Antônio da Silva Barbosa Capitão-mor 25º (vigésimo quinto) governante da Capitania do Rio Grande do Norte 1681 - 1682 Antônio da Silva Barbosa, Capitão-mor nomeado 5 de julho de 1681.Governou desde fins de outubro do mesmo ano até 25 de maio de 1682 Procedido por GOVERNO DO SENADO DA CÃMARA e Sucedido por Manuel Muniz BARBOSA, Antônio da Silva - Nomeado Capitão-mor do Rio Grande em 05.07.1681 pelo Governador Geral do Brasil, Roque da Costa Barreto, em substituição a Geraldo de Suny (V. “SUNY, Geraldo de”, Século XVII), que se afastou para tratamento de saúde. Antes de sua posse (pelos atos que se encontram registrados, o seu governo começou, pelo menos, a 08 de novembro do mesmo ano, diz Tavares de Lira, em História do Rio Grande do Norte, p. 101), respondera interinamente pela administração o Senado da Câmara, através dos oficiais Antônio Gonçalves Ferreira e Francisco Ferreira Coelho. Pernambucano, Antônio Barbosa era Capitão de Infantaria. Disciplinado e experiente, destacara-se em batalhas na Bahia, Pernambuco e Paraíba, tendo servido à Alteza Real 28 anos no Terço do Mestre de Campo Pedro Gomes, onde iniciara como soldado. O seu primeiro ato de governo (provimento de um posto militar) data de novembro de 1681, mas em fins de maio do ano seguinte, apenas sete meses depois, era substituído no posto por Manoel Muniz (V. “MUNIZ, Manoel”, Século XVII), este nomeado por Patente Real. Fonte: “Personalidades Históricas do Rio Grande do Norte (séc. XVI a XIX), Coordenação e redação Tarcisio Rosas. Natal: Fundação José Augusto - Centro de Estudos e Pesquisas Juvenal Lamartine-CEPEJUL, 1999. Pág. 42. Antônio da Silva Barbosa Natural de Pernambuco, Antônio Barbosa foi nomeado Capitão-mor da Capitania do Rio Grande a 5 de julho de 1681 pelo Governador-Geral Roque da Costa Barreto. Seu mandato tinha caráter de interinidade e se destinava a cobrir o ausentamento involuntário – o que já sabemos – de Geraldo de Suny, que fora acometido por alguma moléstia certamente grave mas não mencionada pelos historiadores. Quatro dias depois prestou juramento e homenagem na Bahia mas só assumiria o cargo em novembro do mesmo ano (V. explicação no item 1 de Informações históricas sobre o período, após o verbete anterior). Pelas razões expostas em referida explicação, portanto, tem-se como tendo iniciado o seu governo a 8 daquele mês, data do primeiro ato oficial (provimento de um posto militar, inclusive mencionado naquela nota.). Antônio Barbosa era Capitão de Infantaria, homem de rígida disciplina e grande experiência em combate: destacara-se em batalhas na Bahia, Pernambuco e Paraíba, tendo servido à Sua Alteza Real no Terço do Mestre-de-campo Pedro Gomes, onde iniciara como soldado. No mês seguinte ao da sua posse nomeou Roque Nogueira de Souza para o posto de Capitão de Infantaria das Ordenanças da ribeira do CearáMirim (dez., 24), oito dias depois, a 2 de janeiro de 1682, designando para igual cargo a Estêvão Velho de (*) Moura, este sendo lotado na ribeira do Açu, partindo do riacho Paraibu, nas cabeceiras do Piató , até o rio Jaguaribe e Xoró. Conforme VICENTE DE LEMOS, citado por TAVARES DE LIRA (1982, p. 101), em referência a Estêvão de Moura, reza a patente que nessas paragens sertanejas foi ele o primeiro que tratou pazes com o gentio e os tinha domesticado com grande dispêndio, tendo por companheiros da empresa José Peixoto Viegas, Cavaleiro da Ordem de Cristo, Antônio de Albuquerque Câmara, Coronel, e Manuel da Silva Vieira, Sargento-mor, além de mais trinta e dois outros companheiros, os quais em comum requereram a 22 de novembro do mesmo ano e obtiveram do Capitão-mor da Capitania uma data de sesmaria, consoante aos limites da patente de Estêvão Velho. E complementa: Esta data foi confirmada em 12 de fevereiro de 1682 pelo Governador-Geral do Brasil, Roque da Costa Barreto. Sua administração foi extremamente curta: Antônio Barbosa governou pouco mais de sete meses porque a 25 de maio do ano seguinte chegou o seu sucessor, nomeado por patente de EI-Rei, e no mesmo dia entrou em exercício (VICENTE DE LEMOS, 1912, p. 34). Informações históricas sobre o período (1) A Junta das Missões, fundada por carta régia de 7 de março de 1681, que se reunira em Pernambuco atendendo determinação de EI-Rei, à época Dom Pedro II (1648-1706), tinha deliberado, por ocasião de serem entregues as aldeias aos religiosos da Companhia, que a aldeia de Mopibu (Mipibú) fosse incorporada a de Groahyras (Arez), por serem ambas pequenas e assistirem nesta dois religiosos que melhormente poderiam cuidar dos índios (VICENTE DE LEMOS, op. cit., p. 35). O não-cumprimento dessa ordem pelo capitão-mor ensejou a que o Padre Antônio Limeira, Superior da Companhia no Brasil, representasse ao Governador-Geral, que, por Alvará de 10 de agosto de 1682 (quando já governava Manuel Muniz), mandou cumpri-la imediatamente e sem réplica. (2) Os aldeamentos indígenas, fundados pelos missionários católicos – notadamente jesuítas, carmelitas e franciscanos –, tiveram fundamental importância no processo de formação da cultura religiosa brasileira. Os ensinamentos, antes ministrados em caráter assistemático, foram se intensificando, e, paulatinamente, adquirindo consistência no processo de assimilação por parte dos nativos. Aqui não houve, como em inúmeros países de outros continentes, lutas religiosas. Os cultos primitivos afro-indigenas, impregnados de crendices e superstições, foram pouco a pouco sendo desmistificados e substituídos pela fé cristã, e coube àqueles núcleos catequéticos papel decisivo. E, por acréscimo, muitos deles resultaram na criação de Vilas e Cidades no período colonial: Arez, São José de Mipibu, Vila-Flor, Estremoz, Apodi e Portalegre. (*) Piató – Lagoa no Açu. Explica CAMARA CASCUDO: Será vocábulo dos Tarairus-Janduís, povoadores da região. No idioma tupi seria ipia-a-tó, a lagoa da casa, a lagoa da morada – alusão à velha residência tradicional na fazenda de gado, uma das mais antigas, à margem da lagoa (1968, p. 114). E cita NESTOR LIMA: Piató, a morada primitiva, que lhe deu o nome e era fazenda de criar. FONTES: LEMOS, Vicente Simões Pereira de. Capitães-mores e Governadores do Rio Grande do Norte, 1º Vol. Rio de Janeiro: Typographia do Jornal do Commércio, 1912. CÂMARA CASCUDO, Luis da. Nomes da Terra - história, geografia e toponimia do Rio Grande do Norte. Natal: Fundação José Augusto, 1968. TAVARES DE LIRA, Augusto. História do Rio Grande do Norte, 2ª edição, com atualização gráfica do Prof. Waldson Pinheiro. Brasília: Fundação José Augusto / Centro Gráfico do Senado Federal, 1982. Enciclopédia Barsa (elaborada sob a supervisão dos editores da Encyclonaedia Britannica, Vols. 3 e 10. São Paulo: Cia. Melhoramentos, 1973. Observação Solicitamos aos eventuais leitores que, caso disponham de outras informações que possam enriquecer este verbete, favor encaminhá-las à Fundação José Augusto através do seu Centro de Estudos e Pesquisas Juvenal Lamartine-CEPEJUL, situado na Rua Jundiaí, 641, Tirol, CEP 59020-120, ou, pelo E-mail [email protected] Patente de nomeação Documentos para a história do Brasil e especialmente a do Ceará. Colleção Studart. (Continuação). t. XXXVII, 20-145. Publica o Barão de Studart 98 novos documentos, em continuação aos já reproduzidos. Estes estão numerados de 416 a 514. Tratam de matéria variada e muito especialmente do Governo do Ceará, de reduções e missões com o gentio, de lutas indígenas, os concessões de mercês e das lutas contra os Palmares. São os seguintes os documentos publicados: n. 423) 26-6-1694. Patente de nomeação, no posto de Capitão de infantaria, de Francisco Dias de Carvalho soldado da Companhia do Capitão Antônio da Silva Barbosa. Terço do Mestre-de-Campo Zenóbio Acióli de Vasconcelos para fazer guerra ao gentio (30); n. 424) 26-7-1694. Carta. Manoel Álvaro de Morais Navarro a El-Rei (30-36); n. 425) 18-3-1693 Carta Régia (36-37); n. 426) 1112-1693. Carta Régia sobre Fernão Carrilho, Pedro Lelou e Carlos de Sepúlveda (37-38); n. 427) 3-11-1694. Patente de Capitão-mor das fronteiras das Piranhas etc. passada a Teodósio de Oliveira Ledo (38-39); n. 428) 14-11-1694. Carta Patente nomeando Pedro Lelou Capitão do Ceará por três anos (39-41); n. 429) 20-11-1694. Carta Régia ao Governador e Capitão General de Pernambuco (41); n. 430) 20-111694. Carta Régia (42); n. 431) 22-11-1694. Carta Régia sobre Pedro Lelou e Fernão Carrilho (42).... FONTE: Instituto do Ceará = http://www.institutodoceara.org.br/Rev-apresentacao/RevIndiceJoseHonorio/JH-D.html Notas Em 1684 - Antônio da Silva Barbosa governou a Paraíba (1684-1687). No seu governo houve um surto de febre amarela denominada de Bicha, que dizimou grande parte da população. Pedro Gomes da Franca Corte-Real foi um sertanista baiano, soldado desde 1684, filho de Afonso da França e Maria Gomes, que será cavaleiro professo da Ordem de Cristo. Atingiu o posto de mestre de campo ad honorem da praça da Bahia. Morreu solteiro na Bahia em 1743. Manuel da Silva Vieira - Provedor da Fazenda Real do Rio Grande do Norte de 1698 a 1699, era também sargento-mor. Havia exercido igualmente a serventia do cargo de Provedor da Fazenda Real da Capitania do Espírito Santo em 1694. Fatos históricos correspondentes ao período de governo de Antônio da Silva Barbosa 1681 RN 1681 RN 1682 RN 1682 RN 1681 - 1682 5 de julho: Antônio da Silva Barbosa é nomeado 20º Capitão-mor do Rio Grande do Norte. 3 de setembro: o Senado da Câmara assume o governo do Rio G. do Norte. 17 de fevereiro: Dona Maria César recebe uma Sesmaria de 15 léguas quadradas, no atual município de Açu. 8 de novembro: Paulo Coelho de Souza e Joseph Coelho de Souza recebem uma data de terras, em Angicos. Bibliografia ________________________. Nomes da Terra - história, geografia e toponimia do Rio Grande do Norte. Natal: Fundação José Augusto, 1968. CÂMARA CASCUDO, Luis da. História do Rio Grande do Norte, 1ª edição. Rio de Janeiro: Serviço de Documentação-MEC, 1955. 2ª edição. Rio de Janeiro: Fundação José Augusto / Ed. Achiamé, 1984. CÂMARA CASCUDO, Luis da. Nomes da Terra - história, geografia e toponimia do Rio Grande do Norte. Natal: Fundação José Augusto, 1968. Enciclopédia Barsa (elaborada sob a supervisão dos editores da Encyclonaedia Britannica, Vols. 3 e 10. São Paulo: Cia. Melhoramentos, 1973. Enciclopédia Barsa (elaborada sob a supervisão dos editores da Encyclonaedia Britannica, Vols. 3 e 10. São Paulo: Cia. Melhoramentos, 1973. LEMOS, Vicente Simões Pereira de, e MEDEIROS, Tarcisio. Capitães-mores e Governadores do Rio Grande do Norte, Vol. 2. Edição do IHGRN - Conselho Federal de Cultura - Ministério da Educação e Cultura. Natal: CERN, 1980 LEMOS, Vicente Simões Pereira de. Capitães-mores e Governadores do Rio Grande do Norte, 1º Vol. Rio de Janeiro: Typographia do Jornal do Commércio, 1912. Personalidades Históricas do Rio Grande do Norte (séc. XVI a XIX), Coordenação e redação Tarcisio Rosas. Natal: Fundação José Augusto - Centro de Estudos e Pesquisas Juvenal Lamartine-CEPEJUL, 1999.. TAVARES DE LIRA, Augusto. História do Rio Grande do Norte, 2ª edição, com atualização gráfica do Prof. Waldson Pinheiro. Brasília: Fundação José Augusto / Centro Gráfico do Senado Federal, 1982.