Preços de imóveis vão ter mais um ano de queda real.

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Preços de imóveis vão ter mais um ano de queda real.
Fonte: Valor - Empresas, por Chiara Quintão, 04/01/2017
Os preços de imóveis devem apresentar, em 2017, queda real em comparação à inflação. Será o
terceiro ano consecutivo em que a alta dos valores ficará inferior à da inflação, segundo o presidente
do Zap, Eduardo Schaeffer. Há expectativa de que isso ocorra até o terceiro trimestre. Para os três
últimos meses do ano, todavia, esperase que os lançamentos voltem a crescer e os preços sigam a
inflação, mas isso não será suficiente para reverter a tendência.
No ano passado, o preço médio por metro quadrado dos imóveis anunciados para venda em 20 cidades
teve elevação de 0,57%, para R$ 7.662, conforme o Índice FipeZap, calculado pela Fundação Instituto
de Pesquisas (Fipe) em parceria com o Zap. Considerandose a expectativa de inflação de 6,4% do
Boletim Focus do Banco Central para o acumulado do ano passado, houve queda real de 5,48 pontos
percentuais. "Acredito que não víamos um ajuste desta magnitude em quase duas décadas", afirma o
economista da Fipe, Eduardo Zylberstajn.
O economista ressalta, porém, que a liquidez das operações no mercado imobiliário foi reduzida em
proporção bem maior do os preços. "Foi um ano em que o mercado secou", observa Zylberstajn. No
mercado de imóveis usados, vendedores que não tinham necessidade imediata dos recursos preferiram
aguardar preços melhores, enquanto potenciais compradores postergaram a decisão, devido à piora da
confiança e de mais dificuldades para obter crédito. "O número de consultas aumentou, mas há uma
demanda represada", diz Schaeffer, do Zap.
Em 2016, quatro das 20 cidades que compõem o Índice FipeZap tiveram reduções nominais de preços:
Rio de Janeiro (2,08%), Distrito Federal (1,15%), Niterói (1,76%) e Goiânia (2,67%). As demais tiveram
queda real. Em dezembro, a média dos preços dos imóveis anunciados teve alta de
0,13%, abaixo da inflação esperada para o mês de 0,41%, segundo o Índice FipeZap. Apenas a
variação dos preços dos imóveis anunciados na capital mineira, de 0,99%, superou a esperada para a
inflação. Os maiores valores por metro quadrado foram registrados no Rio de Janeiro (R$ 10.214), em
São Paulo (R$ 8.641) e no Distrito Federal (R$ 8.497).
O diretor da outlet de imóveis Realton, Rogerio Santos, ressalta que o comportamento dos preços
depende dos volumes de estoques. "À medida que houver demanda pelos estoques, os preços deixarão
de cair", diz Santos. O presidente do VivaReal no Brasil, Lucas Vargas, espera que os lançamentos
previstos para a partir do fim do ano tenham preço pelo metro quadrado superior ao oferecido no
mercado. "Não há como manter, nos lançamentos do fim de 2017, os preços que são praticados
atualmente.
Os custos de materiais e mão de obra aumentaram", diz o presidente do Viva Real. Por enquanto, os
valores das unidades na planta ainda são balizados pelos dos estoques de unidades prontas. Para o
diretor comercial do Imovelweb, Bruno Raposo, os preços dos imóveis devem manter, no primeiro
trimestre, a estabilidade registrada desde meados de 2016 e começar a subir no segundo trimestre.
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O presidente do Zap destaca que, quando a economia der sinais de melhora, as incorporadoras
precisarão ter produtos disponíveis. "Boa parte das empresas já começou a se preparar para lançar,
desenhando ou redefinindo projetos", conta. Schaeffer diz que, nos últimos três meses, aumentou a
procura por consultoria do Zap para lançamentos previstos para a partir do segundo semestre.
O VivaReal também tem recebido mais solicitações por parte de incorporadoras de serviços
relacionados à inteligência de mercado, segundo Vargas. Zylberstajn, da Fipe, afirma que a retomada
do setor depende do aumento da confiança, do crédito e da renda. "Pelo menos, temos a expectativa de
redução expressiva dos juros, neste ano, o que já ajuda bastante", diz.
Em relação ao mercado de locação, esperase que aumento de preços a partir de 2018. Por enquanto, a
tendência para os preços de aluguel continua de queda, na avaliação de Vargas, com estabilidade a
partir de meados do ano. Já o presidente do Zap acredita que os valores começarão a ser pressionados
no segundo semestre.
A demanda por aluguel tende a aumentar, de acordo com Schaeffer, como resultado da modalidade ser
alternativa para quem precisa de um imóvel e não pode fazer a aquisição e para "a nova geração, que
quer mobilidade". "Há um movimento de fundos internacionais vindo para o Brasil para comprar
estoque de imóveis novos e usados para locação", diz o presidente do Zap. No entendimento do
presidente da Lokkan, Edison Ferreira, os preços dos imóveis continuarão "bem atrativos, para compra
e venda, quanto para locação". "As incertezas no ambiente político podem prorrogar um pouco mais
uma retomada do mercado, principalmente, em relação à compra e venda", afirma Ferreira.
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