CONCEPÇÃO DE BULLYING PARA PROFESSORES DO 1º AO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL PANNUTI, Maísa Pereira1 - UPPR HILLING, Annelise Hartini2 - UPPR Grupo de Trabalho - Poster Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo A violência escolar é um fato universal que atinge todas as parcelas da sociedade. Um dos tipos de violência escolar é o bullying, que consiste em atos de violência e agressividade em uma relação desigual de poder, que acontecem de maneira intencional, repetitiva com a intenção de maltratar e humilhar um “outro” que não consegue meios para sair do relacionamento agressivo, podendo ocorrer em qualquer ambiente onde ocorram relações interpessoais, sendo na escola que se intensifica, pois os alunos estão expostos a todo tipo de relação. O termo bullying parece não estar bem delineado nos anos iniciais do Ensino Fundamental, fase onde a criança está delimitando o seu espaço e conflitos aparecem com frequência, acabando por ser caracterizados como bullying. O presente projeto se propõe a investigar qual a concepção que os professores desta fase do Ensino Fundamental têm sobre o bullying e como eles lidam com estas situações. A atual proposta se justifica pois, pela ampla divulgação do termo na mídia, acaba por levar que pais, professores e alunos, pensem que todo tipo de desentendimento é bullying. A hipótese em que se apoia este trabalho é que os relacionamentos interpessoais e o aprendizado têm uma relação direta com o aprendizado acadêmico. A pesquisa será realizada por meio de entrevista com 10 professores destes períodos e o levantamento dos dados será feito por análise de conteúdo. Espera-se levantar como resultados as concepções que os professores de 1º ao 3ª ano tem sobre bullying para esclarecer o que de fato constitui esta categoria e se possa esclarecer o que é bullying e o que não é para que o educadores possam intervir com maior clareza nas suas práticas educacionais. Palavras-chave: Bullying. Violência Escolar. Concepção de Bullying. 1 Psicóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP); Mestre e Doutora em Educação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Possui experiência na coordenação pedagógica de Educação Infantil (1990 – 2010). Atualmente é professora da Universidade Positivo, onde leciona nos cursos de Pedagogia e de Psicologia as disciplinas de Psicologia da Educação; Psicologia na Educação; Fundamentos da Educação Infantil; Processos Cognitivos e Linguagem; além supervisionar estágio em Psicologia Escolar e Docência em Educação Infantil. 2 Estudante do último período do curso de Psicologia da Universidade Positivo. 28916 Introdução A violência escolar tem sido largamente discutida atualmente, pois é um fenômeno universal que atinge várias parcelas da sociedade. Porém, para que seja compreendida em todos os seus aspectos, é necessário desmembrá-la em várias categorias de análise, podendo ser destacada dentre elas uma em particular: o bullying. Este tipo de violência é praticado em diversos ambientes, dentre eles a escola, pois este fenômeno acontece onde existem relações humanas, sendo então o ambiente escolar propício para que se apareça este tipo de relação. O termo bullying, apesar de ser foco da mídia e de pesquisas, parece não estar bem delineado ainda, principalmente quando entramos no universo das classes iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 3º ano). Vale lembrar que nesta fase as crianças passam por diversos conflitos interpessoais e estão aprendendo a delimitar os seus espaços, o que em geral gera situações de agressividade, sejam corporais, sejam verbais e, consequentemente, leva à angústia de pais e educadores. Nesse tipo de situação, muitas vezes aquilo que é apontado como bullying, pode ser considerada apenas uma situação natural que surge destes conflitos diários na vida das crianças. Em outras palavras, parece haver atualmente certa falta de clareza do que realmente significa bullying. Dessa forma, faz-se necessária uma investigação mais ampla do que constitui esta categoria, o que ela significa dentro do âmbito escolar e que proporções tem tomado. O que pais, professores e crianças pensam sobre o que é bullying e o que não é, e ainda, como eles lidam com estas situações. Tal proposta justifica-se, pois atualmente pais, professores e crianças têm sido levados, possivelmente pela exposição do tema na mídia, a considerar todo tipo de conflito que gera desentendimento dentro da escola como bullying, o que justifica a realização de uma investigação mais detalhada. Por isso, conhecer o que os envolvidos sabem e pensam sobre o assunto servirá para a criação de estratégias mais adequadas de atuação e para diferenciar esse fenômeno de outras situações naturais ao desenvolvimento da criança dessa faixa etária. O presente projeto está guiado pela hipótese que a escola é de grande importância para o desenvolvimento das crianças, e que os relacionamentos interpessoais e o aprendizado acadêmico têm uma relação direta, além da influência direta que os professores dos anos iniciais exercem sobre o desenvolvimento destas relações. Suas práticas irão ocorrer de acordo com aquilo que eles pensam e sabem sobre este assunto, incentivando ou amenizando as situações de rivalidade dentro da sala de aula. 28917 A proposta do presente projeto é investigar o que os professores do primeiro, segundo e terceiros anos do Ensino Fundamental entendem como bullying, qual a concepção que estes profissionais, que trabalham diretamente com as crianças, têm sobre esta categoria e como eles atuam diante de situações que envolvem conflitos, dentre elas aquelas que podem ser caracterizada como bullying. Revisão de Literatura Segunda a Cartillha do Conselho Nacional de Justiça (SILVA, 2010), bullying é um termo de origem inglesa e que é usado para definir comportamentos agressivos dentro do ambiente escolar e demais ambientes de relação. Estes atos de violência e agressividade acontecem de maneira intencional, repetitiva e sem nenhum motivo justificável com a intenção de maltratar e humilhar alunos que não coseguem meios para sair do relacionamento agressivo. Estas atitudes agressivas são executadas dentro de uma relação desigual de poder e esta assimetria pode ser consequência da diferença de idade, tamanho, desenvolvimento físico, emocional, podendo ainda incluir fatores econômicos, sociais, inatos, influências familiares, dentre outros. (LOPES NETO, 2005) O bullying pode acontecer de várias formas: verbal, quando há insultos, xingamentos e apelidos pejorativos; físico, quando acontecem empurrões, roubos e destruição de pertences; moral, quando o agressor humilha, exclui e chantageia a vítima; sexual, quando há abuso e assédio por parte do agressor; além de uma forma que vem crescendo muito entre os adolescentes, o bullying virtual, que acontece dentro das redes sociais, mensagens telefônicas e e-mails. (SILVA, 2010) O bullying pode ser direto, quando as vítimas estão presentes, podendo ser considerados assim quando são representados por agressões físicas, ameaças, xingamentos. Pode também ser indireto, quando as vítimas não estão presentes, compreendendo atitudes de isolamento, indiferença e difamação. (LOPES NETO, 2005). Os meninos praticam mais o bullying direto, que é mais visível do que o realizado pelas meninas, uma vez que estas utilizam maneiras mais sutis de agressão. (LOPES NETO, 2005; SILVA, 2010) As motivações que levam uma criança a se tornar um agressor são bem variadas. Pode agir de maneira agressiva por falta de imposição de limites, por querer adquirir poder e visibilidade social, por estar passando por dificuldades momentâneas como doença na família 28918 ou outro problema circunstancial, ou ainda, por estudantes que apresentam a transgressão como base estrutural da personalidade. (SILVA, 2010) Os comportamentos do agressor são geralmente os de difamar, humilhar, ameaçar e constranger o outro. Já os comportamentos do agredido são os de isolamento, o que aos poucos gera desinteresse pelas atividades escolares, uma vez que vão se sentindo retraídos, angustiados, aflitos e excluídos. Emerge assim um jogo de poder, instituído pelo agressor e pela vítima, que se torna refém, deixando clara a desigualdade de poder de um (agressor) em relação ao outro (agredido). (SILVA, 2010) A violência nestes casos apresenta diferentes tipos de envolvimento dos atores. O primeiro tipo de papel é o bullying, que significa uma forma de afirmação de poder através da agressão, não importa de que tipo ela seja. O segundo papel e a vitimização, que é quando uma pessoa se transforma em receptor do comportamento agressivo do outro. Um terceiro papel é o de observador, ou seja, aquele que vê e percebe o que está acontecendo e não se sente apto a fazer alguma coisa sobre o assunto. Não importa o papel exercido, sempre há consequências negativas sobre os envolvidos, as quais podem ser imediatas, tardias ou ambas. (LOPES NETO, 2005) A escola é um local de grande significado para as crianças e é onde os seus relacionamentos pessoais vão se estabelecer, portanto a aceitação pelos companheiros vai ser fundamental para o desenvolvimento, tanto emocional, quanto acadêmico destes alunos, ajudando-os a aprimorar as suas habilidades sociais e ainda fortalecendo as capacidades de reação diante das tensões.(LOPES NETO, 2005) É na escola onde muitos comportamentos de bullying se evidenciam e se acentuam, uma vez que os alunos estão expostos a maiores possibilidades de relacionamentos interpessoais. Assim, cumpre à escola a responsabilidade tanto pela observação, pela intervenção como pela prevenção de casos de bullying. (SILVA, 2010) Todas estas situações merecem especial atenção dos professores e responsáveis pelo processo educacional. Por meio da observação poderão detectar se está havendo algum tipo de violência desta natureza para que se possa identificar o tipo de agressor e o tipo de bullying que se está praticando, para finalmente ser planejada a intervenção adequada. Tradicionalmente a escola é vista como um local de aprendizagem de conteúdos acadêmicos, porém, mais do que isso, deve ser também o local onde, além de se garantir estes direitos, sejam garantidas a aprendizagem e a prática do direito ao respeito e à dignidade, 28919 aspectos que constam na Constituição Brasileira, no Estatuto da Criança e do Adolescente e nos Direitos da Criança da ONU, documentos legais que normatizam e garantem o desenvolvimento e a educação das crianças e adolescentes no nosso país. (LOPES NETO, 2005) Identificar o bullying de maneira precoce por pais, professores e responsáveis é de extrema importância, porém há que se tomar o cuidado de não taxar situações corriqueiras do universo infantil como antipatias, afinidades ou mesmo pequenas desavenças e competições como bullying. Cabe aos professores e responsáveis pelo processo educacional dar conta destas situações e estabelecer fronteiras claras sobre o que é realmente bullying e o que não é, construindo uma identidade social do aluno de maneira que ele possa caminhar para uma cidadania plena. (SILVA, 2010) No Brasil este tipo de comportamento tem sido verificado de forma semelhante a dos outros países (FRANCISCO, LIBÓRIO;2009), mas não deve ser tratado de forma generalizada, é necessário que se analise de maneira individualizada cada caso, para sinalizar com precisão o que realmente está se passando para que se possa tomar uma atitude mais correta e sinalizar ações que reduzam a violência entre os estudantes, não simplesmente visando um único acontecimento. (SILVA, 2010) Método A pesquisa foi realizada com 7 professoras, que lecionam do 1º ao 3º ano do Ensino Fundamental de uma escola da rede particular em Curitiba. Todas assinaram termo de Consentimento Livre Esclarecido (Anexo A). Os dados foram coletados a partir de entrevista que foram gravada em audio e realizada a transcrição literal do conteúdo de forma a identificar as categorias de análise e analisar o contexto, os significados sociológicos, bem como a descrição das representações sociais que estes discursos carregam. Na construção do instrumento (ANEXO B) foi levada em consideração a constituição do corpo central que apoiará a análise de conteúdo. (VALENTIN, 2005; FRANCO, 2007) A análise de conteúdo é um conjunto de técnicas que se analisam comunicações e visa obter indicadores, quantitativos ou não, que permita a inferência de conhecimentos relativos a produção e recepção desta mensagem. É utilizada para descrição objetiva, sistemática e quantitativa do conteúdo manifesto dos depoimentos dos entrevistados a fim de analisar 28920 material qualitativo, e buscar melhor compreensão do discurso para aprofundar suas características ideológicas e de extrair os aspectos mais relevantes para o assunto pesquisado (VALENTIN, 2005). Resultados A primeira pergunta direcionada aos professores foi se o bullying é um fenômeno moderno. Apenas um professor respondeu que sim afirmando que o surgimento deste tipo de fenômeno acontece a partir das relações de poder que são estabelecidas na sociedade moderna. Os demais responderam que não, aparecendo as seguintes categorias como justificativa de respostas: este tipo de violência sempre existiu, mas a terminologia criada era recente, o bullying sempre existiu, porém não era divulgado antes. As professoras afirmaram que adquirem seus conhecimentos do fenômeno por televisão internet, dados que circulam dentro da própria escola, imprensa em geral, literatura especializada, artigos acadêmicos e documentos governamentais. Quando questionadas sobre as características do bullying, como a prática de apelidar, difamar ou agredir alguém dentro da escola, todas admitiram ser um absurdo. Quanto a prática de apelidar, uma delas respondeu que só repreende seus alunos quando o apelido é pejorativo e a criança apelidada não gosta. Quanto às categorias que realmente caracterizam o fenômeno bullying apareceram as seguintes categorias: intimidação, desrespeito, violência mora e física, ameaças, individualismo, constrangimento, humilhação, despreza, repetição e ironia e atitudes destas categorias que são realizadas em grupo. Cinco das sete professoras dizem que seus alunos nunca sofreram bullying, uma vez ao agredirem alguém estão testando limites e desenvolvendo autonomia. Estes conflitos tendem a ser resolvidos com o monitoramento de um adulto. As duas professoras que afirmaram que seus filhos sofreram bullying o caracterizaram pois as crianças agredidas fugiam das regras hegemônicas gerais e acontecerão agressões físicas e verbais por vários dias em diferentes ocasiões dentro da escola. Outra pergunta que foi realizada era se os atos de violência praticados por crianças sempre tem relação com bullying. Dos sete professores, seis responderam categoricamente que não e apenas um respondeu que depende. Nenhum professore afirmou esta questão. 28921 As categorias que surgiram para nesta pergunta para os professores que responderam não forma que estes atos de violência fazem parte da convivência e que são executados por alunos pequenos ou que não tem autonomia. Algumas vezes existem questões emocionais envolvidas e podem ser disparados pelos mais diferentes motivos. Para a professora que respondeu depende, ela definiu como bullying apenas os atos de violência que tivessem caráter repetitivo e feito por um grupo em relação a uma criança. As professoras afirma que brigas discussões e agressões são atos presentes no relacionamento das crianças, mas elas precisam de orientação e que são pontuais, sendo este tipo de relação é da natureza infantil. Para tornar-se bullying estas categorias de violência vêm caracterizadas por sua repetência, por ser feita por mais de uma criança, quando se percebe que uma está exercendo poder sobre outra que é mais fraca, quando há imposição da vontade de alguma criança sobre a outra e quando há exclusão de um membro do grupo de maneira frequente. Quando questionadas se o bullying é um problema frequente na escola, quatro professoras responderam que não e três responderam que sim. Complementaram dizendo que a supervalorização do tema em si é que é um problema, uma vez que o bullying pode surgir em qualquer lugar. O que acontece dentro das situações diárias são as brincadeiras onde as crianças não reconhecem o limite do outro. Também disseram que este tipo de fenômeno tende a aparecer entre as crianças pois é uma estratégia de definir as relações de poder entre as crianças e, ainda, que a massificação tende a levar a uma discriminação. Colocaram que a supervalorização do individual atrapalha os conceitos coletivos. Ao serem questionadas sobre como elas podem evitar o bullying o que foi dito é que elas devem estar atenta as atitudes dos alunos, devem trabalhar com eles valores, moral e ética além de serem exemplo de acolhimento. Quatro das sete professoras dizem que não é possível acabar com o bullying, três dizem que é possível. Quanto à forma que isto pode acontecer apareceram as seguintes categorias: mudando os valores da sociedade, ensinando as crianças a se respeitarem, conscientizando as crianças para a coletividade. Todas estas atitudes devem ser tomadas com a parceria escola família e com um planejamento claro e políticas públicas bem definidas sobre a questão. Já se as escolas estão preparadas para enfrentar o fenômeno, as professoras ficaram em dúvida e disseram que a escola reproduz o comportamento de fora dela, que é necessário 28922 educar as crianças para respeitarem e serem respeitadas, que devem encarar o problema e promover a cooperação. Mas falta capacitação conceitual da escola que muitas vezes se intimida frente a opinião dos pais. Quanto as crianças que praticam bullying nas escolas apareceram as seguintes categorias: líder, falta de limites debochada, irônica, individualista, dominadoras, desafiadoras, indiferentes, inteligente, agressiva, carente de valores quer se sentir forte quer se aliar ao grupo, autoritária, manipuladora, cruel, infeliz, tem dificuldade de dialogar e pode ter dificuldade de aprendizagem. Já as crianças que sofrem bullying são aquelas que estão fora das normas regulatórias, não sabem se defender, não tem voz, inseguras, com baixa auto-estima, tímida, sensívies, com dificuldade de relacionamento social, desenvolvimento escolar comprometido, que tem fobia escolar, tristes e depressivas. Conclusão A pesquisa está em andamento, mas algumas conclusões já podemos avaliar: • Os professores partem do coletivo para o subjetivo. • As características que realmente são citadas por todos os professores é a repetição e o realizado em grupo • Apesar de acharem que situações de agressão são comuns a idade e ao ganho de autonomia, elas acreditam sim que estas podem se tornar bullying se se tornam repetitivas e as crianças não são orientadas. REFERÊNCIAS LOPES NETO, A. Bullying, comportamento agressivo entre estudantes. J. Pediatr. (Rio J.) vol.81 n.5 suppl.0 Porto Alegre: Nov, 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572005000700006&script=sci_arttext. Acesso: 19/07/2013 FRANCO, M.L.B. Análise de conteúdo. Brasília: Liber Livro Editora, 2007 SILVA, A. B. B. Bullying. Cartilha 2010. Justiça nas escolas. 1. Ed. Brasília: Conselho Nacional de Justiça, 2010. Disponível em: http://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/glossarios-e-cartilhas/cartilha_bullying.pdf. Acesso em: 19/07/2013 28923 VALENTIM, M. L. P. Métodos qualitativos de pesquisa em Ciência da Informação. São Paulo: Polis, 2005. 176p. (Coleção Palavra-Chave, 16) FRANCISCO, M.V; LIBÓRIO, R.M.C.. Um estudo sobre bullying entre escolares do ensino fundamental. Psicol. Reflex. Crit. vol.22 no.2 : Porto Alegre, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722009000200005. Acesso em 01/05/2012