30/05/2014 1 DEFIJI Semestre 2014 - 1 Ótica – Lentes Esféricos Prof. Robinson 10:07:19 1 INTRODUÇÃO O ÍNDICE DE REFRAÇÃO Quando a luz passa de um meio para outro, sua velocidade aumenta ou diminui devido as diferenças das estruturas atômicas das duas substâncias, ou de suas densidades ópticas ou índices de refração. O índice de refração absoluto de um meio pode ser obtido experimentalmente e é dado pela relação: = Onde, c = velocidade da luz na vácuo e v= velocidade da luz para um comprimento de onda específico num certo meio. 1 30/05/2014 INTRODUÇÃO ÍNDICES DE REFRAÇÃO DE ALGUMAS SUBSTÂNCIAS O índice de refração da luz no vácuo é considerado arbitrariamente como sendo igual a 1, que é praticamente aquele obtido para o ar: 1,00029 (temperatura de 15oC e 1 atm de pressão). Substância água álcool etílico (anidro) acetona querosene Nujol (óleo laxante) Bálsamo do Canadá Índice de refração (n) 1,333 1,362 1,357 1,448 1,477 1,537 REFLEXÃO E REFRACÃO RAIOS Os raios incidente e refletido e a normal a superfície no ponto de incidência pertencem ao mesmo plano e tem-se: 1 = 3 Reflexão Refração Os raios incidente e refratado e a normal a superfície no ponto de incidência pertencem ao mesmo plano e tem-se: 1 1 = 2 2 2 30/05/2014 INTRODUÇÃO O estudo das lentes esféricas, talvez seja dentre todas as aplicações da óptica geométrica, a que mais se destaca pelo seu uso no cotidiano como por exemplo em lentes de óculos ou lupas em equipamentos de pesquisa astronômica, em câmeras digitais e em microscópios. Definimos lente esférica como o sistema óptico constituído de três meios homogêneos e transparentes, separados dois a dois por duas superfícies esféricas ou uma superfície esférica e uma superfície plana, as quais chamamos faces da lente. Para um estudo simples consideraremos que o segundo meio é a lente propriamente dita, e que o primeiro e terceiro meios são iguais. TEORIA 3 30/05/2014 ELEMENTOS GEOMETRICOS DE UMA LENTE C1 e C2: Centro de curvatura das faces da lente; R1 e R2: Raios de curvatura das faces da lente; Eixo principal: reta comum aos centros de curvatura Vértices V1 e V2 das faces: interseção do eixo principal com as faces; Espessura (e) da lente: distância entre os vértices. FORMA DAS LENTES As lentes esféricas podem ser classificadas em: Plano-convexa Plano-côncava biconvexa Côncavo-convexa Lentes de bordas finas bicôncava Convexo-côncava Lentes de bordas grossas 4 30/05/2014 COMPORTAMENTO DAS LENTES Lentes Esféricas Convergentes Lentes Esféricas Divergentes Convergência ou divergência de superfícies refratoras esféricas 1 1 = 2 2 Se o meio de incidência tem índice de difração inferior ao do meio para onde se da a refração, então uma superfície convexa é convergente e uma côncava é divergente (diagramas da linha de cima). Se a relação de ordem entre os índices for a inversa, então as superfícies convexas são divergentes e as côncavas são convergentes (diagramas da linha de baixo). 5 30/05/2014 COMPORTAMENTO DAS LENTES n da lente > n do meio n da lente < n do meio FOCOS PRINCIPAIS DE UMA LENTE DELGADA Considere vários feixes de luz monocromática paralelo ao eixo principal da lente. Ao ser refratado: Se a lente for convergente, a luz emergente converge para um ponto,. Se a lente for divergente, a luz diverge em um ponto. Este ponto do eixo principal, em relação ao qual a luz converge ou diverge, é chamado foco principal imagem (Fi). 6 30/05/2014 FOCOS PRINCIPAIS DE UMA LENTE DELGADA Agora, considere vários feixes de luz monocromática incidentes de modo que os feixes emergentes sejam paralelos ao eixo principal. O ponto define o foco objeto da lente convergente. O ponto define o foco objeto da lente divergente. RESUMO DOS FOCOS PRINCIPAIS DE UMA LENTE Resumindo, uma lente esférica apresenta dois focos principais: o foco principal objeto (Fo) e o foco principal imagem (Fi). 7 30/05/2014 CENTRO ÓPTICO O centro óptico é encontrado pela intersecção da lente com o eixo óptico. O raio de luz que passa pelo centro óptico, ao ser refratado, não sofre desvio angular nem lateral. Uma reta que passe pelo centro óptico O é chamada de eixo secundário. DISTÂNCIA FOCAL A distância entre o centro óptico e um foco principal de uma lente é chamada de distância focal (f). PONTOS ANTIPRINCIPAIS A uma distância igual ao dobro da distância focal do eixo óptico da lente, sobre o eixo principal, encontram-se dois pontos notáveis de uma lente esférica: são os pontos antiprincipais. Um raio de luz incidente numa lente esférica que passe (ou o seu prolongamento) sobre o ponto antiprincipal objeto é refratado passando (ou seu prolongamento) pelo ponto antiprincipal imagem. O Ai Fi Fo Ao 8 30/05/2014 RAIOS DE LUZ NOTAVEIS Todo raio de luz que incide paralelamente ao eixo, é refratado na direção do foco imagem. O Ai Fi Fo Ao Todo raio de luz que incide na direção do foco objeto, é refratado paralelamente ao eixo RAIOS DE LUZ NOTAVEIS Todo raio de luz que incide na direção do centro óptico, é refratado sem sofrer desvio na sua direção de propagação. O O Ao Fo Fi Ai Ai Fi Fo Ao Todo raio de luz que incide na direção do ponto antiprincipal objeto, é refratado na direção do ponto antiprincipal imagem O O Ao Fo Fi Ai Ai Fi Fo Ao 9 30/05/2014 CONSTRUÇÃO DA IMAGENS DAS LENTES Considere um objeto extenso, luminoso ou iluminado que é colocado perpendicularmente ao eixo principal de uma lente esférica. Para determinar a imagem desse corpo, devemos encontrar a imagem do ponto A e a do ponto B. Para determinarmos a imagem do ponto A, utilizamos duas das propriedades apresentadas no item anterior. Já a imagem do ponto B, que está situada no eixo principal, pode ser determinada por uma perpendicular ao eixo principal que passa pela imagem do ponto A, uma vez que o objeto foi colocado perpendicularmente sobre o eixo principal. Assim, considerando apenas objetos reais: CONSTRUÇÃO DA IMAGENS DAS LENTES Objeto real colocado no ponto antiprincipal objeto. Objeto real colocado entre o antiprincipal objeto (Ao) e o foco objeto (Fo). 10 30/05/2014 CONSTRUÇÃO DA IMAGENS DAS LENTES Objeto real colocado sobre o foco principal objeto (Fo). Objeto real colocado entre o foco principal objeto (Fo) e o centro óptico (O). CONSTRUÇÃO DA IMAGENS DAS LENTES Objeto real colocado antes do centro óptico (O) da lente Observação: Valido para lentes convergentes: A imagem real de um objeto real é invertida, Valido para lentes divergentes: e a imagem virtual de um objeto real é direita. 11 30/05/2014 CONVENÇÃO DE SINAIS Fo > 0 → lente convergente; Fo < 0 → lente divergente; Distância Objeto > 0 → objeto real; Distância Objeto < 0 → objeto virtual; Distância Imagem > 0 → imagem real; Distância Imagem < 0 → imagem virtual; Altura da Imagem > 0 → imagem direita; Altura da Imagem < 0 → imagem inverFda EQUAÇÃO PARA LENTES DELGADAS 1 1 1 = + APLICAÇÕES 12 30/05/2014 MAQUINA FOTOGRÁFICA OU OLHO HUMANO Objeto além do ponto antiprincipal objeto. OBSERVAÇÃO: Imagem real, invertida e menor, situada entre o foco e o ponto antiprincipal . OLHO HUMANO Formação da imagem em um olho 13 30/05/2014 A LUPA É uma simples lente convergente que de um objeto real forma uma imagem virtual, direita e maior. Observe: Para visualizar a imagem maior, o objeto deve estar entre a lente e o ponto focal da lente. LUNETAS 14 30/05/2014 COPIADORAS EXERCÍCIOS 15 30/05/2014 ATIVIDADE EXPERIMENTAL EXPERIMENTO 1 – DETERMINAÇÃO DA DISTÂNCIA FOCAL DE DUAS LUPAS Determinação de f – usando o método dos pontos conjugados 1 1 1 = + Determinação de f – usando o método de Bessel Pode-se comprovar que para uma distancia fixa A entre o objeto e o anteparo, existem duas posições 1 e 2 da lente que produzem uma imagem nítida do objeto sobre o anteparo. Denominando-se D a distancia entre as duas posições da lente, pode-se comprovar que: 2 − 2 = 4 16 30/05/2014 EXPERIMENTO 2 – EXPERIMENTO COM OS OLHOS PROCEDIMENTO O tamanho da imagem na retina do observador é proporcional ao ângulo θolho. Para pequenos ângulos, θolho = ho/do Faça com que o objeto pequeno se aproxime lentamente a seu olho (com o outro fechado). Desta forma está mudando a distância do. Encontre do de modo que a imagem comece a ficar desfocada. Então, estaremos encontrando a distancia do, distancia próximo ao alho, onde para menores valores de do, o olho não pode focalizar uma imagem. EXPERIMENTO 2 – EXPERIMENTO COM A LUPA PROCEDIMENTO • Sem usar alguma fonte, monte uma lupa como mostrado na figura. Faça esta atividade com os dois tipos de lentes de distancia focal 125 mm e 250 mm. Para cada lente, ajuste a distancia entre o objeto e (acessório anteparo) e a lente para que a ampliação máxima a imagem esteja claramente focalizada na retina. 17 30/05/2014 QUESTÕES 1) A equação fundamental dos lentes impõe limites na ampliação que uma lente pode produzir? 2) Das duas lentes, para qual lente parece haver maior ampliação? 3) Calcule a ampliação angular para as lentes de distancia focal 125 mm e 250 mm? Seus cálculos são consistentes com a sua resposta da questão 1? 4) Uma lente convergente com distancia focal de 50 mm seria útil como uma lupa? Explique. EXPERIMENTO 3 – MONTAGEM DE UM TELESCOPIO PROCEDIMENTO 1. Utilizando a figura calcule tanθ1 e tanθ2 como uma função do tamanho da imagem h1 e da distancia focal das duas lentes (f1 e f2). Sugestão: considere θ1 e θ2 muitos pequenos, de modo que podem ser igualados a tangente do ângulo. 2. Considerando que a ampliação angular do telescópio é definido como θ2 / θ1 mostre que, em função das distancias focais, ela pode ser escrita como. 1 = − = − 2 Observe que θ’1 é aprox. igual a θ1 mostre 18 30/05/2014 2. Monte um telescópio usando as lentes de distancias focais 125 mm e 250 mm. A distancia entre as lentes será de aproximadamente 375 mm. Usando como a lente de 125 mm como ocular, observe alguns objetos distantes. Ajuste a distancia entre as lentes se for necessário para trazer o objeto para uma focalização melhor. 3. Para medir a ampliação, olhe por um olho através do telescópio e com outro olhe diretamente para o objeto. Compare o tamanho das imagens. Se a régua graduada for usada como objeto, poderão ser feitas medidas bastante precisas da ampliação. 4. Qual a ampliação do telescópio quando é usada uma lente de 125 mm como ocular e de 250 mm como objetiva. 5. Qual é a ampliação do telescópio se as lentes forem trocadas de posição? 6. Suas respostas para as questões 3 e 4 estão de acordo com os valores da questão 2? 7. Explique porque a distancia entre as lentes deve ser aproximadamente igual à soma das suas distancias focais? + 250 mm + 125mm + 375 mm Figura. Disposição das componentes para a montagem de um telescópio 19 30/05/2014 EXPERIMENTO 4 – MONTAGEM DE UM MICROSCÓPIO O microscópio utiliza duas lentes para obter maior ampliação dos objetos próximos e é maior que aquela imagem obtida com uma lupa. Mostra-se o diagrama ótico na seguinte figura. Figura. Formação de uma imagem num microscópio. A lente objetiva L1 funciona como um projetor. O objeto é colocado alem do ponto focal L1, assim como uma imagem real invertida e aumentada é formada. A ocular L2 funciona como uma lupa. Ela forma uma imagem virtual e aumentada da imagem real formada por L1. PASSOS 1. Monte o microscópio como mostrado na figura. Use a lente de distancia 125 mm como lente objetiva e a de distancia focal 250 mm como lente ocular. Posicione o objeto a uma distancia qualquer na região f1<do<2f1 em relação a lente objetiva. 2. Coloque o anteparo entre as lentes, procurando uma posição onde a formação de imagem intermediaria. 3. Meça a distancia entre o anteparo e a lente objetiva. Retire o anteparo e ajuste a posição da ocular até que você veja uma imagem clara do objeto. 4. Meça a distancia entre os lentes. + 125mm + 250 mm 20 30/05/2014 5. A imagem é ampliada? Pode comparar esta ampliação com a da lupa de 125mm? 6. Porque a ampliação aumenta se a lente objetiva estiver mais próxima do objeto? 7. Quais problemas de focalização ocorrem com o aumento da ampliação? 8. Qual o efeito da abertura na focalização? 9. Qual o efeito da abertura sobre o brilho da imagem? 10. Que vantagem haveria em se usar uma lente de distancia focal 125 mm como ocular mantendo a de 250 mm como objetiva? 21