PUBLICAÇÃO DAS FACULDADES OSWALDO CRUZ VOLTADA PARA O APOIO A DECISÕES ESTRATÉGICAS EMPRESARIAIS Ano VI • Número 1 • Maio / 2006 e d i t o r i a l Prezado Leitor Com a queda das taxas de juros, embora ainda em patamar muito alto quando comparado com o mercado internacional, o momento é propício para se pensar em investir em ações. Trata-se de uma decisão não muito fácil, em razão do tamanho do mercado, dos conhecimentos necessários e dos riscos inerentes. O Mercado de Capitais, em geral, antecipa resultados em função de sua própria maneira de ser, de sua sutileza e sensibilidade. Estamos em um momento de grandes decisões nas mais variadas áreas: eleições majoritárias, após muitas frustrações e necessidade de mudanças urgentes; escolha dos representantes, tanto para o Senado quanto para a Câmara Federal, após o envolvimento de boa parte de parlamentares em processos de corrupção; necessidade de novas propostas de política fiscal, monetária e cambial no sentido de sermos competitivos no mercado global, além do resultado do campeonato mundial de futebol, entre outras. No sentido de discutir o tema, na seção “Direto da Sala de Aula”, o professor Carlos Tadao Kawamoto discorre sobre a Bolsa de Valores e seus efeitos na economia. O professor João Francisco aborda, em “Conjuntura Econômica”, alguns prognósticos sobre o mercado acionário. O presidente da Bolsa de Valores de São Paulo, Dr. Raymundo Magliano Filho, na coluna “Consultor FAEC”, fala sobre o mercado bursátil, compara investimentos, aborda clubes de investimento e emite alguns prognósticos. Estes investimentos requerem alguma prática e acompanhamento dos mercados. Boa leitura e bons negócios! Prof. Oduvaldo Cardoso Diretor da FAEC nesta edição Com o aumento da participação de pequenos investidores na Bovespa, um número cada vez maior de pessoas são influenciadas por esse mercado ainda pouco conhecido. Esta edição da OCC mostra as perspectivas de curto e médio prazo para as ações e ensina de que maneira esse mercado afeta você e sua empresa. DIRETO DA SALA DE AULA A BOLSA DE VALORES O Coordenador do Curso de Economia, Professor Carlos Tadao Kawamoto, ensina como o mercado acionário afeta você, sua empresa e a economia nacional na seção DIRETO DA SALA DE AULA. AULA PRÁTICA O BÊ-A-BÁ DA APLICAÇÃO FINANCEIRA Quanto de seu dinheiro deve ser investido em Bolsa? Quantas ações comprar? Quais ações comprar? Essas e outras perguntas são respondidas na seção AULA PRÁTICA. CONJUNTURA COMO A BOLSA DE VALORES AFETA SUA VIDA? A seção CONJUNTURA apresenta alguns prognósticos para o mercado acionário no curto e médio prazo realizados pelo Professor João Francisco Aguiar, das Faculdades Oswaldo Cruz e Universidade Mackenzie. CONSULTOR FAEC BOVESPA E VOCÊ O Presidente da Bovespa, Raymundo Magliano Filho, responde a algumas perguntas esclarecedoras sobre o mercado de ações no país e tece comentários sobre os Clubes de Investimento como alternativa ao pequeno investidor. e x p e d i e n t e Publicação das FACULDADES OSWALDO CRUZ Diretor-Geral Superintendente: Carlos Eduardo Quirino Simões de Amorim Jornalista Responsável Profa. Maria Tereza Garcia – MTb: 017.343 Revisão: Profa. Isa Iára Campos Salles Conselho Editorial: Profs. Carlos Tadao Kawamoto, Maria Angélica Barone, Maria Tereza Garcia, Oduvaldo Cardoso, Rubens Alves Júnior e Vitor Costa. Correspondências para a redação desta publicação: Rua Brigadeiro Galvão, 540 - Prédio I - 7o andar – Barra Funda 01151-000 – São Paulo-SP e-mail: [email protected] Visite o Portal das Faculdades Oswaldo Cruz em www.oswaldocruz.br direto d a sala de aula A Bolsa de Valores e Você Prof. Carlos Tadao Kawamoto* Nos últimos doze meses, o volume e o número de n e g ó c i o s diários da Bovespa subiram de US$620 milhões e 2 mil transações para R$1,1 bilhão e 73 mil transações. No mesmo período, o índice Bovespa, que mede os rendimentos da carteira dos papéis mais negociados, subiu mais de 46%. Qual o impacto desses crescimentos em sua vida e na economia do país? Para as empresas, a elevação de todos os indicadores (volume em US$, número de negócios e rentabilidade) representa maior chance de êxito para captar recursos. Em um cenário de elevação do número de negócios da Bovespa, uma restrição de liquidez nos mercados internacionais, ocasionada pela elevação dos juros norte-americanos, pode mitigar a boa perspectiva no número de lançamentos. Segundo os professores Ross Levine (Harrison S. Kravis University) e Sara Zervos (World Bank), o crescimento da liquidez da Bolsa de Valores, traduzido em um maior número de negócios realizados, está relacionado com um aumento do PIB (ou do produto, como gostam de dizer os economistas) e também com uma melhora na produtividade das empresas. Além disso, sabemos que uma bolsa pujante gera efeitos positivos sobre os empregos, tanto diretos quanto indiretos. O efeito sobre o emprego, associado àquilo que os economistas conhecem como “efeito riqueza”, que nada mais é que um ganho patrimonial daqueles que possuem ações com uma subida do índice Bovespa, explicam um aumento do consumo das pessoas em um ambiente de Bolsa crescente. Do ponto de vista do investidor, aplicar em ações significa tornar-se sócio de uma empresa. Essa empresa pode ter sucesso e lucros, ou fracasso e prejuízos. No primeiro caso, o investidor ganha sobre o que aplicou e, no segundo, perde parte do que investiu. Dessa forma, ações são aplicações financeiras de rendimento incerto, ou de renda variável. Sua vantagem em relação às aplicações de renda fixa, como a caderneta de poupança ou os fundos, é a possibilidade de ganhos elevados. * Carlos Tadao Kawamoto, Mestre em Economia pela Universidade Federal de Santa Catarina, é coordenador do Curso de Ciências Econômicas das Faculdades Oswaldo Cruz e assessor de investimentos. OSWALDO CRUZ CONJUNTURA ANO VI Nº 1 - MAIO 2006 a u l a p r á t i c a ALFA - QUANTOS OVOS POR CESTA ? Apesar da teoria econômica já ter formalizado e provado desde 1952 com Markowitz que a clássica expressão “não pôr todos os ovos numa única cesta” é verdadeira, a resposta à pergunta “quantos ovos pôr em cada cesta?” ainda não possui consenso. Numa carteira de ações de R$100 mil, a perda devida aos custos de transacionar lotes pequenos e entrar nos mercados fracionários é muito grande. Além disso, como as taxas de custódia usualmente são fixas, fica mais difícil diluí-las em uma carteira pequena. O Professor Newton Costa Jr, da Universidade Federal de Santa Catarina, conjecturou uma resposta para o caso brasileiro, indicando que os ganhos de diversificação a partir da 12ª ação são desprezíveis. BETA - QUAIS RISCOS CORRER? Imagine-se com R$100 mil no bolso, tendo de decidir sobre a distribuição desse valor em diferentes aplicações. Será que você deve aplicá-lo em um fundo de renda fixa, em ações ou em um imóvel? A primeira coisa a aprender é sobre os riscos que você corre ao tomar ou não alguma atitude. Caso fique com seu dinheiro debaixo do colchão, estará incorrendo em “custo de oportunidade”, pois estará deixando de ganhar algum rendimento. Para evitálo, basta aplicarmos os recursos na melhor alternativa de investimento disponível. Caso tome a decisão de aplicar seu dinheiro em algum imóvel, corre o “risco da ausência de liquidez”, pois caso você precise do dinheiro e tenha de vender o imóvel, não conseguirá fazê-lo facilmente. Para evitá-lo, basta aplicar seus recursos em algo que consiga vender facilmente. Caso decida comprar ações de uma empresa, corre o chamado “risco específico”, ou seja, um risco que não é comum às outras empresas, como os juros, o dólar etc., afetando a empresa de maneira particular. A maneira mais apropriada de eliminarmos esse risco é diversificarmos nossos investimentos em ações de mais de uma companhia (como visto no tópico alfa). Assim, caso o dólar suba e exerça força negativa no preço das ações da empresa A, pode exercer força positiva sobre o preço das ações da empresa B, e, se essas forças forem equivalentes, serão anuladas, eliminando assim o risco da empresa A ou B individualmente. GAMA - QUAIS AÇÕES COMPRAR ? A teoria moderna diz que o preço das ações devem refletir os lucros futuros da empresa trazidos para o valor presente; porém, na impossibilidade de se medir os lucros futuros, como saber se uma ação do mercado está cara ou barata? Os profissionais da área contam com duas abordagens distintas para essa questão: as análises fundamentalista e técnica. Enquanto a primeira explora os balanços das empresas, a segunda verifica se há alguma tendência nos preços das ações que possibilite projetá-los para o futuro. 2 CONJUNTURA É hora de entrar na Bolsa de Valores? Nesta seção, o Prof. João Francisco Aguiar, das Faculdades Oswaldo Cruz e Universidade Mackenzie, faz prognósticos para o mercado acionário nos próximos meses. Segundo o Prof. Aguiar, o mercado pode entrar em um período de turbulência no médio prazo, mas ainda apresenta cenários favoráveis no curto prazo. PROF. JOÃO FRANCISCO AGIAR O Mercado de Ações está passando por uma fase forte e favorável nesse início de 2006, com o Índice Bovespa atingindo 40.000, impensáveis há um tempo. Alguém perguntaria: então é hora de entrar? Ou será que é de sair? Como uma grande onda, há surfistas que vão e outros que vêm... Fala-se que um dos maiores investidores de sucesso dos EUA, ao sair ileso do “Crack de 1929”, decidiu sair (no “pico”da onda especulativa), quando ao engraxar seus sapatos, antes de entrar no pregão da NYSE, teria ouvido que um dos meninos de rua estava colocando todas suas economias na “poupança acionária”...Opa! Se esses entram, eu saio! O que fazer, então? Uma série de questões (em nível brasileiro e internacional) deve ser respondida antes da tomada dessa decisão. Vamos ver quais os lados mais importantes desta questão: FATORES POSITIVOS : a) As taxas de juros domésticos estão em redução, podendo atingir 14% até o final do ano, derrubando os juros deflacionados (reais) a um dígito; b) Em um ano eleitoral, a tendência da política macroeconômica é ficar um pouco mais “suave”, apertando o pé no freio dos juros da Taxa SELIC para estimular o crescimento e o emprego; c) Continua forte a expansão das exportações de produtos básicos (a “fome” da China parece insaciável), aquecida pelos reajustes anormais dos produtos minerais (70% no minério de ferro em 2005 e mais 10% em 2006 !!!, além de alta dos preços do cobre, da prata, etc), fortalecando o saldo comercial, apesar da taxa cambial valorizada do real para o dólar; d) Graças à sobra de liquidez internacional (“petrodólares”), capitais especulativos são atraídos para as Bolsas de Valores e o Mercado Financeiro na compra de ações e de títulos públicos (foram desonerados de tributos a partir de março de 2006). Seria, sem dúvida, um panorama favorável à expansão do Mercado de Ações, tanto que os investidores estrangeiros já participam com mais de 1/3 do movimento nas Bolsas de Valores. São capitais flutuantes, vão e vêm...”dando bicadas” nas Bolsas de Valores internacionais de países emergentes, logo saindo para outras plagas! 3 FATORES NEGATIVOS: a) O patamar de juros reais brasileiro atual está acima de 10% ao ano, um dos mais altos do mundo; mesmo com um dígito no final do ano, o Brasil ainda estará a uns bons “basis points” à frente da Turquia, o segundo colocado; b) As taxas de juros dos países desenvolvidos mais importantes (CEE e Japão) estão em elevação. Os EUA ainda estão elevando os juros. (dizem as más línguas que podem passar de 5%a.a., embora Mr. Bernanke haja dito que a fase está passando... Será?); c) O déficit público ainda não está plenamente controlado, e é possível que haja crescimento do déficit nominal efetivo sobre o PIB, dadas as pressões neste ano eleitoral (afinal, na empresa Brasil S/A o orçamento acabou de ser aprovado! Dá para acreditar?); d) Há queda esperada no saldo comercial, pois com o real valorizado tende-se a diminuir a expansão das exportações, os manufaturados e semimanufaturados estão perdendo competitividade, e os menores juros reais promovem as importações; e) A queda continuada do dólar frente às moedas mais fortes (como Euro e Yen), aos metais (como o ouro, prata) e ao petróleo que já ultrapassa a marca de US& 70 o barril. Se o dólar continuar “na banguela”, o freio dos juros vai ser puxado na próxima curva para a inflação não dar sinal de vida; f) Há perspectivas de uma solução indesejada para o problema político entre os EUA e o Irã no controle da proliferação de tecnologia nuclear e perspectivas pouco animadoras no confronto EUA x Iraque. CONCLUSÃO: O cenário é favorável a curto prazo, mas há risco crescente de problemas políticos na área internacional mais à frente.. Estamos chegando a uma “zona turbulenta”. Se estivéssemos em uma aeronave a 10.000 metros de altura, em uma companhia inglesa, a aeromoça diria aos passageiros: “ Gentlemen, don’t worry. For your safety fasten your sitbelt... we are about to face bady weather...” OSWALDO CRUZ CONJUNTURA ANO VI Nº 1 - MAIO 2006 CONSULTOR FAEC Entrevista: Raymundo Magliano Filho - Presidente da Bovespa O Presidente da Bovespa concedeu uma entrevista à OSWALDO CRUZ CONJUNTURA, comentando entre outras coisas sua visão sobre o Clube de Investimento “Oswaldo Cruz”, iniciativa do Curso de Economia e suas expectativas de médio e longo prazo para o Mercado de Ações. OCC: Em sua opinião, quais os benefícios da popularização do mercado acionário para o País e para a Bolsa? Magliano: O mercado de ações é fundamental para o crescimento da economia de um país. Não há nenhuma nação desenvolvida que não tenha uma Bolsa de Valores forte. Desde que iniciamos nosso programa de popularização - A BOVESPA VAI ATÉ VOCÊ -, em 2002, conseguimos mostrar que o mercado de capitais não é elitista, voltado só para uma minoria abastada e, para isso, mostramos aos trabalhadores, aos estudantes, às donas-de-casa, aos aposentados, aos professores que todos podem investir em ações. Hoje, a Bolsa é uma instituição aberta, democrática e acessível a todos. O resultado é que, atualmente, a participação das pessoas físicas no volume de negócios da BOVESPA é de 26%. Em 2000, era de 20%. No ano passado, os investidores individuais movimentaram R$ 102 bilhões na Bolsa, mais de três vezes o volume negociado em 2001. Isso significa que mais empresas se financiaram para crescer, investir e criar novos postos de trabalho. É assim que o país cresce e se desenvolve. OCC: Em um país onde algumas aplicações rendem em termos reais mais de 10% a.a., como convencer um pequeno investidor a diversificar suas aplicações, contemplando o mercado acionário? Magliano: Ação é um investimento para quem pensa no futuro. Não é para quem é imediatista, que quer comprar hoje e sair vendendo amanhã. No longo prazo, os números mostram que a Bolsa de Valores é um ótimo investimento. A tendência apontada por vários economistas é de que a taxa de juros brasileira irá cair. Essa queda gradual, aliás, já vem acontecendo e é por isso que o pequeno investidor tem de pensar em diversificar suas aplicações, mesclar investimentos de renda fixa com renda variável. Entretanto, a Bolsa de Valores continua sendo um investimento de risco. É preciso começar devagar, fazer perguntas, entender o mercado e escolher ações de empresas com um bom histórico de governança corporativa, de transparência e de respeito ao acionista. Quem seguir esses passos será recompensado. OCC: Apesar do número de clubes de investimento ser crescente, sua participação no volume total negociado na Bolsa está na casa de 1%. Como V.Sa. vê a evolução dos clubes nos próximos anos? Magliano: Desde que começamos nosso programa de popularização - A BOVESPA VAI ATÉ VOCÊ -, em 2002, foram criados 1.067 clubes de investimento em ações. Hoje, existem 1.415 clubes listados na Bolsa. Juntos, eles reúnem 114,7 mil cotistas e têm um patrimônio líquido de R$ 8,2 bilhões. O fato de os clubes corresponderem a pouco mais de 1% do volume da BOVESPA representa um daqueles mistérios da estatística. OSWALDO CRUZ CONJUNTURA ANO VI Nº 1 - MAIO 2006 O importante é que, somando os clubes de investimento com o número de pessoas físicas, a participação dos investidores individuais na BOVESPA tem crescido a cada ano. OCC: O Curso de Economia das FOC está abrindo um Clube de Investimento com os professores da Instituição, que será utilizado como “case” nas aulas de Mercado de Capitais e outras disciplinas afins. Como V.Sa. avalia essa iniciativa? Magliano: Essa iniciativa do Curso de Economia das Faculdades Oswaldo Cruz de criar um clube de investimento é fantástica. Trata-se de uma combinação perfeita entre teoria e prática, algo fundamental para o desenvolvimento educacional. O clube de investimento é uma maneira interessante de conhecer o Mercado de Capitais. Eles reúnem pessoas que querem investir em ações, como amigos, parentes, colegas de trabalho, donas-de-casa e aposentados. Na Faculdade, será um excelente instrumento didático tanto para os professores quanto para os alunos do Curso de Economia. No final, todos sairão ganhando. OCC: Que outras iniciativas um Curso de Economia poderia tomar para elevar sua integração com o Mercado de Capitais e, assim, formar melhores profissionais? Magliano: A criação do clube de investimento é um ótimo passo para integrar o Curso de Economia das Faculdades Oswaldo Cruz ao Mercado de Capitais.Outra iniciativa interessante que temos defendido é a disseminação da cultura de planejamento financeiro. A BOVESPA, com o apoio de suas corretoras associadas, acaba de lançar um grande programa de educação financeira, chamado Projeto Educar. Nosso objetivo é divulgar conceitos de finanças pessoais para a população em geral, por meio de cursos e palestras que utilizam uma linguagem simples e didática. O Projeto Educar também está aberto aos alunos das Faculdades Oswaldo Cruz, pois, afinal, a educação financeira é essencial na formação de todo profissional de sucesso. OCC: Como V.Sa. avalia as perspectivas de médio e longo prazo do mercado acionário brasileiro? Magliano: O mercado acionário brasileiro caminha rumo à maturidade. Atualmente, estamos vendo o lançamento de ações de várias empresas na BOVESPA e isso significa que tanto as companhias quanto os investidores perceberam que a Bolsa de Valores é fundamental para o desenvolvimento. Acredito que esse movimento de abertura de capital irá continuar, juntamente com a chegada de novos investidores; entretanto, a preocupação com a governança corporativa vai ganhar espaço. As empresas transparentes, que respeitam os acionistas minoritários, levarão vantagem. Uma prova disso é que a imensa maioria dos novos lançamentos de ações na BOVESPA ocorre em níveis especiais de governança corporativa, como o Novo Mercado. Assim, ganham as empresas, ganham os investidores e ganha o País. 4