CURSO DE BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO LINIANI GALAXE DE BARROS CAVADAS ANTEPROJETO ARQUITETÔNICO DE UMA CLÍNICA PARA TRATAMENTO DE CANCER INFANTIL NA CIDADE DE CAMPOS DOS GOYTACAZES/RJ CAMPOS DOS GOYTACAZES/RJ 2014 LINIANI GALAXE DE BARROS CAVADAS ANTEPROJETO ARQUITETÔNICO DE UMA CLÍNICA PARA TRATAMENTO DE CANCER INFANTIL NA CIDADE DE CAMPOS DOS GOYTACAZES/RJ Trabalho Final de Graduação apresentado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense Campus Campos Centro, como requisito para graduação no curso de bacharelado em Arquitetura e Urbanismo. Orientadora: Profª. Dr.ª Regina Coeli Martins Paes Aquino CAMPOS DOS GOYTACAZES/RJ 2014 2 RESUMO Este trabalho apresenta a proposta de anteprojeto arquitetônico de uma clínica para tratamento do câncer infantil no município de Campos dos Goytacazes/RJ, levantando questões como a falta de uma instituição que ofereça este serviço direcionado e valorizando a importância da humanização na garantia do bem estar físico e psicológico dos pacientes. É uma proposta de acolhimento à crianças com câncer e de suas famílias, oferecendo um espaço que permita um tratamento visando a qualidade de vida desses pacientes. O mesmo trata ainda de conceitos relativos à Psicologia Ambiental utilizados para embasar o projeto no intuito de assegurar um padrão de qualidade no atendimento institucional no que se refere à estrutura física. Foram, também, realizadas visitas a instituições afins, como forma de obter maiores informações sobre o funcionamento desses espaços. Palavras-chave: Projeto de Arquitetura. Instituições de tratamento de câncer. Câncer infantil. Psicologia ambiental. 3 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Hospital Beneficência de Campos ............................................................................. 17 Figura 2: Hospital Pequeno Príncipe.........................................................................................18 Figura 3: Centro de Oncologia Pediátrica – INCA.....................................................................20 Figura 4: Pátio de Contemplação – Cidade Pedra Branca..........................................................21 Figura 5: Pró RIM Assistência Nefrológica...............................................................................22 Figura 6: Ecoloft........................................................................................................................23 Figura 7: Ecoloft – Planta Baixa................................................................................................24 Figura 8: Localização do terreno...............................................................................................26 Figura 9: Terreno.......................................................................................................................27 Figura 10: Terreno Av. José Alves de Azevedo.........................................................................28 Figura 11: Terreno Rua Visconde do Itaboraí............................................................................28 Figura 12: Acessos ao terreno....................................................................................................29 Figura 13: Equipamentos urbanos no entorno do terreno...........................................................30 Figura 14: Frente do terreno Av. José Alves de Azevedo...........................................................31 Figura 15: Frente do terreno Rua Visconde do Itaboraí..............................................................31 Figura 16: Estudo Condicionantes Físicos.................................................................................32 Figura 17: Mapa Legislação......................................................................................................33 Figura 18: Setorização Geral.....................................................................................................39 Figura 19: Setorização Bloco Recepção Geral e Café................................................................39 Figura 20: Setorização Bloco da Administração........................................................................40 Figura 21: Setorização Bloco de Ambulatório e Reabilitação....................................................40 Figura 22: Setorização Bloco de Serviço...................................................................................41 Figura 23: Setorização Bloco de Quimioterapia........................................................................41 Figura 24: Setorização Bloco de Radioterapia...........................................................................42 Figura 25: Fluxograma Geral da Clínica....................................................................................42 Figura 26: Fluxo Externo da Clínica..........................................................................................43 Figura 27: Fluxo Interno do Bloco Recepção Geral e Café........................................................44 Figura 28: Fluxo Interno do Bloco da Administração................................................................45 Figura 29: Fluxo Interno do Bloco de Ambulatório e Reabilitação............................................46 Figura 30: Fluxo Interno do Bloco de Serviço...........................................................................47 Figura 31: Fluxo Interno do Bloco de Quimioterapia.................................................................48 Figura 32: Fluxo Interno do Bloco de Radioterapia...................................................................49 Figura 33: Bloco Recepção Geral e Café...................................................................................51 Figura 34: Bloco da Administração...........................................................................................52 Figura 35: Bloco de Ambulatório e Reabilitação.......................................................................53 Figura 36: Bloco de Serviço.......................................................................................................54 Figura 37: Bloco de Quimioterapia............................................................................................55 Figura 38: Bloco de Radioterapia..............................................................................................56 Figura 39: Circulação Externa...................................................................................................57 Figura 40: Volumetria...............................................................................................................58 Figura 41: Volumetria...............................................................................................................58 Figura 42: Volumetria – Radioterapia.......................................................................................59 Figura 43: Volumetria...............................................................................................................59 Figura 44: Volumetria – Quimioterapia.....................................................................................60 Figura 45: Volumetria...............................................................................................................60 Figura 46: Volumetria...............................................................................................................61 Figura 47: Volumetria – Administração....................................................................................61 4 Figura 48: Volumetria – Ambulatório.......................................................................................62 Figura 49: Volumetria – Café....................................................................................................62 Figura 50: Volumetria – Quimioterapia.....................................................................................63 Figura 51: Volumetria – Radioterapia.......................................................................................63 Figura 52: Volumetria – Serviço................................................................................................63 Figura 53: Composição Lage Pré-moldada................................................................................64 Figura 54: Telha Fibrocimento..................................................................................................64 Figura 55: Telhado Verde..........................................................................................................65 Figura 56: Exemplo Telhado Verde...........................................................................................65 Figura 57: Telha de Policarbonato Translúcida........................................................................66 Figura 58: Exemplo cobertura...................................................................................................66 Figura 58: Caixa d’água em Polietileno.....................................................................................67 Figura 60: Janela Pivotante........................................................................................................69 Figura 61: Janela Maxiar...........................................................................................................70 Figura 62: Cortina de Vidro aberta.............................................................................................70 Figura 63: Cortina de Vidro Fechada.........................................................................................71 Figura 64: Piso Drenante...........................................................................................................71 Figura 65: Sala de Recreação.....................................................................................................72 Figura 66: Playground...............................................................................................................72 Figura 67: Jardim Interno..........................................................................................................73 Figura 68: Lanternim.................................................................................................................73 Figura 69: Chafariz....................................................................................................................74 5 LISTA DE TABELAS Tabela 01: Programa de Necessidades Geral da Clínica............................................................33 Tabela 02: Programa Administração.........................................................................................34 Tabela 03: Programa Atendimento Ambulatorial......................................................................35 Tabela 04: Programa Café.........................................................................................................35 Tabela 05: Programa Central de Administração de Material e Equipamentos...........................36 Tabela 06:Programa Central de Material Esterilizado...............................................................36 Tabela 07: Programa Central de Quimioterapia.........................................................................36 Tabela 08: Programa Farmácia..................................................................................................37 Tabela 09: Programa Manutenção.............................................................................................37 Tabela 10: Programa Processamento de Roupa.........................................................................37 Tabela 11: Programa Serviço de Radioterapia...........................................................................38 Tabela 12: Programa Unidade de Reabilitação..........................................................................38 6 SUMÁRIO INTRODUÇÃO.......................................................................................................................07 1 O CÂNCER...........................................................................................................................10 1.1 O câncer infantil.................................................................................................................11 2 A PSICOLOGIA AMBIENTAL.........................................................................................12 3 HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR.....................................................................................13 4 A SUSTENTABILIDADE EM HOSPITAIS.....................................................................16 5 ESTUDO DE CASO.............................................................................................................17 6 PRECEDENTES..................................................................................................................18 6.1 Precedente funcional.........................................................................................................18 6.2 Precedente tipológico........................................................................................................20 6.3 Precedente plástico-formal...............................................................................................21 6.4 Precedente tecnológico......................................................................................................22 7 PROPOSTA ARQUITETÔNICA......................................................................................26 7.1 Terreno...............................................................................................................................26 7.2 Programa de Necessidades................................................................................................33 7.3 Setorização.........................................................................................................................39 7.4 Fluxograma........................................................................................................................42 7.5 Memorial Justificativo......................................................................................................50 7.6 Memorial Descritivo..........................................................................................................64 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................75 REFERÊNCIAS......................................................................................................................76 7 INTRODUÇÃO Segundo Pedro e Valle (2010, p.1) “antigamente o câncer era considerado uma doença incurável.” Hoje, com os avanços da medicina, a realidade é outra, existe uma maior possibilidade de cura e esta é ainda maior na infância. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (2008) o câncer infanto-juvenil (até 19 anos) em comparação com os tumores de adultos é considerado raro, correspondendo entre 2% e 3% de todos os tumores malignos. O progresso na luta contra o câncer pode ser medido pelas taxas de mortalidade. No Brasil, em 2005, 8% dos óbitos nessa faixa etária foram devido ao câncer, sendo assim, a principal causa de morte por doença nesta população. Para Pedro e Valle (2010) desde o diagnóstico de câncer o paciente e todos que o rodeiam passam por situações estressantes, pois, o câncer aterroriza e devasta a vida das pessoas acometidas. Segundo o Ministério da Saúde (2008, p.), “o tratamento que segue um protocolo bem conduzido, incluindo sugestões de tratamento de suporte, apresenta melhora da sobrevida”. Segundo Corrêa (2006), as cores e a natureza têm uma grande importância no ambiente interno da unidade de saúde, já que este influencia e potencializa diretamente os efeitos dos medicamentos no processo de recuperação. Portanto, é necessário criar ambientes que proporcionem o bem-estar ao paciente. Essa relação é estudada pela psicologia ambiental. Lettieri (2013 apud ELALI, 1997, p.36) define a psicologia ambiental como “o lócus onde a soma entre o conhecimento psicológico e o arquitetônico possibilitam a produção de um ambiente mais humanizado e coerente ecologicamente”. Logo, projetar um edifício levando em conta a psicologia ambiental contribui para criar uma arquitetura mais consciente da forma como cada escolha influencia nas sensações despertadas nos usuários. É importante que esta arquitetura além de ser construída voltada para o bem estar do paciente tenha, também, em sua concepção conceitos de sustentabilidade buscando um bem estar geral para o lugar onde ela será inserida. Segundo a Agenda Global (2011) o setor saúde contribui de forma negativa sobre a saúde ambiental devido aos produtos e tecnologias que utiliza, os recursos consumidos, aos resíduos gerados e dos edifícios construídos tornando-se, então, uma fonte significativa de poluição. A Agenda Global (2011) afirma ainda que as unidades de saúde podem melhorar sua atuação na sociedade contribuindo para a realização dos “Objetivos de Desenvolvimento do Milênio” que estão relacionados com a sustentabilidade e a saúde, e ao mesmo tempo, podem 8 auxiliar na promoção de uma economia verde. Uma unidade de saúde verde e sustentável pode ser definida da seguinte forma: É aquele que promove a saúde pública reduzindo continuamente seus impactos ambientais e eliminando, em última instância, sua contribuição para a carga de doenças. [...] reconhece a relação entre a saúde humana e o meio ambiente e demonstra esse entendimento por meio de sua governança, estratégia e operações. Ele conecta necessidades locais com suas ações ambientais e pratica prevenção primária envolvendo-se ativamente nos esforços da comunidade para promover a saúde ambiental, a equidade em saúde e uma economia verde. (AGENDA GLOBAL, 2011, p. 6) A partir desta definição podemos entender a importância de implantar o conceito de sustentabilidade nas arquiteturas que estão sendo projetadas. Este trabalho final de graduação tem como objetivo principal elaborar o anteprojeto de uma clínica para o tratamento do câncer infantil na cidade de Campos dos Goytacazes no estado do Rio de Janeiro, que atenda às necessidades da população do local e adjacências. Os objetivos específicos deste trabalho se unem para fazer desta clinica um lugar onde as crianças se sintam acolhidas e bem cuidadas, com espaços para tratamento e diversão quando possível e implementar algumas propostas sustentáveis ao projeto tentando atender ao máximo os “Objetivos de Desenvolvimento do Milênio” propostos pela Agenda Global (2011). Esse trabalho se justifica pela evidente necessidade de uma clínica de tratamento de câncer infantil para atender ao município de Campos dos Goytacazes e regiões vizinhas, já que não existe a oferta desse tipo de serviço direcionado na região. Assim sendo, o trabalho proposto trará benefícios para a população do município de Campos dos Goytacazes e região onde se insere. Para realização desse projeto foi realizada a pesquisa bibliográfica e o estudo de caso. A pesquisa bibliográfica e o estudo de casos permitiram alcançar um modelo de clínica capaz de atender aos seus usuários com qualidade e competência em todos os quesitos, auxiliando na elaboração do seu programa e definição das tecnologias que serão utilizadas. A escolha da localidade para implantação do projeto foi baseada na consulta do acervo de mapas do Google Earth, buscando indicação de área livre considerada como boa alternativa para abrigar a clínica. Além disso, foram avaliadas as condições de acesso, a ocupação de seu entorno e as leis municipais de construção (código de obras, lei de uso e ocupação do solo). O trabalho está organizado em oito capítulos. O capítulo um trata do câncer apresentando os tipos e os tratamentos. No capítulo dois são apresentados conceitos referentes à psicologia ambiental e no capítulo três os conceitos da humanização hospitalar. O capítulo 9 quatro apresenta a importância da sustentabilidade e algumas de suas propostas. No capítulo cinco está apresentado o estudo de caso. Já o capítulo seis mostra os precedentes funcional, tipológico, tecnológico e plástico-formal. O capítulo sete expõe a proposta arquitetônica. E o capítulo oito são apresentadas as considerações finais O produto final deste trabalho é a elaboração do anteprojeto de uma clínica, a partir do resultado das pesquisas realizadas. 10 1 O CÂNCER Segundo Barbosa (2005 apud DOUSSET, 1999) as células cancerosas são diferentes do tecido de origem e tem o crescimento rápido e desordenado, se espalhando pelos tecidos e órgãos vizinhos e, posteriormente, pelo resto do corpo. O processo de instalação dessas células em outro órgão é chamado metástase. Essas mutações são devidas a algum fator que desarranjou o material genético, que devido ao seu mecanismo de reprodução faz com que essas células se multipliquem rápido e desordenadamente. Barbosa (2005 apud SIMONTON, 1987) indica, ainda, que esse fator pode ser uma substância cancerígena, predisposição genética, irradiação, ou dieta. Segundo Barbosa (2005 apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1996) “os fatores de risco para o câncer podem ser encontrados no meio ambiente ou podem ser herdados”. Por meio ambiente entende-se o meio em geral, o ambiente de consumo, o ambiente ocupacional, o ambiente social e cultural. Raramente, encontra-se um caso de câncer que não esteja relacionado com o meio ambiente. No entanto, Barbosa (2005 apud CARVALHO, 2002) “salienta que o câncer não tem uma única causa, mas sim uma etiologia multifatorial, ou seja, é necessário que tenha a junção de vários fatores”. Já existem pesquisas que estudam a possibilidade de haver também uma contribuição psicológica no desenvolvimento do câncer. Estes estudos “analisam a relação entre o estresse e o enfraquecimento do sistema imunológico, em que esta situação favorece o desenvolvimento de formação tumoral”. Barbosa (2005 apud CAMARGO, 2003) indica que existem três meios para o tratamento do câncer que são cirurgia, radioterapia e quimioterapia. A cirurgia é utilizada para remoção do tumor, sendo complementada pela quimioterapia ou radioterapia. A radioterapia emite substâncias radioativas nas células cancerosas e em uma área a seu redor, seu uso é limitado a alguns casos específicos não podendo ser utilizada em todos os tipos de câncer. Já a quimioterapia, é um tratamento à base de medicamentos administrado em doses de minutos ou vários dias e de várias maneiras. [..] a quimioterapia é usada de três maneiras: curativa, coadjuvante (complemento de outro tratamento) e paliativa (atenuar sintomas, mas não curar). Os medicamentos usados para esse tratamento agem com a tentativa de parar a divisão celular das células cancerígenas, mas, infelizmente, eles não selecionam somente as células doentes, portanto, todas as células (mesmo as saudáveis) que possuem divisão acelerada, passarão a ser 23 eliminadas, sendo elas: da pele, dos pêlos, dos cabelos, da boca, as do sistema digestivo e ainda as da medula óssea. Devido a isso, a pele se torna seca e sensível ao sol, 11 ocorrendo a queda de pêlos e cabelos, a boca fica seca e propícia ao aparecimento de aftas, modificações no paladar, náuseas e vômitos frequentes. (BARBOSA, 2005, p.22 apud DOUSSET, 1999) 1.1 O câncer infantil Segundo Barbosa (2005 apud LIMA, 1993) o câncer infantil é mais frequente em crianças do sexo masculino e menores de 10 anos. O tipo de câncer mais frequente é a leucemia e o tratamento mais utilizado é a quimioterapia. As primeiras etapas do tratamento por ser muito agressivo, exige hospitalização freqüente do paciente fazendo com que este e sua família se desloquem várias vezes para o hospital, o que provoca um transtorno na vida de toda a família. (BARBOSA, 2005 apud VARGAS, 2000). De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (2008, p. 25) “o câncer infantil não pode ser considerado uma simples doença, mas sim como uma gama de diferentes malignidades. Esse tipo de câncer varia de acordo com o tipo histológico, localização primária do tumor, etnia, sexo e idade”. O Instituto Nacional do Câncer (2009) afirma que a sobrevida no câncer infantil está relacionada a diversos fatores, entre eles, o sexo, a idade, a localização da doença, a extensão e o tipo de tumor. Além desses fatores, a qualidade do sistema de saúde, no que diz respeito, a rapidez no diagnóstico, a referência para o tratamento, a qualidade do tratamento e o suporte social contribuem para determinar as chances diferenciadas de sobrevida. As crianças com câncer têm direito a exames complementares necessários, assistência médica e de outros profissionais, cirurgia, quimioterapia, radioterapia, transplantes, cuidados paliativos, acesso à medicação e acesso a órteses e próteses. (INSTITUTO NACIONAL DO CANCER, 2009) Esse projeto pretende oferecer as crianças com câncer qualidade de vida e acesso aos procedimentos médicos necessário durante o tratamento da doença. Proporcionando a criança e sua família um ambiente agradável para amenizar o sofrimento vivido neste momento. 12 2 A PSICOLOGIA AMBIENTAL Segundo Martins (2004) o paciente precisa de um atendimento eficiente e de muita atenção, assim sendo, o edifício de saúde deve promover uma “ambiência acolhedora e confortável”. O conforto ambiental tem grande influência nos processos de cura dos pacientes internados e a arquitetura pode ser um instrumento terapêutico quando contribui para o bemestar físico do paciente. A iluminação e a cor influenciam no equilíbrio fisiológico e psicológico dos usuários. Deve-se usar, sempre que possível, a luz natural como fonte principal de iluminação no interior do edifício e utilizar a luz artificial como uma complementação da natural e não como uma substituição desta. A utilização da luz natural dá a sensação psicológica do tempo, tanto cronológico quanto climático, no qual se vive. (MARTINS, 2004) A cor é determinada pela luz, seja natural ou artificial, resultando em uma sensação individual. “A sensação térmica provocada pela cor pode ser utilizada para melhorar as condições higrotérmicas de um ambiente.” Se usarmos cores de conotação úmida, como as verdes mais escuras, em um ambiente seco gerará uma sensação mais agradável a quem usa este ambiente. (MARTINS, 2004, p.65). Conclui-se, então, que as sensações percebidas em um determinado ambiente podem ser modificadas de acordo com as cores utilizadas. A cor também interfere na percepção dos objetos. Por exemplo, as cores de comprimento de onda pequeno, azuis e verdes, aumentam o espaço e parecem achatar os objetos, dificultando a visualização dos obstáculos, por esse motivo “pessoas com problemas respiratórios sentem-se mais à vontade em quartos azuis, pois esta cor dá a sensação de maior volume de ar.” (MARTINS, 2004, p.65). Já, as cores de comprimento de onda grande, vermelho, amarelo e laranja, diminuem os volumes e aumentam o relevo de alguns obstáculos. Segundo Lettieri (2013, p.39) “para as crianças a relação com o ambiente construído é ainda maior e mais delicada”, já que “essa confrontação ambiental deve contribuir com os processos de aprendizagem da criança, respondendo as suas necessidades de desenvolvimento”. O ambiente que a criança com câncer vivenciará durante o tratamento da doença deve ser muito bem planejado, desde a estrutura até as cores utilizadas, para proporcioná-la um ambiente agradável onde ela se sinta segura e acolhida, o que favorece a resposta ao tratamento. 13 3 HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR Os custos com a manutenção de pacientes hospitalizados são diminuídos com a redução do tempo de internação devido a aceleração do processo de cura conseguido com a qualidade do ambiente hospitalar. (VASCONCELOS, 2004 apud LINTON, 1992) Segundo Vasconcelos (2004, p.12), “um ambiente de qualidade é um ambiente que atende as necessidades de seus usuários garantindo-lhes segurança, conforto físico e psicológico na realização de suas atividades”. Vasconcelos (2004, p.12) afirma ainda que “o uso de cores adequadas, o controle da iluminação, o contato com a natureza, a condição de orientabilidade e a personalização dos espaços, faz com que o ambiente hospitalar adquira um valor mais humano”. O projeto arquitetônico deve proporcionar a relação interior/exterior que beneficia os pacientes a partir dos elementos ambientais que provocam estímulos em seus sistemas sensoriais causando diferentes percepções do ambientes. Quando esses estímulos são positivos atenuam o estresse e a monotonia ajudando a reduzir o tempo de internação. No ambiente tudo se relaciona e interage, por isso a importância da escolha dos elementos para compô-lo como por exemplo, o uso da cor, revestimentos e texturas, objetos de decoração e mobiliário, iluminação e vegetação. O estresse é um grande problema tanto para os pacientes quanto para os familiares, visitantes e equipe médica. Este gera manifestações psicológicas, fisiológicas e comportamentais negativas no corpo humano. Por isso, é importante que o estabelecimento de saúde seja projetado para evitar o estresse. Existem fatores que causam reações fisiológicas no corpo humano e ajudam na recuperação dos pacientes hospitalizados e que são responsáveis pela redução do estresse e a promoção do bem estar aos pacientes. São eles: controle do ambiente, suporte social possibilitado pelo ambientes e distrações positivas do ambientes. (VASCONCELOS, 2004) A falta de controle do ambiente imediato prejudica o paciente reduzindo sua sensação de autonomia, o que pode causar depressão, passividade, aumentar a pressão arterial e reduzir a funcionalidade do sistema imunológico. (VASCONCELOS, 2004 apud ULRICH, 1990) Algumas soluções arquitetônicas podem ser utilizadas para proporcionar ao paciente a sensação de controle do ambiente, como por exemplo, permitir o controle do canal e o volume da televisão, permitir o controle da temperatura e iluminação, criar áreas de “escape” e descanso para a equipe médica e de enfermagem. 14 Os indivíduos com suporte social apresentam menores níveis de estresse e sensações de bem-estar mais frequentes do que aqueles que não têm nenhum tipo de apoio da família, amigos ou sociedade. O ambiente interior de um hospital pode ou não favorecer acontecimento deste tipo de suporte. Este, pode aumentar a interação entre pacientes aumentando o suporte social. O ambiente também possibilita e encoraja o desenvolvimento do suporte social quando apresenta espaços específicos destinados para este fim, como é o caso de espaços para realização de reuniões ou para lazer. A distração positiva é proporcionada por um local formado por elementos que provocam sentimentos positivos no paciente, prendendo sua atenção e despertando seu interesse para outras coisas além da sua doença, sem cobrança ou estresse individual, o que reduz ou até mesmo bloqueia os pensamentos ruins. (VASCONCELOS, 2004) Algumas sugestões para proporcionar distrações positivas no ambiente hospitalar é a presença de átrios, jardins internos ou espaços abertos ao exterior; uso de elementos como água e fogo, incluindo fontes, lareira e aquários, sempre que possível; iluminação e uso de cores adequadas; integração com a natureza, que apresenta todos os elementos necessários para estimular o usuário e prender sua atenção através dos sentimentos positivos que causa. Existe uma área de pesquisa, chamada psiconeuroimunologia, que estuda os elementos que proporcionam distrações positivas e sua influência no ser humano. Estuda os estímulos sensoriais, os elementos do ambiente que os causam, e as relações entre estresse e saúde. (VASCONCELOS, 2004) Psiconeuroimunologia é um termo criado por Robert Ader para se referir a todas as emoções que estão em jogo na patogenia das doenças físicas que se associam às disfunções imunológicas, especialmente doenças associadas a estados de relativa incompetência imunológica como câncer, infecções e doenças alérgicas. No centro desta teoria está a noção de que o fracasso das defesas psicológicas é muitas vezes responsável pelo início e pelo curso das doenças. (VASCONCELOS, 2004) Segundo Gappell, o bem estar físico e emocional do homem é influenciado por seis fatores: luz, cor, som, aroma, textura e forma. Estes elementos do ambiente têm impacto tão grande no psicológico e no físico dos indivíduos que uma instalação médica bem projetada, aplicando adequadamente estes fatores, pode ser considerada parte importante do tratamento. (VASCONCELOS, 2004) Por isso é preciso enfatizar que quanto maior for a compreensão das implicações que o comportamento humano sofre pelo ambiente que o cerca, mais fácil será o planejamento de espaços que proporcionam ao usuário qualidade ambiental e qualidade de vida. 15 Os benefícios dos estímulos sensoriais causados pelos elementos do espaço exterior nos pacientes, caracteriza a integração como o caminho mais rápido no auxílio do processo de cura através do ambiente. Os elementos naturais encorajam a recuperação do estresse porque provocam sentimentos positivos, reduzindo as emoções negativas como o medo, o nervosismo e a tristeza. Além disso, despertam interesses e prendem a atenção, bloqueando as pensamentos ruins e estressantes. Portanto, ter visuais para o exterior é extremamente importante para qualquer indivíduo que tenha uma rotina pacata e que passe a maior parte do seu tempo num mesmo ambiente pois, alivia a sensação de enclausuramento quando se passam horas num mesmo local. O importante é analisar de que maneira as características do ambiente e/ou dos elementos construtivos podem ser atribuídas ao projeto de uma edificação de unidade de saúde, avaliando as vantagens e desvantagens no contato do paciente com o exterior, e a configuração espacial mais adequada dentro do partido arquitetônico adotado. As soluções arquitetônicas responsáveis pela integração interior/exterior são chamadas características arquitetônicas de integração. Algumas dessas características são jardim exterior, acesso principal, pátio central, terraço-jardim, jardim interno, jardim terapêutico e átrio. Estas características dependem de alguns condicionantes próprios como sua forma, dimensão e localização para proporcionar contato físico e/ou visual entre o paciente e o ambiente externo. Também dependem de condicionantes do local em que estão inseridas, principalmente, da anatomia do edifício, para garantir sua eficiência. (VASCONCELOS, 2004) Relacionando as características arquitetônicas de integração com as anatomias das unidades de saúde atuais, verifica-se que a anatomia horizontal otimiza a utilização das características, proporcionando contato físico e visual entre o paciente e o exterior. (VASCONCELOS, 2004) Percebemos que a integração interior/exterior é importante no ambiente hospitalar, apresentando vantagens, tanto aos pacientes que se sentem melhores e têm recuperação mais rápida, quanto aos funcionários que trabalham em ambientes mais agradáveis e com menor nível de estresse. A Instituição, além de ganhar prestígio por promover o bem estar e a cura através do ambiente físico, tem economias significativas devido ao menor consumo de medicamentos. 16 4 A SUSTENTABILIDADE EM HOSPITAIS De acordo com a Agenda Global (2011), sustentabilidade significa “suprir as necessidades da geração presente, sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas”. As três vertentes da sustentabilidade são a financeira, a social e a ambiental. O conceito de sustentabilidade está cada vez mais inserido no cenário empresarial. A aplicação desse conceito na filosofia da empresa deixou de ser um diferencial e passou a ser fator essencial para sua sobrevivência em uma sociedade cada vez mais exigente com a atuação social das organizações. Na área da saúde, o conceito de sustentabilidade, ainda é novo e pouco discutido. No entanto, esse tipo de negócio gera um grande impacto na sociedade nas três vertentes da sustentabilidade. (AGENDA GLOBAL, 2011) A agenda global dos hospitais verdes e saudáveis oferece apoio a iniciativas que visam promover a sustentabilidade e saúde ambiental no setor de saúde. Apresenta um referencial com dez objetivos interligados. Cada um contém ações que podem ser implementadas, além de ferramentas e recursos de suporte a essa implementação. Os dez objetivos apresentados pela agenda global são: liderança (priorizar a saúde ambiental); substâncias químicas (substituir substâncias perigosas por alternativas mais seguras); resíduos (reduzir, tratar e dispor de forma segura os resíduos de serviços de saúde); energia (implementar eficiência energética e geração de energia limpa renovável); água (reduzir o consumo de água e fornecer água potável); transporte (melhorar as estratégias de transporte para pacientes e funcionários); alimentos (comprar e oferecer alimentos saudáveis e cultivados de forma sustentável); produtos farmacêuticos (prescrição apropriada, administração segura e destinação correta); edifícios (apoiar projetos e construções de unidades de saúde verdes e saudáveis); compras (comprar produtos e materiais mais seguros e sustentáveis). (AGENDA GLOBAL, 2011) Não existe um modelo universal de unidade de saúde verde e saudável, mas, mundialmente, muitas unidades de saúde estão tomando medidas para reduzir sua pegada ambiental, contribuir para melhorar a saúde pública e economizar dinheiro. Pretende-se atingir nesse projeto o maior número dos objetivos aqui apresentados, pois, entende-se que a pegada ecológica de uma unidade de saúde é consideravelmente grande e é preciso que se tenha a preocupação de realizar ações que possam proporcionar a redução desta. 17 5 ESTUDO DE CASO Foi feito um estudo na Sociedade Portuguesa de Beneficência de Campos para que fosse possível visualizar o funcionamento de uma unidade de tratamento do Câncer. O hospital foi fundado em 1852 e hoje é referência em atendimento, instalações tecnológicas e formação de profissionais. Com um alto investimento nos últimos anos é um dos hospitais que mais cresce na região Norte Fluminense do estado do Rio de Janeiro. Figura 1: Hospital Beneficência de Campos Fonte: Spbc, 2014 Durante as visitas ao hospital foi possível entender o funcionamento de uma unidade de tratamento do câncer. A assistente social e o farmacêutico da unidade deram total apoio para este estudo dando todas as informações necessárias para sanar as dúvidas sobre a rotina do local. Foi descoberto que é necessário ter uma farmácia para atendimento ao tratamento da quimioterapia que fique próxima a sala de aplicação. Uma informação importante, também retirada desse estudo, é que o tratamento não precisa ser feito com o paciente internado, que a maioria dos pacientes recebem o tratamento durante o dia e depois retornam para sua residência. O setor da oncologia foi adaptado dentro do hospital, logo não apresenta uma locação ideal. O espaço é pequeno, principalmente a área de atendimento ambulatorial. Esta tem uma sala de espera pequena e sem atrativos para as crianças. 18 6 PRECEDENTES Neste capítulo, estão apresentados os precedentes funcionais, tipológico, tecnológico e plástico-formal que serviram como referência para o projeto desenvolvido neste trabalho. 6.1 Precedente funcional 6.1.1 – Hospital Pequeno Príncipe O Hospital Pequeno Príncipe, localizado na cidade de Curitiba no Paraná, tem foco no atendimento humanizado, na excelência tecnocientífica e na mobilização da sociedade pela saúde o que permite combinar bom atendimento em alta e média complexidade com a observância aos princípios de equidade e integralidade (Figura 2). Figura 2: Hospital Pequeno Príncipe Fonte: Hospital Pequeno Príncipe O Serviço de Oncologia do Pequeno Príncipe foi criado em 1968 e tem um histórico de atendimento crescente. É o serviço de Oncologia que atende o maior número de crianças com câncer no estado do Paraná. Além de consultas, o Pequeno Príncipe oferece todo o suporte laboratorial e de exames de imagem, tratamento cirúrgico e quimioterápico, inclusive com hospital-dia, que permite aos pacientes receber a quimioterapia sem precisar ficar internado. O serviço conta ainda com uma Unidade de Transplante de Medula Óssea. No Hospital Pequeno Príncipe o atendimento não é a simples soma das atuações de cada especialidade, os serviços se integram e se complementam. 19 O Pequeno Príncipe é destaque em humanização no Brasil, com ações voltadas a pacientes e seus familiares, colaboradores e demais agentes da instituição. As ações de Humanização promovem um atendimento integral levando em consideração os aspectos biopsicossociais dos pacientes, disponibilizando o apoio emocional, físico e espiritual necessários durante o tratamento e o processo de recuperação. O Pequeno Príncipe desenvolve diversas ações e programas de humanização, entre os quais se destacam: Família Participante: viabiliza a permanência de um acompanhante durante 24 horas por dia, garantindo o bem-estar da criança e a manutenção do vínculo afetivo com a família. É um programa precursor e complementar a políticas públicas de saúde, sistematizado e replicável, que garante o direito dos pequenos pacientes de terem um acompanhante durante a internação. Voluntariado: mais de 500 pessoas doam todos os dias seu tempo, talento e atenção às crianças internadas e seus familiares, garantindo aos pacientes o direito ao lazer durante a hospitalização. Além disso, o hospital tem voluntários esporádicos, por meio de programas com empresas e escolas. Educação e Cultura: Há mais de 20 anos garante o direito à educação e cultura durante a internação, por meio de atendimento escolar vinculado à escola do paciente. Desenvolve ainda ações culturais, atividades de leitura, prática de jogos e oficinas de artes. O Hospital oferece restaurante que serve refeições aos acompanhantes de crianças/adolescentes internadas pelo SUS, uma lanchonete que é aberta ao público e serve almoço e lanche e uma loja em seu andar térreo, onde podem ser adquiridos os produtos sociais do Hospital Pequeno Príncipe, como camisetas, canecas, aventais, além de produtos de higiene pessoal e conveniência. 6.1.2 – Centro de Oncologia Pediátrica Dr. Francisco ArmanGerpes Filho Outro precedente funcional utilizado é o Centro de Oncologia Pediátrica Dr. Francisco ArmanGerpe Filho do INCA (Figura 3). O Centro de Oncologia Pediátrica está localizado na Praça da Cruz Vermelha no Rio de Janeiro-RJ. O Centro de Oncologia Pediátrica é responsável pelo atendimento das crianças e adolescentes com câncer no INCA e representa uma evolução na assistência médico-hospitalar oferecida aos pacientes nessa faixa etária. O Centro conta com várias áreas exclusivas no Hospital do Câncer I. Suas instalações oferecem ambientes agradáveis para as crianças, decorados de forma alegre e funcional, onde a humanização no tratamento contribui para atingir a cura com qualidade de vida. 20 Figura 3: Centro de Oncologia Pediátrica - INCA Fonte: Inca O Centro de Oncologia Pediátrica adota o hospital-dia, conceito de assistência médicohospitalar em que consultas, exames e tratamentos são feitos no mesmo dia. Nesse sistema, a internação só acontece em casos absolutamente necessários, reduzindo custos e os riscos de infecção hospitalar. As propostas do Hospital Pequeno Príncipe e do Centro de Oncologia Pediátrica Dr. Francisco Arman Gerpe Filho se assemelham muito a proposta deste trabalho, devido ao caráter humanitário, e por seu sistema de hospital-dia, logo, estes são referenciais de extrema importância, principalmente pelos bons resultados que vem apresentando, o que prova que esta é uma ideia que pode surtir efeitos muito positivos para os paciente de câncer. 6.2 Precedente tipológico 6.2.1 – Cidade Sustentável Pedra Branca A Cidade Sustentável Pedra Branca foi um dos destaques do 18º Salão do Imóvel e Construfair/SC. O empreendimento apresentou no evento os edifícios Orquídea, Bromélias e Gardênia, com apartamentos de 2, 3 e 4 dormitórios. Esses produtos foram projetados pelo arquiteto Nelson Teixeira, que valorizou o conceito de estética e sustentabilidade e reforçou a identidade arquitetônica do projeto. Essas torres apresentam um ponto de encontro em um Pátio de contemplação, mostrado na Figura 4, com espelho d’agua, mobiliário e paisagismo que são um convite ao convívio. 21 Figura 4: Pátio de Contemplação – Cidade Pedra Branca Fonte: Cidade Pedra Branca O projeto apresentado foi utilizado como referencial tipológico para este trabalho devido ao fato de utilizar conceitos bastante semelhantes ao que se desejava alcançar, tais como o pátio central, como forma de criar um espaço de ligação e convivência entre os pacientes e acompanhantes e destes com a natureza. 6.3 Precedente plástico-formal 6.3.1 – Pró-RIM Assistência Nefrológica A Pró-RIM é uma Unidade Assistencial de Saúde privada que atende tanto pacientes particulares e plano de saúde como também os usuários do sistema SUS. O projeto foi desenvolvido pelo escritório Matheus Duarte Arquitetura. Este projeto foi utilizado como referencial plástico-formal devido a sua volumetria simples e regular. 22 Figura 5: Pró RIM Assistência Nefrológica Fonte: Matheus Duarte 6.4 Precedente tecnológico 6.4.1 – ECOLOFT O ECOLOFT é um projeto criado pelo escritório Cria Arquitetura para a Mostra Campinas Decor 2009 com o objetivo de divulgar práticas mais sustentáveis. É uma casa ecológica conceito de aproximadamente 100 m2. Incorpora design inteligente, tecnologias verdes, técnicas construtivas e materiais que diminuem significativamente o impacto ambiental (Figura 6). O projeto tem como diretriz levar em conta quem vai usar o ambiente, quanto tempo será sua vida útil e se, depois desse tempo, ela poderá servir para outros propósitos ou não. O projeto apresenta sistemas construtivos sustentáveis como a taipa de pilão e o tijolo de solo cimento, incorporados ao projeto, que também oferecem soluções para redução do consumo de água, energia e tratamento de efluentes. Utiliza também, o Biocleanque, vidro autolimpante para usos externos, particularmente adequado para áreas bastante poluídas, que permite uma visão clara através dele, mesmo em dias de chuva, o que acarreta tanto numa redução do consumo de energia quanto numa redução no uso de detergentes que agridem o meio ambiente. Outra tecnologia utilizada neste projeto é o LED que é uma tecnologia que supera a iluminação convencional. Trata-se de um chip emissor de luz que também é chamado de "solidstatelighting". A substituição das lâmpadas pelos "leds" pode resultar numa economia que varia de 50% a 80%, dependendo da utilização, com a vantagem de ser um aparelho com 23 duração de 15 anos sem manutenção. Seu raio luminoso é livre de UV e de calor e seu tamanho compacto proporciona maior flexibilidade nos projetos. Figura 6: Ecoloft Fonte: Cria Arquitetura Sustentável (2009) Tendo o sol como fonte geradora de energia este sistema proporciona ganhos ao meio ambiente, uma vez que o sol é uma fonte de energia renovável, limpa e gratuita. Para cada metro quadrado de coletor solar instalado poderia evitar a inundação de 56m² de terras férteis na construção de novas usinas hidrelétricas. Os SAS - sistemas de aquecimento solar - favorecem uma considerável redução no valor da conta de energia, e ainda possibilitam a recuperação do investimento inicial em até 18 meses. Soma-se a redução do impacto sobre a matriz energética brasileira, na qual a demanda dos chuveiros elétricos no horário de pico corresponde a 8,5% da demanda total neste horário. Como medida de redução do consumo de água são utilizadas as bacias sanitárias com o sistema de duplo acionamento que permitem a escolha do fluxo de água adequado. Enquanto as bacias antigas consumem 18 litros de água por acionamento, este sistema permite escolher entre 3 e 6 litros, proporcionando economia de água superior a 60%. Os metais com dispositivos economizadores proporcionam uma economia no consumo de água e ajudam a despertar as pessoas para um consumo racional. A Figura 6 apresenta a planta baixa deste projeto. 24 Figura 7: Ecoloft – Planta Baixa Fonte: Cria Arquitetura Sustentável (2009) Outros técnicas sustentáveis utilizadas foram: SISTEMA PARA REUSO DE ÁGUA DE CHUVA O reuso da água da chuva diminui a demanda por água fornecida pelas companhias de tratamento e também os riscos de enchentes quando ocorrem temporais. Consiste na coleta e condução da água da chuva até uma cisterna, para que seja filtrada e armazenada. Antes da instalação é feito um estudo dos índices pluviométricos da região, da capacidade de captação e da demanda necessária, para o correto dimensionamento da cisterna. A água de reuso pode ser utilizada pra fins não potáveis, como lavar carros, regar os jardins, lavar pisos e descarga dos banheiros. TUBULAÇÃO PPR Toda a instalação hidráulica foi realizada com material em PPR, com a finalidade de reduzir o uso do PVC. O polipropileno (PPR) é um excelente isolante térmico, reduz a perda calórica da água transportada e retém por mais tempo a água quente no interior da tubulação, o que resulta numa economia significativa de energia. Seu sistema para instalações por Termofusão, não requer a utilização de materiais auxiliares tóxicos como colas e lixas assim a água transportada por este sistema apresenta um nível insuperável de potabilidade, visto que a matéria-prima possui absoluta atoxidade certificada. 25 MADEIRA DE MANEJO SUSTENTÁVEL O manejo florestal sustentável consiste no uso racional das matérias-primas presentes na floresta e compreende planejamento e técnicas de exploração que garantam a manutenção dos ecossistemas locais e a preservação da floresta para gerações futuras, aliados à viabilidade econômica e à benefícios sociais. Para a construção do Ecoloft foram utilizados dois tipos de madeiras de manejo: garapeira para a estrutura e angelim para a vedação. TIJOLO ECOLÓGICO Bloco composto de terra, cimento e água, obtido por meio da prensagem dos materiais. Fabricado sem a queima, evitando a emissão de CO². Não necessita de massa para assentamento e permite o embutimento de tubulações elétrica e hidráulicas, evitando a quebra de paredes e desperdício de material. PISO DRENANTE O piso Megadreno é composto por cimento reciclado, fibras naturais e agregados minerais, possuindo uma capacidade drenante superior a 91%, isto confere maior flexibilidade às áreas que necessitam de permeabilidade e colabora no controle de enxurradas em áreas urbanas. O projeto do Ecolofttraz uma proposta sustentável que teve como objetivo a otimizaçãodo desempenho ambiental do edifício, bem como a possibilidade de reciclagem de materiais usados. E esse é o principal motivo de utilizar este projeto como precedente tecnológico já que a proposta deste trabalho busca apresentar uma arquitetura com técnicas sustentáveis. 26 7 PROPOSTA ARQUITETÔNICA A proposta apresentada consiste em uma clínica para tratamento do câncer infantil no município de Campos dos Goytacazes/RJ, através de uma solução arquitetônica que visa o atendimento humanizado para o tratamento de crianças com câncer, tendo como principal objetivo o desenvolvimento de uma edificação adequada a seus usuários contribuindo para sua qualidade de vida, bem estar físico e psicológico. Sua capacidade de atendimento foi definida de acordo com as necessidades e possibilidades extraídas do estudo de caso feito na Sociedade Portuguesa de Beneficência de Campos dos Goytacazes/RJ, resultando em um total de 10 poltronas de quimioterapia e 4 salas de radioterapia. 7.1 Terreno O terreno no qual será implantada a clínica (Figura 8) está localizado na Avenida José Alves de Azevedo, no Parque Aurora, Campos dos Goytacazes-RJ. Este terreno também tem saída para a Rua Visconde do Itaboraí. Figura 8: Localização do terreno N CAMPOS DOS GOYTACAZES Fonte: Google Mapas, 2014 (adaptado pela autora) 27 Este terreno (Figura 9) foi escolhido por estar localizado próximo as principais unidades de saúde da cidade, ser de fácil acesso por diversas vias estratégicas e por ter uma área extensa que permite a implantação de uma arquitetura horizontal com muita área verde. Figura 9: Terreno N Fonte: Google Mapas, 2014 (adaptado pela autora) 7.1.1 – Topografia e Formato O terreno possui formato regular, com uma área de 18.827,13 m2. Sua topografia plana, predominante neste município, favorece a implantação do projeto. 28 Figura 10: Terreno Av. José Alves de Azevedo Fonte: Google Mapas, 2014 A figura 10 apresenta a testada do terreno na avenida José Alves de Azevedo. Já a figura 11 apresenta a saída do terreno pela rua Visconde do Itaboraí. Figura 11: Terreno Rua Visconde do Itaboraí Fonte: Google Mapas, 2014 29 7.1.2 – Acessos O terreno, como já foi mencionado, tem dois acessos, um pela Avenida José Alves de Azevedo (Figura 10) e outro pela Rua Visconde do Itaboraí (Figura 11). Este fato permite dividir os acessos de acordo com o uso. Figura 12: Acessos ao terreno Fonte: Google Mapas, 2014 (adaptado pela autora) A Figura 12 mostra que o terreno pode ser acessado pelas principais vias do município. Proporciona acesso fácil e rápido à Avenida Artur Bernardes, Avenida 28 de Março, Avenida Nilo Peçanha e BR 101. 7.1.3 – Vegetação existente A vegetação existente no terreno é composta por algumas árvores e espécies de rasteiras ou de pequeno porte que ocupam o terreno de forma desordenada. 30 7.1.4 – Equipamentos e infraestrutura urbana Na Figura 13 estão demarcados os equipamentos urbanos identificados no entorno próximo ao terreno, dentre os quais estão 5 instituições de ensino, 3 templos religiosos e 2 unidades de saúde. Seu entorno é predominantemente residencial e existe um grande vazio urbano em frente ao terreno. Figura 13: Equipamentos urbanos no entorno do terreno Terreno Instituições de Ensino Templos Religiosos Unidades de Saúde Fonte: Google Mapas, 2014 (adaptado pela autora) A área onde está localizado o terreno conta com uma estrutura urbana bem consolidada e completa, ou seja, há redes de água, telefone, luz elétrica e esgoto, além de ser atendida por serviço de limpeza pública e coleta de lixo. É possível verificar nas Figuras 14 e 15 que as ruas em frente ao terreno são asfaltadas. Com relação ao transporte público, existem linhas que passam pela Avenida José Alves de Azevedo que facilita o acesso ao terreno. 31 Figura 14: Frente do terreno Av. José Alves de Azevedo Fonte: Google Mapas, 2014 Figura 15: Frente do terreno Rua Visconde do Itaboraí Fonte: Google Mapas, 2014 32 7.1.5 – Insolação, ventilação e fontes ruidosas Na Figura 16 é apresentado o estudo dos condicionantes físicos do terreno. Com esse estudo é possível visualizar como funciona a insolação e a ventilação natural no terreno. Figura16: Estudo Condicionantes Físicos N VENTOS DOMINANTES NASCENTE POENTE Fonte: Acervo do Autor A principal fonte ruidosa do entorno imediato provem da Avenida José Alves de Azevedo, onde há um fluxo maior de veículos. 7.1.6 – Legislação De acordo com a Lei de Uso e Ocupação do Solo Urbano do município (Figura 17), o terreno está localizado na Zona Residencial 4 (ZR4) que “destina-se ao uso residencial unifamiliar, residencial multifamiliar horizontal, residencial multifamiliar vertical, sendo permitidocomércio e serviços locais, comércio e serviços de bairro, indústria doméstica e uso misto, uso institucional local e institucional principal”. ALei de Uso e Ocupação do Solo Urbano do município classifica a avenida José Alves de Azevedo como um Eixo de Comércio e Serviços 2 (ECS 2) que “destina-se ao comércio eserviço de bairro e ao uso residencial unifamiliar e multifamiliar”, informando ainda, que “as atividades não residenciais compatíveis com o Eixo de Comércio e Serviços 2 serão as de grau de impacto 2”. 33 A Zona Residencial 4 permite um Coeficiente de Aproveitamento do Terreno de 4,0 e uma Taxa de Ocupação de 70%. Porém, o Eixo de Comércio e Serviços 2 proporciona um aumento nesses índices passando a prevalecer um Coeficiente de Aproveitamento do Terreno de 4,5 e uma Taxa de Ocupação de 70%. Figura 17: Mapa Legislação N Fonte: Uso e Ocupação do Solo 7.2 Programa de necessidades O programa de necessidades da clínica oncológica para tratamento infantil proposta por este trabalho foi determinado a partir do estudo de caso apresentado e das informações contidas na legislação pertinente (RDC nº 50). Este está relacionado de acordo com sua funcionalidade. Tabela 01: Programa de Necessidades Geral da Clínica Ambiente Administração Área de Lazer dos Médicos e Funcionários Atendimento Ambulatorial Área Estimada 201,0 m2 26,0 m2 192,0 m2 Café 56,0 m2 Carga e Descarga (1 vaga) 30,0 m2 34 Central de Administração de Material e Equipamentos 73,0 m2 Central de Quimioterapia 92,0 m2 Estacionamento (40 vagas) 480,0 m2 Farmácia 40,0 m2 Garagem (Ambulância ou Funerária) (2 vagas) 40,0 m2 128,0 m2 Manutenção Processamento de Roupa Recepção Geral (05 pessoas) 22,0 m2 6,5 m2 Serviço de Radioterapia 127,0 m2 Unidade de Reabilitação 74,0 m2 Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 Tabela 02: Programa Administração Ambiente Área para Atendimento ao Público – Protocolo (2 Pessoas) 01 Área Estimada por Unidade 6,0 m² Área para Atendimento ao Público – Tesouraria (3 Pessoas) 01 8,0 m² Área para Controle de Funcionário (Ponto) 01 4,0 m² Área para execução dos Serviços Administrativos, Clínicos e 02 22 m² Arquivo Administrativo 01 3,0 m² Arquivo Médico 01 3,0 m² Copa 01 15,0 m² Depósito de Material de Limpeza 01 2,0 m² Posto policial 01 4,0 m² Recepção (02 Pessoas) 01 2,5 m² Sala Administrativa (3 Pessoas) 02 17 m² Sala de Direção 01 12 m² Sala de Espera (5 Pessoas) 01 7,5 m² Sala de Reuniões (20 Pessoas) 01 40 m² Sanitário para o Público (02 Conjuntos) 02 4,0 m² Sanitário para os Funcionários (02 Conjuntos) 02 4,0 m² Qtd. Médicos (4 Pessoas) Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 35 Tabela 03: Programa Atendimento Ambulatorial Ambiente Qtd. Consultório Nutrição 01 Área Estimada por Unidade 8,0 m² Consultório Pediatria Clínica 01 8,0 m² Consultório Pediatria Oncológica 01 8,0 m² Consultório Psicologia 01 8,0 m² Consultório Serviço Social 01 8,0 m² Depósito Material de Limpeza 01 2,0 m² Recepção / Marcação (10 Pessoas) 01 12,0 m² Rouparia (Roupa Limpa) 01 3,0 m² Sala de Espera (30 Pessoas) 01 40,0 m² Sala de Recreação dos Pacientes 01 39,0 m2 Sala de Terapia Ocupacional em Grupo 02 20,0 m2 Sala de Terapia Ocupacional Individual 02 8,0 m2 Sala de Utilidades (Expurgo) 01 4,0 m² Sanitário para o Público (5 Conjuntos) 02 8,0 m² Sanitário para os Funcionários (5 Conjuntos) 02 8,0 m² Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 Tabela 04: Programa Café Ambiente Qtd. Salão 01 Área Estimada por Unidade 30,0 m2 Depósito de Alimentos e Bebidas 01 4,0 m2 Sanitário para Público (05 Conjuntos) 02 8,0 m² Sala de Utilidades (Expurgo) 01 4,0 m2 Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 Tabela 05: Programa Central de Administração de Material e Equipamentos Ambiente Área de Armazenagem Qtd. 01 Área Estimada por Unidade 30,0 m² 36 Área de Distribuição 01 4,0 m² Área para Guarda de Macas e Cadeiras de Rodas 01 5,0 m² Área para Recebimento, Inspeção e Registro 01 4,0 m² Depósito de Equipamentos / Materiais 01 25,0 m² Depósito de Material de Limpeza 01 2,0 m² Sanitário para Funcionários (01 Conjunto) 02 3,0 m² Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 TABELA 06:Programa Central de Material Esterilizado Ambiente Quantidade Área por Unidade Área de Guarda e Distribuição 01 8,0 m² Área de Preparo e Esterilização 01 6,0 m² Recepção Limpeza e Lavagem 01 6,0 m² Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 Tabela 07: Programa Central de Quimioterapia Ambiente 01 Área Estimada por Unidade 2,0 m² Área de Material e Medicamentos 01 3,0 m2 Sala de Preparação de Quimioterápicos 01 6,0 m2 Posto de Enfermagem e Serviços 01 6,0 m2 Rouparia (Roupa Limpa) 01 3,0 m² Sala de Aplicação (10 poltronas) 01 50,0 m2 Sala de Utilidades (Expurgo) 01 4,0 m² Sanitário para o Público (3 Conjuntos) 02 6,0 m² Sanitários para Funcionários (1 Conjunto) 02 3,0 m² Depósito de Material de Limpeza Qtd. Farmácia Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 37 Tabela 08: Programa Farmácia Ambiente Qtd. Área Estimada por Unidade 3,0 m² Área de Distribuição 01 Área para Armazenagem e Controle (30 leitos) 01 20,0 m² Área para Recepção e Inspeção 01 3,0 m² Banheiro para os Funcionários (01 Conjunto) 02 4,0 m² Depósito de Material de Limpeza 01 2,0 m² Sala de Utilidades (Expurgo) 01 4,0 m² Ambiente Qtd. Área de Guarda e Distribuição de Equipamentos, Mobiliários e 01 Área Estimada por Unidade 6,0 m² Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 Tabela 09: Programa Manutenção utensílios Área de Inservíveis 01 20,0 m² Área de Recepção e Inspeção de Equipamentos, Mobiliários e 01 6,0 m² Área para Armazenagem de Peças de Reposição 01 25,0 m² Oficinas de Manutenção 01 60,0 m² Sala Administrativa 01 8,0 m² Sanitário para Funcionários 02 3,0 m² Utensílios Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 Tabela 10: Programa Processamento de Roupa Ambiente Qtd. Área Estimada por Unidade 4,0 m² Banheiro para Funcionários (01 Conjunto) 02 Depósito de Material de Limpeza 01 2,0 m² Recepção 01 3,0 m² Sala de Armazenagem Geral de Roupa Limpa (Rouparia Geral) 01 8,0 m² Sala de Armazenagem Geral de Roupa Suja 01 5,0 m² Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 38 Tabela 11: Programa Serviço de Radioterapia Ambiente Qtd. Área de Comando 02 Área Estimada por Unidade 6,0 m2 Depósito de Material de Limpeza 01 2,0 m² Posto de Enfermagem 01 6,0 m2 Rouparia (Roupa Limpa) 01 3,0 m² Sala de Planejamento e Física Médica 01 12,0 m2 Sala de Preparo e Armazenagem de Fontes 01 3,0 m2 Sala de Preparo e Observação de Pacientes 01 6,0 m2 Sala de Serviços 01 6,0 m2 Sala de Terapia 03 15,0 m2 Sala de Utilidades (Expurgo) 01 4,0 m² Sala para Confecção de Moldes e Máscaras 01 10,0 m2 Sanitário para o Público (3 Conjuntos) 02 6,0 m² Sanitários para Funcionários (1 Conjunto) 02 3,0 m² Qtd. Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 Tabela 12: Programa Unidade de Reabilitação Ambiente Depósito de Material de Limpeza 01 Área Estimada por Unidade 2,0 m² Sala de Fisioterapia 01 8,0 m2 Sala de Estomaterapia 01 8,0 m2 Posto de Enfermagem e Serviço 01 6,0 m2 Sala de Utilidades (Expurgo) 01 4,0 m² Sanitário para o Público (3 Conjunto) 02 6,0 m² Sanitários para Funcionários (1 Conjunto) 02 3,0 m² Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 39 7.3 Setorização O programa está setorizado por funcionalidade como descrito no item anterior. Figura 18: Setorização Geral 05 03 01 02 04 01 – Bloco Recepção Geral e Café 02 – Bloco da Administração 03 – Bloco de Ambulatório e Reabilitação 04 – Bloco de Serviço 05 – Bloco de Quimioterapia 06 – Bloco de Radioterapia Blocos de Atendimento 06 Blocos de Serviço Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 Figura 19: Setorização Bloco Recepção Geral e Café Área Verde Área de Acesso Exclusivo a Funcionários Área de Acesso para o Paciente N Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 40 Figura 20: Setorização Bloco da Administração N Área de Acesso Exclusivo a Funcionários Área de Acesso para o Paciente Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 Figura 21: Setorização Bloco de Ambulatório e Reabilitação N Área Verde Área de Acesso Exclusivo a Funcionários Área de Acesso para o Paciente Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 41 Figura 22: Setorização Bloco de Serviço Área de Acesso Exclusivo a Funcionários N Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 Figura 23: Setorização Bloco de Quimioterapia Área Verde Área de Acesso Exclusivo a Funcionários Área de Acesso para o Paciente N Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 42 Figura 24: Setorização Bloco de Radioterapia Área Verde Área de Acesso Exclusivo a Funcionários Área de Acesso para o Paciente N Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 7.4 Fluxograma A Figura 25 apresenta o fluxograma da clínica para melhor entendimento dos fluxos internos. E as Figuras de 26 a 32 mostra o fluxo em planta. Figura 25: Fluxograma Geral da Clínica Estacionamento Café Recepção Geral Unidade de Reabilitação Central de Quimioterapia Atendimento Ambulatorial Serviço de Radioterapia PROGRAMAS DE SUPORTE AO ATENDIMENTO Administração Manutenção Farmácia Área de Lazer Médicos e Funcionários Central de Material Esterilizado Central de Adm. de Material e Equipamentos Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 Carga e Descarga Processamento de Roupa 43 Figura 26: Fluxo Externo da Clínica Funcionários Pacientes Veículos Carga/Descarga Ambulância Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 44 Figura 27: Fluxo Interno do Bloco Recepção Geral e Café N Funcionários Pacientes Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 45 Figura 28: Fluxo Interno do Bloco da Administração Funcionários Pacientes Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 46 Figura 29: Fluxo Interno do Bloco de Ambulatório e Reabilitação N Funcionários Pacientes Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 47 Figura 30: Fluxo Interno do Bloco de Serviço N Funcionários Pacientes Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 48 Figura 31: Fluxo Interno do Bloco de Quimioterapia N Funcionários Pacientes Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 49 Figura 32: Fluxo Interno do Bloco de Radioterapia N Funcionários Pacientes Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 50 7.5 Memorial Justificativo O presente memorial tem como objetivo apresentar o projeto arquitetônico da clínica proposta por este trabalho de uma forma mais detalhada, destacando os principais pontos e explicando as decisões tomadas ao longo do processo de concepção. 7.5.1 – Implantação A implantação do programa de necessidades no terreno foi pensada a partir da setorização do mesmo. Os serviços foram agrupados de acordo com sua complexidade. O programa foi dividido em seis blocos, são eles: o bloco da recepção geral e café, o bloco da administração, o bloco de serviços, o bloco de ambulatório e reabilitação, o bloco da quimioterapia e o bloco da radioterapia. O bloco da recepção geral e café é diretamente interligado ao bloco da administração. Já os demais blocos são interligados por um caminho coberto. O acesso ao terreno pela Avenida José Alves de Azevedo é a entrada principal da clínica, por onde entra o público externo. Nesse acesso fica localizado também o estacionamento. Já no acesso pela Rua Visconde do Itaboraí foi utilizado como entrada de serviço. Por este acesso entram veículos de funcionários, veículos com suprimentos e equipamentos e ambulâncias. Por esta entrada é possível acessar o estacionamento de funcionários, o terminal de carga e descarga e a garagem de ambulância. O primeiro bloco a ser acessado pela entrada principal é o bloco da recepção geral e café, junto a este está o bloco da administração. Seguindo pelo caminho coberto chega-se ao bloco de serviço, que fica ao lado do bloco da administração. Depois, está o bloco de ambulatório e reabilitação. Então, avistamos um chafariz que dá acesso ao bloco da radioterapia, ao playground e finalmente ao bloco da quimioterapia. A área não construída do terreno é preenchida pela vegetação e está disponível para a expansão. 7.5.2 – Bloco Recepção Geral e Café Este bloco (Figura 33) foi projetado para oferecer um primeiro acolhimento ao público. Possui muitas áreas verdes com sanitários e um café. 51 O café possui um salão coberto com um pano de vidro para o salão descoberto. A área descoberta é aberta para um jardim contemplativo. O caminho coberto que interliga os blocos pode ser acessado tanto pela recepção geral quanto pelo café. Figura 33: Bloco Recepção Geral e Café N Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 52 7.5.3 – Bloco da Administração Nesse bloco (Figura 34) encontra-se a parte administrativa da clínica. Há uma parte de acesso ao público que conta com protocolo, tesouraria, recepção além de também ser possível acesso a sala da direção. Com acesso exclusivo para funcionários temos os arquivos, o ponto, a sala de reuniões, a área de serviços administrativos e clínicos, os sanitários para funcionários, a copa e a área de lazer dos médicos e funcionários. Através da área de lazer é possível o acesso ao estacionamento e a um jardim contemplativo. Figura 34: Bloco da Administração N Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 53 7.5.4 – Bloco de Ambulatório e Reabilitação O Bloco de Ambulatório e Reabilitação (Figura 35) oferece o apoio técnico-assistencial ao tratamento. Os serviços oferecidos são: pediatria clínica, pediatria oncológica, terapia ocupacional em grupo e individual, psicologia, nutrição, serviço social, fisioterapia e estomaterapia. Este conta também, com uma ampla sala de espera interligada a uma sala de recreação para as crianças que tem acesso a um playground. Figura 35: Bloco de Ambulatório e Reabilitação N Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 54 7.5.5 – Bloco de Serviço O apoio para funcionamento da clínica encontram-se nesse bloco (Figura 36). Os serviços aqui contemplados são: central de material esterilizado, processamento de roupa, farmácia, central de administração de material e equipamento, manutenção, área de carga e descarga, vestiários para os funcionários e uma área de lazer. Figura 36: Bloco de Serviço N Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 55 7.5.6 – Bloco de Quimioterapia Aqui é realizado o tratamento de quimioterapia (Figura 37). São ofertadas 4 salas para aplicação individual e uma sala de aplicação coletiva com 6 poltronas. Como apoio possui uma farmácia de manipulação e posto de enfermagem. As salas de aplicação individual são monitoradas por câmeras. Todas as salas tem aberturas com vidro para a área verde externa. Possui uma sala de espera e uma sala de recreação que possui saída para o playground que interliga esse bloco ao bloco de ambulatório e reabilitação. Figura 37: Bloco de Quimioterapia N Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 56 7.5.7 – Bloco de Radioterapia Este bloco (Figura 38) possui salas para tratamento com bomba de cobalto, acelerador linear e braquiterapia, além, de uma sala de simulação. Possui também uma sala para atendimento de emergência se necessário. A sala de espera é aconchegante e interligada a uma sala de recreação para os pacientes. Figura 38: Bloco de Radioterapia N Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 57 7.5.8 – Circulação externa A circulação (Figura 39) que interliga os blocos é pavimentada e coberta. É cercada por área verde e sua lateral intercala parte com vedação e parte aberta. Figura 39: Circulação Externa Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 7.5.9 – Volumetria A volumetria do projeto arquitetônico desenvolvido caracteriza-se pela simplicidade formal resultante do predomínio das linhas retas que acompanham o formato regular do terreno, como é mostrado na Figura 40 até a Figura 52. 58 Figura 40: Volumetria Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 Figura 41: Volumetria Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 59 Figura 42: Volumetria - Radioterapia Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 Figura 43: Volumetria Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 60 Figura 44: Volumetria - Quimioterapia Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 Figura 45: Volumetria Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 61 Figura 46: Volumetria Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 Figura 47: Volumetria - Administração Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 62 Figura 48: Volumetria - Ambulatório Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 Figura 49: Volumetria - Café Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 63 Figura 50: Volumetria - Quimioterapia Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 Figura 51: Volumetria - Radioterapia Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 Figura 52: Volumetria - Serviço Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 64 7.6 Memorial Descritivo O objetivo deste memorial é descrever algumas das principais características construtivas do projeto. 7.6.1 – Laje, telhado e reservatórios A estrutura da cobertura será executada com vigotas pré-moldadas de concreto armado e lajotas montadas de modo intercalado até formar a superfície desejada (Figura 53). O conjunto será unido por uma camada de concreto. O telhado utilizará telhas de fibrocimento com inclinação de 9% (Figura 54). Figura 53: Composição Lage Pré-moldada Fonte: Pré-moldados de Concreto, 2014 Figura 54: Telha Fibrocimento Fonte: A Feira Telhas e Madeiras, 2014 Com exceção do Bloco de Radioterapia, todos os outros blocos utilizarão, além da estrutura apresentada acima, o telhado verde (Figura 55 e 56). 65 Figura 55: Telhado Verde 1 – Telha de Fibrocimento 2 – Tinta Acrílica 3 – Camadas de Lona 4 – Conduítes de Escoamento 5 – Manta Geotêxtil 6 – Substrato 7 – Cobertura Verde Fonte: Casa Abril, 2014 Figura 56: Exemplo Telhado Verde Fonte: UOL, 2014 Na passagem de ligação entre os blocos será utilizada telha de policarbonato translúcida (Figura 57). 66 Figura 57: Telha de Policarbonato Translúcida Fonte: Casa Abril, 2014 A cobertura da passagem de ligação ficará apoiada em pilares de tijolo ecológico. Será utilizada uma trepadeira para escalar a estrutura e formar uma sombra agradável (Figura 58). Em alguns pontos entre um pilar e outro o vão será fechado com tijolo ecológico para propiciar um conforto térmico. O lado externo da vedação será coberto também por vegetação. Figura 58: Exemplo cobertura Fonte: Casa e Jardim, 2014 67 Com relação aos reservatórios de água, optou-se pela utilização de caixas d’água em polietileno (Figura 59). Figura 59: Caixa d’água em Polietileno Fonte: Fortlev, 2014 A seguir serão apresentados os cálculos dos reservatórios superiores e das cisternas. Bloco Recepção Geral e Café – população total de 60 pessoas 60 x 120 litros = 7.200 litros por dia 7.200 litros x 2 (dias de intermitência) = 14.400 litros 14.400 litros + 10% (incêndio) = 15.840 litros Reservatório inferior = 2/5 x 15.840 litros = 6.336 litros Reservatório superior = 3/5 x 15.840 litros = 9.504 litros Este bloco utilizará 02 caixas d’água com capacidade de 5.000. Bloco de Administração – população total de 8 pessoas 8 x 120 litros = 960 litros por dia 960 litros x 2 (dias de intermitência) = 1.920 litros 1.920 litros + 10% (incêndio) = 2.112 litros Reservatório inferior = 2/5 x 2.112 litros = 844,80 litros Reservatório superior = 3/5 x 2.112 litros = 1.267,20 litros Este bloco utilizará 01 caixa d’água com capacidade de 1.500 litros. 68 Bloco de Serviço – população total de 20 pessoas 20 x 120 litros = 2.400 litros por dia 2.400 litros x 2 (dias de intermitência) = 4.800 litros 4.800 litros + 10% (incêndio) = 5.280 litros Reservatório inferior = 2/5 x 5.280 litros = 2.112 litros Reservatório superior = 3/5 x 5.280 litros = 3.168 litros Este bloco utilizará 01 caixa d’água com capacidade de 3.000 litros. Bloco de Ambulatório e Reabilitação – população total de 45 pessoas 45 x 120 litros = 5.400 litros por dia 5.400 litros x 2 (dias de intermitência) = 10.800 litros 10.800 litros + 10% (incêndio) = 11.880 litros Reservatório inferior = 2/5 x 11.880 litros = 4.752 litros Reservatório superior = 3/5 x 11.880 litros = 7.128 litros Este bloco utilizará 01 caixa d’água com capacidade de 5.000 litros e outra com capacidade de 2.000 litros. Bloco de Quimioterapia – população total de 30 pessoas 30 x 120 litros = 3.600 litros por dia 3.600 litros x 2 (dias de intermitência) = 7.200 litros 7.200 litros + 10% (incêndio) = 7.920 litros Reservatório inferior = 2/5 x 7.920 litros = 3.168 litros Reservatório superior = 3/5 x 7.920 litros = 4.752 litros Este bloco utilizará 01 caixa d’água com capacidade de 5.000 litros. 69 Bloco de Radioterapia – população total de 18 pessoas 18 x 120 litros = 2.160 litros por dia 2.160 litros x 2 (dias de intermitência) = 4.320 litros 4.320 litros + 10% (incêndio) = 4.752 litros Reservatório inferior = 2/5 x 4.752 litros = 1.900,80 litros Reservatório superior = 3/5 x 4.752 litros = 2.851,20 litros Este bloco utilizará 01 caixa d’água com capacidade de 3.000 litros. 7.6.3 – Esquadrias As áreas de atendimento utilizarão janelas pivotantes (Figura 60) em vidro laminado de controle solar para que os usuários possam ter uma visão plena da área verde externa e possam controlar a ventilação. Figura 60: Janela Pivotante Fonte: Speed Glass, 2014 70 Já as áreas de apoio, como os sanitários por exemplo, utilizarão janelas maxiar em vidro temperado (Figura 61). Figura 61: Janela Maxiar Fonte: Speed Glass, 2014 Os acessos aos blocos, as salas de recreação, playground, área de lazer dos funcionários e café utilizarão a cortina de vidro (Figura 62 e 63) para melhor aproveitamento do espaço. Figura 62: Cortina de Vidro aberta Fonte: Plantão News, 2014 71 Figura 63: Cortina de Vidro Fechada Fonte: Plantão News, 2014 7.6.4 – Piso da área externa Nas áreas externas pavimentadas será utilizado piso drenante Prima Matéria (Figura 64). A opção por este tipo de piso se deu pelo fato de que ele possui uma excelente permeabilidade, é de fácil instalação, oferece segurança por não ser escorregadio e possui fácil manutenção. Figura 64: Piso Drenante Fonte: Prima Matéria, 2014 72 7.6.5 – Sala de Recreação e Playground As salas de recreação estão localizadas nos blocos de atendimento ao paciente. Ficam ao lado da sala de espera. Essas salas são equipadas com brinquedos, livros e jogos para entreter as crianças enquanto aguardam o atendimento (Figura 65). Figura 65: Sala de Recreação Fonte: Silco Engenharia, 2014 O playground (Figura 66) está localizado entre o Bloco de Ambulatório e Reabilitação e o Bloco de Quimioterapia fazendo a ligação entre eles. Figura 66: Playground Fonte: www.hoteis.com, 2014 73 7.6.6 – Jardins Internos Os jardins que ficam no interior dos blocos são abertos e no nível do piso (Figura 67). E, acima do jardim temos um lanternim que proporciona a iluminação e ventilação natural (Figura 68). Figura 67: Jardim Interno Fonte: galeria.cuiket.com.br, 2014 Figura 68: Lanternim Fonte: Digicom, 2014 74 7.6.7 – Chafariz O chafariz encontra-se na passagem de ligação entre os blocos. Este traz o elemento água para o projeto (Figura 69). Figura 69: Chafariz Fonte: Desenvolvido pela Autora, 2014 75 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho buscou apresentar uma proposta de um projeto arquitetônico de uma clínica para o tratamento do câncer infantil com uma estrutura física diferenciada e adequada às necessidades de seus usuários. A revisão bibliográfica a respeito do câncer e as unidades de tratamento propiciaram uma melhor compreensão do funcionamento dessas unidades e as principais necessidades que devem ser atendidas. O estuda da psicologia ambiental em conjunto com a humanização hospitalar forneceram informações importantes para o desenvolvimento desse trabalho e a definição dos ambientes. O estudo de caso possibilitou a vivencia em uma unidade de tratamento, visualizando suas necessidades e carências o que oferece informações importantes para o desenvolvimento de uma proposta que atenda a rotina de uma unidade de tratamento. Esse trabalho demonstra que é possível desenvolver um espaço para o tratamento do câncer que seja agradável, divertido e ao mesmo tempo curativo. 76 REFERÊNCIAS AGENDA GLOBAL Hospitais verdes e Saudáveis: uma agenda abrangente de saúde ambiental para hospitais e sistemas de saúde em todo o mundo. [S.l]: Saúde Sem Dano, 2011. Disponível em: <http://greenhospitals.net/wp-content/uploads/2012/03/GGHHAPortugese.pdf>. Acesso em: 28 jan. 2013. BARBOSA, Renata Jordani. Oncologia infantil e resiliência: um enfoque na saúde. Bauru: USC, 2005. Disponível em: <http://newpsi.bvs-psi.org.br/tcc/RenataBarbosa.pdf >. Acesso em: 01 dez. 2013. BRASIL. Instituto Nacional de Câncer. Câncer da criança e adolescente no Brasil: dados do registro de base populacional e de mortalidade. Rio de Janeiro: INCA, 2008. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cancer_crianca_adolescente_brasil.pdf >. Acesso em: 06 fev. 2014. BRASIL. Instituto Nacional de Câncer. 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Disponível em: <http://pequenoprincipe.org.br/hospital/historia/> . Acesso em: 20 jan. 2014. LETTIERI, Ana Paula Pereira de Campos. Projeto “criança, eu preciso de você”: proposta de uma instituição de acolhimento intergeracional no município de Campos dos Goytacazes. Campos dos Goytacazes: IFF, 2013. MARTINS, Vânia Paiva. A humanização e o ambiente físico hospitalar. In: CONGRESSO NACIONAL DA ABDEH, 1, 2004, São Paulo. Iv seminário de engenharia clínica. São Paulo: Abdeh, 2004. p.63-67. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/humanizacao_ambiente_fisico.pdf >. Acesso em: 24 nov. 2013. PEDRO, M. E. A.; VALLE, E. R. M. Grandes desafios para seres tão pequenos: vivenciando o câncer infantil. Boletim Eletrônico SBPO. São Paulo, SP, ano VII, edição 1, jan./fev./mar. 2010. Disponível em: 77 <http://sbpo.org.br/boletins_arquivos/ano_vii_ed_1/grandes_desafios.pdf>. Acesos em: 06 fev. 2014.