DOMINGO XVIII TEMPO comum – 02 de agosto de 2015

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DOMINGO XVIII TEMPO comum – 02 de agosto de 2015
QUEM VEM A MIM NÃO TERÁ MAIS FOME E QUEM CRÊ EM MIM NUNCA MAIS TERÁ SEDE comentário de Pe. Alberto Maggi OSM ao Evangelho
Jo 6, 24-35
Naquele tempo (depois da partilha dos pães), 24quando a multidão viu que Jesus não estava
ali, nem os seus discípulos, subiram às barcas e foram à procura de Jesus, em Cafarnaum.
25
Quando o encontraram no outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste
aqui?” 26Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, eu vos digo: estais me procurando não
porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. 27Esforçai-vos não pelo
alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do
homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo”.
28
Então perguntaram: “Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?” 29Jesus
respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”. 30Eles perguntaram:
“Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti? Que obra fazes? 31Nossos pais
comeram o maná no deserto, como está na Escritura: “Pão do céu deu-lhes a comer”. 32Jesus
respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio
do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. 33Pois o pão de Deus é aquele que
desce do céu e dá vida ao mundo”. 34Então pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”.
35
Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em
mim nunca mais terá sede”.
Com o episódio da “partilha dos pães”, Jesus queria elevar a multidão a um nível, primeiro de
gente e depois de pessoas adultas, pessoas maduras, mas a multidão não quis, pelo contrário
queria fazê-Lo rei. O povo preferiu a submissão à liberdade que Jesus havia-lhe proposto.
Então, Jesus tinha fugido.
Pois bem, agora a multidão o persegue, “foram à procura de Jesus”. O verbo “procurar”, no
evangelho de João, é sempre negativo, no sentido de capturar, apedrejar, matar Jesus, e, ao
encontrá-lo, chamam-no de ”Rabi”. “Rabi” é o mestre da lei! Não entenderam a novidade
trazida por Jesus: uma relação totalmente nova com Deus, não mais baseada na obediência à
lei, mas na acolhida do seu amor.
E aqui se inicia um diálogo entre surdos, um diálogo marcado pela incompreensão, porque a
multidão pede pão para si e Jesus convida-os a fazer-se pão para os outros. De fato Jesus diz:
“estais me procurando não porque vistes sinais...”. Que sinal era esse? A acolhida de um dom
generoso para fazer-se, por sua vez, dom generoso para com os outros. Quer dizer: receber o
pão para, depois, fazer-se pão para os outros.
“... Mas porque comestes pão...” - ou seja, vós comestes o pão para vocês - “...e ficastes
satisfeitos”. E Jesus avisa: “Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento
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que permanece até a vida eterna”. A vida tem uma parte biológica que precisa ser alimentada
e uma parte eterna, que, para crescer, deve alimentar os outros. Portanto, nós temos dois
aspectos:
- A nossa vida biológica: deve ser nutrida
- A vida interior - a eterna - que, para crescer, no entanto, deve nutrir.
O convite de Jesus é claro: esforçar-vos “pelo alimento que permanece e que o Filho do
homem vos dará!”.
“Pois” - Jesus nos assegura - “este é quem o Pai marcou com seu selo”: quer dizer, Jesus é a
garantia da presença de Deus na humanidade.
Logo em seguida, eles perguntam a Jesus o que devem fazer, e Jesus responde: “a obra de
Deus...”. A única vez que o termo “obra de Deus” aparece no Antigo Testamento é no Livro do
Êxodo, capítulo 32, vers. 16, para indicar as “tábuas da lei”. Na realidade, há uma troca de
aliança: a relação com Deus não é mais baseada no cumprimento da lei, mas na acolhida do
amor de Jesus. É isso que Jesus expressa com estas palavras: “A obra de Deus é que acrediteis
naquele que ele enviou”. Portanto, não mais a obediência às leis, mas a semelhança com o
amor que em Jesus - garantia da presença divina - se manifesta.
Mas a multidão não entende e pergunta ainda: “Que sinal realizas, para que possamos ver e
crer em ti?”. Isso é típico da experiência religiosa: exigir um sinal, ver para poder crer. Jesus
sempre recusa fazer isso! Jesus nunca mostra um sinal para crer, mas, pelo contrário diz: “creia
e você mesmo se tornará um sinal para que outros possam ver e crer”.
Então Jesus, diante desta reação da multidão que se refere aos pais e não ao Pai, que lembra o
passado e diz: “Nossos pais comeram o maná no deserto” - eles se referem ao passado para
Israel, ao passo que Jesus os tinha convidado ao presente, ao Pai da humanidade - Jesus diz que
não foi Moisés, no passado, quem deu a verdadeira vida, mas o Pai: “é meu Pai que vos dá o
verdadeiro pão do céu”.
O pedido da multidão tem referência à oração do Pai Nosso, que no evangelho de João não está
presente: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”. Eis aqui, a multidão amadureceu: de “Rabi”
-“Rabi” é aquele que ensina a lei - a “Senhor!”. Eles entenderam que em Jesus há uma realidade
divina.
Eis então, a declaração de Jesus: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome
e quem crê em mim nunca mais terá sede”. Jesus se apresenta como a plena resposta às
necessidades de plenitude de vida que todo homem carrega dentro de si.
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