Novo teste de qualidade constata adulteração em azeites vendidos

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Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor -
Novo teste de qualidade constata adulteração em azeites vendidos no Brasil
Notícias
Enviado por: [email protected]
Postado em:23/03/2017
De acordo com a Proteste, de 24 marcas avaliadas, cinco apresentam fraudes por conterem
misturas de óleos vegetais e animais e um peca na sua classificação errada como extravirgem.
Na semana em que os consumidores ainda estão confusos em relação à qualidade da carne
brasileira, um novo teste da associação Proteste (organização não governamental que promove
avaliação de vários produto) constatou adulteração em diversas marcas de azeite de oliva, algumas
delas consideradas impróprias para consumo in natura.
De acordo com a entidade, de 24 marcas avaliadas, cinco apresentam fraudes por conterem
misturas de óleos vegetais e animais. “São produtos não indicados para o consumo, por
exemplo na salada ou no pão”, afirma o diretor da Proteste, Henrique Lian. Uma das marcas
não é extravirgem, embora a informação conste no rótulo.
As marcas adulteradas, segundo a entidade, são Tradição, Figueira de Foz, Torre de Quintela,
Pramesa, Lisboa, Beirão, todos importados e boa parte delas envasadas no Brasil. Duas outras
marcas têm liminares da Justiça impedindo a divulgação de seus nomes.
“Não dá para saber se a fraude vem da origem ou se ocorreu no processo de
envasamento”, informa Lian. Segundo ele, o teste foi feito em laboratório de Portugal,
credenciado pelo Ministério da Agricultura e pelo Conselho Oleícola Internacional (COI). As marcas
escolhidas são as mais vendidas no mercado.
As cinco primeiras têm dois problemas graves. O primeiro é que estão fraudadas, porque foram
adicionados óleos de sementes oleaginosas aos produtos. Por isso, esses azeites foram
“condenados” à eliminação. O segundo problema é que, na análise sensorial,
comprovamos que esses produtos se dizem extravirgens, mas não são! Isso também ocorre com a
marca Beirão, que, embora não esteja fraudada, peca na sua classificação errada como
extravirgem.
Essa é a sexta edição da avaliação. As anteriores ocorreram em 2002, 2007, 2009, 2013 e 2016.
Alguns dos produtos, como o Tradição, o Pramesa e o Figueira da Foz são reincidentes na
reprovação. Lian explica que o Ministério da Agricultura já emitiu multas a produtores ou
importadores de produtos adulterados, mas problemas persistem.
“O Ministério refaz os testes e, muitas vezes, quando confirma o problema e pede a retirada
do lote, o produto já foi vendido”, diz o diretor da Proteste.
Os aprovados
Lian ressalta que houve melhora em relação ao teste de 2016. No ano passado, de 20 marcas
avaliadas, oito foram reprovadas, sendo quatro por fraudes na fórmula e quatro classificadas
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erroneamente, já que eram apenas virgens (e não extravirgem, que é o azeite feito com o
esmagamento de azeitonas a frio).
Foram considerados de excelente qualidade os azeites O-live, Andorinha e Carbonell. Na lista de
produtos com qualidade e melhor custo benefício estão O-live, Carrefour Portugal, Qualitá e
Filippo Berio.
Também foram aprovados no teste os azeites Borges, Cardeal, Cocinero, Gallo, La Española, La
Violetera, Taeq, Serrata, Renata e Broto Legal Báltico.
O que dizem as reprovadas
Em nota, a empresa Olivenza, envasadora do azeite Torre de Quintela, informou que irá
“analisar o lote deste produto e verificar o ocorrido”. A empresa informa ainda já estar
trabalhando para que este tipo de imprevisto não ocorra e que vai se adequar à legislação brasileira
“afim de oferecer um produto de qualidade.”
Representantes do Tradição, Figueira de Foz, Pramesa, Lisboa, Beirão não foram localizados pela
reportagem.
Fonte: Gazeta do Povo, 23/03/2017.
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