Profa. Katiuscia PSEUDOLALIA

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Redação – Profa. Katiuscia
PSEUDOLALIA - DOENÇA DA MENTIRA
A Pseudolalia é uma mentira compulsiva
resultante dum longo vício de mentir. A pessoa
mente por mentir, perde a noção do que é
verdade ou não, convence-se das mentiras como
puras verdades.
A pseudolalia pode conduzir a graves distúrbios
de personalidade, podendo o pseudolálico acabar
por perder a sua individuação e viver num real
criado imaginariamente, comportando-se duma
forma difícil de contacto humano e só com
tratamentos profundos poderá melhorar.
As pessoas perdem lenta e gradualmente a
consciência da gravidade da doença que vão
adquirindo, porque a sua realidade vai perdendo
cada vez mais sintonia com o verdadeiro real. Por
fim o vício de mentir é um ato inconsciente e
perante a mais simples situação a fuga à verdade
brota espontânea e como uma repetição
compulsiva e criação de verdades inexistentes.
Mentirosos compulsivos.
Há quem diga mentiras caridosas.
Há quem minta por vício.
Há quem diga meias verdades.
E também há quem diga sempre a verdade.
Existem, além destas, um outro tipo de
mentiras: as provenientes do chamado
mentiroso
compulsivo,
que
mente
sistematicamente e aparentemente sem
razão.
Aqui estamos já a lidar com alguém para
quem a mentira assume contornos de
dependência, tal como o álcool ou a droga.
A mentira torna-se um vício, já que é dita de
forma compulsiva, ou seja, o mentiroso tem
consciência que está a mentir mas não
consegue controlar esse impulso.
fonte CORPO E MENTE
O vício compulsivo de mentir é a fuga
da realidade
Agência Unipress Internacional
Por Nilbe Shlishia
A pseudolalia é uma doença grave. Tratase do vício compulsivo de mentir.
Segundo psiquiatras e psicólogos, a
prática freqüente de viver uma situação
imaginária pode ser o resultado de uma
profunda insegurança emocional, além de traumas de infância. A atitude funciona como um
mecanismo de autodefesa para pessoas que apresentam um quadro de carência acentuada.
Estudos comprovam que crianças vítimas de uma educação julgadora, imposições, disciplinas
rígidas, e que por vezes vivem dominadas com autoritarismo, são fortes candidatas à doença.
Pesquisas também demonstram que uma pessoa que carrega o vício de mentir pode não conseguir
se controlar, tornando-se semelhante a quem tem o vício do jogo ou é dependente de drogas ou
álcool.
Visão de quem entende
Na opinião da dra. Leila Cury, Livre Docente, que já tratou vários casos de pseudolalia, a compulsão
pela mentira é uma distorção.
"Existem pessoas que chegam ao ponto de não saber mais o que é verdade. Embora o assunto seja
mais voltado para a criança, há muitos adultos vivendo o problema, o que torna a situação ainda
mais grave", disse a médica.
Segundo a dra. Leila, é muito mais fácil trabalhar o problema na infância do que na fase adulta.
Quando a mentira vira uma doença
Por MARCIA CEZIMBRA
Agência Globo
Para que mentir? A pergunta que Noel Rosa e Vadico transformaram em canção aflige tanto pais de
pequenos mentirosos quanto a mulher que surpreende o marido com desculpas esfarrapadas. Para
que mente o menino que insiste em contar aos pais e amigos façanhas inverossímeis? O psicanalista
Wilson Chebabi afirma que as crianças mentem porque desejam dar aos seus pais a versão que,
supostamente, estes gostariam de ouvir.
"Estes pais precisam se examinar para verificar se não estão impondo aos filhos os seus desejos e
se interessando pouco pelos
desejos dos filhos. O colapso da
atividade de brincar é o que agrava
a intensidade da mentira. Se, ao
invés de mentir, a criança tem a
chance de brincar, pode chegar
bem perto da satisfação de seus
desejos. Hoje, cada vez mais, a
adolescência é uma extensão da
infância, sem as possibilidades de
satisfação desta, na brincadeira.
No casamento, a mentira se dá
dentro do mesmo processo: ambos
tentam ser o que gratifica o outro
para que o outro também se sinta gratificado".
Há mentiras que indicam crises de auto-estima. O psiquiatra infantil Alfredo Castro Neto atende
crianças de classe média que estudam em colégios de luxo e mentem por questão de status. "Estas
crianças se sentem socialmente humilhadas. A mentira, para elas, é uma defesa". Já o adolescente
mente para se proteger de pais invasores ou repressores. A menor R.B., de 17 anos, por exemplo,
diz que vai dormir na casa da amiga, mas dorme com o namorado. "Se eu disser a verdade, não
poderei sair de casa", justifica-se.
O psicanalista Alberto Goldin vê a
mentira
do
adulto
como
necessidade,
às
vezes
compulsiva, de obter lucro ou
prazer. "Há duas espécies de
mentira: a que prejudica alguém é
diferente da mentira social. A
mentira compulsiva é uma doença,
mas
a
verdade
compulsiva
também é. Não se pode falar a
verdade o tempo todo. Por isto, é
difícil julgar mentirosos quando se
trata da relação amorosa. Mentir,
evidentemente, não é o melhor
modo de se relacionar. Mas, às
vezes, é a única opção. Os
contratos humanos expressam a
força e também a fragilidade da
condição humana".
O mentiroso compulsivo, para
Wilson Chebabi, só deixa de
mentir quando aceita sua própria
precariedade. "O problema mais
grave na mentira é social. A
sociedade mantém convenções
que são incompatíveis com a
condição humana. O sujeito mente
porque não suporta o conflito
penoso e irremediável entre seus
desejos e a frustração imposta
pela realidade. Numa sociedade
menos hipócrita, este conflito entre
o
desejo
e
a
realidade
permaneceria, mas seria melhor
administrado". A resposta à
pergunta de Noel Rosa talvez seja
simples: o sujeito mente para
tornar
a
realidade
menos
frustrante.
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