CCE – CONSCIÊNCIA COMUNITÁRIA ESCOLAR: PERSPECTIVA

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CCE – CONSCIÊNCIA COMUNITÁRIA ESCOLAR: PERSPECTIVA DE
PARCERIA ENTRE ESCOLA E FAMÍLIA
TOZZO, Astrit Maria Savaris – Secretaria Municipal de Educação de Chapecó - SC
[email protected]
SUTTILI, Sueli – Secretaria Municipal de Educação de Chapecó – SC
[email protected]
Eixo Temático: Didática: Teorias, Metodologias e Práticas
Agência Financiadora: não contou com agência financiadora.
Resumo
Este projeto apresenta estratégias utilizadas pela Secretaria Municipal de Educação de
Chapecó – SC (SED), desde 2008, enfatizando a importância da parceria, da aprendizagem e
da cultura da paz. O objetivo é promover sensibilização das atitudes cotidianas, socialização
das informações, troca de experiências, palestras e capacitação de toda a comunidade escolar,
visando ao fortalecimento do vínculo entre família e escola, numa perspectiva de parceria,
entendida como soma de esforços para fins comuns, pautando-se na dimensão do aprender a
conviver e do aprender a ser. O Projeto CCE – Consciência Comunitária Escolar visa a
resgatar essas duas dimensões, por meio dos quatro pilares que constituem a estrutura da
educação: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser. Para
isso, a SED possui uma equipe de articuladores que, a partir de diagnóstico, identifica as
necessidades nas unidades escolares, ou seja, as que apresentam dificuldades de
relacionamentos, aprendizagem, e vulnerabilidade social. Os encontros são realizados
mensalmente com os pais, à noite, por duas horas, quinzenalmente com os professores e,
semanalmente, com as crianças, entre as 17h e 30min e 19h e 30min. A organização e
planejamento dos encontros levam em consideração necessidades mais prementes e, no
desenvolvimento das atividades, trabalham-se temas relacionados à prevenção, com base nas
articulações do projeto CCE: paz, social, pedagógica, conselhos escolares, educação
ambiental e prevenção a riscos sociais. Os pais recebem certificado fornecido pela SED, com
total de 20 horas anuais. Acredita-se que mudanças na convivência escolar e na sociedade
ocorrem desde que haja reflexão e sensibilização sobre os relacionamentos intra e
interpessoais com todos os segmentos da comunidade escolar, ou seja, família, alunos e
profissionais da educação.
Palavras chave: Cultura da paz. Família. Prevenção. Conscientização.
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Introdução
O Projeto Consciência Comunitária Escolar (CCE) surgiu a partir da necessidade de as
escolas municipais de Chapecó – SC melhorarem a qualidade do processo ensino
aprendizagem e o fortalecimento da relação entre escola, família e comunidade. Através desse
projeto, a Secretaria Municipal de Educação desenvolve atividades de sensibilização com
pais, professores e alunos, zelando pela educação de qualidade, saúde, meio ambiente e
inclusão social, primando pela consciência e importância de ações conjuntas nesse processo
educativo das instituições de ensino local.
O CCE- Consciência Comunitária Escolar é um projeto constituído por subprojetos
educacionais, os quais são denominados de articulações. Essas articulações, e/ou subprojetos
são caracterizados como Articulação Pedagógica; Articulação da Paz; Articulação de
Educação Ambiental; Articulação do Bem Viver Sem Violência e Drogas; Articulação dos
Conselhos Escolares; Articulação Social, Arte Educativa e Articulação Escola Forte em Ação.
Dessa forma, o referido projeto, em suas ações, segue parâmetros que são englobados
por diversos segmentos institucionais, os quais, por sua vez, têm por objetivo agir juntamente
com a escola, composta não somente por alunos, professores e gestão, mas sim, por pais e
comunidade em geral.
Atualmente, o CCE exerce função em doze escolas, denominadas prioritárias, das 90
unidades da rede municipal de ensino de Chapecó, dada a situação de risco e vulnerabilidade
social, com o objetivo de promover a interação entre a escola e a família, a fim de despertar
nesses entes a importância da sua responsabilidade na qualificação da aprendizagem dos
alunos, além de promover a convivência pacífica e saudável na comunidade escolar.
Neste sentido, é imprescindível dialogar com o acadêmico e consultor colombiano
José Bernardo Toro em que o mesmo trabalha a respeito da ética e mobilização social para a
construção do público. Para Toro “a educação sozinha não faz grandes mudanças, mas
nenhuma grande mudança se faz sem educação” (TORO, 2005).
No contexto atual, vive-se um momento de transição de valores morais e éticos onde
surgem diferentes atitudes por parte da família, escola e sociedade. Uma das problemáticas
vivenciadas hoje, pelas escolas, é o pouco comprometimento por parte dos alunos e da família
com relação a escolaridade, a indisciplina, a baixa auto estima e o desestímulo com o estudo,
o que compromete o processo ensino aprendizagem.
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Compreender e respeitar as regras requer, saber a hora de questionar, de falar, saber
ouvir e respeitar o próximo são pontos centrais nos espaços tanto educacionais quanto
comunitários. Neste sentido, a falta de limites, o desrespeito aos direitos dos outros, a
incompreensão das regras de convivência e a falta de solidariedade não combinam com a
vivência comunitária e muito menos com as questões educacionais.
Problematizando a questão de limites é que dialogamos com Vasconcelos (1993). Uma
vez que este identifica a causa da indisciplina em cinco grandes níveis: Sociedade, Família,
Escola, Professor e Aluno.
Por meio desta análise feita por Vasconcelos, torna-se profícuo indagar que as
influências e a indisciplina do educando não são alheias à escola e a família. Estão intrínsecas
e relacionam-se entre si. Aquino (2003) em sua obra Indisciplina: o contraponto das escolas
democráticas, nos coloca que é impossível negar a importância e o impacto que a educação
familiar tem sobre o indivíduo. No entanto, segundo o autor, é preciso adaptar a conjuntura
familiar, construindo novos patamares deste referencial envolvido pelas questões familiares.
Neste sentido quando deparados com os problemas decorrentes da falta de limites, é
necessário termos em mente a importância de se trabalhar com valores éticos, respaldados na
convivência social e familiar, nos princípios de responsabilidade, solidariedade,
reconhecimento dos seus direitos e deveres, assim como, da compreensão de sua melhoria
individual e coletiva.
Consciência Comunitária Escolar
A relação família escola se fortalece na medida em que ambas visualizam o
conhecimento historicamente construído como valor, a experiência de fazer acontecer como
exemplo e a conquista e o fracasso como oportunidades de crescimento mútuo para a tomada
de decisões e ações conjuntas.
Considerando a colaboração mútua e para fortalecer os vínculos de toda a comunidade
escolar é que a ‘Articulação Escola Forte em Ação’, por meio de parcerias com alunos, pais,
gestores e colaboradores, buscam contribuir com as demais Articulações na concretização de
suas intervenções e formações.
Nesse sentido, é interessante lembrar o Relatório para a Unesco da Comissão
Internacional sobre Educação Para o século XXI, coordenado pelo político europeu Jacques
Delors, o qual menciona importantes pilares da educação. (DELORS, 1998)
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O primeiro deles diz respeito a ‘aprender a viver juntos’. É considerado uns dos pilares
mais significativos do processo educativo desses novos tempos. Ele ressalta a
interdependência do mundo moderno e a importância das relações. Tudo está interligado e
tudo que o acontece afetará a todos de uma forma ou de outra. O que o mundo precisa mais é
de compreensão mútua, intercâmbios pacíficos e harmonia. ‘Trata-se de aprender a viver
conjuntamente, desenvolvendo o conhecimento dos outros, de sua história, de suas tradições e
de sua espiritualidade. E, a partir disso, criar um espírito novo que, graças precisamente a essa
percepção de nossas interdependências crescentes e a uma análise partilhada dos riscos e
desafios do futuro, promova a realização de projetos comuns, ou melhor, uma gestão
inteligente e apaziguadora dos inevitáveis conflitos’.
O segundo dos pilares diz respeito a ‘aprender a conhecer’. Esse pilar tem como
referência o prazer de compreender, de conhecer e de descobrir. Aprender para conhecer
supõe aprender para aprender, exercitando a atenção, a memória e o pensamento. Uma das
tarefas mais importantes no processo educacional, hoje, é ensinar como chegar à informação.
Parte da consciência de que é impossível estudar tudo, de que o conhecimento não cessa de
progredir e se acumular. Então, o mais importante é saber conhecer os meios para se chegar
até ele.
Outro conceito proposto pelo relatório da Unesco se insere em ‘aprender a fazer’, o
que significa que a educação não pode aceitar a imposição de opção entre a teoria e a técnica,
o saber e o fazer. A educação para o novo século tem a obrigação de associar a técnica com a
aplicação de conhecimentos teóricos.
Após aprender a fazer, é necessário ‘aprender a ser’. Esse é um pilar que foi
preconizado pelo Relatório Edgard Faure, preparado para a Unesco, na década de 70. Diz o
relatório, em uma de suas partes, que ‘a partir de agora, a educação não se define mais em
relação a um conteúdo determinado que se trate de assimilar, mas concebe-se, na verdade,
como um processo de ser que, através da diversidade de suas experiências, aprende a
exprimir-se, a comunicar, a interrogar o mundo e a tornar-se sempre mais ele próprio. A ideia
de que o homem é um ser inacabado e não pode realizar-se senão ao preço de uma
aprendizagem constante tem sólidos fundamentos não só na economia e na sociologia, mas
também na evidência trazida pela investigação psicológica. Sendo assim, a educação tem
lugar em todas as idades da vida e na multiplicidade das situações e das circunstâncias da
existência. Retoma a verdadeira natureza que é ser global e permanente e ultrapassa os limites
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das instituições, dos programas e dos métodos que lhe impuseram ao longo dos
séculos’.(FAURE, 1974).
A Secretaria Municipal de Educação de Chapecó entende que o triunfo na
aprendizagem depende de vários fatores que influenciam no cotidiano dos alunos. Esses
fatores, muitas vezes, estão ligados à educação que se inicia no berço familiar, porém há de se
considerar que as famílias contemporâneas estão cada vez mais distantes de suas crianças.
Um fator de necessidade e que contribui significativamente para a ausência da família
é a vida profissional dos pais ou responsáveis. Muitas crianças, por sua vez, tendo tempo e
liberdade sem orientação devida, acabam sendo adotadas pela delinquência e falta de limites,
entre outros fatores de risco social. Algumas crianças, quando chegam à unidade escolar,
sentem necessidade de liberar sua energia, não se preocupando com o conhecimento e muito
menos em cumprir com os seus direitos e deveres. Aceitam provocações e ocupam-se de
outras atividades que não aquelas pertinentes à escola.
É nesse contexto que o projeto Consciência Comunitária Escolar desenvolve suas
atividades educativas e firma parcerias com toda a comunidade escolar, a fim de fortalecer
suas ações, através da mediação de temáticas pertinentes e que contribuem na cultura da paz,
tornando significativo aprender, conhecer, fazer, conviver e ser uma pessoa íntegra, ciente de
suas ações como cidadã plena.
De acordo com os objetivos do projeto Escola Forte em Ação também está a promoção
da cooperação entre os entes da comunidade escolar, estabelecendo-se um vínculo de
participação efetiva nas ações desenvolvidas pelos segmentos desse projeto, assim como no
que diz respeito ao setor pedagógico e suas diretrizes.
A metodologia consiste em selecionar algumas escolas prioritárias, por meio de um
diagnóstico feito criteriosamente pela Gerência Pedagógica, juntamente com as direções das
unidades escolares, no início de cada ano letivo. Considerando que essas escolas, no processo
das ações mediadas pela equipe do projeto Consciência Comunitária Escolar consigam suprir
suas necessidades, outras vão sendo inseridas nas atividades desenvolvidas pelas articulações.
O projeto se realiza por meio de formação continuada para pais, alunos, professores,
conselhos escolares e corpo diretivo da escola. A verificação da apropriação dos objetivos de
cada subprojeto é feita no processo, porém instrumentos que possibilitem essa verificação são
disponibilizados nas palestras de orientações e nas formações para todos os participantes.
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As articulações do CCE - Consciência Comunitária Escolar - são subprojetos
educacionais, as quais estão assim denominadas: Articulação Pedagógica; Articulação pela
Paz; Articulação de Educação Ambiental; Articulação do Bem Viver Sem Violência e
Drogas; Articulação dos Conselhos Escolares; Articulação Social, Arte Educativa e
Articulação Escola Forte em Ação.
Através de cada ação/formação, a articulação obtém resultados, o que propicia novas
visões e indagações recorrentes e futuras intervenções. Na medida em que os objetivos são
alcançados, o projeto é introduzido em novas Unidades Escolares devidamente
diagnosticadas.
O universo de Unidades Escolares que são contempladas pelo CCE durante este ano é
de 12 escolas, do total de 90 unidades existentes na rede municipal de ensino. Atualmente
estão no projeto as seguintes escolas: EBM André Antonio Marafon, EBM Florestan
Fernandes, EBM Jardim do Lago, Escola Parque Cidadã Leonel de Moura Brizola, EBM
Maria Bordinhon Destri, EBM Mirian Meyer, EBM Olimpio Correa Figueiró, EBM Padre
José de Anchieta, EBM Severiano, EBM Victor Meirelles, EBM Vila Real e EBM Zélia
Roque de Lima Munzi.
Uma vez que os educandários tenham sido diagnosticados e selecionados, as
articulações passam a trabalhar simultaneamente. A meta é promover a parceria entre escola,
pais, professores, alunos e conselho escolar, para fortalecer a integração da comunidade
escolar como agentes transformadores de uma sociedade mais humana e consciente.
Vale salientar que o projeto Consciência Comunitária Escolar objetiva suas ações
respeitando os projetos já existentes em cada escola selecionada e busca, na medida da
necessidade, criar novas ações por meio de diagnósticos junto à comunidade.
Dessa forma, o referido projeto, em suas ações, segue parâmetros que são englobados
por diversos segmentos institucionais. Esses segmentos, por sua vez, têm por objetivo agir
juntamente com a escola, composta não somente por alunos, professores e gestão, mas sim,
por pais e comunidade em geral.
Assim, o subprojeto ‘Articulação Pela Paz’ realiza práticas do “Cuidar do Educador”.
Utilizando material elucidativo de sugestão de atividades complementares, orienta educadores
em como proceder em relação a diversos tipos de situações ocorridas em sala de aula, tais
como bullying, consumo de álcool ou drogas e suas consequências. Busca trabalhar com a
conscientização da educação para a mídia e a resolução de conflitos, promovendo momentos
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pela paz com a Comunidade Escolar, SED e convidados, assuntos que também são abordados
na ‘Articulação Social’.
A ‘Articulação Social’, por sua vez, além de realizar palestras aos pais e alunos,
abordando temáticas ligadas à família, em seu processo de aprendizagem, acompanha e
encaminha casos de alunos com problemas sociais. Trabalha com temáticas ligadas à
melhoria do aprendizado, assim como alternativas comportamentais, as quais são supridas
pela ‘Articulação Pedagógica’. As ações estão voltadas para palestras que envolvem pais e
alunos, abordando atribuições familiares no processo de aprendizagem, bem como bullying e
consumo de drogas, conforme a demanda. Além disso, acompanha e encaminha os casos de
alunos da Unidade Escolar, conforme as situações diagnosticadas, dando retorno e orientações
à gestão da escola a respeito de cada caso. Sempre que necessário, realiza contato com a
família e órgãos de apoio (Ministério Público, Conselho Tutelar, Polícia, CREAS – Centro de
Referência em Assistência Social, SASE – Serviço de Atenção à Saúde Escolar, CRAS –
Centro de Referência em Assistência Social, entre outros), mantendo acompanhamento dos
casos de atendimento junto à articulação psicológica.
A ‘Articulação Pedagógica’ busca motivar o aluno para o estudo, valorizando o
conhecimento, tendo como objetivo o triunfo na aprendizagem, por meio de palestras e
formação para alunos e pais. Dessa forma, contribui para a melhoria do processo ensino
aprendizagem do aluno na sala de aula, assim como faz a mediação do conhecimento, para
que, a partir disso, haja o retorno positivo transformado em ações com reflexos na
comunidade. Assim, essa articulação intervém nas dificuldades de aprendizagem através dos
professores e de coordenadores pedagógicos, identificando a necessidade de intervenção
conjunta nas turmas com dificuldade, acompanhando periodicamente as diferentes formas de
análise setorial e educacional e transdisciplinaridade. Isso é o reconhecimento de que a escola
é um dos segmentos sociais responsáveis pela aquisição e gerência do conhecimento,
almejando a transformação da sociedade.
Nesse sentido, como a escola é um ambiente democrático e participativo, é
imprescindível a participação da comunidade escolar em busca de melhorias. Assim, a
‘Articulação dos Conselhos Escolares’ desenvolve suas ações motivando e orientando
conselheiros e gestores sobre suas atribuições, gestão democrática e, acima de tudo, em seu
cunho participativo. Alem disso, incentiva os conselheiros a contribuírem para resolução de
problemas comportamentais, de aprendizagem e de infrequência.
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Em questões participativas, a articulação denominada de ‘Arte Educativa’ trabalha
com palestras motivacionais, tanto para o corpo estudantil como para o corpo docente. Busca,
ainda, o comprometimento dos pais e da comunidade em geral no que diz respeito às
atividades vinculadas à escola. Essas atividades devem ir ao encontro do conviver em
sociedade de forma saudável e harmônica. Faz parte dessa articulação o Projeto Farroupilha,
também apresentado neste seminário.
O subprojeto ‘Articulação do Viver sem Violência e Drogas’ promove reflexão e
tomada de decisão quanto à prevenção às drogas em benefício do bem viver.
A
conscientização, nesse sentido, toma um contexto essencial, já que é necessário prevenir por
meio de formação, palestras motivacionais e conteúdos informativos sobre o tema. As
intervenções se dão por meio de várias ações educativas, realização de encontros com pais,
alunos, professores e todos aqueles que, de alguma forma, fazem parte desse núcleo de
atividade. Juntos, conforme diagnóstico da realidade de cada instituição têm-se obtido
resultados significativos e grandes avanços no trabalho pedagógico.
Existe ainda a preocupação constante relacionada ao homem com seu meio
circundante. Dessa forma, a ‘Articulação da Educação Ambiental’ tem por base justamente a
motivação e a orientação da comunidade estudantil acerca da sustentabilidade e preservação
do meio ambiente, do qual todos fazem parte. É vital que a comunidade escolar forme a
conscientização de que todos são responsáveis pelo equilíbrio desse meio, a fim de
proporcionar a sobrevivência das futuras gerações.
Dessa forma, a ‘Articulação de Educação Ambiental’ e o ‘Projeto Escola Forte em
Ação’ visam a promover um vínculo de credibilidade com a aprendizagem, através da
motivação na execução dos diferentes projetos educacionais implantados nas escolas. A
educação sobre o ambiente compreende ações ou atividades educativas que têm como
objetivo proporcionar informações e formação sobre o meio ambiente e as relações que se dão
nele. As ações dirigidas para o ambiente apoiam-se basicamente no conhecimento. Por
exemplo, o lixo doméstico e industrial, qualidade da água e sua preservação, a preservação do
solo, entre outras, são ações para o ambiente. E, nessa articulação, muito mais que discutir
conceitos, procura-se mediar as ações pedagógicas que já existem na escola ou inseri-las de
forma permanente. Portanto, o objetivo é criar um ambiente equilibrado, que satisfaça as
necessidades da comunidade escolar e seu entorno e que eduque para a cidadania sustentável
com vistas a ações permanentes. Trabalha-se com a concepção que inclui a valorização do
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conhecimento empírico e da criatividade existente, ou seja, a adoção de um estilo de
desenvolvimento aplicável à realidade local, utilizado em ações como o embelezamento do
jardim, por exemplo.
Considerações Finais
O cerne da questão inovadora em educação, sem dúvida, é a formação básica. As
articulações propostas pelo CEE – Consciência Comunitária Escolar definem, nessa fase, um
aprendizado para compreender, apreciar e lidar com as questões sociais, resgatando história e
respeitando valores, culturas e percepções. Para isso, devem ser considerados alguns
princípios gerais que dão suporte para inovar, como sensibilização, compreensão,
responsabilidades, competências e cidadania.
A sensibilização serve para criar um processo de alerta; a compreensão gera
conhecimento dos componentes e dos mecanismos que regem todas as formas de vida; a
responsabilidade é o reconhecimento do ser humano como principal ator; a competência ou
capacidade de avaliar é agir efetivamente no sistema; e a cidadania é o processo de participar
ativamente e resgatar direitos e deveres, além de promover uma nova ética capaz de conciliar
conflitos para viver em sociedade, definindo a preparação de pessoas para a sua vida como
membros dessa sociedade.
É por meio de ações conscientes – planejadas – que se podem alcançar resultados.
Nesse sentido, a relação entre família e escola se fortalece na medida em que ambas
visualizam o conhecimento historicamente construído como valor, a experiência de fazer
acontecer como exemplo e a conquista e o fracasso como oportunidade de crescimento mútuo
para a tomada de decisões e ações conjuntas.
Dessa forma, torna-se fundamental promover a Consciência Comunitária Escolar com
senso de responsabilidade e que perceba o que se passa no seu contexto, a fim de despertar
nela a importância da sua responsabilidade na qualificação da aprendizagem dos alunos, na
promoção da convivência social da comunidade escolar, na cultura pela paz, no
fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância
recíproca em que se assenta a vida em sociedade e, consequentemente, na formação de
cidadãos plenos.
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REFERÊNCIAS
AQUINO, Júlio Groppa. Indisciplina: o contraponto das escolas democráticas. São Paulo:
Moderna, 2003.
DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez, 1998.
FAURE, Edgard. Aprender a Ser. Lisboa: Bertrand, Difusão Européia do Livro, 1974.
TORO, José Bernardo. A Construção do Público: cidadania, democracia e participação.
Senac Rio: Rio de Janeiro, 2005.
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Disciplina: construção da disciplina consciente e
interativa em sala de aula e na escola. São Paulo: Libertad, 1993.
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