Jogando com regras - Sinttel-MG

Propaganda
SINTTEL - Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicaçãoes de Minas Gerais
Jogando com regras
Com ou sem “marolinha”, a crise financeira mundial completou cerca de 1 ano em setembro e muitos
especialistas afirmam que o pior já passou. Mas a grande dúvida é: Como os governos irão se comportar para evitar
uma nova crise financeira?
Se para todo mal vem um bem, a crise ao menos serviu para confirmar a fragilidade do sistema neoliberal* e, no fim
das contas, bancos e montadoras recorreram aos pacotes bilionários dos Estados para evitar a falência. Cabe agora
aos governos, incluindo o brasileiro, criarem regras que controlem, efetivamente, o jogo da economia, para evitar o
abuso de empresa e de investidores.
Com o suposto fim da crise, já se fala em alta na bolsa de valores, em recuperação de crédito, como se o mercado
tivesse retomado a normalidade, mas aí é que mora o perigo. O próprio presidente dos Estados Unidos, berço do colapso
financeiro, Barack Obama, apelou por uma supervisão mais rigorosa de Wall Street, usando a quebra do banco Lehman
Brothers como argumento para as mudanças regulatórias. “Em vez de aprender as lições do Lehman e da crise da
qual estão se recuperando, algumas empresas estão optando por ignorá-las. Nós não vamos voltar aos dias de
comportamento imprudente e excesso, verificados no início da crise”, completou Obama.
No Brasil, o impacto da crise foi menor do que se esperava, e os danos causados foram mais por consequência do
oportunismo de algumas empresas que vislumbraram no colapso financeiro a chance de lucrar ainda mais. Muitas se
aproveitaram do momento para justificar demissões desmotivadas e até, com o apoio da mídia, lançar uma
“campanha” pela flexibilização dos direitos trabalhistas, (fim do 13º, redução da licença maternidade...) como
forma de combater a crise. Já as montadoras de carro, obtiveram a redução do IPI do governo, mas ignoraram
completamente os trabalhadores e mesmo com os ótimos resultados alcançados em 2009, os metalúrgicos, de gigantes
como Honda e Volkswagem, se viram obrigados a entrar em greve para terem seus direitos reconhecidos.
Ter uma economia forte é importante para o país. Mas é verdade também que de nada adianta ter empresas de porte
com uma população miserável. Os trabalhadores (sinônimo de população) não podem ser mais considerados meros
“peões” desse jogo arriscado. Se as empresas insistirem em ser socialmente irresponsáveis, cabe a
agora ao Estado a responsabilidade de ditar as regras.
*O neoliberalismo defende a absoluta liberdade de mercado e uma restrição à intervenção estatal sobre a economia, só
devendo esta ocorrer em setores imprescindíveis e ainda assim num grau mínimo.
http://www.sinttelmg.org.br
Fornecido por Joomla!
Produzido em: 17 June, 2017, 13:49
Download