A Construção Histórica da Sexualidade A Construção Histórica da

Propaganda
A Construção
Histórica
da
Sexualidade
Profª. TERESA CRISTINA BARBO SIQUEIRA
Teresa Cristina Barbo Siqueira
ORIGENS PRÉ-HISTÓRICAS DA
SEXUALIDADE
` Diretrizes do comportamento: deuses e demônios
` Sobrevivência: dependência entre homens e mulheres
` “Lei da Natureza”: desconhecimento do vínculo entre
sexo e procriação
Teresa Cristina Barbo Siqueira
ORIGENS PRÉ-HISTÓRICAS DA
SEXUALIDADE
` Convivência grupal: desenvolvimento da agricultura
` Religião: o feminino como primordial
` Culto à Deusa
Teresa Cristina Barbo Siqueira
ORIGENS PRÉ-HISTÓRICAS DA
SEXUALIDADE
Teresa Cristina Barbo Siqueira
Nesse
Nesse período
período o
o homem
homem vivia
vivia em
em bandos
bandos nômades,
nômades,
dedicados
dedicados àà caça
caça ee àà coleta
coleta de
de frutos
frutos ee raízes.
raízes. Foi
Foi nesse
nesse longo
longo
período
período que
que o
o homem
homem observou
observou o
o tempo,
tempo, dominou
dominou o
o fogo,
fogo,
conheceu
conheceu ee classificou
classificou os
os vegetais
vegetais ee as
as regiões
regiões por
por onde
onde
migrava.
migrava.
A
A necessidade
necessidade de
de colaboração,
colaboração, principalmente
principalmente no
no que
que se
se
refere
refere aa caça,
caça, deve
deve ter
ter gerado
gerado o
o aparecimento
aparecimento dos
dos clãs,
clãs, das
das
famílias
famílias extensas.
extensas.
É
É um
um período
período dominado
dominado pelo
pelo matriarcalismo,
matriarcalismo, isto
isto é,
é, pela
pela
valorização
valorização ee o
o culto
culto ao
ao elemento
elemento feminino,
feminino, procriador
procriador ee
organizador
organizador da
da sociedade.
sociedade. Eram
Eram as
as mulheres
mulheres que
que tinham
tinham que
que
tinham
tinham possibilidades
possibilidades de
de observação
observação experimentação
experimentação ee
pesquisas
pesquisas de
de novas
novas tecnologias
tecnologias ee subsistência
subsistência na
na produção
produção da
da
vida.
vida.
Foi
Foi pelo
pelo vínculo
vínculo materno
materno que
que se
se constituiu
constituiu o
o primeiro
primeiro elo
elo
civilizador
civilizador ee mantenedor
mantenedor do
do clã
clã primitivo.
primitivo. A
A propriedade
propriedade coletiva
coletiva
baseada
baseada na
na caça,
caça, na
na pesca,
pesca, enfim,
enfim, organizada
organizada sob
sob aa divisão
divisão
sexual
sexual do
do trabalho,
trabalho, sem
sem uma estrutura
estrutura de
de poder
poder que
que não
não fosse
fosse o
o
funcional
da
sobrevivência
coletiva.
funcional ee organizador
organizador
daCristina
sobrevivência
Teresa
Barbo Siqueira coletiva.
A descoberta da paternidade
Teresa Cristina Barbo Siqueira
A descoberta da paternidade
Teresa Cristina Barbo Siqueira
A descoberta da paternidade
Teresa Cristina Barbo Siqueira
A mulher perde a liberdade sexual
Teresa Cristina Barbo Siqueira
Culto ao falo
Teresa Cristina Barbo Siqueira
Ocorre, com o tempo, a escassez da caça e da pesca,
obrigando o homem a substituí-los pelo pastoreio. A perda de
identidade do homem como caçador levam ao aparecimento
de propriedades de terra. É onde encontramos as primeiras
formas de religião e poder patriarcal, isto é, dominado pelo
homem e pela função de pai ou chefe.
O que podemos observar é que o enquadramento de funções
e papéis sexuais decorre da estrutura social e da cultura. A
regulamentação do comportamento sexual é determinada
pelos interesses estruturais da cultura, além do desejo e da
existência pessoal.
Teresa Cristina Barbo Siqueira
ANTIGUIDADE
GRÉCIA
` Cultivo à beleza
` O amor considerado divino
` O Cristianismo: dualismo do homem
Teresa Cristina Barbo Siqueira
ANTIGUIDADE
GRÉCIA
O amor entre os homens
Teresa Cristina Barbo Siqueira
ANTIGUIDADE
GRÉCIA
A situação da mulher
Teresa Cristina Barbo Siqueira
ANTIGUIDADE
ROMA
` Valor da Virgindade – Prostituição
` Duplo padrão moral nos casamentos
Teresa Cristina Barbo Siqueira
ANTIGUIDADE
ROMA
Culto à Deusa Vesta
Teresa Cristina Barbo Siqueira
ANTIGUIDADE
ROMA
A situação das mulheres casadas
Teresa Cristina Barbo Siqueira
ANTIGUIDADE
HEBREUS
` Sexo apenas para procriação
` Menstruação = impureza
` Situação da mulher: transmissora da cultura
` O Cristianismo e o sexo
Teresa Cristina Barbo Siqueira
ANTIGUIDADE
HEBREUS
Código moral e religioso
Teresa Cristina Barbo Siqueira
ANTIGUIDADE
IDADE MÉDIA
` Moral e religião de mãos dadas
` Instabilidade política
` A Igreja como detentora da cultura
` Séc. XIV: medo das bruxas
` O poder maléfico da mulher
Teresa Cristina Barbo Siqueira
ANTIGUIDADE
IDADE MÉDIA
A situação da mulher
Teresa Cristina Barbo Siqueira
ANTIGUIDADE
IDADE MÉDIA
Séc. VIII: o amor cortês
Teresa Cristina Barbo Siqueira
ANTIGUIDADE
IDADE MÉDIA
O sexo na época medieval
Teresa Cristina Barbo Siqueira
RENASCIMENTO
` A mudança no pensamento (humanismo)
` Os papas e a moralidade
` A sífilis e a prostituição
` Martinho Lutero e a Reforma
` Intensificação do comércio.
` Surgimento e enriquecimento de nova
classe social(burguesia).
` Mudanças nos valores sociais e morais.
Teresa Cristina Barbo Siqueira
RENASCIMENTO
` Processo de modernização: as casas passaram a
ser fechadas.
` Maior interiorização das emoções e o sexo passou
ao domínio privado.
` Estrutura social transformou-se numa unidade
menor (família, centrada em pais e filhos).
` Processo de modernização: as casas passaram a
ser fechadas.
` Maior interiorização das emoções e o sexo passou
ao domínio privado.
` Novas conquistas
territoriais
Teresa Cristina Barbo Siqueira
A partir de 1550: a estrutura social começou a se
organizar lentamente, para, já no séc. XVII
transformar-se numa unidade menor e mais autoritária
(a família, centrada em pais e filhos).
Processo de modernização: maior interiorização das
emoções e o sexo passou ao domínio privado da
existência. As casas foram se transformando;
surgiram muros para separá-las da rua, as portas
passaram a ser fechadas, se alguém quisesse entrar
teria que anunciar.
Internamente as casas se modificaram, antes só havia
cozinha e sala onde todos dormiam juntos, sem
privacidade
Teresa Cristina Barbo Siqueira
SÉCULO XVI
Vários fatores contribuíram para que a sociedade
passasse por grandes transformações a partir do
século XVI.
O estado evoluiu da mera associação de pessoas
para a institucionalização cada vez mais
complexa.
No Renascimento notáveis transformações
aconteceram: novas conquistas territoriais;
intensificação
do
comércio;
os
grandes
comerciantes se enriqueceram, transformando
numa nova classe social (a burguesia); esse
processo foi muito lento e profundo, impondo
mudanças nos valores
sociais
e morais.
Teresa Cristina
Barbo Siqueira
SÉCULO XVII
Progressiva interiorização, manifestada nas
construções e mobiliário; surgimento dos quartos,
salas de refeição e de estar; a medida que o homem
se interiorizava, afastava dos seus semelhantes e
exigia uma intimidade maior; a família foi se isolando
na sua privacidade; surgiu o conforto, a discrição;
os criados não ficavam mais juntos do patrão.
Surgiu a
campainha.
Teresa Cristina Barbo Siqueira
A ambição era um ideal a ser cultivado desde
criança; preocupação com a ascensão social;
processo de aburguesamento da sociedade e às
novas oportunidades que o desenvolvimento social
proporcionava; um indivíduo poderia atingir uma
posição sócio-econômica privilegiada com o esforço
pessoal.
Característica dessa época: os educadores
moralistas não eram necessariamente religiosos,
que criticavam a sociedade e educavam as crianças
num ambiente de recato e pudor;
Até no século XVI, a moral e a religião caminharam
juntas, mas no final do século XVIII estavam
desvinculadas uma das outras.
Teresa Cristina Barbo Siqueira
O processo que se deu foi interessante: quando
há uma proibição externa e somos pegos em
flagrante, sentimos envergonhados; agora
quando a interdição é nossa, se introjetamos um
valor e nos comportamos de forma contrária a
ele, sentimos culpa.
A repressão a sexualidade criou uma série de
regras de boa educação, preconizando o
respeito mútuo constante. Deve-se ressaltar que
esse processo é inconsciente.
Teresa Cristina Barbo Siqueira
SÉCULO XVII
` Progressiva interiorização, manifestada nas
construções e mobiliário.
` Surgimento dos quartos, salas de refeição e sala de
estar.
` A família foi se isolando na sua privacidade.
` Houve transformações nos valores: a ociosidade
“mãe de todos os vícios”.
` A ambição era um ideal a ser cultivado desde
criança.
` Preocupação com a ascensão social.
Teresa Cristina Barbo Siqueira
CARACTERÍSTICAS DESTA ÉPOCA
` Os educadores moralistas não eram
necessariamente religiosos.
` Educavam as crianças num ambiente de
recato e pudor.
` A repressão a sexualidade criou uma série de
regras de boa educação.
Houve transformações nos valores, o burguês desprezou as
frivolidades da nobreza e se dedicou ao trabalho, era moderado e
econômico, mantendo interesse vivo nas ciências. A ociosidade
foi condenada e o prazer pelo prazer era censurado.
Ociosidade passou
a Cristina
ser “mãe
de todos os vícios”.
Teresa
Barbo Siqueira
SÉCULO XVIII
` Jovens educados para dirigirem sua atenção aos
Estudos.
` Havia regras de disciplina deixando os jovens
ocupados para que não se envolvessem em
atividades sexuais.
` Grande marco da mudança de atitude em relação
ao sexo.
` Abertura das emoções por meio da literatura.
Teresa Cristina Barbo Siqueira
Nos colégios eram evitadas todas as situações que
propiciassem contato de natureza sexual entre os jovens;
combatia a masturbação; havia regras de disciplinas ;
dormitórios eram vigiados; roupas eram feitas para que
dificultassem a masturbação.
Toda essa repressão sexual provocou uma sexualização
de estímulos que até então eram neutros; aparece uma
erotização maior, fruto da modernização; homem se
tornou sensível a estímulos que suscitavam alguma
emoção sensual, como músicas por exemplo; criou um
tipo particular de censura, um distanciamento social
evitando a proximidade de estímulos erotizados.
Foi o grande marco da mudança de atitude em relação ao
sexo;
Porém houve abertura das emoções por meio da
literatura; expressão do instinto sexual.
Teresa Cristina Barbo Siqueira
SÉCULO XIX
` Havia fortes tabus.
` O indivíduo era obrigado a reprimir sua sexualidade.
` Curiosidade sexual infantil ou juvenil era satisfeita
num ambiente de culpa e pecado.
` Sexualidade foi associada à procriação.
` Rejeição a toda atividade destinada apenas ao prazer.
` Sexo e repressão continuam juntos.
` A esposa ideal era a mulher frígida.
Teresa Cristina Barbo Siqueira
SÉCULO XIX
` Ciência tem inúmeros avanços.
` A ciência tratou de considerar os posicionamentos
morais com status científico. Ex: a masturbação
era combatida, pois causava a esquizofrenia,
espinhas e debilidade mental.
` Os livros de educação sexual repetiam os mesmos
posicionamentos religiosos e morais.
` A pedagogia do silêncio impunha que não se
falasse sobre sexo.
Teresa Cristina Barbo Siqueira
Havia fortes tabus, o indivíduo era
obrigado a reprimir sua sexualidade.
Aparece então a hipocrisia, duplo padrão
moral; nesta época aumentaram os
bordéis na Inglaterra conservadora e
aumentou a prostituição, também aliada a
outros fatores sociais.
Teresa Cristina Barbo Siqueira
O sexo aceito dentro do casamento, como
um tipo de atividade que permitisse a
concepção. O interesse pela sexualidade
era
considerado
como
indecente,
associado à imoralidade; a esposa ideal
era a mulher frígida, que desprezava o
sexo.
Teresa Cristina Barbo Siqueira
Sexo e repressão continuam juntos.
Ciência tem inúmeros avanços.
As mulheres lutam pelo direito de votar, com a devida
oposição masculina que via a mulher com docilidade,
afetividade, fortaleza moral e falta de desejo sexual,
características essas de uma mulher honesta para
concepção da época.
A Ciência tratou de considerar os posicionamentos
morais, agora com o status científico, como exigiam
os novos tempos.
Teresa Cristina Barbo Siqueira
SÉCULO XX
`` Foi
Foi marcado
marcado por
por inúmeras
inúmeras transformações
transformações científicas
científicas ee
tecnológicas
tecnológicas que
que determinaram
determinaram aa difusão
difusão de
de novas
novas idéias.
idéias.
`` Visava-se
Visava-se aa aceitação
aceitação da
da sexualidade
sexualidade plena,
plena, não
não restrita
restrita àà
procriação,
procriação, mas
mas ao
ao prazer.
prazer.
`` A
A mulher
mulher começou
começou aa reivindicar
reivindicar um
um lugar
lugar para
para si
si na
na
sociedade,
sociedade, surge
surge uma
uma nova
nova mulher,
mulher, saias
saias ee cabelos
cabelos curtos.
curtos.
`` A
A mulher
mulher impôs-se
impôs-se como
como força
força de
de trabalho
trabalho necessária
necessária àà
subsistência
subsistência da
da família.
família.
Teresa Cristina Barbo Siqueira
SÉCULO XX
•Família democrática
` Houve mudanças de crenças e atitudes em relação à
sexualidade.
` Questionamento político dos novos estilos de vida
entre os jovens. Ex: culto às drogas, aceitação do amor
livre, aborto, homossexualismo, nudez em público.
` O debate em torno do sexo, vinculado pelos meios de
comunicação para várias finalidades (prazer, procriação,
vendas dos contraceptivos, conscientização, informação,
propaganda).
Teresa Cristina Barbo Siqueira
SÉCULO XX
` É importante que crianças, jovens, sejam criados
sem sentimentos de culpa em relação à
sexualidade e ao próprio corpo. Sexualidade é
mais do que genitalidade, é parte inerente ao ser
humano.
` Estudar crenças, atitudes e valores em relação à
sexualidade, é estudar o ser humano inserido
num todo maior - o social - que inclui o político, o
educacional, o religioso, o biológico, o
psicológico e sua história.
Teresa Cristina Barbo Siqueira
SÉCULOXXI
XXI
Século
• Pan-sexualização - exibição saturada de práticas e
discursos sobre a sexualidade, atingindo a nossa cultura, a
nossa vida pessoal e até mesmo a própria identidade.
• Quando não falamos de sexo com nossos filhos e alunos,
estamos delegando sua educação sexual à mídia, à
indústria cultural – que querem homens e mulheres
manipulados, que expressem a sexualidade na forma de
agir e pensar, seres genitais, quantitativos, belos,
consumíveis e consumistas.
• A educação sexual como conjunto de representações,
vivências, valores, regras, determinações existenciais,
simbologias pessoais e coletivas que envolvem a
identidade sexual de homens e mulheres.
Teresa Cristina Barbo Siqueira
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