HD news REVISTA nº20 • Dezembro 2015 Suzy Rêgo Mãe dos gêmeos Marco e Massimo, a atriz faz parte desse novo cenário e engravidou aos 41 anos página 06 Uma longa espera É cada vez maior o número de mulheres que decidem adiar a maternidade por motivos profissionais ou pessoais. Com alguns cuidados especiais e técnicas de reprodução, é possível ter uma gravidez tranquila e saudável Confira a versão digital www.homedoctor.com.br 06 Foto: Divulgação Foto: Divulgação índice 12 Catedral de Brasília MATÉRIA DE CAPA Turismo Em seu tempo | 06 Brasília | 12 De acordo com o IBGE, nos últimos dez anos, o número de mulheres que engravidou após os 40 anos cresceu 27% - uma tendência nos dias de hoje. Com projeto arquitetônico inovador, a capital do Brasil tem atrações variadas e conta, desde 2012, com unidade de negócio da Home Doctor. Valorização profissional Mitos do envelhecimento | 18 Saúde Fonoaudiólogos | 16 Profissionais de grande importância, eles atuam na reabilitação da deglutição e da fala de pacientes atendidos na Atenção Domiciliar. Em um país em que o número de pessoas com mais de 100 anos triplicou em apenas uma década, a questão do envelhecimento da população vem atraindo a atenção de especialistas. expediente Home Doctor News é uma publicação trimestral da Home Doctor Rua Capitão Francisco Teixeira Nogueira, 154 - Água Branca - São Paulo/SP - CEP 05037-030 Tel.: (11) 3897 2300 - www.homedoctor.com.br Coordenação: Departamento de Marketing da Home Doctor Jornalista Responsável: Carolina Vivas (MTB - MG09301) Conselho Editorial: Dr. Emilio De Fina Jr, Dr. Ari Bolonhezi e Dr. José Eduardo Ramão, Sócios-Diretores da Home Doctor 2 Editora Conteúdo Rua André Ampére, 153 cj. 134 – Brooklin – São Paulo. Tel.: (11) 3898-0195 www.conteudoeditora.com.br Edição de textos: Melissa Kechichian • [email protected] Arte: Francisco Yukio Porrino Reportagem: Abgail Cardoso • [email protected] Ines Caravaggi • [email protected] Tiragem: 4.000 exemplares Revisão: Gabriela Artemis revista HDNews • dezembro 2015 carta ao leitor Foto: Ricardo Benichio Dezembro/2015 Edição 20 Dr. Ari Bolonhezi Sócio-Diretor da Home Doctor A Quem faz a diferença o lado de toda a habilidade técnica, infraestrutura completa e logística eficiente para dar suporte aos casos mais complexos, a Home Doctor conta com um time multidisciplinar de profissionais capazes de prestar atendimento domiciliar de qualidade, levando tranquilidade e conforto para o paciente e sua família. São médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas e fonoaudiólogos que, além do atendimento técnico, educam, treinam e orientam a família, o cuidador e o próprio paciente. São essas pessoas que fazem a diferença em nosso atendimento domiciliar. Grande parte da capacitação técnica nas diversas áreas da saúde ainda é voltada ao atendimento hospitalar. Na Home Doctor, esses profissionais são treinados www.homedoctor.com.br para manter uma postura humanizada, flexível e comunicativa – atributos essenciais para proporcionar segurança aos pacientes e familiares. A partir desta edição da Revista HD News, mostraremos o importante trabalho desenvolvido pelos integrantes do time de atendimento da Home Doctor – a começar pelo fonoaudiólogo, responsável por pacientes com quadros de disfagia, que é a dificuldade para mastigar e engolir alimentos. Em nossa matéria de capa, tratamos da gravidez tardia, escolha de um número cada vez maior de mulheres. Analisamos, também, mais alguns mitos sobre o envelhecimento. E, para quem gosta de fazer turismo, mostramos algumas das atrações de Brasília, cidade onde mantemos uma de nossas filiais. Boa leitura! 3 HDNEWS | notas Foto: Divulgação • Deixe verduras por 30 minutos em uma solução de duas colheres de sopa de vinagre em um litro de água. Não chega a matar micro-organismos, mas, se existirem larvas vivas, elas se desprenderão das folhas. Lave novamente em água corrente. • Uma opção melhor é colocá-las numa solução de hipoclorito de sódio e permanganato de potássio (vendida em supermercados, sacolões) por 20 minutos e enxaguar. São duas gotas em meio litro de água. Cuidado redobrado Não é novidade para ninguém que verduras e legumes são presença obrigatória em um prato equilibrado e saudável. E que as frutas também são excelentes fontes de vitaminas e minerais. Mas você sabe como higienizar corretamente esses alimentos, afastando os perigos de verminoses e de contrair resíduos de agrotóxicos? O primeiro passo é lavar bem alimentos consumidos crus em água corrente, mas isso não é suficiente. Micro-organismos podem causar disenteria, doença que ataca com maior vigor crianças, idosos, grávidas e pessoas com baixa imunidade. Veja o que mais você pode fazer para consumir frutas, verduras e legumes sem medo: • Na falta do hipoclorito de sódio, use uma colher de sopa de água sanitária para cada litro de água. Mas atenção: verifique o rótulo antes. Para essa finalidade, a água sanitária não pode conter corantes, detergentes ou perfumes. E mais: não podem ser usados alvejantes ou tira-manchas. • Cuidado com produtos que já vêm “prontos para consumir”. É preciso ter certeza de que foram desinfetados, manipulados, embalados e transportados adequadamente. A polpa pode ser contaminada se for manipulada sem higiene. Qualidade de vida Você sabia que a Suíça é o melhor país do mundo para os idosos? A conclusão é de um estudo realizado pela ONG Help Age International, em colaboração com a Universidade de Southhampton, do Reino Unido. O Brasil ficou em 56º lugar em uma lista de 96 países, que concentram 91% da população mundial com mais de 60 anos – o equivalente a cerca de 901 milhões de pessoas. Os pesquisadores analisaram as condições dos idosos em quatro categorias: renda; saúde; educação e emprego; e ambiente favorável. O melhor quesito no Brasil é o da renda (13ª posição), devido à alta cobertura de pensão (86,3%). A pior avaliação foi no item ambiente favorável (o que inclui segurança e acesso a transporte público), em que o país ficou em 87º lugar. O país sul-americano com melhor colocação no ranking foi o Chile, com o 21º lugar. Uruguai (27º), Argentina (31º), Colômbia (36º), Equador (44º) e Peru (48º) ficaram à frente do Brasil. O último da lista foi o Afeganistão. 4 revista HDNews • dezembro 2015 Foto: Divulgação Foto: Divulgação Fator de risco Um recente relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicado em outubro revelou que o consumo de carne processada causa câncer e que a do tipo vermelha é “provavelmente cancerígena”. Segundo o documento, 50 gramas por dia, o equivalente a duas fatias de bacon, aumentam a chance de desenvolver câncer colorretal em 18%. Este tipo de alimento foi modificado para aumentar sua durabilidade e seu sabor. Os principais métodos para isso são a defumação, o processo de cura ou a adição de conservantes. Carnes processadas incluem bacon, salsichas, linguiças, salame, carnes curadas ou salgadas e presunto, além das enlatadas. Foto: Divulgação Instagram dos médicos Apelidado de “Instagram dos médicos”, o Figure1 é um aplicativo de compartilhamento de imagens dedicado a profissionais da saúde. Com ele, é possível postar exames ou fotos de pacientes (sem identificá-los) para discutir casos. Para facilitar as buscas, as fotos postadas são divididas por especialidade médica (alergia, dermatologia, medicina familiar, laboratório, neurocirurgia, radiologia etc.) ou por anatomia (pulmão, olhos, vias aéreas, membros inferiores etc.). Qualquer um que se cadastrar no app pode ver as imagens, mas apenas os profissionais médicos cujo perfil foi checado podem publicar fotos e comentar. Lançado em 2010, Figure1 subiu de 100 mil cadastrados no ano passado para 500 mil neste ano. São médicos, profissionais de enfermagem e dentistas de 170 países. A primeira versão do Figure1 em língua não inglesa será em português do Brasil e deve ficar pronta nos próximos meses. www.homedoctor.com.br Foto: Divulgação Os meteorologistas já avisaram: o verão 2015/2016 será mais quente, com temperaturas até 4oC acima da média, por conta do aquecimento global associado a fenômenos naturais como o El Niño. E, com temperaturas que podem ultrapassar os 40oC em estados como Rio de Janeiro, Piauí e Tocantins, os cuidados com a pele precisam ser redobrados. A primeira recomendação é, sempre, a de usar filtro solar com proteção UVA e UVB, no dia a dia, mesmo quando você sai de casa para trabalhar ou estudar. O produto deve ser aplicado antes de sair de casa e reaplicado a cada duas no adulto e a cada hora na criança. Cuidado especial com as orelhas e o couro cabeludo. Os lábios merecem protetor. O filtro deve ser usado mesmo embaixo dos guarda-sóis, porque a pele pode ser afetada pelo reflexo do sol na areia. Os dermatologistas renovam a orientação: evitar o sol entre às 10h e às 16h, lembrando que, nos estados em que vigora o horário de verão, esse intervalo vai das 11h às 17h. Além do protetor solar, recomenda-se, o uso de óculos escuros, chapéus, bonés e viseiras com tecidos que tenham fator de proteção solar. Foto: Divulgação Tempo quente Música para os ouvidos Fones de ouvido são os acessórios mais populares do momento. Uma boa música pode dar mais energia, relaxar, animar o dia. E ela pode ir com você a todo lugar, em aparelhos MP3 ou smartphones. Mas, segundo a Sociedade Brasileira de Otologia, o limite saudável para esses aparelhos é de 85 decibéis (o equivalente ao barulho de uma avenida movimentada), mas a maioria apresenta potência máxima de 90 a 120 decibéis (mais ou menos estar a dois metros da caixa de som num show de rock). Para curtir sua música favorita sem prejudicar a audição, tome alguns cuidados: • Como o volume pode ultrapassar a altura máxima tolerável, use apenas 60% da potência. • Prefira os fones em formato de concha, que são externos. • Os modelos intra-auriculares, inseridos nos ouvidos, são os mais perigosos, porque aumentam a intensidade do som e podem causar eventuais inflamações. • Fones de ouvido, especialmente os intra-auriculares, são de uso pessoal. Não devem ser compartilhados. Precisam ser limpos e não devem ser deixados soltos na bolsa ou na mochila. • Na hora da compra, dê preferência para fones que possuem isolamento de ruídos, assim você pode ouvir bem em volumes mais baixos. • Evite usá-los por períodos prolongados e em lugares barulhentos, como metrô e ônibus. • Seus ouvidos precisam descansar. Faça pausas regulares. 5 HDNEWS | Matéria de capa tempo de Por Ines Caravaggi e Abgail Cardoso Afinal, quando é o melhor momento para ter filhos? Esse dilema nem passava pela cabeça das mulheres há 40, 50 anos. Elas simplesmente cresciam, namoravam, se casavam, tinham filhos e se tornavam mães e donas de casa. As mulheres de hoje, porém, estão tentando atrasar cada vez mais o relógio biológico N a primeira metade do século passado, ver uma gestante com mais de 35 anos causava surpresa. Mas as mulheres mudaram e a sociedade também. Elas foram para a universidade, investiram na carreira, cresceram profissionalmente, ampliaram sua presença em todos os setores e ultrapassaram os homens em tempo médio de estudo. E como a maternidade se encaixa na vida dessa nova mulher? “Antes, era difícil encontrar alguém que tivesse coragem de ter um filho tardiamente, especialmente o primeiro. Hoje, elas escolhem adiar o máximo possível”, observa o ginecologista e obstetra Pedro Ferreira Awada, auxiliar de ensino da cadeira de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina do ABC e médico do Hospital e Maternidade Brasil, da Rede D’Or São Luiz. Foto: Divulgação 6 revista HDNews • dezembro 2015 www.homedoctor.com.br 7 HDNEWS | Matéria de capa A gravidez tardia é um reflexo dos novos tempos, nos quais as mulheres buscam o crescimento profissional e investem em estudo e especializações. Confira alguns dados: é o índice de crescimento do número de mulheres que engravidaram pela primeira vez após os 40 anos em 10 anos no Brasil, de acordo com o IBGE; é o crescimento no número de grávidas entre 40 e 44 anos, de 2003 a 2012 no país, de acordo com o IBGE; a média de idade da anos era primeira gravidez na década de 1960, segundo pesquisa do IBGE; é a probabilidade de uma mulher ficar grávida naturalmente a partir dos 40 anos; é o índice de gravidez natural de uma mulher aos 20 anos. fontes: IBGE e IPGO 8 revista HDNews • dezembro 2015 Apesar do sonho de ser mãe desde cedo, a atriz só engravidou depois de iniciar um tratamento de fertilização in vitro “A mulher de hoje quer estudar e crescer profissionalmente. Por motivos diversos, acaba postergando a gravidez. No entanto, é importante lembrar que, embora elas se cuidem e pareçam ter menos idade, o ovário envelhece e contra isso não há o que fazer”, alerta Arnaldo Cambiaghi, especialista em reprodução humana e diretor do IPGO – Medicina da Reprodução. Mais relevante na Região Sudeste brasileira, essa tendência é verificada em todo o mundo e parece ser irreversível. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que o número de mulheres que engravidaram pela primeira vez após os 40 anos cresceu 27% em 10 anos no país. O IBGE revela ainda que aumentou em mais de 17% o índice de grávidas de 40 a 44 anos, entre 2003 e 2012. Nas clínicas particulares, a proporção de gestantes com mais de 35 anos chega a 80%. “Quanto mais anos de estudo, mais observamos a tendência da gravidez tardia. O projeto de vida da mulher mudou”, afirma Caio Parente Barbosa, diretor clínico do Instituto Ideia Fértil, de São Paulo, e professor titular da disciplina Saúde Sexual, Reprodutiva e Genética Populacional da Faculdade de Medicina do ABC. Mulheres com o ensino superior completo engravidam pela primeira vez com mais de 25 anos. Na outra ponta, a primeira gestação acontece cada vez mais cedo entre as que têm ensino fundamental incompleto – aos 19 anos. A atriz Suzy Rêgo faz parte desse novo cenário. Desde criança tinha um sonho e uma certeza. “Sempre soube que seria mãe. Biológica ou adotiva, jamais duvidei disso”, afirma Suzy, que engravidou aos 41 anos e é mãe dos gêmeos Marco e Massimo, hoje com 6 anos. Questões profissionais, algumas instabilidades pessoais ou financeiras e, também, dúvidas sobre relacio- namentos afetivos contribuíram para que ela adiasse a concretização desse projeto. O momento certo chegou quando Suzy reencontrou Fernando Vieira, ator, seu colega, “um querido amigo a quem sempre admirei”. Depois de quatro anos de namoro, com a chegada dos 40 anos, ele lhe fez um alerta: se continuasse a unir um trabalho a outro, o “projeto família” poderia se tornar inviável. “Partimos, então, para o foco na gravidez”, lembra. Os exames constataram uma varicocele em Fernando, que passou por uma cirurgia. Como a gravidez não acontecia, o casal foi orientado a procurar um especialista em reprodução humana. Na terceira tentativa, Suzy engravidou. Fez todos os exames periodicamente, se alimentou com a orientação de uma nutricionista, praticou hidroginástica e musculação para gestantes, usou meias de compressão. “A gravidez foi a melhor coisa do mundo, perfeita. Passeei, caminhei, viajei, trabalhei, namorei”, conta a atriz, que engordou apenas 14 quilos. Durante a gestação, lambuzou a barriga com cremes – “Não tenho nenhuma estria” – enquanto os meninos ouviam música pelo celular do pai, colocado sobre a barriga. “Fizemos tudo de forma tranquila e supervisionada por excelentes profissionais”, relata. O casal optou por cuidar pessoalmente das crianças, sem babá fixa. “Somos compreensivos, tolerantes e aprendizes. Eles nos ensinam o tempo todo. Somos megapresentes. Nós nos revezamos, somos uma equipe”, ressalta. Marco e Massimo, segundo Suzy, sabem entender o trabalho e os horários alternativos dos pais. “São serelepes e curiosos, bagunceiros e espertíssimos. E, ao mesmo tempo, educados e compreensivos, participativos e generosos. São as colheitas de um bom plantio”, resume. Indicador de mudanças Também o aumento da expectativa de vida – que era de 45 a 50 anos e está hoje em 78,6 anos, de acordo com dados de 2014 do IBGE – se estendeu e muito, contribuindo para esticar a faixa etária para uma gravidez segura. “Na década de 1960, quando a mulher dava à luz pela primeira vez depois dos 25 anos, era classificada de primigesta idosa. Os métodos anticoncepcionais seguros permitiram a elas poder definir o momento oportuno para ser mãe”, acredita Fábio Muniz, ginecologista do Hospital e Maternidade São Cristóvão, em São Paulo. www.homedoctor.com.br Foto: Divulgação Foto: Divulgação Um novo cenário 27% 17% 25 5% 35% Gravidez segura A boa saúde da mãe é essencial para a segurança da gravidez em qualquer idade, especialmente na tardia. “O ideal é começar o pré-natal antes da concepção. Qualquer mulher, de qualquer idade, deve consultar o ginecologista antes de engravidar para avaliar suas condições clínicas e eventual necessidade de controlar algum problema”, indica Fábio Muniz, do Hospital e Maternidade São Cristóvão, em São Paulo. Avaliação ginecológica de órgãos externos e internos e de mamas, exames laboratoriais, manutenção do peso adequado, controle da pressão arterial e de disfunções tireoidianas são providências importantes. Se tudo estiver bem, recomenda-se reposição de vitaminas e de ácido fólico, do complexo B, para reduzir o risco de malformação do sistema nervoso central do bebê. Cigarro e álcool são totalmente contraindicados, sempre. “Tendo essas condições controladas, mesmo uma gestante com idade mais avançada apresenta menos riscos do que uma mais jovem, sem controle”, afirma. De acordo com Caio Parente Barbosa, do Instituto Ideia Fértil, a tendência de mais mulheres adiarem o plano de ser mãe começa a impactar a rotina dos consultórios. “Quando o ginecologista atende, para acompanhamento de rotina, uma paciente jovem que está focada nos estudos ou na carreira e ser mãe nem passa em sua cabeça, precisa levá-la a pensar no seu futuro reprodutivo, observa. Segundo ele, o ginecologista tem um novo papel, o de ajudar sua paciente jovem a planejar a futura gravidez. “É preciso investigar se a mãe entrou cedo na menopausa, como está a saúde geral. Por exemplo, se não teve caxumba, precisa se vacinar. Enfim, há uma série de cuidados que o ginecologista pode incluir na sua rotina a fim de ajudar a preservar os óvulos, um patrimônio de suas pacientes que só vai diminuindo. Para riscos como eclampsia, pré-eclâmpsia e diabetes gestacional, nós temos mecanismos para manipular, mas nada podemos fazer quanto à idade do óvulo.”. Segundo ele, o congelamento de óvulos, além de ser uma medida preventiva para quem pretende ter filhos mais tarde, pode ser a solução para mulheres que apresentarem queda importante do hormônio anti-Müllleriano, que indica o nível de reserva ovariana, ou que descobrem um câncer e terão de passar por quimioterapia. “A dosagem desse hormônio ainda vai virar rotina”, conclui. 9 Foto: Divulgação Um possível indicador de mudanças veio, em setembro, do Conselho Federal de Medicina (CFM), que liberou a inseminação artificial de mulheres acima dos 50 anos. Os riscos da idade continuam existindo, mas agora a decisão de fazer ou não o procedimento deve ser tomada pelo médico e pela paciente, não sendo mais necessária a autorização da entidade. O que vai pesar nessa análise é a condição clínica da mulher. Para pessoas saudáveis, sem sobrepeso, histórico de hipertensão, diabetes e com colesterol controlado, o grande limitador ainda é o envelhecimento dos ovários. “O grande avanço em reprodução humana nas últimas décadas é que hoje é possível que uma mulher engravide em idade mais avançada, mas não existe nada que possa rejuvenescer o óvulo. Por isso, quanto mais jovem, maior a chance de engravidar naturalmente e de ter filhos saudáveis. Deixar para ter filhos mais tarde exige alguns cuidados”, pondera o especialista em reprodução humana da Clínica Lazar, Felipe Lazar Júnior, que é mestre e doutor em ginecologia e obstetrícia pela Unicamp. Segundo ele, ao contrário do homem, que produz espermatozoides a cada 90 dias, a mulher nasce com cerca de 400 mil óvulos, que passam a ser liberados mensalmente, um a um, a partir do momento em que começa a menstruar. Com o tempo, o potencial reprodutivo do óvulo diminui drasticamente e sua qualidade, também. Aos 35 anos, a reserva ovariana está em 12% da inicial e aos 40 chega a 3%. Lazar Júnior: "Deixar para ter filhos mais tarde exige alguns cuidados". 10 revista HDNews • dezembro 2015 Foto: Marcos Eduardo Lins HDNEWS | Matéria de capa Caio, da Ideia Fértil: "Mulheres com ensino superior engravidam após os 25 anos" Assim, aos 20 anos, uma mulher tem 35% de possibilidade de ficar grávida naturalmente, proporção que cai para apenas 5% aos 40 anos. “Na espécie humana, é alta a ocorrência de formação de embriões e que acabam não se desenvolvendo. Por isso, é cada vez mais comum o uso de óvulos doados, o que aumenta a possibilidade de gravidez. Também reduz os riscos de síndromes, que seriam mais elevados se usasse seus próprios óvulos. A maioria dos casos em que a mulher tem mais de 40 anos e precisa de tratamento para engravidar é de ovodoação”, observa Felipe Lazar. Com o apoio de técnicas de reprodução, as chances aumentam um pouco, mas ainda são pequenas após os 35 anos. “A faixa etária ideal para a gravidez continua sendo entre os 18 e 25 anos, época da melhor fase hormonal, e a data-limite para a segurança da gestante e do bebê é até os 34 anos. A partir daí, crescem os riscos de complicações para a mãe e para o filho”, pontua Awada. Segundo os médicos, a gravidez tardia pode levar a alterações genéticas, ao parto prematuro e à insuficiência placentária. “Ocorre também um maior número de casos de aborto espontâneo”, alerta Cambiaghi. Além das clínicas particulares, existem alguns serviços públicos de saúde que ajudam mulheres com dificuldade para engravidar. Em São Paulo, um deles é o serviço de Reprodução Humana do Hospital Pérola Byington. HDNEWS | Parceria Saúde e conhecimento Líder em soluções para diabetes, relaxantes musculares, antiinflamatórios, entre outros, a Sanofi investe também em ações para a atualização da classe médica, inclusive em parceria com a Home Doctor Foto: Divulgação Por Abgail Cardoso Alessandra Ramos, gerente de Specialty Care E mpresa mundial, presente em mais de 100 países, a Sanofi atua há mais de 50 anos no Brasil. Com mais de 5.400 empregados, a filial brasileira é uma das maiores do grupo e a segunda operação da companhia nos mercados emergentes. Os produtos da Sanofi – aproximadamente 350 – chegam a mais de 80% do território brasileiro. Desde 2004, a multinacional fornece medicamentos para a Home Doctor, principalmente anticoagulantes e antibióticos. O grupo investe, em média, R$ 8 milhões por ano em ações e programas, a maioria de longo prazo, focados em prevenção, educação, humanização e acesso a medicamentos, beneficiando cerca de 2,5 milhões de brasileiros. Entre os destaques estão os programas voltados à educação continuada para profissionais de saúde. “O Safety Zone, por exemplo, direcionado ao gerenciamento e à redução do risco de tromboembolismo venoso no ambiente hospitalar, já credenciou mais de 170 hospitais em cinco anos”, informa Alessandra Ramos, gerente de Specialty Care. Outro programa de grande importância é o Emerge, que há 13 anos contribui para a melhora do diagnóstico e o tratamento da Síndrome Coronariana Aguda, já tendo treinado 28 mil médicos e enfermeiros em todo o país. “Há, ainda, ações específicas para enfermeiros, como o Fórum de Enfermagem, pelo qual já passaram 12 mil profissionais em cinco anos, e o Quality Insights, para farmacêuticos hospitalares, que já envolveu quase 4 mil pessoas”, acrescenta Alessandra. www.homedoctor.com.br Em novembro deste ano, a Sanofi apoiou a Reunião Clínica da Home Doctor, que teve como tema central “Profilaxia e tratamento de TEV – Tromboembolismo Venoso”. “Programas como esse estão em sintonia com o objetivo central da empresa, que é levar conhecimento e proteção ao paciente onde quer que ele esteja. Estamos muito felizes de fazer parte dessa importante ação de atualização da classe médica”, destaca a gerente. 11 HDNEWS | Turismo Arte em forma de cidade Foto: Divulgação Por Inês Caravaggi Patrimônio Cultural da Humanidade – título conferido pela Unesco –, Brasília materializa o projeto inovador do urbanista Lucio Costa e do arquiteto Oscar Niemeyer. Home Doctor mantém uma filial na capital brasileira desde 2012 C idade que traduz as várias dimensões da arquitetura moderna, Brasília começou a “existir” ainda no século XIX, quando, em 1823, na primeira Constituinte do Império brasileiro, José Bonifácio de Andrade e Silva propôs a mudança da capital para o ponto mais central do interior do país. Há quem diga que a sua construção foi “profetizada” por Dom Bosco, padre italiano, fundador da ordem dos Salesianos, que, em 1883, sonhou com uma viagem à América do Sul, onde, entre os paralelos 15o e 20o, viu um local especial, a “terra prometida”, segundo relato de seu assistente, padre Lemoyne, no livro Memórias Biográficas de São João Bosco. Foi nessa região, no Planalto Central brasileiro, que Brasília começou a se tornar realidade pelas mãos do então presidente, Juscelino Kubitschek de Oliveira, que, em 1956, criou a Novacap – Companhia Urbanizadora da Nova Capital, empresa pública à qual foi confiada a responsabilidade de planejar e construir a nova capital da República. “A cidade nasceu do gesto primário de quem assinala um lugar ou dele toma posse: dois eixos cruzando-se em ângulo reto, ou seja, o próprio sinal da cruz”, resumiu o urbanista Lucio Costa, que, com o arquiteto Oscar Niemeyer, projetou a cidade. Inaugurada em 21 de abril de 1960, Brasí- 12 revista HDNews • dezembro 2015 lia se tornou Patrimônio Cultural da Humanidade em 1987, sendo o único bem contemporâneo a merecer essa distinção. Acima de toda a polêmica que envolve as questões da política brasileira, Brasília merece a visita, que pode começar justamente pela Praça dos Três Poderes. Lá estão o Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo, o Congresso Nacional (Poder Legislativo) e o Supremo Tribunal Federal (Poder Judiciário), todos projetados por Niemeyer. No Palácio do Planalto, por exemplo, é feita a troca de guarda a cada duas horas. E todas as sextas-feiras, às 17h30, realiza-se a cerimônia de arriamento da Bandeira, com a presença dos Dragões da Independência. O palácio pode ser visitado aos domingos, das 9h30 às 14h30, em grupos de até 30 pessoas. Já o Congresso, com suas duas cúpulas – a convexa é da Câmara dos Deputados e a côncava, do Senado Federal –, está aberto diariamente para visitas guiadas a cada meia hora. O primeiro grupo sai às 9h. O Supremo Tribunal Federal pode ser visitado aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 17h30. Outro “cartão-postal” de cidade é o Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República. O formato de suas colunas acabou se transformando em um dos símbolos de Brasília. Foi o Presença em expansão Foto: Divulgação primeiro prédio construído em alvenaria na nova capital. Localizado na Península da Alvorada, recebe visitas às quartas-feiras, das 15h às 17h. O roteiro do turismo na capital brasileira inclui o Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, e o Palácio da Justiça, sede do Ministério da Justiça, com seus arcos, espelho d’água e cascatas que correm por calhas de concreto. E, também, a Catedral Metropolitana, outra obra de Niemeyer. Com 16 arcos de concreto armado, a catedral tem em seu topo uma cruz metálica de 12 metros de altura, que foi benzida pelo Papa Paulo VI. Desde maio de 2012, a Home Doctor mantém uma filial na cidade de Brasília. Uma equipe multiprofissional atende 98 pacientes em internação domiciliar e 54 em assistência, desde crianças de 3 meses até idosos de 104 anos. O primeiro paciente atendido na capital federal deixou marcas na equipe. “Ele tinha 24 anos, foi vítima de acidente de moto e estava internado há um ano em um hospital, sem prognóstico nenhum. Nossa equipe o trouxe de volta para a família. Em seis meses, ele já conversava, alimentava-se via oral, sentava”, lembra Ioneide Coelho, gerente da filial. Trabalhando na Home Doctor desde a inauguração da unidade, Ioneide afirma que a atuação da empresa na região está em expansão. “Em breve, iniciaremos com o serviço de remoção própria”, informa. Sua dica para quem visita a cidade é uma só: “beber muita água, pois o clima aqui é bem seco”. Outro ponto que merece uma visita, por sua importância na história da cidade, é o Catetinho – uma estrutura simples de madeira, com dois andares, construída em apenas 10 dias, que foi a primeira residência oficial do presidente Juscelino Kubitschek em Brasília. A lista de atrações da cidade é variada. O Lago Paranoá é um dos ícones do local. Formado com o represamento do Rio Paranoá, tem 40 quilômetros quadrados de extensão e 48 metros de profundidade. É cercado por 32 clubes recreativos e esportivos, concentrando a terceira maior frota de embarcações do país. Para quem gosta de futebol, a proposta é ir ao Estádio Nacional de Brasília, conhecido como “Mané Garrincha”, uma homenagem ao jogador que foi bicampeão mundial nas copas de 1958 e 1962. Foto: Divulgação www.homedoctor.com.br 13 HDNEWS | HD em ação Fotos: Divulgação A Home Doctor agora é associada da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), entidade criada em 2001 para reunir e representar hospitais privados de excelência no país. Esta é a primeira vez que a Anahp inclui entre seus membros uma empresa de home care. Segundo a Anahp, a inclusão de um representante desse setor visa acompanhar a demanda por mudanças nos sistemas de saúde. Além de associada, a Home Doctor faz parte do Grupo de Estudos sobre Home Care, que vai analisar este mercado. Apoio institucional Conhecimento compartilhado A equipe da Home Doctor organizou o Workshop de Ventilação Mecânica Domiciliar para o XII Simpósio Internacional de Ventilação Mecânica em Neonatologia e Pediatria, promovido pelo Hospital Israelita Albert Einstein. Com cerca de 500 participantes, é um dos maiores eventos para público externo promovido pelo hospital, entre eles representantes da América Latina. Encontro familiar TODA VEZ QUE OLHAMOS PARA ESTATÍSTICAS , QUEREMOS VER UMA CRIANÇA VIVENDO MELHOR. 95,1 Educação, saúde e proteçã o. Não é tão complicado melhora de uma criança. Mas é preciso r a vida querer. É preciso lutar por isso. Provoca r a reação da sociedade, conscientizar e mobilizar. É isso que a Fundação Abrinq nos últimos 25 anos. Porque tem feito só com respeito e oportunidades vamos mudar a história das próximas gerações. 84,6 76,6 Percentual de crianças de 0a3 das creches. A taxa de cobertu anos fora ra em creche no Brasil (%) é a razão entre o número de crianças em idade escolar (de 0 a 3 anos) e o número de matrículas nessa etapa de ensino. O gráfico refere-se à diferença da taxa de cobertura em creche em relação à popula ção de 0 a 3 anos.* 2000 *Fonte: IBGE/PNAD 2013 2006 2013 Anuncio-Analfabetismo_25an os_210x290.indd 1 7/28/2015 9:34:40 AM A Fundação Abrinq está fazendo 25 anos, e a Home Doctor tornou-se apoiadora da instituição, cedendo espaço para a divulgação de anúncios comemorativos na Revista HD News. Os anúncios destacam a evolução de dados estatísticos sobre analfabetismo, mortalidade e trabalho infantil, desde que a Fundação começou o seu trabalho em favor das crianças e dos adolescentes. 14 revista HDNews • dezembro 2015 Arnaldo Albano, usuário do Vitalia, e sua esposa Lídia O Centro-Dia Vitalia Brasil abriu suas portas, em 23 de setembro, para um chá da tarde e um bate-papo sobre o valor da experiência de vida e os ganhos do amadurecimento. Instalado na cidade de São Paulo, no bairro de Moema, o Vitalia Brasil é um centro de convivência que oferece terapias e atividades para a terceira idade. Vera De Fina, Ivone Bolonhezi e Cris Ramão Fotos: Divulgação Troca de experiências Vamos curtir? Quer saber mais sobre a Home Doctor? Estamos no Facebook e no Instagram. Esperamos você nas nossas redes sociais. Foto: Divulgação Foto: Divulgação Conahp Dia da Cidadania SulAmérica Quem passava pela praça do metrô Estácio, em 29 de agosto, podia fazer, de graça, uma rápida avaliação de saúde no Dia da Cidadania SulAmérica. A Home Doctor participou do evento com uma Estação Saúde, realizando teste de glicemia, medição da pressão arterial e cálculo de IMC (índice de massa corporal). Foto: Divulgação Novos paradigmas Os farmacêuticos da Home Doctor Cristiano Comunale, autor do pôster, e Danielle Capuano, durante o RioPharma Cristiano Gualtieri Comunale e Dr. Claudio Flauzino de Oliveira, da Home Doctor, participaram do XVIII Congresso da Federación Farmacéutica Sudamericana e 8º Congresso RIOPHARMA de Ciências Farmacêuticas, eventos realizados de 15 a 17 de outubro, no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro. O tema deste ano foi “A Prescrição Farmacêutica e os Novos Paradigmas da Profissão”, com www.homedoctor.com.br Dois pôsteres sobre Atenção Domiciliar foram apresentados no Conahp - Congresso Nacional de Hospitais Privados, que aconteceu de 11 a 13 de novembro em São Paulo. Os trabalhos sobre farmácia clínica e ventilação mecânica foram produzidos pelos colaboradores Cristiano Comunale e Patrícia Barcellos, respectivamente, e contou com a colaboração de Dr. Ari Bolonhezi, Dr. Cláudio Flauzino e Rosângela Oliveira. Próximo desafio A Home Doctor começou, em setembro, a se preparar para a obtenção de mais uma certificação de qualidade, visando entregar serviços cada vez melhores aos clientes. “Buscamos agora a certificação do CCHSA/CCASS, conhecida como Certificação Canadense”, afirma Dr. Emilio De Fina Jr, sócio-diretor da Home Doctor. O processo teve início com uma apresentação da metodologia QMentum International, feita em 29 de setembro pelos avaliadores do IQG, a maior certificadora no segmento de saúde na América Latina. foco na atuação clínica do farmacêutico. Com palestrantes nacionais e internacionais, o evento abordou ainda questões como farmácia forense, nanotecnologia e comunitária e erros de medicamento. Os profissionais da Home Doctor apresentaram um pôster sobre avaliação técnica e financeira da implantação do serviço de farmácia clínica em uma empresa de atenção domiciliar. 15 HDNEWS | Valorização profissional Soma de competências Por Abgail Cardoso Profissionais de grande importância no atendimento de home care, os fonoaudiólogos atuam na reabilitação da deglutição, colaborando com a recuperação e o bemestar dos pacientes O tratamento e a recuperação de pacientes domiciliares podem demandar uma soma de competências, que vai além de médicos e enfermeiros. Muitas vezes, esse é um trabalho que requer um time de múltiplos profissionais para proporcionar ao paciente a melhor recuperação possível. Nesta edição, vamos conhecer um pouco mais sobre a rotina dos fonoaudiólogos. Na atenção domiciliar, os casos com indicação de acompanhamento do fonoaudiólogo são quadros de disfagia (dificuldade para mastigar e engolir alimentos). Esse distúrbio grave pode ocorrer com pessoas de qualquer idade, de crianças a idosos, e é também o que mais exige do profissional. 16 revista HDNews • dezembro 2015 Em geral, são pacientes que têm problemas para se alimentar decorrentes de alterações neurológicas ou outros transtornos. A fonoaudióloga Priscilla Scaroni, especialista em disfagia, presta serviço para a Home Doctor há 10 anos e coordena uma das equipes da Unidade São Paulo. Segundo ela, uma das dificuldades desse quadro é o fato de muitas vezes ser necessário restringir a alimentação pela boca, temporariamente, total ou parcialmente. Quando alguém está doente, o senso comum diz que é preciso comer bem para melhorar. “Temos de convencer de que a alimentação por vias alternativas, em algumas situações, é necessária para a segurança do paciente”, explica Priscilla. Segundo ela, a programação de atendimento tem de ser definida de acordo com cada caso, para pacientes que não têm condições de se locomover até o consultório. Em geral, as visitas domiciliares ocorrem, em média, de uma a duas vezes por semana. No início, o fonoaudiólogo, Ilustração: Francisco Yukio Porrino após avaliar o paciente e definir um plano terapêutico, orienta a família e o cuidador sobre como alimentá-lo, sobre a consistência da comida, o que ele pode ou não pode comer e as manobras que ele pode ou não pode fazer. “Nos casos de disfagia, o cuidador tem um papel muito importante no sucesso do tratamento”, afirma Priscilla. De acordo com ela, a rotina de trabalho dos profissionais que atuam nessa área é intensa, mas envolvente e gratificante. Na maioria das vezes, os tratamentos são de longo prazo e acabam gerando um vínculo com o paciente e seus familiares. “Vivemos momento de alegrias, com os avanços, mas, às vezes, temos de ter muita sensibilidade para ajudar os familiares a entender que, infelizmente, há casos que não vão apresentar a melhora desejada”, reconhece. Priscilla também ministra aulas sobre fonoaudiologia no atendimento domiciliar para residentes da Faculdade de Medicina do ABC, instituição com a qual a Home Doctor mantém parceria com o objetivo de contribuir para a formação de médicos especializados em Atenção Domiciliar. “A disfagia é uma das áreas que apresentam maior demanda de tratamento com o fonoaudiólogo, e os futuros médicos precisam saber quando existe a indicação, os prognósticos, como podemos ajudar na reabilitação e até em que casos não podemos contribuir.” Educação continuada Quem decide atuar no campo da fonoaudiologia, uma profissão regulamentada pela Lei 6965/81, tem de dedicar quatro anos ao curso de graduação, estudando aspectos biológicos, psicológicos e sociais relacionados à comunicação humana e seus transtornos. A graduação confere o direito de atuar em todas as áreas, em clínicas, consultórios, hospitais, escolas e empresas, entre outras possibilidades. Entretanto, tendo em vista o crescimento da produção científica na fonoaudiologia, recomenda-se o aprofundamento de seus estudos com uma formação complementar. Atualmente, existem 11 áreas de especialização reconhecidas pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia, entre elas, a disfagia, www.homedoctor.com.br que é a principal demanda na atenção domiciliar. “A ciência tem evoluído rapidamente, e o profissional de saúde precisa aprofundar seus estudos em uma área mais específica, além de participar de congressos e cursos, por exemplo”, diz Bianca Queiroga, presidente do Conselho Federal de Fonoaudiologia. Nos últimos anos, houve queda do número de cursos superiores de fonoaudiologia, o que leva a uma falta de profissionais no mercado. A Home Doctor, por exemplo, enfrentou dificuldade para preencher 11 vagas criadas em 2015. Para a presidente do Conselho Regional de Fonoaudiologia 2ª Região/SP, Thelma Costa, entre outros fatores, essa situação é reflexo da busca por profissões de formação mais rápida, fruto de um contexto social, e da pouca valorização da área da saúde. “O problema maior não é o número de profissionais, mas a região em que eles atuam. Em São Paulo, por exemplo, eles estão concentrados na região metropolitana, o mesmo acontece no Rio”, afirma Thelma. Já na opinião de Bianca, no passado, houve uma expansão desordenada de cursos. “São Paulo, por exemplo, chegou a ter mais de 20 cursos, superando muito a necessidade do estado. Nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, ainda temos possibilidade de expansão, sobretudo no interior dos estados”, afirma Bianca, que reconhece que o número de profissionais é insuficiente. Ela observa que os desafios da fonoaudiologia são praticamente os mesmos das demais profissões da área da saúde. “Temos um conhecimento científico de primeiro mundo, mas precisamos disponibilizá-lo, torná-lo acessível à população. Para tanto, precisamos ampliar a nossa participação no SUS e também lutar por melhores condições de trabalho e renda.” 17 E Foto: Divulgação HDNEWS | Saúde Mitos do envelhecimento m um país em que o número de pessoas com mais de 100 anos triplicou em apenas uma década, a questão do envelhecimento da população vem ganhando espaço nas discussões e atraindo a atenção de especialistas. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o total de centenários, que era de 9.140 em 2002, pulou para de 32.134 em 2013. Já há quem diga que não é exagero pensar em uma expectativa de vida para os brasileiros em torno de 120 anos. Nesse grupo que não para de crescer, os idosos do século 21 são cercados de conceitos e preconceitos. Nesta edição, abrimos espaço para esclarecer mais alguns mitos sobre o envelhecimento. O idoso não pode realizar atividade física? A resposta vem da Organização Mundial da Saúde, que define como estratégia fundamental para uma boa maturidade o envelhecimento ativo. “Ter atividade é fundamental”, destaca Fernando Bignardi, médico gerontólogo, coordenador do Centro de Estudos do Envelhecimento da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Segundo ele, para envelhecer bem, é preciso manter a capacidade funcional – do ponto de vista motor e também da cognição. E o que pode levar à perda progressiva da capacidade funcional? “São as doenças crônicas, como hipertensão arterial, diabetes, obesidade – resultado direto do estilo de vida de cada um. É importante que as pessoas saibam que suas escolhas diárias podem se converter em saúde ou em doença”, afirma. Um estudo do Centro de Envelhecimento da Unifesp, que começou no fim dos anos 80 com o acompanhamento de idosos que moram no bairro de Vila Cle- 18 revista HDNews • dezembro 2015 Usuários do Vitalia Brasil praticam a dança sênior e a fisioterapia geriátrica como formas de exercício físico mentino – onde está a sede da universidade –, mostrou que o estilo de vida é responsável por 50% a 60% das doenças crônicas. “O fator genético responde por 10% a 15% dessas doenças. A genética é uma predisposição, não é uma fatalidade. Por isso, é preciso rever o estilo de vida para manter a capacidade funcional”, afirma. “O idoso pode e deve realizar atividade física, desde que não tenha nenhuma restrição médica”, reforça Marcella de Oliveira Souza, terapeuta ocupacional do Centro-Dia Vitalia Brasil – um centro de convivência que oferece terapias e atividades para a terceira idade durante o dia. “Utilizamos a dança sênior e a fisioterapia geriátrica como formas de exercício físico”, explica. Segundo ela, a atividade física melhora a qualidade de vida, estimulando a socialização e o lazer. Entre os benefícios obtidos, a especialista destaca o aumento da massa muscular e o fortalecimento dos membros inferiores, prevenindo quedas e melhorando o equilíbrio e a coordenação motora. O idoso não tem mais sexualidade? Esse é outro fantasma que ronda a cabeça de quem envelhece. Cada fase da vida tem suas peculiaridades, como lembra Bignardi. “A adolescência é o despertar da sexualidade, da juventude. Não se pode esperar na maturidade a mesma sexualidade da adolescência”, observa. Segundo o gerontólogo, a sexualidade na maturidade é diferente. “É natural que exista uma queda na vitalidade. Envelhece bem quem, ao longo da vida, construiu sabedoria para, com ela, administrar as perdas e valorizar a experiência adquirida.” Essa é uma visão que se aplica a vários aspectos. “Ao longo da vida, algo se perde e muito se ganha. A sabedoria está em se dar foco nos ganhos obtidos com a maturidade”, acrescenta. Sempre perto de você Agilidade e confiança A GO! Emergências Médicas é uma empresa que chegou ao mercado com o respaldo de 20 anos de experiência do Grupo Home Doctor. Especializada em urgência e emergência móvel, oferece os seguintes serviços: APH – Atendimento Pré-hospitalar OMT – Orientação Médica Telefônica Área Protegida Cobertura de Eventos Sempre é tempo de colorir a vida... Nós do Vitalia Brasil acreditamos que a terceira idade pode ser alegre e proveitosa!! Somos um centro de convivência que oferece durante o dia terapias e atividades com o objetivo de prolongar a independência e a qualidade de vida da terceira idade. Nossos usuários interagem com outras pessoas, trocam experiências, vivenciam novas descobertas e, claro, cuidam da saúde. No final do dia e nos finais de semana retornam para o aconchego de seu lar ao lado de sua família e amigos. Fisioterapia Psicologia Terapia Ocupacional Acupuntura Dança sênior Alameda dos Nhambiquaras, 200 – Moema – Tel.: (11) 5904-9500 www.vitaliabrasil.com.br Curta nossa página /VitaliaBrasil