presente, ainda são poucos os casos de pacientes com Ictiose Arlequim que sobrevivem ao primeiro ano de vida. Porém após série de estudos tem-se avançado no tratamento oferecendo maior qualidade de vida aos neonatos. Email: [email protected] 117 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Identificação e diagnóstico de indivíduos psicopatas Nathália Freire Bandeira Ulysses Rodrigues de Castro Monique Almeida Vaz Vinícius Oliveira Domingues Francisca Joelma Rodrigues de Lima Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Os psicopatas não são psicóticos ou doentes mentais. São conhecidos pelo desprezo às obrigações sociais e pela falta de consideração aos sentimentos. Seus atos não resultam de uma mente perturbada, mas de uma racionalidade fria e calculista, sendo, portanto, interesse desse trabalho, reconhecê-los. Metodologia e fonte de dados: Realizou-se revisão bibliográfica em livros textos que versam sobre Psiquiatria Forense e artigos científicos disponíveis nas plataformas SciELO, PubMed , BVS e LILACS. Foram utilizadas as seguintes palavras-chave para a busca: psicopatas, diagnóstico e escala Hare. Discussão: As características mais notórias dos indivíduos psicopatas são o egocentrismo, frieza, insensibilidade, manipulação, transgressão às regras sociais, e apesar de saberem exatamente o que estão fazendo, não aprendem com as experiências, por serem desprovidos de sentimento de empatia, culpa ou remorso. A necessidade em reconhecê-los perpassa pelo Direito Jurídico em face à criminalização de seus atos e pelo estudo de seus critérios diagnósticos, por vezes, tão complicados. No DSM-5 (2014), a classificação se dá por Transtorno de Personalidade Antissocial, “(...) um padrão global de indiferença e violação dos direitos dos outros, o qual surge na infância ou no início da adolescência e continua na idade adulta" (p. 659). Já Robert Hare, especialista canadense em psicologia criminal e psicopatia, criou o Psychopathy Checklist (PCL), que gera um perfil rico e detalhado para este transtorno de personalidade. Tal escala elenca vinte características referentes aos psicopatas e, utilizando uma pontuação para cada sintoma listado com julgamento clínico de um especialista, foi determinado um mínimo de escore que, ao ser atingido, configura a psicopatia do indivíduo. Tem sido o meio mais utilizado para diagnóstico de psicopatia e o primeiro exame padronizado exclusivo para o uso no sistema penal do Brasil. Conclusão: A avaliação de transtornos de personalidade tem sido um desafio para a Psicologia Forense, pelo falta de instrumentos para avaliação e, também, devido à tendência em negar ou manipular os atributos pessoais, característica fundamental do Transtorno de Personalidade Antissocial e/ou traços psicopatas. Por isso, a importância da utilização de instrumentos de avaliação psicológica para o trabalho com psicopatas. Email: [email protected] 118 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Impacto da epilepsia sobre a gestação Bruno Oliveira Leite Lourival de Paiva Grillo Júnior Samuel de Sousa Alencar Luigia Peixoto Salvador Bárbara Senna Moraes Gratão Camilla Oliveira Leite Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Realizar uma abordagem geral dos efeitos da epilepsia na gestação, avaliar as complicações maternas e fetais e sintetizar alguns aspectos terapêuticos das drogas antiepilépticas e seu uso na gestação. Metodologia e fonte de dados: Trata–se de uma pesquisa bibliográfica por meio de um estudo descritivo, onde foram usados artigos científicos tendo como fonte de informação na web: LILACS, IBECS, MEDLINE, Biblioteca Cochrane, SciELO e PUBMED. Discussão: A epilepsia é um distúrbio crônico caracterizado pela recorrência de convulsões tipicamente não provocadas e em geral imprevisíveis. São classificadas como crises parciais ou focais, que decorrem de descarga neuronal excessiva numa região cortical localizada, representada pelo foco epiléptico, geralmente tônico-clônicas. Estima-se que 0,3 a 0,6% das gestações ocorram em mulheres epilépticas. Estas são consideradas de alto risco por apresentarem maiores complicações materno-fetais. A gravidez pode alterar o curso da epilepsia e a frequência das crises, por exemplo. Por outro lado, a epilepsia e as drogas antiepilépticas podem apresentar impacto na gestação. Atualmente, se reconhece que devem ser consideradas simultaneamente as inter-relações entre epilepsia materna, metabolismo de anticonvulsivantes, teratogenicidade e efeitos perinatais. A literatura mostra que se as crises são bem controladas antes, o risco será menor na gestação e o não controle eleva a probabilidade de as crises se agravarem. O aumento da taxa de malformações congênita é controverso. Não está estabelecido se a epilepsia por si só causa malformação, se as drogas anticonvulsivantes, com sua potencialidade teratogênica, associadas a predisposição genética são responsáveis pela malformação. Estudos mostram que entre as epilépticas o risco de malformações fetais é duas a três vezes maior que na população geral. Conclusão: Diante das prerrogativas discutidas fica evidente que mulheres grávidas com epilepsia apresentam risco maior para uma variedade de complicações. Então, torna-se necessário que na mulher epiléptica a gravidez seja cuidadosamente planeada e vigiada a fim de minimizar os riscos maternos e fetais; daí a importância da realização de um estudo sobre a relação entre a epilepsia e gravidez. Email: [email protected] 119 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Impacto do diagnóstico tardio de defeito de septo atrioventricular de forma total em lactente Lorena Taveira Amaral Amanda Kleszcz de Carvalho Andrea Zappala Abdalla Emanuel Dantas Rodrigues Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Esse relato tem como objetivo a apresentação de um caso de lactente com defeito de septo atrioventricular (DSAV) de forma total não associado à Síndrome de Down. A paciente teve diagnóstico tardio, porém com resolução cirúrgica definitiva. Descrição do caso: Lactente, feminina, 8 meses, nascida a termo de parto cesárea por macrossomia, sem dismorfismos. Ao nascer, apresentava-se em boas condições de vitalidade, eupneica, acianótica, não foram auscultados sopros e teste do coraçãozinho normal (saturação de 98% e 96% em membros superior e inferior direitos, respectivamente). Com 4 semanas, em consulta no centro de saúde, mãe negava queixas de cianose, dispneia ou cansaço, porém foi identificado sopro sistólico em foco mitral e iniciada investigação. Realizou Ecocardiograma aos 3 meses, que evidenciou DSAV total, com grande repercussão hemodinâmica. Aos 5 meses foi internada para resolução de quadro de Pneumonia e desnutrição grave, e devido à descompensação hemodinâmica manteve-se internada para aguardar leito em unidade de terapia intensiva pediátrica (UTIPed) para correção cirúrgica do DSAV – realizada aos 7 meses, sem intercorrências. Discussão: As cardiopatias congênitas são divididas em cianóticas e acianóticas. Dentre estas, as mais prevalentes são a comunicação interatrial, comunicação interventricular (CIV), persistência do canal arterial e DSAV. O DSAV é uma má formação que representa 3% das cardiopatias congênitas, sendo mais comum sua associação com a Síndrome de Down. A história natural e a mortalidade estão associadas à insuficiência cardíaca congestiva (ICC), por doença vascular pulmonar oclusiva, com tempo de sobrevida de 54% aos 6 meses e de 15% aos 2 anos. Esse defeito possui algumas variantes morfológicas e são facilmente detectadas pela ecografia fetal, com a presença de uma valva atrioventricular comum, com defeito interatrial do tipo ostium primum e uma CIV de via de entrada (DSAV total). O quadro clínico se caracteriza, basicamente por manifestação precoce de hiperfluxo pulmonar e a conduta é cirúrgica. Conclusão: Conclui-se com esse relato que uma avaliação pré-natal minuciosa pode modificar o prognóstico e a sobrevida de um paciente com uma má formação cardíaca. A suspeita diagnóstica não modificará, necessariamente, a conduta durante a gestação ou a via de parto, porém deixará a mãe e o pediatra preparados para uma intervenção mais precoce da anomalia. Email: [email protected] 120 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Implante Contraceptivo como Método de Primeira Escolha Polyana de Oliveira Santana Natália da Silva Araújo Borges Ana Carolina Franco Cabral Sulani Silva de Souza Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Ressaltar a importância do ginecologista na condução e orientação da escolha do melhor método anticoncepcional, considerando as características individuais da paciente e do método. Descrição do caso: A.C.F.C., 26 anos, sem utilização prévia de qualquer método contraceptivo, submete-se a colocação de implante contraceptivo (Implanon®) no dia 15 de abril de 2014. Após a colocação do implante, a paciente apresentou spotting (sangramento de escape) por 3 meses, além de ganho de peso e diminuição da libido. Ao tentar agendar nova consulta, conseguiu vaga apenas 7 meses após o início do tratamento. À consulta, foi-lhe solicitada realização de exames de sangue para verificação dos níveis hormonais e ultrassom transvaginal. Além disso, foi-lhe prescrito 1 comprimido por dia de Desogestrel (Cerazette®) por 14 dias e ½ comprimido por mais 14 dias, como tentativa de interrupção do sangramento de escape. Após seguir a recomendação, sem obter de sucesso, a paciente retornou ao consultório em novembro e agendou data para retirada do implante. Discussão: A escolha do método contraceptivo é uma decisão importante na vida do casal e deve estar amparada em orientações profissionais que disponibilizem todas as informações necessárias para escolha do método que contemple as características e aspirações pessoais. Os implantes contraceptivos são métodos reversíveis de longa duração e de alto custo e utilizam apenas progestágenos, sendo uma opção para mulheres que possuem restrições aos hormônios combinados. A implantação desse método, no entanto, exige cautela por parte do médico, uma vez que a ele estão relacionados efeitos secundários como aumento de peso, irregularidades menstruais, acne e labilidade emocional. Quanto à paciente, a escolha do implante mostra-se inadequada, pois deveria ter sido feito um teste prévio com o uso de pílulas orais de mesma composição para observar a ocorrência de efeitos colaterais antes do implante. Conclusão: Para a paciente em questão, o implante contraceptivo não configurou a melhor alternativa de método anticoncepcional, visto que ocorreram diversos efeitos adversos. Após a retirada do implante, a paciente deverá ser orientada quanto a métodos mais compatíveis com sua estrutura fisiológica, como os anticoncepcionais orais combinados (AOC) e o dispositivo intrauterino (DIU). Email: [email protected] 121 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Implante de Válvula Aórtica Transcateter (TAVI) - Revisão de Literatura Byannkah Abrão Ferreira Mendes Fillipe Ferreira Rodrigues Marcelo Ribeiro Artiaga Mariana Quaresma Cavalcante Cristina Abbad de Oliveira Ricardo Barros Corso Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Levantar a produção cientifica referente aos aspectos epidemiológicos, fisiopatológicos e classificatórios da Estenose Aórtica e acerca da técnica de Implante de Válvula Aórtica Transcateter (TAVI). Metodologia e fonte de dados: Foram utilizadas fontes bibliográficas internacionais e nacionais disponíveis em artigos científicos indexados no Centro Latino-Americano de Informações em Ciências da Saúde (BIREME). Discussão: Uma das doenças do coração mais comuns em países desenvolvidos é a Estenose Aórtica (EA), com incidência de 2 a 9% na população acima de 65 anos. Há algumas décadas, a principal causa de Estenose Aórtica era a degneração fibrocálcica por origem reumática, porém, os atuais avanços no tratamento de afecções reumáticas, bem como a elevação da expectativa de vida populacional, levam a reconhecer outros mecanismos como principais responsáveis pelos casos. Sendo assim, as três causas mais comuns de Estenose Aórtica degenerativa são: calcificação senil; calcificação de válvula aórtica bicúspide congênita; e doença fibrocálcica pós-inflamatória. A doença tem elevada mortalidade, que pode chegar a 50% no seu estágio final. O tratamento de escolha é a troca valvar aórtica, entretanto, cerca de 30% dos pacientes com essa doença têm contraindicação devido ao alto risco cirúrgico. Como nova terapia para os pacientes que possuem contraindicação de cirurgia convencional, está indicado o TAVI, que tem sido utilizado na última década, inclusive no Brasil. Conclusão: O implante percutâneo de válvula aórtica já é um a realidade e deve tornar-se, em futuro próximo, a melhor opção terapêutica para o número crescente de pacientes portadores de Estenose Aórtica degenerativa que necessitam de uma alternativa à cirurgia convencional. Email: [email protected] 122 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Importância da Profilaxia do Tromboembolismo Venoso Janayna Patrícia Rodrigues Thamara de Oliveira Vasconcelos Gilda Elizabeth Oliveira da Fonseca Iasmin Côrtes Mânica Teles Gustavo Henrique Campos de Souza Lorena Taveira Amaral Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Considerando que o Tromboembolismo Venoso (TEV) é responsável por elevada taxa de morbimortalidade, além de serfrequente complicação em pacientes hospitalizados, este trabalho tem por objetivo ressaltar a importância da indicação de profilaxia em situações de risco para o seu desenvolvimento. Metodologia e fonte de dados: O presente trabalho se trata de uma revisão de literatura que foi realizada no mês de Junho de 2015, consultando-se bancos de dados como PUBMED e Scielo, além de protocolos e diretrizes disponibilizados sobre o assunto. Restringiu-se a pesquisa aos períodos de 2000 a 2015, com as palavras-chave: “venous thromboembolism” e “prophylaxis”. Discussão: O TEV, o qual engloba o Tromboembolismo Pulmonar (TEP) e a Trombose Venosa Profunda (TVP), é a causa de morte evitável mais prevalente em paciente hospitalizado e a indicação de profilaxia se deve à alta frequência dessas complicações e no fato de a maioria dos pacientes serem assintomáticos ou cursarem com sintomas inespecíficos. Como o TEP fatal pode ser a primeira manifestação clínica, uma vez que apenas metade dos pacientes possui quadro clínico evidente, o diagnóstico é baseado na associação de suspeita clínica a resultados de imagem. Torna-se imprescindível considerar fatores de risco tanto em pacientes clínicos como cirúrgicos para a instituição de profilaxia antitrombótica; tais como: sinais de insuficiência venosa, TEV prévio, acidente vascular cerebral, infarto agudo do miocárdio, uso de anticoncepcional hormonal, câncer, obesidade, pacientes acamados, cirurgias ortopédicas e outras de grande porte. Além de que estudos apontam que o fato da mobilidade reduzida em pacientes internados já constitui um fator de risco isolado para o desenvolvimento de TEV. É de extrema importância a realização do tratamento profilático com deambulação precoce, fisioterapia, métodos mecânicos e anticoagulação, sendo que as medidas específicas devem levar em conta o nível de risco no qual o paciente se enquadra e a existência de contraindicações. Conclusão: Esta revisão bibliográfica corrobora os dados apresentados em estudos e meta-análises prévios que analisam a necessidade de se iniciar a profilaxia para TEV em pacientes devidamente avaliados e que apresentam risco para desenvolvê-la. Em suma, pode-se concluir que a profilaxia para TEV deve ser instituída a fim de diminuir sua principal complicação, que é o TEP, o qual resulta em um impacto considerável na taxa de morbimortalidade causada por essas entidades clínicas. Email: [email protected] 123 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Importância do Tratamento Precoce da Hipospádia Lis Rocha Campos Thamara de Oliveira Vasconcelos Harlen Ferreira S. Rodrigues Armando José China Bezerra Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Este trabalho tem por objetivo destacar a importância do tratamento precoce da hipospádia, tendo em vista o trauma psicológico que esta malformação acarreta; bem como identificar o grau de severidade desta. Metodologia e fonte de dados: Trata-se de uma revisão de literatura que foi realizada no mês de Junho de 2015, consultando-se bancos de dados como NCBI e Scielo. Restringiu-se a pesquisa aos períodos de 1998 a 2015, com as palavras-chave: “hypospadias” e “malformation”. Discussão: A hipospádia é uma malformação congênita do meato urinário de causa desconhecida, com hipóteses de influências hormonal, genética e ambiental. Caracteriza-se por desenvolvimento incompleto do trato geniturinário e abertura do meato na face ventral do pênis e não na extremidade da glande, sendo a segunda anomalia mais prevalente em homens. Sua classificação influencia na gravidade e na escolha da técnica cirúrgica corretiva e é dada conforme a localização da abertura do meato. Podem ser distais, médio-penianas ou proximais, as quais estão associadas a uma forma mais grave. Pode-se apresentar excesso de prepúcio na parte dorsal da glande e curvatura irregular decorrente do tecido esponjoso hipoplásico fibrosado. Tais deformações acarretam a impossibilidade de o paciente urinar em pé e na deformidade do pênis, que pode prejudicar a funcionalidade sexual. Por conseguinte, o tratamento precoce se torna fundamental tendo em vista a carga psicológica causada por esses fatores. Podem ser necessárias administração hormonal no pré-operatório, quando o paciente possuir pênis pequeno ou a glande atrofiada, e correção da curvatura por meio da retirada dos resquícios fibrosos. Quanto à escolha da técnica ideal, deve-se levar em consideração o tipo, a presença de prepúcio e a curvatura. A técnica de Snodgrass é a mais comum no caso de hipospádias distais, que correspondem a 50-70% dos casos. Conclusão: Como a hipospádia acarreta alterações estéticas e funcionais, o tratamento precoce se torna fundamental visando o bem estar psicológico do paciente. As hipospádias mais proximais são associadas à forma mais grave e amorfa do pênis. Todavia, correspondem a 10-20% dos casos, em contraste com as distais, que são mais prevalentes e possuem maiores chances de correção. Por conseguinte, a escolha da técnica cirúrgica ideal deve levar em consideração tanto a classificação quanto a gravidade. Email: [email protected] 124 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Infecção de Trato Urinário na Infância e suas Particularidades: Uma Revisão de Literatura Marine Gontijo Freitas José Gabriel Rodrigues Júnior Izabela Rodrigues Figueiredo Lara de Paula Sousa Nathália Telles da Costa Valéria Nogueira Naves Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Ressaltar a importância da infecção de trato urinário (ITU) na infância, com ênfase na elevada frequência, na variedade clínica e na importância do diagnostico e tratamento precoce. Além da necessidade de pesquisar malformações do trato urinário (MFTU) nos pacientes pediátricos com ITU de repetição. Metodologia e fonte de dados: Foi realizado um levantamento bibliográfico no período de 2012 a 2015 que incluiu artigos científicos presentes nos portais Medline, CAPES, Lilacs e Scielo, utilizando-se as palavras-chave “infecção urinária” e “pediatria” com seus correlatos na língua inglesa. Foram selecionados os trabalhos que corresponderam à pesquisa especificada. Discussão: A ITU é uma das doenças mais frequentes na clínica pediátrica diária e caracteriza-se pela invasão e multiplicação de germes potencialmente patogênicos em qualquer segmento do trato urinário, que normalmente é estéril. A ITU está frequentemente associada MFTU e pode se manifestar de forma simples ou complexa, com disseminação bacteriana e lesão do parênquima renal. AITU é causa de Insuficiência renal crônica, em pequena proporção, no entanto quando secundária à MFTU corresponderam a quase 25% dos casos. Os sintomas em neonatos e crianças pequenas geralmente são inespecíficos, como febre, diarréia, irritabilidade, vômito, inapetência, o que dificulta o diagnostico. A contaminação da cultura e bacteriúria assintomática são outros fatores que complicam o diagnóstico. Diversos estudos publicados comprovam que crianças menores, principalmente abaixo dos dois anos de idade, apresentam maior probabilidade de apresentar lesão renal como conseqüência de uma infecção urinária. A ocorrência de refluxo vesicoureteral também é maior nesta faixa etária. Crianças maiores podem apresentar sintomas específicos do trato urinário como disúria, polaciúria, dor suprapúbica, urgência e incontinência. A gravidade e as complicações da ITU são determinadas pela suscetibilidade do paciente e pelas complexas interações entre o hospedeiro e o patógeno. Conclusão: Portanto, uma avaliação para detectar a presença de anomalias estruturais do trato urinário em pacientes com ITU é essencial. Assim como diagnóstico e tratamento precoces. O tratamento implica o alívio dos sintomas e a erradicação do agente infeccioso. A antibioticoterapia deve ser iniciada imediatamente após a coleta da urina. O correto diagnóstico e o pronto início do tratamento são cruciais na prevenção do dano renal. Email: [email protected] 125 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Infecção Respiratória com Cultura de Escarro Positiva para Pseudomonas na Bronquiectasia Pulmonar Cynthia Lorena de Moura Evelyn Jacome Obeid Marcelo Alencar da Fonseca Carolina Queiroz Camilla Garcia de Oliveira Raissa Figueiredo Lacerda Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Relatar caso de paciente com suspeita de Tuberculose Pulmonar, portadora de Bronquiectasia e cultura de escarro positiva para Pseudomonas. Realizado esquema RIPE (Rifampicina + Isoniazida + Pirazinamida + Etambutol), antibióticos e internação hospitalar. Descrição do Caso: Mulher, 41 anos, portadora de Bronquiectasia, Fibrose Cística a esclarecer (três testes do suor duvidosos e mapeamento genético não realizado) e cultura de escarro positiva para Pseudomonas, iniciou, há um mês, quadro de febre vespertina, sudorese noturna, tosse com expectoração amarelada, além de perda ponderal de 11 kg em 11 meses. Procurou atendimento médico. Indagada hipóteses de Tuberculose Pulmonar, Pneumonia e Síndrome Consumptiva. Tratada com RIPE por 28 dias, Cefepima e Pipetazima. Durante internação, apresentou quadro de Colelitíase; não foi possível fazer colecistectomia devido ao grave comprometimento respiratório da paciente. Fez uso de Ciprofloxacina, Metronidazol e Ceftazidima. Realizou fisioterapia respiratória. Alta médica após dois meses de internação com remissão total do quadro álgico abdominal e melhora do padrão respiratório. Discussão: Na exacerbação infecciosa de Bronquiectasia, o paciente apresenta aumento do volume e da purulência do escarro em relação ao habitual, bem como surgimento ou aumento da sibilância. Nos pacientes com Fibrose Cística, as bactérias multirresistentes, como Pseudomonas, passam a colonizar as vias aéreas, exercendo um papel importante na agudização. Nas doenças avançadas, como na Fibrose Cística, a cobertura de Pseudomonas é primordial e nos casos de internação hospitalar, o uso de Cefalosporinas de ação anti-pseudômonas associados a esquemas específicos. (Tazobactam, Piperacilina, Meropenem). A fisioterapia respiratória é de fundamental importância no tratamento da bronquiectasia. Apesar da impossibilidade de remissão completa dos sintomas, a paciente evoluiu com melhora do padrão respiratório devido a toda propedêutica realizada. Conclusão: A Bronquiectasia refere-se à dilatação e distorção irreversível dos brônquios. Há a persistente tosse produtiva, com expectoração mucopurulenta, em grande quantidade; nos casos de exacerbação, esses sintomas são intensificados. Baseado na gravidade e na fase da doença, a flora bacteriana é determinada e o esquema antimicrobiano é preconizado visando à redução do número de agudização dos casos crônicos e progressão da doença. A fisioterapia respiratória é parte fundamental no tratamento. Email: [email protected] 126 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Influência da DM Materna no Nascimento de um RN Macrossômico Pesando 6010g Leandro Moreira Amaral Renato Nascimento Araújo Anna Paula Oliveira Machado Tiago Moisés Santos Dias de Oliveira Alexandre Gonçalvez Barbosa de Castro Fernando Reis Esselin Melo Instituição: FACIPLAC-DF Objetivo: Relatar caso de recém-nascido, Grande Idade Gestacional (GIG), no intuito de evidenciar e discutir as alterações do desenvolvimento intrauterino que podem levar à macrossomia fetal. Descrição do caso: No dia 24/04/2012 nasceu, no Hospital Regional do Gama (HRG), com idade gestacional (IG) de 40 semanas, pelo exame físico do recém-nascido (RN). Via cesárea devido à desproporção cefalopélvica. Filho de mãe diabética, O+, fez cinco consultas pré-natais, sem sorologias. Nasceu a termo, GIG, com 6010g, macrossômico, feminino, Apgar de 4 no primeiro minuto e 7 no quinto minuto, insuficiência respiratória, infecção presumida e hipoglicemia. Foi feita a reanimação via ventilação com pressão positiva (VPP), cateterização de veia umbilical, antibioticoterapia (Ampicilina e Gentamicina) e corticoterapia (Hidrocortisona). Realizaram-se hemograma e hemocultura, cujo resultado foi Staphylococcus epidermidis, resistente a Oxacilina e sensível a Vancomicina. Foi solicitada, ainda, Radiografia de tórax, Ecocardiograma, parecer da Cardiologia e transferência para UTI de outra unidade de saúde. Discussão: O desenvolvimento fetal é caracterizado por uma sequência de crescimento de órgãos e tecidos, diferenciação e maturação, determinados pela oferta materna de substrato, transferência placentária de nutrientes e pelo potencial de crescimento influenciado pelo genoma. Vários fatores envolvem o crescimento fetal, porém não são bem conhecidos os mecanismos do crescimento normal. No início da vida fetal, o maior determinante do crescimento é o código genético, mas no final tornam-se importantes o ambiente intrauterino, a nutrição e a influência hormonal. Os desvios do crescimento fetal estão relacionados com o aumento da morbimortalidade perinatal. A macrossomia, principalmente por Diabetes Mellitus (DM) materno e a Restrição de Crescimento Intrauterino (RCIU) devem ser diagnosticadas, tratadas e prevenidas. Essa é uma tarefa fundamental da assistência pré-natal de qualidade. Conclusão: Com o presente relato de caso, notamos a importância dos fatores maternos na determinação de alterações do crescimento intrauterino, em especial o DM materno, levando à macrossomia fetal. Denota-se, ainda, a fundamental importância da assistência pré-natal de qualidade, em que as alterações do crescimento intrauterino devem ser corretamente diagnosticadas, tratadas e prevenidas. Email: [email protected] 127 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Influência da Esteatose Hepática Não Alcoólica no Desenvolvimento do Carcinoma Hepatocelular Thamara de Oliveira Vasconcelos Diego Vinícius Gonçalves Santana Mariana Mai Akaishi Kelma Luana Abreu de Siqueira Fellipe M. da Silva Araújo Arivaldo Bizanha Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Este trabalho tem por objetivo destacar a esteatose hepática não alcoólica (NAFLD - do inglês Non-Alcoholic Fatty Liver Disease) como fator de risco para o desenvolvimento do Carcinoma Hepatocelular (CHC); bem como elucidar o mecanismo pelo qual essa mutação ocorre. Metodologia e fonte de dados: Trata-se de uma revisão da literatura que se estendeu pelo mês de Junho de 2015, consultando-se as plataformas de pesquisas PUBMED e Scielo. Restringiu-se a pesquisa para artigos publicados no período de 2008 a 2015, com uso das palavras-chave: “NonAlcoholic Fatty Liver Disease”, “Hepatocellular Carcinoma” e “risk factors”. Discussão: O CHC é o quinto câncer mais prevalente entre os homens e o sétimo entre as mulheres e se trata do câncer primário do fígado mais comumente observado. Ele surge devido a uma mutação celular que pode ocorrer tanto por meio de agentes externos (vírus – nos casos de hepatites) como devido ao excesso de multiplicação celular, a exemplo do que se ocorre nos processos de regeneração nas hepatites crônicas. Os principais fatores de risco para o CHC levam à formação e progressão de cirrose e incluem: infecção pelo vírus das Hepatites B e C (HVB e HVC), hepatopatias alcoólicas, exposição a aflatoxinas e, principalmente, NAFLD. Vale ressaltar que a distribuição dos fatores de risco entre os doentes é altamente variável e influenciada pela região geográfica, raça e grupo étnico. A NAFLD inclui todos os achados histológicos de dano hepático cujo consumo de álcool não é considerado danoso ao fígado. Muitas vezes, é assintomática, tornando o diagnóstico dependente de alterações bioquímicas séricas de enzimas hepáticas de rotina, embora os exames normais não excluam o diagnóstico. No momento, não existe nenhum exame diagnóstico com acurácia capaz de prognosticar quais pacientes irão desenvolver cirrose ou fibrose; todavia, estudos sugerem que fatores como idade avançada, obesidade, diabete melito e hipertrigliceridemia podem ser usados para identificar pacientes de alto risco. Conclusão: O CHC é muito agressivo e possui alto índice de mortalidade em sua fase sintomática, caracterizada por sobrevida reduzida e tratamentos disponíveis limitados e pouco eficazes. Por conseguinte, torna-se necessário acompanhar os pacientes de risco ao desenvolvimento de cirrose ou fibrose hepática como forma de retardar e, quando possível, impedir a evolução da doença. A biópsia hepática é padrão ouro e serve para confirmar a suspeita clínica de NAFDL e para estadiar o grau de severidade desta. Email: [email protected] 128 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Jerôme Bosh, "A Extração da Pedra da Loucura" Kellen Karenine Pinho de Medeiros Marcelo Ribeiro Artiaga Wendel Silva Issi Isac César Roldão Leite Rebeca Marques Margoto Paulo Juvêncio Gomes Tubino Instituição: Faciplac Objetivo: Discorrer acerca da obra "A Extração da Pedra da Loucura" de Jerôme Bosh, que retrata o tratamento para a loucura na Idade Média, quando as pessoas acreditavam que a causa da loucura era a presença de uma pedra no interior da cabeça do paciente. Metodologia e Fonte de Dados: Utilização de artigos publicados em revistas científicas de neurocirurgia, apresentando os principais achados literários sobre a representação histórica do tratamento da loucura na Idade Média. Discussão: O quadro de Bosh, A Extração da Pedra da Loucura, pintado em 1494, retrata o que seria o tratamento para a loucura na Idade Média, quando as pessoas acreditavam que a causa da loucura era a presença de uma pedra no interior da cabeça do paciente e o tratamento era a retirada dessa em uma operação. Na obra, aparece um pseudocirurgião que, em vez de barrete, usa um funil (símbolo da estupidez) na cabeça. Ele extrai uma tulipa, que, nessa época, tinha a conotação de loucura nos países baixos da Europa, e não uma pedra. Existem outros detalhes importantes no quadro, como a representação do cristianismo aludindo à ignorância do clero, e o saco de dinheiro na cintura do pseudocirurgião, mostrando como alguns se utilizavam da loucura. Em torno do quadro, uma frase escrita em latim diz: “Mestre, extrai-me a pedra, meu nome é Lubber Das”. Lubber Das era um personagem satírico da literatura holandesa que representava a estupidez e o homem simples e humilde, e ainda pode ser traduzido como “baixinho castrado”. Não há como saber se representa a ausência de razão ou a própria castração. O formato da cena é circular, alusivo a um espelho, mostrando o olho do louco direcionado ao observador, parecendo devolver àquele que olha o quadro a sua própria estupidez ao esperar uma cura de forma tão absurda. A expressão “louco de pedra” pode ter se originado nessa prática medieval. Conclusão: A história do tratamento da loucura é extensa. A obra remete a questões fundamentais em torno da loucura e de sua terapêutica. As personagens, ilustradas satiricamente, expressam uma situação representativa do tema, tanto pela perspectiva histórica quanto pela análise psicológica, na medida em que a ironia presente no quadro demonstra a ignorância e a corrupção do tratamento. Email: [email protected] 129 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Levantamentos Epidemiológico das Rinosseptoplastias Realizadas no Hospital Regional da Asa Norte em Pacientes Fissurados Flávia Gabriela Felix Costa Barbara das Neves Linhares Karina Maciel Trindade Diderot Rodrigues Parreira Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O objetivo do trabalho foi fazer um levantamento dos casos de rinosseptoplastia em pacientes fissurados e analisar as características dos pacientes submetidos ao procedimento cirúrgico realizado no HRAN. Material e métodos: Realizou-se pesquisa a partir da análise retrospectiva dos prontuários dos pacientes que estiveram no serviço de fissurados do Hospital Regional da Asa Norte e que foram submetidos à rinosseptoplastia. Realizou-se, ainda, pesquisa em fontes indexadas de dados de artigos que abordassem a rinosseptoplastia em pacientes fissurados. Discussão: A rinosseptoplastia reconstitui e reposiciona as estruturas ao seu sítio anatômico normal, minimizando as deformidades secundárias. O nariz fissurado apresenta columela curta e larga, ponta nasal bífida, mal posicionada, narinas pendentes e pregas vestibulares anormais. Inicialmente, as técnicas focavam apenas no defeito labial, a despeito das alterações nasais associadas, mas viu-se a necessidade de corrigi-las. É sabido que as técnicas da rinoplastia estética podem ser aproveitadas na cirurgia em fissurados. No período de 29/08/2012 a 22/10/2014, foram realizadas 281 cirurgias em pacientes fissurados - 38 em 2012; 109 em 2013; e 134 em 2014. Do total, 34 foram rinosseptoplastias. Em 2012, foram realizadas 4 e, nos anos de 2013 e 2014, foram realizadas 15, em cada ano. Dos pacientes, 18 eram homens e 16, mulheres. Do total, quatro foram submetidos à outra cirurgia associada no mesmo dia; em 2 casos, realizou-se queiloplastia e, em 1 , corrigiu-se fístula oral e queiloplastia. Conclusão: A rinoplastia é uma das mais desafiadoras cirurgias, seja pela diversidade de técnicas que podem ser utilizadas, seja por seus resultados pouco previsíveis em longo prazo. O serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Regional da Asa Norte, como referência pública, em Brasília, nas cirurgias de rinosseptoplastia, apresenta quantidade considerável de pacientes submetidos a essa, porém, ainda tem muito a crescer, podendo, no futuro, ser um serviço de referência nas cirurgias de correção de fenda palatina e rinoplastia. Email: [email protected] 130 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Linfoma Não-Hodgkin em Paciente Pediátrico Danielly Cristine de Oliveira Nayra Nascimento Ribeiro André Vinicios Batista Alves Luciana Freitas Velloso Monte Caio Sérgio Bressiani Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Relatar caso de Linfoma Não-Hodgkin em paciente pediátrico, bem como suas complicações e sua relação com a Síndrome de Lise Tumoral pós-quimioterapia, ressaltando a importância de um diagnóstico precoce e de tratamento adequado. Descrição do caso: Paciente sexo feminino, 12 anos, com quadro de epigastralgia e vômitos claros, procurou atendimento hospitalar. Após tomografia computadorizada, foi indicada laparotomia exploradora que evidenciou tumor que foi ressecado e encaminhado para a biópsia, levando ao diagnóstico de Linfoma Não-Hodgkin. Um mês depois, iniciou quadro de vômitos esverdeados e tontura, sendo encaminhada ao hospital, onde evoluiu com oligúria, anasarca e derrame pleural associado a desconforto respiratório. Foi encaminhada para Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) e iniciou quimioterapia. Nos dois dias subsequentes necessitou de hemodiálise e abriu quadro de instabilidade hemodinâmica, além de sangramento, piora do sensório e febre mesmo com uso de antibioticoterapia. Ainda na UTIP, apresentou episódio de parada cardiorrespiratória, revertida após 15 minutos. Evoluiu com melhora progressiva, recebeu alta da UTIP, sem queixas desde então. Discussão: O linfoma Não-Hodgkin é o tipo mais frequente de linfoma diagnosticado entre 0 e 15 anos. Trata-se de uma neoplasia derivada da multiplicação descontrolada de células advindas de linfócitos T ou B. Na infância, os subtipos patológicos mais comuns são o linfoma de Burkitt, linfoblástico, difuso de grandes células B e anaplásico de grandes células, sendo que a manifestação clínica mais comum entre eles é a linfoadenomegalia. O linfoma de Burkitt, subtipo do caso clínico, manifesta-se, com frequência, com comprometimento abdominal ou na cabeça e pescoço. O exame padrão-ouro para diagnóstico de linfoma Não-Hodgkin é a biópsia do linfonodo envolvido ou de outro tecido acometido. O tratamento em casos pediátricos baseia-se em quimioterápicos e a taxa de sobrevivência depende de fatores como carga tumoral, acometimento do sistema nervoso central, disseminação metastática e subtipo histológico. Conclusão: O relato feito, somado às publicações levantadas, evidencia a alta incidência do Linfoma Não-Hodgkin entre a população brasileir, bem como de seus vários subtipos, complicações e sua rápida evolução, o que, por sua vez, leva-nos a salientar a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado no intuito de reduzir a morbimortalidade relacionada às neoplasias malignas da infância. Email: [email protected] 131 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Lúpus Eritematoso Sistêmico e Estomatite Herpética: Foco nos Diagnósticos Diferenciais Auro Vieira de Paiva Júnior Júlia de Andrade Figueiredo Pedro Henrique de S. Tavares Bruna Gomes Ribeiro Pamella Renata Marinho Miranda Jairo Martínez Zapata Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Apresentar caso de Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) com diagnóstico secundário de estomatite herpética, salientando a discussão dos diagnósticos diferenciais. Descrição do Caso: Mulher, 17 anos, admitida no Hospital Regional de Taguatinga. Há nove meses, iniciou quadro de dor súbita nas articulações fêmoro-tibiais diária, intensa, associada a edema, hiperemia, febre aferida de 38°/39°C e calafrios. Um mês depois, refere piora do quadro com irradiação para as demais articulações do corpo e aumento de intensidade; surgindo, também, odinofagia intensa associada à úlcera aftosa, inapetência, astenia, anorexia, perda de 10 Kg e dois episódios de síncope. Motivos pelos quais procurou assistência médica, em consulta particular, sendo diagnosticada com LES e anemia, iniciando tratamento. Dois meses depois, a paciente interrompeu tratamento devido a não melhora do quadro clínico (sic). Há 4 dias, afirma piora do quadro geral com aumento do número de úlceras aftosas, surgimento de lesões exantemáticas difusas, dois episódios de hematêmese e vômitos. Discussão: A presença de artralgia envolvendo mais de 2 articulações; febre; úlcera oral; alteração hematológica (anemia hemolítica); e fotossensibilidade estabelecem o diagnóstico de LES devido à presença de mais de quatro critérios de classificação. É importante analisar exames complementares como o FAN (Fator Antinuclear) que está presente em mais de 95% dos pacientes com LES. Diagnósticos secundários a serem investigados nesse caso devido, principalmente, à imunossupressão são a monilíase oral, doença causa pelo Candida Albicans; a estomatite herpética, doença infecto-contagiosa causada pelo vírus do herpes (HSV 1, normalmente); e o citomegalovírus. Os diagnósticos diferenciais também devem ser pesquisados para a exclusão da doença de Behçet, que é uma vasculite caracterizada por úlceras orais/genitais, odinofagia, uveite, lesões cutâneas, artralgia, problemas no sistema digestivo e no sistema nervoso central. Conclusão: O diagnóstico principal foi de LES e o diagnóstico secundário foi o de estomatite herpética, doença caracterizada por gengivoestomatite herpética, febre alta, anorexia, insônia, cefaleia, artralgia e irritabilidade. O caso mostra a importância do raciocínio clínico para a realização do diagnóstico, em que as hipóteses devem ser levantadas e excluídas conforme a realização de uma história clínica e um exame físico detalhados, com o auxílio de exames complementares. Email: [email protected] 132 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Malária no Brasil: Panorama do Período de 2000 a 2013 Rodrigo Caires Campos Ruth da Conceição Costa e Silva Sacco Mariana Quaresma Cavalcante Luísa Villela Biazon Letícia Vieira Valadão Paula Faria Campos Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Estudar o panorama da Malária no Brasil no período de 2000 a 2013 e identificar ações da vigilância em saúde voltadas ao controle da doença. Metodologia e Fonte de Dados: Trata-se de estudo transversal descritivo, de natureza exploratória, desenvolvido por meio de revisão de literatura e análise de dados secundários. Estes foram obtidos por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Além disso, foi realizada entrevista com técnicos da Coordenação Geral do Programa Nacional de Controle da Malária, do Ministério da Saúde. Discussão: A Malária é uma doença negligenciada de notificação compulsória que atinge, principalmente, a Região Amazônica. O agente etiológico é o Plasmodium, sendo os mais comuns o P. vivax, o P. falciparum e o P. malariae. Sua transmissão é indireta, por meio de fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles. Caracteriza-se por infecção aguda febril, geralmente precedida por sinais e sintomas inespecíficos como mal-estar, cefaleia, cansaço e mialgia, portanto, o diagnóstico diferencial deve ser oportuno. De 2010 para 2013, observou-se redução de aproximadamente 47% dos casos de malária da Região Amazônica, enquanto, na Região Extra Amazônica, a redução foi de, aproximadamente, 38%. Observou-se redução de 83,44% na mortalidade, porém, em áreas não endêmicas, essa taxa é alta, provavelmente, por falta de informação dos profissionais de saúde. O tratamento é feito a partir de medicação de distribuição gratuita e exclusiva do Ministério da Saúde, logo, as ações da vigilância em saúde para prevenção e controle da doença tornam-se essenciais para aperfeiçoar os recursos e proteger a saúde da população. Algumas dessas medidas incluem: estimativa da magnitude da morbidade e da mortalidade; identificação de tendências, grupos e fatores de risco; detecção de surtos e epidemias; prevenção do agravamento de endemias; e distribuição de telas de proteção impregnadas com repelentes e dedetizações. Conclusão: As medidas de prevenção e controle têm se mostrado eficazes. O sucesso da diminuição da incidência da malária e da redução do índice de mortalidade se deve às ações da vigilância epidemiológica, que busca detectar precocemente os casos e, por meio de diagnóstico eficiente e tratamento adequado, consegue diminuir o potencial de disseminação dos parasitos. Email: [email protected] 133 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Massa Pélvica Suspeita em Paciente Jovem Camila Pereira Rosa Érica Oliveira de Medeiros Pedro Guilherme Cabral Flávia Toledo Simões Lara Mundim Alves de Oliveira Higor Nogueira Paes Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Relatar caso de tumor ovariano de crescimento exacerbado e acelerado em jovem de 23 anos. Descrição do Caso: VSS, 23 anos, feminino, menarca: 13 anos, encaminhada ao ambulatório de oncoginecologia referindo, há um mês, crescimento abdominal súbito associado à dor em hipogástrio esporádica. Ecografia Transvaginal: Presença de massa hipoecogênica, vascularização aumentada em topografia de anexo direito, medindo 11,38x13,74cm. Tomografia Computadorizada (TC) de Pelve: Volumosa massa neoplásica sólida, heterogênea, de contornos lobulados e limites bem definidos medindo 17,9x15,2x12,9cm no ovário esquerdo; não há sinais de invasão de estruturas adjacentes. Exame físico: massa abdominal com extensão até cicatriz umbilical, endurecida, mobilidade moderada, irregular, ocupando a maior parte em hipogástrio direito. Toque vaginal: com complementação de palpação abdominal há rechaço em fundo de saco de Douglas à esquerda. Paciente submetida à laparotomia exploradora para retirada de peça para estudo. Discussão: A discordância dos exames pré-operatórios trás a discussão da eficácia dos métodos utilizados para a visualização de estruturas anexiais, e o fato de ser uma paciente jovem com desenvolvimento de um cisto volumoso, com alto risco de malignidade, pede uma investigação clínica e manejo cuidadosos do caso. No caso de massas anexiais, a ultrassonografia transvaginal é o exame de escolha, pois proporciona informações mais precisas. No transoperatório foi visualizada massa pélvica volumosa de cerca de 20 cm em seu maior diâmetro em região anexial direita (como mostrava a ultrassonografia), de superfície irregular, com aderências entre órgãos adjacentes à massa tumoral (omento e alças intestinais). Conclusão: Apesar da relevância da tomografia computadorizada na avaliação inicial de massas pélvicas, a ultrassonografia é a ferramenta diagnóstica mais importante nessa condição devido à sua melhor resolução e precisão. Além disso, o exame histopatológico se mostra essencial para a certeza do diagnóstico da paciente, uma vez que o cisto tem várias características para ser um tumor maligno, mas a idade da paciente é um aspecto de cisto benigno, contrapondo as características do tumor. Email: [email protected] 134 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Mecanismos Patológicos e Tratamento da Doença de Crohn Leonardo Muriell Tomás Silva Nadja Nobrega de Queiroz Gleycon Henrique Dias Alves Alex Minouru Nakamura Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O presente estudo tem como objetivo avaliar os mecanismos patológicos da Doença de Crohn. Metodologia e Fonte de Dados: Análise dos mecanismos patológicos presentes na Doença de Crohn utilizando literatura acerca do assunto. Discussão: Na Doença de Crohn, há uma reação exagerada contra as bactérias da flora intestinal, devido a perturbações dos mecanismos de produção de muco pelas células caliciformes, o qual é um meio de cultura seletivo. O epitélio intestinal possui algumas células de revestimento com capacidade de secretar substâncias de caráter antibiótico, além de fazer parte de um sistema de amostragem de antígeno. A doença ocorre no ponto de maior trânsito do antígeno (onde há folículo linfoide), o que causa lesão no folículo que possui depósito de exsudato e, macroscopicamente, gera um ponto esbranquiçado na mucosa, o qual se chama de ulceração aftoide. Essas ulcerações aumentam a área esbranquiçada ao redor ou desenvolvem-se de modo estrelado; podem aumentar de modo que haja fusão de ulcerações. Quando começam a fundir, há a expansão da inflamação pela mucosa de modo que a mucosa remanescente fica rodeada por ulcerações finas – em calçamento. Pode haver, também, a formação de úlceras lineares; na Doença de Crohn, essas começam na mucosa, aprofundando-se por todas as camadas do intestino. Qualquer segmento do trato digestivo pode ser acometido por essas ulcerações (da boca ao ânus), porém, acontece de modo intercalado de forma segmentar. A inflamação transmural lesiona o tecido, podendo gerar consequências como úlcera profunda, reparando com fibrose, e, portanto, causando estenose. Conclusão: Conclui-se que a Doença de Crohn é de incidência reduzida na população em geral, porém, deve ser considerada nos casos de hemorragia digestiva baixa. A Doença de Crohn apresenta como manifestações clínicas principais: diarreia, dor abdominal, febre, perda de peso e fístulas. Essas são inespecíficas, fazendo-se confundir, muitas vezes, com outras doenças do tubo digestivo, como Tuberculose, Retocolite Ulcerativa e Colites Isquêmicas, que são parte do diagnóstico diferencial. Email: [email protected] 135 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Mecanismos Patológicos da Doença do Refluxo Gastroesofágico Leonardo Muriell Tomás Silva Heinrich Bender Kohner Seidler Gleycon Henrique Dias Alves Alex Minouru Nakamura Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O objetivo do presente estudo é avaliar os mecanismos patológicos da Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) e melhores tratamentos. Metodologia e Fonte de Dados: Análise dos mecanismos patológicos presentes na DRGE utilizando método de pesquisa exploratório em livros sobre o assunto. Discussão: Para melhor entender o estudo feito, é necessário considerar relações anatômicas, fisiológicas e histológicas do esôfago. Este órgão é localizado no mediastino superior, em nível de C7, até o óstio do estômago, em nível de T11, e tem como função básica o transporte de alimento da faringe até o estômago. O esôfago é composto por camadas concêntricas, sendo a externa (muscular) a que auxilia no transporte e no peristaltismo, e a interna (mucosa) recoberta por tecido epitelial pavimentoso escamoso que impede a absorção, tornando-o impermeável. A camada mucosa é adaptada para resistir ao trauma físico do alimento, porém, não é tão resistente ao trauma químico. Fisiologicamente, a pressão interna do estômago é maior do que a do esôfago, criando a tendência natural de movimento de fluxo do estômago para o esôfago. Para evitar essa condição natural, existem três mecanismos: a deglutição de saliva e ar (também conhecida como clearance, que funciona como um sistema de tamponamento para equilibrar o ácido proveniente do estômago no refluxo gastroesofágico), o movimento unidirecional das ondas peristálticas e a presença do esfíncter esofagiano inferior. Assim, quando há perturbações desses mecanismos, o refluxo, antes fisiológico, passa a gerar manifestações clínicas como pirose, dor retroesternal, regurgitação, sendo chamado, então, de DRGE, apresentando caráter patológico. Conclusão: A principal manifestação clínica da DRGE é a dor retroesternal. Pessoas com metaplasia intestinal do esôfago (esôfago de BARRET) podem apresentar, com maior frequência, adenocarcinoma e carcinoma de esôfago. Email: [email protected] 136 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Melanoma de Coroide Nathália Gomes Mialichi Mayara Vasconcelos Cravalho Rafaella Pereira C. A. Marques Nathália Telles da Costa Armando José China Bezerra Iara Cristina Arruda Vale Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O presente trabalho possui como objetivo analisar as apresentações do melanoma de coroide, analisando suas variáveis, fatores de risco, sintomatologia, possíveis tratamentos e prognóstico. Metodologia e Fonte de Dados: Foram utilizadas as bases de dados Scielo e Bireme, utilizando as palavras-chave: melanoma ocular; melanoma de coroide; coroide; melanoma, sendo selecionados dez artigos, entre o período de 2010 a 2015, tanto de revisões de literatura quanto de relatos de casos, restringindo-se aos de língua portuguesa, inglesa e espanhola. Discussão: O melanoma de coroide é predominante entre a quinta e a sétima décadas de vida, em caucasianos, com incidência de 4,9 casos por milhão em homens e 3,7 casos por milhão em mulheres. Representa o tipo mais maligno dentro dos melanomas uveais, devido à sua capacidade de formação de metástases, principalmente hepáticas. O diagnóstico é feito através da clínica, da oftalmoscopia, da biomicroscopia, do ultrassom e do exame anatomopatológico. A biópsia se restringe aos casos em que o diagnóstico não foi possível por outros métodos, pelo risco de disseminação tumoral. A sintomatologia é variável, desde pacientes assintomáticos aos que relatam perda da acuidade visual; do campo visual; descolamento de retina perilesional; metamorfopsia; fotopsia; e dor ocular. A malignidade depende da forma do tumor, do tipo histológico, sendo que os epidermoides são mais malignos; da extensão tumoral e localização. Em relação ao tratamento, destacam-se a termoterpia para tumores pequenos, pigmentados e de localização posterior, sem contato com o nervo óptico; a braquiterapia para tumores pequenos e médios, além de tumores amelanóticos e com contato com o nervo óptico; e a combinação de ressecção com as placas radiantes. Ocorre uma frequência maior do uso de fotocoagulação a laser com braquiterapia em tumores médios e grandes. Já para os tumores grandes e difusos, o tratamento de escolha é a enucleação. Conclusão: O melanoma de coroide é um tumor maligno agressivo, com grande risco de metástases e de recidiva, nos quais o tratamento de escolha, principalmente para tumores grandes, é a ressecção cirúrgica e a enucleação. Os fatores de risco ainda são controversos, como a exposição solar, a predisposição genética e de lesões predisponentes, mas é consenso a necessidade de avaliação clínica precoce para evitar o pior prognóstico e a disseminação de metástases via hematogênica. Email: [email protected] 137 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Meningite Bacteriana em Lactente: Relato de Caso Bruna Viana Vieira Bruno YoshimitsuCavichioli Sato Beatriz de Oliveira Freire Marco Antonio Alves Cunha Instituição: Faciplac Objetivo: Identificar os principais sinais e sintomas das meningites bacterianas, bem como os exames utilizados na rotina diagnóstica. Ressaltar a importância da punção lombar no diagnóstico etiológico das meningites para evitar a seleção de cepas bacterianas resistentes. Descrição do Caso: Lactente de três meses, sexo masculino, iniciou quadro de febre alta associada à irritabilidade há dois dias. Não havia coriza, tosse, diarreia e outros sintomas. Há 12 horas, iniciou quadro de êmese, episódios de desvio conjugado do olhar e rigidez de nuca. Foi solicitado hemograma completo e realizada punção lombar. Cartão vacinal atualizado e sem intercorrências ao nascimento, a termo e pesando 2.880g. Ao exame físico, regular estado geral, hipocorado (2+/4+), fontanela anterior normotensa, rigidez de nuca, pupilas isocóricas e fotorreagentes. Ausência de lesões petequiais e equimoses. Líquor: aspecto turvo; Glicose: 0,5mg% (45-80mg%); Proteína: 304mg% (15-40mg%); Cloreto: 110mEq/L; Citometria: 12.100/mm3; Citologia: 95% de polimorfonucleados, 5% de mononucleados. Bacterioscopia: numerosos diplococos gram-negativos. Cultura: positiva para Neisseria meningitidis C. Discussão: A meningite bacteriana é uma doença infecciosa grave que causa inflamação das membranas aracnoide e pia-máter e do espaço subaracnoideo. N. meningitidis, Haemophilus influenzae e Streptococcus pneumoniae são as três principais bactérias responsáveis por mais de 90% dos casos após o período neonatal. O diagnóstico é feito pelo exame do líquor que apresenta pleocitose, hiperproteinorraquia, hipoglicorraquia, teste de Gram e cultura positivos. Quadro clínico: febre, cefaleia, náusea, êmese, rigidez de nuca, prostração e confusão mental. Ao exame: sinais de irritação meníngea, como o Sinal de Kernig e o de Brudzinski. O tratamento empírico em menores de dois meses é feito com ampicilina associada à aminoglicosídeo como primeira escolha e ceftriaxona mais ampicilina como segunda. Entre dois meses e cinco anos, ampicilina mais cloranfenicol como primeira escolha e ceftriaxona como segunda. Conclusão: As altas taxas de incidência da meningite bacteriana ocorrem, em parte, devido às baixas condições socioeconômicas e precariedade do saneamento básico. Atualmente, a mortalidade está entre 5% a 40%, dependendo da faixa etária do paciente e do patógeno envolvido. As sequelas neurológicas podem ocorrer em 5% a 30% dos sobreviventes. Como é uma doença infecciosa, devese obter o diagnóstico etiológico para um tratamento eficaz, evitando selecionar cepas bacterianas resistentes. Email: [email protected] 138 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Menopausa: Evidências Clínicas do Tratamento Fitoterápico Gabriela Basto Berta Vaz Ana Carolina Borges Raissa Lacerda Sérgio Nogueira Eloá Medeiros Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Analisar as evidências clínicas do uso de fitoterápicos na terapia de reposição hormonal em mulheres na menopausa. Metodologia e Fonte de Dados: As buscas dos artigos foram realizadas utilizando as bases de dados online PubMed (Public Medicine), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e SciELO (Scientific Electronic Library Online). Foram utilizadosmanuais e documentos produzidos pelo Ministério da Sáude e Organização Panamericana de Saúde. Os artigos utilizados foram publicados no período de 2005 a 2015. Discussão: O climatério, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, é o período fisiológico dos 40 anos até os 65 anos e a menopausa é definida como a última menstruação da mulher. Dentre as queixas, destacam-se sintomas vasomotores, como sudorese excessiva, fogachos, insônia, irritabilidade, atrofia urogenital e das mamas. Os fitoterápicos têm seu princípio ativo derivado, exclusivamente, de drogas vegetais. São plantas medicinais industrializadas e registradas na ANVISA/Ministério da Saúde. Alguns fitoterápicos usados como para a reposição hormonal são denominados de fitoestrógenos, pois possuem efeito estrogênico, em virtude da similaridade na estrutura química com os estrogênios naturais e sintéticos. Existem seis subfamílias dos fitoestrógenos: flavonas, isoflavonas, flavonóis, coumestanas, lignanas e chalconas. A isoflavona é a mais estudada e a mais utilizada na fitoterapia para menopausa, sendo encontrada, principalmente, em grãos de soja. Em estudos epidemiológicos, notou-se que, com seu uso, diminuíram as queixas de fogachos, problemas articulares e musculares, e o ressecamento vaginal. As principais fontes para obtenção dos fitoterápicos são: a Chaste Tree Berry, que promove melhora no ressecamento vaginal, nos sintomas depressivos e na ansiedade; o Ginseng, que proporciona melhoria nas condições psicológicas; o Óleo de Prímula, que diminui as queixas de fogachos noturnos. Conclusão: Tendo-se em vista que muitas mulheres não podem fazer o uso de hormônio sintético para tratar os sintomas do climatério e menopausa, uma boa opção são os fitoterápicos. Alguns possuem efeitos já comprovados cientificamente e precisam ser mais conhecidos pela população como uma segunda opção para o tratamento da menopausa. Email: [email protected] 139 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Método mecânico de indução do parto em gestantes de alto risco com cesariana anterior Lara Mundim Alves de Oliveira Flávia Toledo Simões Camila Pereira Rosa Pedro Guilherme Cabral Higor Nogueira Paes José Edígio Novais Simões Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O objetivo dessa revisão é informar sobre o uso da sonda de Foley como recurso alternativo na indução de partos em gestantes com contraindicação para métodos farmacológicos, como a cesárea prévia. Metodologia e fonte de dados: Foi utilizado o método de busca de pesquisa em artigos acadêmicos, indexados nas bases de dados PubMed, Scielo e Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. O trabalho foi confeccionado a partir de publicações de 2010-2015. Foram utilizados os seguintes descritores: "parto induzido", "sonda de Foley", "cesariana prévia" e "ruptura uterina". Discussão: Estudos mostram que há maior risco de rupturas uterinas e hemorragias pós-parto em mulheres com cesárea prévia quando há indução do parto. Buscam-se, nesse sentido, métodos para minimizar os riscos de complicações nestas gestantes. Nesse contexto, o uso da sonda de Foley vem se apresentando efetiva na indução de partos, cursando com menor frequência de hiperestimulação, taquissistolia e ruptura uterina quando comparada às prostaglandinas. Porém, sugere-se um aumento na frequência de infecção materna e fetal, devendo ser respeitadas as contraindicações, sobretudo no caso de placenta de inserção baixa. O estudo realizado no Brasil, no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), localizado no estado de Recife, no período de novembro de 2013 a junho de 2014, compara os dados presentes na literatura com os dados obtidos por meio da pesquisa com 39 gestantes de alto risco com cesárea prévia. O estudo mostrou efetividade da sonda de Foley na indução do parto (aproximadamente 80% de indução efetiva), mas mostrou que houveram mais cesarianas (cerca de 77%) do que partos vaginais (23%). Supõe-se que isso se deu devido à pequena amostra utilizada, à necessidade resolutiva dos plantonistas obstétricos e também por haver uma tendência de realizar partos cesarianos em mulheres com cicatriz uterina. Não houve casos de ruptura uterina ou ruptura prematura de membrana. Conclusão: O estudo realizado pelo IMIP possui limitações como pequeno tamanho amostral e inexistência de grupo controle. Assim, sugere-se que novos estudos sejam realizados com um tamanho amostral maior e a presença de um grupo controle, comparando diferentes métodos de indução e em grupos específicos de pacientes, como por exemplo, gestantes com ruptura prematura das membranas e cesariana anterior. Assim, conclui-se que a sonda de Foley é uma alternativa para indução do trabalho de parto em gestantes com cesariana anterior, porém novos estudos devem ser realizados para que essa hipótese seja confirmada. Email: [email protected] 140 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Minociclina, um antibiótico da classe das tetraciclinas, como tratamento adjuvante da esquizofrenia Naira Coutinho Oliveira Rocha Kenio Dias Botelho Clara Roriz Fernandes Letícia Cardoso Morales Giovanna da Silva Vecchi Maysa Siqueira Lopes de Oliveira Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Esse artigo visa estabelecer, através de uma revisão da literatura, uma abordagem terapêutica da esquizofrenia baseada nas propriedades neuroprotetoras bem como na afinidade pelos receptores NMDA do antibiótico minociclina. Metodologia e fonte de dados: Foram utilizados artigos de revisão, estudos em modelos animais e ensaios clínicos disponíveis nas bases de dados PubMed, MedLine e Micromedex. Os seguintes termos foram pesquisados: "minocycline", "schizophrenia" e "neuroinflammation". Discussão: A esquizofrenia é uma psicose crônica que acomete cerca de 1% da população mundial. Sua etiologia ainda não é completamente compreendida, mas uma das hipóteses mais aceitas envolve a hiperatividade de vias dopaminérgicas no SNC. Essa hipótese é corroborada pela melhora clínica observada com o uso de antagonistas dopaminérgicos. Entretanto, na maioria das vezes essa melhora é parcial e há aqueles pacientes refratários ao tratamento, indicando que outras vias e mecanismos estão implicados na fisiopatologia da esquizofrenia. Nos últimos 10 anos esses mecanismos tem sido elucidados por pesquisas em modelos animais. Hoje se sabe que a ativação microglial, um processo neuroinflamatório mediado por citocinas, e a hipofunção das vias glutamatérgicas fazem parte desses mecanismos. A partir desse conhecimento foram testados fármacos que pudessem agir nessas vias, dentre os quais a minociclina apresentou os resultados mais favoráveis. A minociclina é um antibiótico da classe das tetraciclinas capaz de atravessar a barreira hematoencefálica e agir no SNC inibindo a enzima 5-lipoxigenase, responsável pela síntese de mediadores inflamatórios. Possui também afinidade pelos receptores NMDA, modulando a transmissão glutamatérgica. Ensaios clínicos randomizados duplo-cegos placebo controlados demonstraram a eficácia do uso de minociclina como adjuvante no tratamento da esquizofrenia. Conclusão: A esquizofrenia é uma doença mental grave e incapacitante e seu tratamento ainda apresenta limitações. A melhor compreensão dos mecanismos fisiopatológicos envolvidos na doença e a descoberta de um fármaco capaz de atuar neles criam a possibilidade de instituir uma nova e mais eficiente abordagem psicofarmacológica. A minociclina tem se mostrado um fármaco promissor nesse sentido e seu uso no tratamento da esquizofrenia depende de mais ensaios clínicos que comprovem sua eficácia nesse contexto. Email: [email protected] 141 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Mitos e verdades sobre uso de cosméticos durante a gestação Larissa Araújo Dutra de Carvalho Ana Raquel Souza de Azevedo Izabela Figueireirdo Rodrigues Ana Raquel Nascimento Lawall Monique Almeida Vaz Fábio Santana dos Passos Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Este trabalho tem como objetivo relatar as principais alterações dermato-fisiológicas que acontecem nas gestantes; fornecer informações sobre cosméticos utilizados por mulheres no cotidiano e apontar os riscos que esses podem fornecer para mãe e feto. Metodologia e fonte de dados: Esta revisão de literatura foi realizada por meio de pesquisa nos arquivos brasileiros da Sociedade de Dermatologia, base de dados PubMed e revisão do livro texto Pré- Natal (Zugaib M., Ruocco R.M.S.A. Pré Natal. 3ª ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2005). Discussão: A gravidez é um período em que a mulher passa por um conjunto de modificações metabólicas, endócrinas, imunológicas e vasculares que podem levar a alterações da pele e dos anexos. Atualmente, a principal divisão feita em relação às alterações dermatológicas são: dermatoses, dermatoses influenciadas pela gestação e alterações cutâneas fisiológicas, foco deste trabalho. Entre as alterações cutâneas fisiológicas, vale a pena citar o melasma, que acomete aproximadamente 70% das gestantes, as estrias, que acometem até 90% das gestantes e a acne, que acomete praticamente todas as grávidas. Na tentativa de evitar essas e outras alterações estéticas, essas mulheres fazem uso de diversos cosméticos, contudo, deve-se saber orientar sobre as opções de tratamento disponíveis e os riscos que diversos produtos podem oferecer neste período de vida da mulher. Conclusão: A gravidez é um período de grandes mudanças no organismo materno. As alterações dermatológicas são fonte de preocupação de muitas mulheres, uma vez que elas trazem mudanças que estão muito relacionadas à estética da gestante. Atualmente, existem muitos produtos cosméticos utilizados no dia a dia da mulher; contudo, é de extrema importância que se tenha conhecimento dos riscos da utilização desses produtos na gestação, a fim de se evitar complicações para a mãe e para o feto. Email: [email protected] 142 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Mortalidade de idosos por suicídio nas regiões brasileiras: incidência e fatores de risco Lourival Paiva Grillo Júnior Felipe Rodrigues Bezerra Nayra Nascimento Ribeiro Juvenal Fernandes dos Santos Ana Raquel Nascimento Lawall Daniele Oliveira Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O presente estudo tem como objetivo identificar a incidência de óbitos por suicídio em pessoas com 60 anos ou mais por região do Brasil e analisar as principais situações/riscos que influenciam o ato suicida nessa faixa etária. Metodologia e fonte de dados: Foi realizado um estudo quantitativo descritivo em banco de dados do DATASUS no triênio (2009-2011). Analisou-se o número de óbitos p/100.000 habitantes de suicídio em pessoas com 60 anos ou mais por região do Brasil. A revisão de literatura foi feita com artigos de referência indexados em base de dados da SCIELO e BIREME entre 2009 e 2014 com as palavraschave: suicídio; idoso; risco. Discussão: O suicídio é um importante problema de saúde mental figurando como ato deliberado de infligir a morte a si próprio. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de um milhão de pessoas morrem a cada ano em decorrência de suicídio, equivalente a uma pessoa a cada 40 segundos. O suicídio de idosos se tornou um problema relevante de saúde pública, o que vem se intensificando com o envelhecimento populacional. Fatores psicológicos, sociais, biológicos, culturais e ambientais influenciam no ato. A pesquisa realizada mostrou uma média para o triênio com os resultados: Região Sul (13,8), Centro-Oeste (9,3), Nordeste (5,9), Sudeste (5,4) e, por último, o Norte (4,3). No sul, a mortalidade por suicídio está ligada às precárias condições de sobrevivência, como o endividamento, a concentração da terra, o êxodo ou a exposição profissional intensa aos agrotóxicos. Esse último pode acarretar quadros depressivos desencadeados por mecanismos neurológicos ou endócrinos. Estudos comprovam que há uma relação positiva entre o aumento da idade e a taxa de suicídio, visto que os idosos vivem situações altamente desvitalizantes como: isolamento social, desemprego, aflições econômicas e perda de entes queridos. As alterações de humor, especialmente depressão bem como a viuvez, apontam como fator de risco para o suicídio nesse grupo de pessoas. Conclusão: Valorizar o idoso e promover qualidade de vida a ele contribui para que o mesmo não tente antecipar seu fim. O tratamento da depressão é fundamental para a prevenção do suicídio, bem como a prática de exercício e modificação de estilo de vida. A melhora do contato social, do suporte e da integração comunitária também parecem ser efetivos. Os cuidados específicos devem ser realizados para esse grupo seguindo as orientações oferecidas pela Organização Mundial da Saúde e pelo Ministério da Saúde. Email: [email protected] 143 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Mortalidade na infância no Brasil e regiões no período de 2000 a 2011: o impacto da atenção básica Tabatha Gonçalves Andrade Castelo Branco Gomes Vinícius Neves Bezerra Paulo Batista dos Reis Netto Murilo Neves de Queiroz Leonardo dos Santos Ferreira Ana Maria Costa Instituição: ESCS Objetivo: Analisar as tendências da mortalidade na infância no Brasil e regiões, no período de 2000 a 2011, e correlacionar as tendências de duas das mais prevalentes causas de óbito na infância, doenças diarreicas e infecção respiratória aguda, com a cobertura da atenção básica no Brasil e regiões. Material e métodos: Foram coletados dados de cobertura populacional do Programa Saúde da Família (PSF), indicadores de saúde e informações demográficas, obtidosno DATASUS, base de dados disponibilizada pelo Ministério da Saúde, no período de 2000 a 2011. Para avaliar a efetividade de um programa com impacto em saúde pública são utilizados indicadores como taxa de mortalidade infantil e taxa de mortalidade em menores de cinco anos. As informações para a construção destes indicadores são disponibilizadas pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). As análises foram realizadas com o auxílio do software Microsoft Excel 2013, versão 15.0; com utilização de dados secundários disponíveis na internet, não sendo necessária submissão ao Comitê de Ética. Discussão: No Brasil, a Taxa de Mortalidade na Infância (TMI) está em queda, com uma redução de 41,1% no período de 2000 a 2011; em 2000, ela era considerada média (30,1/1000 NV), em 2011, baixa (17,7/1000 NV). Observou-se que o total de óbitos por doenças diarreicas decresceu muito neste período, de 3.597 para 756. Já a mortalidade na infância por infecção respiratória aguda ainda permanece elevada apesar da importante redução observada em âmbito nacional (de 4719 óbitos em 2000, para 2435 em 2011). A cobertura nacional da atenção básica elevou-se em 36% no período analisado. O Nordeste, região que apresentava a maior porcentagem de população coberta em 2000 (25,6%), possuía, em 2011, apenas 27,5% de sua população sem cobertura. A abrangência populacional da atenção básica foi maior nas regiões com as maiores TMI, regiões Norte e Nordeste, as quais demonstraram maiores decréscimos de tal taxa. Isso demonstra os esforços nacionais realizados em prol da melhoria das condições sociais e de saúde. Conclusão: O Ministério da Saúde vem liderando um conjunto de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, identificando nas diferentes regiões os principais riscos e necessidades de saúde. Destaca-se assim a implantação e ampliação da cobertura do PSF em território nacional, a fim de proporcionar uma melhor qualidade de saúde para crianças brasileiras por intermédio do desenvolvimento de ações que reduzam a mortalidade deste grupo populacional. Email: [email protected] 144 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Neurotoxoplasmose como primeira manifestação de SIDA- Relato de Caso Juliana da Luz Araújo Rayanne Garrido Monteiro de Andrade Thatiany Monteiro Coelho Maisa da Silva Dulci Medeiros Gabriella Maria Lucena Viana Aline Silva Valadares Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O presente trabalho tem por objetivo apresentar um caso clínico de uma paciente HIV positiva, tendo,como primeira manifestação de sua infecção,sinais e sintomas compatíveis com o diagnóstico de Neurotoxoplasmose. Descrição do caso: M.B.S.S., 35 anos, feminino, parda, divorciada , natural de Santa Luzia-MA, residente e procedente de Ceilândia -DF. Deu entrada na Infectologia do HRT-DF no dia 06/10/2014 alegando cefaleia há 1 mês, em região frontal, pulsátil , de forte intensidade, tendo como sintomas associados hemiparesia e hemiparestesia à esquerda, além de diminuição da acuidade visual, escotomas e diplopia em olho direito. Relatava como antecedentes ter 1 filho, 4 anos, portador de Toxoplasmose congênita e inúmeros parceiros sexuais nos últimos 3 anos sem uso de preservativos. Foi solicitada TC de crânio, que evidenciou lesão hipodensa encefálica no lobo frontal à esquerda com sinais de efeito de massa. A partir de então, foi aventada a hipótese diagnóstica de Neurotoxoplasmose e já iniciado tratamento para a mesma. Concomitantemente pediu-se sorologia para HIV e Neurotoxoplasmose, revelando-se ambas positivas. Discussão: Evidenciamos uma paciente com sinais clínicos neurológicos indicativos de lesão expansiva no SNC e cuja TC de crânio mostrou lesões focais compatíveis com as causados pelo Toxoplasma gondii, corroborando para o diagnóstico de Neurotoxoplasmose. Esta patologia oportunista quase sempre ocorre do recrudescimento de infecção latente mantida por cistos do T.gondii. A paciente em questão, provavelmente adquiriu o parasita durante o curso gestacional, pois seu filho é portador de Toxoplasmose congênita, ficando essa latente durante todos esses 4 anos , e somente quando suas taxas de CD4 ficaram menores que 100, devido infecção pelo HIV, ela teve liberação dos taquizoítas no tecido cerebral, encefalite multifocal e edema perilesional, cursando com as sintomatologias típicas do caso . Conclusão: Foi evidenciado um caso com sintomatologia típica de Neurotoxoplasmose, como cefaleia, alteração da acuidade visual, hemiparesia e hemiparestesia. Entretanto esta patologia não é uma infecção oportunista frequente como apresentação inicial da SIDA. Por isso é de suma importância que os profissionais de saúde estejam atentos ao aparecimento destes sintomas em pacientes imunocomprometidos; para que possa ser aventada a real hipótese diagnóstica e iniciado o tratamento correto para o paciente. Email: [email protected] 145 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: O avanço da fertilização in vitro no Brasil Berta Vaz Andrade de Faria Pereira Gabriela Cavalcante Pires Basto Ana Carolina Borges Frederico Corrêa Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Analisar a evolução da história brasileira da fertilização in vitro (FIV), buscando criar um artigo com uma linha cronológica dos eventos. Metodologia e fonte de dados: As buscas dos artigos foram realizadas utilizando as bases de dados on-line PubMed (Public Medicine), LILACS (Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e SciELO (Scientific Electronic Library On line). Os artigos utilizados são do período de 2007 a 2011 e disponíveis nas bases de dados citadas. Discussão: Um grande marco na história da FIV brasileira foi o nascimento de Ana Paula Caldeira, no dia 7 de outubro de 1984, pois ela foi o primeiro bebê de proveta do Brasil. A partir disso, as técnicas de FIV começaram a sofrer um grande avanço, visando serem menos invasivas, aumentar as taxas de sucesso de gravidez e melhorar a qualidade dos embriões. Com o passar dos anos, a taxa de gravidez por FIV aumentou de 15% para 45%. A técnica de injeção intracitoplasmática de espermatozoides trouxe um benefício para os homens soropositivos casados com mulheres soronegativas, pois essa técnica associada com a técnica de reação em cadeia de polimerase (PCR) torna possível a eliminação de partículas virais presentes no sêmen e a fertilização segura, fazendo com que a mãe e o embrião estejam livres da contaminação. Sabe-se que “dos 117 centros de RHA brasileiros, apenas seis oferecem tratamento totalmente gratuito e três oferecem serviço gratuitamente, mas com a medicação paga pelo casal”. Um dos grandes problemas da FIV antigamente era o da possibilidade de uma gestação múltipla indesejada, podendo a mãe dar à luz a uma quantidade não determinada de bebês. Com o avanço das técnicas laboratoriais houve uma redução no número de bebês gerados, devido à utilização de estímulos ovarianos mais suaves e redução no número de embriões transferidos para a cavidade uterina. Conclusão: Diante de todos os aspectos analisados, foi possível perceber que houve um imenso avanço na área das técnicas de RHA, mas que mesmo assim ainda há um grande caminho que deve ser percorrido até que esses avanços cheguem a todos de forma homogênea. Email: [email protected] 146 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: O fator socioeconômico na escolha de prótese para substituição valvular: Um relato de caso Patrícia de Araújo P. Teixeira Priscila Lessa Carnielli Villela Amanda Kleszcz de Carvalho Camila de Lima Vieira Lucas Benjamin de S. Abreu Rosana de Paula Laurindo Instituição: UCB Objetivo: Discutir o aspecto socioeconômico como fator determinante na escolha de prótese biológica em detrimento de prótese mecânica em cirurgias de substituição valvular. Descrição do caso: Paciente de 39 anos, portadora de valvulopatia de origem reumática, com indicação de valvuloplastia com substituição valvar mitral e aórtica, deu entrada no ICDF para realização da mesma. Foi discutido no pré-operatório, junto com a paciente e com a equipe de saúde, as possibilidades de colocação de prótese mecânica ou biológica sendo aventadas as vantagens e desvantagens de cada uma para o caso em questão. Após descartadas contraindicações clássicas para a colocação de prótese mecânica, e, levando em consideração a idade da paciente, esse tipo de prótese foi aventado como primeira opção. No entanto, após diálogos com a paciente e ênfase na importância do adequado seguimento da mesma com terapia de anticoagulação e após análise do perfil biopsicossocial da mesma, foi decido, conjuntamente com a paciente, pela colocação de prótese biológica. Discussão: As diretrizes elaboradas pelas sociedades brasileira, americana e europeia para o manejo de valvulopatias, quando da escolha do tipo de prótese valvular, discorrem sobre a abordagem individual de cada caso levando em consideração as vantagens e desvantagens de cada uma. De forma geral, a válvula mecânica está indicada para pacientes menores de 60 anos e sem contraindicações de caráter biológico, como aqueles em que a anticoagulação não é possível por uma coagulopatia por exemplo. No entanto, o fator socioeconômico é considerado nas três diretrizes citadas legitimando decisões tomadas com base nesse aspecto. A possibilidade de bom seguimento e adequada terapia de anticoagulação é considerada condição para a colocação de prótese mecânica de forma que quando o fator socioeconômico é impeditivo do preenchimento desse requisito o uso desse tipo de prótese se torna uma contraindicação. Conclusão: A escolha da prótese utilizada na substituição valvular deve ser individualizada e discutida com o paciente considerando suas vontades e mediante o esclarecimento adequado a respeito das vantagens e desvantagens de cada uma. No processo decisório devem ser considerados todos os aspectos do caso incluindo o perfil do paciente a nível biológico, psicológico e social. Email: [email protected] 147 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: O Idoso Internado e o Principio da Informação Adequada: Uma Revisão Integrativa Juvenal Fernandes Dos Santos Anderson Miranda Abud Suziane Soares Goncalves Lourival Paiva Grillo Júnior Laercio Maciel Scalco Lais Carvalho de Freitas Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Discutir as condições em que se exerce o princípio da informação adequada no caso de pacientes idosos hospitalizados. Metodologia e fonte de dados: Foi realizada uma pesquisa nas bases de dados SCIELO e BIREME entre 2004 e 2014 com os unitermos "direito", “informação", “ïdoso", “ïnternado" em singular e plural, nas línguas portuguesa e inglesa. Discussão: Dificuldades na comunicação e a falta de informações constituem as queixas mais comuns de pacientes idosos hospitalizados, o que fere o seu direito de autonomia. Qualquer transtorno cognitivo, independente de sua etiologia, pode comprometer o entendimento e o processo de tomada de decisões. Por outro lado, por diversas razões, o paciente também pode recusar-se a ser informado, o que deve ser respeitado. Contudo, o direito à informação do idoso prevalece, sendo suficiente que ela seja compreensível, aproximativa e inteligível para que a autonomia do indivíduo seja garantida. Deve-se pautar a comunicação por um padrão subjetivo orientado para cada paciente, que requer uma abordagem informativa apropriada, sem se ater a fórmulas padronizadas. Essa maneira de abordar obriga o médico a ser realmente respeitador da autonomia individual e requer que descubra o que cada pessoa gostaria de conhecer e quanto gostaria de participar das decisões. Pesquisas indicam que os pacientes preferem e obtém melhores resultados quando são envolvidos no processo de tomada de decisão, num estilo em que se sintam completamente envolvidos em todos os aspectos, inclusive no estabelecimento do diagnóstico e nas decisões sobre o manejo do problema. Conclusão: Cabe ao médico adequar sua fala às condições de entendimento do paciente, ampliando as possibilidades de comunicação. Esta, no caso, significa também ouvir o paciente e levar em conta seus conhecimentos, receios e expectativas em relação ao tratamento. As informações devem ser adaptadas às circunstancias do caso e às condições psicossociais, embora não haja necessidade, eticamente, do detalhamento das informações, que devem pautar-se no balanço entre benefícios e riscos passíveis de ocorrerem. Email: [email protected] 148 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: O Impacto da Profilaxia na Evolução da Cardiopatia Reumática Fernanda Guedes Ferreira Joseane Brostel Figueiredo Byannkah Abrao Ferreira Mendes Geovana Murta Gomes Izabela Luíza de Azevedo Jorge Rocha de Souza Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Destacar a importância da profilaxia na evolução da cardiopatia reumática, tendo em vista a elevada morbimortalidade desta doença. Metodologia e fonte de dados: Foram utilizadas as bases de dados Scielo, Medline e The New England Journal of Medicine, buscando-se artigos científicos indexados. Foram utilizadas as seguintes palavras-chaves: Estreptococo beta-hemolítico do grupo A; febre reumática; cardite reumática; valvopatia reumática. Discussão: A febre reumática é uma doença inflamatória multissistêmica que se manifesta como complicação tardia de uma infecção da orofaringe pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A (EBGA), sendo a principal causa de cardiopatia adquirida na infância e adolescência. Dentre os órgãos que podem ser acometidos inicialmente pela doença, o coração é o único que pode evoluir com sequela. A cardite reumática é caracterizada por uma pancardite, sendo que o endocárdio é o folheto mais acometido, e pode evoluir para uma doença reumática cardíaca crônica. A manifestação da cardite ocorre quatro semanas após o surto infeccioso e pode variar em sua manifestação clínica, desde as formas inaparentes até repercussões hemodinâmicas graves, como insuficiência cardíaca congestiva. A cardite subclínica representa o principal desafio diagnóstico, uma vez que pode passar despercebida e resultar em sequelas cardíacas importantes, inicialmente com lesões valvares leves a acentuadas e posteriormente, em estágios mais avançados da doença, com comprometimento funcional do ventrículo esquerdo, arritmias cardíacas e fenômenos tromboembólicos. Tendo em vista tais complicações, a profilaxia da cardite deve ser realizada em seus diferentes níveis: erradicação do estreptococo, para não favorecer a doença reumática ulterior; controle de recorrências de febre reumática com antibioticoterapia prolongada; cirurgia. Conclusão: A febre reumática ainda constitui um importante problema de saúde pública, devido especialmente à cardiopatia secundária a esta. Desta feita, a profilaxia da cardiopatia reumática é de fundamental importância e deve ser estimulada, não apenas por sua facilidade de implantação, como por seus benefícios clínicos. Email: [email protected] 149 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: O impacto do sono entre os acadêmicos de medicina da UCB: desdobramentos do estudo QUALIMED-UCB Marcus Vinícius Silva Ferreira Camila Dias Rodrigues Greice de Campos Oliveira Tânia Torres Rosa Osvaldo Sampaio Netto Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Descrever a satisfação dos acadêmicos de medicina da Universidade Católica de Brasília (UCB) acerca de seu sono, avaliando os possíveis impactos sobre as atividades diárias e acadêmicas. Material e métodos: O projeto QUALIMED-UCB é um estudo transversal de base populacional no qual foram aplicados questionários relativos a perfil sociodemográfico, qualidade de vida, atividade física e consumo de álcool. Participaram voluntariamente acadêmicos do 1º ao 12º semestre do curso de medicina da UCB no 2º semestre de 2014. Foram extraídas do questionário WHOQOL-BREF as respostas referentes a sono, concentração, energia e desempenho no trabalho e atividades diárias; do questionário IPAQ, o nível de atividade física; e do questionário sociodemográfico, as informações relativas a semestre, sexo, outra ocupação e atividade extracurricular. Realizou-se análise descritiva e inferencial dos dados, por meio do teste qui quadrado, teste Z e pós Hoc de Bonferroni, com síntese de gráficos por meio do SPSS 20.0. Discussão: Participaram do estudo 400 estudantes, com adesão variando entre 33% (12°) e 95% (5°) entre os semestres. 147 (36,8%) e 46 alunos (11,5%) declararam-se, respectivamente, insatisfeitos e muito insatisfeitos com o sono, com um total acumulado de 48,3% de insatisfação. Sobre a insatisfação acumulada, o semestre cursado apresentou associação significativa (p=0.008), com maior insatisfação entre os estudantes do 5° (p< 0,05). As mulheres apresentaram maior insatisfação e menor satisfação em relação aos homens (p=0,029). Ter atividades extracurriculares foi relacionado (p=0,038) a maior insatisfação (p<0.05), porém não se observou o mesmo em relação à ocupação (p=0,392). O nível de atividade física não foi relacionado (p=0,484) com uma tendência à menor insatisfação entre os muito ativos. A insatisfação acumulada apresentou impacto negativo sobre a capacidade de concentração (p<0,001), a energia para o dia-a-dia (p<0,001) e o desempenho em atividades diárias (p<0,001) e no trabalho (p<0,001). Conclusão: A insatisfação com o sono possui prevalência elevada entre os alunos e está relacionada a uma sobrecarga de atividades requeridas à formação médica. Contudo, o estudo não pôde averiguar se o seu caráter era acadêmico e se essa relação poderia ser explicada pela carga horária ou por um viés de aferição (por ex. proximidade com provas). O possível impacto do sono sobre o rendimento acadêmico deve orientar os esforços institucionais no sentido de favorecer um contexto saudável de aprendizagem. Email: [email protected] 150 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: O ômega-3 e os distúrbios psiquiátricos Felipe Veríssimo A. da Rocha Brenda Battestin Ícaro Pinto Silva Priscilla Meira Lima Sarah Hasimyan Ferreira Henrique Freitas Araújo Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O objetivo desta revisão de literatura é a consolidação dos conhecimentos acerca do uso do ômega-3 em distúrbios psiquiátricos, a partir de diversos estudos e de outros pontos de vista. Buscou-se entender as propriedades desse ácido graxo relacionadas aos distúrbios do humor. Metodologia e fonte de dados: Trata-se de um artigo de revisão baseado na análise de resultados da busca de trabalhos publicados no PubMed, entre dezembro de 2012 a abril de 2015. Foram usadas as palavras chave "omega-3" e "depression" para a busca dos artigos e selecionados os que possuíam informações epidemiológicas e sobre os mecanismos de ação do ômega-3. Discussão: Muito tem se falado no uso de ômega-3 para o tratamento dos transtornos do humor, sobretudo em episódios depressivos maiores. Porém, em 2012, uma meta-análise com pesquisas de 1965 até 2011 fora conduzida por Bloch e Hannestad que chegou à conclusão de que há poucas evidências para esta associação. Embora vários estudos sejam bem enfáticos quanto aos benefícios do ômega-3, aqueles autores encontraram diversas fontes de erros nas metodologias destes. Em 2013, reacendendo a discussão, fora publicado um novo trabalho afirmando que a eficácia aumenta no tratamento de episódios depressivos maiores com o uso deste ácido graxo insaturado como adjuvante. Embora os resultados sejam conflitantes sobre sua influência nas alterações do humor, o uso de ômega-3 está associado a alterações neuronais em curto prazo, devendo ser estudado por um prazo maior. Sabe-se que o stress é um dos fatores importantes tanto para redução neuronal, tanto em número como em função, e que estes efeitos podem ser reduzidos ou revertidos com o uso de medicamentos como os inibidores seletivos da recaptação de serotonina. O ômega-3 reduz o estresse oxidativo em membrana neuronal, reduzindo possíveis processos inflamatórios locais (com redução de citocinas e infiltrado celular), e melhorando integridade de transporte de triptofano (precursor de serotonina) e manutenção de receptores serotoninérgicos do tipo 2. Conclusão: Embora a maioria dos artigos revisados mostrarem pontos positivos no tratamento de transtornos psiquiátricos com os diversos tipos de ômega 3, há alguns estudos em dúvida sobre sua verdadeira eficácia. Ainda são necessários estudos que descubram o papel fundamental de cada tipo de ácidos graxos poli-insaturados (PUFAs) de ômega-3 esclareçam como ou onde especificamente eles atuam, uma vez que a divergência dos resultados de cada pesquisa possa estar relacionada ao tipo de ômega-3 usado. Email: [email protected] 151 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: O panorama atual da adenomiose Ana Maria Faria Esteves Hermany Aguiar Carvalho Demétrio Antônio Gonçalves Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Analisar o desenvolvimento de novas técnicas diagnósticas, manejo clínico e terapias para a adenomiose, um distúrbio ginecológico relativamente comum, mas nem sempre abordado corretamente no consultório e muitas vezes não diagnosticado. Material e métodos: Revisão de resumos e artigos completos com a presença da palavra-chave "adenomyosis" disponíveis em diretórios internacionais incluindo Science Direct, PubMed and Mayo Foundation, que foram cuidadosa e criticamente analisados. Discussão: A adenomiose é um distúrbio uterino benigno que afeta mulheres em idade reprodutiva, sendo mais frequente após os 30 anos. A principal queixa na clínica ginecológica é relacionada a sangramentos anormais, dentro e fora do período menstrual, cólicas intensas e dispareunia. Embora não seja potencialmente letal, pode comprometer a qualidade de vida da mulher, devido à anemia ferropriva induzida pela perda sanguínea, e possíveis consequências psicossociais devido ao sangramento intenso e à redução da fertilidade. Podemos avaliar que, ao contrário do século passado em que os casos de adenomiose eram mal estudados e classificados, atualmente temos uma variedade maior de estudos que identificam biomarcadores e genes relacionados à doença e de novas técnicas de abordagem não invasiva para diagnóstico e tratamento, incluindo a terapia farmacológica disponível. Conclusão: O diagnóstico da doença depende da história clínica, por sua sintomatologia e exames laboratoriais que indiquem anemia. A ultrassonografia transvaginal pode indicar achados císticos na parede miometrial, o que pode ser confirmado através de biópsia. O tratamento médico consiste principalmente na inibição da ovulação e abolição da menstruação, com o uso de anticoncepcionais orais combinados, que resolvem a queixa da maioria das pacientes, e estudos recentes focam em cirurgias conservadoras para a retirada de maiores lesões em mulheres que desejam engravidar. Email: [email protected] 152 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: O papel da fosfoetanolamina sintética e seus mecanismos de ação contra células cancerígenas Rosalvo Streit Junior Octavio Franco Ettore Mendes Azenha Gabriel Veloso Cunha Luiz Guilherme H. S. Batista Guilherme Meneses Dourado Instituição: Universidade Católica de Brasília (UCB) Objetivo: Analisar os estudos existentes sobre a utilização da fosfoetanolamina sintética contra a proliferação de células tumorais cancerígenas. Desta forma, a partir do estudo dos mecanismos de ação desse medicamento, objetivamos enfatizar a casos em que a utilização foi bem-sucedida. Metodologia e fonte de dados: Para a revisão de literatura proposta, foram pesquisados artigos e teses em plataformas digitais como Scielo, Google Acadêmico e Bibliotecas Digitais da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). As dissertações versam sobre avaliações das propriedades antitumorais da fosfoetanolamina sintética no combate, por exemplo, ao câncer de pele melanoma. Discussão: O 2-aminoetanol dihidrogenofosfato, mais conhecido como fosfoetanolamina, consiste em um componente metabólico natural presente na membrana plasmática das células animais, cuja importância se dá por ser um precursor de fosfolipídeos para o organismo. As suas propriedades na utilização contra tumores malignos começaram a ser estudadas na década de 30 e, atualmente, muito se discute sobre o uso da fosfoetanolamina sintética no combate ao câncer. Esta molécula fosforilada artificialmente possui inúmeras propriedades antitumorais e apoptóticas para as células neoplásicas. Em um estudo que avaliou, por exemplo, os efeitos antitumorais in vitro e in vivo da fosfoetanolamina sintética em células tumorais de melanoma em camundongos, o tratamento mostrou que o composto induz citotoxicidade seletiva para as células neoplásicas sem afetar a proliferação das células normais. Os animais apresentaram significativa redução na carga tumoral, com inibição na metastatização. Outra vantagem, em comparação a outros quimioterápicos, foi a diminuição dos efeitos colaterais. No experimento realizado também com os camundongos, ficou comprovado que o fármaco pode ser capaz de inibir a progressão e disseminação das células tumorais. Conclusão: Estudos comprovam a eficácia da utilização da fosfoetanolamina sintética contra a proliferação de células neoplásicas em tumores malignos utilizando modelos animais. As propriedades antitumorais e apoptóticas desse componente, além dos reduzidos efeitos colaterais, podem contribuir, no futuro, para uma maior aplicação dessa molécula no tratamento em seres humanos, cuja utilização ainda não tem sido muito difundida. Email: [email protected] 153 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: O papel do estadiamento laparoscópico no adenocarcinoma pancreático Ana Rosa Costa Melo Julia Beluco Ferreira Daniela Mitsue Suzuki Mariana Mai Akaishi Fellipe Marques da S. Araujo Arivaldo Bizanha Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Evidenciar o papel da laparoscopia no estadiamento do adenocarcinoma pancreático. Metodologia e fonte de dados: Fez-se uma revisão de literatura que se estendeu pelo mês de junho de 2015, utilizando como recursos livros didáticos e informações disponíveis nos sites do Instituto Nacional do Câncer e do National Institutes of Health, bem como artigos disponíveis nas plataformas Scielo e PubMed, publicados no período de 2008 a 2015, selecionados, por sua vez, ante analise criteriosa dos títulos e resumos. Discussão: O adenocarcinoma corresponde a cerca de 90% de todas as neoplasias pancreáticas. Possui comportamento agressivo e um prognóstico em 5 anos bastante reservado. Em 2011, cerca de 7720 pessoas foram a óbito, no Brasil, em decorrência desta neoplasia. O tratamento potencialmente curativo é a cirurgia de ressecção tumoral, mas ela só é possível em cerca de 20% dos novos casos detectados. Um estadiamento preciso é, então, fundamental para a determinação da abordagem terapêutica mais adequada. Estudos demonstram que de 10-48% dos pacientes classificados como potencialmente curáveis pela tomografia computadorizada pré-operatóriaapresentam doença metastizada identificada apenas no momento da cirurgia. A laparoscopia de estadiamento aumenta a identificação desses tumores irressecáveis em até 15%. Possui sensibilidade de 94% e especificidade de 88%. A acuidade é de 89% para detecção de metástases peritoneais e hepáticas imagiologicamente ocultas. Outros benefícios são a diminuição da dor pós-operatória, do tempo de internamento e de início da quimioterapia. As taxas de mortalidade e morbilidade estão em torno de 0,05% e 3,7%, respectivamente. Infecção local, hemorragia e lesão intestinal se apresentam como principais complicações. Há também limitações no método, com estudos enumerando variáveis préoperatórias que possam selecionar pacientes de maior probabilidade de metástases. Conclusão: O estadiamento laparoscópico no câncer pancreático se mostra benéfico para a detecção de pequenas metástases hepáticas e peritoneais ocultas aos métodos de imagens tradicionais. No entanto, a relação custo-benefício favorece indicação seletiva do procedimento, contemplando critérios pré-operatórios restritivos, como dimensão do tumor primário, localização no corpo ou na cauda, e níveis de CA 19-9 acima de 150 U/ml. O resultado final é um menor número de intervenções cirúrgicas desnecessárias. Email: [email protected] 154 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: O potencial uso de antidepressivos na terapia imunossupressora em doenças autoimunes Pedro Guilherme Cabral Adriana Hanai Cieslinski Tavares Camila Pereira Rosa Higor Nogueira Paes Lara Mundim Alves de Oliveira Flávia Toledo Simões Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Esta revisão visa expor os efeitos dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) na modulação do sistema imune e seu potencial uso clínico no tratamento de doenças autoimunes e da doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH). Metodologia e fonte de dados: Foi utilizado o método de busca com pesquisa em artigos acadêmicos, indexados nas bases de dados PubMed, Scielo e Bireme. A revisão restringiu-se a publicações dos anos d e 2012-2015. Foram utilizadas as seguintes palavras chave: “selective serotonin reuptake inhibitors” e “immunossuppressants”. Discussão: Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) representam uma classe de medicamentos amplamente utilizados no mundo, com indicações para Transtorno obsessivo compulsivo, síndrome do pânico, obesidade e, principalmente, depressão. Além dos efeitos mais conhecidos, estudos recentes mostraram que essas drogas podem afetar a resposta imunológica, dependendo da dose utilizada. A exposição a doses elevadas de fluoxetina, por exemplo, mostrou-se ter um efeito inibitório na proliferação de linfócitos T. A secreção de citocinas também é alterada pelos ISRS, diminuindo a liberação de TNFα, IFNγ e IL-2, quando submetidos à sertralina. Todas essas citocinas são pró-inflamatórias, o que demonstra um efeito depressor do sistema imune. Outro parâmetro estudado é a indução da cascata apoptótica em linfócitos, provocada pela ativação da caspase 3 e produção de MAP quinase. Essa indução é provocada por todos os ISRS utilizados na prática clínica. A principal teoria do mecanismo de ação desses fármacos é que a droga inibe a associação da serotonina com seu transportador, que é essencial para a proliferação de linfócitos. O uso desse efeito na supressão de respostas imunes indesejáveis tem sido estudado em modelos animais e uma das principais preocupações é em relação à dose elevada para a imunomodulação, haja vista que não existem muitos estudos sobre as possíveis consequências. Conclusão: O potencial uso clínico dos ISRS como drogas imunossupressoras são inegáveis, pois seus efeitos gerais já estão bem caracterizados. Apesar da discussão em relação às elevadas doses necessárias para gerar imunomodulação, sabe-se que essa classe de medicamentos surge como uma nova alternativa de tratamento e que novas pesquisas devem ser incentivadas para entender a especificidade da dose e dos efeitos em cada doença autoimune e em situações de transplante (DECH). Email: [email protected] 155 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: O Primeiro transplante renal bem sucedido Wendel Silva Issi Kellen Karenine Pinho de Medeiros Marcelo Ribeiro Artiaga Isac César Roldão Leite Rebeca Marques Margoto Paulo Juvêncio Gomes Tubino Instituição: Faciplac Objetivo: O objetivo do trabalho consiste em relatar um dos eventos marcantes da história da medicina, o primeiro transplante renal bem sucedido em humanos. Evidenciando o otimismo com a possibilidade de transplante e sua influência para a expansão do método. Metodologia e fonte de dados: Essa revisão histórica foi construída com informações baseadas em artigos e livros que abordam o transplante de rins desde as primeiras ideias sobre sua possível utilização como tratamento em pacientes renais crônicos até sua real utilização como medida terapêutica, após um longo período de testes para a consolidação da técnica. Discussão: O primeiro transplante renal bem sucedido foi realizado em 1954 por Joseph E. Murray (1919-2012) no Peter Brant Brigham Hospital em Boston. Além de Murray, cirurgião plástico, faziam parte da equipe: Francis Moore (1913-2001), cirurgião- chefe; Leroy Vandam (1914-2004), anestesista, entre outros médicos. Em 26 de outubro desse ano, Richard Herrick foi admitido no Hospital com o diagnóstico de nefrite crônica. Foi quando seu médico lhe referiu como possível candidato para um transplante renal, utilizando um dos rins do seu irmão gêmeo Ronald. Em 1995, Murray, Moore e Vandam encomendaram ao pintor Joel Babb um quadro que celebrasse o transplante. O pintor teve ajuda de uma fotografia e da memória vívida dos médicos, que também lhe proporcionaram uma sala cirúrgica para que aprendesse seu funcionamento. O evento foi pintado meio século depois que ocorreu. Francis Moore, convidado por Murray para transportar o rim a ser transplantado de uma sala para outra, está representado no centro do quadro, levando-o dentro de uma bacia. O sucesso do procedimento rendeu a Joseph Murray um Prêmio Nobel, em 1992. Sua equipe realizou outros 7 transplantes durante os 4 anos seguintes. Contudo o sistema imunológico prejudicava muito a expansão do transplante como um tratamento. Porém avanços progressivos na área de imunossupressão fizeram do transplante de rins possível para mais pacientes. Conclusão: O procedimento realizado por Joseph Murray é um dos mais belos momentos da História da Cirurgia. Ele provou que a técnica cirúrgica de transplante renal era possível. Além disso, impulsionou diversos estudos na área, os quais, devido ao grande número de fracassos e poucos êxitos, mantinham-se desestimulados. Assim, avanços progressivos começaram a surgir, principalmente no campo da imunossupressão, visando aumentar a sobrevivência do enxerto, e consequentemente do paciente, cada vez mais. Email: [email protected] 156 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: O Sistema Endocanabinóide e o Sistema Nervoso Central Samuel de Sousa Alencar Camilla Oliveira Leite Bruno Oliveira Leite Luigia Peixoto Salvador Lourival Paiva Grilo Júnior Daniela Mitsue Suzuki Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Demonstrar o conhecimento atual da fisiologia do sistema endocanabinóide. Bem como o efeito neuroprotetor e o potencial terapêutico dos agonistas canabinóides não psicoativos nas diferentes doenças agudas e degenerativas do sistema nervoso central. Metodologia e fonte de dados: Constitui-se basicamente de uma pesquisa no banco de dados eletrônico Portal de periódicos da CAPES, utilizando as palavras-chaves Endocannabinoid System e Central Nervous System, os resultados foram filtrados e dos artigos selecionados e revisados foram extraídas as informações concernentes ao tema para a confecção da presente revisão literária. Discussão: Sabe-se que os tecidos dos mamíferos expressam pelo menos 2 tipos de receptores canabinóides, ambos acoplados a proteínas G, que são os receptores CB1 e CB2. Embora os receptores CB1 sejam expressos em certos tecidos e células não neuronais, por exemplo, as células imunes, eles são predominantemente encontrados nos terminais nervosos centrais e periféricos onde controlam a inibição da neurotransmissão. Por sua vez, os receptores CB2 encontram-se principalmente nas células imunes, tendo como funções a modulação, tanto no SNC como em outras estruturas, da liberação de citocinas e a migração de células do sistema imune. Desta forma, um dos papéis comuns dos receptores CB1 e CB2 parece ser a regulação da liberação de mensageiros químicos, os receptores CB1 principalmente dos neurônios e os receptores CB2 das células do sistema imunológico. A descoberta que os tecidos de mamíferos expressam receptores dos canabinóides, foi seguida da descoberta de agonistas endógenos desses receptores. Os 2 principais exemplos desses agonistas são a N-araquidonoetanolamina (anandamida) e o 2-araquidonoglicerol. Os endocanabinóides, em conjunto com os receptores canabinóides CB1 e CB2, constituem o sistema endocanabinóide. Através de um ou mais destes processos, os canabinóides podem providenciar neuroproteção em diferentes patologias do sistema nervoso central. Conclusão: Os estudos utilizados na confecção deste trabalho indicam que alguns agonistas dos receptores canabinóides, principalmente do receptor CB1, e cada vez mais os do receptor CB2, podem ser úteis para melhorar o enredo terapêutico que ocorre no dano cerebral agudo e também para atrasar a progressão gradual de doenças neurodegenerativas e de outras patologias que acometem o sistema nervoso central. Email: [email protected] 157 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: O Suicídio na História da Arte e da Medicina Letícia Fernandes de Sousa Alice Garbi Novaes Lis Rocha Campos Pedro Guimarães Pascoal Lara de Souza Moreno Armando José China Bezerra Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Este trabalho visa explanar uma sucinta análise a respeito da influência do suicídio na história da Arte e da Medicina, bem como a relação do suicídio com a classe médica nos dias de hoje. Metodologia e fonte de dados: Trata-se de uma revisão histórica que se estendeu pelos meses de abril e maio de 2015, onde foram consultadas as plataformas da Scielo e da Bireme, além de livros disponíveis na biblioteca física da Universidade Católica de Brasília. A ênfase foi dada em artigos mais recentes, a partir de 2006, principalmente a respeito do suicídio, porém, alguns artigos mais antigos também foram aproveitados. Discussão: A palavra “suicídio" foi usada pela primeira vez na obra “Regio Medici”de Thomas Browne, em meados do século XXVII, na Inglaterra. A partir de então, essa palavra tornou-se extremamente popular. Évisível que o suicídio sempre foi um alvo de estudo vislumbrado e mitificado pelos estudiosos, como também pelos leigos. E apesar de antigamente o suicídio não ser visto com medo e terror como évisto hoje, sempre se procurou saber a respeito das motivações que levavam às pessoas a cometerem esse ato. Como o suicídio sempre foi um assunto muito recorrente em todos os âmbitos, principalmente por causa do seu impacto social, muitos artistas usaram de suas habilidades para expressar o que sentiam a respeito do assunto, e revelar, também, a forma como a sociedade como um todo via e vivia essa situação. Diante disso, são várias as obras com a temática suicídio que são encontradas nas mais diversas épocas da História da humanidade. Hoje em dia, a classe médica éa classe profissional com os mais altos índices de suicídio, além de divórcio e depressão. Épreocupante que a classe profissional que cuida da saúde éa principal classe que sofre de problemas relacionados com a saúde mental. Isso se deve, principalmente, ao fato de os médicos terem sobre si uma grande responsabilidade e uma grande pressão da sociedade, dos familiares e de si mesmos. Conclusão: Verifica-se, então que é necessária uma maior conscientização dos estudantes de medicina a respeito da realidade da profissão que estão prestes a exercer. E aos profissionais que jáestão no mercado, énecessário um maior apoio por parte de psiquiatras e psicólogos dentro dos hospitais e, também, um maior nível de orientação. Várias pesquisas estão sendo feitas nesse âmbito e campanhas contra o suicídio tem se adentrado nos meios de comunicação a fim de que esses índices sejam diminuídos. Email: [email protected] 158 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: O Uso da Espectroscopia de Infravermelho (FTIR) para Análise da Pureza de Drogas Bárbara Valadão Junqueira Gustavo Sardinha Lisboa Leite Columbano Junqueira Neto Niroshini Nirmalan Instituição: University of Salford Manchester Objetivo: A aquisição de medicamentos biossimilares mais baratos está cada vez mais frequente. Porém, a possível ineficácia desses medicamentos é um sério problema. Este trabalho visa elucidar o uso da técnica de FTIR na análise comparativa entre medicamentos* antimaláricos e medicamentos e referência. Material e métodos: No sentido de avaliar a técnica de FTIR, foram adquiridos em farmácias populares da Nigéria dois tipos de comprimidos genéricos (A e B), cujos princípios ativos são Artem ether e Lumefantrine a 16%. Os medicamentos de referência (puros) foram fornecidos pelo laboratório Sigma-Aldrich. Os comprimidos foram triturados e passaram por uma análise utilizando a técnica de FTIR para a obtenção do espectro infravermelho de cada um. A mudança no momento dipolo da molécula é necessária para que haja espectro vibracional e, quanto maior for essa mudança, mais intensa será a absorção. Para se obter esse espectro foi necessário passar a radiação infravermelha pela amostra e observar qual fração dessa energia foi absorvida. Quando obtidos, os espectros foram sobrepostos e comparados bioquimicamente. Discussão: Cada ligação possui uma quantidade energética diferente, portanto seus picos serão vistos em regiões específicas do gráfico. A região 1500-650 cm-1 é chamada de região “fingerprint”. Essa denominação se dá ao fato de que cada componente possui picos muito característicos nesse intervalo. A partir da sobreposição dos gráficos analisados foi possível observar que os picos do medicamento B foram compatíveis com os picos dos medicamentos de referência. Na região 35003300 cm-1 existe um pico característico do medicamento Lumefantrine e na região 3000-2800 cm-1 existe um pico relativo a hidrocarbonetos alifáticos presentes em ambas as drogas de referência. Enquanto que, no medicamento A também se observa esses mesmos picos na região 3500-3300 cm1 e na região 3000-2800 cm-1, sendo o primeiro muito mais alongado e por isso potencialmente divergente. Desta forma, é possível levantar a hipótese de que esse medicamento possui uma estrutura molecular diferente dos medicamentos de referência. Conclusão: A FTIR mostrou que provavelmente existe uma divergência nos componentes químicos do medicamento A, enquanto o medicamento B se mostrou potencialmente similar às drogas originais. A partir desta constatação, novas técnicas para a avaliação quantitativa e da real atividade antimalárica desses medicamentos devem ser utilizadas. A despeito dos seus baixos custos, cabe as secretarias de saúde identificar os possíveis medicamentos não bioequivalentes e o FTIR pode ser um grande aliado nessa busca. Email: [email protected] 159 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: O uso de filmes comerciais no processo de ensino-aprendizagem da geriatria Josiane Aparecida Duarte Yasmine Oliveira Vieira Bruna Miclos de Oliveira Lucy Gomes Vianna Armando José China Bezerra Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Apresentar o cinema como importante ferramenta didática para o ensino da geriatria na formação médica geral. Material e métodos: Na primeira fase do trabalho foi realizada revisão bibliográfica sobre o uso do cinema na educação médica com busca de artigos nas principais bases de dados de pesquisa em saúde: Pubmed e Bireme. Como palavras chave da pesquisa foram usados os seguintes termos combinados entre si: “cinema”, “geriatria” e “educação médica”. Foram selecionados artigos em português e em inglês publicados nos últimos 10 anos. Posteriormente, foi realizada busca ativa de filmes comerciais de diferentes nacionalidades e gêneros nos quais o idoso é personagem de destaque. Os filmes foram organizados em grupos temáticos de acordo com o contexto no qual o idoso é apresentado ou de acordo com a doença apresentada pelo personagem geriátrico. Discussão: Foram listados 78 filmes nos quais o idoso aparece em diferentes contextos e situações de saúde: demências, vícios, câncer, AVC, deficiências neurossensoriais, sexualidade, amizade, morte, dentre outras. O cinema, em consonância com as demandas de seu tempo, tem participado da constituição de novas formas de percepção e sensibilidade. Assim, pretende-se que a utilização do “cine comentado” na geriatria seja um processo de descobertas, com aprendizado de novos conhecimentos sobre os idosos, tanto sob o aspecto biológico quanto psicossocial. O cinema, com seu poder de catarse, é uma forma de agregar qualidade à educação médica na medida em que faz com que os estudantes sejam treinados em pacientes e não simplesmente em doenças. Os filmes propiciam novas vias para introduzir os estudantes na realidade de suas futuras atividades, muitas vezes colocando em foco a relação médico-paciente e tornando o aluno mais sensível às suas próprias demandas e as de seus pacientes. Conclusão: O cinema motiva os estudantes a acompanhar histórias de vida que ainda não experimentaram e que poderão experimentar oferecendo uma oportunidade para reflexão sobre a complexidade do comportamento humano e suas implicações nas práticas profissionais dos futuros médicos, sendo uma forma de abordagem menos tradicional da bioética e criando uma atmosfera propícia à interação do aluno como polêmicas e novos problemas da assistência em saúde. Email: [email protected] 160 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: O uso do Narguilé e suas consequências Luigia Peixoto Salvador Mariana Mai Akaishi Kelma Luana Abreu de Siqueira Renato da Silva Cordeiro Colenghi Fellipe Marques da Silva Araujo Lenita Mayumi Suzuki Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Realizar uma revisão sobre o impacto do uso de Narguilé na saúde e uma abordagem geral sobre as consequências de sua utilização, com ênfase em seus efeitos toxicológicos sobre o organismo. Metodologia e fonte de dados: Trata-se de um estudo de revisão da literatura científica, utilizando a base de dados da Scielo e Medline. Palavras-chave: Narguilé, dependência, tabagismo e câncer de pulmão. Discussão: O narguilé ou cachimbo d’água é um dispositivo para fumar, originário da Índia, no qual uma mistura de tabaco com diversos sabores e aromas é aquecida por carvão em brasa. A fumaça gerada passa por um filtro de água antes de ser aspirada por uma mangueira. Estudos revisados demonstram que sua fumaça contém grandes quantidades de nicotina, monóxido de carbono, metais pesados e substâncias cancerígenas uma vez que, além da queima do tabaco, ainda há a queima do carvão. Em uma sessão de uma hora do uso do narguilé, inala-se o equivalente à fumaça de cem cigarros, há aumento dos batimentos cardíacos e risco de intoxicação por monóxido de carbono. Ocorre ainda maior exposição a metais pesados, como o cádmio. Além disso, a água utilizada no narguilé absorve pouca nicotina, sendo os fumantes expostos a quantidades suficientes para que a droga cause dependência. Estudos associam o seu uso ao desenvolvimento de câncer de pulmão e oral, enfisema pulmonar, arteriosclerose e doença coronariana. Conclusão: O uso de narguilé é extremamente nocivo e prejudicial à saúde, podendo ser a porta de entrada para a dependência do tabaco e de outras drogas. Além disso, ao compartilhar o narguilé com outros usuários, aumenta-se o risco de transmissão de hepatite C, tuberculose, herpes e outras doenças infectocontagiosas. A população deve ser conscientizada destes riscos, principalmente os jovens, os grandes consumidores deste tipo de produto. Email: [email protected] 161 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: O uso dos implantes contraceptivos e suas implicações Polyana de Oliveira Santana Natália da Silva Borges Ana Carolina Franco Cabral Sulani Silva de Souza Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Relatar caso de paciente de 26 anos com queixas de sangramentos de escape e outros sintomas associados a utilização de implante contraceptivo e ressaltar a importância do médico na condução da escolha do método contraceptivo ideal. Descrição do caso: Mulher de 26 anos, sem utilização prévia de qualquer método contraceptivo, submete-se a colocação de implante contraceptivo (Implanon®) no dia 15 de abril de 2014. Após a colocação do implante, a paciente apresentou sangramentos diários, de coloração marrom e de leve intensidade, por 3 meses, além de ganho de peso e diminuição da libido. Ao tentar agendar nova consulta, conseguiu vaga apenas 7 meses após o início do tratamento. À consulta, foi-lhe solicitada realização de exames de sangue para verificação dos níveis hormonais e ultrassom transvaginal. Além disso, foi-lhe prescrito 1 comprimido por dia de Cerazette® por 14 dias e ½ comprimido por mais 14 dias, como tentativa de interrupção do sangramento de escape. Após seguir a recomendação, sem obtenção de sucesso, a paciente retorna ao consultório em novembro, quando agenda data para retirada do implante. Discussão: A escolha do método contraceptivo, segundo o ministério da saúde, é uma decisão importante na vida do casal e deve estar amparada em orientações profissionais que disponibilizem aos pacientes todas as informações necessárias para que eles possam optar pelo método que contemple características biológicas e aspirações pessoais. Os implantes contraceptivos, por utilizarem progestagênios, são uma opção para mulheres que possuem restrições ao uso de métodos hormonais combinados, além de serem métodos reversíveis de longa duração. A implantação desse método, no entanto, exige cautela por parte do médico, uma vez que a ele estão relacionados efeitos secundários como aumento de peso, irregularidades menstruais, acne e labilidade emocional. Quanto a paciente, a escolha do implante mostra-se inviável, já que após a implantação ela apresenta queixas de sangramentos contínuos e ganho de peso. Conclusão: Conclui-se do relato, que o implante contraceptivo não configura a melhor alternativa de método anticoncepcional para a paciente. Dessa forma, o ideal seria que o profissional de saúde chegasse a essa conclusão antes da implantação do Implanon®. Por fim, após a retirada do implante, a paciente deve ser orientada quanto a existência de métodos mais compatíveis com sua estrutura biológica. Nesse aspecto, a utilização do dispositivo intrauterino constitui uma alternativa viável para a paciente. Email: [email protected] 162 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Obesidade associada ao Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade Victória Gontijo Neves Renata Mayumi Hamaoka Natália Gontijo Ribeiro Daniela Vinhaes dos Reis Maria Cecília G. P. F. de Lima Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O objetivo deste trabalho é descrever um quadro de obesidade associado ao Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) com comorbidades psiquiátricas, avaliando a importância do diagnóstico psiquiátrico para o sucesso no tratamento da obesidade. Descrição do caso: Maria, 57 anos solteira e servidora pública procurou auxilio psiquiátrico por apresentar depressão com ansiedade recorrentes havia anos, com resposta insatisfatória aos tratamentos médicos e psicoterápicos que fazia desde o início da vida adulta. Relatava ainda obesidade desde a adolescência e dificuldade de melhora desta. Apresentava ainda dificuldade de atenção concentração e impulsividade. Recebeu diagnóstico de transtorno misto ansioso depressivo e TDAH além da obesidade (IMC = 45). Foi medicada com venlafaxina + topiramato + metilfenidato + clonazepan e encaminhada para terapia cognitivo comportamental semanal. Atualmente apresenta melhora dos sintomas depressivos e da ansiedade além da desatenção e da desorganização. Relata diminuição da compulsão alimentar e menor dificuldade para seguir programa de alimentação e exercício físico regular, com perda de peso (IMC=42). Discussão: A obesidade e o comer compulsivo com frequência estão associados a alguns quadros psiquiátricos, dentre eles o Transtorno de Déficit de Atenção (TDAH). O TDAH no adulto raramente cursa sozinho, apresentando-se na maioria das vezes com outros diagnósticos psiquiátricos comórbidos, especialmente os transtornos de humor e de ansiedade, que podem agravar o transtorno alimentar existente. Estudos apontam que o sintoma de impulsividade causado pelo TDAH seja um importante fator relacionado a obesidade, dificultando a aderência disciplinada a dietas. Dessa forma, o tratamento primário do TDAH e de suas comorbidades psiquiátricas na paciente teve relevância significativa para o tratamento da obesidade. Conclusão: Nos casos de obesidade e comer compulsivo é importante avaliar a existência de transtornos psiquiátricos como o TDAH que dificultam o tratamento do quadro alimentar se não abordados. Email: [email protected] 163 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Osteotomia Desvarizante Tibial Proximal - Relato de Caso Renato Nascimento Araújo Rafael Costa Nerys Carlos P. de Araújo Júnior Fernando Nascimento Araújo Anna Paula Oliveira Machado Arthur Azevedo Araújo Instituição: FACIPLAC Objetivo: Relatar um caso de um paciente portador de Geno Varo que levou a complicações a longo prazo, no intuito de evidenciar e discutir as alterações que a manutenção do quadro pode levar, bem como as técnicas cirúrgicas para seu tratamento e restabelecimento do eixo mecânico do membro inferior. Descrição do caso: Um paciente do sexo masculino, 26 anos de idade deu entrada no HRG com queixa de dor articular no joelho esquerdo há aproximadamente 3,5 anos. Relatava dor de moderada intensidade, com melhora ao repouso e piora ao deambular, sendo então diagnosticado Geno Varo. Durante acompanhamento ambulatorial evoluiu com piora do quadro, sendo solicitados exames complementares, onde constatou-se rotura do menisco medial associado a cisto parameniscal e condropatia patelar. Foi então indicada cirurgia para correção de tais patologias. Realizou-se osteotomia tibial proximal medial em cunha de adição fixada com placa calço e em seguida videoartroscopia para o tratamento da rotura meniscal. Os procedimentos foram limpos e sem intercorrências. Em 4 semanas iniciou-se movimentos sem carga; em 6 semanas deambulação com carga parcial e em 8 semanas marcha com carga total após acompanhamento radiográfico. Discussão: As deformidades angulares do joelho apresentam etiologia multifatorial, dentre elas a osteoartrose, patologia degenerativa com caráter progressivo. Seu desfecho final é sempre a destruição do tecido condral e suas inerentes consequências. Há décadas as deformidades angulares do joelho veem sendo tratadas pela técnica de osteotomia tibial proximal. Uma das vantagens deste tratamento é diminuir a velocidade de progressão deste fenômeno patológico. A osteotomia desvarizante proximal da tíbia é o procedimento preconizado para tratamento das deformidades angulares em varo do joelho, secundárias à osteoartrose do compartimento medial ou de outras etiologias. Quando indicada dentro dos critérios, a restauração do eixo mecânico do membro inferior e o consequente equilíbrio na distribuição de carga articular levam ao alívio álgico e um ganho funcional com melhora da qualidade de vida do paciente. Conclusão: Com o presente relato de caso foi possível concluir que o paciente Geno Varo pode desenvolver outras patologias associadas decorrentes do eixo mecânico inadequado nos membros inferiores, ocasionando dor e degeneração da articulação do joelho acometido. Quando as complicações advindas do quadro são adequadamente tratadas, obtemos alívio sintomático e ganho funcional com consequente melhora da qualidade de vida do paciente. Email: [email protected] 164 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Panorama da febre amarela no Brasil: uma análise de 2000-2013 Allana Laís Rocha Pereira Isabella Miranda Guimarães Lorena Bessa Freire Rolim Kelsen Mota Moura Pamella Renata Marinho Miranda Ruth da Conceição C. e Silva Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Analisar a incidência da febre amarela no Brasil de 2000 a 2013 e identificar as medidas de profilaxia e controle. Metodologia e fonte de dados: Trata-se de estudo descritivo, realizado por meio de pesquisa bibliográfica. Os dados foram obtidos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde – DATASUS e revisões de literatura, além de informações gerais colhidas no site do Ministério da Saúde. Para complementação, foi realizada visita à Subsecretaria de Vigilância em Saúde, da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal. Discussão: A Febre Amarela é uma zoonose infecciosa aguda cujo agente etiológico é o vírus amarílico, um flavivirus. Transmitida principalmente pelos mosquitos Haemagogus janthinomys (Febre Amarela Silvestre - FAS) e Aedes aegypti (Febre Amarela Urbana - FAU). É caracterizada por quadro febril, mas há nas formas assintomática e sintomática, portanto o diagnóstico diferencial de outras doenças deve ser oportuno. A FAU é incomum no Brasil, o último registro foi em 1942, no Acre. Há casos esporádicos sobretudo nas Regiões Norte (N) e Centro-Oeste (CO), geralmente em indivíduos não imunizados que estiveram em regiões de risco. Em 2003, ocorreu um surto em Minas Gerais, mas, analisando-se o período de 2000 a 2013, observa-se que houve queda acentuada, sobretudo em 2010. Na região CO, endêmica, há maior concentração de casos, em especial Goiás. A região Sudeste, zona de transição, apresenta número relevante de casos, principalmente em Minas Gerais e São Paulo. Já no Distrito Federal, até maio de 2015, houve duas mortes de indivíduos provenientes de zonas de risco (casos alóctones). A vacina é a melhor forma de prevenção e, após sua inclusão no calendário de vacinação, a incidência diminuiu no Brasil. Outras medidas profiláticas incluem: uso de vestimentas que cubram a maior parte do corpo, de repelente e de mosquiteiros; aplicação de inseticidas (controle do vetor) e orientação aos viajantes. Conclusão: Promover campanhas e intensificar ações para garantir a cobertura vacinal (inclusive busca ativa) são medidas eficazes do Ministério da Saúde no controle da doença e para evitar surtos epidêmicos, principalmente nas regiões endêmicas (Norte e Centro-Oeste) e de transição (Sudeste). É relevante a notificação dos casos suspeitos ou confirmados para reduzir a incidência da FAS, assim como impedir a transmissão urbana e detectar oportunamente a circulação viral para orientar as medidas de controle. Email: [email protected] 165 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Pediculose: uma ectoparasitose negligenciada Nathália Telles da Costa Valéria Nogueira Naves Lara de Paula Sousa Marine Gontijo Freitas Ana Carolina Andrade Canut José Gabriel Rodrigues Júnior Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Caracterizar a Pediculose em seus mais amplos aspectos como: definição, morfologia, ciclo biológico, epidemiologia, sintomatologia, diagnóstico e tratamento; ressaltando assim, a importância dessa ectoparasitose que é tão negligenciada. Metodologia e fonte de dados: Além da análise de livros conceituados acerca do tema Parasitologia Humana, também foram realizadas pesquisas nos bancos de dados: Scielo e Pubmed, utilizando-se as seguintes palavras-chaves: “Parasitologia”, “Ectoparasitose” e “Pediculose”. Os filtros de busca ativados foram <> e <<5 years>>. Discussão: A pediculose é provocada pela infestação na pele, cabelos ou pêlos do corpo de insetos hematófagos de reduzidas dimensões, de modo a sobreviverem e reproduzirem-se nos tecidos cutâneos. Existem três tipos de insetos que reúnem estas características, todos eles picam a pele, introduzindo juntamente com a sua saliva uma substância irritante que origina um intenso prurido e, caso estejam infectados por outros micro-organismos, podem transmitir outras doenças infecciosas. A principal manifestação da pediculose corresponde, portanto, ao prurido provocado pelas picadas dos insetos, normalmente tão intenso que incita ao coçar exacerbado. Todavia, além de não aliviar os sintomas, o coçar acaba por agravá-los, favorecendo o desenvolvimento de lesões cutâneas características que podem ser facilmente observadas. Em suma, são pequenas erosões na pele, localizadas, por exemplo, no couro cabeludo e por trás das orelhas, ou pequenas manchas azuis muito características, no caso da pediculose do corpo. O tratamento consiste na eliminação dos insetos e das suas lêndeas através da utilização de vários tipos de substâncias inseticidas, além disso, devem-se utilizar pinças ou pentes finos para extrair os insetos ou lêndeas mais firmemente agarrados. Por outro lado, é imprescindível que este tratamento inclua a desinfestação das roupas, toalhas e outros utensílios pessoais potencialmente infestados. Conclusão: A pediculose - uma das mais prevalentes ectoparasitoses - é, portanto, causada pela infestação de insetos hematófagos de pequeno tamanho na pele, couro cabeludo e demais pelos do corpo humano. Essa infestação causa um intenso prurido que pode gerar ainda, lesões cutâneas que favorecem a co-infecção por outros agentes. O diagnóstico envolve a associação das manifestações clínicas com a própria visualização a olho nu do inseto causador. Já o tratamento baseia-se na eliminação de tais insetos através de pentes finos, principalmente. Email: [email protected] 166 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Pênfigo gestacional: Um relato de Caso Maisa da Silva Dulci Medeiros Rayanne Garrido Monteiro de Andrade Jairo Martinez Zapata Letícia Cardoso Morales Juliana da Luz Araújo Gabriella Maria Lucena Viana Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O presente trabalho tem como intuito evidenciar uma reação auto-imune rara que ocorre na gestação e é erroneamente diagnosticada como Varicela devido características das lesões, mas difere dessa por apresentar intenso prurido e queimação, podendo resultar em prematuridade e baixo peso ao nascer. Descrição do caso: MC, 35 anos, feminino, residente em Taguatinga-DF, gestante com 11 semanas e 4 dias segundo DUM. Procurou o HRT, apresentando lesões eritêmato-papulosas confluentes em face, região torácica e extremidades levando a eliminação de secreção purulenta de odor fétido e posterior formação de crostas associado a prurido e queimação, com 10 dias de evolução. Refere ter recebido diagnóstico prévio de Varicela sendo indicados banhos com Permanganato de K+, tendo evidenciado piora das lesões. Nega alergias e uso de medicamentos. Ao exame físico apresentava crostas anulares, com vesículas e bolhas em suas extremidades, em grande parte da superfície corporal. Foi realizado biópsia e o histopatológico compatível com Pênfigo gestacional. Iniciado tratamento com Prednisona 70 mg/VO de manhã e posterior redução da dose, tendo recebido alta para acompanhamento na dermatologia e pré-natal de alto risco. Discussão: O pênfigo gestacional, também conhecido como herpes gestacional, é uma doença autoimune rara que ocorre em multíparas por volta da 3º e 4º décadas de vida, entre a 28º e 32º semana de gestação ou no pós-parto imediato, tendo ocorrência de 1 para cada 50000 gestantes, tendendo a recorrência nas gestações subsequentes. É a principal dermatose auto-imune relacionada à gravidez, sendo desencadeada por auto anticorpos que atuam na junção dermo-epidérmica, levando a formação de bolhas subepidérmicas, tendo evolução relacionada com alterações de estrogênio. As lesões iniciam-se com aspecto eritemato-papuloso e confluem para pústulas e crostas, predominantemente em tórax e abdome face e extremidades, atingindo conformação anular, diferenciando da varicela pela evolução das lesões e por apresentar um período de acometimento mais extenso. Conclusão: Devido ao polimorfismo das lesões, geralmente, as gestantes são diagnosticadas com varicela levando ao atraso na corticoterapia. A paciente em questão apresentou às lesões em uma idade gestacional inferior a relatada na maioria dos casos, favorecendo a dificuldade de diagnóstico. É importante que os profissionais da saúde suspeitem de Pênfigo gestacional em pacientes com lesões inicialmente apontadas como Varicela, sem regressão espontânea, a fim de tratar adequadamente a mãe e proteger o feto. Email: [email protected] 167 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Pentalogia de Cantrell: revisão bibliográfica Marcelo Ribeiro Artiaga Kellen Karenine Pinho de Medeiros Wendel Silva Issi Rebeca Marques Margoto Isac César Roldão Leite Paulo Juvêncio Gomes Tubino Instituição: Faciplac Objetivo: Discorrer acerca da Pentalogia de Cantrell, anomalia congênita rara e, na maioria das vezes, fatal. É caracterizada por ectopia cardíaca e outras anomalias associadas. Metodologia e fonte de dados: Utilização de artigos publicados em revistas científicas, apresentando os principais achados literários sobre características, diagnóstico e tratamento da Síndrome de Cantrell. Discussão: A Pentalogia de Cantrell é uma anomalia congênita rara, descrita em 1958. Sua incidência é de 5-8 / 1.000.000 de nascidos vivos. É resultante de uma falha de desenvolvimento do mesoderma anterior. Caracterizada por ectopia cordis, onfalocele, defeitos intracardíacos, hérnia diafragmática anterior e defeito no esterno distal. Sua patogenia ainda é desconhecida. Embora a participação genética seja aparentemente ausente, foi verificada alta prevalência da trissomia do cromossomo 13 ou 18. É normalmente detectada ao nascimento. Radiografia de tórax pode revelar dextrocardia e/ou outras anomalias torácicas. A ecocardiografia, a ressonância nuclear magnética e o estudo hemodinâmico evidenciam com precisão os defeitos cardíacos associados. Também é muito importante o diagnóstico pré-natal, com detalhamento dos defeitos, o que possibilita programação do parto. O tratamento é cirúrgico. A correção precoce dos defeitos leva em consideração a gravidade das malformações presentes. Conclusão: A Síndrome de Cantrell é extremamente rara. Os defeitos cardíacos presentes são determinantes de altas taxas de mortalidade. Constitui um desafio cirúrgico devido à complexidade das malformações congênitas presentes, desencadeando uma baixa expectativa de vida. Email: [email protected] 168 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Perfil da mortalidade em idosos no Distrito Federal no período de 2000 a 2010 Renato da Silva Cordeiro Colenghi Mylena Moraes Ruth Sacco Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Descrever o perfil da mortalidade em idosos no Distrito Federal (DF) de 2000 a 2010, caracterizando-o por Regiões Administrativas (RA) segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID-10), e identificar as condições de vida dos idosos nas diferentes RA do DF. Material e métodos: Trata-se de estudo ecológico, de caráter exploratório e retrospectivo, baseado em dados secundários do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Companhia de Planejamento do DF (CODEPLAN – DF), que foram analisados com base na CID-10 e em diferentes indicadores socioeconômicos, e trabalhados a partir dos softwares Tab Win 3.2 e Microsoft Office Excel 2007. Discussão: O Censo Demográfico de 2010 apontou que a população do Distrito Federal possui 7,7% de idosos (indivíduos ≥ 60 anos). Em menos de 40 anos, o Brasil transicionou para um quadro de enfermidades complexas e onerosas comuns, onde a expectativa de vida é alta e se caracteriza por doenças crônicas que exigem cuidados constantes, inclusive com terapêutica medicamentosa e recursos diagnósticos para monitoramento. A maior concentração de idosos no DF está nas RA de maior nível socioeconômico, como Lago Sul (19,9%), o Lago Norte (15,3%) e Brasília (13,9%). As principais causas de mortalidade em idosos no DF foram doenças do aparelho circulatório (DAC), neoplasias (NEO), doenças do aparelho respiratório (DAR) e doenças endócrinas e metabólicas. Essa hierarquia em número de óbitos por causas específicas, de modo geral, foi observada em todas as RA do DF, independente de a região ser mais ou menos desenvolvida e/ou de os idosos serem ou não alfabetizados. Conclusão: O maior percentual de idosos no DF concentra-se em RAs de maior renda. Observa-se que qualidade de vida e melhor acesso a direitos sociais como educação e saúde estão relacionados à longevidade. As principais causas de mortalidade foram as DAC, NEO e DAR, todas com tendência de aumento nesse grupo. Conhecer o perfil de mortalidade em idosos é imprescindível para as ações de planejamento, monitoramento e avaliação de ações e programas de saúde. Email: [email protected] 169 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Perfil Epidemiológico da APAE de Araguari - MG Nathália Alfaix Martins Palheiro Vicente Ana Carolina Ferreira Borges Jaqueline Mendonça Gondim Felipe Rodrigues Braz Efigênia A. Maciel de Freitas Instituição: IMEPAC – Araguari Objetivo: Traçar o perfil epidemiológico da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Araguari, para que assim, seja possível estabelecer melhoras no atendimento dos Portadores de Necessidades Especiais (PNE). Material e métodos: Foi realizada uma pesquisa de caráter exploratório, do tipo quantitativo, na APAE de Araguari-MG. Essa instituição é de caráter filantrópico, com atuação na área de ensino e saúde especializada no atendimento de PNE. Foram avaliados os prontuários de todos os 344 usuários da APAE e os dados observados foram lançados em planilha, visando estabelecer o perfil epidemiológico da população assistida. Discussão: Dos 344 prontuários analisados 201 (61%) eram do sexo masculino e 134 (39%) do sexo feminino, deste total 74% estavam na faixa etária até 15 anos de idade, sendo: entre 0 a 5 anos (19%), 6 a 10 anos (30%), de 11 a 15 anos (25%), 16 a 40 anos (23%) e somente 3% acima dos 40 anos. Quanto à renda familiar identificou-se que 59% das famílias são de renda baixa ou média. Observou-se que 71% dos usuários utilizam simultaneamente a escola e a clínica, e 29% somente a clínica. A análise das patologias revelou que 81% dos usuários não possuem diagnóstico determinado, apresentando apenas sintomas clínicos comuns a muitas doenças. Como a APAE não possui neurologistas, psiquiatras e pediatras em atendimento regular, torna-se difícil concluir os diagnósticos. A Paralisia Cerebral (8%) e a Síndrome de Down (5%) são as patologias mais frequentes, porém doenças menos comuns, como Cri-D u-Chat, Síndrome de Rubistein Taylbi, e Autismo também foram observadas, totalizando, em conjunto, 3,5% do total. Conclusão: Através dessa pesquisa, foi possível traçar o perfil epidemiológico dos usuários e observar que a maioria dos usuários ainda está em uma idade adequada para estímulo precoce. Assim, percebe-se uma imprescindível melhora no atendimento clínico, principalmente pela falta de médicos regulares na clínica. Com o acompanhamento mais constante e próximo dos pacientes, o diagnóstico pode ser realizado com mais facilidade e o tratamento também pode ser avaliado, quanto à melhora, estagnação ou piora. Email: [email protected] 170 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Perfil sociodemográfico dos estudantes de medicina da UCB: Um olhar sobre o estudo QUALIMED-UCB Greice de Campos Oliveira Camila Dias Rodrigues Marcus Vinícius Silva Ferreira Tânia Torres Rosa Osvaldo Sampaio Netto Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Descrever o perfil sociodemográfico dos acadêmicos de medicina da Universidade Católica de Brasília. Material e métodos: O estudo QUALIMED-UCB consiste em estudo transversal de base populacional no qual foram aplicados questionários relativos a perfil sociodemográfico, qualidade de vida, atividade física e consumo de álcool. Participaram voluntariamente do estudo acadêmicos do 1º ao 12º semestre matriculados no curso de medicina da Universidade Católica de Brasília (UCB) no 2º semestre letivo de 2014. O questionário sociodemográfico é composto por perguntas de múltipla escolha a respeito de semestre cursado, idade, sexo, estado civil, filhos, residência atual e prévia, renda, bolsa ou FIES, transporte, fumo, religião, outra ocupação e atividade acadêmica extracurricular. Foi realizada análise descritiva dos dados com síntese de gráficos por meio do SPSS 20.0 e do Excel 2013. Discussão: Participaram do estudo 400 estudantes, com adesão variando entre 33% (12°) e 95% (5°) entre os semestres. A pesquisa mostrou que 65,8% dos estudantes eram do sexo feminino e que a idade média foi de 22,81 anos, variando entre 17 a 55 anos. Com relação ao estado civil, 94,5 % eram solteiros, 5% casados e 0,5% divorciados, com apenas 3,3% total referindo ter filhos. Dos alunos, 68,3% moravam com algum familiar e 62,2% moravam em Brasília antes de ingressar na universidade. Apenas 48% dos estudantes possuem renda familiar mensal maior que 20 salários mínimos, 53,3% possuem FIES e 7% possuem PROUNI. Dos que possuem FIES, 61,1% possuem financiamento de 100%. Sobre o meio de transporte, 76,8% utilizavam carro próprio. 3% dos estudantes declararam-se fumantes e 85,5% possuíam algum tipo de religião. Declararam possuir outra ocupação profissional 13,1% dos participantes, das quais 32,1% eram relacionadas à área de saúde. Por fim, 69,6% realizavam alguma atividade acadêmica extracurricular. Conclusão: A pesquisa QUALIMED-UCB realizou o primeiro censo acadêmico que retrata as características sociodemográficas dos estudantes de medicina da Universidade Católica de Brasília no segundo semestre de 2014. A partir deste trabalho, pode-se idealizar novos estudos e outros censos nos próximos anos para acompanhar e comparar as mudanças no corpo discente buscando melhor orientar o projeto pedagógico no aperfeiçoamento da formação médica. Email: [email protected] 171 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Pesquisa com Células Tronco Embrionárias no Contexto Bioético Maisa da Silva Dulci Medeiros Diaulas Costa Ribeiro Paulo da D'Arcádia de B. Neto Juliana da Luz Araújo Rayanne Garrido Monteiro de Andrade Gabriella Maria Lucena Viana Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: A presente revisão de literatura busca explanar sobre as pesquisas com células tronco embrionárias, já que os números de projetos empregando essas células têm se tornado cada vez maiores, esclarecendo o que realmente é permitido ou não, uma vez que se trata de um assunto polêmico. Metodologia e fonte de dados: Foi utilizado o método dialético dentro de pesquisa qualitativa, pois se trata de pesquisa acadêmica voltada para a exposição da visão preexistente acerca do assunto abordado. Foi fundamental a consulta à literatura médica, aliadas aos ensinamentos observados em sala de aula, bem como a diversas pesquisas acadêmicas acerca do assunto em sites e artigos publicados no Pubmed e Scielo. Discussão: As pesquisas com células-troncos embrionárias revelaram, desde os primeiros experimentos, grande expectativa da comunidade científica e renovada esperança para os pacientes com patologias incuráveis. Porém, inúmeros são os questionamentos éticos e religiosos acerca do assunto. Apesar de ser um tema recente, os avanços nessa área são promissores. A partir da década de 50, pesquisadores já haviam tomado conhecimento da capacidade de as células tronco embrionárias se transformar em células de todos os tecidos do organismo. Com a evolução biotecnológica, que permitiu avanços nas pesquisas in vitro entre as décadas de 80 e 90, foram desenvolvidas técnicas consideradas a gênese das pesquisas com células tronco. A partir de inúmeras controvérsias sociais, em diversos países, cada um acabou adotando uma legislação embasada em suas concepções acerca do tema. No Brasil, há grande oposição religiosa em relação às pesquisas com células tronco embrionárias, consideradas titulares do direito à vida. Nesse tocante, a bioética tem norteando a busca de um consenso, de maneira a superar esses óbices com argumentação principiológica que visa a resguardar as pesquisas, cujos resultados serão destinados a, também, garantir a vida e a dignidade da pessoa humana. Conclusão: Do ponto de vista bioético, as pesquisas com células tronco embrionárias não afrontam o direito à vida nem a ética médica, já que esses embriões jamais seriam utilizados para gerar uma pessoa. Logo, podem ser utilizados em pesquisas científicas e beneficiar um número indefinido de enfermos. Enquanto isso, pesquisas com células tronco extraídas de outras partes do corpo humano apresentam perspectivas de resolver o impasse ético-religioso que ainda limita esse grande avanço científico. Email: [email protected] 172 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Pesquisa Realizada com Estudantes de Nível Médio e Superior sobre Tabagismo – Um Problema de Saúde Pública Alessandra De Souza Rocha Gilda Elizabeth Oliveira da Fonseca Raphaela Mendes Moreira Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Verificar o perfil dos estudantes de ensino médio de escola pública e particular e dos universitários de 1º e 5º ano de medicina, em relação ao uso de cigarro, seus conhecimentos e com base nos resultados poder atuar em melhorar a educação em saúde. Material e métodos: Foi aplicado um questionário em alunos do 3º ano do ensino médio de escolas públicas e privadas, e em universitários do 1º e 5º ano de medicina. Composto por 22 perguntas em relação ao tabagismo, maconha, narguilé. Discussão: A maioria dos estudantes não consome tabaco (média de 80%), porém um número considerável utiliza outras drogas, como a maconha. Nas escolas, cerca de 20% dos entrevistados acham que fumar é atraente, chique, que inclusive demonstra uma ascensão social. Quase a totalidade de estudantes conhece o narguilé – cachimbo de água. Há alunos de medicina que não tem o conhecimento dos malefícios que o fumo pode causar, de que é uma doença e que pode ser tratada, que piora e desencadeia outras tantas doenças. Em média, 30% dos alunos do 1º ano do curso de medicina e dos estudantes do ensino médio desconhecem a existência de tratamento. Em todos os grupos há discordância sobre a lei antifumo, mas presente nos estudantes da escola pública, cerca de 42% foram contra a proibição. Conclusão: A informação correta deve estar ao alcance das pessoas, de todas as idades, de todas as classes sociais e escolaridade. É fundamental saber que o tabagismo é uma doença. Todos os profissionais de saúde têm a obrigação de esclarecer sobre os fatores de risco e malefícios do fumo. Aplicando-se o questionário em uma população jovem, rastreando as informações que possuem, pode se propor ações de educação em saúde, atuando na prevenção. Email: [email protected] 173 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Pielonefrite na Gravidez Bruno Oliveira Leite Samuel de Sousa Alencar Ana Maria Álvares Amorim Arthur Camilo Sant'anna Leite Lourival De Paiva Júnior Camilla Oliveira Leite Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Cerca de 2 a 10% das gestantes contraem infecções do trato urinário e dessas 30% são acometidas por pielonefrite, uma vez que sofrem mudanças anatômicas e fisiológicas no trato urinário. Nosso objetivo é apresentar causas e aspectos clínicos da pielonefrite na gravidez. Metodologia e fonte de dados: No presente trabalho, foi utilizado pesquisa nas bases de dados: Pubmed, Scielo e Biblioteca Virtual Brasileira, para obtenção de informações em artigos sobre pielonefrite na gravidez com intuito de realizar-se uma revisão de literatura sobre o tema. Discussão: A presença de bactéria Escherichia coli na urina humana caracteriza quadro de infecção do trato urinário. Durante a gravidez ocorrem mudanças anatômicas e fisiológicas no trato urinário, tais como: dilatação do sistema coletor, redução do tônus vesical, o que influi para a ocorrência de maiores índices de pielonefrite, onde, aproximadamente 20 a 40% das mulheres bacteriúricas assintomáticas desenvolvem-na na gravidez. Por conseguinte, os sinais clínicos aparecem de forma repentina. A paciente apresenta cólica renal, dor na loja renal, disúria, urina fétida e concentrada. O diagnóstico é auxiliado pela coleta de jato médio de urina, com análise do sedimento urinário e urocultura com antibiograma. Caso não tratada, a doença pode evoluir para convulsões, choque séptico e acometer o feto, provocando aborto, nascimento prematuro e distúrbios no desenvolvimento do tubo neural. Dessa forma, é de suma importância o tratamento imediato para o combate desta bacteriúria. Pacientes quando assintomáticas recebem tratamento ambulatorial, os fármacos de escolha são Cefalexina e Ampicilina, ambas de 500mg, via oral, de seis em seis horas por sete dias. Gestantes sintomáticas com maior grau de comprometimento devem ser hospitalizadas para monitorização de sinais vitais e débito urinário, controle da dor, correção de pH urinário e administração de antibiótico parenteral sendo a Cefuroxima. Conclusão: A pielonefrite causa importantes alterações no ciclo gravídico, consoante a isso, suas complicações podem ser evitadas com a realização do pré-natal, eventual diagnóstico precoce e tratamento da doença em estado pouco complicado. Apesar de ser uma infecção comum, a pielonefrite pode vir a tornar-se grande causadora de anomalias congênitas como distúrbios neurológicos e insuficiência respiratória. O tratamento da doença está bem estabelecido e evidenciado. Email: [email protected] 174 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Pneumonia complicada em criança de onze anos decorrente de uma provável resistência bacteriana Francisca Joelma Rodrigues de Lima Iara Cristina Arruda Vale Nathália Telles da Costa Vinícius Oliveira Domingues Nathália Freire Bandeira Éloa Medeiros Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Demonstrar a correlação entre a utilização indiscriminada de antibióticos e o aparecimento de microorganismos resistentes que ocasionam o aparecimento de complicações em determinadas doenças. Descrição do caso: A.G.P.S., 11 anos, masculino, pardo, estudante. Natural de Valparaíso de Goiás, residente e procedente de Ceilândia Sul, há 10 anos no DF. Enfermaria D, HRC, pediatria, SUS. QP: Febre e dor nas costelas do lado esquerdo há 3 dias. HDA: Paciente refere faringoamidalite e infecção do trato urinário (ITU) de repetição, sendo seis e três casos no último ano, respectivamente. Há três dias começou a apresentar dor torácica de início insidioso, localizada em hemitórax esquerdo, ventilatória dependente, em pontada, sem irradiação, de média intensidade (4 em 10), tendo como fator de piora a deambulação e como fator de melhora o repouso. Somou-se ao quadro dispneia e febre não aferida. Procurou o serviço médico, sendo medicado com amoxicilina. Há um dia continuou a apresentar dor torácica com as mesmas características já citadas, mas desta vez de grande intensidade (10 em 10). Não observando melhora no quadro foi levado ao HRC. Discussão: É um caso interessante, pois o paciente em questão apresentou seis casos de faringoamidalite e três casos de ITU no último ano. Procurou o serviço médico em todos os casos. Ao realizar a conta da quantidade de antibiótico ingerido durante os tratamentos temos: 165 gramas de amoxicilina e 24,75 gramas de cefalexina, ao total foram dois meses e 15 dias em uso de antibiótico durante o último ano. Ao observar esse caso podemos pensar em uma provável resistência bacteriana, pois o paciente sempre é tratado e no prazo de no máximo de um mês a faringoamidalite retorna, outro ponto que chama a atenção são as três ITUs que ele apresentou, sabese que não é uma infenção comum em homens devido a anatomia masculina e sempre que aparece pode evidenciar algo mais grave ou deficiência do sistema imunológico. Nesse caso específico pode ser pensado em bactérias resistentes aos antibióticos utilizados. Conclusão: Como pode ser observado é de suma importância colher a história clínica do paciente e a partir daí decidir o possível tratamento que será seguido, pois continuar em uso de determinado medicamento por muito tempo pode reduzir ou abolir sua eficácia, bem como contribuir para o aparecimento de microorganismos resistentes, outro ponto a ser observado é a necessidade da coleta de materiais para a realização de culturas, pois a identificação bacteriana facilita o tratamento adequado. Email: [email protected] 175 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Porfiria aguda intermitente - conceito, clínica, diagnóstico e tratamento - artigo de revisão Gibran Silva Elias Fellipe de Sousa Auro Vieira de Paiva Junior Francelly Alves do Nascimento Carolina Fernandes de Oliveira Hélio Henrique Medeiros Pires Instituição: Hospital Regional de Taguatinga – DF Objetivo: O presente estudo faz uma revisão de literatura dando ênfase ao conceito, às manifestações clínicas, ao reconhecimento diagnóstico e ao tratamento da porfiria aguda intermitente, importante diagnóstico diferencial em quadros de dor abdominal. Metodologia e fonte de dados: As informações sobre o tema foram colhidas de artigos científicos e guidelines encontrados a partir de pesquisa nas bases de dados (PUBMED, Scielo, Medline), através das palavras-chave: “Porphyria”, “acute intermittent porphyria”, “Porfiria”, “Porfiria aguda intermitente”, “Treatment of acute intermittent porphyria”, “Porphyria pathogenesis”. Discussão: A porfiria aguda intermitente é doença autossômica dominante caracterizada por redução da atividade da enzima porfobilinogênio desaminase, que gera o acúmulo de porfirinas e a queda do heme intracelulares, levando à perda do feedback negativo deste sobre a produção daquelas. Porfirinas são neurotóxicas e, na pele, aumentam a produção de radicais livres; há também distúrbios hidroeletrolíticos e neuropsiquiátricos, dor abdominal difusa e intensa, neuropatia com fraqueza muscular e rápida evolução a tetraplegia, paralisia respiratória e bulbar. Hiponatremia é o distúrbio hidroeletrolítico mais frequente (síndrome de secreção inapropriada de hormônio antidiurético SIADH). Para o diagnóstico, importam grande suspeita clínica e atenção ao histórico pessoal e familiar do paciente. O teste mais importante é a dosagem de porfobilinogênio na urina, usualmente elevada. O tratamento inclui remover fatores precipitantes, monitorar ventilação, controlar sintomas com drogas seguras e garantir aporte de carboidratos. Dor é controlada com opioides. Hipertensão e taquicardia respondem a beta-bloqueadores, na ausência de hipovolemia ou fatores de risco para parada cardíaca. Cuidados intensivos devem estar disponíveis, pelo risco de falência ventilatória e acometimento bulbar. Derivados do heme revertem e resolvem a crise, reativando o feedback negativo do heme sobre a enzima ALA sintetase. Conclusão: A porfiria aguda intermitente é doença de caráter genético que se manifesta de forma heterogênea, que deve ser lembrada nos casos agudos de dor abdominal de causa desconhecida, associada a sinais neurológicos como paresias, distúrbios hidroeletrolíticos e psiquiátricos, especialmente em pacientes com fatores precipitantes, histórico de crises recorrentes e histórico familiar de porfiria. O diagnóstico e a terapêutica adequados são fundamentais pela gravidade potencial da doença. Email: [email protected] 176 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Pré-eclâmpsia: diagnóstico, tratamento e prevenção Larissa Araújo Dutra de Carvalho Daniela Vinhaes dos Reis Natália Pierdoná Nathália Gomes Mialichi Natália Cristina Moreira Neves Fábio Santana dos Passos Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: As doenças hipertensivas da gravidez são acometimentos muito comuns e que contribuem significativamente tanto para morbimortalidade materna quanto fetal. Este trabalho tem como objetivo destacar a importância de se saber fazer o diagnóstico, tratamento e prevenção adequados da pré-eclâmpsia. Metodologia e fonte de dados: Este trabalho foi feito por meio da revisão do protocolo de Hipertensão na Gestação de 2013 pelo Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia e revisão de artigos do Ministério da Saúde do Brasil e base de dados PubMed. Discussão: A pré-eclâmpsia é uma desordem hipertensiva específica da gravidez muito comum no meio obstétrico, que envolve múltiplos mecanismos. Geralmente ocorre após a 20ª semana de gestação e é caracterizada por hipertensão persistente e proteinúria. Ela também pode ser acompanhada de sintomas como distúrbios visuais, cefaleia, epigastralgia e edema. Acomete principalmente pacientes com parentes de primeiro grau acometidos com o distúrbio, gestação múltipla, idade materna acima de 40 anos, obesidade, diabetes, hipertensão prévia, entre outros. Diversas estratégias para prevenção da pré-eclâmpsia estão sendo desenvolvidas; o uso de agentes antiplaquetários, dieta com ingesta de sal controlada e complementada com vitaminas C e E e exercícios físicos estão entre as formas de prevenir a pré-eclâmpsia. Em relação ao tratamento, o principal objetivo é a segurança materna e fetal. Para isso, a principal intervenção é a interrupção do parto para gestação acima de 37 semanas ou acima de 34 com complicações e instabilidade fetal. Caso se tenha condições de prosseguir com a gestação, o uso de anti-hipertensivos pode ser considerado. Conclusão: As desordens hipertensivas da gestação, em especial a pré-eclâmpsia, representam uma das principais intercorrências gestacionais no Brasil, com importante morbimortalidade materna e fetal. O reconhecimentos dos sintomas, diagnóstico, manejo adequado e prevenção são de extrema importância para um desfecho favorável para mãe e feto e diminuição do impacto dessa intercorrência no país. Email: [email protected] 177 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Prevalência de lesões neoplásicas induzidas pelo HPV em pacientes portadoras do HIV Julia Beluco Ferreira Ana Rosa Costa Melo Diego Vinícius Gonçalves Santa Mariana Mai Akaishi Fellipe Marques da Silva Araujo Frederico Correa Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Correlacionar a prevalência de lesões neoplásicas induzidas pelo HPV em mulheres portadoras do HIV, bem como destacar as principais formas de neoplasias intra-epiteliais encontradas, e os principais sítios acometidos por essas neoplasias. Metodologia e fonte de dados: Trata-se de um estudo de revisão de literatura, no qual foram analisados 9 trabalhos, publicados entre 2002 e 2014, que se estendeu pelo mês de junho de 2015, utilizando com o base de dados as plataformas de pesquisas da Scielo, Medline e PUBMED. Discussão: Mesmo com o avanço do conhecimento sobre formas de prevenção e terapia antirretroviral, a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) continua crescendo, principalmente na população feminina. Dessa mesma forma, a infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV), vem se disseminando por esse grupo. Nota-se a maior prevalência do DNA-HPV, principalmente os tipos oncóticos, na cérvice e vagina de mulheres soropositivas - 73,2%, comparado a 23,8% em soronegativas - sendo mais frequente as infecções por múltiplos tipos de HPV, bem como a incidência de lesões precursoras do câncer cervical. Também se nota a maior gravidade das lesões neoplásicas cervicais em pacientes com infecção pelo HIV, e uma redução no intervalo para a progressão da doença quando comparada a mulheres HIV-negativas. Entre as neoplasias intra-epiteliais cervicais, a NIC I foi o principal achado citohistológico (44,8%), e o colo uterino o principal sitio dessas neoplasias (79,5%); já a região perianal é a área extra genital mais frequentemente acometida (42,3%), sendo o desenvolvimento da neoplasia intra-epitelial anal associado tanto aos tipos oncogênicos como os não oncogênicos de HPV em pacientes HIV positivos. A maior prevalência pode ser justificada pela diminuição imunológica gerada pela queda de linfócitos T CD4 em pacientes portadores do HIV, e o consequente aumento da carga viral de HPV nesses pacientes. Conclusão: Há uma alta incidência de lesões relacionadas ao HPV em pacientes portadoras do HIV; e uma maior prevalência de neoplasias intra-epiteliais nesse grupo, sendo NIC I o principal achado histopatológico. O grau de imunossupressão é o principal fator predisponente para o desenvolvimento de lesões neoplásicas, sendo esse também influente no grau histopatológico das NIC. O principal sitio acometido pelas neoplasias foi o colo uterino; e na região extra genital, a região perianal. Email: [email protected] 178 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Promoção da saúde: Impactos da Alfabetização sobre a saúde de adultos e idosos Ettore Mendes Azenha Danilo Borges Dias Gabriel Veloso Cunha Luiz Guilherme Henrique Sales Guilherme Meneses Dourado Rosalvo Streit Junior Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Analisar o impacto na saúde e em vários aspectos relacionados à qualidade de vida e resgate da cidadania em adultos e idosos, por meio da inclusão social, do Projeto Alfabetização Cidadã da Universidade Católica de Brasília, desenvolvido em parceria com Rotarys Clubes do Distrito 453. Material e métodos: O Projeto Social pesquisado trabalha com a educação popular, partindo das necessidades dos alunos, sua realidade e seus conhecimentos do mundo, já que a sociedade exige uma identidade cidadã com o mínimo do conhecimento letrado. Não são utilizadas cartilhas prontas. O trabalho é desenvolvido por meio de rodas de conversas e do levantamento vocabular. Assim, este trabalho de pesquisa utilizou a captação de vídeos testemunhais e entrevistas com alunos e professores a fim de acompanhar as atividades em sala de aula. Analisou-se a evolução do saber dos alunos, suas novas visões de mundo e cidadania, bem como os benefícios físicos e psicológicos obtidos. Artigos científicos - plataformas Scielo e Capes -, que relacionam os benefícios da alfabetização em pessoas adultas também foram utilizados. Discussão: Atividades simples e corriqueiras como entrar num ônibus, conferir o nome de uma placa de rua, checar e assinar um documento, ler uma receita culinária, verificar o prazo de validade de produto no supermercado ou mesmo comprar um remédio, tomam uma nova dimensão, um novo sentido. Os testemunhais, frutos da pesquisa deste trabalho, atestam a importância de se transformar as condições de existência do homem. A alfabetização de adultos e idosos, com certeza, vai muito além do fator Educação. Ela assegura a verdadeira cidadania ao fazer com que os alunos conheçam, pela leitura e a escrita, seus direitos e deveres constitucionais. Assim, podem se posicionar de forma crítica e autônoma em relação a sua vida e a sociedade. E, somado isso, a Alfabetização Cidadã é ainda fator de Promoção da Saúde. Relatos apresentados neste trabalho mostram alunos que venceram a insônia, a solidão, a depressão e outros sintomas e doenças causados pela exclusão e pela marginalidade do analfabetismo. Conclusão: A luz do conhecimento vencendo a escuridão da ignorância, do medo e da exclusão. O aumento do poder de vida e dignidade para adultos e idosos em condição vulnerável. A cura de doenças e males por meio da claridade das letras e seus contextos. Estas são algumas das muitas faces do alcance do Projeto (constatadas pelas pesquisas realizadas neste trabalho), as quais comprovam o enorme potencial da alfabetização, mesmo que “tardia”, como agente de promoção da saúde. Email: [email protected] 179 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Psicopatas e suas diversas faces Nathália Freire Bandeira Ulysses Rodrigues de Castro Monique Almeida Vaz Vinícius Oliveira Domingues Francisca Joelma Rodrigues de Lima Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Os psicopatas não são psicóticos ou doentes mentais. São conhecidos pelo desprezo às obrigações sociais e pela falta de consideração aos sentimentos. Seus atos não resultam de uma mente perturbada, mas de uma racionalidade fria e calculista, sendo, portanto, interesse desse trabalho, reconhecê-los. Metodologia e fonte de dados: Realizou-se revisão bibliográfica em livros textos que versam sobre Psiquiatria Forense e artigos científicos disponíveis nas plataformas SciELO, PubMed, BVS e LILACS. Foram utilizadas as seguintes palavras-chave para a busca: psicopatas, diagnóstico e escala Hare. Discussão: As características mais notórias dos indivíduos psicopatas são o egocentrismo, frieza, insensibilidade, manipulação, transgressão às regras sociais, e apesar de saberem exatamente o que estão fazendo, não aprendem com as experiências, por serem desprovidos de sentimento de empatia, culpa ou remorso. A necessidade em reconhecê-los perpassa pelo Direito Jurídico em face à criminalização de seus atos e pelo estudo de seus critérios diagnósticos, por vezes, tão complicados. No DSM-5 (2014), a classificação se dá por Transtorno de Personalidade Antissocial, “(...) um padrão global de indiferença e violação dos direitos dos outros, o qual surge na infância ou no início da adolescência e continua na idade adulta” (p. 659). Já Robert Hare, especialista canadense em psicologia criminal e psicopatia, criou o Psychopathy Checklist (PCL), que gera um perfil rico e detalhado para este transtorno de personalidade. Tal escala elenca vinte características referentes aos psicopatas e, utilizando uma pontuação para cada sintoma listado com julgamento clínico de um especialista foi determinado um mínimo de escore que, ao ser atingido, configura a psicopatia do indivíduo. Tem sido o meio mais utilizado para diagnóstico de psicopatia e o primeiro exame padronizado exclusivo para o uso no sistema penal do Brasil. Conclusão: A avaliação de transtornos de personalidade tem sido um desafio para a Psicologia Forense, pelo falta de instrumentos para avaliação e, também, devido à tendência em negar ou manipular os atributos pessoais, característica fundamental do Transtorno de Personalidade Antissocial e/ou traços psicopatas. Por isso, a importância da utilização de instrumentos de avaliação psicológica para o trabalho com psicopatas. Email: [email protected] 180 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Psoríase pustulosa generalizada da gestação: um risco materno-fetal Monique Almeida Vaz Izabela Rodrigues Figueiredo Ana Raquel Souza de Azevedo Larissa Araújo Dutra de Carvalho Ana Raquel Nascimento Lawall Fábio Santana dos Passos Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Analisar as complicações materno-fetais da Psoríase Pustulosa Generalizada (PPG) da gestação, também conhecida como impetigo herpetiforme, destacando seus fatores clínicos e diagnósticos, e ressaltar a importância do tema na avaliação pré-natal. Metodologia e fonte de dados: Foi realizada uma revisão bibliográfica em artigos científicos no período de 2010-2015, indexados nas bases de dados PubMed, BIREME e SciELO, utilizando os descritores "Generalized pustular psoriasis of pregnancy" e "Maternal and fetal outcomes". Foram obtidos 22 resultados, sendo incluídos 8 artigos que se adequaram aos critérios de seleção. Discussão: A psoríase pustulosa generalizada da gestação é uma dermatose rara, descrita por Von Hebra no século XIX. Sua etiopatogenia permanece desconhecida, porém estudos sugerem associação com hipotireoidismo e hipocalcemia, observada em alguns casos. Quanto à clínica, apresenta-se comumente no terceiro trimestre gestacional como lesões agrupadas, eritematopustulosas, que atingem inicialmente as dobras cutâneas, com evolução crostosa. Sua disseminação é centrífuga, com acometimento difuso, e poupa áreas palmo-plantares e face. O quadro crítico relaciona-se à sintomatologia de astenia profusa, febre alta, náuseas, vômitos, diarreia, desidratação, taquicardia, artralgia, delírio e convulsões, suscitando queda do estado geral da gestante. Os exames laboratoriais evidenciam leucocitose, aumento de velocidade de hemossedimentação, e os níveis de cálcio, fosfato, albumina e vitamina D podem estar reduzidos. O diagnóstico é confirmado através da análise histopatológica obtida por biopsia. A relação entre PPG e o prognóstico fetal é desfavorável, havendo variações das casuísticas dos estudos, que apontam cerca de 88% de decesso perinatal. Os indicativos de pior prognóstico são restrição de crescimento intrauterino e índice de líquido amniótico menor que cinco, que indicam insuficiência placentária e diminuição do fluxo viloso interplacentário. Em sua maioria, as lesões regridem no puerpério. Conclusão: Verifica-se que a PPG da gestação apresenta potenciais complicações materno-fetais. Assim, a monitoração do feto é imprescindível para detectar sofrimento fetal e realizar a intervenção precoce, que pode incluir a indução de parto eletiva. Ressalta-se que há grande chance de recorrência da dermatose nas gestações futuras, com aparecimento no primeiro trimestre e pior a prognóstica do binômio gestante-concepto, necessitando de rigoroso acompanhamento no pré-natal. Email: [email protected] 181 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Recém-nascido portador de hidroanencefalia não diagnosticada no pré-natal com sobrevida de 29 dias Renato Nascimento Araújo Anna Paula Oliveira Machado Leandro Moreira Amaral Tiago Moisés dos Santos Dias de Oliveira Alexandre Gonçalves Barbosa de Castro Fernando Reis Esselin Melo Instituição: FACIPLAC-DF Objetivo: Relatar um caso de recém-nascido portador de hidroanencefalia que não foi diagnosticado no pré-natal, no intuito de evidenciar e discutir as alterações do desenvolvimento intrauterino que podem levar à hidroanencefalia. Descrição do caso: No dia 26/03/15 nasceu na Unidade de Ginecologia e Obstetrícia do HRG-DF, de parto cesáreo (parada de progressão), um RN do sexo masculino, a termo, GIG, peso 4185g, PC: 37cm, TS: O+, apresentando desconforto respiratório, asfixia perinatal leve e fácies sindrômica. Ao nascer não chorou e necessitou de VPP, obtendo melhora, mas evoluiu com gemência. Mãe TS: O+, iniciou o pré-natal do 3° trimestre, com todas sorologias normais. Ao exame físico do RN: IG: 38sem+2d (Capurro); icterícia (2+/4 - Zona 3 de Kramer); cavalgamento de suturas; bossa serossanguínea grande; desvio de ambos globos oculares; criptorquidia bilateral; reflexos neurológicos presentes mas diminuídos. Foi solicitado parecer da Neurologia e Genética devido ao quadro apresentado; sendo realizados US transfontanelar e TC de crânio, evidenciando Hidroanencefalia. RN evoluiu mantendo o mesmo quadro e veio a óbito no 29° dia de vida. Discussão: A anencefalia é a forma letal mais comum de malformação do Sistema Nervoso Central, onde o feto anencéfalo a termo pode ser natimorto ou viver por algumas horas ou dias. No Brasil a incidência é de cerca de 18 casos para cada 10.000 nascidos vivos. Apesar de o embrião estar bem protegido no útero, alguns teratógenos podem causar perturbações no desenvolvimento após a exposição ou contato direto da mãe aos mesmos. Fatores ambientais tais como infecções e drogas, podem simular condições genéticas, sendo os órgãos as partes do embrião mais sensíveis durante o período de diferenciação. A deficiência do ácido fólico durante a gestação pode ocasionar danos na formação da medula espinhal e cérebro, levando ao aparecimento da anencefalia. Vale ressaltar que é incomum um hidroanencéfalo sobreviver por 29 dias como o deste relato de caso. Conclusão: Com o presente relato de caso foi possível concluir que existem vários fatores que podem ocasionar o aparecimento de anencefalia, dentre eles estão: radiações, vírus, administrações de determinadas drogas durante o período gestacional, contato direto com produtos tóxicos, sendo o fator de risco mais importante, a ausência de ácido fólico no metabolismo das mães gestantes; o qual provavelmente é ocasionado pela não absorção deste elemento pelo organismo ou até pelo alto índice de desnutrição. Email: [email protected] 182 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Refluxo Vesicoureteral: revisão bibliográfica Kellen Karenine Pinho De Medeiros Marcelo Ribeiro Artiaga Wendel Silva Issi Rebeca Marques Margoto Isac César Roldão Leite Paulo Juvêncio Gomes Tubino Instituição: Faciplac Objetivo: Apresentar de forma clara ao publico acadêmico e médico os dados coletados sobre Refluxo Vesicoureteral de forma a obter uma sustentação teórica para discutir o tema e o problema de pesquisa, apontando e discutindo possíveis soluções, diagnósticos e tratamentos para a doença. Metodologia e fonte de dados: Análise sistemática de artigos publicados em revistas científicas e o livro Tubino P, Alves E. Pediatria Cirúrgica: diagnóstico e tratamento. Brasília: Universidade de Brasília; 2003. Discussão: O refluxo vesicoureteral ocorre quando existe um fluxo retrógrado de urina da bexiga para o trato urinário superior. Acomete cerca de 25 a 50% das crianças com infecção do trato urinário sintomática.É o distúrbio congênito das vias urinárias mais comum na infância. Apresenta característica hereditária, pois ocorre em até 45% de irmãos de pacientes portadores de refluxo e em até 66% dos filhos de genitores que tiveram o problema. O ureter percorre um trajeto oblíquo através da parede da bexiga. Há uma tunelização na submucosa, sendo envolvido pela bainha de Waldeyer (tecido fibroso frouxo). Nesse processo, ocorre perda gradual da sua musculatura, que participa da formação do trígono vesical. Assim, durante a micção, ocorre contração da musculatura do trígono, fazendo com que o ureter se alongue. Esse processo de tunelizaçao é o principal fator para evitar refluxo. O tipo de refluxo mais comum é resultante de um defeito da junção ureterovesical. O segmento submucoso do ureter é congenitamente mais curto e/ou mal posicionado. Assim, o funcionamento do mecanismo anti-refluxo fica comprometido. O quadro clinico de infecção urinária recorrente em crianças é um forte indicativo. Já a confirmação do diagnóstico é radiológica, pela cistouretrografia. O tratamento pode ser clínico, com profilaxia antimicrobiana ou cirúrgico, com a técnica de Gregoir,Leadbetter-Politano ou Cohen. Conclusão: O refluxo vesicoureteral é o distúrbio congênito das vias urinárias mais comum na infância. Assim, o estudo aprofundado do tema é de muita importância na prática médica, pois é primordial prevenir lesões renais decorrentes desse refluxo. Email: [email protected] 183 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Relação da via de parto com o tempo para alta hospitalar de recém-nascidos pré-termo Murilo Neves de Queiroz Tabatha Gonçalves Andrade Castelo Branco Gomes Paulo Batista dos Reis Netto Leonardo dos Santos Ferreira Vinícius Neves Bezerra Alessandra de Cássia Gonçalves Moreira Instituição: Escola Superior de Ciências da Saúde Objetivo: O presente trabalho, realizado no Hospital Materno Infantil de Brasilia (HMIB), tem como objetivo: apontar a diferença entre o número de dias de internação hospitalar dos bebês prematuros nascidos de parto espontâneo e os nascidos de parto cesáreo nesta unidade. Material e métodos: Foram selecionados todos os recém-nascidos prematuros, com idade gestacional entre 24 semanas e 36 semanas e 6 dias, nascidos no HMIB, no período de março de 2013 a setembro de 2014. Os dados foram obtidos por pesquisa na base eletrônica TrakCare, e feito acompanhamento da situação dos bebês pelo sistema eletrônico até sua alta hospitalar. Após a coleta dos dados, esses foram analisados usando o programa Epi info. Os critérios de exclusão foram: malformações fetais, tabagismo materno, gestação múltipla, hemorragia de 2º e 3º trimestre, diabetes mellitus, natimorto, peso incompatível com a idade gestacional, permanência hospitalar superior a 30 dias e patologia neonatal grave. Este estudo foi submetido ao Comitê de Ética. Discussão: Dos 264 recém-nascidos incluídos na pesquisa, 139 nasceram de parto cesáreo e 125 de parto espontâneo. No grupo em que foi realizado cesariana, o tempo médio de internação dos prematuros foi de 17,10 dias. Por outro lado, nos bebês nascidos de parto espontâneo, o tempo de internação foi em média de 11,65 dias. Identificamos uma diferença maior que cinco dias no tempo de internação hospitalar comparando apenas a via de parto no HMIB. É sabido que a cesariana é um recurso valioso para salvar vidas e não deve ser temida quando bem indicada. No entanto, o nascimento via parto cesáreo foi relacionado a um maior tempo médio de internação dos recémnascidos prematuros no hospital citado segundo este estudo. Conclusão: Diante dos dados obtidos, pode-se observar que provavelmente há uma correlação entre a via de parto e a evolução do recém-nascido. Entretanto, em nosso estudo não foram registrados os motivos pelos quais a equipe obstétrica optou pelo parto via alta. Apesar disso, ainda é real a alta prevalência de partos cesáreos, sendo superior aos partos normais entre os nascimentos de prematuro na unidade. Email: [email protected] 184 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Relação do grau de escolaridade da gestante e o tempo de internação hospitalar para recémnascidos Murilo Neves de Queiroz Tabatha Gonçalves Andrade Castelo Branco Gomes Paulo Batista dos Reis Netto Leonardo dos Santos Ferreira Vinícius Neves Bezerra Alessandra de Cássia Gonçalves Moreira Instituição: Escola Superior de Ciências da Saúde Objetivo: O trabalho tem como principal objetivo relacionar a variável educação materna com sua influência na saúde do recém-nascido prematuro; buscando comparar o grau de escolaridade das mães com o tempo de permanência hospitalar de seus filhos recém-nascidos, logo após o parto. Material e métodos: Foram selecionados todos os recém-nascidos prematuros, com idade gestacional entre 24 semanas e 36 semanas e 6 dias, nascidos no Hospital Materno Infantil de Brasilia (HMIB), no período de março de 2013 a setembro de 2014. Os dados foram obtidos por pesquisa na base eletrônica TrakCare e entrevista materna (após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido) dirigida antes da alta dos bebês. A escolaridade materna foi dividida em três grupos: 6ª à 9ª série, ensino médio e superior incompleto. Os critérios de exclusão foram malformações fetais, tabagismo materno, gestação múltipla, hemorragia de 2º e 3º trimestres, diabetes mellitus, natimorto, permanência hospitalar superior a 30 dias e patologia neonatal grave. Este estudo foi submetido ao Comitê de Ética. Discussão: Obtivemos uma amostra de 165 pacientes, sendo 44 com ensino fundamental completo, 99 com ensino médio completo e 22 com ensino superior incompleto. No primeiro grupo, houve uma média de permanência hospitalar do recém-nascido de 8,3 dias; no segundo, 7,2 dias e no terceiro, 6,9 dias. Comparando a mediana do tempo de internação hospitalar entre o primeiro e o segundo grupo, obtemos 7 e 5 dias, respectivamente. O estudo mostrou que filhos prematuros de mães com apenas o ensino fundamental permanecem, em média, um dia a mais do que a de filhos pré-termos de mães com o ensino médio completo. Há diversos fatores de risco maternos implicados na prematuridade, porém quanto maior for o grau de escolaridade da gestante menor tende a ser o tempo de permanência do pré-termo no hospital. A prematuridade é um problema de saúde pública complexo devido à inter-relação existente entre os diversos fatores de risco desencadeantes desse evento, demonstrando assim a importância da educação em saúde. Conclusão: A educação e a saúde pública tem uma relação grandiosa. Melhorar o nível de educação de um país incide até mesmo sobre o planejamento familiar. A educação possibilita, além de maior acesso às redes de cuidado, mais informações sobre como prevenir determinadas doenças na gestação. Dessa forma, o investimento em educação colabora para uma menor média de permanência hospitalar pós-parto de bebês prematuros, como visto no estudo. Email: [email protected] 185 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Relação Médico-Paciente Idoso nos filmes Mariana de Oliveira Lobo Fernanda Caroline Moura Garcez Lucy Gomes Vianna Armando José China Bezerra Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Expor a relação médico-paciente idoso em seus diferentes aspectos abordados nos filmes nacionais e internacionais, identificando as expectativas socioculturais referentes ao atendimento tanto na visão do paciente, quanto na de seus familiares, durante o exercício profissional da Medicina. Metodologia e fontes dos dados: método exploratório, com consulta a base de dados, dissertações e filmografia nacional e internacional. Foram pesquisados os sites www.cinema10.com.br, www.adorocinema.com, www.filmesdecinema.com.br, www.cineplayers.com, www.cineclick.com.br. Na busca, sem limitação de período de tempo, utilizaram-se as seguintes palavras-chave: “idoso”,“relação médico-paciente",“relação médico-paciente-idoso”, "envelhecimento e atendimento médico". Discussão: No exercício da Medicina, nota-se, cada vez mais, a necessidade dos médicos de privilegiar sentimentos e valores dos pacientes idosos e de seus familiares, estimulando a reflexão para a tomada de decisões em conjunto. O cuidado do paciente idoso requer o estabelecimento de uma relação de confiança mútua mais delicada, porque o acolhimento personalizado deve ir além da conduta terapêutica, abordando de forma holística, tanto a vertente patológica quanto a vertente emocional do idoso que, muitas vezes, encontra-se fragilizado por estar deslocado socialmente e com menor autonomia para realizar as atividades que antes lhe eram comuns. "O exótico Hotel Marigold", "Almoço em Agosto", "Um golpe do destino","A minha versão do Amor", "Poesia", "Álbum de Família", "Patch Adams - O Amor é Contagioso" trazem cenas importantes e reveladoras a respeito de fatores essenciais para que o médico consiga estabelecer o devido diagnóstico e possa proporcionar o bem-estar buscado pelo paciente-idoso. Conclusão: "O remédio mais usado em medicina é o próprio médico, o qual, como os demais medicamentos, precisa ser conhecido em sua posologia, reações colaterais e toxicidade"(BALINT,1960). O autor, em seu trabalho “remédio-médico” desloca o profissional de um papel apenas passivo à ativo, desde que na “dose” certa. Esse pensamento se soma às evidências trazidas pelas análises dos filmes listados e concretiza-se como ferramenta de engrandecimento humano e renovação de conhecimento científico. Email: [email protected] 186 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Relato de caso: Mixoma biatrial gigante e comunicação interatrial tipo ostium secundum Thais Reggiani Cintra Diego Vinícius Gonçalves Santana Ricardo Barros Corso Isaac Azevedo Silva Helmgton José Brito de Souza Frederico Moraes Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Relatar um caso de mixoma atrial esquerdo gigante sintomático associado à comunicação interatrial tipo ostium secundum, com comprometimento concomitante do átrio direito. Descrição do caso: Mulher, 65 anos, hipertensa, diabética, obesa, com passado de sopro cardíaco de longa data. Apresentou quadro de insuficiência cardíaca congestiva esquerda rapidamente progressiva, com sinais de pré-edema agudo de pulmões, sendo internada via emergência cardiológica em março de 2014. Ecocardiograma revelou grande massa tumoral obstrutiva em átrio esquerdo, sugestiva de mixoma gigante, com 70 por 46 mm de diâmetros. O tumor ultrapassava e obstruía o anel da valva mitral. Havia também hipertensão arterial pulmonar com PSAP de 75 mmHg e insuficiência valvar tricúspide severa. Cateterismo cardíaco confirmou os achados ecocardiográficos. Discussão: O mixoma é o tumor cardíaco primário benigno mais comum e o átrio esquerdo é a localização mais freqüente. Os mixomas podem comprometer qualquer câmara ou estrutura cardíaca. Diagnosticou-se no intra-operatório comunicação interatrial (CIA) tipo ostium secundum com cerca de 10 mm, com passagem parcial do mixoma esquerdo para a cavidade atrial direita, com oclusão total da CIA. O mixoma esquerdo originava-se do bordo inferior do septo interatrial, junto à comissura posterior da valva mitral. A exérese da base do mixoma com margem de segurança e a reconstrução do septo interatrial resultaram em comprometimento definitivo do nó atrioventricular. Foram realizadas a plastia das valvas mitral, tricúspide, atriosseptoplastia com retalho de pericárdio bovino e implante de marcapasso definitivo epimiocárdico de dupla câmara. Não houve complicações pós-operatórias maiores. Conclusão: O diagnóstico ecocardiográfico de comunicação interatrial na presença de mixoma atrial esquerdo gigante é dificultada pelo bloqueio do fluxo sanguíneo transeptal presente na rara associação descrita neste caso. Email: [email protected] 187 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Relato de Caso: Prolapso de Órgão Pélvico Associado à Gestação Daniela Vinhaes dos Reis Larissa Araújo Dutra de Carvalho Natália Cristina Moreira Neves Natália Pierdoná Nathália Gomes Mialichi Rachel Costa Vinhaes dos Reis Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Relatar um caso sobre prolapso genital em paciente que já possuía prole definida e que no momento da cirurgia de tratamento descobriu uma gravidez inesperada em curso. Listar os fatores de risco para o prolapso genital e fazer uma revisão da literatura sobre a epidemiologia desse quadro clínico. Descrição do caso: J.M.J.M., feminino, 38 anos, casada, doméstica. Paciente refere sensação de peso na vagina com urgência miccional, incontinência urinária aos esforços e polaciúria há 6 meses. Nos antecedentes obstétricos, refere quatro gestações, sendo dois partos normais e dois abortos com curetagem; e data da última menstruação em 02/12/2014. Ao exame físico, apresentava-se em bom estado geral, genitália adequada a ectoscopia, colo impérvio, útero de tamanho adequado e indolor à mobilização, anexos livres. Ao ultrassom foi visto um cisto simples em ovário direito, o resultado da colpocitologia oncótica foi negativo para malignidade e o resultado do Beta-HCG foi negativo. A cirurgia terapêutica foi agendada; porém, o procedimento foi postergado devido à possibilidade, ainda que pequena, de gravidez incipiente. O diagnóstico de gestação foi confirmado e a paciente foi encaminhada para o pré-natal. Discussão: O prolapso genital consiste na herniação de conteúdo pélvico e/ou intraperitoneal no canal vaginal ou para fora dele. Caracteriza-se por sinais e sintomas específicos e resulta de uma combinação de diversos fatores. Sendo que, dentre os fatores de risco estabelecidos podemos citar idade avançada, obesidade, multiparidade, quantidade de partos normais ou cesarianas, uso de fórcipe e vácuo-extrator, episiotomia, peso do recém-nascido, história familiar, histerectomia, correção de distopia genital por meio de cirurgias prévias, doenças do colágeno e tosse crônica. Estima-se que o prolapso genital tenha a prevalência de 21,7% em mulheres de 18 a 83 anos e de 30% em mulheres de 50 a 89 anos. Esse quadro representa uma importante causa de redução da qualidade de vida e prejuízo da autoestima da mulher, gerando impactos na vida sexual e consequências tanto psicológicas quanto sociais. Conclusão: O prolapso genital é um problema de saúde pública; visto que, sua prevalência aumenta nitidamente com a idade e que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, desde 1970 a população está envelhecendo. O que consiste em cada vez um número maior de mulheres com prolapso genital. Esse quadro, relacionado a fatores genéticos e ambientais, merece atenção quanto a sua prevenção pela intervenção em fatores de risco que podem ser alterados, como IMC elevado e macrossomia fetal. Email: [email protected] 188 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Relatos da Doença de Parkinson na História da Medicina Aline Silva Valadares Larissa Silva Valadares Lucas do Carmo Souza Juliana da Luz Araújo Gabriella Maria Lucena Viana Armando José China Bezerra Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Conhecer os principais relatos da Doença de Parkinson na história bem como a influência de James Parkinson na descrição dos sintomas dessa enfermidade. Metodologia e fonte de dados: O trabalho realizado seguiu os preceitos do estudo exploratório, por meio de uma pesquisa bibliográfica desenvolvida a partir de uma busca em artigos eletrônicos indexados ao LILACS – Bireme, utilizando-se os descritores “Doença de Parkinson”, "História da Doença de Parkinson", "James Parkinson". Também utilizou‐se como fonte a Bíblia. Discussão: O médico inglês James Parkinson (1755-1824) publicou uma série de trabalhos em diversas áreas. No entanto, seu trabalho mais famoso, An Essay on the Shaking Palsy, foi publicado em 1817, no qual apresentava descrição detalhada dos sintomas da doença que posteriormente viria a receber seu nome. No geral, sua publicação foi bem recebida na comunidade médica. A primeira revisão aparece em 1818, no The London Medical Journal, com recomendação de leitura apesar das críticas sobre a localização e a causa da doença. Contudo, em 1870, Charcot, pai da neurologia, sugeriu o nome “Doença de Parkinson”. Na história, a descrição mais antiga dos sintomas da Doença de Parkinson foi feita por uma civilização na Índia em 5000 aC., tendo sido descritos sintomas de uma doença denominada Kampavata e com indicação do uso da leguminosa Mucunapuriens para tratamento. Em 500 a.C., fora feita descrição dos sintomas em textos chineses mundialmente conhecidos. Galeno e Leonardo da Vinci também descreveram os sintomas da doença. Existem descrições de sintomas na Bíblia, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, tendo sido feita por Lucas (Lucas 13:11) a descrição mais relacionada com a doença. Em 1763, François B. S. de La Croix forneceu uma das descrições mais claras a respeito da enfermidade. Suas observações, juntamente com as de outros personagens, foram citadas por James Parkinson. Conclusão: Desde 5000 a.C. são observadas descrições dos sintomas da Doença de Parkinson na história, tendo Galeno, Leonardo da Vinci e até mesmo o discípulo Lucas sido alguns dos contribuintes com a descrição dos sintomas da mesma. Entretanto, foi o médico inglês James Parkinson a figura revolucionária e fundamental na descrição detalhada dos sintomas da doença que posteriormente viria a receber o seu nome, quando, em 1817, publicou seu trabalho mais famoso cujo título é An Essay on the Shaking Palsy. Email: [email protected] 189 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Repercussões dos fatores estressores durante a infância na saúde mental do adulto Bruna Gabriel Heinen Ludmila Borges E. Canabrava Greice de Campos Oliveira Raphaela Mendes Moreira Camila Dias Rodrigues Daniele Oliveira F. da Silva Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Relacionar os diferentes traumas e eventos estressores, ocorridos na infância, com distúrbios emocionais, cognitivos e comportamentais presentes na vida adulta, e discutir sobre as mudanças fisiológicas responsáveis pelo possível aparecimento dos transtornos psiquiátricos. Metodologia e fonte de dados: A revisão de literatura foi feita através de busca eletrônica em bases de dados como MEDLINE, LILACS, BIREME e PUBMED com as palavras-chave "trauma na infância" e "transtornos psiquiátricos". Foram utilizados 15 artigos publicados em revistas nacionais e internacionais entre 2003 e 2014 e selecionados conforme a procedência e a fidedignidade dos estudos. Discussão: A infância constitui um período crítico do desenvolvimento humano, pois é marcada pela formação das estruturas cerebrais e da função cognitiva. Portanto, a exposição precoce a eventos estressores por longa duração e grande magnitude, combinado a uma predisposição genética, pode gerar uma heterogeneidade de respostas emocionais, cognitivas e comportamentais na vida adulta. Essas respostas variam desde a resiliência ao desenvolvimento de sequelas crônicas, como o risco aumentado de desenvolver depressão, transtorno bipolar, transtorno obsessivo compulsivo, transtorno do pânico e abuso de substâncias na vida adulta. Além disso, o tipo de trauma vivido durante a infância, como abuso físico, emocional ou sexual, negligência física ou emocional, está diretamente relacionado com o tipo de resposta do indivíduo e com a evolução da doença para transtornos psiquiátricos. A teoria aceita sobre a relação dos eventos estressores ocorridos na infância e a saúde mental na vida adulta é a alteração do eixo Hipotálamo-Pituitária-Adrenal. De acordo com essa teoria, em indivíduos geneticamente predispostos, o estímulo estressor contínuo durante a infância incapacita o feedback negativo sobre a liberação de hormônios liberadores de corticotrofina. Desse modo, o nível sérico de cortisol permanece constantemente elevado, justificando o aparecimento de transtornos mentais em indivíduos vulneráveis. Conclusão: Há uma variedade de estudos retrospectivos demonstrando a relação entre maus tratos infantis e a deterioração da saúde física e mental na vida adulta, porém, os trabalhos contam com limitações, como o viés de memória e a dificuldade em abordar o abuso sexual. Apesar disso, a influência de fatores estressores da infância na vida adulta é significativa e evidencia a importância da prevenção de maus tratos infantis e a inserção precoce em psicoterapia para a superação de experiências traumáticas. Email: [email protected] 190 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Resposta endócrina, metabólica e imunológica ao trauma: consequências, prevenção e tratamento Gustavo Henrique Campos de Sousa Iasmin Côrtes Mânica Teles Gibran Antônio Garcia Daher Janayna Patrícia Rodrigues Thamara de Oliveira Vasconcelos Andrea Zappalá Abdalla Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: A presente revisão de literatura tem como objetivo elucidar como ocorre a resposta endócrina, metabólica e imunológica ao trauma (REMIT), o modo como essa resposta pode perpetuar-se, causando agressões intensas que podem levar ao óbito do indivíduo e como evitar sua intensificação. Metodologia e fonte de dados: O presente trabalho foi feito por meio de pesquisa nas seguintes bases de dados: PubMed, Lilacs e Bireme, onde foram utilizadas as palavras chave: resposta endócrina/imunológica/metabólica/orgânica ao trauma. Além disso, foram utilizados os livros: Tratado de anestesiologia SAESP, Cangiani, L.M, 7ª ed., 2011 e Sabiston Tratado de Cirurgia, Townsend, C.M, 18ª ed., 2010. Discussão: A capacidade de responder a determinadas agressões, sejam elas de natureza cirúrgica, traumática ou infecciosa é um componente fundamental apresentado pelos seres vivos. Essa reação de estresse visa aumentar a probabilidade do indivíduo sobreviver ao trauma. Essa resposta de modo ordenado envolve a manutenção do fluxo sanguíneo e da oferta de oxigênio para tecidos e órgãos, além da mobilização de substratos para utilização como fonte energética e para auxílio ao processo de cicatrização de feridas. A intensidade da resposta endócrina, metabólica e imunológica ao trauma (REMIT) é diretamente proporcional à intensidade da dor e a extensão da lesão. Contudo, uma lesão grave, como observada em pacientes politraumatizados e em grandes queimados, pode desencadear uma resposta intensa e duradoura que provoca deterioração dos processos reguladores do hospedeiro e impede a recuperação das funções celulares e de órgãos. Na ausência de intervenção terapêutica, pode levar à falência múltipla de órgãos e óbito. Felizmente, a REMIT pode ser modulada através da anestesia, principalmente a peridural, que irá diminuir a dor e, consequentemente, diminuir a resposta endócrina. Além disso, a realização de cirurgia por via laparoscópica, onde a extensão da lesão é menor, diminui consideravelmente a resposta imune ao trauma. Conclusão: Devido ao grande impacto na saúde que o trauma representa, seja ele de natureza cirúrgica, infecciosa ou acidental é de extrema importância que os profissionais da saúde saibam como modular a REMIT para que ela sempre aconteça de modo fisiológico, ou seja, sem desencadear uma resposta nociva ao indivíduo. Além disso, na vigência de uma resposta exacerbada, é imprescindível que seja mantida o nível basal de oxigênio, glicose e hidratação para que essa resposta volte a níveis fisiológicos. Email: [email protected] 191 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Revisão de Literatura: Tireoidite de Hashimoto Tayane Oliveira Pires Marianna Miotto Cintra André Moraes Nicola Brunna Joyce Borges de Lacerda Maisa da Silva Dulci Medeiros Matheus Castilho Côrrea Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Realizar uma revisão sobre as principais características da Tireoidite de Hashimoto com ênfase nos sinais, sintomas, diagnóstico e tratamento. Metodologia e fonte de dados: Com o intuito de obter informações para a realização desse trabalho, foram pesquisados artigos na base de dados do Scielo, Pubmed e Bireme. Discussão: A tireoidite de Hashimoto (TH) é uma doença auto-imune caracterizada por uma redução da quantidade do hormônios tireoidianos (T3 e T4) , infiltrado linfocitário, aumento da taxa de hormônio estimulante da tiróide (TSH) e produção de anticorpos contra tireoglobulina (TG) e tireoperoxidase (TPO). Ela foi primeiramente descrita pelo médico japonês, Hakura Hashimoto, em 1912 em um estudo com quatro mulheres que apresentavam bócio assintomático e infiltração linfoplasmática. A etiologia da TH ainda não está esclarecida, porém sabe-se que está relacionada à predisposição genética e fatores ambientais como a grande ingestão de iodo. A TH tem prevalência entre mulheres de 45 a 60 anos de idade e acomete mais o sexo feminino que o masculino. O quadro clínico do paciente com TH pode apresentar bócio, astenia , pele seca , disfonia , hipoacusia , artralgia dentre outros sinais e sintomas. O diagnóstico é realizado durante a anamnese com os relatos do paciente, depois no exame físico com a procura do bócio. Em seguida, com uso de exames laboratoriais de TSH , T4 livre e anticorpos TG e TPO. O tratamento é feito com dose diária de levotiroxina. O paciente portador dessa patologia deve ir ao endocrinologista a cada seis meses para uma reavaliação do quadro clínico dele. Conclusão: A Tireoidite de Hashimoto é a causa mais comum de hipotireoidismo no Brasil e a forma de tireoidite mais frequente. Ela acomete em torno de 5% da população adulta e sua incidência tem aumentado. Nos casos de TH, é comum a associação com outras doenças autoimunes e com adenomas ou carcinomas tireoidianos. Por isso, é interessante que o profissional da saúde conheça os sintomas, diagnóstico e tratamento dessa patologia. Email: [email protected] 192 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Revisão sobre o tratamento do transtorno de personalidade Borderline Berta Vaz Andrade de Faria Pereira Gabriela Cavalcante Pires Basto Ana Carolina Ferreira Borges Raquel Scafuto Barbosa de Castro Sylvia Gabriela Telles Chicarino Mauri Caldeira Reis Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O objetivo deste artigo é realizar uma revisão dos pontos mais importantes do tratamento do transtorno de personalidade Borderline (TPB). Esse transtorno não apresenta um tratamento bem definido, por isso buscamos um melhor entendimento sobre um assunto tão pertinente. Metodologia e fonte de dados: Para essa revisão foram realizadas buscas utilizando as bases de dados on-line PubMed (Public Medicine), LILACS (Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e SciELO (Scientific Electronic Li brary On line). Os artigos de revisão utilizados foram publicados no período de 2002 a 2010 e disponíveis nas bases de dados citadas. Discussão: O TPB pode ser definido como um intermediário entre a insanidade e a lucidez, possuindo um padrão característico relacionado à instabilidade no controle de impulsos, regulação do afeto, na imagem de si mesmo e nos relacionamentos interpessoais. Atinge de 1% a 2% da população em geral, acometendo mais mulheres. Baseados na hipótese de que a sintomatologia da doença está ligada a disfunções orgânicas, é defendido o uso de psicofármacos como a oxcarbazepina para o tratamento da impulsividade, instabilidade afetiva e relações interpessoais. Estudos mostram que os tratamentos farmacológicos são pouco efetivos. A maior eficácia no tratamento ocorre com os programas de psicoterapias. O tratamento psicodinâmico, também chamado de psicanalítico, em pesquisa com pacientes internados, conseguiu reduzir sintomas depressivos, o número de tentativas de suicídio e agressão, os dias de internação e melhorar o funcionamento interpessoal e social. A terapia comportamental, por outro lado, é representada pelo tratamento dialético-comportamental (TDC), uma espécie de terapia em grupo focada no sintoma. Os principais objetivos do TDC são aprimoramento das habilidades comportamentais, ensinando táticas específicas para regular as emoções, aumentar a motivação para mudanças e estruturar o ambiente. As psicoterapias exigem uma assistência continuada, pois o paciente tem alto risco de recaídas. Conclusão: Todos os estudos apontam como fundamental que o indivíduo com TPB tome ciência de seu distúrbio para que se consiga uma boa adesão tanto na psicoterapia como na farmacoterapia e tenha um melhor prognóstico. A participação e entendimento da doença e das suas consequências sócio comportamentais pela família ou cuidador do indivíduo que sofre de TPB. Email: [email protected] 193 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Revisão Sobre Retinose Pigmentar Gabriela Cavalcante Pires Basto Basto Berta Vaz Andrade de Faria Pereira Ana Carolina Borges Garcia Raissa Figueiredo Lacerda Raquel Scafuto Barbosa de Castro Benedito Antônio de Sousa Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O objetivo deste artigo é realizar uma revisão dos pontos mais importantes da retinose pigmentar (RP), como a epidemiologia, a fisiopatologia, o diagnóstico e o tratamento, caracterizando melhor os aspectos clínicos da doença. Buscamos disseminar esse assunto para um maior número de profissionais. Metodologia e fonte de dados: Para essa revisão foram escolhidos seis artigos científicos do ano de 2003 até o ano de 2013, buscando obter um maior número de informações sobre a doença. Todos os artigos foram analisados e retiramos os tópicos mais pertinentes sobre o assunto. As buscas foram realizadas utilizando as bases de dados on-line PubMed (Public Medicine), LILACS e SciELO. Discussão: Afeta, atualmente, 4% da população global, cerca de 1,5 milhões de pessoas, e sua incidência estimada é de 1:4000 indivíduos. Sendo a maior causa de cegueira na população economicamente ativa no Brasil e no mundo. Estima-se que no Brasil, existam cerca de 50.000 pessoas com o quadro de RP em manifestação e entre 2.250.000 e 3.600.000 portadores. A RP é uma distrofia retiniana com caráter hereditário, caracterizada pela destruição progressiva das células fotossensíveis, primeiramente os bastonetes, seguidos dos cones. A evolução da doença é lenta, mas de progressão incoercível. Como a degeneração dos cones é posterior, é possível que a acuidade visual central seja mantida até estágios avançados da doença. A patologia manifesta-se por cegueira noturna e sua principal característica é a perda visual progressiva, a qual pode ou não estar associada a outras doenças, como miopia, glaucoma e catarata, podendo evoluir para o descolamento de retina e amaurose. O diagnóstico da RP é feito pelo exame oftalmológico associado a exames complementares. A palidez em cera do disco óptico, a presença de pigmentos intra-retinianos em forma de espículas ósseas e o estreitamento arteriolar, formam a tríade clássica da RP. A RP está frequentemente associada com outras anormalidades sistêmicas, como as Síndromes de Usher e de Laurence-Moon-Biedl. Até o momento não há cura ou tratamento efetivo para RP. Conclusão: Muito ainda precisa ser estudado e pesquisado sobre a retinose pigmentar, pois conhecendo melhor a sua fisiopatogenia, a ciência terá mais chance de avançar nas pesquisas referentes ao seu tratamento. As terapias descritas atualmente ainda são paliativas, vez que a intimidade da evolução ainda carece de entendimentos. Email: [email protected] 194 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Revisão: Depressão Pós-AVC Bárbara Stephane de Medeiros Jerônimo Bruna Cabral de Melo Guimarães Natália Gontijo Ribeiro Renata Mayumi Hamaoka Marine Gontijo Freitas Daniele Oliveira Ferreira da Silva Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: No Brasil, o Acidente vascular cerebral (AVC) é a principal causa de morte e incapacidade física e mental. O objetivo deste trabalho é revisar a associação existente entre o AVC e a depressão, com enfoque em seu diagnóstico precoce, características clínicas, conduta terapêutica efetiva e prognóstico. Metodologia e fonte de dados: Foi realizado um levantamento bibliográfico que incluiu artigos científicos presentes nos portais Medline, CAPES, Lilacs e Scielo, utilizando-se as palavras-chave “AVC”, “depressão”, “acidente vascular cerebral” com seus correlatos na língua inglesa. Foram selecionados os trabalhos que corresponderam à pesquisa especificada. Discussão: O primeiro passo no tratamento ou prevenção seria entender o mecanismo fisiopatológico que liga acidente vascular cerebral e depressão. Os investigadores se dividem em dois campos de apoio opostos, alguns propõem um mecanismo biológico primário, outros um mecanismo psicossocial. Os infartos localizados no pólo frontal esquerdo e nos gânglios da base do hemisfério esquerdo estão associados a uma maior incidência e maior gravidade de depressão pós-AVC. Estima-se que de 10 a 34% dos pacientes que tiveram um AVC terão depressão. As características da depressão pós-AVC são similares às dos outros episódios depressivos e os sintomas aparecem em três áreas distintas: afetiva, somática e cognitiva. Os pacientes deprimidos apresentam um período de permanência hospitalar mais longo na fase aguda e um maior grau de comprometimento funcional ao ingressar no centro de reabilitação. Os tratamentos são destinados a reduzir a dependência física e atenuar os sintomas depressivos. Estudos sobre o tratamento biológico de depressão pós-AVC envolveram vários modos biológicos diferentes de tratamento: medicamentos antidepressivos, eletroconvulsoterapia (ECT) e psicoterapia. Mais de 60% dos pacientes respondem aos antidepressivos. A ECT é bem tolerada e efetiva, levando à melhora do humor. A psicoterapia utiliza terapia comportamental, cognitivo-comportamental e psicossocial. Conclusão: Depressão pós-AVC tem origem multifatorial e consistente com o modelo biopsicossocial de doença mental. Desordens de humor podem persistir em estágios crônicos da doença, isso indica que devem ser avaliados e revisados em pacientes pós-AVC. As repercussões negativas da depressão nos pacientes com AVC são muitas e, significativas, além de serem agravadas pelo subdiagnóstico. O tratamento com antidepressivos deve ser utilizado com cautela devido aos riscos de convulsão, queda e delirium. Email: [email protected] 195 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Rinites Não-alérgicas: aspectos clínicos, diagnósticos e terapêuticos Bárbara das Neves Linhares Larissa Neves Cordeiro Gomes Diderot Rodrigues Parreira Instituição: UCB/FACIPLAC Objetivo: Este artigo tem como objetivo fazer uma revisão bibliográfica das rinites não alérgicas, abordando aspectos clínicos, diagnósticos e terapêuticos, tendo em vista que as rinites não alérgicas frequentemente são subdiagnosticadas e incorretamente tratadas, podendo comprometer a qualidade de vida. Metodologia e fonte de dados: Trata‐se de uma revisão bibliográfica, realizada através de base eletrônica de dados (PubMed), utilizando-se os seguintes descritores: "nonallergic rhinitis", "allergic, diagnosis, treatment". Foram selecionados artigos de livre acesso. A pesquisa foi realizada no período de março a maio de 2015. Discussão: Rinite é a inflamação da mucosa de revestimento nasal, caracterizada por presença de sintomas como obstrução nasal, rinorréia, espirro, prurido. Esses sintomas podem ser agudos ou crônicos, leves ou debilitantes. Etiologicamente pode ser classificada em alérgica e não alérgica. Esta pode apresentar os mesmos sintomas que aquela, contudo não está relacionada a reação de hipersensibilidade do tipo 1, assim anti-histamínicos não possuem eficácia comprovada. A forma não-alérgica acomete cerca de 200 milhões de pessoas no mundo, entre seus subtipos, incluem a rinite vasomotora, medicamentosa, hormonal, atrófica, infecciosa, eosinofílica não alérgica. O diagnóstico de rinite depende principalmente da história clínica e do exame físico, que podem diferenciar a forma alérgica da não alérgica conforme sintomas predominantes, fatores desencadeantes, achados ao exame e doenças associadas. Exames complementares podem ser solicitados caso haja dúvida. O tratamento inclui evitar agentes desencadeadores, sendo a terapia de escolha esteróides nasais ou ipratrópio, dependendo dos sintomas preponderantes. Terapias adjuvantes ajudam a aliviar os sintomas. Estudos com terapias experimentais revelam melhora significativa dos sintomas, oferecendo alternativas aos pacientes que não respondem às terapias tradicionais. O tratamento cirúrgico pode ser indicado em casos selecionados. Conclusão: Apesar dos sintomas nas rinites serem semelhantes, os mecanismos fisiopatológicos e o tratamento diferem. Assim, faz-se necessário conhecer as inúmeras etiologias de rinite, para que o tratamento adequado seja estabelecido, a fim de proporcionar melhora da qualidade de vida do paciente e evitar comorbidades tais como a apnéia obstrutiva do sono, astenia e cefaléia; na infância, pode ainda estar associada a alterações comportamentais e dificuldade de aprendizagem. Email: [email protected] 196 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Ruptura espontânea de aneurisma de artéria cerebral comunicante posterior Karina Mezalira Carolina Lopes Iwakami Karlos Jennysson Sousa Soares Thiago Nunes Figueiredo Cabral Thiago Vicente Ferro Instituição: FACIPLAC Objetivo: Relatar um caso de aneurisma de artéria comunicante posterior que evoluiu com neurite do III par craniano e hemorragia subaracnóidea espontânea após rotura do aneurisma. Descrição do caso: Mulher, 42 anos, hipertensa, admitida com cefaleia holocraniana, evoluindo para fronto-orbital esquerda, moderada, contínua, melhora com analgésicos comuns, sem fatores de piora. Ao exame físico: ptose palpebral à esquerda e paresia do músculo reto superior. Tomografia computadorizada (TC) de crânio sem contraste normal. Com hipótese diagnóstica de aneurisma de artéria comunicante posterior esquerda com compressão do nervo oculomotor, prescrito repouso, analgesia, anti-hipertensivos e solicitado angiorressonância. No 4° dia de admissão, evoluiu com crise convulsiva tônico-clônico generalizada, Glasgow 6, foi sedada, entubada e submetida a nova TC, que evidenciou hemorragia subaracnóide em cisternas da base e perimesencefálica, fissura Sylviana bilateral e inter-hemisférica com dilatação do sistema ventricular. Encaminhada para UTI, em uso de drogas vasoativas. Evolui com sepse e óbito. Discussão: A causa mais comum de hemorragias subaracnóideas são as rupturas de aneurismas intracranianos (AI). Os aneurismas verdadeiros de artéria comunicante posterior são raros (0,12,8%). A etiologia de aneurismas, crescimento e ruptura permanecem controversos, mas evidências indicam que os fatores hemodinâmicos tem papel significativo. A clínica consiste em cefaleia de início súbito, às vezes associada a vômitos e perda transitória da consciência, crises convulsivas focais ou generalizadas e sinais de irritação meníngea, assim como a paciente descrita. O diagnóstico é feito por tomografia computadorizada ou exame do líquor. A maioria dos AI é assintomática. Alguns sinais de alerta podem indicar que um AI aumentou de volume e está prestes a romper-se, como a compressão do nervo oculomotor e aneurismas da artéria comunicante posterior, causando paralisia, ptose palpebral e dor ocular. Conclusão: A intervenção cirúrgica ou endovascular de um aneurisma íntegro é essencial para a sua cura sem que o mesmo deixe sequelas. O caráter assintomático dessa entidade muitas vezes impede que essa intervenção ocorra em tempo hábil. No caso do aneurisma de artéria comunicante posterior, a lesão do nervo oculomotor serve como um sinal de alerta que precede a sua ruptura. Nesses casos é preciso ficar atento a esses sinais e agir rapidamente evitando assim sua alta morbidade e mortalidade. Email: [email protected] 197 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Sarcoma de Kaposi e a Pandemia da AIDS Tayane Oliveira Pires Alisson Leandro Camillo Pereira Matheus Castilho Corrêa Luciana Cardoso Reis Helena Barroso Bernal Leandro Lucio de Aguiar Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Mostrar a importância do SK no contexto da pandemia da AIDS, afinal, essa neoplasia é a mais comum em HIV positivos. Dessa forma, incentivar a busca e a incorporação de novas descobertas quanto ao diagnóstico , mecanismo fisiopatológico e tratamento do Sarcoma de Kaposi. Metodologia e fonte de dados: Com o intuito de obter informações para a realização desse trabalho, foram pesquisados artigos na base de dados do Scielo e revistas das faculdades de medicina da Universidade estadual de São Paulo e universidade federal de Juiz de Fora. Discussão: O Sarcoma é um câncer que se desenvolve em tecidos conectivos como cartilagem, osso e vaso sanguíneo. Essa doença é classificada em 4 tipos: clássico, endêmico, introgênico e epidêmico. O epidêmico é o sarcoma que atinge pessoas infectadas pelo HIV e o que este trabalho abordará. Até a década de 80, o SK era considerado uma doença rara. No entanto, com a epidemia do HIV e por essa neoplasia ser uma doença definidora da AIDS, ela entrou em voga. Depois da inserção de inibidores de proteases, a incidência do SK em pacientes HIV positivos diminuiu, porém essa neoplasia continua sendo a mais comum em aidéticos. O SK epidêmico está relacionado a imunossupressão e infecção pelo vírus humano do tipo 8 (HHV-8). A forma de transmissão do HHV-8 é desconhecida, no entanto, estudos epidemiológicos apontam a relação sexual entre homossexuais como uma via de transmissão que precisa ser considerada. Afinal, cerca de 10,5% dos homens desse grupo possuem o HIV. Os fatores de risco associados ao comportamento desse grupo como promiscuidade e história de outras doenças sexualmente transmissíveis justificam essa soroprevalência. Independentemente da quantidade de células CD4+ e do comprometimento do sistema imune, essa neoplasia pode ser desenvolvida em qualquer fase da infecção pelo HIV. Para o diagnóstico de SK, é recomendado a realização de uma biópsia da lesão cutânea. Conclusão: Como o SK é uma doença definidora da AIDS, é interessante que o médico saiba diagnosticar essa neoplasia. O profissional também deve procurar o melhor manejo terapêutico para o caso de seu paciente buscando o controle de qualquer deficiência imunológica. Dessa forma, é importante conhecer as características dessa doença. Email: [email protected] 198 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Sarcoma de Kaposi Pulmonar- Relato de Caso Rayanne Garrido Monteiro de Andrade Maisa da Silva Dulci Medeiros Gibran Antônio Garcia Daher Raphaella Fiorillo de Araujo Ricardo Tavares Borges Marcel Monteiro Nunes Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O presente trabalho tem por objetivo relatar um caso de Sarcoma de Kaposi com acometimento pulmonar, tendo como provável sítio inicial de lesão as conjuntivas de um paciente HIV positivo portador de SIDA. Descrição do caso: D.D.S., 32 anos, masculino, pardo, solteiro, auxiliar administrativo, HIV positivo desde 2012, sem adesão ao tratamento. Alegava ainda diagnóstico prévio de Sarcoma de Kaposi há 7 meses em ambas as conjuntivas. Há 6 meses iniciou quadro de dispnéia aos médios esforços, que após 3 meses evoluiu progressivamente para dispnéia aos pequenos esforços. Além de tosse com escarros hemoptóicos, em torno de 30 ml, e dor torácica em base de ambos os pulmões, ventilatório dependente, em pontada, que tinha como fator de agravo a tosse e fator de melhora ao uso de dipirona. Referia como sintomas associados ortopnéia, dispnéia paroxística noturna e perda de peso. Foi atendido pela Infectologia do HRT no dia 16/10/2014. Uma semana após dar entrada no Hospital o paciente sucumbiu-se vítima de insuficiência respiratória, dois dias após o óbito foi confirmada a hipótese de Sarcoma de Kaposi Pulmonar. Discussão: O sarcoma de Kaposi é uma neoplasia multifocal associada ao HHV-8, transmitido principalmente por contato sexual. O quadro clínico cursa com lesões cutâneas nodulares, em geral de coloração vinhosa, e de ocorrência freqüente nas extremidades de MMII. Quando associado ao HIV, acomete principalmente cabeça, pescoço e tronco. O envolvimento ocular pode ocorrer, sendo bilateral em 50% dos casos e o tratamento consiste em quimioterapia ou imunoterapia sistêmica. Em cerca de 50% dos casos, essa neoplasia pode migrar para as vísceras, sendo que desse 20 a 50% acomete o pulmão. O SK pulmonar, raramente sítio inicial, se localiza em parênquima pulmonar, árvore brônquica ou pleura. A partir do diagnóstico de SK pulmonar, a sobrevida do paciente diminui consideravelmente de 28 para 6 meses, e o óbito ocorre por insuficiência respiratória. Conclusão: O Sarcoma de Kaposi é uma neoplasia vascular, relacionada à infecção pelo Herpes Vírus 8, de alta prevalência em pacientes com SIDA. Com o avanço da terapia anti-retroviral, casos com envolvimento sistêmico e respiratório são raramente vistos atualmente. Porém, na não adesão ao tratamento, esses ainda podem surgir, explanando a importância do TARV para melhorar a qualidade e expectativa de vida do paciente HIV positivo. Email: [email protected] 199 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Segurança entre bloqueios anestésicos em cirurgias oftalmológicas: uma revisão Ícaro Pinto Silva Arnaud Macedo de Oliveira Filho Alisson Leandro Camillo Pereira Guilherme Fleury Costa Mariana Quaresma Cavalcante Vinícius Oliveira Domingues Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Comparar, em pacientes submetidos a cirurgias oftalmológicas, qual o melhor tipo de bloqueio anestésico: retrobulbar ou peribulbar. Avaliar parâmetros com os dois tipos de bloqueios para saber as vantagens e desvantagens de cada opção terapêutica. Metodologia e fonte de dados: Busca na base de dados PubMed artigos de revisão com as palavras “anestesiology” e “ophthalmology” e protocolos de anestesia oftálmica. Em todos, foram analisados os parâmetros tempo de latência, acinesia ocular, necessidade de complementação do bloqueio, avaliação do conforto do paciente durante a anestesia e a incidência de complicações e intercorrências com os dois tipos de bloqueios. Discussão: Por muitos anos o “padrão-ouro” para a anestesia oftalmológica foi o bloqueio retrobulbar. Com o advento do bloqueio peribulbar, entretanto, a mesma tem sido mais usada para reduzir riscos de hematoma peri-orbital e diplopia pós-operatória causadas por bloqueios retrobulbares. O bloqueio retrobulbar posiciona a agulha mais próxima de estruturas a serem bloqueadas, necessita de menor volume anestésico, tem um tempo de latência menor e promove anestesia intensa e profunda em relação ao bloqueio peribulbar. Diferentemente do peribulbar, no bloqueio retrobulbar há necessidade de complemento de bloqueio para a acinesia palpebral, maior incidência de complicações e menor conforto ao paciente. Já o bloqueio peribulbar é realizado direcionando a agulha em um ângulo com menor acentuação e com menor penetração. Assim, o anestésico é injetado no espaço extraconal, se difunde para o nervo óptico e estabelece uma anestesia condutiva. Conclusão: O estudo mostrou que o bloqueio peribulbar é a melhor alternativa para os bloqueios oftalmológicos. O bloqueio peribulbar faz com que haja uma maior segurança nos procedimentos realizados devido a menor penetração da agulha na órbita e, com isso, há uma maior distância entre o ponto de injeção e as estruturas intra-orbitárias mais nobres. Porém, sempre fica a cargo da equipe médica, juntamente com o paciente, a opção de bloqueio a ser realizada. Email: [email protected] 200 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Sepse em Unidade de Terapia Intensiva Marina Tani Gomes Milla Carolina Costa Lafetá Araújo Amanda de Castro Machado Mariana Fonseca Giani Delfino Gabriela de Campos Araujo Antonio Aurelio de Paiva Fagundes Junior Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Realizar uma revisão da literatura determinando a epidemiologia da sepse no Brasil, em pacientes internados em unidade de terapia intensiva (UTI). Metodologia e fonte de dados: Foi feita uma revisão da literatura em bases de dados bibliográficos online — Scielo, Bireme, Medline e Lilacs; publicados entre os anos de 2006 a 2015, utilizando as palavras chave: “Sepse”, “UTI”, “Unidade de Terapia Intensiva” e “Brasil”. Discussão: A sepse, uma das principais causas de morte em todos os países, continua como um grande desafio em todo o mundo, não sendo diferente em nosso país. Segundo os dados coletados em 75 UTI, correspondendo a 65 hospitais de todas as regiões do Brasil, as internações em UTI foram predominantemente de natureza clínica (67,2%), seguindo-se os pós-operatórios de emergência (24,4%) e os eletivos (8,4%). A sepse, sepse grave e o choque séptico ocorreram em 19,6%, 29,6% e 50,8% dos casos, respectivamente. A idade média observada (61,7 anos) e o predomínio do sexo masculino é uma constante em todos os estudos. A mortalidade global no grupo dos sépticos foi de 46,6%. A mortalidade nos subgrupos sepse, sepse grave e choque séptico foram de 16,7%, 34,4% e 65,3%, respectivamente. Os principais locais de infecção foram o pulmonar (69 %), seguindo-se o abdominal (23,1%) e o urinário (16%). O uso indiscriminado dos antibióticos tem gerado complicações diversas, internações e alto custo econômico e social, tendo se tornado comum o alerta para o crescente problema da multirresistência em todos os continentes. Conclusão: Sepse é um importante problema de saúde no nosso país que leva a uma taxa extremamente alta de mortalidade nas UTI, sendo uma das mais elevadas no mundo. O momento é propício a uma reflexão ainda maior sobre esta doença, aumentando a percepção da sepse tanto entre profissionais de saúde como entre o público leigo, para que seja priorizada como uma emergência médica a fim de que todos os pacientes possam receber intervenções básicas. Email: [email protected] 201 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Sexsomnia: uma parasomnia com condutas sexuais durante o sono Lara Mundim Alves de Oliveira Flávia Toledo Simões Camila Pereira Rosa Pedro Guilherme Cabral Higor Nogueira Paes José Edígio Novais Simões Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O objetivo do trabalho consiste em relatar características de pacientes que apresentaram condutas sexuais durante o sono, indicando sexsomnia. Metodologia e fonte de dados: Foi utilizado o método de busca com pesquisa em artigos acadêmicos, indexados nas bases de dados PubMed e Neurología (Revista Oficial da Sociedade Espanhola de Neurologia). O trabalho foi confeccionado a partir de publicações de 2014. Foram utilizados os seguintes descritores: "sexsomnia", "parasomnia", "coito", "masturbação" e "amnésia e sono". Discussão: No ano de 2005, a Classificação Internacional de Desordens do Sono definiu e classificou a sexsomnia como uma variante dos despertares confusos típicos das parasomnias no sono REM. Há uma ativação motora específica que dá lugar a condutas sexuais inapropriadas que são involuntárias. O comportamento é caracterizado por ereção peniana, atitudes sedutoras e raramente agressivas, tentativa de coito e masturbação. Em casos graves há repercussão conjugal e judicial, em caso de envolvimento de menores. Todos os pacientes apresentam amnésia ao acordar e não relatam sonhos eróticos na noite dos episódios. Isso mostra que a sexsomnia é diferente do sonambulismo, que é caracterizado por representações de sonhos. Desde outubro de 2012 não há mais de 50 relatos de casos de sexsomnia. Há problemas de subdiagnósticos por vergonha dos pacientes ou por próprio desconhecimento do médico. A maioria dos casos relatados se apresenta em homens jovens adultos (3 homens para 1 mulher). Nenhum apresenta experiências sexuais traumatizantes, epilepsia e os episódios na maioria dos casos se associam a antecedentes como estresse e pequenas interrupções no sono como apneias e movimento periódicos dos membros. É frequente a associação de sexsomnia com antecedentes de sonambulismo e sonilóquio isolados. A higiene do sono e tratamento farmacológico tem demonstrado redução dos episódios de sexsomnia. Conclusão: A sexsomnia aparece no adulto jovem, consiste em tentar consumar de forma inapropriada o coito ou se masturbar durante o sono, com amnésia posterior ao ocorrido. Podem coexistir outras parasomnias, como sonambulismo e despertares confusos. Outros transtornos do sono como apneias e o movimento das pernas poderiam desencadear a sexsomnia. Email: [email protected] 202 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Síncope vasovagal: desafios e demandas Maria Carolina Vidal Bueno Anna Carolline Campanhã de Oliveira Bianca Gontijo Rocha Gabriela Lohanna Silva Correia Glycon Cardoso Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Este estudo tem por objetivo enriquecer os conhecimentos acerca do tema abordado, levando em conta sua relevância, devido à dificuldade no diagnóstico de síncope vasovagal e ineficácia de tratamentos farmacológicos. Metodologia e fonte de dados: Para a obtenção de dados, realizou-se uma pesquisa exploratória por meio de busca bibliográfica em base de dados SciELO e PubMed para artigos publicados nos últimos cinco anos. Discussão: Síncope, nome científico para desmaio, é um sinal para uma doença, mesmo que esta seja benigna. Tem como característica a perda da consciência, súbita e transitória, associada à incapacidade de manutenção do tônus postural, decorrendo na queda. Podendo ter diversas etiologias, a mais comum delas é a síncope neurocardiogênica (SNC) ou vasovagal, que tem como fisiopatologia a estimulação excessiva do nervo vago (parassimpático), causando bradicardia e diminuição da pressão arterial, por perda da vasoconstrição periférica, e resultando em hipoperfusão cerebral. Mesmo tendo maior incidência (cerca de 50 por cento dos casos de desmaios), esse tipo de síncope é de difícil diagnóstico, estando limitado a anamnese e teste de inclinação passiva. Além disso, algumas pesquisas confirmam a predisposição genética, relacionando essa patologia à hereditariedade. Exames neurológicos e cardíacos também são realizados, para excluir outras possíveis causas para os episódios. O tratamento tradicional, com o uso de fármacos, geralmente não apresenta resultados muito expressivos. Por isso, tratamentos alternativos são de grande relevância, como a prática de exercícios físicos, suplementação de sal e a adoção de certas posturas ao início dos sintomas. Apesar de ser considerada benigna, a SNC tem consequências negativas na qualidade de vida, pela insegurança que seus sintomas instauram no paciente. Conclusão: A síncope vasovagal é uma doença cuja fisiopatologia ainda não está totalmente esclarecida. Além disso, o teste de inclinação, muito importante para o diagnóstico, ainda gera questionamentos quanto à sua aplicabilidade. Outro desafio é o seu tratamento, uma vez que o uso de fármacos gera resultados insatisfatórios, tornando necessário uso de tratamentos alternativos. Fica claro que existe uma demanda de mais estudos sobre o assunto, para melhor compreender a patologia e satisfazer os pacientes. Email: [email protected] 203 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Síndrome da Reconstituição Imune – Revisão de Literatura Ana Carolina Andrade Canut Marine Gontijo Freitas Izabela Rodrigues Figueiredo Valeria Nogueira Naves Nathalia Telles da Costa José Gabriel Rodrigues Junior Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Discutir a perspectiva atual da literatura sobre a síndrome inflamatória de reconstituição imune no que diz respeito à sua apresentação clínica, diagnóstico, terapêutica e prevenção. Metodologia e fonte de dados: Trata-se de uma revisão de literatura na qual foi realizada uma pesquisa em base eletrônica de dados por meio do acesso ao PORTAL DO CAPES e SCIELO. Foram selecionados artigos publicados entre 2010 e 2015 utilizando os seguintes descritores: terapia antirretroviral, síndrome da reconstituição imune. Discussão: A terapia antirretroviral (TARV) reduziu dramaticamente a mortalidade pelo HIV, de 2.3 milhões em 2005 para 1.6 milhões em 2012. Isso reflete a necessidade de aumentar o acesso dos infectados a TARV. Porém, o início do uso da medicação costuma cursar com complicações, particularmente nos primeiros 6 meses, dentre as quais, a Síndrome da reconstituição imune (SRI) tem ganhado destaque como complicação precoce, apresentando morbidade e mortalidade consideráveis, principalmente nos pacientes que iniciaram a TARV com imunossupressão avançada. Nessa condição a recuperação do sistema imunológico, após o uso da TARV, se associa com uma resposta inflamatória patológica, direcionada aos antígenos microbianos. Duas formas de apresentação foram identificadas, a SRI paradoxal e a SRI desmascarada. Na SRI paradoxal, há a recidiva de sintomas e sinais associados a uma infecção oportunista já conhecida e em tratamento, sendo que antes do início da TARV o tratamento tinha apresentado resposta satisfatória. Na SRI desmascarada, um novo patógeno oportunista se manifesta associado a uma resposta inflamatória exacerbada. Atualmente existem consensos sobre o tratamento da SRI criptocócica e da SRI tuberculosa, formulados pelo International Network for The Study of HIV-associated IRIS (INSHI). Consensos para outras formas de SRI ainda não existem, mas são extremamente necessários. Conclusão: O número de pacientes em uso de TARV cresce em todo o mundo. Como muitos pacientes ainda iniciam o uso com taxas de CD4 muito baixas, a SRI permanece como uma complicação comum. Algumas formas de SRI têm suas manifestações e epidemiologia bem estabelecidas, mas ainda faltam testes diagnósticos específicos e estratégias hábeis de tratamento. Recomenda-se otimizar o tratamento contra os patógenos oportunistas para reduzir a carga de antígenos durante o início da TARV, bem como medidas de suporte. Email: [email protected] 204 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Síndrome da unha-patela - diagnosticar para evitar incapacidades locomotoras Ingrid Wallau Camila Temporim de Alencar Maria Teresinha de O. Cardoso Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Relatar o caso de paciente com Síndrome da Unha-Patela e alertar à comunidade médica a importância de reconhecer o fenótipo, possibilitando assim atuação multidisciplinar e evitando possíveis incapacidades locomotoras por restrição de movimentos. Descrição do caso: I.J.A.F., 7 anos, feminino, nascida em 18/01/2008, residente e procedente do DF, iniciou acompanhamento no ambulatório de Genética Clínica em 2012 para investigação da Síndrome Unha-Patela, por portar onicodistrofia e luxação das articulações de cotovelos e sua mãe ser portadora dessa síndrome. A mãe afirma gestação sem intercorrências e realização de pré-natal de alto risco. Aos 8 meses a criança começou acompanhamento com Nefrologista, pois foi detectado agenesia renal à esquerda. Exames complementares (16/04/2009): radiografia – luxação da articulação rádio-umeral, com descolamento anterior do rádio; variância ulnar positiva bilateralmente e de forma mais acentuada à direita; impressão de menor desenvolvimento da asa dos ilíacos. TC – luxação ventral da cabeça do rádio, ausência de calcificações patológicas. Ultrassom – agenesia ou hipoplasia do rim esquerdo. Discussão: A síndrome da unha-patela é uma doença rara de herança autossômica dominante resultante de uma alteração no gene LMX1B. Suas principais características são a onicodistrofia, ausência ou hipoplasia de patela, luxação da cabeça do rádio e hipoplasia dos côndilos do cotovelo. Além disso, pode-se observar “chifres” nos ossos ilíacos, nefropatia, podendo essa condição estar associada a um gene causador de nefropatia ou não, manifestações oculares (glaucoma) e gastrointestinais. As características relacionadas ao aparelho locomotor se apresentam, principalmente, durante a fase inicial de deambulação, pois a sobrecarga nos joelhos, por exemplo, que possuem a agenesia ou a hipoplasia de patela, causa lesões sucessivas na cartilagem e ossos da região, o que mais tarde poderá originar uma artrose e/ou limitação dos movimentos. Conclusão: Apesar de se tratar de uma síndrome rara, acometimento de 1: 50.000 nascidos vivos, o diagnóstico precoce pode proporcionar ao paciente uma melhor qualidade de vida no que concerne a preservação de suas articulações e de seus respectivos movimentos. Deve-se ter um olhar cuidadoso para aquelas crianças que apresentam uma instabilidade patelar, onicodistrofia e cornos nos ossos ilíacos, pois realizado o diagnóstico, a chance de complicações motoras, renais e oculares são muito menores. Email: [email protected] 205 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Síndrome da Veia Cava Superior: Revisão de Literatura Camila Valadares Santana Recch Mariana Mai Akaishi Thamara de Oliveira Vasconcelos Ana Rosa Costa Melo Fellipe Marques da Silva Araújo Gilda Elizabeth Oliveira da Fonseca Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Destacar a síndrome da veia cava superior (SVCS) como uma emergência oncológica, ressaltando aspectos relacionados às manifestações clínicas, ao diagnóstico e ao tratamento. Metodologia e fonte de dados: Trata-se de uma revisão bibliográfica com base em artigos científicos disponíveis nas plataformas Medline e Pubmed, publicados de 2002 a 2015. Os seguintes descritores foram utilizados: “síndrome cava superior”, “superior vena cava syndrome”. Discussão: A SVCS é um conjunto de sintomas que se agravam conforme o aumento da pressão na veia cava superior e suas tributárias. Decorre da obstrução do fluxo sanguíneo nessa veia em direção ao átrio direito. Com o aumento da pressão há dispneia progressiva, ortopneia e tosse que se agravam em posição prona, edema progressivo da face, pescoço e membros superiores e coloração cianótica característica da pele mais evidente no decúbito. Devido ao aumento da pressão venosa intracraniana, pode surgir cefaleia, vertigem, confusão mental até perda da consciência. Entre os sinais clínicos estão pletora facial, edema cervicofacial e de MMSS, turgência venosa cervical e em MMSS, e circulação colateral em parede torácica. As causas malignas hoje respondem por cerca de 90% das apresentações, sendo o carcinoma de pulmão responsável por 75% dos casos, seguido por linfoma. O diagnóstico é clinico e confirmado por imagem. O exame de escolha é a tomografia computadorizada de tórax com contraste. O tratamento depende da gravidade dos sintomas, da causa da obstrução, do tipo histológico e do estádio do tumor. Inicialmente se baseia em suporte clínico. O tratamento definitivo na grande maioria é a radioterapia e a quimioterapia, que proporcionam alívio sintomático. A implantação de stents vem sendo cada vez mais utilizada, já o tratamento cirúrgico é indicado apenas quando curativo. Conclusão: A SVCS é uma emergência oncológica que deve ser prontamente reconhecida pelo médico plantonista. A tomografia computadorizada de tórax com contraste é o método de escolha tanto para o diagnóstico, quanto para o planejamento do tratamento, que deve ser o mais brevemente instaurado a fim de aliviar o desconforto do paciente. O tratamento cirúrgico é cada vez menos utilizado pela sua baixa taxa de sucesso. E-mail: [email protected] 206 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Síndrome das unhas amarelas em idosa com artrite reumatóide, asma e hipotireoidismo Manoela Fassina Barros Vitorino Modesto dos Santos Melissa Gebrim Ribeiro Iara Machado Motta Manoel da Costa Gondim Neto Barbara Assumpção Paes Leme Instituição: Hospital das Forças Armadas Objetivo: A síndrome das unhas amarelas é uma condição escassamente relatada, portanto o objetivo deste estudo é o relato do caso de uma paciente com a apresentação dessa síndrome. Descrição do caso: Mulher, 85 anos, branca, portadora de hipertensão arterial sistêmica, artrite reumatoide, asma e hipotireoidismo, admitida por dispneia há 3 dias. Ao exame físico apresentara murmúrio vesicular diminuído em bases com creptos até terços médios e sibilos; edema inelástico e nódulos endurecidos em regiões metatarsofalangianas e metacarpofalangianas; distrofia ungueal e coloração amarelada das unhas. Exame laboratorial com TSH 8,21 UI/ml e T4L 1,28 ng/dl. Radiografia de tórax com congestão pulmonar e aumento da área cardíaca. Tomografia de tórax com alterações pleuroparenquimatosas residuais apical à direita, estrias fibroatelectásicas em lobo inferior direito. Ecocardiograma com fração de ejeção de 24%, disfunção sistólica do ventrículo esquerdo acentuada, insuficiência de mitral moderada, insuficiência de tricúspide discreta. Tratamento realizado com otimização das medicações. Discussão: A síndrome das unhas amarelas (SUA) pode estar relacionada a alterações morfológicas e funcionais dos vasos linfáticos. E se apresenta como tríade clássica: presença de unhas amarelas, edema de membros inferiores e derrame pleural. É necessário haver duas destas três características para o diagnóstico. Em associação ao quadro poderão ocorrer artrite reumatoide, lupús eritematoso sistêmico, malignidades, síndrome nefrótica, hipertireoidismo e hipotireoidismo, asma brônquica, bronquiectasia. As alterações ungueais encontradas na SUA poderão estar presente em um ou em todos os dedos de mãos e pés, e se caracterizam por coloração amarelada, espessamento, endurecimento, aumento da convexidade, onicólises, paroníquia, deficiência de cutículas, ausência de lúnula. A paciente do estudo era portadora de hipotireoidismo subclínico, asma e artrite reumatoide, condições associadas à SUA. Conclusão: A síndrome das unhas amarelas pode ocorrer em associação com várias comorbidades. A escassez de relatos sobre a mesma pode ser devido ao baixo nível de suspeita ou até desconhecimento dessa afecção. A avaliação das unhas dos pacientes e correlação com comorbidades e exame físico pode aumentar o diagnóstico de SUA e, consequentemente, ocorrer mais descrições de casos. Email: [email protected] 207 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Síndrome de Clérambault: uma revisão de literatura Nayra Nascimento Ribeiro André Vinicios Batista Alves Danielly Cristine de Oliveria Lourival de Paiva Grillo Jr Juvenal Fernandes dos Santos Ana Raquel Nascimento Lawall Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O presente estudo tem como objetivo revisar o que a literatura traz de mais atual e relevante sobre a Síndrome de Clérambault. Metodologia e fonte de dados: Foram consultadas as bases de dados SCIELO e PubMed, sendo analisados os trabalhos publicados nos últimos dez anos como as palavras-chaves: Síndrome de Clérambault, erotomania. Discussão: Durante toda a história, frequentemente, os termos paixão e loucura foram usados simultaneamente e com o mais variados significados, havendo grande discordância entre autores sobre o comportamento de alguns apaixonados. Em 1838 Esquirol definiu a erotomomania como um delírio em que a paixão é inicial e predominantemente do sujeito delirante para o objeto amoroso. Gäetan Gatian de Clérambault descreveu em 1921 a Síndrome de Clérambault como um subtipo de erotomania, onde o objeto do amor é quem começa a amar e é também quem ama mais intensamente, além disso, o objeto do amor apresenta, em geral, um status social mais elevado do que o sujeito e o delírio inicia-se após um breve contato. Para Clérambault o mecanismo da Erotomania seria fundamentalmente psicológico, com um início sutil, denominado pequeno automatismo mental, progredindo para o grande automatismo. A apresentação clínica da Síndrome segue uma evolução ordenada, passando pelos estágios de esperança, despeito e rancor. Está incluída na Classificação Internacional de Doenças (CID-10), como um tipo especial de Transtorno Delirante Persistente (F22.0). Conclusão: Em razão da escassa literatura sobre o assunto, a ocorrência da Síndrome de Clérambault é pouco divulgada e parece ser subdiagnosticada. A repercussão da doença tanto na vida do paciente quanto na vida de terceiros, torna o tema bastante relevante, com considerável impacto psicológico e social, porém ainda é pouco o que se pode afirmar sobre a sua etiologia. Um melhor entendimento da psicopatologia da erotomania pode facilitar o diagnóstico da síndrome e proporcionar um melhor tratamento. Email: [email protected] 208 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Síndrome de CREST Guilherme Miguel Thomé de Carvalho Pedro Henrique Rosa Silveira Felipe Alencar Monteiro Borges Rodrigo Pereira Pio Lara de Paula Sousa Moisés Elias de Souza Alves Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Apresentar a Síndrome de CREST demonstrando as complicações na vida dos pacientes e informar um pouco mais sobre a patologia, tal como suas manifestações clínicasecaracterísticas semiológicas que possibilitam sua identificação. Metodologia e fonte de dados: Trata‐se de uma revisão da literatura, consultando‐se as plataformas de pesquisas do PUBMED e Scielo. Restringiu‐se a pesquisa para artigos publicados no período de 2010 a 2015, com uso das palavras‐chave CREST Syndrome, esclerodermia e Síndrome de CREST. Foram excluídas as publicações que não se encaixaram nos requisitos citados. Discussão: Síndrome de CREST consiste em um subtipo da Esclerodermia sistêmica, doença autoimune do tecido conjuntivo. Constitui-se um Apônimo, onde cada letra da sigla representa um sinal específico. Sendo eles: Calcinose distrófica- depósitos de cristais de hidroxiapatitas no subcutâneo, principalmente nas mãos e cotovelos; o fenômeno de Raynaud- fenômeno vasomotor cuja tríade é palidez, cianose e eritema das extremidades; a disfunção esofágica; a esclerodermia ‐ provocando espessamento e endurecimento do tecido conjuntivo ‐ e as telangiectasias. Para que chegue a um diagnóstico final, é preciso que se tenha apresentado no mínimo três das características. O diagnóstico clínico inicial ocorre na observação de pele enrijecida nas mãos e refluxo gastroesofágico por atrofia e fibrose da musculatura esofágica. O diagnóstico laboratorial consiste em testes de anticorpos, no entanto, não muito definidos. Além disso, evidencia‐se como complicações a fibrose pulmonar intersticial, que provoca hipertensão pulmonar e pode acarretar insuficiência cardíaca direita, sendo esta a principal causa de morte dos pacientes. Dessa forma, cabe-se fazer o controle dos sintomas, sendo que o tratamento para a síndrome é inexistente. Esse controle consiste em mudanças em alguns atos como utilização de agasalhos para evitar Raynaud, até ressecção cirúrgica para resolver as calcinoses. Conclusão: A síndrome de CREST é uma síndrome que requer maior estudo e aplicabilidade de seus conhecimentos na prática clínica, visto que o diagnóstico final demora cerca de 15 anos após o aparecimento das primeiras manifestações. E ainda assim, o diagnóstico não possui apenas embasamento clínico, requer pesquisa de Anticorpos. Portanto, é preciso chegar ao diagnóstico mais rápido para evitar complicações, como a evolução para hipertensão pulmonar e insuficiência cardíaca direita. Email: [email protected] 209 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Síndrome de Crouzon - a importância do seu reconhecimento para um bom prognóstico Camila Temporim de Alencar Ingrid Wallau Débora Vilela Cunha Paula Marques Migowski Carvalho Maria Teresinha de Oliveira Cardoso Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Mostrar como a detecção precoce estabelece melhor qualidade de vida ao paciente com Síndrome de Crouzon e diminui os efeitos do diagnóstico tardio, como, hipertensão craniana, distúrbios de comportamento, atraso cognitivo. Descrição do caso: H.M.F., masculino, 4 anos, primeira consulta na Genética Clínica com 3 anos. Foi encaminhado para tal serviço quando tinha 4 meses de idade devido a queixas da mãe de moleira alta e a pediatra que o acompanhava relatar faceis sindrômica, exoftalmia e implantação baixa de orelha. Antecedentes pessoais: nasceu de parto cesáreo, IG 38 semanas, mãe portadora de Diabetes Melitos Gestacional e Doença Hipertensiva Específica da Gestação, Apgar 7-9, peso 3150 gramas (P97), comprimento 47,5 cm (P3-15), Perímetro cefálico 34 cm (P15-50),CPAP (Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas) por 24 horas, alta após 3 dias do nascimento. Mãe na ocasião 36 anos e pai 51 anos. Não apresenta história familiar com a mesma síndrome. Na última consulta, mãe relatou agitação, comportamento agressivo, hipoacusia, dificuldade visual e episódios de cefaleia biparietal. Discussão: Por se tratar de uma síndrome progressiva, com primeiros sintomas no primeiro ano de vida e maior parte dos sintomas após os 2 anos de idade, a equipe médica, Genética e Neurocirurgia, decidiu após análise da evolução do quadro e observação dos exames complementares, operar o quanto antes. Pois a clínica era compatível com a compressão craniana devido ao fechamento precoce e contínuo das suturas sagital, lambdoide, bregmática e metópica, causando hipertensão intracraniana, exoftalmia acentuada e deformação no crânio. Podemos observar que a cirurgia para correção da craniossinostose tardia pode trazer prejuízos ao paciente, muitas vezes, irreversíveis, pois a hipertensão craniana a longo prazo pode causar danos no sistema nervoso, provocando distúrbios de comportamento severos, cegueira, surdez, deformidades cranianas, exoftalmia. Por isso há a importância do reconhecimento precoce desse fenótipo e acompanhamento multidisciplinar. Conclusão: A Síndrome de Crouzon é rara, mas por ser autossômica dominante com penetrância de 100% merece atenção dos profissionais de saúde. E por isso, o diagnóstico deve ser precoce para que a cirurgia de intervenção na craniossinostose traga benefícios não apenas na estética do paciente, mas também no seu desenvolvimento psicológico, cognitivo, visual, auditivo. Quanto mais cedo for realizada a intervenção cirúrgica, mais tranquilo é o procedimento e o pós-operatório e melhor a qualidade de vida. Email: [email protected] 210 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Síndrome de Cushing Rafaella Pereira Carvalho Amaral Marques Rafael da Silva Santiago Mayara Vasconcelos Carvalho Nathália Gomes Mialichi Nathália Telles da Costa Iara Cristina Arruda Vale Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O trabalho busca compreender a Síndrome de Cushing, a fim de se demonstrar a importância de tal patologia e suas consequências. Metodologia e fonte de dados: O trabalho foi desenvolvido por meio de uma pesquisa bibliográfica acerca da Síndrome de Cushing, tendo como fonte principal ensinamentos retirados de livros especializados e artigos tendo como referência a base de dados Lilacs. Discussão: A Síndrome de Cushing é um conjunto de sinais e sintomas resultantes do excesso de glicocorticoides, especialmente o cortisol, no sangue. O cortisol é liberado pela glândula suprarrenal em resposta à liberação de hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) pela hipófise. Níveis altos de cortisol podem ser induzidos também, pela administração de esteroides ou por estresse excessivo. Portanto, a causa pode ser exógena (medicamentos) ou endógena (desregulação do próprio organismo). Os principais sinais e sintomas são: aumento de peso com gordura depositada principalmente no tronco, região central do abdome (obesidade central) e na face (lua-cheia), afilamento dos braços e das pernas com diminuição da musculatura e consequente fraqueza muscular, pele fina e frágil, hipertensão arterial, labilidade emocional, hirsutismo, osteoporose e telangiectasias. Conclusão: O fato desta patologia cursar com sinais e sintomas variados e muitas das vezes comuns na população adulta, como osteoporose, hipertensão arterial, telangiectasias e obesidade, observa-se frequentemente que esses pacientes não recebem diagnóstico precoce e, portanto, tratamento adequado. É uma doença que afeta mais mulheres do que homens e sua identificação é de extrema importância, visto que caso são seja tratada, pode evoluir com a morte do paciente. Email: [email protected] 211 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Síndrome de Eisenmenger em mulher adulta Carolina Lopes Iwakami Karina Mezalira Thiago Vicente Ferro Karlos Jennysson Sousa Soares Thiago Nunes Figueiredo Cabral Instituição: FACIPLAC Objetivo: Relatar um caso de uma paciente com cardiopatia congênita intra cardíaca, síndrome de Eisenmenger (SE), caracterizada pela hipertensão arterial pulmonar (HAP), causada pelo aumento da resistência vascular pulmonar em resposta a um shunt intra cardíaco. Descrição do caso: Feminino, 22 anos, admitida com queixa de dispneia aos grandes esforços, com evolução aos pequenos esforços, associada a cianose periférica e central e adinamia há 6 meses. Ao exame físico, cianótica (3+/4+), taquidispneica, FC:80bpm, PA:95x65mmHg, SatO2 não lida pelo oxímetro, baqueteamento digital, murmúrio vesicular distribuído em todo o tórax, ritmo cardíaco regular com hiperfonese de B2 e sopro sistólico de 2+/6+ em borda esternal esquerda e edema de membros inferiores (1+/4+). O eletrocardiograma evidenciou bloqueio de ramo direito e sinais de sobrecarga ventricular direita e o ecocardiograma, aumento do diâmetro de ventrículo direito (42mm), fração de ejeção de 71%, presença de comunicação interatrial (CIA) tipo ostiun secundun, com cerca de 2cm e fluxo bidirecional. Valva tricúspide com fluxo holossistólico e hipertensão arterial pulmonar 95mmHg. Discussão: A SE é a forma avançada de HAP associada com doença cardíaca congênita. Ocorre em pacientes com grandes shunts esquerda-direita que causam aumento do fluxo sanguíneo pulmonar, quando não controlado pode resultar na remodelação da microvasculatura pulmonar, com obstrução ao fluxo sanguíneo pulmonar. Sua maior incidência ocorre antes da puberdade. A progressão fisiológica por não haver redução das pressões pulmonares é representada por alterações morfológicas que progridem de lesões reversíveis para irreversíveis. Clinicamente, os pacientes desenvolvem dispneia aos esforços, síncope, dor no peito, abscesso cerebral, cianose, insuficiência cardíaca congestiva, arritmias, hiperviscosidade, hemorragia pulmonar, endocardite. Como na paciente que apresentou dispneia aos esforços associado a cianose periférica e central e adinamia há 6 meses aos 22 anos. Conclusão: A SE é uma manifestação cianótica tardia das cardiopatias congênitas acianóticas que leva ao dano cardíaco irreversível, HAP e redução drástica da qualidade de vida do paciente. Destaca-se então, a importância de um exame físico minucioso do recém-nascido e um acompanhamento da criança para a detecção e intervenção precoce deste tipo de cardiopatia. A expectativa de vida normal de um paciente com SE é 20-50 anos, se a síndrome é diagnosticada rapidamente e tratada com vigilância. Email: [email protected] 212 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Síndrome de hipertensão portal de provável etiologia alcoólica Gabriella Maria Lucena Viana Tânia Torres Rosa Maisa da Silva Dulci Medeiros Rayanne Garrido Monteiro de Andrade Juliana da Luz Araujo Letícia Cardoso Morales Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Relatar caso de hipertensão portal em uma mulher, provavelmente secundária a alcoolismo, discutindo a doença e suas complicações. Descrição do caso: Feminino, 42 anos, etilista crônica há 30 anos, refere que há 2 meses vem percebendo progressiva distensão abdominal. Associado ao quadro apresentou dispneia aos mínimos esforços, tendo como fator de piora o decúbito, adotando a posição ortopneica como fator de melhora. Procurou o posto de saúde sendo realizado B-HCG, com resultado negativo. Há 1 mês, além da distensão abdominal progressiva, associou-se empachamento e escurecimento global da pele. Procurou o Hospital Regional do Paranoá onde foi realizada paracentese e devido a regressão da distensão abdominal a paciente retornou para casa. Há 3 dias, refere progressão do edema evoluindo para anasarca, que afetava a deambulação. Há 1 dia, devido a exacerbação dos sintomas procurou o Hospital de Base, onde foi internada para diagnóstico e tratamento. Refere perda de peso de 10 kg no período e hiporexia. Nega febre e banho de rios. Discussão: A hipertensão portal (HP) é uma síndrome clínica frequente em nosso meio e acompanha-se de manifestações clínicas graves. É um importante fator de risco para doenças decorrentes de aterosclerose e trombose, que se exteriorizam, predominantemente, por acometimento cardíaco, cerebral, renal e vascular periférico. É responsável por 25 e 40% da etiologia multifatorial da cardiopatia isquêmica e dos acidentes vasculares cerebrais, respectivamente. Isso leva a redução da qualidade e expectativa de vida dos indivíduos. As principais manifestações clínicas da HP são esplenomegalia, circulação colateral portossistêmica, varizes de esôfago, estômago e reto, manifestações sistêmicas diversas e ascite. Conclusão: Dados da história clínica, além das queixas relacionadas aos sintomas discutidos anteriormente, auxiliam na detecção do agente etiológico envolvido na indução da hipertensão portal. Os antecedentes podem indicar uma das possíveis etiologias da hipertensão portal, como a hepatopatia crônica por uso excessivo de álcool. É necessária intervenção da Saúde Pública, na atenção em saúde e medidas preventivas que visem à abordagem global dos fatores de risco para doenças cardiovasculares. Email: [email protected] 213 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Síndrome de Leopard Milla Carolina Costa Lafetá Araújo Amanda de Castro Machado Bruno Eduardo de Morais Santos Mariana Fonseca Giani Delfino Marina Tani Gomes Liana Lauria Pires Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Informar sobre a Síndrome de Leopard, suas características, ocorrências e sintomas típicos, com enfoque semiológico. Metodologia e fonte de dados: Realizou‐se uma pesquisa bibliográfica em livros e artigos de revisão nas bases de dados: Scielo, LILACS, PubMed e MEDLINE com as palavras chave: “Síndrome de Leopard” e seu correlato em inglês. Discussão: A síndrome recebeu esse nome por Gorlin (1969), mas foi primeiramente descrita por Zeisle e Becker (1935). O nome da síndrome corresponde às iniciais das manifestações clínicas típicas: L = lentigos, E = anormalidades no ecocardiograma, O = hipertelorismo ocular, P = estenose pulmonar , A = anormalidade de genitália, R = retardo de crescimento, D = deafness (surdez). É uma doença autossômica dominante e com distribuição semelhante entre os sexos, sendo descritos cerca de 200 casos em todo o mundo. A cardiomiopatia, que não está incluída na mnemônica, é característica importante por causa da associação com mortalidade significativa. Os lentigos podem ser congênitos, embora mais frequentemente se manifestem por volta dos 4-5 anos e aumentem em toda a puberdade. O diagnóstico da síndrome é clínico e os exames complementares são utilizados para investigação subsidiária. Uma proposta de critérios mínimos para o diagnóstico da síndrome LEOPARD é: a presença de múltiplos lentigos + duas outras características (outras anormalidades na pele, endócrinas, cardíacas, craniofaciais e esqueléticas, anomalias geniturinárias, defeitos neurológicos e falta de estatura). Conclusão: A Síndrome de Leopard é rara e pouco conhecida, o que leva a acreditar que seu diagnóstico seja subestimado. O reconhecimento precoce é fundamental, devido a morbidade relacionada às alterações cardiológicas. Assim, após a identificação de lentigos em qualquer paciente, adulto ou criança, é indicado a investigação cardiológica. Email: [email protected] 214 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Síndrome de Miller Fisher: uma revisão informativa Henrique Freitas Araújo Feliph Miqueias Alcântara de Souza Ana Paula Lottici de Brito Letícia Nogueira Dias Pedro Henrique Rosa da Silveira Hélio Henrique Medeiros Pires Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: A Síndrome de Miller Fisher caracteriza-se por oftalmoplegia, ataxia e arreflexia. É uma desordem imunológica rara, descrita por Fisher em 1956. É uma variante de Guillain-Barré pouco estudada, logo, este trabalho objetiva ampliar o conhecimento através de uma revisão bibliográfica atual. Metodologia e fonte de dados: O estudo trata-se de uma revisão da literatura científica, baseada em artigos publicados entre 2000 e 2015 e retirados das bases de dados PubMed, Scielo e Medline, através das palavras-chave: “Miller-Fisher Syndrome”, “Fisher Syndrome”, “Guillain-Barré” e “oftalmoplegia”. Foi realizado o cruzamento de dados dos artigos recentes para a confecção de tal estudo. Discussão: A Síndrome de Miller Fisher (SMF) é caracterizada por ataxia, oftalmoplegia, e arreflexia, podendo acometer em 25% dos casos também com paresia, além de outros achados oculares. É uma polineuropatia inflamatória, por ser uma variante da síndrome de Guillain-Barré (SGB). É uma síndrome rara e intrigou os estudiosos ao passo que excitou dúvidas quanto à sua patofisiologia. Ao analisar a tríade, Fisher considerou a topografia da oftalmoplegia como mista: central e periférica. Além da SGB, os importantes diagnósticos diferenciais são o acidente vascular encefálico (AVE) de tronco (instalação mais aguda), a miastenia gravis, a encefalopatia de Wernicke, encefalite de tronco (os dois últimos rebaixam nível de consciência) e distúrbios de junção. Os exames complementares que corroboram a hipótese de SMF são o aumento de proteínas no líquido cefalorraquidiano (indicando inflamação), estudos neurofisiológicos com resposta reduzida ou ausente sem alteração na velocidade de condução sensorial e a presença do anticorpo anti-GQ1b (presente em nervos cranianos e com sensibilidade e especificidade de 90%). A patologia da SMF ainda é pouco estudada, mas os principais relatos sugerem desmielinização extra-axial do nervo oculomotor. O tratamento da SMF envolve o uso de plasmaférese em alguns casos e administração de imunoglobulina intravenosa, mas há relatos de resolução espontânea. Conclusão:A SMF deve ser suspeitada na presença da tríade clássica. É importante que se realize o diagnóstico diferencial com AVE e encefalite de tronco, encefalopatia de Wernicke, miastenia gravis e distúrbios de junção neuromuscular. Tem como teste diagnóstico a dosagem do anticorpo antiGQ1b, presente em nervos cranianos oculares. O tratamento possui boas respostas nos casos relatados. Embora seja uma síndrome rara com bom prognóstico, deve-se estar preparado para a diagnosticar. Email: [email protected] 215 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Síndrome de Rendu-Osler-Weber Geovanna Godinho de Sousa Teixeira Arnaldo de Sousa Teixeira Junior Carolina da Silva Moraes Rodolfo Raposo de Lima Raphael Andrade Gonçalves Borges Thainá de Araújo Rodrigues Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Conhecer o histórico da Síndrome de Rendu-Osler-Weber, assim como suas manifestações, diagnóstico e protocolo de atendimento ao paciente para que os sintomas sejam sanados com rapidez a fim de uma melhoria na qualidade de vida. Metodologia e fonte de dados: A pesquisa foi realizada com base em artigos científicos publicados nos portais eletrônicos do scielo e lilacs. A revisão de literatura se deu a partir de artigos publicados entre 2005 e 2010. Os descritores utilizados foram: síndrome de rendu-osler-weber, telangiectasia hereditária hemorrágica. Discussão: A Síndrome de Rendu-Osler-Weber, também conhecida como Telangiectasia Hemorrágica Hereditária, recebe esse Epônimo como designação pelo fato de Louis Marie Rendu, William Osler e Frederick Paes Weber terem caracterizado a síndrome a partir de uma tríade de características principais: Hemorragias recorrentes, múltiplas telangiectasias e ocorrência hereditária. Trata-se de uma doença de caráter autossômico dominante, mas cerca de 20% dos casos não apresentam histórico familiar sendo decorrentes de mutações esporádicas em genes. Os dois mais importantes são o Endoglin e a Activina, essenciais para a angiogênese. Dessa maneira, as manifestações clínicas da síndrome estão associadas a essa má formação dos vasos fazendo com que as lesões cutâneas sejam características, na forma de telangiectasia macular em regiões específicas como: lábios, orofaringe, dedos e nariz. As lesões viscerais como telangiectasia gastrointestinal, com ou sem sangramentos, malformações arteriovenosas pulmonares, hepáticas, cerebrais e espinhais também podem ser uma manifestação da síndrome. A partir disso, as epistaxes recorrentes, as telangiectasias múltiplas, as lesões viscerais e o histórico familiar, são critérios analisados para o diagnóstico da Síndrome de Rendu-Osler-Weber. O tratamento é paliativo a fim de melhorar a qualidade de vida do paciente uma vez que a doença não apresenta um mau prognóstico. Conclusão: Apesar da Síndrome de Rendu-Osler-Weber não apresentar um mau prognóstico, é necessário o conhecimento da doença assim como da sua tríade de manifestações características, para que seu diagnóstico seja mais precoce visando uma melhor abordagem do paciente a fim de amenizar e contornar os seus sintomas. Email: [email protected] 216 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Síndrome de Treacher Collins Cyriaco Augusto Paulista Rondo Paulo Henrique Miranda Rafaella Silveira de Camargo Suellenn Kecya Couto Tenório Paulo Juvêncio Gomes Tubino Instituição: FACIPLAC Objetivo: Discorrer sobre a malformação embriológica causada pela síndrome Treacher Collins com a finalidade de demonstrar como se origina a síndrome e de que forma as deformidades faciais afetam o desenvolvimento normal do paciente e, principalmente, os impactos sociais causados aos indivíduos acometidos. Metodologia e fonte de dados: Como materiais de pesquisa, a fim de obter informações sobre a síndrome de Trecher Collins, envolveu coleta de materiais para consultas, aos bancos de dados como BIREME, MEDLINE, PubMed e livros que discorram sobre as malformações e de como se processa a síndrome. Discussão: É um distúrbio hereditário caracterizado por anomalias craniofaciais. A incidência aproxima-se de 1:50.000 casos por nascidos vivos, não existindo preferência por sexo ou raça. A expressão fenotípica desta doença resulta de uma malformação congênita envolvendo o primeiro e o segundo arcos branquiais, bilateralmente. A deficiência ocorre durante a sétima semana de gestação, quando os ossos faciais estão em formação. A manifestação da síndrome é muito variável, podendo apresentar aspectos mais brandos até os mais intensos, com isso se torna comum erros no diagnóstico sindrômico. A síndrome pode ser considerada uma emergência neonatal, pois ao ser detectada cuidados devem ser tomados para evitar o glossoptose e consequente obstrução das vias aéreas, fazendo-se necessária a atuação de uma equipe multidisciplinar. Eles podem apresentar obstrução das vias aéreas superiores, fato este que acarreta prejuízo para a alimentação e o sono, além do aumento do número de hospitalizações dos pacientes. Conclusão: A abordagem para as malformações na Síndrome de Treacher Collins visa à correção funcional, estética e a necessidade de apoio psicossocial, tendo a atuação de uma equipe multidisciplinar formada por otorrinolaringologistas, cirurgiões craniofaciais, oftalmologistas, fonoaudiólogos, psicólogos e cirurgiões-dentistas para obter tal objetivo. Além das anomalias anatômicas e fisiológicas, associa-se nos pacientes com a Síndrome de Treacher Collins o estigma social pelas severas deformidades faciais. Email: [email protected] 217 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Síndrome do Ovário Policístico Lucas Augusto Rodrigues de Oliveira Oscar Júnior Gomes Vieira Cristina Carolina Silva de Almeida Paulo Roberto Daher Júnior Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Apresentar os fatores desencadeantes da Síndrome do Ovário Policístico (SOP), que é um distúrbio endócrino, sua relação com determinados hormônios, insulinemia e seu tratamento. Metodologia e fonte de dados: Foram utilizados livros acadêmicos, artigos periódicos e sítios na internet disponíveis no Scielo e PubMed a partir de 2011 como ferramentas de pesquisa e referência bibliográfica. Discussão: A Síndrome do Ovário Policístico (SOP) trata-se de um distúrbio endócrino que culmina em alteração dos níveis hormonais, levando à formação de cistos nos ovários que fazem com que eles aumentem o tamanho. Segundo o Serviço de Endocrinologia do Hospital das Clínicas de São Paulo, a SOP atinge cerca de 7% das mulheres na idade reprodutiva. É caracterizada pela falta de ovulação e também pelo excesso de hormônios masculinos (testosterona) no organismo. A mulher menstrua de forma irregular ou, em alguns casos, não menstrua, sendo responsável por 30% dos casos de infertilidade feminina. A hipótese é que ela tenha uma origem genética e a possível ligação entre a doença e a resistência à ação da insulina no organismo, gera um aumento do hormônio na corrente sanguínea que provocaria o desequilíbrio hormonal. A resistência à insulina leva a um acúmulo deste hormônio na circulação e uma intolerância a glicose sanguínea, que na maioria das vezes desencadeia um quadro de diabetes. Distúrbios lipídicos e outras complicações estéticas, sobretudo na pele, são recorrentes. Embora presentes, tais achados clínicos ainda não apresentam uma correlação direta com a SOP, já achados dermatológicos precoces são cruciais para diagnósticos e tratamentos com resultados mais eficazes. Conclusão: A Síndrome do Ovário Policístico é uma patogenia de baixa incidência, presente em aproximadamente 10% das mulheres em idade fértil, porém com uma implicância relevante nos quadros psicológicos e sociais das mulheres acometidas. O diagnóstico precoce tem se mostrado a melhor forma de convivência com os agravos gerados. Assim, uma maior atenção aos achados clínicos, que são muito diversificados, bem como um maior conhecimento das vias endócrinas e também da resistência insulínica é importante. Email: [email protected] 218 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Superbactérias podem se tornar novas epidemias? Rosalvo Streit Junior Armando José China Bezerra Ettore Mendes Azenha Luiz Guilherme H. S. Batista Gabriel Veloso Cunha Guilherme Meneses Dourado Instituição: Universidade Católica de Brasília – UCB Objetivo: O presente estudo busca analisar, na literatura científica, se a proliferação de microrganismos patogênicos, como as superbactérias resistentes a antibióticos que infectam pacientes em hospitais, pode se tornar uma ameaça à ocorrência de novas epidemias. Metodologia e fonte de dados:Foram pesquisados artigos e teses em plataformas como SciELO, Google Acadêmico e no Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de São Paulo (Sibi) com as palavras-chave epidemias, superbactéria, antibiótico e KPC. Os trabalhos consultados foram publicados entre 2010 e 2015. Livros de infectologia também serviram como base para consulta. Discussão: A história da humanidade é marcada pela ocorrência de epidemias que dizimaram milhões de pessoas. Nos últimos anos, os casos de infectados por superbactérias, inclusive no Brasil, preocupam as autoridades de saúde e levantam a discussão se esses microrganismos podem dar origem a novas epidemias. A proliferação dessas bactérias está relacionada ao uso indiscriminado de antibióticos, que tem selecionado as bactérias resistentes. A Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC) e a Escherichia coli, por exemplo, são portadoras do gene NDM-1, que as torna extremamente resistentes a antibióticos como os carpabenemas, geralmente usados para combater infecções graves. Segundo especialistas, há um grande potencial de as bactérias portadoras do NDM1 se tornarem um problema de saúde pública mundial, uma vez que não existem medicamentos eficientes para combatê-las. Entre as alternativas de prevenção, destaca-se a necessidade de isolamento dos pacientes de risco, treinamento reforçado das equipes de saúde e adoção de medidas básicas de higiene, além do incentivo ao uso racional de antibióticos e ao desenvolvimento de novas pesquisas e medicamentos. Conclusão: A proliferação de superbactérias e a consequente ameaça da ocorrência de novas epidemias são assuntos que devem ser mais aprofundados pela medicina moderna e pelas autoridades de saúde. Os exemplos de outras doenças letais que afetaram a humanidade são um alerta e um incentivo para a discussão sobre a eficiência das atuais medidas de controle e sobre a necessidade de novas pesquisas para formular medicamentos eficazes contra esses microrganismos patogênicos. Email: [email protected] 219 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Suporte pré-hospitalar no DF: perfil dos atendimentos realizados pelo SAMU Vinícius Neves Bezerra Tabatha Gonçalves Andrade Castelo Branco Murilo Neves de Queiroz Ubirajara Picanço Instituição: ESCS Objetivo: Caracterizar o perfil do atendimento pré-hospitalar realizado pelo SAMU no Distrito Federal, usando como parâmetros o tempo de resposta ao chamado, o recurso utilizado no atendimento, o diagnóstico e a gravidade dos casos atendidos. Material e métodos: Foram analisadas comparativamente todas as ligações realizadas para a Central de Regulação do SAMU/DF, no período de Janeiro a Dezembro de 2013, por tabulação de dados através do software Excel, tendo como critérios: número total e tipo (interrompida, regulação, trote, engano, atrelada, transferida, fora da área de abrangência, repetida, abandonada, informações) de ligações recebidas; tempo de resposta ao chamado, recurso enviado (unidade básica, avançada, bikelância, motolância, aeromédico); diagnóstico (Clínico, Traumático, Obstétrico, Psiquiátrico) e gravidade (Ileso, Indeterminada, Média, Pequena, Severa, Morte) dos casos atendidos. Os dados foram obtidos da base de dados da Central de Regulação do SAMU. Foi resguardado o anonimato de todas as solicitações telefônicas. Resultados e Discussão: O número total de solicitações telefônicas foi de 938.630, o que representa uma média de 78.219 ligações/mês, sendo que apenas pouco mais de um terço (346.494) realmente demandavam um recurso de atendimento pré-hospitalar. Este fato interfere na efetividade dos atendimentos, principalmente devido à alta prevalência de trotes (em média 18,4% das chamadas). A maioria (cerca de 97,4%) das ligações foi atendida antes de 6 segundos de espera. Dentre os recursos enviados, a USB foi o mais utilizado (em média 4.920 atendimentos/mês), e em segundo lugar a USA SAMU (561 atendimentos/mês). Entre os diagnósticos mais atendidos, Clínico foi o de maior frequência, seguido por Traumático, e dentre esses, a demanda por ocorrências cardiovasculares foi a maior, demonstrando a necessidade de um atendimento rápido e efetivo. Obstétrico e Psiquiátrico não tiveram grande representação em termos absolutos. E quanto à gravidade, Média liderou os atendimentos, seguida por Pequena gravidade. Conclusão: Apesar da alta demanda de solicitações telefônicas, apenas em cerca de um terço houve a necessidade de envio de recursos. A demanda por atendimentos clínicos e traumáticos é significativa, e deve reunir esforços em prol da qualificação do atendimento, para a permanência de um atendimento rápido e efetivo. Unidades básicas são mais utilizadas, o que demonstra a prevalência maior de atendimentos de Média e Pequena gravidade. Email: [email protected] 220 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Taxol: Uma Visão Geral Sobre o Mecanismo de Ação Celular Gabriel Veloso Cunha Octavio Luiz Franco Rosalvo Streit Júnior Guilherme Meneses Dourado Ettore Mendes Azenha Luiz Guilherme Henrique Sales Batista Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Proporcionar uma análise das especificidades do Taxol e suas aplicações medicamentosas, dando ênfase ao seu descobrimento, desenvolvimento, usos clínicos, mecanismos de ação e síntese. Metodologia e fonte de dados: A fim de conduzir a pesquisa bibliográfica teórica foram utilizados artigos publicados a partir de 2005, encontrados nas plataformas Scielo, PubMed e Biblioteca Virtual em Saúde, além de duas pesquisas publicadas na revista Nature. Discussão: A principal característica das células tumorais consiste no descontrole do seu processo reprodutivo. Por passarem a maior parte de suas vidas em mitose, tornam-se sensíveis a interferências nesse processo. O taxol é uma molécula isolada originalmente da casca da árvore Taxus brevifolia. A ação anticancerígena reside na capacidade de estimular a polimerização de microtúbulos, impossibilitando a conclusão da divisão celular, e ainda sendo por si só um fator de dano, uma vez que porções do citoesqueleto são compostas por tubulina. Seu uso tem sido uma forma de evitar eventuais metástases e crescimentos tumorais. Foram encontrados inúmeros impasses para a utilização industrial, tais como a baixa disponibilidade na T. brevifolia e a inviabilidade da sua produção laboratorial inicial. Entretanto, nos dias de hoje, devido ao domínio das técnicas moleculares pertinentes, seu mecanismo de ação é extremamente difundido. Conclusão: Sabe-se hoje que o modo de ação do Taxol é antagônico aos dos compostos que eram utilizados usualmente antes da sua descoberta, pois ao invés de impedir a polimerização o Taxol a estimula. Nesse viés, evidencia-se que, devido às suas características singulares, buscar novos fármacos in natura é uma atividade fundamental. Email: [email protected] 221 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Tetralogia de Fallot – Relato de Caso Rayanne Garrido Monteiro de Andrade Rayssa Carvalho Teodoro Iara Eberhard Figueiredo Guilherme Ribeiro Nardi Gibran Antônio Garcia Daher Marcel Monteiro Nunes Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O presente trabalho tem por objetivo relatar a evolução de uma criança de 9 anos portadora de Tetralogia de Fallot com estenose valvar e infundibular. Descrição do caso: F.S.C.N., 9 anos, masculino, branco, natural do Gama-DF. Parto cesáreo, a termo; mãe de 31 anos, hígida, sem antecedentes de cardiopatia congênita. Ao nascimento foi constatado pela pediatria sopro sistólico em foco tricúspide e solicitado parecer da Cardiologia. Aos dois de vida foi submetido à ecodopplercardiograma, no qual foram constatados comunicação interatrial (CIA), comunicação interventricular (CIV) perimembranosa, hipertrofia de ventrículo direito (VD), presença de estenose pulmonar infundíbulo-valvar moderada e arco aórtico à direita, sugestíveis de Tetralogia de Fallot. Fez tratamento ambulatorial enquanto aguardava o agendamento da cirurgia corretiva, realizada aos 7 meses no INCOR-DF. Mãe refere que durante o aguardo da cirurgia a criança apresentou várias crises de cianose central e periférica, dispnéia, sudorese e síncopes. Atualmente, paciente encontra-se assintomático. Discussão: A Tetralogia de Fallot é a cardiopatia congênita cianótica mais comum, representandocerca de 10% das cardiopatias congênitas. Suas características são causadas pelas alterações anatômicas: estenose pulmonar, sendo a mais comum do tipo infundíbulo-valvar, CIV perimembranosa, dextroposição da aorta e hipertrofia do VD. É uma cardiopatia do tipo hipofluxo pulmonar, ou seja, tem-se uma obstrução na saída do fluxo do VD. Como consequência, existe uma diminuição da quantidade de oxigênio no sangue, levando à cianose, policitemia e hipoxia. Quando não tratada, a maioria dos pacientes morre ainda na infância. Pode ser indicado uso de betabloqueadores para melhorar o fluxo pulmonar e reduzir a cianose, mas a terapêutica definitiva é a cirurgia corretiva o mais cedo possível, de preferência entre os 18 e 24 meses. Conclusão: Com o presente relato podemos verificar a importância da equipe pediátrica alerta na sala de parto para diagnósticos precoces com um exame físico completo. Como também a importância da abordagem cirúrgica breve, já que nesse tipo de patologia somente a correção cirúrgica resulta em bons prognósticos. Email: [email protected] 222 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Torção de ovário em paciente pediátrico: relato de caso Amanda Kleszcz de Carvalho Felipe Chagas Toledo Lucas Benjamin de Souza Abreu Patrícia de Araújo Pinto Teixeira Priscila Lessa Carnielli Villela Rosana de Paula Laurindo Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Esse relato tem como objetivo a apresentação de um caso de torção de ovário em criança, com diagnóstico inicial de apendicite aguda. Embora tendo um quadro clínico que frequentemente é confundido com o de apendicite, foi possível diagnosticar antes de realizar a apendicectomia. Descrição do caso: Apresenta-se o caso de paciente de 3 anos e 10 meses, previamente hígida, que iniciou há 4 dias quadro de dor abdominal em andar inferior. Evoluiu com piora progressiva da dor, hiporexia, constipação e 1 episódio febril (38,5°C). Procurou atendimento médico duas vezes, recebendo diagnósticos de distensão gasosa e constipação intestinal, sendo realizado lavado intestinal sem melhora do quadro álgico. Após realização de ecografia abdominal, com achados sugestivos de processo inflamatório/infeccioso no apêndice cecal, foi lançada a hipótese diagnóstica de apendicite aguda. No dia seguinte foi submetida a uma videolaparoscopia em que o apêndice cecal não foi visualizado, porém o ovário direito apresentava aumento do volume e coloração violácea (escurecido), com torção da trompa direita e do próprio ovário. Foi então realizada uma ooforectomia direita, sem intercorrências. Discussão: Torção de ovário é uma patologia rara na Pediatria, representando aproximadamente 2,7% dos casos de abdome agudo. Caracteriza-se por quadro de dor abdominal comum em outras etiologias de abdome agudo, o que representa uma dificuldade em seu diagnóstico. Ocorre mais frequentemente à direita, devido ao espaço limitado que o cólon sigmóide deixa para o movimento anexial no lado esquerdo. Por esse predomínio no lado direito, o diagnóstico acaba sendo confundido com um quadro de apendicite aguda em 38% dos casos. É comum em pacientes com cistos ou massas ovarianas, mas em crianças ocorre principalmente pelo fato de a tuba uterina ser mais longa e o ovário mais móvel. O tratamento recomendado inicialmente é a de distorção, porém na prática é realizado a ooforectomia, devido ao risco de tecido necrótico permanecer na cavidade abdominal, associação com doença maligna ou recorrência do quadro. Conclusão: Pretende-se com este caso alertar para a importância de levar em consideração diagnósticos diferenciais de abdome agudo, devido ao quadro clínico de outras patologias serem muito semelhantes aos da torção ovariana, com o intuito de realizar um diagnóstico e tratamento adequados. Email: [email protected] Título: Toxemia gravídica: suas implicações clínicas, prevenção, diagnóstico e tratamento Área de trabalho: Obstetrícia 223 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Autores Gustavo Henrique Campos de Sousa Iasmin Côrtes Mânica Teles Gibran Antônio Garcia Daher Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: A presente revisão de literatura tem como objetivo apresentar a etiopatogenia, fisiopatologia, manifestações clínicas, métodos diagnósticos e tratamento da toxemia gravídica (TG). Além disso, discutir sobre seus métodos preditivos e meios de prevenção. Metodologia e fonte de dados: Foi realizada uma revisão bibliográfica onde foram utilizados artigos das seguintes bases de dados: Scielo, PubMed e Bireme, entre os anos 2000 a 2015, utilizando as palavras-chave: toxemia gravídica, hipertensão gestacional, eclâmpsia e síndrome HELLP. Discussão: A Toxemia Gravídica é uma doença multissistêmica, ocorre habitualmente no fim da gravidez e caracteriza-se pelas seguintes manifestações clínicas: hipertensão, proteinúria e edema. Em suas formas graves, em virtude da irritabilidade do sistema nervoso central, instalam-se convulsões e a doença é denominada eclâmpsia; se ausentes de crises convulsivas, trata-se de préeclâmpsia. Já a síndrome HELLP (SH) é caracterizada pelo quadro clínico de pré-eclâmpsia associado a alterações laboratoriais específicas. Estima-se que afete 2 a 5% de todas as gestações e o prognóstico materno costuma estar vinculado à crise convulsiva. A mortalidade na eclâmpsia é elevada (10 a 25%), mas na pré-eclâmpsia é excepcional, a não ser quando sobrevém a SH. Além disso, a mortalidade fetal, quando comparada às gestações não patológicas, está aumentada em 5% nos casos de pré-eclâmpsia, chegando a 15% nos casos graves; SH, 35%; eclâmpsia, 30 a 35%. O mecanismo etiopatogênico mais aceito da pré-eclâmpsia envolve uma interação entre as seguintes hipóteses etiológicas: invasão trofoblástica anormal dos vasos uterinos; intolerância imunológica entre os tecidos maternos e fetoplacentário; má adaptação às alterações cardiovasculares ou inflamatórias da gravidez; e anormalidades genéticas. Devido à sua alta prevalência e ao prognóstico reservado, é de extrema importância identificar gestações de risco, meios de prevenção, diagnóstico e tratamento. Conclusão: Devido ao fato de ocorrer em 2 a 5% de todas as gestações, ser responsável por mais de 100.000 mortes maternas por ano e aumentar consideravelmente a morbimortalidade perinatal é de extrema importância a realização de métodos preditivos para identificar gestações de risco e possibilitar sua prevenção. Nos casos onde a prevenção não é mais possível, o seu diagnóstico permite o acompanhamento dessa paciente até a realização do tratamento, que na maioria das vezes é o parto. Email: [email protected] 224 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Toxoplasmose e gestação: uma revisão sobre a abordagem atual Izabela Rodrigues Figueiredo Ana Raquel Souza de Azevedo Larissa Araújo Dutra de Carvalho Monique Almeida Vaz Ana Raquel Nascimento Lawall Fábio Santana dos Passos Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Revisar os aspectos essenciais da infecção por toxoplasmose na gestante, com enfoque em seu rastreio precoce, características clínicas e manejo clínico. Metodologia e fonte de dados: Trata-se de um estudo de revisão da literatura fundamentado na pesquisa ativa de artigos científicos nas bases de dados do Arquivo Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, além de diretrizes e documentos oficiais do Ministério da Saúde, que abrangeram as palavras-chave “Toxoplasma gondii”, “Toxoplasmose e gestação” e “infecções na gestante”, no período de março de 2012 a janeiro de 2014. Discussão: A toxoplasmose é uma infecção, algumas vezes doença, ocasionada pelo protozoário Toxoplasma gondii, que apresenta o gato como hospedeiro definitivo e encontra o homem como intermediário. A transmissão ocorre na ingesta de alimentos contaminados por cistos, no contato com solo contendo oocistos das fezes de gatos, e nas primo-infecções verticais. O risco de transferência materno fetal gira em torno de 40% e aumenta com o avanço da gravidez em 15%, 25% e 65% nos respectivos trimestres, a depender de fatores como fluxo sanguíneo e carga parasitária placentários, virulência da cepa e susceptibilidade genética. O grau de comprometimento do concepto, no entanto, é maior no início da gestação. Na ampla maioria dos casos, o quadro clínico é assintomático ou inespecífico e os sintomas, quando presentes, eclodem nas pacientes imunossuprimidas de maneira fulminante, com comprometimento do sistema nervoso, instabilidade hemodinâmica e insuficiência respiratória. A conduta terapêutica será embasada no quadro sorológico identificado pelos ensaios imunológicos específicos, os quais definem o diagnóstico da infecção na gestante. Conclusão: A abordagem atual da Toxoplasmose na gestação está fundamentada no rastreio da infecção. Ainda que na ausência de sintomatologia, a triagem sorológica reveste-se de importância e deve ser preconizada na abordagem pré-natal de maneira precoce. A identificação das grávidas suscetíveis é primordial para que a prevenção primária da doença e de sua transmissão vertical, assim como o tratamento empregado e o seguimento, sejam adequados aos moldes de um bom prognóstico. Email: [email protected] 225 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Transplante de Córnea: Uma revisão de literatura André Vinicios Batista Alves Anderson Gustavo T. Pinto Nayra Nascimento Ribeiro Danielly Cristine de Oliveira Bruno Ritchely da Silva Soares Isabela Augusta de C. Testi Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Discorrer a respeito da importância do transplante de córnea em nosso país, sendo hoje o transplante mais realizado no Sistema Único de Saúde. Metodologia e fonte de dados: Foram analisados 31 artigos brasileiros, americanos e ingleses dos últimos dez anos da plataforma de dados PubMed, assim como literaturas consagradas na oftalmologia, fazendo uma revisão detalhada a respeito do transplante de córnea. Foram utilizadas as palavras-chave: córnea, transplante, oftalmologia, ceratoplastia, trepanação. Discussão: Discorrer à cerca do transplante de córnea realizado através de uma cirurgia que consiste na substituição de tecido corneal lesado por tecido saudável obtido por doação. Existem técnicas que envolvem a troca total ou parcial da córnea. A indicação se dá por perda das características básicas desta região: transparência, curvatura e existência regular. É uma cirurgia rápida e com baixo índice de rejeição. Pode-se encontrar complicações como astigmatismo, glaucoma, rejeição e/ou má cicatrização, mas geralmente é uma cirurgia que segue com bom prognóstico e devolve a qualidade de vida ao paciente. Conclusão: Tendo em vista que a córnea é um órgão com nutrição não-sanguínea, percebeu-se que os índices de rejeição são menores que em outros transplantes, logo, os dados mostram que os sucessos cirúrgicos são altos. De uma maneira geral, os dados são favoráveis aos procedimentos relacionados à técnica de transplante corneal, por oferecerem melhora, baixo índice de rejeição e poucas complicações associadas. Email: [email protected] 226 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Transplante pancreático: história, indicações e complicações Wendel Silva Issi Isac César Roldão Leite Rebeca Marques Margoto Kellen Karenine Pinho de Medeiros Marcelo Ribeiro Artiaga Paulo Juvêncio Gomes Tubino Instituição: Faciplac Objetivo: O objetivo do trabalho consiste em relatar as tentativas e dificuldades no desenvolvimento de um tratamento para pacientes com doenças pancreáticas por meio de transplante do órgão. Metodologia e fonte de dados: Foram utilizados diversos artigos nacionais e internacionais buscados nas bibliotecas públicas virtuais BIREME e LILACS publicados entre os anos de 2000 a 2014. Na busca utilizou-se as palavras chaves: Transplantes pancreáticos, substituição ilhotas, tratamento diabetes. Discussão: O transplante tem como principal função substituir células β que foram destruídas por processo autoimune no Diabetes Mellitus tipo 1. Sua substituição visa a restauração fisiológica do metabolismo da glicose com o intuito de estagnar complicações da doença. Em 1892, os médicos Mering e Minkowski expuseram trabalhos demostrando que a ação da pancreatectomia no organismo resultava em diabetes. Diversos trabalhos com enxerto de partes do pâncreas sob a pele em animais sem o órgão foram realizados trazendo um controle momentâneo da doença, sendo desestabilizado ao retirá-los do local do implante. Em 1894, foi relatada a implantação subcutânea de um fragmento do pâncreas não vascularizado de ovelha na coxa de uma criança compadecendo com diabetes. Este foi o primeiro indício de transplante de pâncreas em humano, o que levou aos investigadores reconhecer que o nível de glicose no sangue refletia a viabilidade do órgão. Em 1966, foi realizado o primeiro transplante com sucesso. Fez-se o enxerto cadavérico revascularizado por anastomose da artéria esplênica ao eixo celíaco e veia esplênica na veia porta. Somente após 1999, com a regulamentação do Ministério da Saúde, esse transplante teve início de forma efetiva no Brasil. O primeiro transplante isolado de pâncreas do mundo foi feito no Rio de Janeiro. O paciente sobreviveu vários anos após a intervenção que foi suficiente para induzir a insulino-independência. Conclusão: As muitas maneiras utilizadas ao longo da história para conseguir um transplante pancreático eficaz acabaram por ser positivas. Hoje, esse procedimento é utilizado como uma alternativa de tratamento que traz inúmeras vantagens aos pacientes. Email: [email protected] 227 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Transplante pulmonar em pacientes com hipertensão arterial pulmonar Nathália Gomes Mialichi Mariana Mendes Pacheco de Freitas Diego Vinícius Gonçalves Santana Thais Reggiani Cintra Armando José China Bezerra Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O presente trabalho possui como objetivo analisar as indicações, os procedimentos, a evolução e o prognósticos dos pacientes com hipertensão pulmonar, principalmente de origem idiopática, em relação ao transplante pulmonar. Metodologia e fonte de dados: Foram pesquisados artigos, tanto de pesquisa, quanto de revisão de literatura e de relatos de casos, nas bases de dados BIREME e Scielo, com as palavras-chave: “transplante pulmonar e hipertensão arterial pulmonar”, de forma separada e em conjunto. Foram selecionados 10 artigos relacionados, restritos a estudos com humanos, e aos em português e em inglês, entre os anos de 2010 a 2015. Discussão: Em pacientes adultos a indicação para o procedimento é enfisema e fibrose pulmonar de causa idiopática. Além disso, a bronquiectasia também é uma indicação no contexto brasileiro. Já pacientes com hipertensão pulmonar idiopática possuem um prognóstico ruim, à medida que a maior morbimortalidade é proporcional às arritmias e à falência do coração direito, quando este não consegue mais trabalhar contra a alta pressão no leito vascular pulmonar. A maioria destes pacientes, apesar da terapia medicamentosa, evolui para a necessidade de transplante pulmonar. Nestes casos, os pacientes apresentam um risco menor pós-transplante do que aqueles que não utilizaram terapia medicamentosa e também uma sobrevida maior a longo prazo. Porém, ainda há altas taxas de rejeição por parte do receptor. Para o sucesso do tratamento, verifica-se a necessidade de otimização da terapia clínica, através de prostaciclinas e análogos vasoativos,além de terapia gênica e de reposição celular; otimização do tempo na lista de espera para transplante, e otimização do manejo para o transplante. Alguns métodos paliativos também podem ser utilizados, como a septostomia atrial, que promove a redução da pressão do lado direito do coração por um período de tempo, e como o suporte extracorpóreo pulmonar. Conclusão: Considera-se indispensável a boa comunicação entre os clínicos e os cirurgiões relacionados ao transplante pulmonar destes pacientes, haja vista que este é um grupo de alto risco e de alta mortalidade relacionados ao procedimento e que requer monitoramento preciso e acompanhamento a qualquer sinal de descompensação. É importante notar também que um apoio social ao paciente e melhora na adesão ao tratamento prévio reduzem a probabilidade de um transplante pulmonar futuro. Email: [email protected] 228 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Transtorno obsessivo-compulsivo no puerpério Ana Raquel Nascimento Lawall Lourival Paiva Grillo Júnior Felipe Rodrigues Bezerra Nayra Nascimento Ribeiro Juvenal Fernandes dos Santos Daniele Oliveira Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O objetivo desse trabalho é abordar clinicamente o transtorno obsessivo-compulsivo durante o puerpério e sua respectiva terapêutica. Metodologia e fonte de dados: Realizou-se uma pesquisa bibliográfica em livros e artigos de revisão nas bases de dados: Scielo, LILACS, PubMed, MEDLINE e com as palavras-chave: “transtorno obsessivo-compulsivo” associada a “parto”, "puerpério" , "gestação” e “tratamento” e seus correlatos em inglês, publicados nos últimos 12 anos. Período da pesquisa: junho de 2015. Discussão: O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), segundo o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, é caracterizado por um quadro de obsessões e/ou compulsões. Obsessões são pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes, intrusivos e/ou indesejados. Quando persistem, podem levar o indivíduo a ter comportamentos repetitivos, as chamadas compulsões. Esse quadro gera ansiedade e desconforto e o indivíduo tenta resistir ou ignorar. De acordo com a literatura, estudos têm demonstrado que o pós-parto é uma importante etapa da vida que pode precipitar ou exacerbar o transtorno, mas a prevalência propriamente no puerpério ainda é controversa. Nesse período da vida, as obsessões e compulsões no pós-parto envolvem o recémnascido, como medo de não conseguir segurá-lo, impulso de sufocá-lo e imagens repetitivas da morte do mesmo, porém isso não está associado a alguma atitude infanticida. Quando não é feito o tratamento adequado, o curso é, em geral, crônico, com oscilações de piora e de melhora dos sintomas, podendo permanecer por toda a vida e deve-se levar em consideração o risco de suicídio nessas pacientes. O tratamento farmacológico mais indicado para o TOC são os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) e tricíclicos. Conclusão: O transtorno obsessivo-compulsivo acarreta uma série de modificações de ordens fisiológicas, neuropsicológicas e socioculturais à puérpera. A percepção clínica de transtornos psiquiátricos e a identificação de outras comorbidades sistêmicas de forma eficiente melhoram o prognóstico e a qualidade de vida desses pacientes. O profissional de saúde deve estar atento para o aparecimento de psicose e depressão pós-parto. Email: [email protected] 229 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Tratamento da Candidíase Vulvovaginal Recorrente Natália Pierdoná Nathália Gomes Mialichi Natália Cristina Moreira Neves Larissa Araújo Dutra de Carvalho Daniela Vinhaes dos Reis Armando José China Bezerra Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: O presente trabalho possui como objetivo a análise das proposições de tratamento para a candidíase vaginal recorrente em pacientes imunocompetentes. Metodologia e fonte de dados: Foram pesquisados artigos, tanto de pesquisa, quanto de revisão de literatura e de relatos de caos, nas bases de dados BIREME e Scielo, com as palavras-chave: “candidíase vaginal’, “tratamento da candidíase”, “candidíase vaginal recorrente” e “recurrent vaginal candidiasis”. Foram selecionados 10 artigos relacionados ao tratamento da doença, em português e em inglês, entre 2010 e 2015. Discussão: Cerca de 5% das pacientes com candidíase vulvovaginal terão a candidíase vulvovaginal recorrente, definida com quatro ou mais episódios dentro de 12 meses. A Candida albicans é a responsável por cerca de 90% dos casos, e para melhor acurácia diagnóstica, as mulheres com sintomatologia vaginal devem ser submetidas à medida do pH vaginal, teste de Whiff, microscopia à fresco e KOH. Nos casos de candidíase vaginal recorrente, o sucesso do tratamento impõe dose prolongada de antifúngico oral, como Fluconazol 150 mg em 3 doses, nos dias 1, 4 e 7, ou outros azólicos tópicos por 7 a 14 dias antes do início do tratamento de manutenção. Já o tratamento de manutenção pode ser realizado com Fluconazol oral 150mg 1x por semana ou Clotrimazol vaginal 500mg 1x/semana ou 200 mg 2x por semana durante seis meses. Nos casos de recidiva documentada, reinicia-se o regime de manutenção com Fluconazol semanal durante um ano. Outra opção para reduzir a dosagem utilizada inclui Fluconazol 200mg em 3 doses em dias alternados, com intervalo de 14 dias até o início de 200mg semanais por 2 meses, seguida de 200 mg quinzenais por 4 meses e 200mg mensais por mais 6 meses, sendo que ambos os ciclos de tratamento tiveram eficácia de 90%. Outros tipos de Candida requerem alteração do esquema de tratamento, assim como pacientes grávidas e que possuem outras patologias, como dermatites de contato. Conclusão: A dificuldade no tratamento da candidíase vaginal recorrente encontra-se na sucessão de erros diagnósticos, na automedicação, na falta de suspensão dos fatores predisponentes, e na falta de adesão ao tratamento por completo, visto que este inclui períodos prolongados de medicação. Dessa forma, cabe ao ginecologista realizar os exames diagnósticos na suspeita de candidíase vaginal recorrente e acompanhar a paciente para reduzir as chances de recidiva do quadro. Email: [email protected] 230 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Tratamento da dor crônica Fernanda Caroline Moura Garcez Arnaud Macedo de O. Filho Guilherme Fleury Costa Luísa Villela Biazon Pedro Guimarães Pascoal Vinícius Oliveira Domingues Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Expor as manifestações clínicas e as possibilidades técnicas de tratamento no manejo do paciente acometido por dor crônica, considerando tanto o processo patológico, quanto psicossocial envolvidos. Metodologia e fonte de dados: Foi realizado um levantamento bibliográfico com base em livros de anestesiologia e outros sobre o manejo clínico da dor; as bases de dados usadas foram LILACS e Scielo, além de revistas indexadas, escritos entre 2011 e 2015. As palavras-chave utilizadas para capturar os artigos relevantes foram: “dor crônica”, “anestesiologia” e “farmacologia”. Discussão: A dor crônica é referida como patológica sem uma causa bem elucidada, já que, na grande maioria dos casos, não há lesão ou processo inflamatório associados. É insidiosa, porém incapacitante, progressiva até a incapacitação e sem remissão espontânea. Está associada a mecanismos centrais nociceptivos, com hiperssensibilização da ativação de suas vias centrais, geralmente com fatores psicológicos associados. Sua manifestação clínica envolve alargamento do local acometido, hiperalgesia e alodínia, com envolvimento de mecanismos neurofisiológico e psicogênico. O tratamento farmacológico pode ser feito por meio de analgésicos simples, antiinflamatórios não-esteroidais e opioides, além de "coxibs". Como medicação adjuvante, podem ser usados antidepressivos tricíclicos, ansiolíticos, neurolépticos, anticonvulsivantes, relaxantes musculares, clonidina e cetamina. Além de técnicas que provêm melhor qualidade de vida como bloqueios neuromusculares, fisioterapia, cirurgias, acupuntura e psicoterapia. Conclusão: Nota-se que há dificuldades tanto na identificação, quanto no tratamento da dor crônica, constituindo-se um marco o conceito introduzido por Bonica da necessidade de atendimento multidisciplinar. Para sucesso no tratamento, há necessidade de reunião de diversos especialistas bem treinados e disponíveis à atenção especial ao paciente com dor crônica. Email: [email protected] 231 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Tratamento de coarctação aórtica e de artérias colaterais aneurismáticas Raphael Andrade Gonçalves Borges Mario de Souza Brandão Ricardo Barros Corso Isaac de Azevedo Silva Helmgton José Brito de Souza Carolina Fernandes de Almeida Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Descrever um caso com diagnóstico de recoarctação aórtica severa e com múltiplas colaterais arteriais aneurismáticas, sintomático, operado com a técnica de derivação extra-anatômica aortoaórtica, com evolução favorável, com sete anos de seguimento pós-operatório. Descrição do caso: Paciente do sexo masculino, 47 anos, com dor torácica crônica, portador de hipertensão arterial de difícil controle e operação de correção de coarctação de aorta há 10 anos. Investigação revelou coarctação aórtica severa, tubo extra-anatômico aorto-aórtico de fino calibre, estenótico e com fluxo restritivo, presença de grandes colaterais arteriais aórtico-subclávia aneurismáticas. Foi realizado em 12/2005 o tratamento cirúrgico extra-anatômico com implante de prótese de dacron de 26mm entre a aorta ascendente e a aorta descendente torácica, via esternotomia mediana e com o auxílio da circulação extracorpórea. Discussão: A derivação extra-anatômica entre a aorta ascendente e a descendente torácica é uma técnica alternativa descrita para a correção e da recoarctação aórtica complexa, em especial para pacientes adultos. Não houve complicações pós-operatórias maiores e recebeu alta hospitalar no nono dia de pós-operatório. Exame angiotomográfico pós-operatório precoce revelou trombose espontânea das colaterais aneurismáticas. O paciente mantém-se em Insuficiência Cardíaca Congestiva de classe funcional I (NYHA) em seguimento tardio. Conclusão: A derivação extra-anatômica de prótese vascular aorto-aórtica para a correção da recoarctação aórtica complexa em paciente adulto possibilitou a trombose espontânea de colaterais aneurismáticas e manteve o resultado tardio em sete anos de seguimento. Email: [email protected] 232 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Traumatismo Cranioencefálico e Encefalopatia Hipóxica por violência durante a gestação Renata Mayumi Hamaoka Daniela Vinhaes dos Reis Natália Gontijo Ribeiro Victória Gontijo Neves Rachel Costa Vinhaes dos Reis Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Relatar um caso sobre violência contra a mulher com graves consequências materno-fetais e ressaltar a importância de um pré-natal multiprofissional que consiga identificar fatores sociais e ambientais, dentre outros, que podem influenciar diretamente na dinâmica da vida da mulher gestante. Descrição do caso: B.M.O., feminino, 25 anos, procedente da enfermaria de alto risco do Hospital Universitário de Brasília, com admissão na unidade de terapia intensiva materna do Hospital Materno Infantil de Brasília. Paciente gestante de 21 semanas e 3 dias foi vítima de agressão física (espancamento) e sexual praticada pelo marido, que gerou rebaixamento do nível de consciência, decorticação e estado comatoso vigil. Ao exame físico, apresentava-se em regular estado geral, acordada, responsiva a estímulos sonoros; com abdome flácido, indolor, gravídico, com tônus uterino fisiológico e ruídos hidroaéreos normoativos. Na evolução, foi submetida à cesárea com feto pré-termo de 36 semanas e 1 dia, masculino, pesando 2244 g, apgar 9/10 e ausência de malformações aparentes. Paciente obteve boa recuperação pós-operatória, porém permaneceu em coma vigil e internada na UTI materna para acompanhamento. Discussão: A paciente foi diagnosticada com traumatismo cranioencefálico (TCE) e encefalopatia hipóxica pós-trauma, que são causas de incapacidade motora e cognitiva consequentes ao estado vegetativo persistente. Nesse estado, as alterações neurológicas ocorrem por mais de três meses após anóxia cerebral e doze meses na sequência do TCE. Ele é caracterizado pela ausência completa de consciência de si e do ambiente, porém pela preservação do ciclo de sono e vigília e das funções do hipotálamo e do tronco cerebral. A prevalência da violência contra a mulher varia entre 13,1 a 33,8%, sendo que, durante a gestação, a violência física corresponde a 5,7% e a violência sexual a 1,3%. Porém, diferentemente do que se espera, a maior parte da violência é provocada por parceiros íntimos das mulheres. Conclusão: A violência contra a mulher é um grave problema de saúde pública e, quando praticada durante a gravidez, pode gerar sérias consequências tanto à mulher quanto ao feto. Perante a legislação brasileira, é dever do profissional de saúde notificar qualquer suspeita ou confirmação de violência com o intuito de desenvolver ações de proteção e prevenção, além do monitoramento da situação de saúde relacionada às violências. Assim, o pré-natal torna-se um meio extremamente importante de prevenção. Email: [email protected] 233 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Tromboembolismo pulmonar em paciente com Síndrome do anticorpo antifosfolipídeo Raphaela Mendes Moreira Gilda Elizabeth Oliveira da Fonseca Alessandra de Souza Rocha Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Alertar sobre a importância de se investigar todas as possíveis causas de tromboembolismo pulmonar em uma mulher jovem, inclusive a Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo (SAF), pois ela pode ser uma delas e o tratamento adequado dessa doença é muito importante para o bom prognóstico da paciente. Descrição do caso: Paciente feminino, 31 anos, resistente à insulina e sem história de tabagismo. Apresentou dispneia a pequenos esforços e quadro álgico na parede lateroposterior do hemitórax direito, insidioso, progressivo e em pontada. Sem tosse ou hemópticos. Paciente refere uso de anticoncepcional oral. Discussão: A SAF é encontrada mais predominantemente em indivíduos jovens e hígidos. A manifestação clinica mais comum é a trombose venosa. Os critérios diagnósticos para a síndrome são anticorpos antifosfolipídeos reativos e/ou episódios de trombose, ou histórico de abortos e nascimentos prematuros. Ao confirmar o diagnóstico da SAF, o tratamento deve ser realizado pela vida toda. No presente caso foi confirmado tromboembolismo pulmonar pelo resultado do dímero D igual à 1.347 ng/mL e pelas tomografias que mostraram áreas de infarto pulmonar. O Doppler dos membros inferiores não apresentou nenhuma alteração. Paciente foi submetida a duas dosagens do Anticardiolipinas, as quais resultaram em valores de IgG com alta reatividade. Assim, a paciente foi diagnosticada com SAF.Optou-se, portanto, trocar o anticoagulante, Rivaroxabana, pelo inibidor da vitamina K, pois esse é o medicamento adequado para a doença. Conclusão: Ao suspeitar da SAF e solicitar a dosagem dos anticorpos foi possível diagnosticar a doença e, assim, iniciar o tratamento correto com inibidor de vitamina K, que deve ser em longo prazo, e informar a paciente sobre a doença. Email: [email protected] 234 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Tumor de Pancoast e o Tabagismo Matheus Castilho Corrêa Alisson Leandro Camillo Pereira Leandro Lúcio de Aguiar Luciana Cardoso Reis Tayane Oliveira Pires Helena Barroso Bernal Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Este trabalho tem por objetivo apresentar à comunidade acadêmica e/ou médica informações sobre o tumor de Pancoast e, principalmente, reafirmar a importância da conscientização a respeito do tabagismo e suas consequências, mostrando que existe uma relação intrínseca entre esta patologia e o tabaco. Metodologia e fonte de dados: A fim de obter informações para a realização desta revisão de literatura, pesquisaram-se artigos no banco de dados do Scielo, da Revista de Pneumologia da Unifesp e da Associação Catarinense Médica, com as palavras-chave tumor, câncer e Pancoast, datados de 2007 a 2011. Discussão: O tumor de Pancoast (TP) é um carcinoma broncogênico apical formado, principalmente, pelos tipos epidermoide e adenocarcinoma e, menos frequentemente, por células pequenas. Foi descrito por Henry Pancoast, radiologista norte-americano. Localiza-se no sulco formado pela passagem dos vasos subclávios pela cúpula da pleura e os ápices pulmonares. Devido a esta localização específica, compromete estruturas peculiares. Pode então, comprimir os ramos inferiores do plexo braquial (C8, T1 e T2), causando dor ipsilateral no ombro e membro superior, denominada Síndrome de Déjerine-Klumpke; paresia e atrofia dos músculos intrínsecos da mão; e compressão da cadeia simpática cervical, causando a Síndrome de Claude Bernarde-Horner (ptose, miose, anidrose e enoftalmia ipsilaterais). Todos estes sinais e sintomas citados podem ser chamados simplesmente por Síndrome de Pancoast (SP). Entre 4% e 5% dos cânceres pulmonares apresentam-se através da SP. Sabe-se também que estas neoplasias são responsáveis pela segunda maior taxa de mortalidade por câncer, ficando atrás apenas do câncer de próstata em homens e do câncer de mama em mulheres. Atrelado a este quadro, tem-se que 90% dos pacientes são ou foram fumantes em alguma época da vida. O diagnóstico do TP é feito através de exames de imagem e histopatologia através da biópsia. O tratamento é feito por quimio/radioterapia e remoção cirúrgica do TP. Conclusão: O diagnóstico é difícil de ser feito precocemente, pois o paciente demora a apresentar sintomas e/ou a procurar ajuda médica. Assim, o tratamento precoce, que aumenta as chances de cura total da doença, fica impossibilitado. aumenta as chances de cura total da doença, fica impossibilitado. Logo, a conscientização a respeito dos males causados pelo tabagismo é de extrema importância, já que o cigarroestá intimamente relacionado aos cânceres pulmonares. Email: [email protected] 235 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Tumor neuroendócrino metastático: tumor tratado com transplante hepático Raissa Figueiredo Lacerda Evelyn Jacome Obeid Marcelo Alencar da Fonseca Carolina Queiroz Raquel Scafuto Barbosa de Castro Andrei Alckmim Teixeira Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Relato de caso de uma paciente, testemunha de Jeová, com o objetivo de apresentar o transplante hepático como sendo uma das formas de tratamento da metástase hepática derivada de um tumor neuroendócrino primário. Descrição do caso: Feminino, 26 anos, com tumor neuroendócrino primário no íleo, submetida à ressecção cirúrgica. Não realizada terapia adjuvante. Durante diagnóstico do tumor primário com exames complementares, foram descobertas diversas lesões nodulares difusas no parênquima hepático compatíveis com metástase. Após confirmação da ressecção total do tumor primário e ausência de metástase extra-hepáticas comprovada por tomografia computadorizada de tórax e abdome, paciente foi submetida ao transplante hepático. Apresentava CHILD 5/MELD 24. Após procedimento, paciente fez uso de imunossupressão com Micofenolato, Tacrolimus e Metilprednisolona. Apresentou elevação do leucograma durante evolução clínica associada a derrame pleural sendo submetida à toracocentese sem intercorrências. Após boa evolução clínica, recebeu alta médica no 14º DPO. Discussão: Devido ao padrão múltiplo e difuso das lesões metastáticas no parênquima hepático, o transplante hepático foi indicado no caso relatado. Após a ressecção completa do tumor primário, a confirmação desta ressecção total e a ausência de metástases extra-hepática em imagens realizadas em até 12 meses antes do transplante foram fundamentais para a colocação da paciente na fila para o transplante hepático. A mudança dos parâmetros do CHILD e MELD ocorreu devido à alta probabilidade de metástase extra-hepática proveniente do tumor hepático. O aumento do leucograma é um dos parâmetros importantes no pós-operatório para a existência de algum foco infeccioso, porém deve-se sempre lembrar da influência dos imunossupressores no aumento desse parâmetro. Conclusão: No tumor neuroendócrino, diversas são as opções terapêuticas para o tratamento das metástases. O transplante hepático é uma das indicações terapêuticas. Parâmetros como sintomas, distribuição das metástases e histopatologia do tumor são importantes aspectos na escolha da terapêutica. Pacientes em lista de espera para transplante devem ser submetidos a uma intensa investigação para metástases antes do procedimento cirúrgico. Email: [email protected] 236 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Tumor ovariano volumoso em paciente na pós-menopausa Camila Pereira Rosa Érica Oliveira de Medeiros Wanessa Sobral Coutinho Sales Pedro Guilherme Cabral Higor Nogueira Paes Lara Mundim Alves de Oliveira Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Relatar caso de tumor ovariano de crescimento rápido em paciente de 57 anos e discutir o diagnóstico desta condição clínica. Descrição do caso: MAS, 57 anos, feminino, menarca: 12 anos, menopausa: 49 anos, hipertensa, comparece ao ambulatório de oncoginecologia referindo dor e aumento do volume abdominal há 7 meses. Ultrassonografia (USG) transvaginal mostra ovário direito não visualizado (em sua topografia há cisto com conteúdo heterogêneo de 119x117mm); ovário esquerdo=3,01cm³. Tomografia computadorizada (TC) de abdômen total com contraste mostra formação expansiva, medindo 23,4x20,9x13,5cm, volume=3500cm³, ocupando mesogástrio e adjacências, origem presumida em ovário direito; contornos lobulados, limites precisos, excetuando-se área na pelve, onde se confunde com pequena quantidade de liquido e contém múltiplas áreas císticas em seu interior com septos. Ao exame, abdômen volumoso, piparote negativo, massa palpável até arcos costais, móvel, indolor. Paciente diagnosticada com tumor ovariano e submetida à laparotomia exploradora para retirada de peça cirúrgica para estudo. Discussão: Os tumores ovarianos são mais frequentes em mulheres na pós-menopausa, uma vez que cerca de 20% dessas mulheres apresentarão um cisto de ovário. Para um diagnóstico preciso, é necessária a avaliação histopatológica do tecido em questão. O diagnóstico de tumor ovariano decorre desde os sintomas referidos pela paciente, exame físico e toque vaginal aos exames de imagem. O inchaço e aumento abdominal devido ao crescimento rápido da massa cística refletem também no toque vaginal, pois pode haver impossibilidade de delimitação uterina devido à presença de massa abdominal e pélvica volumosa. Conclusão: A laparotomia é apropriada para a ressecção da massa e sua posterior remoção. Os exames pré-operatórios são importantes para esta conduta, a fim de reconhecer as características do cisto. Os limites precisos, o conteúdo cístico e a ausência de linfonodomegalia indicam possível caráter benigno. Esses achados são possíveis mediante exames prévios, como USG e TC. Radiografia de tórax faz-se necessária para detectar efusões ou metástases pulmonares em casos de suspeita de câncer ovariano. Email: [email protected] 237 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Uma visão bioética e atual da cesariana Gabriella Maria Lucena Viana Maisa da Silva Dulci Medeiros Diaulas Costa Ribeiro Rayanne Garrido Monteiro de Andrade Aline da Silva Valadares Juliana da Luz Araújo Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Colocar em discussão a escolha da forma de parto, contrapondo-se ao que vem ocorrendo atualmente quando somente o profissional médico tem o poder de determinar a forma de parto. Metodologia e fonte de dados: Este estudo constitui uma revisão de literatura, no qual se utilizou de consulta a livros, manuais do Ministério da Saúde, O código de ética, além de artigos científicos selecionados na base de dados da Scielo e BVS – Biblioteca Virtual em Saúde, em inglês e português entre os anos de 2010‐2015. Foram encontrados 56 artigos, sendo selecionados 10 para leitura na íntegra. Como critérios de busca definiram‐se as seguintes palavras chave: bioética no parto normal e cesariana. Discussão: A experiência da parturição representa um evento importante na vida das mulheres marcado pelo novo papel "a maternidade". Devido aos avanços científicos e tecnológicos da assistência ao parto, vêm sendo observados os partos de alto risco, que resultaram na diminuição da morbimortalidade materno e neonatal. Porém, essa assistência, muitas vezes desenvolvida de forma mecanizada, fragmentada e desumanizada com uso excessivo de práticas intervencionistas, quando aplicadas no parto de baixo risco, trouxe às mulheres sentimentos de medo, insegurança e ansiedade, que repercutiram em dificuldades de seu trabalho de parto. A assistência médica focada, a falha de orientação à gestante e a precária educação, somando-se ao progresso científico e ao aprimoramento técnico, são fatores que contribuem para o aumento do número de partos cesáreos em detrimento ao parto normal. O Código de Ética Médica define que o médico deverá zelar pela vida humana atuando sempre para a manutenção e melhoria da saúde do paciente. O parto cesáreo é visto como um bem de consumo, disponível para aqueles que detém poder aquisitivo, adquirindo outro caráter além do procedimento médico: o de atividade lucrativa. O Conselho Regional de Medicina ratifica tal informação ao afirmar que as cesáreas realizadas sem consistência na indicação podem ser encaradas como procedimentos desnecessários ao paciente. Conclusão: O médico deve evitar assumir sozinho a definição da via de parto e promover a autonomia da gestante, protegendo seu direito de escolha. Deverá informar à paciente a maior quantidade de dados sobre sua situação médica; minimizar influências externas, diminuir a vulnerabilidade e, assim, aumentar sua autonomia na escolha da via de parto. Email: [email protected] 238 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Uso de enxertos em rinoplastia: uma revisão da literatura Brunna Joyce Borges de Lacerda Tayane Oliveira Pires Diderot Rodrigues Parreira Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Exemplificar os tipos de enxertos utilizados na rinoplastia, bem como discutir a indicação, vantagens, desvantagens e complicações de seu uso. Metodologia e fonte de dados: Com o intuito de obter informações para a realização desse trabalho , foram pesquisados artigos na base de dados do Scielo e na Revista internacional de otorrinolaringologia com as palavras-chave enxertos e rinoplastia datados de 2001 a 2015. Discussão: O nariz é considerado o grande responsável pela personalidade peculiar da face e, como tal, é alvo de insatisfações devido a deformações anatômicas ou adquiridas, influência de padrões sociais e autoconceito negativo quanto a forma e tamanho. A maioria das rinoplastias exige material complementar para sua execução. O material ideal seria aquele que mais se aproximasse das características naturais do receptor, a fim de minimizar as chances de rejeição e extrusão e aumentar a facilidade de absorção pelo corpo. Além disso, precisa possuir mesma forma, resistência e consistência e ter baixo custo. Com base nesses aspectos, as possibilidades são a utilização de autoenxertos, isoenxertos, homoenxertos (aloenxertos) e implantes (aloplásticos). Os autoenxertos podem ser obtidos de ossos, cartilagens e tecidos moles do próprio paciente e não sofrem rejeição. Os isoenxertos são transferidos de gêmeos monozigóticos, raramente sofrem rejeição. Os homoenxertos são enxertos transferidos de um indivíduo para outro geneticamente diferente, mas da mesma espécie, geralmente obtidos de cadáveres ou do banco de hospitais; são usados em poucos lugares ainda e vêm sendo abandonados. Os implantes são materiais artificiais, com alta chance de rejeição, infecção e maus resultados a longo prazo, são representados pelo Gore-Tex e Softform, principalmente. Conclusão: O tipo de enxerto utilizado em rinoplastia depende da escolha do profissional de saúde que operará a cirurgia. Deve ser levada em consideração a preferência do médico, suas características e a necessidade cirúrgica. O tipo mais frequentemente usado é o autoenxerto (cerca de 97% dos casos), preferencialmente da cartilagem septal. Email: [email protected] 239 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Uso de Metformina no tratamento de cânceres ginecológicos Mariana Mai Akaishi Renato da Silva Cordeiro Colenghi Julia Beluco Ferreira Fellipe Marques da Silva Araujo Luigia Peixoto Salvador Paulo Roberto Guimarães Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Esse trabalho visa reunir dados e evidências clínicas do uso da Metformina na oncologia, principalmente nos cânceres ginecológicos como o de endométrio. Metodologia e fonte de dados: Nessa revisão de literatura foi utilizado artigos de banco de dados como Scielo e Pubmed, entre os períodos de 2010 a 2014. Palavras-chaves utilizadas: “metformina”, “tratamento”, “câncer endometrial”. Discussão: A Metformina é um fármaco antidiabético oral da classe das biguanidas utilizado desde a época medieval. É um dos medicamentos mais prescritos no mundo pela sua facilidade de administração e por conter poucos efeitos colaterais. Além do seu uso para Diabetes tipo II, a Metformina também mostrou-se eficaz no tratamento de ovário policístico. Recentemente foi reportado que o uso da Metformina pode reduzir o risco carcinogênico e inibir a proliferação de células cancerígenas, como glioma e câncer de mama. Sua capacidade de diminuir os níveis de insulina circulantes assim como a de inibir os efeitos carcinogênicos tem tido grande importância mundial em estudos recentes para um novo tratamento oncológico. Conclusão: Como a Metformina é um fármaco para Diabetes tipo II, os estudos mostram resultados apenas em pacientes desse grupo. Além disso, ainda faltam informações sobre os efeitos dessa terapia em outros tipos de câncer, como o endometrial. O uso de Metformina para tratamento oncológico ainda é muito recente, mas tem grande potencial, pois é um fármaco seguro e de baixo custo, que seria ideal para o desenvolvimento de um medicamento anticancerígeno. Email: [email protected] 240 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Uso inadequado de terapia hormonal por mulheres no climatério na ESF Santa Terezinha II Nathália Alfaix Martins Palheiro Vicente Felipe Rodrigues Braz Lauro Barbosa Neto Ana Carolina Ferreira Borges Tiago Candido de Sá Cláudia Regina Alves Daud Instituição: IMEPAC – Araguari Objetivo: Evidenciar as mulheres no climatério em Terapia Hormonal inadequada na Estratégia de Saúde da Família Santa Terezinha II da cidade de Araguari-MG e adequar a Terapia Hormonal das pacientes na área de abrangência. Material e métodos: Trata-se de um trabalho de prevalência com posterior intervenção. Para isso, foi elaborado um questionário e aplicado às mulheres que fazem reposição hormonal na área de abrangência da ESF, que tange um total de 25 mulheres. Posteriormente, foram triadas aquelas que estavam usando a Terapia Hormonal (TH) de forma inadequada, por meio de busca ativa em prontuários e visitas domiciliares. As pacientes triadas tiveram consultas agendadas em horário destinado à saúde da mulher. Nessas consultas elas foram orientadas, propondo uma nova abordagem dos sintomas do climatério em conjunto com as pacientes. Discussão: O questionário foi aplicado a 25 pacientes, que são todas as mulheres com TH em acompanhamento na ESF. A avaliação dos questionários revelou que, entre as usuárias de TH oral (20 no total), 4 têm mais de 60 anos de idade, 8 fazem TH há mais de 10 anos, 13 possuem comorbidades e 2 têm irmã com câncer de mama. Entre as usuárias de TH tópica (5 no total), 3 têm mais de 60 anos, 5 usam há mais de 5 anos, 3 possuem comorbidades e 1 tem irmã com câncer de mama. Desse modo, a triagem revelou que 14 pacientes precisavam readequar o tratamento. As pacientes com mais de 60 anos de idade, mais de 5 anos de uso do hormônio, com comorbidades graves e câncer de mama em parentes de primeiro grau foram aconselhadas a parar a TH, diminuindo as doses gradativamente. Ainda, foram orientadas a retornar para ser avaliada a necessidade de um tratamento com outras medicações que auxiliem no tratamento do climatério, exceto TH. Conclusão: A decisão clínica de iniciar ou de dar continuidade à TH deve levar sempre em consideração às peculiaridades de cada caso, em particular procurando-se individualizar o regime terapêutico a ser adotado, as doses e vias a serem empregadas, o tempo de utilização dos hormônios, os benefícios e os riscos desta modalidade de tratamento. Desta maneira, apesar das dificuldades de retirar a TH, uma abordagem sistematizada deve ser realizada devido aos riscos desta terapia em longo prazo. Email: [email protected] 241 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Uso racional de antimicrobianos e o surgimento de bactérias multirresistentes Valéria Nogueira Naves Ana Carolina Andrade Canut Izabela Rodrigues Figueiredo José Gabriel Rodrigues Júnior Lara de Paula Sousa Marine Gontijo Freitas Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Estabelecer uma revisão sistemática sobre a importância do uso racional e discriminado de antimicrobianos de modo a evitar o surgimento de novas cepas bacterianas multirresistentes. Metodologia e fonte de dados: O estudo trata-se de uma revisão de literatura, foi realizada uma pesquisa em base eletrônica de dados por meio do acesso ao BIREME, PORTAL DA CAPES e SCIELO. Sendo selecionados artigos publicados entre 2010 e 2015, utilizando os seguintes descritores em português e inglês: antimicrobianos, resistência bacteriana, bactérias multirresistentes. Discussão: Antimicrobianos são substâncias capazes de inibir o crescimento ou destruir microrganismos, sendo ainda classificados como antibióticos (substâncias naturais) ou quimioterápicos (substâncias sintéticas). Sendo a segunda classe de medicamento mais utilizada, possuem importante poder de atuação na microbiota do paciente. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a prevenção de infecções causadas por microrganismos tem perdido sua efetividade devido à resistência antimicrobiana, tendo como resultado o prolongamento das doenças e o aumento da mortalidade. A distribuição indiscriminada de antimicrobianos e o fácil acesso a esses medicamentos nas farmácias, o diagnóstico impreciso entre infecções bacterianas e infecções virais e a ausência de programas que estimulem o uso consciente desses medicamentos são apenas alguns dos fatores que contribuem para o uso inadequado de antimicrobianos e o consequente surgimento de cepas resistentes. Decorrente do uso irracional dessas drogas, cepas de bactérias que antes respondiam satisfatoriamente a antibióticos, não estão mais sendo combatidas por esses medicamentos, como ocorre com as cepas da Klebsiella pneumoniae, em que a utilização de antibióticos carbapenêmicos não é mais tão efetiva como antes. Conclusão: O uso racional de antimicrobianos é hoje o principal meio de combate ao surgimento de microrganismos multirresistentes, sendo de extrema importância na manutenção da efetividade dessas drogas. Email: [email protected] 242 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Vacina para câncer de pele a partir do Tripanosoma cruzi (NY-ESO-1) Kelma Luana Abreu de Siqueira Luigia Peixoto Salvador Renato da Silva Cordeiro Colenghi Diego Vinícius Gonçalves Santana Fellipe Marques da Silva Araujo Eugenio Galdino de Mendonça Reis Filho Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Este trabalho tem como objetivo revisar sobre uma vacina antitumoral capaz de induzir uma forte resposta imune anti-NYESO-1 e uma resistência do hospedeiro contra tumores que expressem tal antígeno. Metodologia e fonte de dados: Trata-se de uma revisão da literatura que estendeu-sepelo mês de junho de 2015, com consultas às plataformas de pesquisas do CAPES, Scielo e PubMed. Discussão: A neoplasia de pele é a mais frequente. No Brasil, apenas 25% correspondem a tumores malignos. Atinge mais pessoas de peles, olhos e cabelos claros, com exposição prolongada ao sol e história familiar. Se detectada precocemente, possui altos índices de cura. Para prevenir, deve-se evitar exposição solar das 10 às 16 horas, bem como usar bonés e protetor solar. Quanto ao tratamento não cirúrgico, estudos com o Trypanossoma cruzi (T.cruzi), mostraram ser possível a criação de uma vacina. Ao ser atacado pelo câncer, o sistema de defesa responde direcionando ao “antígeno tumoral”, produzido pelas células cancerosas. O NY-ESO-1 é um desses antígenos tumorais, encontrado em melanomas. Não se sabe sua função nas células tumorais. Sabe-se que pacientes positivos para NY-ESO-1 apresentam uma resposta humoral e espontânea. Por essa alta imunogenicidade, foi pensado em empregar a imunoterapia ao tratamento do câncer. A vacina objetiva induzir células imunológicas mediadoras e efetoras. O T.cruzi foi cogitado como vetor vacinal, por ter resposta imune forte, permanecer no hospedeiro por décadas e ainda, ter pela correlação das fases do câncer com a infecção causada por ele. Foi desenvolvida uma cepa mais fraca do protozoário, incapaz de causar infecção, e que é ativadora do sistema imune. Estes transgênicos por sua vez são capazes de produzir NY-ESO-1, gerando memória imunológica contra o tumor. Conclusão: Devido ao aumento crescente da incidência de câncer, tornaram-se necessários novos métodos de tratamento. Como a resposta imune ao câncer não gera uma grande ativação, o combinado do protozoário T.cruzi, que induz uma resposta imune muito forte mediada por linfócitos T CD4+ e T CD8+, com o antígeno NY-ESO-1, produz além de uma ótima resposta imune específica, a inibição tumoral. Acredita-se, então, que o T.cruzi seja uma grande ferramenta para elaboração de vacinas profiláticas e terapêuticas. Email: [email protected] 243 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1) Revista de Medicina e Saúde de Brasília TEMA LIVRE Título: Valvoplastias: relato de caso Ana Paula Lottici de Brito Pedro Henrique Rosa Silveira Henrique Freitas de Araújo Guilherme Miguel Thomé de Carvalho Guilherme dos Santos Queiroz Hélio Henrique Medeiros Pires Instituição: Universidade Católica de Brasília Objetivo: Discutir a conduta adequada para os casos que necessitem de dupla abordagem valvar nas cirurgias de colocação de próteses, tendo como base um relato de caso. Descrição do caso: VGS, masculino, 38 anos, relata dispneia aos médios esforços, eventuais episódios de dispneia paroxística noturna e palpitações há 5 anos. Evoluiu com dor torácica de moderada intensidade, irradiando para dorso, com horas de duração, não ventilatório dependente. Apresenta histórico de febre reumática e de troca valvar aórtica por prótese metálica, associada a plastia mitral, há 22 anos, para o qual manteve-se assintomático por 17 anos. Ao exame cardiovascular, foi notado sopro sistólico em foco mitral 4+/6+, com irradiação para região axilar anterior e sopro sistólico 3+/6+ em foco aórtico, com clique metálico. Os exames complementares mostraram insuficiência mitral moderada a importante; insuficiência tricúspide discreta; sinais de alteração do relaxamento diastólico e insuficiência cardíaca congestiva classe funcional II/III. Foi proposta a cirurgia de troca valvar mitral por prótese metálica. Discussão: A valvoplastia é indicada principalmente para crianças, devido à necessidade de novas trocas protéticas, ao não uso de anticoagulante e à sua baixa trombogenicidade. Os índices de reoperação em 10 anos variam entre 7% e 10%. A troca valvar por prótese é indicada quando a plastia não é possível, ou quando há uma maior chance de reabordagem, caso se execute a plástica. Já a prótese metálica apresenta boa eficiência hemodinâmica como fator favorável a sua indicação. A escolha do substituto valvar mecânico nos dois procedimentos do caso relatado, dado a idade do paciente e seu prognóstico, levou em consideração esses fatores, visando diminuir a possibilidade de reoperações no sítio aórtico mais tardiamente. A conduta em casos semelhantes deve analisar separadamente cada aparelho valvar para indicar o melhor tratamento a longo prazo para o paciente. Conclusão: A plástica realizada na valva mitral obteve bons resultados durante 17 anos, tempo maior do que o estimado para a necessidade de reoperações nas valvoplastias. Como o paciente já havia realizado a troca da valva aórtica por prótese metálica, a necessidade de anticoagulação plena não foi necessária. Logo, os procedimentos foram indicados com base nas lesões de cada aparelho valvar, e foi recomendando o melhor tratamento para o caso com a troca do aparelho valvar mitral por prótese metálica. Email: [email protected] 244 2238-5339 © Rev Med Saude Brasilia 2015; 4(Supl.1)