INTERNET BANKING NO BRASIL: LEVANTAMENTO DO CENÁRIO ATUAL E ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS ADOTADAS PELOS BANCOS DE VAREJO Marcelo Claudio Lema UFRJ – Instituto de Pós-graduação e Pesquisa em Administração – COPPEAD Mestrado em Administração Orientador: Donaldo de Souza Dias Rio de Janeiro 1999 ii LEMA, Marcelo Claudio Internet Banking no Brasil: levantamento do cenário atual e análise das estratégias adotadas pelos bancos de varejo. Rio de Janeiro: UFRJ / COPPEAD, 1999. x, 153 p. il. Dissertação – Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPEAD, 1999. 1. Internet 2. Estratégia de Marketing 3. Banco Comercial 4. Tese (Mstr.-UFRJ/COPPEAD). I Título iii AGRADECIMENTOS A tarefa de pesquisa da tese foi desgastante, alternando momentos de entusiasmo e de desalento, resultado natural do desenvolvimento do trabalho e dos diversos problemas profissionais e pessoais que surgiram. Estes altos e baixos de empolgação se refletiram, conseqüentemente, no relacionamento com os familiares, os amigos e os colegas, porém, em nenhum momento desanimei pois desde o início do curso de mestrado tive como meta clara, a conclusão deste trabalho. Por isso, agradeço principalmente a minha mãe, Lya de Souza, pelo amor e pela dedicação durante toda a vida, incentivando sempre os meus estudos, e dando permanentemente palavras de apoio nas horas que o desanimo se tornava maior. Agradeço a Ana Maria, minha namorada, pois seu carinho, sua paciência e a sua ajuda nos momentos mais difíceis durante o desenvolvimento do trabalho, foram fatores importantes para a finalização da dissertação. Agradeço ao professor Donaldo de Souza Dias, orientador da tese, que me apoiou plenamente desde o início de sua orientação, fornecendo os comentários precisos que ajudaram a clarear os momentos mais críticos. Agradeço também aos amigos Antonio Luiz, Osvaldo, Márcio Arany, Luiz Antonio, Andrea, Mauricio, Patricia, entre outros tantos, que pela sua amizade contínua e, em muitos casos, pelo próprio exemplo, ajudaram na manutenção da minha meta inicial. O meu reconhecimento sincero aos professores e funcionários da COPPEAD, pela permanente atenção, pelos ensinamentos, e pelo apoio técnico que sempre me forneceram. iv Finalmente, meus agradecimentos à CAPES e ao CNPQ pelo financiamento parcial do curso de mestrado - através de bolsa de estudo -, que proporcionou condições para que o curso e este trabalho pudessem ser concluídos, com o máximo de empenho e dedicação. v Resumo da tese submetida ao corpo docente do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.) INTERNET BANKING NO BRASIL: LEVANTAMENTO DO CENÁRIO ATUAL E ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS ADOTADAS PELOS BANCOS DE VAREJO Marcelo Claudio Lema Janeiro de 1999 Orientador:Prof. Donaldo de Souza Dias Este trabalho apresenta um estudo do uso estratégico da Internet para realização de negócios pelos bancos de varejo no Brasil. Os resultados se baseiam em pesquisa realizada nos principais bancos de varejo no Brasil, descrevendo seu posicionamento atual, analisando sua estratégia de atuação e apontando indícios sobre como os bancos de varejo têm visto a Internet, e os caminhos adotados. Observa-se que estes bancos têm planos para uso da Internet em seus negócios e todos já fazem algum uso deste meio, mesmo que, em certos casos, timidamente. Além disto, foi visto que a Internet ainda não pode ser considerada como um ambiente amplo para negócios financeiros, pois os bancos ainda não permitem a entrada de novos clientes pela “agência virtual”, sem que antes tenham passado pelos processos tradicionais. Nota-se também que o mercado virtual não estimulou o surgimento de novos bancos ou o crescimento de outros, que anteriormente tivessem uma participação reduzida no mercado tradicional. vi Abstract of the thesis presented to the Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro, as part of requirements for the obtention of the Master Degree in Science (M.Sc.) INTERNET BANKING IN BRAZIL: ACTUAL CENARIO AND ANALYSIS OF STRATEGIES ADOPTED BY RETAILING BANKS Marcelo Claudio Lema January, 1999 Chairman: Prof. Donaldo de Souza Dias This thesis presents a study of strategic use of the Internet for business in retailling brazilian banks. The results are based on a research conducted in the main retailing banks in Brazil, which describe their actual situation, analise their strategy and point out clues about how the retailing banks see the Internet, and the adopted ways. It is possible to observe that this banks have plans to use the Internet in their business and all of them make some use of this channel, although in some cases, shiny. Moreover, it is possible to observe that the Internet cannot considered wide space for financial business, because the banks don’t allow the entrance of new customs through the “virtual office”. It is possible to observe too that the vitual market did not stimulate the appeareance of new banks or the growth of others, which before had a small market share on a traditional market. vii SUMÄRIO Pág 1. INTRODUÇÃO 1 1.1 Motivação do Estudo 3 1.2 Objetivos da Pesquisa 7 2. REVISÃO DA LITERATURA 2.1 9 Internet Banking 9 2.1.1 Conceitos Básicos 9 2.1.2 Aspectos Importantes nas Estratégias 11 2.1.3 Perfil do Público 15 2.1.4 Custos para o Banco 16 2.1.5 Crescimento 19 2.1.6 Outras Funções do Internet Banking 20 2.2 Internet Banking no Brasil 21 2.2.1 Perfil Tecnológico dos Bancos no Brasil 23 2.2.2 Processo das Transações 24 2.2.3 Caminhos da Automação Bancária no Brasil 25 2.2.4 O Uso Propriamente Dito da Internet 27 2.3 Aspectos de Marketing na Internet 29 2.3.1 O Marketing Individual e O Marketing Coletivo 34 2.3.2 Utilização nos Negócios 36 2.4 O Relacionamento Banco - Cliente 38 2.4.1 Adicionando Valor aos Serviços Bancários 2.4.2 O Processo de Aprendizagem Organizacional e Tecnológica 3. 3.1 MODELOS TEÓRICOS Classificando as Estratégias de Internet 43 46 48 49 viii 3.1.1 Modelo de ANGEHRN & MEYER (1997) 49 3.1.2 Modelo de QUELCH & KLEIN (1996) 53 3.1.3 Modelo de BENTO & BENTO (1997) 57 3.1.4 Modelo de ELLSWORTH & ELLSWORTH (1997) 59 3.1.4 .1 4. Conquista de Novos Clientes METODOLOGIA 62 66 4.1 Pergunta da Pesquisa 66 4.2 Método de Pesquisa 67 4.3 A Coleta de Dados 67 5. DESCRIÇÃO DOS CASOS 72 5.1 Banco A 72 5.2 Banco B 74 5.3 Banco C 76 5.4 Banco D 78 5.5 Banco E 80 5.6 Banco F 82 5.7 Banco G 84 5.8 Banco H 86 5.9 Banco I 87 5.10 Banco J 89 5.11 Banco K 90 5.12 Banco L 92 5.13 Banco M 93 5.14 Banco N 94 5.15 Banco O 95 5.16 Banco P 96 5.17 Banco Q 97 5.18 Banco R 98 ix 6. 6.1 INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS Levantamento dos fatores 100 100 6.1.1 Fatores Transacionais 100 6.1.1.1 Resumo dos Dados Coletados 100 6.1.1.2 Análise dos Dados Coletados 101 6.1.2 Fatores de Interatividade 103 6.1.2.1 Resumo dos Dados Coletados 103 6.1.2.2 Análise dos Dados Coletados 103 6.1.3 Fatores que Possibilitam o Feedback 104 6.1.3.1 Resumo dos Dados Coletados 104 6.1.3.2 Análise dos Dados Coletados 105 6.1.4 Fatores Informativos 105 6.1.4.1 Resumo dos Dados Coletados 105 6.1.4.2 Análise dos Dados Coletados 107 6.1.5 Fatores do Marketing Mix 108 6.1.5.1 Resumo dos Dados Coletados 108 6.1.5.2 Análise dos Dados Coletados 109 6.1.6 Fatores Organizacionais 110 6.1.6.1 Resumo dos Dados Coletados 110 6.1.6.2 Análise dos Dados Coletados 111 6.2 Análise dos Modelos 6.1.2 112 Modelo de ANGEHRN & MEYER (1997) 112 6.2.1.1 Presença VIS (Informação Virtual) 113 6.2.1.2 Presença VTS (Transação Virtual) 114 6.2.1.3 Presença VDS (Distribuição Virtual) 115 6.2.1.4 Presença VCS (Comunicação Virtual) 116 6.2.2 Modelo de BENTO& BENTO (1997) 117 6.2.3 Modelo de ELLSWORTH & ELLSWORTH (1997) 118 x 7. CONCLUSÕES 120 7.1 A Pesquisa 120 7.2 Resultados Estratégicos 121 7.3 Outros Resultados 124 7.4 Sugestões para Novas pesquisas 126 8. BIBLIOGRAFIA 127 ANEXO 1 133 A.1 133 Internet A.1.1 História da Internet 133 A.1.2 Perspectivas da Internet 139 A.1.3 World Wide Web 140 ANEXO 2 142 A.2.1 Comércio Eletrônico 142 A.2.2 Mercados Eletrônicos 145 A.2.3 Benefícios do Comércio Eletrônico 147 ANEXO 3-Resumo dos Dados Coletados 149 A.3.1 Fatores Transacionais 149 A.3.2 Fatores de Interatividade/Feedback 150 A.3.3 Fatores Informativos 151 A.3.4 Fatores de Marketing Mix 152 A.3.5 Fatores Organizcionais 153 1. INTRODUÇÃO A tecnologia de informação, segundo PORTER & MILLAR (1985), tem modificado os processos produtivos das empresas e seus próprios produtos. De acordo com estes autores, a tecnologia de informação tem transformado até a natureza dos produtos, dos processos e as próprias empresas, sendo parte fundamental na definição das estratégias básicas de cada organização. Nos últimos anos, a tecnologia de informação tem sido direcionada, em quase todas as suas abordagens de utilização na Internet, como meio de comunicação, processamento e distribuição de informações. Isto se deve ao fato de que, cada vez mais, a Internet está presente no dia-adia das pessoas e empresas. A Internet tem sido, para todas as empresas do País e do exterior, um grande desafio a ser compreendido e analisado. O advento deste novo meio de comunicação fez com que todas as empresas tivessem um posicionamento a respeito dela. Em nenhum momento, os dirigentes das empresas deixaram de pensar ou de tomar uma decisão a respeito desta nova tecnologia. Uma posição perante a Internet se faz necessária. Os clientes externos e internos, os fornecedores e até a movimentação dos concorrentes, são fontes permanentes e cada vez mais fortes de pressão, para saber como a empresa se posicionará no uso da rede. Na realidade, muitas empresas vêem a Internet como meio de comunicação institucional; outras, como canal de propaganda e algumas poucas, como uma forma inovadora de realizar negócios. De qualquer forma, a utilização da rede como forma de apoio aos negócios pode ser uma importante estratégia dentro daquelas adotadas pelas empresas. Entretanto, pelo que se observa no panorama empresarial, existe ainda uma grande incompreensão de todo o potencial desse canal. 2 Os bancos, como quaisquer outras empresas, também têm sofrido mudanças nos seus processos e produtos, a partir do uso da tecnologia da informação, como já foi estudado no Brasil por OSCHERY (1991). Com a utilização da Internet, o sistema bancário começou a ter um novo meio para aprimorar os serviços básicos atualmente oferecidos, como também permitiu criar novos serviços, tecnologicamente suportados pelo ambiente da Internet. Durante anos, a instituição bancária era apenas um local onde as pessoas depositavam e retiravam dinheiro, conseguiam empréstimos e podiam obter lucros através da compra de produtos financeiros. Este local, na realidade, era um recinto fechado com um nível de segurança bastante alto, onde as operações poderiam ser feitas. Com o advento da tecnologia de telecomunicações e da automação dos processos, começou a despontar um novo ambiente de atendimento. O setor bancário, historicamente, mediante seus dirigentes, foi o primeiro a perceber a importância de adotar a tecnologia mais recente, para adaptar seus processos e oferecer mais vantagens e facilidades aos seus clientes. Com isso, tornou-se, em quase todos os casos, o setor líder no que se refere às novidades tecnológicas. Esta adesão não ocorreu somente nas instituições financeiras. A automação dos serviços encontra sua justificativa na tendência presente no ambiente de negócios em geral. A utilização de novas tecnologias tem sido a principal solução nas empresas que dependem de uma postura perante o público, de organização líder, na adoção de meios modernos para realizar serviços e fazer transações. Os bancos brasileiros sempre se destacaram dentro do panorama mundial, no que se refere à tecnologia de automação, processamento e telemática. Os estudos de OSCHERY (1991) e FALCÃO (1993) podem ser 3 citados entre os diversos estudos nacionais que mostraram a liderança do setor bancário brasileiro no que diz respeito à adoção de novas tecnologias. Esta liderança é explicada pelas características geográficas do país, pela sua regulamentação bancária - permitindo a existência de grandes bancos nacionais - e pela peculiaridade da economia brasileira, que durante anos viveu sob diversos planos econômicos que alteravam o sistema econômico da noite para o dia. Para enfrentar toda essa realidade, os bancos tiveram que se automatizar de forma muito forte, para conseguir sobreviver nesse ambiente. Agora, os bancos estão utilizando uma nova tecnologia, a Internet. Diversos aspectos do composto de marketing devem ser analisados para a sua adoção, além de elementos estratégicos, como: segurança, infraestrutura e concorrência. 1.1 Motivação do Estudo O futuro comercial da Internet parece ser um ponto de interrogação, pois ninguém sabe se a Internet irá se tornar um grande shopping center ou um parque de diversões. Essa incerteza vem fazendo com que muitas empresas marquem presença na Internet, mesmo sem saber exatamente por que estão lá e, ao mesmo tempo, como obter um bom proveito dessa atitude. Vincular a sua imagem à modernidade e fazer propaganda institucional são objetivos que têm se mostrado como os mais importantes. Mas, acima de tudo, as empresas parecem estar buscando experiência. Esta busca por soluções que permitam às empresas encontrar seus caminhos deve vir da expectativa dos dirigentes. Na luta pela sobrevivência entre organizações, poderá ficar para trás quem ignorar este novo meio de se fazer negócios. 4 Em face dessa realidade desconhecida e da novidade que representa essa nova tecnologia, cabem, portanto, as mais antagônicas especulações sobre o futuro comercial da Internet. Acredita-se que o uso comercial da Internet vem do forte interesse das pessoas na aquisição de novos microcomputadores, já que atualmente o volume de compras destes equipamentos é bem alto no mercado. Conclui-se, portanto, que todo comprador de microcomputador, é um usuário em potencial da Internet. O potencial da Internet vem, também, do surgimento de novas tecnologias que estão permitindo um crescente acesso à Internet, como, por exemplo, a TV a cabo, pagers e telefones celulares, o que aumentará consideravelmente o número de usuários. O relatório Internet nas Empresas (1997)1 mostra que a utilização da Internet pelas empresas de serviços tem sido semelhante à adotada por outras empresas. Obviamente, este enfoque não é compartilhado por muitas empresas prestadoras de serviços, pois acreditam que a sua atuação é restrita, diferente da maioria das empresas manufatureiras que teriam, sem dificuldades, alcance global. Este posicionamento dificulta cada vez mais a possibilidade de transformar uma empresa local, mesmo que prestadora de serviços, em uma empresa multinacional (BENTO & BENTO, 1997), pois não busca novos instrumentos e modos de operacionalizar os objetivos corporativos. Entre os diversos casos de empresas que poderiam ter um posicionamento pró-ativo, temos, por exemplo, os bancos. dados dos clientes, Estes recebem mediante depósito, e vão atualizando-os dia-a-dia, segundo um acordo predeterminado entre cliente e fornecedor de serviços, 1 Internet nas Empresas. Relatório da GAZETA MERCANTIL,1997 5 seguindo instruções ora dadas pelos clientes, ora fornecidas pelo próprio banco. Outro caso seria o das empresas de comunicação, que recebem dados em forma de notícias e as transmitem aos clientes, por meios eletrônicos (radio, TV, fax) ou por meios pré-impressos. Provedores de informação empresarial também poderiam ser citados como empresas que trabalham de forma permanente com dados. O advento da tecnologia da informação fez com que estes tipos de empresas adotassem posturas de automação muito fortes, pois existe um ganho importante a ser obtido na automação de processos e na transmissão dos dados, o que permite a melhoria dos sistemas operacionais organizacionais e, a oferta de melhores serviços aos clientes. Naturalmente, algumas empresas têm sido mais ágeis do que outras em adotar essas inovações. A automação desses serviços implica a utilização de dispositivos de alta tecnologia que eliminam as singularidades do atendimento personificado. Neste sentido, adiciona uma nova característica ao processo: a participação direta do cliente, o qual deixa de ser elemento passivo para se tornar produtivo, tornando interativo o processo. Portanto, se a Internet é um lugar aberto a uma série de oportunidades de negócios, supomos que dificilmente será encontrada uma instituição financeira que não tem ou não tenha ainda planejado marcar presença na Internet, seguindo apenas um pensamento simplista ou tendo, realmente, uma atuação corporativa estratégica verdadeira na rede. Como razões para essa movimentação teríamos a velocidade com que a Web2 cresce em quantidade e uso, surpreendendo aos mais arrojados futuristas. Além do mais, conhecimentos são integrados pela própria 2 Web é uma forma diminutiva de falar a World Wide Web, (Grande Rede Mundial) , que é um segmento da Internet, aberta a todas as empresas e pessoas para colocar arquivos de dados em formatos que possam ser lidos por outras pessoas ou empresas de todo o mundo. 6 rede. Portanto, quando uma novidade surge em algum país, a informação aparece na rede imediatamente. Entretanto, todos são iniciantes no uso da Internet, não existe uma vasta experiência internacional, pois a rede para uso comercial tem poucos anos de vida (Ver anexo 1). Devido a esta falta de experiência hoje se opera, na Internet, principalmente na base da tentativa e do erro. Existem vantagens para os bancos usarem a Web, embora estudos sobre o assunto sejam raros ou inexistentes. A Web está mudando a vida das pessoas, da sociedade e a forma de conduzir negócios. Na Internet, o contato entre empresas e consumidores é direto e a pressão por eficiência é enorme. Por um lado, há uma redução de custos para a empresa, por outro o acesso da concorrência ao site3 da empresa é imediato. Basta apenas um clique para fazer desaparacer rapidamente algumas vantagens comparativas, pois o ambiente da Internet se aproxima daquele considerado como o ambiente ideal de mercado, segundo teorias econômicas. A questão básica é saber como operar economicamente na Internet. Na revista BANCO HOJE (1998), alguns representantes dos bancos afirmam que disponibilizam o serviço via Internet como fator de competitividade. Em um mercado de concorrência crescente, atender adequadamente o público, oferecendo diversas opções, parece ser o mais importante. Alguns bancos têm como objetivo aumentar o leque de serviços em todos os meios. Outros bancos querem apresentar sempre a última tecnologia disponível para seus clientes. Na realidade, os bancos de varejo esperam continuar caminhando em direção à transformação de suas agências em centro de negócios, afastando delas as operações simples como consulta de saldos e transferências, já que as transações que não agregam valor deverão ser feitas 3 Site: é o endereço eletrônico na Web, onde são disponibilizados os arquivos para consulta através de técnicas de hiperlink 7 de maneira remota. Entre as transações que agregam valor estão, por exemplo, empréstimos e consultas sobre investimentos. Uma outra razão para usar a Internet é o aumento da capilaridade, ou seja, o acesso de diferentes lugares. Por exemplo, há bancos que oferecem serviços de Home Banking somente em algumas cidades. Com o uso da Internet, podem ter seu raio de ação com abrangência mundial, já que os provedores de acesso à Internet estão presentes em todas as grandes cidades do mundo. Sem dúvida, um elemento que deve ser considerado nas estratégias para uso da Internet é o ponto de vista do marketing. Sendo a Internet um novo meio de realização de negócios, as ações adotadas pelos bancos deveriam seguir esta diretriz. Entretanto, segundo TOLEDO (1978), as instituições financeiras não levam em conta o componente de marketing dentro das suas estratégias. 1.2 Objetivos da Pesquisa A Internet é, portanto, um novo desafio que se apresenta perante as empresas. Estas precisam não somente entender esse ambiente e todas as suas possibilidades, como também tomar atitudes que permitam adotar soluções que garantam sucesso em suas atividades neste meio. Conseqüentemente, garantirão a aderência da estratégia adotada para uso da Internet às estratégias corporativas. O sistema bancário brasileiro, principalmente aquele referente aos bancos de varejo, é historicamente um dos grandes usuários da última palavra em tecnologia de automação e de telemática. Provavelmente terá uma atitude semelhante na utilização deste novo meio – a Internet -, aproveitando ao máximo os recursos a ele oferecidos e facilitando o crescimento dentro desse novo mercado. 8 O objetivo básico desta pesquisa é fazer um levantamento das diversas formas de utilização da Internet pelo sistema bancário brasileiro, tentando, assim, determinar o posicionamento dos bancos que atuam no Brasil, diante este meio, analisando os possíveis caminhos adotados, e comparandoos com aqueles sugeridos pelos modelos de desenvolvimento estratégico, encontrados na literatura. Um segundo objetivo é verificar se, a partir dos posicionamentos dos bancos, é possível observar uma tendência para o setor como um todo e se, ao mesmo tempo, as instituições do setor fazem uso completo dos recursos tecnológicos e intrínsecos do meio. 9 2. REVISÃO DA LITERATURA Este capítulo explicará os principais conceitos relacionados com o tema da pesquisa: o processo de Internet Banking, o relacionamento BancoCliente e os aspectos de Marketing no desenvolvimento de soluções empresariais para a Internet. Discutiremos, ainda, o processo evolutivo do Internet Banking no Brasil, comparando-o com os outros formatos de atendimento extra-agência. No capítulo seguinte, serão apresentados os principais modelos de estratégias para adoção da Internet, como meio para se fazer negócios, dando destaque ao modelo ICDT de ANGEHRN (1997) que permite avaliar as diversas estratégias adotadas pelos bancos. 2.1 Internet Banking 2.1.1 Conceitos Básicos Antes de analisar a aplicação de Internet Banking, é importante ressaltar o conceito básico do que é a Internet: trata-se de uma imensa rede formada a partir de sub-redes de computadores interconectados, que permite às pessoas, às empresas e às entidades governamentais, em todo o mundo, se comunicarem em um ambiente comum, por meio de linhas telefônicas, satélites e outros meios de comunicação. A história da evolução da Internet e suas perspectivas futuras aparecem no Anexo 1. O crescimento exponencial da Internet em todo o mundo tem rapidamente incrementado o uso da World Wide Web, como excelente plataforma para o comércio eletrônico, forçando empresas de todos os setores a reconsiderarem e a refazerem suas estratégias de tecnologia de informação. O conceito de Comércio Eletrônico e seus benefícios estão descritos no Anexo 2. 10 Esse crescimento fez da Internet uma nova fonte de oportunidades, mas trouxe como conseqüência uma série de dúvidas para todas as empresas, de todos os portes e de todos os setores, sobre a melhor estratégia a ser adotada, para o uso comercial deste meio. As atitudes do sistema bancário, principalmente dos bancos que atendem ao público em geral - bancos de varejo, como são conhecidos - não foram diferentes. No início, começaram a utilizar a Internet como meio de comunicação, isto é, criaram tecnologias para que os clientes pudessem entrar em contato com o banco através da rede, principalmente para realizar transações fora da agência bancária física. Este tipo de serviço disponibilizado pelos bancos ficou conhecido como Home Banking, pois o cliente realiza em casa uma grande parte de transações, que normalmente não agregam valor. Cabe ressaltar a principal diferença entre o Home Banking tradicional – serviço oferecido pelos bancos, através de programas instalados no computador do cliente, possibilitando que este se conecte diretamente ao banco através de uma linha telefônica – e o Home Banking através da Internet (Internet Banking). Este último, na maioria dos casos, não exige a instalação adicional de um programa, pois utiliza um navegador Web (browser), normalmente já instalado no microcomputador do cliente, tanto em sua residência como no local de trabalho, como interface de comunicação. Esta característica permite aos bancos aprimorarem os serviços, sem precisar entregar a seus clientes novos softwares, através de disquetes ou CD-roms. Além disso, o cliente paga somente a ligação ao provedor local, independentemente do lugar onde está realizando as transações. Portanto, é importante ressaltar que o Internet Banking pode ser considerado como todo aquele serviço oferecido pelos bancos para que seus clientes façam suas transações de forma remota usando como meio de comunicação de dados a Internet. Entre as diversas possibilidades permitidas pelo Internet Banking, podemos citar: 11 • Acesso ao site da Web • Uso de Plug in (software proprietário, distribuído pela própria Internet) • E-mail para correspondência • Call Center O Internet Banking pode ser utilizado através de três formas básicas: • Intranet: Os bancos colocam as informações disponibilizadas por uma rede interna virtual (VPN) para pessoas e empresas que pertencem a um groupware. • Extranet: As informações são distribuídas a um grupo fechado de usuários, através de serviços seguros de disponibilização, podendo considerar o uso de plug ins. • Internet: Este é o mais irrestrito de todos, pois, como é um serviço baseado em disponibilização Web, todos os clientes e os não-clientes podem ter acesso a ele. 2.1.2 Aspectos Importantes nas Estratégias RAVINDRAM et al. apud ALBERTIN (1998a) definem que “o ciberespaço é onde as pessoas podem se comunicar interativamente, onde as pessoas podem pedir produtos e serviços e onde empresas podem realizar transações de negócios com fornecedores, instituições financeiras, entre as muitas possibilidades”. Sob este foco, uma possível armadilha é a visão que o Internet Banking é simplesmente um outro serviço de Home Banking. Fazendo isto, os 12 bancos perdem a chance de fortalecer o relacionamento com os clientes por não explorar e obter vantagens da capacidade interativa da Internet. O ciberespaço é um novo canal alternativo de distribuição, o qual requer um novo pensamento e conseqüentemente novos esforços de marketing. Dentro desse conceito, a Internet permite às pequenas, porém flexíveis instituições se destacarem perante os grandes bancos, através da criatividade. Este canal permite o oferecimento de mais serviços aos clientes. Portanto, os bancos podem se tornar, cada vez mais, provedores de valor agregado. Esses bancos podem oferecer, além dos seus tradicionais produtos financeiros, outros como venda de ações e de seguros provenientes de terceiros, ou agregar ao comércio virtual a sua participação, com soluções que facilitem as transações. O maior risco no estabelecimento de banco eletrônico é não entender as opções existentes e as suas implicações. O setor bancário, que é proprietário do sistema de pagamento, tem perdido o controle desse sistema, para as administradoras de cartão de crédito, principalmente nos Estados Unidos e Europa. Talvez, um dos aspectos estratégicos mais importantes seja a velocidade na implantação de serviços on line aos clientes, buscando facilitar suas conveniências, permitindo que o banco se torne líder de mercado a partir da criação de uma imagem de modernidade com foco nas necessidades do cliente, o que fortalece a lealdade da sua base de clientes. Os bancos normalmente estão no centro da economia, tanto nacional como mundial e, indiretamente, determinam o desenvolvimento de outros setores. A tecnologia de informação tem sido desenvolvida principalmente a partir do uso de ferramentas bancárias, no sentido de diminuir 13 custos, aumentar negócios e ganhar vantagens competitivas, através de novos serviços ou melhorando os já existentes. Portanto, para entender as estratégias emergentes de uso comercial da Internet é importante entender melhor as estratégias utilizadas pelo setor bancário. É possível imaginar que os bancos estão aderindo à Internet, guiados principalmente por dois motivos: o medo e a ganância. Medo, porque nenhum banco quer ser deixado em uma situação inferior àquela em que a concorrência está e ganância, porque poderá realocar uma grande parte de recursos financeiros em processos que agregam valor, pelo compartilhamento dos canais de comunicação. Logicamente, esta explicação é bastante simplista para avaliar as decisões dos dirigentes das bancos, quando decidem adotar a Internet como meio de comunicação e de realização de transações, a partir da criação de uma agência virtual. Com certeza, o uso pleno deste meio poderia mudar o direcionamento dos negócios de uma forma radical, permitindo benefícios não somente ao banco como ao público consumidor, democratizando o acesso ao setor financeiro, pois seria disponibilizado para o público em geral e empresas, não somente nas grandes cidades brasileiras, como também naquelas do interior e, até no exterior. Uma das analogias mais interessante foi feita por OGILVY III (1996) que comparou o surgimento do Internet Banking à audácia dos pioneiros do velho oeste americano, pois os dirigentes dos bancos tentam atravessar essa nova fronteira com falta de conhecimento dessa nova realidade, onde os passos são pouco conhecidos. A diferença é que essa fronteira não é um local físico, como era a referida região oeste dos Estados Unidos do século passado, mas é conhecida como ciberespaço. 14 Seguindo essa analogia americana, no ciberespaço, como no velho oeste, os riscos podem ser reais ou podem ser riscos percebidos. Por exemplo, segurança é percebida como o maior risco associado ao banco na Internet, apesar de tecnologias de segurança terem sido desenvolvidas e melhoradas, dia-a-dia, como as opções SSL1 e SET2. Os maiores riscos dos bancos na Internet ainda não percebidos em profundidade nem pelos dirigentes dos bancos, nem pelos dirigentes da maioria das empresas dos outros setores, são: a estratégia e a competição. Os dirigentes dos bancos subestimaram durante um bom tempo os grandes efeitos e o potencial a longo prazo da Internet, dando vantagens a seus concorrentes que facilmente começaram a liderar o mercado e, portanto, obtiveram ganhos substanciais neste novo meio de comunicação. Os executivos, no início da era Internet, não pensavam em esquemas de pagamento ou de outros serviços bancários eletrônicos, fora daqueles dos bancos tradicionais. Algumas soluções de bancos pequenos ou de operadoras de cartão de crédito começaram a se valer da força da Internet – principalmente nos Estados Unidos, permitindo o uso do dinheiro eletrônico e de smartcards3, ameaçando o tradicional e exclusivo envolvimento dos bancos no sistema de pagamentos. Muitas empresas começaram a oferecer serviços simples de pagamentos, através de débitos em conta ou utilização de transferência eletrônica de fundos, concorrendo diretamente com os serviços bancários. A partir dessa perspectiva, a segurança passou a uma hierarquia de risco menor 1 SSL – Secure Sockets Layer – Protocolo de segurança líder na Internet. No início de cada sessão SSL, o software de navegação (browser) envia a senha pública para o servidor, que entào pode enviar uma senha secreta para o browser. Este e o servidor trocam dados via senhas criptografadas durante a sessão. 2 SET – Secure Electronic Transaction – Protocolo de segurança desenvolvido pelas principais administradoras de cartões de crédito que permite a utilização deste meio e pagamento através da Internet com chave de segurança de 64 bits 3 Smartcards – cartões com chip EPROM que possibilita carregar dados e ser consultado em qualquer máquina. 15 dentro do ciberespaço e, portanto, tornou-se primordial recuperar o tempo perdido. Um dos maiores riscos da linha da nova fronteira da Internet é não estar preparado para aceitar por inteiro a Web como um novo canal de distribuição das informações e de interatividade com o cliente. Muitos bancos têm esperado para ver o que acontece com a concorrência e têm preferido colocar na Internet somente informações promocionais dos seus produtos e serviços sem mostrar inicialmente uma capacidade de interação. 2.1.3 Perfil do Público É importante lembrar que a grande maioria dos consumidores que usam a Internet são bem educados e têm cultura tecnológica bastante alta. Este conhecimento facilita ao cliente do Internet Banking acessar a qualquer momento o Web site do banco com o qual mantém um relacionamento para ver as ofertas dos produtos e dos serviços financeiros. Em compensação, essa intimidade com a tecnologia pode ser usada para buscar um concorrente, caso seu banco não mais lhe agrade ou o serviço não lhe seja adequado. O trabalho do usuário será o de digitar o nome de outro banco. Hoje em dia, isso pode até estar pré-gravado na lista de favoritos do browser usado, facilitando, portanto, a entrada em outro banco, buscando exatamente o que ele necessita ou, ainda, utilizando as ferramentas de busca existentes na rede. Em artigo publicado em 1997 pela GAZETA MERCANTIL4 já se identificavam algumas características básicas do internauta5 no Brasil: os homens eram 94%; na região sudeste do País 61%; morando em capitais 83%; com 30 anos ou mais 63%; casados 56%; com curso superior completo 75%; e 65% acessavam em casa e 23% no trabalho. 4 5 Internet nas Empresas. Relatório da Gazeta Mercantil,1997. Internauta: Identifica as pessoas que utilizam a World Wide Web intensivamente. 16 Os bancos que perceberam a necessidade de atender esse segmento conseguiram, mais rapidamente, conquistá-lo e lucrar com os clientes de bom nível de educação, alta renda e, normalmente, bem sucedidos profissionalmente, aptos a ter um excelente relacionamento com o banco. Esses novos clientes custam menos porque eles não utilizam a infra-estrutura física já existente. Portanto, o seu atendimento não é dispendioso para um banco eletrônico. 2.1.4 Custos para o Banco Os bancos investem em Internet não apenas porque acham moderno ou porque estejam procurando ganhos de imagem. Provavelmente investem em Internet porque deve ser um bom negócio. Por isso, o Internet Banking, além de ser o nome genérico usado para descrever serviços disponíveis na Internet para realizar transações bancárias, é um dos reponsáveis na redução de custos operacionais. O banco que utiliza o sistema de Internet Banking não tem despesa com pessoal, instalação, nem manutenção de terminais. Cada usuário é responsável pelo seu próprio microcomputador, através do qual fará acesso ao serviço. Em geral, o setor de atendimento do banco não fica sobrecarregado com dúvidas banais sobre conexão – usuários logando e reclamando que seu modem não funciona, problema comum entre usuários do sistema de Home Banking tradicional. Muitas dessas duvidas são resolvidas pelo provedor de serviços da Internet, chegando até ao banco somente problemas específicos dos serviços por ele oferecidos. Dentro da planilha de custos, basta se preocupar em fornecer ao correntista o endereço na Web do banco pois não há necessidade de distribuir disquetes ou CD-roms com programas pois, mesmo os que utilizam plug-ins para fazer o acesso, deixam a 17 cargo do cliente fazer o download6 do programa pela Web. Um estudo feito pela empresa ABA, publicado na GAZETA MERCANTIL7, revela que nos EUA uma transação de pagamento sem envolver dinheiro custa US$ 1,08 na agência, US$ 0,54 pelo telefone, US$ 0,26 pelo Home-Banking tradicional e US$ 0,13 pelo Internet Banking. O custo decrescente explica-se pelo menor gasto feito pelos bancos com os canais de transmissão de dados, sendo a Internet o meio mais barato (Figura 1). Figura 1: Custos Bancários $1,20 $1,00 US$ $0,80 $0,60 $0,40 $0,20 $0,00 Agência Telefone Home Banking Internet Fonte: Gazeta Mercantil8 O caminho inicial dos bancos foi investir em terminais de autoatendimento. Operações como saque, depósito, extratos entre outras formas já descritas por FALCÃO (1993) proporcionam um custo menor às instituições do que as realizadas no caixa da agência. 66 Download – Expressão que indica o processo de retirar um arquivo fechado da Web para ser gravado no microcomputador da pessoa que fez o acesso. 7 Internet nas Empresas. Relatório da Gazeta Mercantil, 1997. 8 Id. 18 Com um modem, o usuário conecta-se aos computadores de grande porte dos bancos, as mesmas máquinas que agências e terminais de auto-atendimento acessam, para trocar as informações sobre contas bancárias. Com o fim da “ciranda financeira”, foi preciso encontrar soluções que reduzissem os custos e aumentassem a eficiência nas transações bancárias. A Internet entrou nesse cenário como uma grande aliada que os bancos conquistaram na batalha para oferecer taxas mais competitivas. De acordo com um estudo realizado por uma grande banco estatal do Brasil, publicado na GAZETA MERCANTIL9, uma transação realizada pela Internet ou via Home Banking representa um custo de 20% do valor gasto em uma transação realizada no caixa do banco. No caso de outro banco, recentemente incorporado por um grupo europeu, o custo de uma transação pela Internet é de 10% do custo de uma transação realizada na agência. Para efeito de comparação, uma operação feita em um terminal de auto-atendimento custa 60% do preço de uma transação feita no caixa tradicional. O Internet Banking traz também economia em outras áreas. Para entregar na casa do cliente o software de seu sistema de banco via micro, um grande banco brasileiro gastava em média US$ 3,00 com disquetes, correios e toda a burocracia associada ao processo. Hoje, coloca-se o programa para download na Internet. Com tantos atrativos, os bancos que investem de forma mais agressiva na Web o fazem com o intuito de substituir a operação nos caixas tradicionais, e como alternativa mais econômica que os ATMs, os processos tradicionais de Call Centers e os softwares distribuídos de Home Banking . 9 Tecnologia da Informação – Gazeta Mercantil – 20/10/1998 19 Outros custos estabelecidos são aqueles referentes à abertura de agências físicas. Um estudo feito pela Booz Allen & Hamilton (FINANCIAL TECHNOLOGY INTERNATIONAL BULLETIN,1996) diz que a abertura de uma agência virtual custa aproximadamente US$ 1 milhão, e o custo de abertura de uma agência física é de aproximadamente US$ 1,5 a US$ 2,0 milhões, sem contar o custo operacional de US$ 350 a US$ 500 mil ao ano. Portanto, podese ver claramente que o Internet Banking representa uma diminuição na conta de investimentos. 2.1.5 Crescimento Outra pesquisa publicada pelo FINANCIAL TECHNOLOGY INTERNATIONAL BULLETIN (1996) realizada pela Booz Allen & Hamilton, já mostrava que 154 bancos da Europa utilizavam a World Wide Web. Nos Estados Unidos, na mesma época, o número de bancos a utilizá-la era de aproximadamente 200. Nessa pesquisa, foi constatado que, em 1996, 80% dos bancos já respondiam que planejavam melhorar as suas atividades e as funções fornecidas através da Internet. Assim, obtinham, maior capacidade e tornavam o atendimento mais semelhante àquele tradicional dos bancos, isso para os próximos três anos. Numa pesquisa realizada pela Datapro Information Services Group of Delran-NJ, publicada na revista BANK MARKETING (1997), verificouse que somente 7% dos bancos ofereceram, durante o primeiro bimestre de 96, serviços pela Internet. Essa pesquisa foi refeita no final desse mesmo ano e verificou-se que, durante o primeiro trimestre, 36% dos bancos já prestavam serviços pela Internet. Foi uma resposta à pressão competitiva, à demanda dos consumidores e à necessidade de cortar custos operacionais. Os bancos começaram a correr para oferecer serviços bancários baseados na Internet, em oposição a antigos paradigmas. 20 As instituições bancárias poderão responder mais rapidamente às novas tecnologias emergentes, se elas se tornarem competitivas. Somente assim manterão os seus clientes. Estava previsto na pesquisa citada da Booz Allen & Hamilton que, no final de 97, 59% dos bancos teriam implementado serviços de Internet Banking enquanto 61% deles já teriam iniciado atividade de marketing na Internet. É possível ver que, desde aquela época, não havia dúvida de que a Internet se tornaria um dos principais meios para o atendimento de clientes, em um período de tempo muito curto. Esta previsão pode ser comprovada hoje em dia, pois quase todos os bancos têm presença na rede, mesmo modesta em alguns casos. 2.1.6 Outras Funções do Internet Banking Dentro do contexto de marketing, o Home Banking através da Internet acaba sendo também um palco de competição de fornecedores de softwares de finanças pessoais. Estas empresas fazem acordos de parceria com os bancos, aos quais oferecem seus programas para distribuir aos correntistas – de forma facilitada - para disputar a preferência dos clientes. Sob o ponto de vista dos clientes, existe a vantagem de poder planejar sua vida financeira, alimentando o software de gerenciamento das finanças pessoais com dados vindos diretamente dos computadores dos bancos através da Internet. Por outro lado, várias empresas já vêem a Internet como importante meio da consolidação da marca e, logicamente, de realização de negócios. Os dirigentes destas empresas sabem que, antes de mais nada, é preciso conseguir atrair o internauta para a sua home page. Caso seja considerado o número total destas, a página da empresa não passa de uma 21 gota no oceano formado pela Internet. Cada vez mais se chega à conclusão de que sites precisam oferecer muito mais do que informações institucionais. E o segredo sem dúvida está na prestação de serviços. Os bancos têm enfrentado esta questão e mostram um bom exemplo de empresas que estão sabendo como explorar as vantagens oferecidas pela Web. Além de informações on line, sobre os mais variados assuntos, que vão de economia e política a entretenimento, eles com o sistema de Internet Banking oferecem facilidades aos clientes, que passam a ter agências virtuais e fazem pela rede praticamente tudo o que fariam indo a uma agência, com a vantagem de não sair de casa nem enfrentar fila. São permitidas ao cliente transferências, consulta de saldos e extratos, solicitação de talão de cheques, pagamento de todo tipo de contas, funções comuns existentes nos sites. Ainda não se pode sacar dinheiro vivo, mas isto se corrigirá quando os smartcards estiverem popularizados, já que poderão ser carregados através de um simples drive do microcomputador. Com tudo isso, os bancos também saem ganhando, já que a informática exige menos mão-deobra e agiliza os processos administrativos. 2.2 Internet Banking no Brasil O Brasil sempre foi um dos cenários mais avançados na revolução das finanças em todo o mundo. O nosso País é um dos pioneiros nas tecnologias e serviços de automação bancária, comparável e, às vezes superior, aos dos países desenvolvidos. Essa primazia vai desde o cartão magnético que facilita a vida do aposentado, ao comércio eletrônico milionário entre empresas. Foi proporcionado pelo setor financeiro que necessitou criar agilidade para adaptar seu sistema de informação a todo momento, em virtude do cenário econômico instável provocado pela inflação. No final de 1997, o Home Banking, e seu irmão mais novo, o Internet Banking, conectavam 2,1 milhões de clientes pessoais e 338.000 22 empresas usando microcomputadores, quase 6% das 42 milhões de contas correntes no Brasil, segundo dados publicados pela GAZETA MERCANTIL (1998)10, captados na Febraban . Alguns desses dados podem ser vistos na Figura 2: Figura 2: Comparação dos meios para transações 1996 em % B anc os G rand es B anc os M é dio s B anc os P equen os 60 50 40 30 20 10 0 ATM A gên cia H om e B anking O ffice B a nking C all C enter O utros 1999 em% Bancos Grandes Bancos Médios Bancos Pequenos 30 25 20 15 10 5 0 ATM Agência Home Banking Office Banking Call Center Outros Fonte: Gazeta Mercantil(1998)11 10 Tecnologia da Informação. Gazeta Mercantil – 20/10/1998 23 Hoje os bancos oferecem o Internet Banking não só para comodidade dos clientes mas, também como ferramenta de marketing vinculada à tecnologia. Como conseqüência, o banco brasileiro que ainda não oferece este tipo de serviço certamente está analisando esta nova diretriz e desenvolvendo-a. 2.2.1 Perfil Tecnológico dos Bancos no Brasil Os bancos têm sido uma das molas propulsoras do desenvolvimento da tecnologia de informática e de telecomunicações no Brasil. Permanentemente em mudança, processando bilhões de transações mensais para atender seus clientes, os bancos brasileiros e estrangeiros atuantes no Brasil têm competido por muitos anos por uma clientela que se manteve em crescimento apenas vegetativo, necessitando reagir quase instantaneamente aos sucessivos planos econômicos desde o início dos anos 80, até a implantação do plano Real, em 1994. Há uma permanente demanda de tecnologia de informática e de telecomunicações. Como descrito por FALCÃO (1993), os bancos foram beneficiados pelo regime econômico nacional então vigente, no qual esbanjavam ostensivamente suas condições de compradores. Podiam dispor de grandes equipes de sistemas, de equipamentos de grande porte, de projetos ambiciosos e de grandes orçamentos. Não necessitavam terceirizar nem compravam sistemas, simplesmente os desenvolviam. Não contratavam consultores e tampouco olhavam o que outros países estavam fazendo, pois criavam seu próprio know how: o Brasil era diferente. Não compartilhavam – hoje em dia pouco compartilham, queriam soluções e estratégias próprias e exclusivas, não cobravam tarifas nem corriam riscos de créditos. Não havia fusões nem aquisições, muito menos novos concorrentes estrangeiros. 11 Id 24 O desenvolvimento da tecnologia bancária no Brasil permitiu aos bancos que operavam no País, em especial os grandes bancos de varejo, a criação de soluções tecnológicas, mesmo dentro de um cenário econômico no qual a importação de tecnologia era dificultada. Este conhecimento adquirido no atendimento das necessidades dos clientes, em conjugação com a otimização da operação bancária, favoreceu o desenvolvimento de soluções para o novo cenário que atualmente se apresenta de utilização da Internet, como meio de comunicação entre cliente e banco. 2.2.2 Processo das Transações O volume de transações bancárias que ocorria fora das agências em 1997 ainda era pequeno no cômputo geral do mercado bancário. Segundo DIB & BELOTTO (1997), somente 14% das transações ocorriam no chamado Banco Remoto, que inclui o Home Banking, o auto-atendimento fora das agências, os call centers, etc. Esses números indicam que os bancos ainda dependem de suas agências para prestar serviços aos seus clientes. Esse fato pode ter diversas explicações (DIB & BELOTTO, 1997): • A maioria dos bancos de varejo ainda não oferecem suficientes recursos para reduzir a ida dos clientes às agências. • A maioria da clientela bancária não dispõe dos recursos necessários (telefone, microcomputador etc.) para utilizar os serviços oferecidos fora das agências. • Os clientes ainda resistem à tecnologia oferecida, exceto para transações mais simples como saque em dinheiro. DIB & BELOTTO (1997) apresentaram também um estudo, realizado pelo Georgia Institute of Technology, dos Estados Unidos que comprova esta última explicação. Foi detectado, numa pesquisa feita com 9.000 clientes de bancos, que quem usa o ATM erra 80% das vezes nas 25 primeiras tentativas. Muitos desistem de usá-lo. A maioria daqueles que aprendem a usá-lo, não conseguem utilizar todos os recursos oferecidos pelo ATM, por ser o seu funcionamento muito complexo para a media das pessoas. Apesar disto, o cenário atual, visto comumente nas agências dos bancos de varejo no Brasil, com filas intermináveis, clientes estressados e atendentes mal-humorados, poderá ser, dentro de poucos anos, apenas uma vaga lembrança. A crescente informatização em todas as áreas, aliada às imensas facilidades existentes para a compra de computadores pessoais, e a uma adesão cada vez maior das pessoas à tecnologia, permite notar uma tendência irreversível: os bancos em casa ou no escritório, cada vez mais, vão ocupar o seu espaço no mercado de atendimento pessoal. 2.2.3 Caminhos da Automação Bancária no Brasil O processo de automação bancária começou na década de 60, somente no sistema administrativo das agências. Na década de 70, a automação chegou aos caixas e começou a atingir o público. Entretanto, no inicio dos anos 80, esse processo deu um grande salto, quando surgiram as listas informatizadas das transações realizadas, nas contas correntes e dos saldos, até então consultados manualmente, cada vez que o cliente efetuava uma operação. Outro marco dentro da história da automação bancária foi a instalação de redes entre as agências, permitindo que saques e depósitos se realizassem nos caixas em transações on line. Contudo, as novidades não pararam de acontecer, surgindo em pouco tempo os caixas eletrônicos. Em 1986, com o Plano Cruzado, os bancos começaram a se movimentar na direção da busca pela eficiência, cortando custos e olhando 26 mais atentamente para questão da produtividade. Concomitantemente aos profundos cortes de funcionários e do número de agências, os caixas eletrônicos passaram a fazer mais operações do que estavam previstas inicialmente. O processo de automação foi incorporado à necessidade de sobrevivência do sistema que exigiu custos de informação cada vez menores e velocidade de transmissão de dados, cada vez maiores. A idéia de deixar o cliente totalmente longe da agência surgiu com o First Direct Bank, ligado ao inglês Midland Bank, conquistando em 5 anos 500.000 clientes. No Brasil, as operações usuais de um banco virtual foram iniciadas em 1994. Atualmente existem quatro bancos totalmente virtuais, que além das operações padrão dos bancos, oferecem serviços de courrier: um mensageiro leva e tráz todos os tipos de documentos, contas e dinheiro. Na disputa pela preferência dos clientes, os bancos brasileiros estão fazendo de tudo para agradar a eles. Entrega a domicílio de talões de cheques, de cartões de credito e de apólices de seguros, são alguns dos serviços oferecidos, poupando ao correntista a perda de tempo no trânsito ou a longa espera nas filas, em frente aos caixas. O oferecimento de operações eletrônicas em terminais Home Banking e por telefone também faz parte desse esforço. A criação do banco totalmente virtual vai ao encontro dessa política. A idéia básica dos bancos virtuais é manter o cliente longe da agência. Sua comodidade parece vir em primeiro lugar, mas o número menor de pessoas freqüentando as agências significa custos administrativos mais baixos devido a um número menor de funcionários. De qualquer forma, os bancos brasileiros tiveram que adaptar essa teoria à realidade da cultura comercial brasileira, pois as pessoas no 27 Brasil ainda gostam de ter em mãos o comprovante de pagamento e conversar diretamente com o gerente. Essa flexibilidade oferecida pelos bancos brasileiros, apesar de parecer contraditória, faz sentido. As pessoas, mesmo tendo preferência pelo atendimento de um banco tradicional, onde se pode manter o hábito de ir às agências e conversar com os funcionários, poderão aos poucos aceitar os processos dos bancos virtuais, quando perceberem que esses novos serviços e oferecem-lhes maior comodidade. 2.2.4 O Uso Propriamente Dito da Internet A rede mundial de computadores entrou no mercado bancário com força total. Esse serviço se tornou um fator de competitividade entre os bancos. Em um mercado de concorrência crescente, atender adequadamente o publico se torna um diferencial importante. Em razão disso, os bancos de varejo, continuam caminhando em direção à transformação de agências em centros de negócios, afastando operações simples, como consulta de saldos e transferências. Outra razão para o uso da Internet é o aumento da capilaridade, ou seja, o acesso de diferentes lugares. Através da rede mundial, o raio de abrangência dos bancos aumenta, já que existem provedores de acesso em quase todos os pontos do mundo. Para o cliente, a principal vantagem é a comodidade. É possível acessar a rede de qualquer parte do mundo, ganhando independência de seu próprio equipamento. Entretanto, a atenção dos clientes está voltada principalmente para o tempo e facilidade de acesso. Quem já usa o serviço de Home Banking tradicional, poderá estranhar a mudança. Afinal, o tempo para completar as operações feitas pela Internet costuma ser bem maior do que aquele necessário para as transações via acesso direto. Porém, os usuários tendem a ser beneficiados com tarifas mais baixas e o uso de um aplicativo comum para acesso aos diferentes bancos. 28 Outra vantagem do meio é a sua versatilidade, já que é compatível com qualquer plataforma de hardware e se adapta a qualquer tipo de instituição. A opção pela Internet atende aos objetivos de aproximação dos clientes e agilização na distribuição de novos produtos. Para os bancos, trocar o Home Banking direto pela Internet, não proporciona grandes economias, pois, ainda que os custos de telecomunicações diminuam, os custos com segurança aumentam. Este tem sido a principal preocupação das instituições que, a partir de tecnologias de criptografia, garantem a segurança de dados e outras operações. Figura 3: Tendências e Inovações de maior impacto no setor bancário Internet Banco Virtual Smartcard Fonte: Ernst & Young/Febraban Fonte: Ernst & Young/Febraban12 É claro que o Internet Banking não é uma balança que pende somente para um dos lados. O sistema bancário economiza, mas os clientes também podem sentir a diferença no preço do serviço, na forma de taxas reduzidas cobradas pelo banco. Um dos grandes bancos brasileiros, por 12 Tecnologia da Informação. Gazeta Mercantil – 20/10/1998 29 exemplo, cobra R$ 12,00 para fazer um DOC na agência, R$ 3,50 para fazer a mesma transação via Home Banking e reduz essa taxa para zero quando feita via Internet. O Internet Banking também é portador de mais comodidades para os clientes, pois estes podem sair daquelas longas filas nas agências e sentarse à frente do computador de madrugada, por exemplo, para pagar contas de água e luz, ou aplicar em fundos de investimento. Apesar de existirem bancos que permitem o acesso através da Internet desde 1996, uma pequena percentagem dos correntistas o adotou, pois além dos motivos citados por DIB & BELLOTO (1997) e expostos anteriormente, existe o receio no que se refere à segurança. Mas, como já foi dito, este receio tem diminuído dia-a-dia. Esse temor vem do fato de a Internet ter mudado o cenário da computação moderna em muito pouco tempo. Os sistemas antes desenvolvidos para ambientes fechados (como é o caso do Home Banking) estão tendo que se adaptar para tirar proveito da nova arquitetura distribuída cujo maior exemplo e o mais conhecido é a grande rede. Esse potencial oferecido pela Internet carrega consigo a necessidade de pôr em prática certas regras de segurança, antes não cogitadas. Quando se fala especificamente em transações envolvendo dinheiro, como no caso dos bancos, esse fator se torna imprescindível. 2.3 Aspectos de Marketing na Internet Como já foi ressaltado, a Internet é um ambiente quase perfeito, tanto para os usuários em geral , como para as empresas, dentro das teorias econômicas. Há algum tempo as atividades comerciais na Internet, eram 30 absolutamente limitadas, mas desde 1995 deixaram de ser apenas uma possibilidade e passaram a ser efetivamente realizadas pelas empresas. Esse ambiente em pouco tempo se tornou tão mercantilista que alguns provedores de acesso à Internet estão oferecendo serviços extras para a área de negócios como cybermalls on line13 , na qual grupos de empresas se concentram e realizam negócios e vendas diretas de forma on line. Outro importante componente de marketing é a presença crescente de pessoas na Internet e o fato que a Web permite a qualquer empresa estar presente as 24 horas do dia na rede. Apesar de não se saber com certeza, um estudo publicado na COMPUTER INDUSTRY ALMANAC INC. (1999) estima que atualmente quase 147 milhões de pessoas estejam conectadas na Internet, quer seja como um usuário freqüente (heavy user), quer seja só para uma visita diária ou semanal . Qualquer lugar em que milhões de pessoas procuram diariamente por informações, diversão e consultas oferece perspectivas muito atraentes para os negócios. Some-se o fato de que este lugar vem dobrando de tamanho a cada ano e a atração torna-se quase irresistível. Mas a Internet não está para se tornar o maior shopping center eletrônico do mundo, mesmo se as barreiras legais ao tráfego comercial, como as normas de uso, forem removidas. Em primeiro lugar, a rede apresenta um sólida cultura de livre expressão, e um preconceito contra qualquer coisa que lembre o discurso usado em vendas. Alguns dos defensores mais ferrenhos da confiança na expansão da Internet por empresas privadas, e não pelo governo federal, são também opositores declarados da inundação da rede com os equivalentes eletrônicos do material publicitário descartável. Segundo FORCHT & WEX (1996), todo esse movimento na 13 Centros Comerciais Virtuais 31 Internet permite às empresas atrair os já clientes, e formar novos clientes, através desse meio. Segundo STERNE (1995) apud FORCHT & WEX (1996) essa visitação provoca nos executivos de marketing três reações sucessivas: de início, não acreditam; depois ficam excitados e finalmente ficam horrorizados. Em função disto, quando decidem criar seu próprio Web site inevitavelmente tentam fazer as páginas mais interessantes possível. Uma segunda razão é ainda mais atraente: os meios tradicionais de marketing e vendas simplesmente não fazem tanto sucesso em um ambiente de rede. A propaganda, um dos principais instrumentos da estratégia de marketing da maioria das empresas, foi projetada para ser transmitida a um grande número de clientes em potencial de uma vez, através de outdoors, anúncios impressos, televisão ou rádio. Boas propagandas valorizam a transmissão de uma mensagem curta e de fácil memorização. O enfoque é reduzido, pois pode-se inserir apenas uma pequena quantidade de informações no tempo ou no espaço disponíveis. Muitas vezes o conteúdo não é nem mesmo informativo, mas uma imagem de uma certa qualidade intangível que a empresa deseja projetar sobre si mesma. A Internet, como mídia, é diferente dos outros meios tradicionais, pois neste caso os clientes ou visitantes buscam a informação. Os outros meios tradicionais, levam a esses a informação, sem ter sido solicitada (FORCHT & WEX, 1996). Tentativas de difusão desse tipo de propaganda na Internet têm grandes chances de encontrar uma reação negativa vinda de todos os lados. A reação mais segura a isso é uma retirada rápida e, talvez, o envio de um pedido de desculpas. As empresas familiarizadas com a cultura da rede já adotaram técnicas com base em informações para atingir clientes através da 32 Internet e adotaram procedimentos diferentes, a fim de evitar que apareçam propagandas indesejadas. Sendo a Internet um meio de comunicação multidirecional, as empresas devem se concentrar em três diferentes aspectos segundo FORCHT & WEX (1996): • Navegação • Interação • Feedback A propaganda, semelhante à difundida ao público em geral, não é adequada à Internet, porque despeja uma mensagem unidirecional sobre um público afeito à interação. As pessoas que atuam em ambiente de rede, estão comprometidas com a comunicação ativa, com a troca de informações, portanto, com a interatividade. Desde os primeiros tempos da Internet, quando se inseriu o correio eletrônico, como um recurso de importância menor, os planejadores tendem a subestimar o número de pessoas que desejam utilizar suas conexões basicamente para interagir com os outros. As empresas interessadas em transformar a conectividade em um meio de comunicação eficiente precisam adotar um modelo adequado a este ambiente interativo. Todos os esforços de marketing devem estar dentro de um plano coeso, como afirma HEINEN (1996), utilizando para o desenvolvimento desse programa as informações de outras atuações extraInternet. Os componentes essenciais de um modelo bem sucedido são um grande volume de informações importantes e um alto grau de interação com o cliente. A Figura 4 compara técnicas diferentes com base nesses dois 33 componentes, segundo CRONIN (1994). As formas tradicionais de propaganda, como era de se esperar, encontram-se num ponto mais baixo, tanto em nível de informações, como de interação com o cliente. Materiais impressos, como folhetos e especificações detalhadas sobre os produtos, podem oferecer muitas informações ao cliente porém poucas oportunidades de interação e feedback . Os comerciais longos e em estilo de documentário conquistaram seu espaço na televisão mas também perdem em relação à característica de interação. Figura 4: Matriz de Informação / Interacão Conteúdo Informativo Alto Baixo Materiais impressos Distribuição eletrônica de informações Formas tradicionais de propaganda Vendas por telefone multimídia interativa Baixo Alto Interação com Clientes As técnicas de marketing como contatos telefônicos com os clientes podem ser altamente interativas, mas concentram-se em geral na transmissão imediata da mensagem da venda e não na transmissão de informações. Uma nova forma híbrida de comerciais multimídia está surgindo nos primeiros protótipos de canais de televisão interativos. Estes oferecem aos clientes um controle maior sobre o conteúdo da mensagem, mas ainda são muito limitados, em termos da quantidade de informações que pode ser transmitida. 34 A distribuição eletrônica de informações mostra-se excelente na transmissão de um alto conteúdo informativo. A quantidade de informações que pode estar disponível aos clientes é praticamente ilimitada. Catálogos inteiros, detalhes específicos sobre o produto, análise de desempenho, exemplo de aplicações, enfim, tudo o que uma empresa deseja compartilhar com os seus clientes pode ser digitado e mantido a um custo relativamente baixo. As vantagens em termos de negócios são consideráveis. Informações que seriam produzidas e distribuídas a um custo proibitivo em papel impresso podem ser postadas em um servidor de arquivo de rede a um custo bastante baixo. Normalmente, o material armazenado dentro de um sistema de informações interno pode ser transferido para um servidor de uso publico, com extrema facilidade. Da mesma forma atualizações são feitas de maneira rápida, permitindo ao seu cliente conhecer antecipadamente informações sobre novos produtos ou alterações nos já existentes. Também os clientes poderão questionar sobre novos produtos e serviços. Essas mensagens são direcionadas para as pessoas mais capacitadas na empresa para responderem essas questões. 2.3.1 O Marketing Individual e o Marketing Coletivo É importante diferenciar um Web site corporativo de um Web site de marketing, segundo WEBSTER JR. (1996). No site corporativo, abundam informações sobre a empresa, produtos e serviços oferecidos. O site de marketing tenta de forma agressiva atrair o consumidor para dentro do seu site, para provocar uma venda ou alguma situação próxima desta, mediante a interatividade e personalização do atendimento. Segundo CRONIN (1994), a comunicação interativa na Internet deve servir de base para expansão da abordagem organizacional comum a 35 respeito de marketing. Uma das etapas do processo consiste em ampliar a responsabilidade de manter os clientes bem informados. Um dos grandes pontos fortes do “intermarketing” é colocar as pessoas em contato direto com os clientes. Utilizando a Internet como um meio, departamentos que normalmente não se envolvem com a atividade de marketing, podem familiarizar-se com os interesses e com as necessidades dos clientes. Familiarizar-se com a rede, não só ajuda a gerar postagens informativas de melhor qualidade, como também deixa toda a organização mais próxima das perspectivas do cliente. A garantia de fluxo constante de informações de qualidade representa apenas uma parte do intermarketing. Outra parte importante é o estabelecimento da identidade do público-alvo. Pensar a comunicação com milhões de usuários da Internet como um grupo homogêneo, além de ser inviável, não faz o menor sentido, pois há poucas coisas em comum que a maioria dos milhares de usuários podem compartilhar. A fim de aproximar-se mais de um grupo de clientes, vale a pena empregar algum tempo para familiarizar-se com as diferentes sub-culturas da rede. ELLSWORTH & ELLSWORTH (1997) destacam as primeiras atividades de marketing e vendas na World Wide Web, que as empresas podem ter: • catálogos virtuais em cores com páginas diagramadas, contendo textos e ilustrações facilmente atualizadas, cujas modificações podem ser vistas imediatamente; • formulários de pedidos apresentados na tela ; • suporte on line ao cliente com informações baseadas em imagens gráficas, som e texto, encontrados com facilidade; • distribuição de informações sobre produtos e anúncios comerciais em larga escala; 36 • feedback dos consumidores, requisições e questionários de pesquisa de satisfação, com dados armazenados em arquivos, acessíveis a qualquer momento. 2.3.2 Utilização nos Negócios As principais funções de comercialização, segundo ELLSWORTH & ELLSWORTH (1997) usando a World Wide Web são: Comunicação interna e externa: Boletins informativos são freqüentemente criados com recursos de multimídia do HTTP e, em seguida, distribuídos interna ou externamente. Internamente, eles se tornam ferramentas de comunicação entre os funcionários e externamente, podem ser aplicados a ações de marketing e suporte a outras formas de comunicação empresarial. Gerenciamento de informações: O provimento de informações é a especialidade da Internet, e os navegadores podem tornar a busca de informações muito mais fácil. As páginas da Web representam a maneira mais versátil de oferecer informações por meio de ilustrações, sons e vínculos com outros documentos e recursos de fácil localização. Apresentação de uma boa imagem perante o público: A Web nivela o campo de atuação das empresas sem diferenciar sua infra-estrutura física real. As pequenas empresas estão ao lado das grandes em nível global; portanto, depende exclusivamente da capacidade do seu site cativar o público e facilitar a interação. Serviço ao cliente e assistência técnica: Um serviço ao cliente e assistência técnica são normalmente oferecidos via Web. O feedback do cliente pode ser obtido através do uso de formulários on line. 37 Contenção de despesas: Em muitos casos, a elaboração e a manutenção da presença na Web exige um investimento baixo, se comparado com mídias de massa, devido ao contato direto com o cliente (sempre é importante lembrar que a Web não é um meio de comunicação de massa, e sim uma atividade de contato direto). Dependendo do volume, o custo por visita pode corresponder a um valor muito menor do que o custo da confecção de uma mala direta de tamanho equivalente. Somando-se a isso, uma página da Web pode ser modificada rapidamente e na freqüência desejada, diferentemente de folhetos, catálogos e outras mídias tradicionais em papel, cuja atualização é muito mais dispendiosa. Marketing, vendas e promoção: Como acontece com as demais atividades na Internet, o marketing e as vendas baseadas na Web não podem de maneira alguma adquirir caráter de publicidade invasiva ou de correspondência eletrônica não solicitada. As ações de marketing e as vendas na Web são de natureza reativa, o que a torna diferente de qualquer outra mídia. As páginas devem atrair os clientes pela utilidade dos serviços e informações que oferece. Prender a atenção de alguém na Internet pode ser um aspecto sutil que demanda tempo e esforço. Até 1993 a Internet era uma mídia predominantemente baseada em texto. A ascensão da multimídia refletiu-se no aumento do interesse e das atividades comerciais na Internet. Isso levou a Web a se tornar a mais popular ferramenta da Internet para marketing, publicidade e vendas, permitindo às empresas se comunicarem diretamente com os clientes. Pelo fato de o marketing na Internet ser interativo, as empresas podem esperar uma resposta por parte do mercado. As características existentes são próprias e importantes, descritas a seguir (FORCHT & WEX , 1997): 38 • Na Internet, agregação mercadológica é um tanto diferente da que é observada no marketing off line. A Internet, especialmente a Web, não é considerada um mercado de massa. Muito pelo contrário, ela requer a promoção direta e individual. • Rastreamento ambiental na Web e na Internet em geral pressupõe um exame mais restrito, enfatizando um rastreamento competitivo, tecnológico e cultural. 2.4 O Relacionamento Banco - Cliente Os bancos estão passando por uma situação de desenvolvimento para o seu mercado, da mesma maneira que durante anos a indústria teve que se adaptar à situação de concorrência, com mercados sendo divididos, margens de lucro cortadas e com concorrentes mais ágeis. A situação atual tem desafiado a noção básica de serviços bancários ou mais especificamente o que deve ser um banco, principalmente considerando que a Internet e os Home Bankings baseados em microcomputadores têm diminuído a distância entre bancos e clientes. Enquanto estas alternativas bancárias de acesso eletrônico, de custo mais baixo, facilitam às instituições manter relações com seus clientes, criam novos dilemas no cultivo e na manutenção do relacionamento com estes mesmos clientes. Mas poucas indústrias encaram tantas oportunidades ou desafios como a indústria bancária. Se a chave para o futuro dos bancos vem da disponibilidade de formas de acesso, então eles devem estabelecer e ganhar um controle total do relacionamento com os clientes eletrônicos. Para isso, hoje em dia, é importante cada vez mais conhecer o cliente . SRAEEL (1996) diz que o advento do Internet Banking tem feito com que os bancos cresçam, ganhando mercado a partir da combinação de 39 tecnologia e exploração de dados dos clientes. O que os bancos têm e o que os seus competidores não conseguem obter é o grau de informação dos seus clientes, nunca antes extraído ou manipulado, que poderá ser utilizado no desenvolvimento de produtos e serviços que vão ao encontro das grandes mudanças de necessidades dos seus clientes. A popularidade do Home Banking via PCs cresce continuamente, como tecnologia padrão. Portanto, os clientes procurarão entre os bancos de seu relacionamento, instituições financeiras que possuam sofisticação tecnológica e que vão ao encontro de um futuro financeiro seguro, a partir de uma estrutura eletrônica adequada. FALCÃO (1993) descreve detalhadamente os meios com pelos quais os clientes têm se relacionado com os bancos, desde a efetivação da automação bancária no País. Estes são: ATM (Automatic Teller Machine), OLTT (On line Teller Terminals), POS (Point of Sale Terminals), BTP (Telephone Bill Payments), Home Banking, Cartão de Débito, Cartão de Depósito e Smartcard. Além destas facilidades, o computador passou a ser visto como mais um utensílio doméstico dentro dos lares e a comunidade bancária voltouse também para esse novo meio de comunicação entre banco e cliente, proporcionado pela parceria entre computador e rede telefônica, trazendo facilidades como o vídeo texto e o Home Banking. É claro para os bancos que, com o uso cada vez mais intenso da Internet, não se force todos os clientes a utilizar o mesmo canal para a comunicação com seus bancos. A idéia é oferecer mais opções, seja por caixas eletrônicos, por telefone, ou por Internet, para trazer mais comodidade ao cliente e, logicamente, a preços competitivos para o banco. Hoje em dia, os bancos de varejo querem ter um relacionamento 40 mais intimo com seus clientes. Da mesma forma, os clientes já não são fieis aos bancos, como antigamente. Por isso mesmo, pode-se imaginar a vantagem mercadológica de um banco que, na época da declaração de imposto de renda, por exemplo, venha a oferecer aos seus clientes um demonstrativo único abrangendo desde a movimentação em contas correntes até os investimentos em fundos mútuos. Para corroborar isso, GREGOR, BOYLE & LAVAYSIÈRRE (1998) apresentam uma pesquisa, na qual é mostrada que 42% dos bancos europeus acreditam que seu maior desafio até 2005 será melhorar o relacionamento com clientes. Segundo esses bancos, tal tarefa é mais vital que a necessidade de reduzir custos (40 %) ou de melhorar a qualidade de serviços (37 %) . O fato de o setor financeiro estar em transição dificulta a busca de uma relação mais próxima com os clientes. Bancos estão sendo ameaçados pelas forças do mercado, pelo surgimento de novas tecnologias e por problemas organizacionais. Além disso, sofrem pressões para reduzir custos, vêem o “canibalismo” de produtos aumentar e se preocupam com a chegada de concorrentes fora do segmento bancário. Como se não bastasse, os clientes estão exigindo mais comodidades, flexibilidade e benefícios como os vistos na Figura 5. Entre as diversas tendências sobre o que deve ser feito para fortalecer o relacionamento com os clientes citamos ainda GREGOR , BOYLE & LAVAYSSIÈRRE (1998): • Nível mínimo - o banco deve fazer vendas cruzadas dos produtos básicos e oferecer um negócio mais vantajoso em termos de preço e serviço para os clientes. • Nível médio - o banco deve apreender e satisfazer a maioria das necessidades financeiras dos clientes, dando ênfase aos laços mais lucrativos. 41 • Nível máximo - o cliente acha que possui uma espécie de banqueiro particular e vê a instituição como um conselheiro sábio e respeitável. Figura 5: Flexibilidade e Benefícios (GREGOR, BOYLE & LAVAYSIÈRRE, 1998) As Pressões Pressão por Receita Novos concorrentes Pressão sobre Custos Baixas Taxas de Juros Instituições Financeiras “não- Agência/Instalações Canibalismo de Produtos bancárias” Processos Ineficientes Desregulamentação Excesso de Custos Operacionais Necessidades de Transformação Questões Organizacionais Exigências da clientela Novas Tecnologias Feudos Funcionais Comodidade Acesso dos clientes Funcionários Pouco Capacitados Flexibilidade Processamento das Transações Sistemas Falhos de Medição Benefícios Financeiros Gerenciamento das Informações A questão é que, para serem eficazes, todas as estratégias de relacionamento devem ser definidas sob o ponto de vista do consumidor. Só se formam laços quando os bancos proporcionam benefícios para segmentos específicos da base de clientes. É justamente aí que os bancos dispõem de dois grandes trunfos: confiabilidade e capacidade de distribuição . Culturalmente, os clientes brasileiros acreditam que os bancos são mais seguros e confiáveis que, por exemplo, corretoras de valores e de seguros. Com suas agências, caixas eletrônicos e serviços telefônicos em operação, os bancos possuem um sistema de distribuição que deixa seus novos concorrentes em posição de inferioridade. Ainda, segundo GREGOR, BOYLER & LOVOYSSIÈRE (1998), passar de uma etapa a outra requer habilidade, e é justamente aí que muitos bancos acabam se confundindo. Prosseguir rápido demais em uma só direção pode fazer desmoronar os mais bem arquitetados planos. Destreza, paciência 42 e bom ritmo, além de dirigentes empenhados, são requisitos essenciais. Tudo indica que o sucesso só pode ser alcançado de forma consistente, se o banco evoluir em seis dimensões diferentes ao mesmo tempo: • segmentação • oferta de produtos • distribuição • sistema de informação sobre o cliente • organização • mensuração É importante que as seis dimensões sejam atacadas simultaneamente, para que progridam de forma coordenada. A Internet também pode ser utilizada como ferramenta para melhorar o relacionamento com os seus clientes, já que o meio eletrônico é um quarto canal do relacionamento comercial, e pode ser personalizado. Os outros canais de comunicação são: o pessoal, o impresso e o telefônico. Figura 6: Cadeia de Valor no Relacionamento com os Clientes (CRONIN, 1994) Capacidade da Internet Marketing e Pesquisa de Produto Dados para Pesquisa de Mercado Benefício para a empresa Estabelecimento da Resposta do Consumidor ao Produto Investigações Ambientais Oportunidades e Vantagens Aumento da Participação do Mercado Vendas e Distribuição Atinge Novos Clientes Método de Distribuição de Baixo Custo Catálogos Eletrônicos Suporte e Feedback do Cliente Acesso on line aos Comentários dos Clientes Maior Número de Funcionários em Contato com os Clientes Multiplica Pontos de Contato sem Custos Marginais Resposta Imediata aos Problemas dos Clientes Margem de Custo mais Baixas Aumento da Satisfação do Cliente 43 As vantagens potenciais no relacionamento com o cliente através da Internet, segundo CRONIN (1995), estão explicitadas na Figura 6. 2.4.1 Adicionando Valor aos Serviços bancários Existe uma série de valores que pode ser adicionada aos atuais serviços bancários pelo uso da tecnologia da Internet. Comentaremos a seguir alguns dos principais pontos, baseados nas sub-variáveis do Marketing Mix: Promoção – É a principal via para adicionar valor. Os bancos a utilizam quando entram na Internet, devido, principalmente, ao baixo custo e aos aspectos relativos à segurança. As propagandas institucionais têm servido para que os bancos passem informações cada vez mais detalhadas para seus atuais clientes, assim como para todas as pessoas que tenham acesso à Internet. Um dos pontos característicos dos sites relacionados com a promoção é transmitir informações sobre meios de contato como, telefones, fax e endereços das agências, ou através de informações sobre as diversas opções de investimentos oferecidas pelos bancos. Sempre é importante lembrar que os bancos podem oferecer informações sobre a sua saúde financeira, bem como a do mercado do qual ele participa. Um dos grandes elementos da promoção é a facilidade de estar disponível em qualquer lugar e a qualquer hora, deixando os clientes conhecer informações, sem necessidade de consultar folhetos promocionais. Outras técnicas alternativas permitem fazer com que os clientes e visitantes tenham desejo de acessar o site através de conexões com outras fontes de informação ou de diversão na Internet, ou ainda com informações suplementares a possíveis decisões financeiras. Sempre que 44 o cliente acessar o site do banco haverá uma excelente oportunidade de promoção. Técnicas de datawarehousing são cada vez mais utilizadas para que o banco possa conhecer melhor os seus clientes e, a partir dessas informações, oferecer-lhes produtos corretamente e/ou customizados. Esses dados são colhidos a partir das transações feitas normalmente por seus clientes. Um dos aspectos importantes no assunto promoção é a promoção corporativa. Em um ambiente competitivo, a habilidade de oferecer informação sobre desempenho da companhia facilita a construção de uma imagem, junto ao público consumidor. Convém lembrar que o segmento-alvo a ser atingido com o uso da Internet, é o de pessoas com alto poder aquisitivo e de excelente influência na opinião pública. Praça - Uma das grandes vantagens do uso da Internet é permitir criar uma agência virtual. Essa agência é diferente das outras (as físicas): não tem horário de abertura, horário de fechamento, riscos de assalto e filas para atendimento. O cliente pode fazer as suas transações sem limitação de espaço ou de tempo, com total domínio de ação, isto é, sem depender de terceiros para executar a operação. Sob o ponto de vista dos clientes, estes recebem com conforto e facilidade todo tipo de informação necessária para tomar decisões de investimento. Preço - Para os bancos, a Web pode representar uma oportunidade para reduzir custos de muitas transações. Numa rede pública, com uma infraestrutura compartilhada como a Internet, na qual a informação pode ser transmitida várias vezes e a comunicação com os consumidores pode ser 45 melhorada, poupando despesas com telefone, cartas, impressos e pessoal, os dirigentes bancários podem praticar preços menores. De fato, a expectativa de economia de custos tem sido um dos principais, ou o principal fator levado em consideração no sistema Web banking. Embora o valor poupado não tenha sido quantificado, todos os dirigentes que optam por esse meio mantem expectativa de redução de custos. Algumas análises têm fornecido dados que permitem chegar à conclusão de que a manutenção de agências físicas é onerosa. Mesmo que o custo de construção de uma agência virtual seja equivalente ao das demais agências físicas, o custo por cliente é bem menor, já que um maior número de clientes podem visitar a agência virtual, em comparação com a agência física. Produto – A natureza da Internet permite uma redução do tempo de projetos e do desenvolvimento de produtos, como o envio de informações e a disponibilidade de serviços, devido à facilidade dos produtos serem estudados pelo mercado e, conseqüentemente, copiados. Essa característica não dá espaço para dúvidas, o que é muito mais relevante para produtos financeiros, os quais requerem grande agilidade na busca de fatores que gerem vantagem em mercados competitivos. Em contraste com o serviço de Home Banking através de conexões extraInternet, mediante microcomputadores, instalação de software de comunicação nos o serviço Web permite o acesso de clientes de qualquer parte do mundo, sem necessidade do uso do computador instalado na própria residência ou daquele existente no escritório de trabalho. Uma das características importantes no desenvolvimento de produto, possibilitada pela Internet é a que permite ao banco consolidar 46 informações do comportamento de seus clientes, para assim desenvolver estratégias de marketing que vão ao encontro das necessidades destes. Pode-se assim customizar soluções para cada cliente, de forma que o computador o reconheça e o trate de um forma predeterminada quando este entra na agência virtual. A adaptação dos produtos à exigência de cada cliente é uma característica importante do marketing. Um dos meios que tem sido utilizado para se reconhecer as preferências, hábitos e formas de acessar dos clientes, é o uso de cookies. Porém, esta atitude tem suas ressalvas, pois invade a casa virtual do cliente, isto é, o seu microcomputador. Todas essas informações podem ser usadas pelos bancos, a respeito de seus mais lucrativos clientes e dos produtos bem sucedidos. São ferramentas que auxiliam o aperfeiçoamento das estratégias, alimentando o desenvolvimento de novos produtos, ou facilitando a decisão de descontinuação de outros, ou ainda facilitando a busca de novos clientes. 2.4.2 O Processo de Aprendizagem Organizacional e Tecnológica Como se trata de um meio emergente, onde o crescimento se deu em um reduzido espaço de tempo – em pouco mais de quatro anos de atividade comercial, estima-se que 147 milhões de pessoas já acessem a Internet, não existem muitas experiências, tanto no Brasil como no exterior, que possam ser validadas ou ainda grandes modelos a ser seguidos. Por isso, nesta área tem sido valida a teoria de tentativa e de erro, pois a experimentação tem sido o caminho da grande maioria dos bancos. Esta experimentação tem provocado mudanças tecnológicas e, a partir do relacionamento personalizado disponibilizado pela Internet, grandes transformações organizacionais. 47 Logicamente, há necessidade premente de se obter lucratividade das operações realizadas pela Internet. Para isso a familiarização com tecnologias novas deve ser rápida e, portanto, a estrutura organizacional deverá ser mais flexível, de forma a assimilar melhor os impactos da adoção dessas novas tecnologias. O valor desse tipo de aprendizado serve para toda a organização. Portanto criará nas empresas ágeis, uma base flexível e respostas rápidas para o desenvolvimento de novas soluções. 48 3.0 MODELOS TEÓRICOS A Internet pode contribuir significativamente para cada um dos componentes da cadeia de valor de uma empresa. Para descobrir e avaliar novos caminhos para a vantagem competitiva através do uso da Internet, as empresas precisam analisar seu relacionamento com fornecedores e distribuidores, o papel desempenhado pela informação na organização da empresa, os mecanismos internos de produção e os pontos de contato com clientes. Na definição de PORTER & MILLAR (1985) apud CRONIN (1994), a cadeia de valor para qualquer negócio inclui vários componentes básicos. O primeiro são as entradas de dados – fontes de informação e tecnologia, bem como fornecedores de outras mercadorias e serviços à empresa. O segundo componente são as próprias atividades internas da empresa que criam um produto ou serviço. Por fim, a cadeia de distribuição do produto da empresa e os clientes que, afinal, são os que compram. Seja qual for o ramo da atividade da firma, a informação exercerá impacto em cada uma das atividades da cadeia de valor. Na verdade, a tecnologia da informação cada vez mais está transformando as atividades, remodelando a maneira pela qual os produtos atendem às necessidades do comprador. Segundo ANGEHRN & MEYER (1997), em janeiro de 1995 havia no máximo doze bancos com acesso pela Web. Já em 1996 eram mais de 800 em todo o mundo. Este crescimento está representado na Figura 7. Mas esta impressão inicial, baseada na quantidade, pode ser contestada pela análise das estratégias dos bancos para o uso da Internet. Analisando caso a caso, é possível ver que os bancos têm seguido estratégias consideradas tímidas para o uso deste meio. Estas estratégias iniciais simplesmente repetem as informações dos seus folhetos de propaganda, distribuídos nas agências físicas. Parece que os bancos têm uma aflição por 49 repetir uma versão digitalizada das brochuras usadas tradicionalmente para explicar a seus clientes informações sobre os produtos e sobre o próprio banco. Por isso, essas estatísticas demonstram um alto nível de uso da Web. Contudo, o desenvolvimento de estratégias para Internet deve ser maturado. Figura 7: Crescimento do Presença dos Bancos na Internet 1000 900 800 Número de bancos 700 600 500 400 300 200 100 0 1994/4 1995/1 1995/2 1995/3 1995/4 1996/1 Fonte: Online Banking Report 3.1 Classificando as Estratégias da Internet 3.1.1 Modelos ANGEHRN (1997) e de ANGEHRN & MEYER (1997) O modelo ICDT de ANGEHRN (1997), mostrado na Figura 8, é usado como uma ferramenta para classificação das quatro principais 50 estratégias de desenvolvimento da Internet, refletindo companhia em explorar a Internet a intenção da como um novo canal de informação, comunicação, distribuição ou de transações. Figura 8: As quatro áreas para expansão da Internet (modelo ICDT) Área de Informação Virtual (VIS) Área de Comunicação Virtual (VCS) Novos canais para os agentes econômicos mostrar os produtos e informações sobre a empresa. Novos canais para os agentes econômicos trocar idéias e opiniões. Presença VIS Presença VCS Mercado Tradicional Presença VTS Presença VDS Área de Transação Virtual (VTS) Área de Distribuição Virtual (VDS) Novos canais para os agentes econômicos iniciar e fazer transações de negócios. Novos canais para os agentes econômicos distribuir bens e serviços. Segundo BRÄNNBACK (1997) este modelo é uma interpretação unidimensional das estratégias, mas serve para determinar a maturidade com que a empresa utiliza a Internet, seguindo a premissa que o movimento da empresa é linear, isto é, vai ocupando os campos numa forma seqüêncial. O modelo ICDT muda a lógica dominante de Marketing porque cada uma das quatro áreas enfoca os elementos do Marketing Mix sob uma nova luz. 51 Explicando a figura, poderemos verificar que existe um campo com o nome VIS. Nesse campo encontram-se as empresas que têm intenção de explorar a Internet como um canal de divulgação de informações. As empresas que se localizarem no campo VDS objetivam utilizar a Internet como um canal de distribuição de serviços On Line. O campo VTS reflete as estratégias para uso da Internet, como um canal que permita transações entre empresas ou entre pessoas (consumidores) e empresas como, por exemplo, notas fiscais e pagamentos. O último campo VCS significa que a companhia usa a Internet com um canal para monitoramento e de feedback dos diversos agentes econômicos que trabalham na Internet, incluindo clientes potenciais e existentes, parceiros, agências de governo, associações de consumidores e concorrentes. O modelo ICDT, segundo ANGEHRN (1997), é uma ferramenta sistemática para identificar e classificar as estratégias de Internet. Este modelo revela que a primeira onda de adoção da Internet, isto é, maioria das companhias, tanto bancos como outros setores, tem focado suas estratégias no campo VIS, através de uma presença simples de seu site. Como resultado disso, podemos ver que a Web está cheia de sites estáticos baseados em textos de propaganda das companhias e de catálogos dos produtos destas companhias. As empresas quando entram na Internet se dirigem para esta área pois seguem a política: “temos que estar na Internet”, usando, portanto, a Web sem pensar em todos os elementos do Marketing Mix e sim como mais uma ferramenta de comunicação (TV, rádio, jornais etc). As companhias mais maduras estão aprendendo a integrar a Internet com o Marketing Mix, desenvolvendo novas formas de valor em termos de produtos e serviços. Ao olhar sites de empresas de software e sites de empresas que publicam informações, tipo jornais e revistas, é possível ver que elas têm desenvolvido seus sites já dentro de um aspecto VDS, usando a Internet para distribuir os seus produtos (softwares, livros, informações). 52 O setor de varejo está crescendo fortemente na área VTS, apesar de ser a área menos explorada, pois é a área onde se fazem as transações, compra-se, vende-se, transfere-se dinheiro etc. Diversos aspectos relativos à segurança e à confiança impediram um crescimento mais forte nessa área. Segundo BRÄNNBACK (1997), aqui existe mudança, não somente no Marketing Mix, mas em outras áreas relacionadas com legislação, finanças e até produção. Já a área VCS tem sido muito utilizada pelas indústrias que têm grandes comunidades virtuais e estão adotando a Internet como via eficiente de troca de experiências e informações vindas de todo o mundo, e que podem ser levadas aos interessados finais. Mas como esse tipo de posicionamento não é comum no relacionamento empresa-consumidor e empresa-empresa, esta área é a menos usada, dentro daquelas do modelo ICDT. Sem dúvida, no futuro, esta área será cada vez mais usada, para que as empresas consigam ter a participação de comunidades virtuais no desenvolvimento e aprimoramento dos produtos. ANGERHN & MEYER (1997) aperfeiçoaram o modelo ICDT a partir de uma classificação mais profunda dos quatro tipos básicos de presença na Internet, apresentadas na Figura 9. Para cada nível de presença haverá duas dimensões consideradas: o nível de “sofisticação” e o nível de “customização”. O nível de “sofisticação” reflete o grau com o qual algumas características específicas de atendimento médio são exploradas e o nível de “customização” reflete o grau médio com o qual a Internet é usada para prover serviços individualizados a seus usuários. 53 Figura 9: Classificação das Estratégias por Nível de Sofisticação e de Customização Nível de Sofisticação VTS VDS VCS VIS Presença Simples Genérica Presença Avançada Presença Avançada GenéricaPresença Simples Customizada Genérica Alto Presença Simples Genérica Baixo Presença Simples Customizada Baixo Alto Nível de Customização 3.1.2 Modelo de QUELCH & KLEIN (1996) A evolução de uma empresa dentro da Internet, independentemente do tamanho ou do tipo de atividade em que ela atue, quer seja uma empresa multinacional1 ou não, segue um caminho bastante comum descrito na Figura 10 proposto por QUELCH & KLEIN (1996). A Figura 10 mostra os caminhos comumente adotados pelas empresas na Internet. As grandes empresas multinacionais começam timidamente mostrando informações corporativas dos seus principais produtos, avançando lentamente na direção de aumentar os serviços, pesquisando seus clientes ou visitantes, chegando enfim a um meio que permita as transações dentro da Web. Existem diversos casos de empresas que agiram assim como 54 por exemplo, a Federal Express, nos Estados Unidos, que começou divulgando seus endereços e serviços de embalagem e entrega expressa, para crescer rapidamente no oferecimento de serviços, permitindo, hoje em dia, ao cliente o acompanhamento da viagem da sua encomenda desde a retirada até o destino final) Figura 10: Caminhos Evolucionários de um Web Site Empresa Multinacional Informação Modelo de Transações 1. Imagem/Informação sobre Produtos 2. Coleta de Informações/Pesquisa de marketing 3. Suporte aos clientes/Serviços 4. Suporte Interno/Serviços 5. Transações Iniciantes na Internet/Novas Multinacionais Transações Modelo de Informação 1. Transações 2. Suporte aos clientes/Serviços 3. Imagem/Informação sobre Produtos 4. Coleta de Informações/Pesquisa de marketing 1 Segundo QUELCH & KLEIN (1996) uma companhia entrando na Internet já é uma multinacional 55 Por outro lado, empresas pequenas, cujo risco é menor, podem começar logo efetivando transações, construindo aos poucos a sua imagem perante os clientes, verificando aos poucos as necessidades dos clientes e criando soluções que permitam conquistar a confiança, a partir de serviços bem prestados. Um caso como esse é o da livraria Amazon, que foi criada especialmente para Internet e virou um sucesso mundial de vendas de livros via Web. Qualquer que seja o modelo de negócio adotado pelas empresas, fica bem claro que o objetivo de todas as corporações que pretendem utilizar a Internet, é o de gerar mais vendas e diminuir os custos, QUELCH & KLEIN (1996) mostram isso na figura 11. Figura 11:Diretrizes dos Modelos de Negócios na Internet Impacto Primário nos negócios Redução de Custos Interno Geração de vendas Suporte Técnico, Legal e Administrativo. Gerenciamento de base de Dados Pesquisa Interna Informação da Companhia Marketing e vendas Suporte/Informação Serviços aos Clientes Transações Informações sobre produtos Promoções Desenvolvimento de database Pesquisa de Mercado Transações Foco no Cliente Externo Eles ainda afirmam que, tanto uma empresa pequena como uma grande precisam saber como as suas funções influenciam o modelo de negócios global. Por exemplo, a capacidade transacional pode provocar um aumento de vendas ou, ainda, uma diminuição de custos, dependendo de estar a companhia atraindo novos clientes, para mais vendas, ou transferindo vendas já existentes para um meio mais lucrativo. Da mesma forma, provendo 56 informações ao público externo e interno, a empresa pode aumentar a receita pela facilitação do processo de venda ou pelo incremento das margens. Segundo QUELCH & KLEIN (1996), “a disseminação de informação pela Internet pode também reduzir custos pela substituição da comunicação para canais eficientes de custo menor”. Os quatro quadrantes que podem ser observados na Figura 11 são caracterizados da seguinte forma: as empresas localizadas no quadrante 1 (quadrante superior esquerdo) utilizam a Web primariamente, como uma ferramenta de comunicação, em um ou dois sentidos. Estas companhias provêm serviços aos clientes dentro do mercado nacional tentando atrair mercados internacionais. Para este mercado, o benefício oferecido é o acesso às informações de forma mais rápida, mais barata e bem mais direta que o fax e telefone. Já no segundo quadrante (superior direito), as empresas têm um foco similar (interno), mas além das informações oferecem as transações online (ou imediatamente via telefone ou fax). Olhando sob um ponto de vista internacional, estas companhias podem atingir um público antes inaccesível. No quadrante 3, estão empresas que têm como motivação primária atrair uma audiência internacional, pois clientes internacionais agregam valor, já que o serviço é mais valorizado. Já no quadrante 4, encontram-se empresas que expandem sua capacidade de transação com os clientes do mundo todo. Apesar de ser um avanço em relação aos outros quadrantes, há uma oposição com o quadrante 2, pois tende a criar um encontro de compradores e vendedores. 57 3.1.3 Modelo de BENTO & BENTO (1997) BENTO & BENTO (1997) propõem um modelo chamado Midia-C, descrito na Figura 12, mostrando os principais tipos de uso da World Wide Web para efetuar negócios. Este modelo prevê quatro utilizações corporativas: Marketing, Disseminação da Informação, Aquisição da Informação e Controle. Figura 12: Modelo Midia _C Marketing Presença Vendas Serviços a Clientes Controle Disseminação da Informação Recursos Alocados Coordenação Apoio a decisão Treinamento Distribuição Eletrônica Publicação Eletrônica Aquisição da Informação Industria Socio-econômicas Técnica e Científica Marketing: O uso da Web para este fim, engloba três categorias: • Presença: Apresenta apenas a organização, sua história, missão, produtos e serviços. • Vendas: O uso da Web para interagir com os consumidores, de forma que estes possam solicitar pedidos, pagando diretamente com cartão de crédito, débito ou através de algum meio fora da rede. Também se refere a serviços de home banking. 58 • Serviços a Clientes: Através de manuais de produtos, ou acesso on line a informações gerais sobre os produtos e ainda sobre perguntas freqüentes deixadas pelos visitantes, permitindo novas perguntas diretas destes. Disseminação da Informação: Pode acontecer em três niveis, uma vez que a Web é um excelente meio de disseminar a informação: • Treinamento: Através dos seus recursos, a Web pode ser utilizada para treinar funcionários e clientes. O treinamento pode ser dirigido às necessidades do treinando, que pode seguir seus próprios passos, através de seqüências customizadas às suas necessidades. • Distribuição Eletrônica: A Web é um meio natural para distribuir continuamente novos manuais e atualizações dos já existentes, através de interação passiva (publicação HTML) ou ativa (enviando e-mail). • Publicações Eletrônicas: Praticamente tudo pode ser pubicado na Web: livros, jornais, revistas, artigos etc. A facilidade de atualizar as informações é alta, diferentemente dos outros meios em que há a necessidade de reimpressão. Aquisição da Informação: Levantar dados na Internet é um dos passatempos mais comuns das pessoas, por decisão pessoal ou por orientação corporativa. Normalmente, a informação procurada encontra-se dentre os seguintes tipos: • Indústria: É possível facilmente a obtenção de informações para negócios sobre concorrentes, fornecedores e clientes, não somente locais como mundiais. 59 • Sócio-econômica: Na Web é possível encontrar um tipo destes dados de forma detalhada. Dados sobre estatísticas e características demográficas de diferentes mercados abundam na rede. • Técnica e Científica: Obviamente dados atualizados provenientes de universidades fazem parte do trabalho de pesquisa, como a busca por livros especializados. Controle: A Web dá ferramentas para aprimorar os sistemas de controle. Os principais usos e resultados são os seguintes: • Alocação de Recursos: A Web permite utilizar um meio único de disseminação da informação, não somente de forma interna como externa, evitando a utilização de diversos recursos. Portanto, uma série de ferramentas de controle acabam sendo economizadas. • Coordenação: Permite que uma organização compartilhe dos objetivos gerais, fazendo com que cada parte não perca a consciência do todo. Pela coordenação, através da Web, dá-se o monitoramento do fluxo de informações entre todas as filiais, em todo o mundo. • Suporte a decisão: A partir de um datamining em um datawarehouse, é possível levantar as necessidades dos seus visitantes, criando melhorias nas formas de interação com os consumidores. 3.1.4 Modelo de ELLSWORTH & ELLSWORTH (1997) ELLSWORTH & ELSWORTH(1997) sugeriram uma série de quesitos para avaliar um bom posicionamento de um site, independentemente do tipo de empresa que divulga o seu site ou do segmento em que ela atua. 60 Uma das utilizações comerciais da Web, que está se tornando mais popular, é a realização de ações de marketing e de vendas. Elas podem ser usadas com as seguintes finalidades: 1. Relações Públicas • Releases: está se tornando cada vez mais comum a divulgação de informativos resumidos, a respeito de produtos e serviços on line que trazem o URL correspondente, para que os interessados obtenham mais informações. • Patrocínio empresarial: uma atividade promocional muito útil é o patrocínio, por meio de página na Web, a conferências, a informações ao público, a órgãos governamentais, ou a entidades sem fins lucrativos. Como acontece no patrocínio a programas de televisão, é possível oferecer apoio a atividades úteis e importantes e ainda tornar reconhecido o seu esforço. Algumas empresas patrocinam uma home page para um evento ou conferência de grande porte, obtendo considerável notoriedade para seus produtos ou serviços. Ao fazê-lo estabelece-se um forte vínculo entre a página patrocinada e a sua própria página. 2. Vendas diretas • Informações sobre produtos e anúncios: muitas empresas oferecem uma infinidade de arquivos informativos sobre seus produtos, seu ramo de atividade e assuntos relacionados a eles. Nesses sites, é possível encontrar ainda informações sobre preços e condições de pagamentos. • Pedidos on line: a realização de pedidos se tornou muito comum. Costuma envolver a abertura de uma conta individual, por meio do envio de informações cadastrais ou de cartões de crédito. 61 3. Pesquisas de Mercado É possível usar os sites para realizar algumas pesquisas de mercado, como levantamentos sobre clientes, sobre o interesse e as reações despertadas pelos produtos, e algumas atividades experimentais de grupo de focalização, usando alguns programas de bate-papo da Web e o Chat. Quanto ao desenvolvimento e produtos, uma página da Web é capaz de oferecer entradas de banco de dados e formulários de reação interativos on-line. Apesar de não serem respaldadas por técnicas reconhecidas de amostragem aleatória, as páginas da Web proporcionam um feedback rápido dos consumidores em potencial que a visitam. Esse feedback pode ser valioso para as atividades de desenvolvimento de produtos e para a reunião de informações sobre nichos mercadológicos para o posicionamento de produtos. Além disso, um Web site bem estruturado pode fazer o acompanhamento do número de visitantes e registrar quantas vezes uma página foi acessada. O registro das atividades de uma página armazena também o endereço do correio eletrônico das pessoas que a visitaram e por quanto tempo e quais foram as páginas mais lidas. Essas informações proporcionam ao profissional de marketing uma idéia da popularidade de um site e podem ser utilizadas para avaliar as visitas motivadas por um release ou por uma peça publicitária. 4. Cybermalls e vitrines virtuais Os sites podem patrocinar uma estrutura de shopping center virtual, ou cybermall, atraindo um público ávido para realizar compras através da Internet para que estes visitem a página da empresa e conheçam os produtos e serviços oferecidos pela empresa patrocinadora. 62 5 .Obtenção de repostas a pesquisas de opinião. É possível usar os sites para obter respostas a perguntas específicas sobre a empresa, os produtos oferecidos ou as funções encontradas na própria página. Da mesma forma, os Web sites tem um elevado poder para obter respostas a pesquisas de opinião. Atualmente, muitos meios de comunicação usam esta ferramenta para que o público expresse a sua opinião sobre noticias relevantes do dia. 3.1.4.1 Conquista de Novos Clientes Em primeiro lugar, é preciso fazer com que o usuário da Internet visite a home page da empresa. Para isso basta utilizar técnicas de registro e vinculação recíproca. Também é importante manter o site da Web visível na Internet e em mídias impressas. Tendo conseguido que o usuário da Web visite o site corporativo, é importante proporcionar a ele atividade e interatividade. As motivações que os visitantes têm para retornar são, segundo ELLSWORTH & ELLSWORTH (1997): ! Curiosidade: caso se trate de um site de grandes dimensões e haja muito para ver em apenas uma sessão on line, os visitantes retornarão. Informações e atividades não podem provocar confusão. É preciso que o visitante espere encontrar uma surpresa na próxima página a acessar e, considere que vale a pena conhecer melhor o site. ! Modificação de itens: é importante providenciar a mudança freqüente de pelo menos alguns itens (o ideal é que eles estejam diferentes a cada vez que o usuário visite o site). Pode–se utilizar meios de informação sobre novidades, conhecido What’s new, contendo algo como a máxima do dia ou a cobertura de um evento ou de grande importância para o setor empresarial. 63 ! Ferramentas ou recursos indispensáveis: Podem ser oferecidas nas páginas: links com bancos de dados, biblioteca de guia da Web e Internet, ferramentas de pesquisa ou repositores de imagens e arquivo. Apesar de todo tipo de link ser interessante, é mais provável que o site motive as pessoas a retornarem, se o conjunto de links for surpreendentemente completo ou de qualidade excelente. Os links podem fazer referência a qualquer assunto, mas é interessante que haja entre eles e a empresa, dona do site, algum tipo de relação. É preciso que se mostre aos usuários que é mais fácil visitar a página da empresa para obter ferramentas e recursos, do que ir procurá-los na imensidão da Web. ! Eventos e recursos especiais: Uma página deve promover concursos e promoções (em alguns sites são distribuídas moedas de ouro, casas, carros, vagas em conferência, etc). É possível oferecer a cobertura exclusiva de eventos, como conferências empresariais e exposições comerciais, com a finalidade de aumentar o interesse pelas atividades e pelos produtos da empresa. Pode, ainda, oferecer um recurso do tipo “pergunte a um especialista”. Os usuários da Web podem enviar perguntas por correio eletrônico – as respostas podem ser apresentadas na própria pagina. Há muitas maneiras de tornar um site um lugar especial, que motive seus visitantes a retornarem regularmente. Muito do apelo da Internet reside na sua interatividade. As pessoas usam a Internet porque podem fornecer e obter informações e serviços. As ações de marketing das empresas que utilizam a Web somente para prover informações de forma estática, sem proporcionar interatividade, não serão tão bem sucedidas. Um site bem sucedido deve proporcionar algum nível de interatividade – um local, a partir do qual as pessoas possam enviar, registrar seus URLs por categorias etc. É importantíssimo que as empresas se perguntem sempre: “O que podemos fazer para trazer mais clientes ao nosso 64 site” e, tão importante quanto: “Como fazer para que retornem”. Pode-se dizer que existem três níveis de interatividade em home pages da Web, diretamente relacionados a: ! Atrair visitantes: o usuário da Web navega até uma página e a observa ou a consulta. Esse é o nível da pura apresentação de informações e dados: a obtenção de tráfego básico. ! Atividade: o cliente em potencial visita uma página e pode clicar nos botões, fazer pesquisas ou então acompanhar assuntos de seu interesse. Esse é o nível em que se aumenta o interesse pelo produto, empresa ou serviço – é a fase de espera. ! Interatividade: a pessoa que visita uma página pode dar feedback, enviar mensagens pelo correio eletrônico, fazer pedidos e, em geral, sentir certo comprometimento pessoal com a página. Esse é o nível em que se pode fechar negócios e/ou estabelecer algum tipo de relacionamento com o cliente em potencial – é o nível da repetição dos negócios. É importante lembrar que não se estabelece um contato sólido com o cliente através de uma única transação. Isso decorre de uma série contínua de interações ao longo do tempo. A cada etapa, a qualidade da comunicação e da percepção da capacidade de resposta causa um impacto na satisfação e na fidelidade do cliente. Usando alguns recursos da Internet, qualquer empresa consegue criar um ambiente direcionado ao cliente, permitindo que se obtenham dados sobre interesses destes, oferecendo novos produtos através dos feedbacks recebidos. O marketing da Web precisa ser ativo e interativo (contrapondo-se à passividade exclusiva), quando alguém chega à página. As páginas/sites precisam abandonar a posição reativa e assumir uma posição pró-ativa, fazendo o cliente em potencial comprometer-se com uma atividade e, melhor 65 que isso, uma interatividade (formulários, etc). O prêmio ficará com as páginas/sites que conseguirem um comprometimento das pessoas. As páginas estáticas serão simplesmente ignoradas. 66 4.0 METODOLOGIA 4.1 Pergunta da Pesquisa Este estudo tem um enfoque exploratório, condizente com o estágio de evolução do conhecimento sobre o assunto no exterior e, principalmente, no Brasil. Dentro dos levantamentos feitos sobre o assunto na literatura internacional, notamos que não existem trabalhos muito elaborados sobre estratégias do setor bancário para utilização da Internet. Encontramos apenas adaptações de modelos de desenvolvimento estratégico para atuação comercial na Internet, destacando os modelos ANGEHRN & MEYER (1997), QUELCH & KLEIN (1996), ELLSWORTH & ELLSWORTH (1997), BENTO & BENTO (1998) e os aspectos básicos de marketing na Internet de CRONIN (1994). A situação brasileira não poderia ser diferente, pois além do aspecto de segurança na Internet, não são encontrados muitos trabalhos publicados. Além disso, notamos nos trabalhos brasileiros a ausência de uma investigação mais abrangente. Em geral, citam serviços que os principais bancos possuem, sem abordar uma análise estratégica. Este trabalho se propõe a este tipo de investigação, ou seja, dado um grupo de empresas de um determinado segmento – no caso segmento bancário – levantar quais são as estratégias por elas adotadas, se existe alguma realidade que possa ter aderência com um modelo teórico. Portanto, poderíamos então resumir as perguntas da pesquisa em: ! Que tipo de estratégia os grandes bancos de varejo no Brasil adotaram para uso da Internet no seu relacionamento com os clientes ? Existe uma tendência? 67 ! As estratégias de utilização adotadas pelos bancos levam em conta todo o potencial da Internet, ou simplesmente a utilizam como meio de comunicação? ! É possível descobrir quais são as vantagens percebidas pelas empresas do setor para o uso da Internet? E para onde se dirige o setor? 4.2 Método de Pesquisa O cenário de uso da Internet de forma comercial no Brasil pelos bancos ainda não é tão expressivo. Nos levantamentos preliminares, usando dados de publicações especializadas, não foram encontrados muitas referências a sites do segmento. A partir deste pré-levantamento, verificamos que métodos quantitativos não teriam resultado significativo, pois a base para a amostra não seria representativa. Portanto, o método de pesquisa escolhido foi o estudo de casos, cuja função é descrever a realidade encontrada e, se possível, o ambiente envolvido. Além disso, o estudo de caso é o método a ser escolhido quando se quer obter riqueza de detalhes acerca de algum assunto não é bem conhecido e apropriado, ou quando se está tentando encontrar indícios e idéias para pesquisas adicionais (RÊGO, 1992). 4.3 A Coleta de dados Tomando como base a revisão da literatura e os principais modelos encontrados, foram identificados alguns fatores que proporcionam padrões de referência e que permitem uma análise da atuação de cada banco, visando ao enquadramento nos modelos encontrados. 68 Inicialmente, identificamos os maiores bancos de varejo atuantes no Brasil, segundo o RELATÓRIO ANUAL DA GAZETA MERCANTIL (1998), do qual retiramos os bancos estudados em nossa pesquisa. As instituições analisadas representam os bancos de varejo com ampla atuação nacional, além da maioria destes serem referenciados em diversos artigos de publicações especializadas. A coleta e análise dos dados foram feitas para determinar o cenário atual, no que diz respeito ao relacionamento Banco–Cliente, no ambiente específico da Internet. Neste levantamento foram considerados diversos pontos constantes nos estudos já realizados, citados a seguir: • Princípios de marketing no desenvolvimento das operações na Internet (modelo de C-Midia, BENTO & BENTO, 1997; WEBSTER, 1996; ELLSWORTH & ELLSWORTH,1997). • Nova visão dos Princípios do Marketing Mix sob a ótica da Internet (Modelo de ANGEHRN,1997) Como existem muito poucas pesquisas sobre o tema, tanto no Brasil, como no exterior, poucos modelos foram testados. Agrupamos os fatores citados como mais importantes na revisão da literatura, de forma a facilitar a organização dos levantamentos, as entrevistas necessárias e, finalmente, análise dos resultados. " Transacionais: São fatores que possibilitam verificar o nível permitido de transações através da Internet (ANGEHRN & MEYER, 1997; BENTO & BENTO,1997). 69 " Interativos: São fatores que possibilitam analisar a sofisticação na interação e capacidade conversacional do cliente com o banco, através da Internet (ANGEHRN & MEYER,1997 e CRONIN, 1994) " Feedback: Estes fatores facilitam verificar se existe um processo de comunicação entre o cliente e banco, para que o cliente passe a participar mais ativamente do desenvolvimento de novos produtos e de soluções, ou do aprimoramento das soluções existentes.(ANGEHRN & MEYER,1997; ELLSWORTH & ELLSWORTH, 1997) " Informativos: Dentro deste aspecto, é verificada a capacidade do uso informativo do site do banco, analisando seu conteúdo e seu nível de detalhamento. .(ANGEHRN & MEYER,1997; BENTO & BENTO,1997) " Organizacionais: Este fatores permitem analisar a postura do banco perante a Internet, verificando se a trata como mais um meio de comunicação ou como um meio alternativo para realizar transações. Ao mesmo tempo, tentam detectar se o banco considera o site como se fosse uma agência, e também focaliza como cliente, o navegador nacional ou internacional ( ANGEHRN & MEYER, 1997). " Marketing-Mix: Dentro deste segmento, os fatores foram subdivididos em: " Promocionais: Servem para verificar o tipo de promoção que existe no próprio site, para atrair a atenção dos visitantes, e em outros sites com o objetivo de capturar visitantes, além de formas de promoção extravirtuais. " Produto: Servem para verificar os produtos financeiros existentes, a forma de divulgação e de customização possível. 70 " Praça: Verificam a possibilidade de autonomia oferecida pelo site, isto é, se o cliente necessita passar por processos nas agências, antes de utilizar todos os serviços no Internet Banking. Verificam também se o cliente recebe as informações necessárias para tomar decisões de crédito ou de investimento. " Preço: Neste aspecto, os fatores levantados são aqueles que se referem a preço final para o consumidor dos produtos e serviços bancários. Nesta análise, procuramos verificar se o comportamento dos sites do sistema bancário possui alguma semelhança com as bem sucedidas estratégias adotadas, dentro da Internet, por empresas de outros setores de atividade, permitindo desta forma analisar como os bancos exploram o potencial deste novo meio de comunicação. Todos os sites que são objeto desta análise, foram visitados no período entre 29 de dezembro de 1998 até 4 de janeiro de 1999. O levantamento desses dados consta no anexo 3. Como no ambiente da Internet é comum observar mudanças da noite para o dia , decidiu-se fazer o levantamento de dados num período de tempo bem restrito, pois desta forma poderiam ser comparadas, ao mesmo tempo, as diversas realidades. Foi possível verificar a evolução dos bancos na Internet, pois desde o início da pesquisa, no final de 1997, os sites foram visitados sistematicamente, permitindo uma análise dos caminhos adotados pelas instituições bancárias, a partir das mudanças que iam sendo disponibilizadas ao longo desse período de tempo. Finalmente, foram entrevistados alguns dirigentes dos bancos pesquisados, responsáveis pelo desenvolvimento estratégico das soluções 71 pela Internet, para poder verificar alguns dos dados obtidos na pesquisa realizada preliminarmente, os diferentes desenvolvimentos históricos, e os possíveis caminhos que os bancos iriam adotar no futuro dentro da Internet. Portanto, esta pesquisa pode ter um viés diferente da realidade de muitos bancos, pois reflete um panorama atual. Não puderam ser captadas as possíveis estratégias dos bancos que ainda não adotaram a Internet oficialmente e estão em fase de desenvolvimento, assim como daqueles bancos que já têm uma presença na Internet mas estão em fase de mudança. 72 5. DESCRIÇÃO DOS CASOS 5.1 Banco A O banco A tem uma cobertura nacional e suas agências podem ser encontradas em quase todas as cidades brasileiras. O capital do banco é nacional e tem controle estatal. Tem uma atuação voltada para atender ao varejo, principalmente na captação de poupança – campo no qual é líder -, voltado a dar suporte ao financiamento imobiliário e à infra-estrutura urbana. Fatores Transacionais: O banco, apesar da liderança no segmento bancário brasileiro, não apresenta nenhum tipo de fator transacional através da Internet. Os serviços transacionais estão prometidos, no próprio site, para 1998 ou 1999 através de uso de plug in, mas até janeiro de 1999, não tinha sido disponibilizado. A opção que resta ao cliente é utilizar um serviço de Home Banking (software distribuído no próprio site) usando a rede telefônica comum. Fatores de Interatividade: O site tem bons recursos multimídia que permitem uma interatividade com o público, porém não é disponibilizado qualquer tipo de ferramenta para aproveitar esses recursos, como simulações de produtos ou de serviços chamados sociais, os quais ele presta de forma exclusiva. Existem ferramentas de busca que permitem ao visitante pesquisar por palavra-chave dentro do site. Porém, não há qualquer tipo de mapa, o que impede, por exemplo, ao visitante buscar diretamente o que deseja. A única possibilidade de interação comercial é o cadastramento para solicitação de cartão de crédito. Fatores que Possibilitam o Feedback : Os possíveis contatos do público são direcionados somente para o endereço eletrônico do banco, não havendo 73 possíveis prazos de resposta. O contato telefônico é sugerido aos visitantes que tenham alguma dúvida. Fatores Informativos: As informações oferecidas no site do banco são bastante ricas, no que diz respeito à própria empresa, aos apoios institucionais que o banco realiza e às descrições dos principais produtos, embora alguns deles não mostrem o valor das taxas e/ou possíveis rendimentos, não permitindo ao visitante uma possível decisão, apesar de apresentar uma tabela de preços dos seus serviços. São bastante detalhadas as informações sobre a localização de agências, terminais de auto-atendimento e até casas lotéricas que permitem transações on line nos seus terminais de aposta. Fatores do Marketing Mix: O site possui um sistema bem desenvolvido de promoção interna, fazendo divulgação permanente, através de banners1, de seus principais produtos, enquanto o visitante interage. Na descrição de alguns produtos, principalmente os relacionados a investimentos, existem tabelas comparativas com os rendimentos fornecidos pelo banco e os dos concorrentes. Em relação à promoção externa, nas pesquisas realizadas em outros sites, não foi detectado nenhum tipo de ferramenta promocional para busca de clientes. Os produtos são apenas citados, não sendo oferecidos através desse meio. Basicamente construído para orientar visitantes brasileiros sobre os produtos existentes nas agências, o site é usado mais como mais um meio de divulgação, além dos tradicionais, normalmente utilizados pelos bancos. Fatores Organizacionais: É possível verificar que, apesar da sofisticação no desenvolvimento de um novo site (em 1997 tinha um outro formato), no que se refere à navegação e aos recursos gráficos, o banco ainda não disponibiliza serviços transacionais pela Internet, nem permite que visitantes venham a se integrar à sua carteira de clientes. Basicamente, a Internet está 74 sendo usada como meio de divulgação de produtos, dos principais programas sociais e de notícias do próprio banco. Destacam-se os resultados de loterias, e o anúncio de leilões nacionais, promovidos pelo próprio banco. Provavelmente estes devem ser recursos, que pela sua atualização permanente, permitem o retorno dos visitantes. Não foi percebido qualquer posicionamento do banco para uma possível atuação multinacional. 5.2 Banco B O banco B é o banco com mais agências distribuídas no território nacional, tendo também rede de agências nas principais cidades do exterior. Sua atuação é voltada para atender o varejo, porém foca o segmento de classe média, atendendo principalmente o funcionalismo público. O seu capital é de origem nacional e o controle acionário é estatal. Atualmente tem um posicionamento bastante agressivo na captação de grandes clientes corporativos, abrindo agências apenas com o objetivo de concretizar negócios com empresas. Fatores Transacionais: As transações disponibilizadas pela Internet cobrem um amplo espectro de serviços dos quais não se podem apurar receitas, como: consulta de saldos, extratos e transferências de valores. Disponibilizam, também, aplicativos que agregam valor ao relacionamento Banco-Cliente. Estas transações permitem fazer investimentos, obter pequenos financiamentos de forma eletrônica. Destaca-se a possibilidade de fazer agendamentos de pagamentos futuros de contas ou de títulos, o que é facilitado, pela visualização de um extrato com os compromissos agendados. Fatores de Interatividade: A interação é restrita aos clientes. Portanto, não permite que o público em geral possa vir a conhecer detalhadamente 1 Banners são pequenos botões ou imagens contendo chamadas tentadoras, convidando os usuários a dar 75 produtos, preços, taxas de juros e resultados esperados. A interatividade para o cliente é bem ampla, pois permite não só realizar simulações dos produtos antes de adquiri-los, principalmente investimentos, como também efetura várias funções feitas normalmente nas agências. Fatores que Possibilitam o Feedback : O banco disponibiliza uma janela para que os usuários façam seus comentários. A presença deste recurso, porém, quase não é percebida, desmotivando clientes e visitantes a opinarem objetivamente sobre alguns assuntos. Fatores Informativos: O site não é aproveitado amplamente para oferecer informações abrangentes sobre a empresa, seus produtos e apoios institucionais. Seus produtos não são explicados com clareza, nem são precificados. A explicação sobre acessos extra-Internet, sobre produtos e sobre serviços encontrados nas agências é carente, não permitindo a um visitante verificar as opções que poderá encontrar no banco. Fatores do Marketing Mix: Não existe promoção interna de produtos no site do banco. A promoção externa também não é feita pois, segundo o representante do próprio banco, existem impedimentos legais, por se tratar de um banco estatal. O preço dos produtos e do acesso é idêntico ao praticado nas agências, mas isto não é explicitado no site. Fatores Organizacionais: O site foi desenvolvido claramente como alternativa ao serviço tradicional de Home Banking e ao auto-atendimento nas agências. Não foi possível verificar apelos informativos ou promocionais, para que novos clientes passassem a adotar esse banco. Da mesma forma, não há uma preocupação com a manutenção do cliente e do público em geral dentro do site, pois basicamente é um site transacional, construído para orientar somente os clientes. um clique para obter mais informações. 76 Dentro de uma perspectiva global, o banco disponibiliza as informações em inglês, porém de forma muita resumida. Sendo a principal agência financeira do Brasil no exterior, necessitaria de muito mais informações e de interatividade com o visitante estrangeiro. Um representante do banco informou que no futuro o site estará preparado para atender clientes do exterior, para que possam efetivar transações com o Brasil. Um dos fatores que poderá alterar o atual posicionamento do site, é a abertura de um cybermall para os próximos meses, que poderá integrar-se a um serviço diferencial existente - uma área especial para adolescentes. 5.3 Banco C O banco C é um banco com presença acentuada nos municípios do Estado de São Paulo. Tem agências nas principais cidades do país e conta com algumas agências no exterior. Sua atuação é voltada para o varejo, porém foca o segmento de classe média, atendendo principalmente ao funcionalismo público do Estado. O capital do banco é de origem nacional é o controle acionário é estatal. Sua atuação é bastante forte no atendimento de clientes empresariais, principalmente do interior do Estado de São Paulo. Fatores Transacionais: Os serviços disponibilizados pelo banco na Internet são básicos e não evitam que o cliente compareça à agência para efetuar pagamentos comuns e realizar investimentos. Apesar de criar um aplicativo semelhante ao existente no Home Banking tradicional, não tem velocidade e, portanto, não incentiva os clientes a trocarem o meio de acesso. Fatores de Interatividade: A interação é bastante limitada. Permite, porém, a clientes e visitantes em geral, simulações de financiamentos imobiliários e busca de publicações existentes na biblioteca do próprio banco. Além destes 77 dois serviços, somente é permitida a interação aos clientes na efetivação de transações. Fatores que Possibilitam o Feedback : O banco divulga em vários setores do site os seus endereços eletrônicos, para que o público entre em contato com ele, ou faça comentários. Isso, no entanto, acaba causando confusão, pois a diferença entre os endereços não é explicada, deixando a decisão por conta do visitante. Fatores Informativos: As informações existentes sobre a empresa não são muito claras, apesar do meio permitir divulgar, com profundidade, dados sobre o próprio banco. Existem também apoios institucionais divulgados mas pouco explicados podendo ser explorados de uma forma mais profunda e atrativa para os visitantes. Seus produtos também não são explicados com clareza, pois há apenas descrição generalizadas no site. Os serviços bancários são descritos de forma mais clara, informando as diferentes opções (pacotes) de serviços disponíveis aos clientes. Fatores do Marketing Mix: O site utiliza a promoção interna, com limitações, pois está restrita a dois produtos. Somente aparece na primeira página e não durante toda a navegação. O serviço de Internet Banking não é cobrado aos clientes. O site está desenhado principalmente para orientar clientes e permitir que façam suas transações por este meio. Não há apelos muito fortes para atrair novos clientes. Fatores Organizacionais: O site foi desenvolvido como meio alternativo ao serviço de atendimento na agência ou por telefone. Não concorre diretamente com o serviço tradicional de Home Banking, por não possuir o mesmo grupo de transações ou alguma transação diferenciada. 78 A distribuição de um software de gerenciamento financeiro pode ser vista como um dos primeiros passos para agregar valor ao relacionamento pela Internet, de forma que os clientes possam fazer o gerenciamento da sua vida financeira em casa, com dados fornecidos pelo banco. Existe uma preocupação global, pois coloca informações em vários idiomas, mas não permite ao visitante estrangeiro qualquer tipo de transação, apesar de o banco ter presença internacional. 5.4 Banco D O banco D, de capital nacional privado, tem uma forte presença nacional, atingindo a maioria das cidades do país. Também tem agências no exterior, porém em poucas cidades. Atua fortemente no setor de varejo, atendendo principalmente às classes mais populares e com boa penetração na classe média. Atualmente tem um posicionamento bastante agressivo na aquisição de bancos médios e pequenos, aumentando a base de clientes em segmentos em que normalmente não atuava com destaque. Fatores Transacionais: Os serviços disponibilizados pela Internet são amplos, permitindo aos clientes fazer todo tipo de transação básica. Transações de investimentos, de crédito de pequeno porte e algumas outras, como a consulta ao microfilme de cada cheque são oferecidas de forma exclusiva pela Internet. Fatores de Interatividade: A interação é ampla, tanto para clientes como para visitantes. Permite simulações de crédito imobiliário ou busca por palavras. O visitante pode usar uma série de recursos interativos, como por exemplo, uma ferramenta que o ajuda a determinar o CEP de qualquer rua do País, ou outra na qual pode deixar dados pessoais para que possa ser contatado por 79 um gerente do banco. Em todos as páginas do site, há um sistema de ajuda para esclarecer qualquer tópico da página consultada. Fatores que Possibilitam o Feedback : O banco incentiva o feedback pois todas as páginas possuem uma conexão com o endereço eletrônico do banco. Esse incentivo se dá através de frases (com uma conexão por detrás) colocadas em vários lugares do site permitindo a abertura de um canal de comunicação. Fatores Informativos: As informações oferecidas no site referentes à empresa, sua história, objetivos e demonstrativos contábeis não são muito abrangentes, nem tentam atrair a atenção de visitantes e clientes. O trabalho social da empresa quase não é abordado. Informações sobre produtos são bem detalhadas e fáceis de entender, permitindo em alguns casos até exemplificações dos produtos oferecidos. Da mesa forma, os serviços bancários são explicados detalhando os preços cobrados e são apresentadas as possibilidades de diferentes conjuntos de serviços. Fatores do Marketing Mix: A promoção interna de produtos é bem ampla e utilizada com recursos multimídia dinâmicos em todas as páginas do site. No que diz respeito à promoção externa, o banco D é um dos mais agressivos em propaganda na própria Internet, através do uso extensivo de banners em sites de jornais, de empresas de telefonia, de análises econômicas, etc. O cliente pode, através da Internet, ter uma redução nas despesas bancárias pois o banco não cobra taxas para a maioria dos serviços oferecidos. O site além de orientar aos clientes nas transações e na compra de novos produtos, permite também que visitantes possam abrir contas e, portanto, iniciar relacionamentos. O site permite conexões com outras empresas do grupo, e até com bancos associados. No entanto, não existe um posicionamento internacional. 80 Fatores Organizacionais: O site é uma agência virtual propriamente dita, pois permite a maioria das operações que normalmente são feitas na agência bancária e até facilitam outras difíceis de serem resolvidas fazer nas agências físicas. O site facilita ao cliente a escolha da forma de acesso para fazer suas transações: através da própria Web ou pelo uso de um plug in, deixando que o cliente escolha a forma de conexão que lhe pareça mais segura. Permite também a interatividade de clientes com deficiência visual, através de um aplicativo especial. Facilitando a captura desse nicho de mercado ainda não atendido por outro banco. Dentro dessa política de liberdade de opções, permite ao cliente a escolha do software de gerenciamento de finanças pessoais, e possibilita a conexão com todos eles. O banco D possui o maior Cybermall existente no Brasil o que, sem dúvida, facilita a captura de novos clientes e do fluxo de visitantes ao shopping. Apesar de desenvolver o site em dois outros idiomas, não incentiva a visita de estrangeiros, pois não tem apelos comerciais voltados para o exterior. 5.5 Banco E O banco E, semelhante ao Banco D, tem uma presença muito forte em todos os Estados brasileiros, além de estar presente na Argentina e em Portugal. O controle acionário é privado e nacional. A sua atuação é voltada para a classe média, principalmente nas capitais e nas grandes cidades do país. Atualmente tem um posicionamento bastante agressivo na compra de bancos regionais, para aumentar sua presença em cidades menores de Estados estratégicos. Atende fortemente principalmente para grandes empresas. o setor corporativo, voltado, 81 Fatores Transacionais: O banco disponibiliza uma ampla gama de serviços pela Internet, apesar de não oferecer outros produtos financeiros como seguros, crédito e ações para compra on line ao cliente. O site permite ao cliente fazer todas as principais operações através da Web, precisando somente ir à agência só para operações mais complexas. Aos visitantes, abre uma demonstração de todas as transações possíveis, mostrando todas as telas que os clientes tem acesso. Fatores de Interatividade: A interação é ampla para clientes e visitantes. Permite, além do acesso a uma série de serviços, simulações de seguros, criação de um perfil de investidor ou busca por palavras-chave. Quando o cliente é identificado, existe uma personalização nas mensagens, fazendo com que o banco tenha um canal direto com o seu cliente, transmitindo mensagens que vão sendo armazenadas nos computadores do banco. Fatores que Possibilitam o Feedback : Um dos pontos negativos do site é a falta de uma canal de comunicação entre o cliente (ou o visitante) e o banco. O cliente, se tentar enviar algum feedback, não encontrará nenhuma indicação, além dos endereços das agências e de telefones de contato, dificultando ao máximo o surgimento de feedbacks dos clientes. Fatores Informativos: Existe uma preocupação muito forte no que diz respeito à disponibilização de informações de produtos e serviços, com detalhamento de tabelas de preços nas explicações. Os meios de comunicação alternativos e as agências estão entre as informações bem detalhadas. Em compensação, as informações corporativas estão resumidas, porém permitem entender bem a empresa e as suas coligadas. Pode-se destacar um segmento com as últimas notícias do banco e da economia em geral, transcritas de diversos jornais, que podem servir como parâmetro para visitantes e clientes, na tomada de decisões financeiras. 82 Entre os diferenciais encontrados no site do banco, está a divulgação de venda de imóveis de propriedade do banco. Fatores do Marketing Mix: A promoção interna de produtos no site é restrita a algumas páginas. Externamente, dentro do ambiente da Internet é possível localizar propagandas em sites de jornais, que pelo recurso de banners permite a captura de visitantes. O serviço de Internet Banking tem um custo menor que as transações efetuadas na agência, pois já está incluído no “pacote” de serviços oferecidos. Existe um posicionamento internacional, mesmo que incipiente, pois além da tradução do site para outros idiomas, permite-se a conexão com empresas coligadas do exterior. Fatores Organizacionais: O site do banco é uma agência virtual propriamente dita. Todas as funções tradicionais podem ser feitas através deste meio. O serviço foi construído como alternativa ao serviço de atendimento por Call Center, que é bem sofisticado, e ao próprio serviço na agência bancária. As funções existentes são semelhantes às existentes no serviço tradicional de Home Banking. É distribuído aos correntistas , através do site, softwares de gerenciamento de finanças pessoais, para que possam retirar dados da Internet e realizar o seu planejamento em casa. 5.6 Banco F O banco F atua em todo o território nacional, porém com maior concentração na região sudeste do país. Nos últimos anos teve um crescimento expressivo, pois incorporou um grande banco com sede no Rio de Janeiro. Tem uma atuação voltada para atender ao varejo, porém focando os segmentos de 83 classe média e classe média alta, desejosos de evitar os grandes bancos e receber um atendimento um pouco mais customizado. Fatores Transacionais: O banco disponibiliza uma gama ampla de transações. Para isso, os clientes precisam instalar um plug in que, segundo informações no próprio site, pode demorar mais de dez minutos, portanto, dificultando o seu acesso em qualquer lugar do país e do mundo. Fatores de Interatividade: A interação é ampla para clientes e visitantes. Permite, além do acesso a uma série de serviços, simulações de seguros e de investimentos. Permite também a compra de cartão de crédito adequado ao perfil do comprador. Oferece um mapa detalhado com informações e os recursos existentes no site, para que visitantes e clientes possam encontrálas mais facilmente. Fatores que Possibilitam o Feedback : Um dos pontos altos do site é a disponibilização de um canal de comunicação entre o cliente (ou o visitante) e o banco. Existe até um incentivo para que o navegador deixe a sua impressão (com críticas) sobre o site e sobre os serviços oferecidos. Fatores Informativos: Os produtos e serviços são explicados detalhadamente, assim como os meios de comunicação existentes (telefone, fax, Home Banking) e informações sobre a rede de agências. Apesar de todas as informações existentes, não são descritos os diferenciais de seus produtos, principalmente no que se refere às taxas e tarifas. Fatores do Marketing Mix: A promoção interna de produtos é ampla e se repete em várias páginas do site. Externamente, dentro do ambiente da Internet, é possível localizar poucas propagandas. O site além de orientar os clientes a comprar novos produtos, permite que visitantes possam abrir contas e, portanto, iniciar um relacionamento. Permite 84 também que exista um fluxo de passagem de dentro do site para outros, pois disponibiliza uma série de conexões com sites culturais, ecológicos etc. Fatores Organizacionais: O site permite realizar transações, porém com a dificuldade do uso do plug in, dificulta o acesso ao cliente, pela falta de flexibilidade. Em compensação, oferece uma excelente interatividade que permite obter muitas informações do banco sobre seus produtos e serviços. Também possibilita, no próprio site, que seus correntistas adquiram softwares de gerenciamento de finanças pessoais, para que possam retirar os dados da Internet e realizar o seu planejamento num computador doméstico. É possível verificar preocupação com um posicionamento comercial, pois patrocina um Cybermall, para que possam ser oferecidos novos serviços a seus correntistas. 5.7 Banco G O banco G tem atuação muito forte na região sudeste do país. Atualmente foi incorporado a um grande banco europeu que já atuava no país. Seu mercado alvo é a classe média alta. Oferece serviços comuns, mas sempre tentando se destacar em facilidades oferecidas aos clientes. Tem uma atuação bastante forte dentro do segmento empresarial, principalmente em Minas Gerais e é um dos bancos pioneiros a abrir agências no exterior. Fatores Transacionais: O banco disponibiliza o acesso às transações. Para isso, é preciso instalar um plug in que dificulta o acesso em qualquer lugar do país e do mundo. Apesar desta dificuldade, os serviços oferecidos aos clientes são bastante amplos, permitindo-lhes afastar-se da agência física. 85 Fatores de Interatividade: A interação é ampla para clientes e visitantes. Permite, além do acesso a uma série de serviços, simulações de seguros e de investimentos. Oferece serviços de busca por palavra-chave e de descrição dos assuntos relacionados nas páginas. Permite, também, o acesso a sites de empresas do grupo nos quais se pode configurar um acesso a um site de música, para se ouvir durante a navegação. Fatores que Possibilitam o Feedback : O banco não somente disponibiliza, como solicita permanentemente ao cliente e ao visitante uma critica ao próprio site, na figura do ombudsman virtual. Fatores Informativos: Os produtos e serviços são explicados detalhadamente, assim como os meios de comunicação existentes (telefone, Home Banking) Apesar dessa explicação, não são descritos os diferenciais, em relação a preços e taxas. O banco disponibiliza pouca informação sobre si mesmo: estrutura, missão, demonstrações contábeis, mas abre um canal para informação de oportunidades de emprego. Fatores do Marketing Mix: A promoção interna de produtos é ampla e se repete em várias páginas do site. Externamente, dentro do ambiente da Interne, não foi possível verificar qualquer tipo de promoção do serviço. O site além de orientar os clientes a compra de novos produtos nas agências, permite aos visitantes abrir contas e, portanto, iniciar um relacionamento. Permite também, fluxo de passagem por dentro do site para outros do grupo empresarial. Patrocina um Cybermall on line, de forma a atrair não somente clientes como visitantes, para que tenham interesse em se tornar clientes do banco. 86 Fatores Organizacionais: O site permite realizar transações com a dificuldade inerente ao uso do plug in, mas oferece uma excelente interatividade que facilita o acesso a informações do banco, seus produtos e serviços. É possível verificar que são oferecidos serviços pré-formatados para uma série de segmentos do mercado, fazendo com que os clientes possam ter uma resposta maior às suas expectativas. O banco tem uma estratégia comercial mais agressiva dentro da Internet. Aproveita o patrocínio de um Cybermall para gerar novos negócios, não somente como meio alternativo, disponibilizado ao cliente para realizar apenas transações. 5.8 Banco H O banco H é um banco de capital nacional com poucas agências, concentradas em sua maioria em São Paulo e noRio de Janeiro. Tem uma presença forte no mercado empresarial e nas classes altas da sociedade. Atua fortemente na captação de recursos para investimentos e, a partir das suas agências no exterior, realiza muitas operações nos principais mercados mundiais. Fatores Transacionais: O banco permite algumas transações na Web, porém sem muita abrangência, pois basicamente permite consultas a posições e movimentações entre contas do mesmo banco. Uma vantagem verificada é permitir aos não clientes fazer aplicações financeiras, sem necessidade de abrir preliminarmente uma conta bancária, através de termo de aceitação de condições. Fatores de Interatividade: A interação é bem restrita, tanto para clientes como para visitantes, limitando-se a ser informativa. As poucas interações existentes são o envio de formulários de abertura de contas e para solicitação de visita de um gerente. 87 Fatores que possibilitam o Feedback : O banco somente disponibiliza uma janela, para que visitantes e clientes deixem suas impressões em várias páginas do site. Fatores Informativos: Alguns dos produtos e serviços são explicados sem muitos detalhes, conceituando-os apenas, não permitindo comparação com os já existentes no mercado. O banco disponibiliza bastante informação corporativa, das empresas coligadas ou de empresas em que o banco tenha participação acionária, permitindo em alguns casos, conexão com empresas do mesmo grupo. Da mesma forma, explica e informa a localização das agências do banco em todo o país, para que o visitante ou o cliente procure um atendimento. Fatores do Marketing Mix: A promoção interna de produtos é restrita à primeira páginas do site. Externamente, dentro do ambiente da Internet, não foi possível verificar qualquer tipo de promoção do serviço. O grande diferencial do site é a permissão para que visitantes interessados em produtos financeiros possam fazer seus investimentos, sem ter necessidade de abrir uma conta, facilitando a captura de novos clientes. Fatores Organizacionais: Apesar do site não ter muita funcionalidade no que se refere a transações, é possível verificar que está bem direcionado para o atendimento do público-alvo do banco, informando detalhes sobre investimentos e sobre produtos para pessoas jurídicas, deixando de realizar as operações de pagamentos e de transferência de contas. Apesar do seu posicionamento, não foi percebido comportamento internacional do banco. 5.9 Banco I O banco I é um banco com forte atuação na região sudeste, principalmente no Estado de São Paulo. Há pouco mais de uma ano foi adquirido 88 pelo banco D, de capital nacional, porém se mantém independente. Tem atuação voltada para classe média, sempre oferecendo serviços diferenciados. Atualmente tem um posicionamento bastante agressivo na captação de clientes corporativos, como braço auxiliar do banco D, tentando facilitar a busca de nichos específicos desse mercado. Fatores Transacionais: O banco possui soluções simples, que permitem realizar a maioria das transações rotineiras. O visitante, porém, não consegue saber quais serão as transações que ele poderá vir a fazer ao tornar-se cliente do banco I. Fatores de Interatividade: A interação não é muito avançada, apresentando simuladores de investimentos como ferramenta mais avançada, não permitindo aos não clientes obter informações sobre as facilidades do sistema de Internet Banking disponibilizado. Há um serviço de busca por palavra-chave, permitindo aos visitantes levantar lugares específicos do site. Fatores que Possibilitam o Feedback : O banco disponibiliza uma janela, para que visitantes e clientes deixem suas impressões em várias páginas do site, chamada de “Fale com o Banco I”. Fatores Informativos: Existe uma preocupação de informar os conceitos básicos dos produtos, sem entrar em muitos detalhes. O banco disponibiliza pouca informação corporativa, mas apresenta as empresas coligadas ou onde o banco tem participação acionária, permitindo até conexão com empresas do mesmo grupo. Da mesma forma, explica e localiza agências do banco em todo o país, para que o visitante ou o cliente procure um atendimento. Fatores do Marketing Mix: A promoção de vários produtos se dá em todas as páginas, e permite a promoção externa através do site das coligadas. 89 Permite aos visitantes preencher um formulário para abertura de contas, informando claramente os preços dos serviços oferecidos. Fatores Organizacionais: Apesar do site ter muitas funções transacionais disponíveis, é possível verificar que está bem direcionado para o atendimento aos clientes. Os visitantes, porém, não conseguem saber exatamente toda a funcionalidade que o banco lhes oferece. A única informação disponibilizada para visitantes, que dará suporte a uma decisão de abertura de conta, é a exposição das tarifas, explicitando o custo menor de transações efetivadas pela Internet. 5.10 Banco J O banco J tem uma atuação regionalizada, atendendo apenas ao Estado de São Paulo. É um dos agentes financeiros do Governo do Estado, voltado principalmente para o segmento de funcionários públicos, tanto do interior como da capital do Estado, habitantes de pequenas e médias cidades e, dentro do segmento corporativo, pequenas e médias empresas do interior de São Paulo. Fatores Transacionais: O banco permite poucas transações, basicamente de consulta de posições de contas corrente e de poupança (saldo e extrato) Fatores de Interatividade: A interação não é muito avançada, apresenta apenas na consulta a posições de contas e na abertura de contas corrente. Fatores que Possibilitam o Feedback : O banco somente disponibiliza uma janela, para que visitantes e clientes deixem suas impressões. Fatores Informativos: Existe uma preocupação de informar conceitos básicos dos produtos do banco sem entrar em detalhes. As informações corporativas são bastante detalhadas: objetivo do banco, sua missão e serviços que 90 presta para o Governo do Estado. Neste item, explica detalhadamente programas habitacionais do Governo. Fatores do Marketing Mix: Não existe promoção interna de produtos, de serviços ou do próprio site do banco. Permite, contudo, que os visitantes tenham acesso a informações do banco, como concorrências, loterias e programas habitacionais, além da conexão com site de análise econômica, criando desta maneira um fluxo constante de visitantes atrás de novidades. Fatores Organizacionais: O site é bastante limitado no que se refere ao processo transacional, porém percebe-se um processo de crescimento. Em relação à divulgação de produtos, as informações existentes são apenas ilustrativas, não permitindo uma análise mais profunda por parte do visitante. Estes são atraídos pelo conjunto de informações do Governo do Estado, divulgados somente por este banco. 5.11 Banco K O banco K tem uma atuação mais forte nas regiões sul e sudeste do país, sendo os Estados de Santa Catarina e Paraná os mercados mais explorados. Seu controle acionário pertence a um grande grupo europeu que possui uma rede muito extensa de bancos em todo o mundo. Voltado para atender a classe média, sempre teve como diferencial, a sua boa cobertura regional, facilitando os negócios das pessoas e empresas nesses Estados. Atualmente tem posicionamento mais aberto, tentando ganhar segmentos de mercado, tanto da classe média como de médias empresas no sudeste do país. Fatores Transacionais: O banco disponibiliza o acesso às transações. Para isso, é preciso instalar um plug in, o que dificulta o acesso em qualquer lugar do 91 país e do mundo, pois o tempo prometido é de 16 minutos para sua instalação. Apesar desta dificuldade, os serviços oferecidos para os clientes são bastante amplos, permitindo ao cliente afastar-se da agência física. Fatores de Interatividade: Não existe quase interatividade fora do processo transacional, sendo utilizado somente um serviço chamado Gerente On line, no qual o visitante ou o cliente se cadastra, para que depois um funcionário entre em contato com ele. Fatores que Possibilitam o Feedback : O banco disponibiliza janelas, em alguns pontos do site, para que visitantes e clientes deixem suas impressões. Fatores Informativos: Os produtos e serviços e as vantagens que os visitantes poderiam ter, são explicados sem detalhes. Informação institucional existe, mas também é limitada. Entre as informações úteis ao visitante, está a relação das agências existentes. Fatores do Marketing Mix: Existe promoção interna de produtos em todas as páginas do site . Os serviços, assim como os produtos, também são explicados sem muitos detalhes, porém são informados os valores das tarifas bancárias. Fatores Organizacionais: O site tem muito poucas informações para clientes e visitantes. O cliente provavelmente usa o site só para fazer transações, pois o site não conseguiria ajudá-lo a obter qualquer outro tipo de informação. Este site se caracteriza por não permitir em nenhum momento o download do software de Home Banking, desperdiçando um das vantagens claras da Internet. 92 5.12 Banco L O banco L tem uma atuação regional, sendo o seu principal mercado o Rio Grande do Sul. Contudo possui agências nas principais cidades do país, e em algumas cidades do exterior. É o agente financeiro do Governo do Estado, atendendo aos funcionários públicos e basicamente à classe média dos municípios do Estado. Fatores Transacionais: Permite, através da própria página, a efetivação de transações básicas sem muita sofisticação, porém com grande efetividade no que se refere à substituição dos processos que não agregam receita à instituição bancária, como: consultas, transferências e pagamentos básicos. Fatores de Interatividade: Não existe quase interatividade além do processo transacional. Fatores que Possibilitam o Feedback : Permite aos clientes e visitantes, através de uma janela, fazer seus comentários, numa seção chamada de ouvidoria. Fatores Informativos: O site tem poucas informações sobre produtos, descrevendo apenas alguns destes. A informação corporativa também é bastante simplificada. Apresenta informação turística de todas as cidades do Estado do Rio Grande do Sul, para atrair visitantes à página. Fatores do Marketing Mix: Aproveita a propaganda de seus parceiros para fazer promoção do próprio site, através de um processo de reciprocidade. A questão de custo está clara para o cliente, pois é informado que transações feitas por este meio não são cobradas. 93 Fatores Organizacionais: O site do primeiro banco regional a ter uma presença transacional na Internet, é bastante simples, mas não oferece grandes informações para clientes e visitantes em geral. 5.13 Banco M O banco M foi recentemente adquirido por um grande grupo financeiro europeu. Tem agências distribuídas em grande parte do território nacional. No entanto é caracterizado pela sua atuação forte no nordeste, principalmente na Bahia. Sua atuação não está bem definida, pois, nos últimos anos, tem tentado conquistar mercados, principalmente no sudeste do país, porém sem um foco específico. No nordeste, atende à classe média, mediante a oferta de serviços diferenciados e ao segmento empresarial daquela região. Fatores Transacionais: Nenhum tipo de transação é oferecida através da Internet. Fatores de Interatividade: Não existe nenhum tipo de interatividade. Fatores que possibilitam o Feedback : Permite que clientes e visitantes enviem mensagens para o correio eletrônico, disponibilizado no site do banco. Fatores Informativos: O site não tem informações sobre produtos. Somente descreve a empresa e a localização das agências, além do número de telefone para atendimento centralizado onde o visitante poderá fazer contato. Fatores do Marketing Mix: Não existem fatores relativos a produtos e serviços que permitam realizar esta análise. 94 Fatores Organizacionais: O banco não deu funcionalidade à sua página, mantendo-a, portanto, como forma de presença simplificada da instituição na Internet. 5.14 Banco N O banco N tem uma atuação nacional, porém com poucas agências distribuídas nas principais cidades do país, destacando-se São Paulo e Rio de Janeiro. Voltado para atender a classe média alta, oferece serviços diferenciados para os seus clientes, de forma que estes se sintam com atendimento customizado. Fatores Transacionais: Nenhum tipo de transação é oferecida através da Internet. Fatores de Interatividade: Não existe nenhum tipo de interatividade. Fatores que Possibilitam o Feedback : Permite que clientes e visitantes enviem mensagens, através de janela existente no site do banco. Fatores Informativos: Basicamente existe informação institucional e de localização das agências. Os produtos são apenas nomeados, sem descrever características, vantagens e preços. Fatores do Marketing Mix: Permite apenas a abertura de contas, pela postagem de formulário. Existem algumas conexões com sites de informação econômica, facilitando a atração de visitantes, apesar de o banco não ter informação própria para oferecer. 95 Fatores Organizacionais: O banco tem presença na Internet, porém não utiliza os recursos disponíveis, nem para oferecer informação completa a seus clientes ou visitantes, nem para oferecer serviços básicos. 5.15 Banco O O banco O tem atuação regional, atendendo de forma extensiva o região sul e mantendo presença em algumas cidades do sudeste e centroeste. Atende basicamente à classe média alta da região sul, sem presença muito forte no segmento corporativo. No último ano, foi adquirido por um banco de investimento sediado no Rio de Janeiro, que pretende ter uma atuação maior no mercado de bancos de varejo, Fatores Transacionais: Nenhum tipo de transação é oferecida através da Internet. Fatores de Interatividade: Não existe nenhum tipo de interatividade. Fatores que possibilitam o Feedback : Permite que clientes e visitantes enviem mensagens, através de janela existente no site do banco. Fatores Informativos: Existe informação institucional, mostrando a história do banco e a localização das agências. Produtos e serviços são apenas nomeados, poucos são descritos com alguma profundidade. Fatores do Marketing Mix: Permite apenas abrir contas, pela postagem de formulário através da Internet. Fatores Organizacionais: O banco possui uma página com alguns recursos gráficos diferenciados, porém sem grande utilidade para clientes e visitantes, pela falta de recursos de informação e de interação. 96 5.16 Banco P O banco P é filial de um grande grupo financeiro americano. Tem presença forte nas grandes capitais do país. Sua atuação é voltada para os segmentos: classe média alta e classe alta, com presença muito forte, dentro do mercado corporativo, destacando-se os segmentos de grandes e médias empresas. Atualmente, tem atuado fortemente na abertura de novas agências e na atração de novos clientes. Fatores Transacionais: O banco possui soluções simples, que permitem realizar a maioria das transações rotineiras e as relativas a investimentos. Contudo, o cliente deve instalar um software do tipo plug in para que conseguir realizar transações. Fatores de Interatividade: O site é bastante interativo, permitindo desde diversos tipos de simulações, buscas por índices de bolsas mundiais e é claro, a efetivação das transações. Há um serviço de busca por palavra-chave, permitindo aos visitantes procurar lugares específicos do site. Fatores que Possibilitam o Feedback : Não há tipo algum de contato ao cliente, através da Internet. Fatores Informativos: Existe uma preocupação de informar detalhes de todos os produtos, permitindo até comparações de rentabilidade. O banco disponibiliza pouca informação corporativa. Fatores do Marketing Mix: Não há promoção interna nem externa ao site. Distribui, além do seu próprio software de transações, software de 97 gerenciamento financeiro, para facilitar o planejamento financeiro de seus clientes. Fatores Organizacionais: O site é orientado para clientes do banco, para que estes possam fazer investimentos, preferencialmente. Existe um posicionamento do banco dentro de um aspecto global, pois permite aos clientes navegar para outros sites do banco, em outros países. 5.17 Banco Q O banco Q foi formado pela aquisição de dois bancos médios de capital nacional por um grande grupo europeu há um ano. Atua nas principais cidades do Estado de São Paulo, de Mato Grosso do Sul e do Rio de Janeiro. Voltado historicamente para atender segmentos mais conservadores da classe média alta e de médias empresas dos setor comercial de São Paulo, começa a trabalhar com segmentos mais populares. Fatores Transacionais: Nenhum tipo de transação é oferecido através da Internet. Fatores de Interatividade: O site é bastante interativo, apesar de não ter simulações nem acesso as transações. Fatores que Possibilitam o Feedback : Permite que clientes e visitantes enviem sugestões através de janela existente no site do banco. Fatores Informativos: São oferecidas informações corporativas e descrição dos serviços em agência e através do Home Banking tradicional. Alguns produtos são descritos até com tabelas comparativas, em relação a benefícios dos outros bancos. 98 Fatores do Marketing Mix: Diversos produtos são promovidos dentro do site, através de recursos multimídia, porém sem nenhum tipo de promoção em site externo . Fatores Organizacionais: O banco oferece basicamente informações sobre os seus principais produtos e serviços. Apesar de apresentar boas idéias de multimídia, não tem um conteúdo que estimule o visitante a retornar . 5.18 Banco R O banco R pertence a um grupo financeiro, baseado nos Estados Unidos. Sua presença é bem antiga no país, assim como nos principais países da América do Sul, atendendo ao segmento de grandes empresas e, conseqüentemente a seus dirigentes. Não há um número grande de agências. Atualmente, o banco tem uma estratégia bem agressiva, no que se refere à abertura de agências e à captação de novos clientes, principalmente nas classes média, média alta e alta, oferecendo serviços exclusivos e atendimento diferenciado. Fatores Transacionais: O banco possui soluções simples, que permitem realizar a maioria das transações rotineiras e as relativas a investimentos. Fatores de Interatividade: O site é bastante interativo permitindo, todos os tipos de simulações. Há um serviço de busca por palavra-chave, permitindo aos visitantes levantar lugares específicos do site. Fatores que possibilitam o Feedback : O banco disponibiliza endereço eletrônico para comunicação com o cliente, que recebe a resposta poucos minutos após o envio de sua mensagem. 99 Fatores Informativos: Existe uma preocupação por informar detalhes de todos os produtos. Da mesma forma, o banco disponibiliza bastante informação corporativa, assim como a localização de agências, e até ofertas de emprego e estágios para estudantes. Fatores do Marketing Mix: Em todas as páginas do site existem promoções de produtos e/ou de serviços. Externamente há uma forte divulgação do site para clientes e não-cliente, através da mídia impressa. O banco permite também que o visitante conheça o serviço mediante uma simulação e uma transação completa. Entre os diferenciais existentes, está a distribuição automatizada de carta de crédito para financiamento imobiliário, através da Internet. Fatores Organizacionais: O site é orientado para clientes e não clientes para que possam realizar todo tipo de transação fora da agência. Há uma preocupação permanente em desenvolver soluções de promoção, tanto interna como externa ao site. O cliente tem a vantagem de não ter custos para transações realizadas através da Internet. 100 6. INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DOS CASOS Neste capítulo, serão analisados os dezoito casos descritos, sob a ótica dos conceitos vistos na revisão da literatura, com o intuito de analisar os modelos de desenvolvimento de estratégias dos bancos estudados, tendo em vista o apresentado no Capítulo 3, Modelos Teóricos, e tentar obter respostas às perguntas da pesquisa. De forma acessória serão analisados aspectos relevantes nos casos pesquisados referentes ao tema. Nessa análise serão consideradas todas as funções encontradas nos bancos pesquisados, visando responder às perguntas da pesquisa. 6.1 Levantamento de Fatores 6.1.1 Fatores Transacionais 6.1.1.1 Resumo dos Dados Coletados Dentre os dezoito casos levantados, pode ser verificado que 72% destes permitem aos seus clientes algum tipo de transação básica, substituindo aquelas que poderiam ser feitas na agência ou através de outros meios colocados à disposição dos clientes pelos bancos. As transações disponibilizadas que foram analisadas permitem, dentro de um nível de sofisticação básica, a consulta simples a posições das conta dos clientes( saldos e extratos de contas corrente e de poupanças). Um segundo nível de atendimento verificado, é aquele no qual os bancos permitem transações um pouco mais sofisticadas, como por exemplo, a possibilidade de fazer transferências entre contas correntes (ou para poupanças) e, ainda, transações entre diferentes bancos (DOC). Neste nível, foram vistas também transações que permitem ao cliente fazer aplicações em produtos voltados para investimentos, oferecidos comumente pelos bancos. 101 Um terceiro nível transacional foi visto em poucos bancos (39%). Além das transações da própria conta corrente, de poupança e de investimentos, é possível realizar uma grande gama de pagamentos de contas (públicas e privadas), de títulos do próprio banco e até de outras instituições. Entre os serviços diferenciados, estão o de solicitação de talão de cheques, bloqueio e consulta de cheques bloqueados, e solicitação de courrier, para entrega de documentos ou de dinheiro. Outro serviço que aproveita a interatividade da Internet é o agendamento de compromissos, de forma que o cliente não precise entrar na agência virtual todos os dias. Simplesmente, deve ser feito o cadastramento de compromissos futuros. Mais um serviço levantado é a obtenção de linhas de crédito de pequeno porte de forma automatizada, permitindo a liberação de cartas de crédito imobiliário, em alguns casos. Das empresas verificadas, foi visto que aproximadamente 29% daquelas que oferecem o serviço transacional, fazem-no através do uso de plug in e somente uma das pesquisadas permite ao cliente a escolha do modo de acesso (Web ou Plug in). 6.1.1.2 Análise dos Dados Coletados As transações oferecidas pelos bancos brasileiros através da Internet estão baseadas naquelas que já existem comumente nos serviços disponibilizados pelas instituições para o auto-atendimento (FALCÃO, 1993 ), e principalmente nos sistemas desenvolvidos para que o cliente faça as operações bancárias em casa ou no escritório (Home Banking e Office Banking). 102 Observando o conjunto básico de transações oferecido pelo grupo de bancos analisados na Internet, é possível verificar que foram priorizadas aquelas que podem retirar um grande volume de pessoas das filas dos caixas, e até das máquinas de auto-atendimento. A disponibilização das transações segue a linha de evitar gastos do banco com serviços que não trazem receita, ou aqueles que agregam pouco à rentabilidade do cliente, no relacionamento comercial com o banco. Um dos pontos verificados é que a disponibilização de operações pela Internet não segue, na maioria dos casos, o pioneirismo brasileiro destacado por FALCÃO (1993), pois uma parte significativa dos grandes bancos não oferece qualquer tipo de serviço. Naqueles que disponibilizam transações, o espectro oferecido não é muito amplo, fazendo com que o cliente tenha que freqüentar as agências para completar operações. DIB & BELLOTO (1997) explicam que a modesta participação do banco remoto dentro do cômputo geral do mercado bancário brasileiro é limitada pela falta de soluções que permitem aos clientes realizar suas transações. A segurança parece ser uma das principais questões que levam ao oferecimento de sistemas através de plug ins (29% dos casos), apesar de soluções através de criptografia serem bastante divulgadas. A impressão é que os bancos são extremamente cuidadosos neste meio. É importante verificar que poucos bancos (29%) vão mais longe do que o tradicional em relação às transações oferecidas. O meio permite a oferta de soluções adicionais, que poucos bancos se atrevem a desenvolver. Por exemplo, a oferta de produtos financeiros (além dos tradicionais de investimentos) poderia ser feita com maior audácia através da Internet (como seguros, financiamentos, ações e previdência privada). 103 6.1.2 Fatores de Interatividade 6.1.2.1 Resumo dos Dados Coletados Entre os casos levantados, pode ser verificado que existem dois tipos de interatividade apresentadas: a interatividade com clientes e a interatividade com visitantes em geral. Aproximadamente metade dos bancos pesquisados oferece serviços interativos que permitem simulações de operações, principalmente relativas à carteira de investimentos. Somente dois bancos permitem simulações de operações de crédito e outros dois permitem simulações de seguros. Entre as simulações encontradas, foi possível verificar que dois bancos tiveram a preocupação de simular o processo transacional, para que o visitante pudesse conhecer o serviço antes de efetivar uma adesão ao banco. Contudo, o tipo mais comum de interação oferecida, encontrada na pesquisa, é a que permite aos visitantes fazer busca de informações no site por palavra (64%). Outro tipo de interação bastante encontrada é a que permite a solicitação de abertura de contas ou ainda de cartões de crédito (64%). Foi verificado que não existe uma interação customizada em todo o site. Apenas nas operações transacionais, o cliente é identificado. 6.1.2.2 Análise dos Dados Coletados Poucos bancos têm levado em conta a multidirecionalidade que a Internet proporciona, como meio de comunicação. Por isso dois dos três 104 aspectos levantados por FORCHT & WEX (1996), a interatividade e a navegação, não têm sido levados em conta na construções dos sites dos bancos. A pouca interatividade nos sites dos bancos, provavelmente resulte de um desenvolvimento que pouco explora os princípios e facilidades tecnológicas oferecidas pelo meio. Analisando-se os resultados sob a ótica da Matriz de Informação/Interação (Figura 4) proposta por CRONIN (1994), os sites dos bancos se enquadrariam nos quadrantes à esquerda onde a interatividade é baixa, correspondendo a material impresso, com a sofisticação proporcionada pela informática. SRAEEL(1996) diz que os bancos crescerão combinando tecnologia com os dados dos clientes fornecidos pela interatividade. Mas, isto não é explorado pela maioria deles. Basicamente, os bancos acreditam que a interatividade se resume a muitas páginas interconectadas e não percebem que, a partir da comunicação bidirecional, podem ser obtidas características dos clientes, e até dos visitantes, de forma a possibilitar o oferecimento mais efetivo de novos negócios. 6.1.3 Fatores que Possibilitam o Feedback 6.1.3.1 Resumo dos Dados Coletados Na maioria do sites analisados, o processo de feedback não é muito utilizado. 105 As ferramentas mais comuns são o oferecimento do endereço eletrônico do correio ou a abertura de janelas, para que a pessoa deixe seus comentários, opiniões ou reclamações. Apesar da existência deste tipo de ferramenta, quando disponibilizada, não é feita com destaque na grande maioria dos sites. Alguns dos sites visitados divulgavam dois endereços diferentes para permitir o acesso a clientes, o que em vez de facilitar pode deixar o público em dúvida, pois não saberá para qual endereço deverá destinar as mensagens. Alguns dos sites apresentam algum destaque para este serviço, criando um nome do tipo” Fale conosco” ou “Fale com o Banco X”. 6.1.3.2 Análise dos Dados Coletados O processo de feedback tem uma inter-relação com o processo informativo e interativo, segundo FORCHT & WEX (1996). A interação poderia avançar ao mesmo tempo em que processos automáticos de captura de feedback fossem desenvolvidos, isto é, poderia verificar o tipo de comportamento do visitante e do cliente dentro do site (produtos por que demonstra interesse, tempo de permanência por página, número de vezes que o visitante retorna ao site etc) . A participação dos visitantes e clientes é solicitada somente em alguns sites dos bancos. O processo que poderia ser interativo, não o é, dificultando a captação de informações do publico. 6.1.4 Fatores Informativos 6.1.4.1 Resumo dos Dados Coletados 106 A divulgação de informações talvez seja a principal função adotada pelos diferentes sites dos bancos, pois todos, sem exceção, têm essa preocupação como diretriz principal. Os tipos de informação são bastante comuns nos diferentes sites, e podem ser classificadas da seguinte forma: Informações Corporativas: Quase todos os sites divulgam informações sobre a constituição dos bancos, seus controladores, seus objetivos, sua história e, quando possível, demonstrações financeiras. A grande maioria também dá destaque a apoios socioculturais e esportivos, que mantêm. Informações de Suporte: Outro item facilmente encontrado nos diversos sites é informações que facilitam a vida dos clientes e visitantes, como endereços de agências, explicações sobre os serviços de Home Banking tradicionais, telefones de contato, entre outras informações de suporte. Informações Sobre os Produtos e Serviços: Outro tipo de informação bastante usada é relativo a alguns produtos financeiros, principalmente a Investimentos, Seguros, Leasing, Financiamentos e Cartões de Crédito. Porém, entre os sites visitados, poucos explicavam cada produto financeiro de forma ampla, com tabelas comparativas, preços, impostos, entre outros dados necessários. A maioria deles apenas os citava ou eles vinham acompanhados de frases, como que definindo o produto. Há pouca explicação sobre serviços dos bancos. Informações de Áreas Internas: Outro ponto não muito observado diz respeito à informação interna, como por exemplo: ofertas de emprego, ou departamentos econômicos dos bancos. Informações Específicas: Alguns bancos apresentam informações específicas sobre áreas de sua atuação, como é o caso dos bancos públicos. Eles 107 detêm funções determinadas pelo governo e, portanto, tentam esclarecer o público em geral a respeito de suas atividades, nessas áreas. Informações Gerais: Muitos bancos aproveitam a possibilidade de prender a atenção dos visitantes da Internet e divulgam uma série de informações fora do foco do Banco, como : ecologia, turismo, cultura, entre outros. 6.1.4.2. Análise dos Dados Coletados Os bancos têm usado preferencialmente a Internet para distribuir informações, porém não as oferecem de uma forma clara, interativa e efetiva. A presença na Internet faz com que algumas empresas não saibam exatamente o que deve ser feito. Isso cria nos dirigentes uma série de dúvidas que precisam ser dirimidas. No entanto, uma das decisões mais comuns é usar este espaço para divulgação da empresa e dos seus produtos, enquanto não se decide o real objetivo a ser atingido. Este tipo de comportamento não leva em conta o perfil do público usuário da Internet, tanto em casa como no local de trabalho, como descrito no item 2.1.3. Este público tem características próprias, e a divulgação de informações no formato atual (geralmente sem detalhes e com definições simplificadas) não condiz com a sua capacidade de compreensão. Além disto, aplicar informações de forma estática, fica em total desacordo com o potencial desse meio. Os esforços de marketing devem ser coesos como proposto por HEINEN (1996) mas devem ser adaptados às diferentes realidades de cada meio, de forma a tornar eficaz a mensagem a ser transmitida. A capacidade de disponibilizar um grande volume de informações não é aproveitada pelos bancos, em desacordo ao potencial da Internet que 108 aceita arquivos de tamanhos diversos (CRONIN,1994). Isto, agregado às técnicas de interação, permitiria que a mensagem cheguasse ao público de maneira bem mais adequada. Não se observou nos sites dos bancos visitados a possibilidade do intermarketing, isto é, a possibilidade de que diversos departamentos fossem contatados diretamente pelos clientes. Este tipo de interação poderia permitir o contato entre cliente e gerente de sua agência bancária, ou entre cliente e a área de câmbio, por exemplo. O intermarketing não é utilizado também no sentido contrário: os departamentos de Recursos Humanos, Comunicação ou até de Compras não têm contato direto com possíveis visitantes, provocando um afastamento dessas pessoas da realidade do mercado. Verificou-se também que as informações são distribuídas de forma homogênea, pela maioria dos bancos. Na realidade, na Internet não se devem utilizar técnicas de informação (e por que não de propaganda?) massificadas, pois a Internet permite a utilização de ferramentas de Marketing Individual (conforme item 2.3.1), para explicar mais claramente os produtos e as mensagens corporativas. Alguns bancos perceberam essa diferenciação e apresentam soluções para segmentos específicos, embora de forma muito limitada. 6.1.5 Fatores do Marketing Mix 6.1.5.1 Resumo dos Dados Coletados Promoção: Poucos sites utilizam ferramentas multimídia para fazer divulgação permanente de produtos. promoção customizada. Não foi visto, porém, em nenhum deles, 109 As ferramentas de promoção no mundo virtual quase não são utilizadas. Poucos bancos, por exemplo, divulgam sua marca em sites externos, e somente aqueles que oferecem mais funções no seu site o fazem. As divulgações do site fora da Internet são mais comuns em folhetos, propagandas na mídia impressa e, até em alguns casos, na televisão. Produto: Os produtos são divulgados de forma deficiente na grande maioria dos sites. Como conseqüência, poucos deles permitem que o cliente tome uma decisão somente com sua visita. Existe uma forte preocupação em divulgar produtos básicos para pessoas físicas. No entanto, em poucos sites, produtos para pessoa jurídica são nomeados ou descritos. Praça: Como já foi dito, poucos sites permitem a clientes e visitantes ter conhecimento profundo sobre produtos e serviços, o que obriga o público a se dirigir às agências, para obter mais informações ou para adquiri-los. Em relação às transações, apenas 29% de todos os sites visitados permitem que o cliente não tenha necessidade de ir até a agência, pelo menos no que se refere às operações rotineiras. Preço: Existem dois tipos de considerações neste item. O primeiro é o preço do serviço: a maioria dos bancos oferecem preços que estimulam o uso da Internet, apesar de haver alguns deles que não oferecem desconto algum ao cliente. Em relação ao preço dos produtos e serviços, trata-se de um item quase abandonado pela maioria dos sites. Poucos informavam os preços padrão. 6.1.5.2 Análise dos Dados Coletados Sob o ponto de vista do Marketing Mix, é interessante reforçar que o meio permite aos bancos serem provedores de valor agregado, permitindo além de oferecer seus produtos tradicionais, vendidos em agências bancárias, outros, que se enquadrem nas características do comércio virtual. Este 110 posicionamento quase não é observada no desenvolvimento dos sites dos bancos, no Brasil. Uma das ferramentas para atrair visitantes e clientes é a sua própria promoção, que não é desenvolvida, nem a partir de meios dinâmicos dentro da própria página, nem através de conexões com canais de comunicação, dentro da Internet. Produtos são divulgados de forma incompreensível, mesmo quando esses produtos, como os financeiros, não são “físicos”, o que permitiria -em tese-, uma negociação mais simplificada, pela rede. Na planilha de custos, dos bancos, o item venda e distribuição tem valor elevado. Pela rede, como foi visto no item 2.1, o custo é bem menor. Entretanto, isto ainda não é aproveitado de maneira eficiente e competitiva, pelos participantes do mercado. Apesar deste posicionamento, alguns bancos agregam valor ao relacionamento – somente aqueles que oferecem transações on line – disponibilizando softwares de gerenciamento de finanças pessoais. Este mercado é bem restrito e, provavelmente, a iniciativa de integrar estes aplicativos à consulta deve ter saído dos produtores destas soluções, através de experiência adquirida em mercados internacionais. 6.1.6 Fatores Organizacionais 6.1.6.1 Resumo dos Dados Coletados Os bancos analisados, na sua maioria, adotaram uma presença informativa na Internet, isto é, utilizam a rede como mais um meio de propaganda, divulgando dados corporativos, da empresa e de seus produtos. 111 Poucos bancos usam a Internet como uma agência “virtual”, fazendo com que o cliente não tenha necessidade de se deslocar até a agência física. Embora a Internet seja uma rede mundial, poucos adotam uma postura internacional. Alguns apenas traduziram para um ou dois idiomas as informações existentes, outros, porém, permitem conexões com subsidiárias de diversos países, facilitando a integração global do banco. Poucos sites têm como foco o cliente e suas necessidades, preocupando-se apenas em utilizar a Internet como um meio de divulgação institucional. Apesar desse posicionamento quase generalizado, alguns bancos começam a utilizar a Internet para realização de negócios, apoiando a criação dos Cybermalls, de forma a prestar um serviço a mais a seus clientes e ter, como conseqüência, um retorno financeiro maior. 6.1.6.1 Análise dos Dados Coletados Os bancos correm o risco de não perceber o potencial do meio e perder mercado, para concorrentes diretos ou indiretos, no Brasil e no exterior. Essa possibilidade existe, pois o processo de globalização permite cada vez mais que as empresas deixem de operar somente nos seus países de origem e, através de novos meios de comunicação, possam apresentar soluções em outros países. Dentro deste ponto de vista, os bancos brasileiros ainda não têm presença global nesta rede mundial. Além de não se apresentarem como agentes financeiros do Brasil para o mundo, permitem que soluções estrangeiras possam ir se desenvolvendo. 112 Provavelmente, o medo de ficar em situação inferior tenha orientado a decisão das instituições: mesmo mantendo uma presença pobre, os bancos querem estar na Internet. Aliado a este sentimento, a analogia da Internet com o velho oeste americano, feita por OGILVY III (1996), deve ser uma realidade para os bancos, pela falta de conhecimento desta nova fronteira. A Internet basicamente é vista como meio de comunicação, limitando a capacidade existente. Dentro desse paradigma, desenvolvem-se dois tipos de posicionamento: • o meio de comunicação é para passar informações no sentido BancoCliente e, a partir dessa premissa, desenvolve-se um site com um alto volume de informações, similar aos folhetos existentes; • o meio de comunicação é utilizado do cliente para o banco, deixando a Internet como o meio no qual os dados enviados pelo cliente ao banco podem circular, sem outra possibilidade de interação. O fator bidirecionalidade permanente faz com que o tratamento do cliente tenha que ser diferenciado. Pelo que foi visto, os bancos ainda não sabe aproveitá-lo. 6.2 Análise dos Modelos 6.2.1 Modelo de ANGEHRN & MEYER(1997) O modelo ICDT de ANGEHRN(1997) e o aperfeiçoamento desse modelo desenvolvido por ANGEHRN & MEYER (1997), permitem verificar o nível de maturidade com que a empresa utiliza a Internet. 113 Dentro desse enfoque e a partir dos fatores levantados de todos os bancos, pode ser construído um gráfico posicionando1 os bancos no seu estágio atual de desenvolvimento de estratégia para uso comercial da Internet. 6.2.1.1 Presença VIS (Informação Virtual) Figura 13: Presença VIS Nível de Sofisticação E Alto A C B ViS G F D R I L Q H Baixo J K N P M O Baixo Alto Nível de Customização Na Figura 13, observa-se que a totalidade dos bancos estão situados nos quadrantes da esquerda, isto é, têm uma presença informativa na Internet. Porém, todos eles apresentam uma baixa customização, no que se refere à comunicação das informações. 1 O posicionamento dos bancos nos gráficos, foram definidos a partir de uma análise subjetiva do autor das funcionalidades oferecidas em cada caso analisado. 114 Este posicionamento denota que as empresas estão fazendo um marketing coletivo –seguindo as explicações do item2.3.1 -, e não individualizado. Ao mesmo tempo, é possível verificar também que o nível de informações se sofistica, mas poucos bancos avançam numa direção que conjugue sofisticação com customização. 6.2.1.2 Presença VTS (Transação Virtual) Figura 14: Presença VTS Nível de Sofisticação VTS R D E G P Alto B L F I K C Baixo J Baixo Alto Nível de Customização Analisando as estratégias dos fatores transacionais dos bancos, verificamos que 33% deles não apresentam nenhum tipo de atividade transacional. Entre os bancos que disponibilizam os serviços, é possivel observar (Figura 14) que cerca da metade dos bancos oferece serviços básicos sem muita sofisticação. No entanto, alguns bancos, a partir de uma oferta 115 maior de serviços e do desenvolvimento de novas soluções, estão em posição mais avançada. Da mesma forma que na presença informacional, poucos bancos avançam na customização das transações, de forma que o cliente possa fazer exatamente aquilo que necessita da melhor forma possível. 6.2.1.3 Presença VDS (Distribuição Virtual) Figura 15: Presença VDS Nível de Sofisticação VDS Alto C F D E G P R I Baixo A L Baixo Alto Nível de Customização Dentro do modelo de ANGEHRN & MEYER (1997), é possível analisar a pequena presença do setor bancário no setor de distribuição (Figura 15). Isto é natural, pois o principal produto é financeiro e o retorno a pedidos dos clientes, permanecem nos computadores centrais da instituição. 116 Contudo, os bancos distribuem, além da informação sobre o relacionamneto Banco – Cliente, software, que ajudam o cliente no seu contato com o banco e no próprio gerenciamento de sua vida financeira. Carta de Crédito para financiamentos imobiliário é outro produto que começa a ser distribuído pela Internet. Analisando os poucos bancos que distribuem produtos pela Internet, verificamos que grande parte deles simplesmente se utilizam da rede para diminuir os custos de distribuição dos softwares de Home Banking tradicional (ou através de plug in). Portanto, só começam a sofisticar a distribuição quando o produto é um complemento e não uma necessidade básica para efetivar o relacionamento com o cliente. 6.2.1.4 Presença VCS ( Comunicação Virtual) Figura 16: Presença VCS Nível de Sofisticação VCS Alto Baixo J L D HN I B F GK A C G Baixo Alto Nível de Customização 117 Os bancos não têm feito progressos na área de comunicação virtual. A abertura de novos canais serviria para que clientes e representantes dos bancos trocassem opiniões a respeito de produtos, serviços e aperfeiçoamento do sistema (Figura 16). Quase todos os bancos oferecem ferramentas simples, sem customização, para que o cliente possa dar-lhes as suas opiniões e comentários, através de janelas exibidas no próprio site, ou através de um endereço eletrônico. Provavelmente, esta é uma das áreas na qual os bancos poderão avançar no desenvolvimento de Call Centers, a partir da criação de grupos de discussão ou ainda permitindo o contato direto entre o cliente e o representante do banco com o qual mantem um relacionamento comercial. 6.2.2 Modelo de BENTO & BENTO (1997) As estratégias adotadas pelas instituições bancárias para uso da World Wide Web, podem ser analisadas também sob a ótica do modelo chamado de Midia – C, apresentado na Figura 5 do Capítulo 3, proposto por BENTO & BENTO (1998). Dentro das quatro utilizações corporativas: • Marketing, • Disseminação da Informação, • Controle, e • Aquisição da Informação, a primeira se destaca como forma preferencial, dentro da estratégia adotada pela maioria dos bancos de varejo no Brasil. 118 Todos os bancos analisados, sem exceção, demonstram uma preocupação básica: a presença na rede. Mesmo que esta presenca não tenha relevância mercadológica e que até provoque a irritação do visitante, pela falta de interesse despertado pelo site, este é o caminho adotado por todos os bancos. Imediatamente após a presença mínima, o site começa a sofisticar-se, tanto no aumento do volume de informações sobre o banco como sobre seus produtos. Este período serve para que os bancos conheçam o meio e comecem a trabalhar nas ferramentas mínimas de segurança, de modo a oferecer a seus clientes acesso a produtos e serviços, com total segurança. O setor bancario adota também a disseminação da informação, porém somente naqueles sites mais sofisticados: informa-se ao cliente ou ao visitante o uso correto de produtos e serviços, através de manuais e até de simulações. Não foi possível ser verificado na pesquisa o uso corporativo de “Controle e de Aquisição da informação”. Alguns representantes de bancos admitiram o uso de sistemas de datawarehouse e processos de datamining, no sentido de facilitar a interação do cliente e na aceitação de produtos especialmente preparados para ele, porém eles não puderam ser vistos operacionalmente. 6.2.3 Modelo de ELLSWORTH & ELLSWORTH (1997) O modelo de ELLSWORTH & ELLSWORTH mostra que as finalidades propostas para uso da Internet, como Relações Públicas e Vendas, foram vistas em vários sites bancários. Aquelas que dependem de interação raramente foram encontradas. Pesquisas de mercado e de opinião dos clientes e visitantes não existiam. 119 A conquista de novos clientes proposta neste mesmo modelo, não foi verificada nos sites das instituições bancárias. Motivações aos visitantes como: incentivo à curiosidade, permanente modificação dos itens, utilização de eventos e recursos especiais não foram verificadas. 120 7. CONCLUSÕES 7.1 A Pesquisa A motivação básica para este estudo foi contribuir para um amplo entendimento sobre a utilização do meio Internet para a realização de negócios e entender melhor o posicionamento adotado pelos bancos de varejo, atuantes no Brasil, dentro deste meio, no momento em que o mundo começa a valer-se desta ferramenta de forma mais agressiva e quando os efeitos da globalização são sentidos, cada vez mais, nesse ambiente da Internet. Para isso, foi feita esta pesquisa com os dezoito maiores bancos do setor de varejo, na qual se procurou responder às seguintes perguntas básicas: ! Que tipo de estratégia os grandes bancos de varejo no Brasil adotaram para uso da Internet no seu relacionamento com os clientes? Existe uma tendência? ! As estratégias de utilização adotadas pelos bancos levam em conta todo o potencial da Internet, ou simplesmente a utilizam como meio de comunicação? ! É possível descobrir quais são as vantagens percebidas pelas empresas do setor para o uso da Internet? E para onde se dirige o setor? Na Revisão da Literatura foram levantados os estudos existentes sobre a utilização da Internet nos processos informativos, transacionais e de comunicação institucional, tanto externa como interna. Desta análise, foram extraídos os principais fatores que permitem determinar o estágio de desenvolvimento dos sites na Internet, visando identificar a estratégia adotada pelos bancos. 121 Além das informações obtidas sobre os diversos aspectos do Internet Banking e dos fatores que sinalizam a estratégia adotada pelos bancos, foram apresentados modelos através dos quais podem ser identificados possíveis estratégias adotadas pelos bancos para o uso comercial da Internet. A partir de levantamentos feitos na própria Internet e de entrevistas com executivos responsáveis pelo desenvolvimento dos sites dos bancos, foram verificados diversos comportamentos dos bancos, sob a ótica dos fatores de análise estratégica, que permitem indicar as tendências seguidas pelos bancos. Após este levantamento, foi feita uma análise global de cada fator, o que possibilitou analisar as tendências do setor e classificar a atuação dos bancos, dentro dos modelos teóricos de estratégias para desenvolvimento de atuação na Internet. 7.2 Resultados Estratégicos No início dos estudos, em 1997, imaginava-se que o processo Internet Banking fosse um processo pouco absorvido pela grande maioria dos bancos de varejo, principalmente porque, na época, poucos bancos ofereciam soluções para seus clientes, através da Internet. Era esperado que durante o ano de 1998 o número de soluções apresentadas aumentasse consideravelmente. Porém, pôde-se observar um número reduzido de bancos utilizando todo o potencial que o meio lhe oferece, a partir de propriedades e características inerentes a ele. Observou-se no estudo que todos os bancos pesquisados, representando quase totalmente o atual panorama do setor de bancos de varejo com atuação nacional, adotaram pelo menos uma solução para a 122 Internet. Portanto, a Grande Rede não passa despercebida pelos dirigentes dos bancos. Analisando o posicionamento dos bancos pesquisados, é possível verificar que atualmente as instituições utilizam preferencialmente a Internet para divulgar informações ao público em geral, não diferenciando o tipo e o conteúdo das informações para clientes e visitantes. Foi possível verificar que estas informações normalmente são: • Corporativas: com informações da empresa, história, demonstrativos contábeis, e apoios institucionais. • Suporte a clientes e visitantes: normalmente são encontrados números de telefones, endereços de agências e manuais de instalação de plug ins e de softwares de Home Banking tradicional. • Conceituação de produtos e serviços: foi vista muita informação sobre produtos existentes, oferecidos pelos bancos. Porém, poucos sites entravam em detalhes sobre preços, taxas, impostos e possíveis retornos, de forma a subsidiar de forma eficaz o processo decisório do cliente. Um número menor de bancos (72%) segue uma estratégia complementar de utilização da Internet, permitindo que o cliente faça transações através da rede, enfatizando aquelas que normalmente são feitas nas máquinas de auto-atendimento (ATMs) ou no Home Banking tradicional. Apenas 28% dos bancos analisados permitem realizar transações mais complexas, como: crédito automatizado, consulta a microfilme de cheques compensados e investimentos especiais. Existem dois tipos de posicionamento para disponibilizar esta funcionalidade: a utilização da Web, como meio para efetivar transações ou o uso de plug ins. Neste ponto, pode-se observar que não existe uma tendência 123 geral: metade dos bancos permite algum tipo de transação pela Internet, através da Web e a outra metade, mediante o uso de plug in. Este tipo de Internet Banking dificulta seu uso por parte do cliente, contudo oferece uma percepção de maior segurança. A função de distribuição existente na Internet não é tão usada pelos bancos, apesar de vários deles (29%) terem acordos com fornecedores de softwares de gerenciamento de finanças pessoais, com distribuição através do site do banco. Outra função distributiva vista em alguns bancos (50%) é a possibilidade de clientes retirarem o próprio software de Home Banking tradicional ou de Home Banking através de plug in. Entre os casos que se diferenciam, um banco distribui através da Web documentos de crédito, que podem ser utilizados na compra de imóvel próprio. A capacidade de comunicação interativa proporcionada pela Internet é muito pouco explorada pelos bancos. Quase todos os sites mostraram falta de canais claros e abertos para a participação de visitantes e clientes, no aperfeiçoamento de produtos e serviços. Há falta de uma interatividade maior e, conseqüentemente, de processos de datawarehousing e datamining que possibilitariam aos bancos conhecer melhor os seus clientes . Há uma tendência estratégica utilizada pelos bancos para iniciar as suas operações na Internet. Começam adotando páginas simples, nas quais se destaca a informação, principalmente sobre o próprio banco e sobre alguns de seus produtos. O processo evolutivo faz com que as informações sejam colocadas em maior quantidade e com técnicas sofisticadas de navegação. Neste segundo momento, os bancos procuram desenvolver processos transacionais básicos, como consulta a posições (saldo, extrato, etc). Enquanto o processo transacional vai se sofisticando, o número de 124 informações vai sendo complementado, sendo até disponibilizadas informações distantes da função-fim dos bancos. A Internet suporta aplicações multimídia, adotadas por poucos bancos (29%), para fazer promoção do site ou de seus produtos. Outra capacidade da Internet é a customização, isto é, respostas à interatividade adaptam-se às características do visitante. Entre os bancos analisados, somente produzem respostas com alguma customização aqueles que possuem serviços transacionais, nas respostas aos comandos emitidos pelo cliente. A história do Internet Banking no Brasil tem aproximadamente três anos. Os bancos que têm adotado este meio para realizar transações com os clientes, basicamente apresentam a Internet como uma simples alternativa aos tradicionais Home Banking. Provavelmente, a Internet é utilizada como forma de diminuir custos operacionais, isto é, um home banking sem os custos de produção de softwares e de disquetes, de distribuição e de suporte, sem considerar a infra-estrutura de telemática necessária para atender aos clientes, de forma exclusiva. 7.3 Outros Resultados Outra constatação importante foi levantada na pesquisa: a liderança assumida pelos bancos em outras épocas, no que se refere à última palavra em tecnologia e automação, não foi encontrada neste meio, perdendo esta posição para muitas empresas não financeiras. O meio ainda é visto, pela grande maioria dos bancos, como a forma mais moderna para divulgar informações. Não é aproveitada, porém, uma das grandes vantagens existentes: a capacidade de interação, de navegação e de feedback . 125 Há bancos que vislumbram maiores possibilidades na Internet, através do desenvolvimento de soluções que facilitam transações, através da rede. No entanto, a maioria segue os modelos já existentes dos tradicionais softwares de Home Banking, ou criam versões destes desenvolvidas especificamente para trabalhar neste meio, usando a técnica de plug in, ou até simples cópias dos processos existentes no desenvolvimento do site da Web. Poucos bancos percebem a imensa possibilidade de realizar transações especiais, através da Web, como forma de agregar valor ao serviço prestado a seus clientes. Como conseqüência direta, haveria uma maior receita, pela disponibilização de serviços exclusivos. A possibilidade de realizar negócios pela rede ainda não é utilizada plenamente. Basicamente, as operações ainda precisam passar, na fase de contratação, pela agência física. A Internet dispensaria este tipo de posicionamento, mas os bancos não a utilizam para tal fim. Sendo um meio não somente informativo, como também de transações e de interação, agregada às possibilidades comerciais, a Internet tem permitido um série de negócios, já adotados pelos bancos no exterior e ainda despercebidos no Brasil. Um dos pontos intrigantes está nas estratégias corporativas de vários bancos: desenvolvem novas soluções através da Internet e, ao mesmo tempo, aumentam o número de suas agências. Há nisso um paradoxo: a utilização da Internet ajuda a diminuir os custos dos bancos e retira um grande número de clientes das agências, mas os negócios precisam ser concretizados com a ajuda de um gerente real. A Internet representa, pois, um meio de comunicação e não de realização de negócios. 126 No Brasil, a Internet não abriu o mercado para novos players, ao contrário do que se esperava com o advento deste meio. A Internet não democratizou o mercado, criando novas empresas. Simplesmente houve uma invasão na mesma proporção da que existe no mercado atual. Diferentemente de outros países, não surgiram novos bancos, a partir da Internet. Provavelmente seja este um dos motivos que provocaram lentidão dos bancos, na apresentação de soluções, já que a concorrência continua sendo feita no mundo real, e não no mundo virtual. 7.3 Sugestões para Novas Pesquisas No futuro, poderá ser realizada uma análise comparativa da atuação dos bancos, pela Internet, no Brasil e no exterior, principalmente nos Estados Unidos, comparando as possíveis restrições legais existentes e verificando por que novos empreendimentos não foram desenvolvidos. Esse estudo permitiria estabelecer objetivamente as dificuldades existentes para a criação de novos negócios bancários através (ou de forma exclusiva) da Internet. Seria interessante, também, realizar pesquisas semelhantes em outros segmentos de atividade, possibilitando construir um quadro comparativo no posicionamento estratégico dos bancos, com aquele adotado por outros ramos de negócio. Finalmente, poder-se-ia verificar a percepção do consumidor perante os serviços de Internet Banking, analisando sua confiança quando realiza transações, tentando levantar as operações que seriam necessárias para o uso completo do sistema e que tipo de informação o consumidor procura nos sites dos bancos. 127 8. BIBLIOGRAFIA ALBERTIN, Alberto L. Comércio Eletrônico: Benefícios e Aspectos de sua Aplicação . Revista de Administração de Empresas. V.38, n. 1, p. 5263. São Paulo: FGV, jan./mar. 1998a. ___________________, MOURA, Rosa M. Comércio Eletrônico: Seus Aspectos de Segurança e Privacidade. Revista de Administração de Empresas. v.38, n. 2, p. 49-61. São Paulo: FGV, abr./jun. 1998. ANGEHRN, Albert A. 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Esse crescimento (especialmente nos últimos 5 anos) e o aumento das atividades comerciais, têm gerado grandes mudanças na Internet, fazendo com que pessoas e, principalmente, a empresas pesquisem seu uso, para dela tirar o melhor proveito. Conhecer a Internet representa um desafio especial para gerentes de corporações, mesmo para aqueles com formação técnica, porque a rede não foi projetada originalmente para utilização comercial. Muitas das características fundamentais e idiossincráticas da Internet refletem suas origens nas comunidades governamentais, tecnológicas e de pesquisa, responsáveis por seu projeto e arquitetura nos anos 60 e 70. A.1.1 História da Internet A Internet nasceu como uma mistura de diversas tecnologias que a gestaram durante um longo período, acompanhando uma série de tendências e acontecimentos dentro da sociedade global, e que, depois de tantas transformações permitiu o surgimento quase repentino do que hoje conhecemos como a Internet. Sob o ponto de vista histórico, as raízes da Internet partem da ARPAnet. A ARPAnet era uma rede de pesquisa e de defesa, criada pelo Departamento de Defesa Norte-americano, no final da década de 60, com o objetivo de permitir a cientistas e a pesquisadores comunicação e troca de informações, com mais facilidade. 134 Como o envolvimento de cientistas era cada vez mais forte dentro dessa rede, devido às pesquisas promovidas pelo governo dos Estados Unidos - programas de inteligência militares, suportados pelo clima de Guerra Fria, foi permitido em 1971, a quatro universidades americanas, através de “supercomputadores”, o acesso à rede atéentão exclusivamente de uso militar. A primeira fase de desenvolvimento, financiada pelo Departamento de Defesa, teve como objetivo principal possibilitar que pesquisadores, em diferentes partes do país, acessassem computadores remotos, com propósitos computacionais e de compartilhamento de dados. Os primeiros desenvolvedores já estavam acostumados com um ambiente de comandos computacionais secretos e com sistemas operacionais complexos. Enfrentavam enormes problemas técnicos, para possibilitar a comunicação e a operação entre computadores e terminais de diversos tamanhos e tipos, com a maior desenvoltura possível. A facilidade de uso simplesmente não constituía prioridade. A solução desses problema exigia uma nova abordagem em termos de conexão de computadores: o acréscimo de uma camada padronizada de informações, que pudesse ser enviada de qualquer tipo de terminal a linhas da rede e ser reconhecida por qualquer computador central, após passar por um hardware de comunicações chamado servidor de arquivos. Essa proposta em camadas permitiu que a conversão de dados ou de textos, exigida para diferentes computadores “conversarem” entre si, fosse feita de maneira automática pelas próprias máquinas, desde que cada uma pudesse reconhecer o mesmo conjunto de instruções, ou de protocolos. Durante a década de 70, muitos usuários foram aderindo a este sistema, novas linguagens e técnicas nasceram. A partir de sistemas UNIX foram criadas duas “filiais” da Internet: a Csnet e a Bitnet. 135 Para resolver essa mistura de problemas, foi desenvolvido um protocolo conhecido como TCP/IP, ou Protocolo de Controle de Transmissão/ Protocolo da Internet (Transmission Control Protocol/ Internet Protocol). A comunicação por TCP/IP foi exigência básica no início e ainda é uma definição fundamental da participação na Internet. Os desenvolvedores das implementações iniciais do TCP/IP previram aplicações abrangentes para os protocolos mas, na época, ninguém foi capaz de antecipar a demanda fenomenal por conectividade que ainda estava por acontecer. No início dos anos 80, dizia-se que a Internet era pequena (continha no máximo 25 redes ativas e no máximo algumas centenas de computadores centrais) e que suportaria no máximo 1.000 redes, ou, através de uma conta da época, 25 computadores por rede, no máximo de 25.000 desses computadores principais. (CLARK,1982 apud CRONIN,1994). A comparação desses números com estimativas atuais da Internet, que ultrapassam 300.000 redes ativas e 80 milhões de computadores centrais, torna algumas das singularidades de sua interface mais compreensíveis. A onda seguinte de crescimento da Internet surgiu em meados dos anos 80: a National Science Fondation (Fundação Nacional da Ciência – EUA) começou a oferecer financiamento para incentivar as universidades que se dedicavam à pesquisa e ofereciam bolsa de doutorado, a ligarem suas faculdades e seus pesquisadores aos centros nacionais de supercomputadores, via rede. Em 1986, essa rede de pesquisa e troca de mensagens tinha crescido tanto que o sistema de endereçamento já não era adequado, sendo criados o que hoje chamamos de domínios, isto é grupos de afinidade. Este procedimento marcou uma grande evolução da rede. Em 1987, a National Science Fondation expandiu de vez a velha ARPAnet com a NSFNET, projetada inicialmente para conectar universidades e 136 centro de pesquisas. Cada vez mais essas conexões foram sendo usadas para comunicação por e-mail, transferência de dados e outras finalidades. Na medida em que essa rede de redes cresceu, formou-se o que hoje chamamos de Internet. Entre 1986 e 1991, o número de redes individuais da Internet havia subido de aproximadamente cem para mais de três mil, um aumento que trouxe mudanças qualitativas à Internet, embora nem todas agradassem a seus criadores, diferentemente dos recém-chegados que tinham uma atitude oposta, em relação ao uso da Internet. Na maior parte de sua história, a Internet foi quase domínio exclusivo da pesquisa patrocinada pelo governo ou com base em universidades. Como mais e mais usuários fora do círculo universitário começaram a se conectar à rede, o apoio do governo federal à infra-estrutura tornou-se motivo de debates. A Fundação Nacional da Ciência (NSF) elaborou “práticas aceitáveis de uso” para todo o tráfego que circulava no setor da Internet, financiado pelo governo federal e operado pela NSF. As empresas interessadas em utilizar a “espinha dorsal” da NSFNET, conexão e alta velocidade ligando centros de supercomputadores e universidades pelos Estados Unidos, garantiam que suas atividades na Internet promoveriam a pesquisa e educação, sem fins lucrativos. As Práticas Aceitáveis de Uso afirmavam categoricamente: Os serviços da espinha dorsal da NSFNET são oferecidos para apoiar a pesquisa e educaçã,o abertas dentro e entre as instituições educacionais e de pesquisa, e também estão à disposição dos departamentos de pesquisa de firmas comerciais, quando engajados em pesquisa e comunicações acadêmicas abertas. Não se aceitam usos com outros objetivos (FUNDAÇÃO NACIONAL DA CIÊNCIA,1992 apud CRONIN ,1994). 137 Essas práticas tentaram estabelecer alguns parâmetros viáveis para o uso comercial apropriado da Internet. Muitas vezes, no entanto, a experiência provou ser difícil estabelecer a distinção entre o uso educacional e o comercial. Começaram as dúvidas sobre se o envio de anúncios de produtos novos pela rede significava apoio a objetivos educacionais, se isso ajudava as universidades a manterem seus sistemas atualizados e funcionando na capacidade máxima. Havia dúvidas se os pesquisadores se beneficiavam dos serviços de suporte ao cliente e da entrega de softwares através da Internet. Várias empresas, especialmente as possuidoras de departamentos de pesquisa, realmente se conectaram com a Internet e concordaram com as restrições ao tráfego. Na realidade, havia dúvidas se tudo isso não seria um serviço comercial. As Práticas Aceitáveis de uso tornaram-se fonte de confusão, bem como uma barreira real à melhor utilização da rede pelos negociantes. Em 1991, a Internet incorporou a tecnologia de hipertexto, utilizando a linguagem HTM (hypertext markup language), o que permitiu um fácil acesso aos arquivos e diretórios da Internet. Seguindo esta evolução, a Universidade de Illinois escreveu o primeiro browser -um programa que permite fazer conexões (links) de forma mais rápida e natural. Sob o ponto de vista comercial, em 1991, ocorreu uma reviravolta importante, quando conexões à Internet, com objetivos totalmente comerciais, tornaram-se disponíveis. Em primeiro lugar, fundou-se a Associação de Intercâmbios Comerciais pela Internet (Comercial Internet Exchange Association – CIX), especialmente para fornecer um caminho que não restringisse a participação comercial na Internet. Os três membros fundadores – a General Atomics, que opera a CERFnet, a Performance Systems Intenational (PSI), que opera a PSInet, e a UUNET Technologies, operadora da AlterNet – logo receberam adesão de fornecedores de redes do país, com base em um acordo de não restrição do tráfego comercial nos segmentos da 138 Internet, não operados nem financiados pelo governo federal. Agora fornecedores de redes de todo o mundo fazem parte da CIX. Posteriormente, em 1991, a Advanced Network and Service, Inc. (ANS), uma empresa formada pela IBM, MCI e MERIT, Inc. para fornecer a espinha dorsal de alta velocidade à Fundação Nacional da Ciência, também anunciou um serviço comercial da Internet chamado CO+RE. O ano seguinte trouxe outra opção comercial quando a Sprint entrou na lista dos fornecedores de serviços da Internet. Essa empresa norteamericana foi a primeira que visualizou a oportunidade de fazer negócios pela Internet. Nesse momento, as empresas podiam, instantaneamente, enviar correspondência até para outros continentes e com eles trocar multimídia de um desktop para outro. Essa capacidade começou a causar um impacto enorme na produtividade e inovação. Com a continuidade desse crescimento, surgiram novas concepções a respeito dos propósitos e dos usuários da rede. Um acesso cada vez mais amplo foi possibilitado pelas redes regionais e, em seguida, pelos provedores comerciais de acesso à Internet. A Internet é um empreendimento voluntário. As redes que a compõem chegaram a um acordo quanto a certos protocolos de comunicação, no que se refere a envio e recebimento de pacotes, ao endereçamento do email e assim por diante. Existem grupos e comitês que trabalham em prol dessa cooperação, como a Internet Engineering Task Force, a Internet Assigned Number Authority, o Federal Networking Council, o Network Informations Centers, a Internet Architecture Board e a Internet Society. Uma rede que se associa à Internet torna-se parte dela, mas mantém o controle e a propriedade de suas próprias instalações. O controle é , portanto, compartilhado pelas redes conectadas. A NSF é um setor muito importante devido à sua rede em backbone, que sustenta grande parte do tráfego na Internet, e também a sua importância, no desenvolvimento desta. O 139 fato das redes poderem comunicar-se entre si por meio de outros sistemas de rede absolutamente não coloca a NSF em uma posição de controle absoluto. Portanto, iInicialmente concebida como rede de pesquisas interligando diversas universidades apenas nos EUA, e atingindo mais tarde vários países do mundo, a Internet tornou-se em poucos anos, uma das maiores revoluções da história da civilização. Um dos subprodutos da Internet é a criação de novas formas de interação, de contato e de comportamento. A.1.2 Perspectivas da Internet Diariamente milhões de pessoas trocam mensagens, navegam por páginas em varias línguas, visitam salas de chat, jogam quake, falam por Web phone, usam ICQ e não param de interagir entre si Quando algo novo e atraente aparece na rede, rapidamente todos tomam conhecimento disso, e uma nova febre se espalha. Estas são as principais características da Internet, estudadas mais a fundo por empresários de todo o mundo e de todos os segmentos, para descobrir a forma ideal de interagir com seu público-cliente. Praticamente tudo tem alcance global. Parece o sonho dourado de todo empresário, mas ainda não o é. Existem alguns paradigmas a serem superados, como a falta de segurança e de privacidade. A Internet tem derrubado muitos paradigmas na comunicação. E vai derrubá-los, ainda mais, entre empresas e consumidores, entre empresas e seus empregados, eliminando obstáculos criados pela geografia, pelo fusos horários dos diferentes locais do mundo, criando facilidades para o desenvolvimento de novos negócios. 140 A.1.3 World Wide Web A World Wide Web é uma vasta rede de documentos vinculados uns aos outros; um conjunto de protocolos define como o sistema funciona e transfere dados. Um grupo de convenções e uma estrutura de software operam harmonicamente. A Web usa técnica de hipertexto e multimídia para tornar a Internet simples, para as pessoas que desejam usá-la, ou nela navegar, ou ainda disponibilizar suas contribuições. A Web é não linear, por natureza e por objeto. É possível saltar de assunto a assunto, de documento a documento, de site a site, por toda a sua extensão. As publicações redigidas de maneira tradicional abordam as informações de maneira linear, o que cria para o leitor a necessidade de se deslocar seqüencialmente pelo documento. Na Web, os leitores não têm de acompanhar uma estrutura de informações preestabelecida. A Web é um sistema de hipermídia remoto, baseado na acessibilidade universal. Uma das características-chave da Web é justamente a facilidade que pessoas ou empresas encontram em tornar-se parte dela, e oferecer-lhe contribuições. A Web surgiu no Laboratório Europeu de Física de Partículas como uma norma para se construir um sistema vinculado de hipermídia distribuída - multimídia vinculada. A Web utiliza documentos criados em HTML (hypertext markup language). Esses documentos incorporam instruções a um arquivo vinculado em outros arquivos, imagens, arquivo de sons, trechos de filmes, etc. Quando ativamos um desses links, selecionando-os ou clicando sobre eles, salta-se para o arquivo em questão no site local , ou para outro computador em algum lugar do mundo. Basta dar um clique em uma das opções, para que a pessoa seja transportada para o hiperespaço até o item escolhido por intermedio de um protocolo da Internet, denominado HTTP (hyper text transfer protocol). As pessoas podem se deslocar até itens criados por terceiros, em sites remotos. 141 Se esta página fosse um documento de hipertexto, clicando nesta palavra: Introdução, a pessoa iria direto a esse capítulo da dissertação. 142 ANEXO 2 A.2.1 Comércio Eletrônico Segundo STRADER & SHAW (1997) apud ALBERTIN (1998), comércio eletrônico é uma metodologia moderna de negócios que vai ao encontro das necessidades das organizações, comerciantes e consumidores, para cortar custos e melhorar a qualidade de bens e serviços, incrementando a velocidade do serviço de entrega. Esse termo também se aplica ao uso das redes de computadores para pesquisar e trazer informações que forneçam subsídios a homens e a empresas, nas tomadas de decisão. Explicando de uma forma mais simples, o comércio eletrônico está associado diretamente à compra e à venda de informações, através das redes de computadores existentes hoje em dia, e, no futuro, através de qualquer uma das redes que formem a Information Superhighway. O comercio eletrônico, segundo KALAKOTA et al (1996) apud ALBERTIN (1998), pode ser definido como a compra e venda de informações, de produtos e de serviços, através de redes de computadores. Citando APPLEGATE et al (1996) apud ALBERTIN(1997), o comércio eletrônico envolve mais do que apenas comprar e vender. Ele inclui todos os tipos de esforços de pré-vendas e pós-vendas, assim como um conjunto de atividades auxiliares que, por sua vez, incluem novos enfoques para pesquisa de mercado, geração e condução qualificada de vendas, anúncios, compra e distribuição de produtos, suporte a clientes, recrutamento, relações públicas, operações de negócios, administração da produção, distribuição de conhecimento e transações financeiras. Segundo ainda ALBERTIN (1998), a economia para a era da inteligência em rede é uma economia digital. Na economia tradicional, o fluxo das informações era físico: dinheiro, cheques, faturas, notas de expedição, 143 relatórios, reuniões face-a-face, mapas, fotografias, etc. Na nova economia a informação em todas as suas formas torna-se digital. Este novo formato de economia está criando tendências que entram em conflito, exigindo que organizações repensem suas missões. A criação de ambientes virtuais e vários outros fatores estão pressionando a estrutura de custo das grandes empresas. O tempo para alcançar o mercado agora é crítico: há produtos com vida competitiva de um ano, de um mês, de uma semana ou, como no caso de produtos financeiros, de apenas algumas horas. Existem quatro razões principais que explicam o porquê do comércio eletrônico1: 1. o custo de processamento de muitos tipos de transações financeiras e de varejo tem crescido tão rapidamente que foi necessário desenvolver novas formas de manusear essas transações; 2. a competição do sistema bancário e de varejo tem se tornado tão intensa que somente aquelas organizações que passem a prover um serviço superior a seus clientes continuarão a crescer e a prosperar. 3. Os consumidores semeiam a concorrência, pela demanda de mais serviços e de maiores facilidades nas atividades bancárias e nas compras. 4. A tecnologia permite processar transações eletrônicas em grande velocidade, a um custo bem menor do que nas transações utilizando papel. A inovação, mais do que o acesso a recursos do capital, tem-se tornado crítica. Os clientes têm mudado, criando expectativa de que as empresas precisam prover maior qualidade, produtos adequados, rapidez, melhor preço com melhor serviço e garantia de responsabilidade social. HENDERSON (1990) apud ALBERTIN (1998) demonstra que, no mundo 1 STRADER & SHAW apud ALBERTIN (1998) 144 competitivo de hoje, o uso efetivo da tecnologia de informação como um elemento da estratégia competitiva, é crítico. O comércio eletrônico criará muitas oportunidades, para quem quiser participar dele, estabelecendo novos canais de marketing, dedistribuição, de processamento de transações entre negócios e de coordenação de empreendimentos, sem nunca deixar de considerar o aspecto que mais influenciará o sucesso desse comércio: a efetiva interação com os consumidores. Muitas perguntas têm sido feitas: sobre o processo de pagamento, sobre os níveis de segurança, sobre as características de produtos usados na rede virtual e se a compra através da Internet é diferente da compra atarvés de catálogo. A resposta a estas questões, com certeza, dentro da perspectiva do comércio eletrônico, é a aceitação final do consumidor. A literatura cita um número considerável de exemplos a respeito do modo como as organizações têm usado a Tecnologia de Informação para construir e sustentar novos relacionamentos com seus fornecedores ou clientes, obtendo como resultado uma significativa vantagem competitiva. OSCHERY (1991) diz que a Tecnologia de Informação modifica a natureza da indústria, na qual a firma compete, impactando produtos e serviços, mercados e processo de produção. Segundo MALONE, YATES & BENJAMIN (1989) apud ALBERTIN (1998) o mercado coordena o fluxo de materiais e serviços entre fornecedores e forças de demanda, bem como transações externas entre diferentes indivíduos e empresas. As forças de mercado determinam as variáveis de projeto, preço, quantidade e cronograma de entrega desejado para um dado produto, que servirão como entrada em um outro processo: o comprador de um produto ou serviço compara as muitas possíveis fontes e faz a sua escolha, baseada na melhor combinação desses atributos. 145 A utilização mais intensa de Tecnologia de Informação dentro desses relacionamentos de mercado, leva ao mercado eletrônico, no qual toda a coordenação é realizada com o uso da tecnologia. Portanto, pode-se afirmar que o mercado eletrônico não é irreal nem teórico. Ele é, de fato, inevitável. Sua contínua proliferação e evolução, tem alterado e modificará de vez toda a economia. A.2.2 Mercados Eletrônicos Os mercados eletrônicos são a base do comércio eletrônico, pois potencializam as aplicações deste. Num mercado eletrônico, no qual compradores e vendedores trocam informações sobre preços e produtos, o modelo de processamento de negócios, segundo STRADER & SHAW (1997) apud ALBERTIN (1998), sob o ponto de vista do consumidor , consiste em atividades que ele pode agrupar em três fases: • a determinação de pré-compra; • consumo; • interação pós compra. Cada uma dessas fases pode ser apoiada eletronicamente, apesar de poucas empresas terem essas três fases satisfeitas através do comércio eletrônico, concentrando-se basicamente na primeira. Segundo BAKOS (1991) apud ALBERTIN (1998), ao utilizar a teoria econômica para entender as implicações estratégicas do mercado eletrônico, é necessário enfocar suas principais características, principalmente aquelas que o distinguem de outros tipos de investimento de capital. Nesse contexto, cinco características do sistema do mercado eletrônico podem explicar, numa perspectiva econômica, seu potencial estratégico: 146 • Um sistema de mercado eletrônico pode reduzir os custos para o cliente para obter informações sobre preços e produtos oferecidos por fornecedores alternativos, assim como os custos para o fornecedor comunicar informações sobre seus preços e características de seus produtos, para clientes adicionais; • Os benefícios, percebidos por participantes individuais num mercado eletrônico, aumentam à medida que as organizações se juntam ao sistema; • Os mercados eletrônicos podem impor mudanças significativas de custo a seus participantes; • Os mercados eletrônicos requerem grandes investimentos de capital, e oferecem substanciais economias de escala; • Os participantes dos mercados eletrônicos se deparam com incertezas substanciais, em relação aos benefícios reais de se juntar a tal sistema. Ocasionalmente, essas incertezas permanecem, mesmo depois de uma organização se juntar ao sistema. Destas observações, é fácil concluir que o mercado eletrônico é uma realidade, cada vez mais importante. Estas descrições aproximam o mercado eletrônico daquele mercado econômico ideal, estudados nos livros de economia, como um lugar abstrato para trocas, com informações completas. Os custos de transação não são considerados e são caracterizados pela onipresença, facilidade de acesso à informação e baixo custo de transação. As principais atividades bancárias centrais não têm mudado significativamente nos últimos 300 anos, porque os instrumentos financeiros básicos continuam os mesmos (papel moeda e ordens de pagamentos - 147 cheques). Mas, como o comércio eletrônico incorpora novas formas dos instrumentos financeiros, tais como: dinheiro digital e cheques eletrônicos provocará grandes mudanças na atividade bancária. Para obter melhor desempenho, todo negócio precisa desenvolver e sustentar uma vantagem competitiva. A vantagem competitiva era anteriormente baseada nas características estruturais, como: poder de mercado, economia de escala ou ampla linha de produtos. Atualmente, a ênfase voltou-se para as capacidades que permitem a uma empresa entregar consistentemente um valor superior para os seus clientes, por meio de melhor coordenação e gerenciamento de fluxo de trabalho, customização de produtos e serviços, e gerenciamento da cadeia de fornecimento. Atualmente, existem dois grupos de opiniões e de postura, sobre uso de comércio eletrônico. No primeiro grupo, estão aqueles que acreditam que a Internet é como uma corrida ao ouro, com uma só empresa vendendo um produto específico e seus vendedores ganhando muito dinheiro e aqueles que crêem que os investimentos na Web devem ser realizados para o futuro, sem praticamente nenhum valor para o presente. No segundo grupo, estão as empresas que vislumbram obter significativo valor no presente com o uso de comércio eletrônico. Há vários exemplos de empresas que exploram este comércio para comunicar filiais, conectar clientes, propaganda, etc. Estas empresas obtêm valor para o seu negócio, de forma quase imediata. A.2.3 Benefícios do Comércio Eletrônico Alguns dos benefícios do comércio eletrônico são (BLOCH et al (1996) apud ALBERTIN ,1998): 148 • Promoção de produtos – Através de um contato direto rico em informação, interativo com os clientes, o comércio eletrônico pode melhorar a promoção de produtos. • Novo canal de vendas – Graças ao alcance direto dos clientes e à sua natureza bidirecional na comunicação de informação, as aplicações do comércio eletrônico representam um novo canal de vendas para os produtos existentes. • Economia direta – Utilizando um infra-estrutura pública compartilhada, como a Internet, transmitindo e reutilizando, digitalizadamente a informação, os sistemas de comércio eletrônico podem reduzir o custo de entrega de informação a clientes. • Integração de Produtos - A natureza baseada na informação dos processos de comércio eletrônico permite que os novos produtos a serem criados, ou os produtos existentes, sejam customizados de forma inovadora. • Tempo para comercializar - Com base na sua natureza instantânea as aplicações de comércio eletrônico permitem reduzir o ciclo de vida da produção, entrega das informações e de serviços. No mercado financeiro, alguns produtos têm retorno sobre o investimento, em questão de horas. • Novas oportunidades de negócio – Alterando a estrutura da indústria, as aplicações de comércio eletrônico permitiriam o surgimento de novos modelos de negócios, baseados na ampla disponibilidade de informações e na sua distribuição direta aos clientes finais. BANCOS A B C D E F G H I J K L M N O P Q R Conta Corrente Saldo Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Não Não Sim Não Sim Extrato Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Não Não Sim Não Sim Alteração de cadastro Não Não Não Sim Sim Não Não Sim Não Não Não Não Não Não Não Sim Não Sim Entre contas Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Não Sim Sim Não Não Não Sim Não Sim DOC Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Não Sim Sim Não Não Não Sim Não Sim Transferência de Valores Poupança Saldo Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Não Não Sim Não Sim Aplicação Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim Não Não Não Sim Não Sim Resgate Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim Não Não Não Sim Não Sim Outros Investimentos Aplicação/Resgate Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim Não Não Não Sim Não Sim Saldos Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Não Não Sim Não Sim IPVA Não Não Sim Sim Sim Sim Sim Não Não Não Sim Não Não Não Não Não Não Sim Pagamento de Cartões Não Sim Não Sim Sim Sim Sim Não Não Não Sim Sim Não Não Não Sim Não Sim Ficha de Compensação Não Sim Não Sim Sim Sim Sim Não Não Não Sim Sim Não Não Não Sim Não Sim Pagamentos de Contas Outros Serviços Alterar código de acesso Não Sim Sim Não Não Não Não Não Não Não Não Sim Não Não Não Sim Não Sim Agendamento futuros Não Sim Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Acessar outros produtos Não Sim Não Sim Sim Sim Não Não Não Não Não Sim Não Não Não Sim Não Sim Solicitação de cheques Não Não Não Sim Sim Não Não Não Não Não Não Sim Não Não Não Sim Não Sim Bloqueio de cheques Não Não Não Sim Sim Não Não Não Não Não Não Sim Não Não Não Sim Não Sim Extrato de Financiamentos Não Sim Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Sim Não Sim Nota: - Os itens analisados com “Sim” ou “Não” verificaram somente a existência ou não da transação. BANCOS A B C D E F G H I J K L M N O P Q R Sobre a Empresa Histórico *** * ** * ** *** * * Não ** * * * * ** Não ** *** Empresas do grupo *** ** ** * *** *** ** * *** Não * * * * Não Não Não ** Demonstrações Contábeis Sim Sim Sim Sim Sim Não Não Sim Sim Sim Não Não Não Não Sim Não Não Sim Apoio Sócio-Cultural *** * ** Não Não **** Não Não ** Não Não Não Não * * Não Não Não Agências Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim Home Banking Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Não Sim Não Sim Não Não Não Não Sim Não Ofertas de Emprego Não Não Não Não Não Não Sim Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Telefones para contato Sim Sim Sim Não Sim Sim Não Sim Não Sim Não Não Sim Não Não Sim Não Sim Investimentos *** ** ** *** *** *** ** *** *** * * Não Não * * **** *** *** Crédito *** ** Não *** ** ** ** Não Não ** * Não Não * * *** * **** Seguros ** ** Não ** ** *** *** Não * * * Não Não * * ** * Não Leasing Não ** Não Não ** Não Não ** * ** * Não Não Não * ** Não ** Cartões *** ** Não Não ** *** ** ** * * * * Não Não * ** * ** Tabelas de preços dos serviços Comparativo de Rentabilidade Não Não Sim Sim Sim Não Não Não Sim Sim Sim Sim Não Não Não Não Não Não Sim Não Não Não Não Não Sim Não Não Não Não Não Não Não Não Sim Sim Não Produtos Nota: - Os itens analisados com “Sim” ou “Não” verificaram somente a existência ou não da informação. - Os itens com estrelas indicam os diferentes níveis de disponibilização da informação, sendo: * Citação simples ** Informação sem muita explicação *** Informação com detalhes explicativos **** Informação bem detalhada com dados , fotos, gráficos, etc BANCOS A B C D E F G H I J K L M N O P Q R Promoção Demonstração para não clientes Promoção Interna Sim Não Não Não Sim Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Sim Sim Não Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Não Não Não Não Não Sim Sim Promoção Externa Não Não Sim Sim Sim Sim Não Não Sim Não Não Sim Não Não Não Não Não Sim Produto Abertura de Contas Não Não Não Sim Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Não Sim Sim Não Não Não Não Não Sim Sim Sim Sim Não Não Não Não Não Não Não Não Não Sim Não Não Não Sim Não Sim Não Sim Sim Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Preço Serviço Cobrado Não Sim Não Sim Sim Sim Sim Não Não Não Não Não Praça Links externos Sim Sim Não Não Não Sim Sim Não Sim Sim Sim Sim Oferece Software de terceiros Cybermall Sim Não Não Nota: - Os itens analisados com “Sim” ou “Não” verificaram somente a existência ou não do fator. Não Não Não Não BANCOS Interatividade Simulação A B Não *** C ** D E **** **** F ** G ** H I J K L M N O P Q Não *** Não Não Não Não Não Não *** Não R **** Contato email janela email email Não email email email janela janela janela janela email email email Não janela email Ajuda on line (FAQ) Não Sim Sim Sim Não Não Sim Sim Não Não Não Não Não Não Não Sim Não Sim Personalização Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Buscas Sim Sim Não Sim Sim Não Sim Não Sim Não Não Não Não Não Não Sim Não Sim Nota: - Os itens analisados com “Sim” ou “Não” verificaram somente a existência ou não do serviço. - O item com estrelas indica os diferentes níveis de disponibilização do serviço, sendo: ** *** **** Simulação simples de poucos produtos Simulação e vários produtos Simulação de vários produtos avançada BANCOS Custo Internet vs Custo Agência Acesso para Clientes Pessoa Física Acesso para Clientes Pessoa Jurídica Requer uso de Plug in A B Maior Igual Menor Menor Menor Menor Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Não Não Não Sim Sim Não Não Não Internet vs Home Banking Maior Menor Maior Maior Menor Igual Cadastramento de cliente é Não necessário Outros idiomas Não Sim Sim Não Não Não Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Não Sim, Não Não Não Não Não Não Não Sim Sim Não Produtos e Serviços relacionados Rede Internacional (agências físicas e empresas coligadas) Sim Sim Não Sim Não Sim Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Sim Sim Não Sim Não Sim Sim Sim Não Sim Sim Não Não Não Não Não Não Não Não C D E F G H I J K L Menor Menor M N O P Q Menor Sim Sim R Igual Sim Não Não Sim Sim Sim Sim Não Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Menor Igual Igual Igual Maior Não Não Nota: - Os itens analisados com “Sim” ou “Não” verificaram somente a existência ou não do serviço. - Os itens em branco não puderam ser verificados.