PLANO DE PREPARAÇÃO PARA ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA DE INFLUENZA - ESTADO DA BAHIA 5ª VERSÃO (13/05/2009) SALVADOR - BA 2009 SUMÁRIO Apresentação 05 1. Introdução 06 2. Histórico da vigilância epidemiológica da influenza na Bahia 07 3. Histórico da vigilância avícola da influenza na Bahia 08 4. Antecedentes da preparação para o Plano de Contingência 09 5. Objetivos do Plano de Contingência para a pandemia de influenza 11 CAPÍTULO 1 1.1 Influenza: aspectos epidemiológicos e o risco de uma nova pandemia 13 1.2 Estimativa do impacto da pandemia de influenza na Bahia 17 CAPÍTULO 2 2.1 Pandemia de influenza e suas fases 20 CAPÍTULO 3 3.1Estrutura e ações estratégicas da vigilância em saúde 23 3.1.1 Vigilância da influenza na Bahia 23 3.1.2 Vigilância epidemiológica 24 3.1.3 Vigilância animal 36 3.1.4 Vigilância sanitária 39 3.1.5 Vigilância da saúde do trabalhador 45 3.1.6 Rede laboratorial 46 3.1.7Ações de imunização 53 CAPITULO 4 4.1.Atenção à saúde 63 4.1.1 Assistência na atenção básica 63 4.1.2.Assistência pré-hospitalar fixo 67 4.1.3.Assistência hospitalar móvel 69 4.1.4.Assistência Inter-hospitalar 72 4.1.5.Assistência hospitalar 74 4.1.6.Condutas clínicas e tratamento 81 CAPITULO 5 5.1 Informação e comunicação em saúde na Bahia. 101 CAPITULO 6 6.1 A organização política do Brasil e as ações estatais de prevenção e controle de epidemias 103 ANEXOS Anexo 1. Ficha de notificação 112 Anexo 2. Fluxo de envio de amostras em casos suspeitos de influenza por novo subtipo 113 Anexo 3. Normas e procedimentos para diagnóstico de influenza 114 Anexo 4. Recomendações para condutas de laboratório e normas de segurança 117 Anexo 5. Transporte aéreo de secreções suspeitas de Influenza por novo subtipo viral 121 Anexo 6. Protocolo interno para vigilância de casos de infecção respiratória aguda em profissionais que manipulam amostras clinicas 122 Anexo 7. Classificação de agentes com base em seu risco biológico 132 Anexo 8. Organograma da Coordenação de Imunizações e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis 139 Anexo 9. Ação no serviço pré-hospitalar fixo. Salvador e região metropolitana. Acolhimento com classificação de risco (ACCR) 140 Anexo 10. Ação no serviço pré-hospitalar fixo nos demais municípios 141 Anexo 11. Ação no Serviço Pré Hospitalar Fixo 142 Anexo 12. Ação no serviço pré-hospitalar móvel 143 Anexo 13. Chegada da ambulância básica do pré-hospitalar no local de origem do paciente 144 Anexo 14. Chegada da ambulância básica do inter-hospitalar no local de origem do paciente 145 Anexo 15. Chegada da ambulância de suporte avançado do pré-hospitalar no local de origem do paciente 146 Anexo 16. Higienização da ambulância 147 Anexo 17. Equipamentos de proteção individual – EPIs 148 Anexo 18. Procedimentos para higiene das mãos 158 Anexo 19. Transporte interno de pacientes 161 Anexo 20. Higiene do ambiente 162 Anexo 21. Processamento de artigos hospitalares 166 Anexo 22. Processamento de roupas 167 Anexo 23. Resíduos dos serviços de saúde 168 Anexo 24. Situação da resistência microbiana e estratégias recomendadas 173 Anexo 25. Fluxograma de atendimento do profissional de saúde após acidente biológico 175 Anexo 26. Indicadores epidemiológicos de infecção hospitalar 177 APÊNDICES Apêndice I – Composição do Comitê Estadual 178 Apêndice II - Endereços das coordenações de vigilância sanitária de portos, aeroportos, fronteiras e recintos alfandegados (Cvspaf) e sala de vacina na bahia. 179 Apêndice III – Hospitais de Referência e retaguarda para enfrentamento da pandemia de Influenza na Bahia. 181 Relação de Quadros Quadro 1 . Períodos e fases de uma pandemia de influenza, de acordo com a Organização Mundial da Saúde 21 Quadro 2. Níveis de alerta no Brasil, se acordo com diferentes períodos e fases pandêmicos. 23 Quadro 3. Plano de ações de Visa nos portos, aeroportos e recintos alfandegados da Cvspaf-Ba para uma pandemia de influenza 43 Quadro 4. Eventos adversos pós-vacinação da vacina contra influenza sazonal 60 Quadro 5. Série Histórica dos Eventos Adversos mais freqüentes Pós Vacina Contra Influenza, no Estado da Bahia, no período de 2000 a 2008. 60 Quadro 6. Número de profissionais envolvidos no Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e Estratégia de Saúde da Família (ESF). Estado da Bahia, fevereiro 2006. 64 Quadro 7. Número de estabelecimentos da Atenção Básica de Saúde. Estado da Bahia, fevereiro de 2006. 65 Quadro 8. Quantitativo da rede de assistência pré-hospitalar. Estado da Bahia, fevereiro 2006. 67 Quadro 9. Situação da rede de atenção básica em relação a estratégia de saúde da família. Estado da Bahia, julho 2008. 68 Quadro 10 . Quantitativo de recursos humanos e unidade de atendimento móvel disponíveis no Samu no Estado da Bahia 71 Quadro 11. Quantitativo da frota e recursos humanos da Central Estadual de Regulação do Estado da Bahia 73 Quadro 12. Infecções Respiratórias virais e síndromes clínicas 84 Quadro 13. Principais características das pneumonias atípicas 85 Quadro 14. Antibioticoterapia empírica para crianças 98 Quadro 15. Indicação terapêutica em caso de agente etiológico desconhecido 99 Quadro 16. Tratamento empírico em PAC para adultos imunocompetentes 100 Figuras Figura 1. Fluxo de transporte de vacinas entre as diversas instâncias 55 Figura 2. Fluxo de uso de EPI 156 Figura 3. Seqüência do uso de EPI 157 Figura 4. Fluxo de higiene das mãos com água e sabão 159 Figura 5. Fluxo de higiene das mãos com álcool gel 70% 160 Figura 6. Passos sequenciais do processo de desinfecção localizada ou descontaminação de superfícies em estabelecimentos de saúde 165 Figura 7. Tratamento de resíduos 172 APRESENTAÇÃO Os episódios relacionados à disseminação do vírus da influenza aviária - de alta patogenicidade - de forma transcontinental, gerando forte impacto à saúde pública em vários países, têm trazido grande preocupação por parte das autoridades sanitárias mundiais acerca de uma possível pandemia de influenza, cujo risco tem se acentuado nos últimos anos. No presente documento, apresentamos o Plano Estadual para Enfrentamento de uma possível Pandemia de Influenza, descrevendo as ações de vigilância da influenza humana e aviária no Estado da Bahia, bem como as principais recomendações quanto à estruturação da rede estadual de assistência, manejo clínico, diagnóstico laboratorial, além das medidas de prevenção e contingência desta enfermidade, em consonância com a Organização Mundial de Saúde (OMS), Ministério da Saúde e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil. Dessa forma, este Plano representa a articulação dos serviços de vigilância em saúde e defesa sanitária animal frente ao atual estágio de alerta da sociedade, cuja proteção requer ações ágeis e eficazes na manutenção e preservação da plena saúde e bem estar. 1. INTRODUÇÃO Em agosto de 1918, em meio à movimentação das tropas envolvidas no conflito bélico que envolvia várias partes do mundo - a Primeira Guerra Mundial irrompeu uma epidemia de influenza que, entre agosto e dezembro daquele ano, vitimou milhares de pessoas em todos os continentes. Inicialmente o Brasil acompanhava a tragédia à distância, por meio das publicações dos periódicos de circulação diária nos diversos estados da federação, que relatavam a trajetória da epidemia na Europa. Contudo, na primeira quinzena de setembro de 1918, os brasileiros que participavam das operações de guerra, integrantes de missões médico-militares, após atracarem em Freetown, em Serra Leoa, e em Dacar, no Senegal, foram acometidos pela gripe que assolava esses portos africanos. A partir daí, não demorou muito para que a ‘Espanhola’ chegasse ao país e, em 14 de setembro, o agente causador da moléstia chegou ao Brasil a bordo do paquete inglês Demerara, nos portos de Recife, Salvador e Rio de Janeiro (BERTOLLI FILHO, 2003; BERTUCCI, 2004; BRITO, 1997). Como um rastilho de pólvora, a gripe se espalhou pelo país. No Estado da Bahia a doença se manifestou com intensidade e expansibilidade nunca vistas (SOUZA, 2005). Em 24 de setembro de 1918, a imprensa local apresentou ao seu público leitor um arsenal de informações sobre a epidemia que assolava Salvador e uma matéria publicada na primeira página do jornal A Tarde informava que cerca de setecentas pessoas haviam contraído a moléstia nesta cidade. Assim, estabeleceu-se nos jornais um debate acerca das condições sanitárias do estado, do número de pessoas vítimas da influenza, da sua etiologia e das medidas tomadas pelas autoridades para conter a disseminação da moléstia. O discurso tecido em torno da epidemia, veiculado nos periódicos de circulação diária em Salvador, pode revelar diferentes aspectos da sociedade da capital baiana - as mediações efetuadas no plano do Estado, o conhecimento médico, as políticas de saúde pública, as exigências do sistema econômico, as percepções e representações das doenças e as respostas das pessoas comuns. No século XX ocorreram outras pandemias de gripe em 1957 e 1968. A estimativa do número de óbitos associados à gripe foi muito superior na pandemia de 1918 (cerca de 40 milhões) em relação às duas mais recentes (cerca de 1 a 4 milhões). No século XXI, em Janeiro de 2004, o vírus influenza subtipo H5N1, responsável por graves epidemias em aves, venceu a barreira da espécie e infectou humanos no Vietnã, Tailândia, Camboja, Indonésia e Turquia. A partir de então, a possibilidade de uma pandemia associada ao vírus H5N1, constitui preocupação de governos e técnicos de saúde, bem como de organizações internacionais, notoriamente a OMS (Consensus, 2005). Mais recentemente, a partir de 18 de março, ocorreram casos humanos de Influenza A(H1N1) no México, seguidos pelo aparecimento nos Estados Unidos da América (EUA). A OMS notificou os países membros em 24 de abril de 2009 e, posteriormente, em 25 de abril, seguindo o Regulamento Sanitário Internacional (RSI 2005), declarou este evento como Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). 2. HISTÓRICO DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DA INFLUENZA NA BAHIA Na Bahia, a implantação do sistema de vigilância para influenza se iniciou no ano de 2001, com a introdução da primeira unidade de saúde sentinela no Hospital Geral João Batista Caribé, situado no Subúrbio Ferroviário de Salvador, que por problemas operacionais foi desativada. Em 2002, foi realizada a segunda tentativa no Centro Pediátrico Hosanah de Oliveira (CHR) também sem sucesso. A terceira busca de implantação de unidade sentinela ocorreu no município de Vitória da Conquista que, por problemas operacionais, não iniciou os trabalhos. Em 2005, em uma iniciativa conjunta entre o Ministério da Saúde, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia e a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, foram implantadas duas unidades sentinelas - uma no 5º Centro de Saúde, localizado na Avenida Centenário, centro de Salvador, e outra no Centro de Saúde Adroaldo Albergaria localizado no Subúrbio Ferroviário. Desde então, estas unidades realizam a vigilância sindrômica e coletam amostras para análise laboratorial. Os dados da vigilância sindrômica coletados nestas unidades sentinelas e os dados laboratoriais coletados pelo Laboratório Central (LACEN) alimentam o sistema nacional de informação - SIVEP_GRIPE – e já foram identificados através da imunofluorescência indireta sete tipos de vírus de transmissão respiratória. 3. HISTÓRICO DA VIGILÂNCIA AVÍCOLA DA INFLUENZA NA BAHIA O setor avícola tem se destacado como a atividade de maior crescimento na produção animal nos últimos cinco anos no Estado da Bahia. A localização geográfica, bem como a produção de grãos em nosso Estado, foram decisivos para a instalação de grandes complexos avícolas nas regiões de Feira de Santana, Barreiras, Vitória da Conquista e Ribeira do Pombal. O plantel avícola baiano conta hoje com 30 milhões de aves alojadas em 785 estabelecimentos comerciais cadastrados, conforme o Programa Nacional de Sanidade Avícola PNSA regulamentado pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento MAPA. A partir de 2004, a Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia ADAB passou a executar monitoramento e vigilância ativa para a Doença de Newcastle (DNC) e Influenza Aviária (IA) nos plantéis avícolas do estado, realizando quatro ciclos de colheita, totalizando 22.000 amostras (soro, swab traqueal e cloacal), sendo as mesmas encaminhadas ao Laboratório Oficial de Referência na América do Sul - LANAGRO/Campinas,SP - para DNC e IA. Além disso, em novembro de 2005, em ação conjunta com o Ministério da Agricultura, Ministério da Saúde e IBAMA, a ADAB realizou inquérito soroepidemiológico para a DNC e IA em aves domésticas, com cadastramento de criadores em um raio de 10 km no entorno do sítio de pouso de aves migratórias na localidade de Mangue Seco, litoral norte da Bahia. Em março de 2006, foram ampliadas as áreas de vigilância ativa para DNC e IA para outras três localidades no litoral baiano, sendo programados ciclos trimestrais de colheita e cadastramento de criadores de aves domésticas nestas localidades. 4. ANTECEDENTES DA PREPARAÇÃO PARA O PLANO DE CONTINGÊNCIA DA PANDEMIA DE INFLUENZA NO ESTADO DA BAHIA Em outubro de 2005, técnicos do Laboratório central e da vigilância epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde reuniram-se para avaliar o desempenho das unidades sentinela de influenza e iniciar a preparação de um plano de contingência para uma possível pandemia. Em novembro, juntamente com a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador e técnicos do hospital de referência, participaram do Seminário Internacional de Influenza. Em dezembro de 2005, técnicos da Secretaria Estadual de Saúde (LACEN e Vigilância epidemiológica) e da Secretaria Municipal de Saúde reuniram-se para elaborar a proposta de formação do Comitê Estadual de Influenza. Em 17 de Janeiro de 2006, ocorreu a primeira reunião com a implantação do Comitê Estadual de Influenza com a participação de diversas instituições. Este comitê foi subdividido em 4 grupos: Vigilância (humana e animal), Laboratório, Assistência e Comunicação / Legislação. Esses grupos realizaram reuniões semanais com discussões e preparações de cada área do plano estadual. Foi formado o grupo central constituído por 2 representantes de cada subgrupo o qual tem realizado reuniões semanais para elaboração do Plano Estadual. Desde o ano de 2005, portanto, a Secretaria Estadual de Saúde da Bahia SESAB vem desenvolvendo atividades para aprimorar a capacidade em relação à vigilância, prevenção e controle da influenza em seu território. Entre elas destacam-se: Designação, em 2006, de Comitê Técnico para iniciar a elaboração do Plano de Preparação para a pandemia, com a participação de representantes de diversos órgãos públicos e da sociedade civil (Apêndice 1); Revisão e ampliação da rede de unidades sentinela no estado; Fortalecimento do fluxo de informação com a rede de vigilância animal em parceria com outros órgãos – CETREL, Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia/ADAB, Ministério da Agricultura. Mapeamento das áreas de risco e intensificação da vigilância em humanos; Monitoramento das aves migratórias em território baiano nos municípios de Nova Viçosa, Mangue Seco, Camaçari, Vera Cruz (Caixa Prego); conjuntamente com IBAMA, ADAB, Ministério da Agricultura e Ministério da Saúde; Monitoramento de aves domésticas através de pesquisas de orofaríngea no município de Camaçari. Realização de Seminários de Sensibilização em oito macro-regionais do estado com participação de técnicos municipais das vigilâncias epidemiológicas, assistência, SAMU, rede hospitalar, ADAB, laboratórios. O Plano, na sua atual versão, representa os esforços coordenados das três esferas governamentais e as não-governamentais no planejamento das ações. A execução das ações, visando os objetivos propostos, dependerá de um aperfeiçoamento sistemático do mesmo de acordo com as mudanças no cenário epidemiológico e as necessidades operacionais a serem enfrentadas. 5. OBJETIVOS DO PLANO DE CONTINGÊNCIA PARA A PANDEMIA DE INFLUENZA NO ESTADO DA BAHIA 5.1 Objetivo Geral Minimizar os efeitos de uma possível disseminação de uma cepa pandêmica no Estado da Bahia e suas repercussões na morbimortalidade, na economia e no funcionamento dos serviços essenciais da Bahia. 5.2. Objetivos específicos Retardar a disseminação de uma cepa pandêmica entre a população; Reduzir a morbidade, principalmente das formas graves da doença, e a mortalidade por influenza; Fortalecer a infraestrutura estadual para enfrentamento de situações de emergência epidemiológica: vigilância epidemiológica, diagnóstico laboratorial, assistência, vacinação e comunicação; Identificar grupos prioritários para quimioprofilaxia e vacinação, de acordo com distintos níveis de progressão da pandemia e da disponibilidade de drogas e vacinas; Potencializar esforços contra a disseminação no Brasil desenvolvendo mecanismos efetivos de cooperação e articulação técnica na área da Vigilância e Atenção a Saúde. Para favorecer o alcance dos objetivos referidos serão adotadas as seguintes estratégias: Fortalecer as ações de vigilância em saúde desenvolvidas pelas Secretarias Municipais de Saúde; Integrar as ações de vigilância em saúde e vigilância animal, no Estado e capital, desenvolvendo mecanismos efetivos de cooperação e articulação técnica entre as vigilâncias; Ampliar o número de serviços/unidades sentinelas Desenvolver estratégias de comunicação e informação; Desenvolver os mecanismos jurídicos e político-gerenciais necessários para apoiar o processo de tomada de decisão em situação de emergência epidemiológica; Desenvolver mecanismos de cooperação estadual e nacional; Implementar mecanismo de articulação intra e intersetorial. CAPÍTULO 1 1.1 Influenza: Aspectos epidemiológicos e o risco de uma nova Pandemia1 A influenza ou gripe é uma infecção viral aguda do sistema respiratório com distribuição global e elevada transmissibilidade (Brasil, 2002). A doença é causada pelo vírus influenza, que contém um genoma de RNA de fita simples, segmentado. O vírus da influenza é transmitido de forma direta (principalmente pela geração de gotículas quando uma pessoa infectada tosse, espirra ou fala, mas também pelo ar, através da inalação de pequenas partículas residuais) ou por contato indireto, através de fômites (BRASIL, 2002). A influenza tem alta taxa de ataque, disseminando-se rapidamente em ambientes fechados; as crianças menores de dois anos, os idosos e os indivíduos de qualquer idade com determinadas doenças crônicas ou imunossupressoras são os grupos populacionais de maior risco para as complicações da doença, principalmente as infecções bacterianas secundárias. Dentre os fatores predisponentes à infecção respiratória aguda em crianças temos: o estado nutricional, o baixo peso ao nascer e o número de pessoas por domicílio são expressivos determinantes, além de outros, como aglomeração, nível de escolaridade da família, ausência ou aleitamento materno inadequado, poluição e inalação passiva de fumo (NICHOLSON, et al, 1998; COX, et al, 1999; MAALHOTRA, 2000). Os vírus influenza, de acordo com perfis antigênicos característicos, são subdivididos em três tipos: A, B e C. Os vírus influenza A possuem uma ampla faixa de hospedeiros naturais além do homem e podem causar epidemias e pandemias, com taxas elevadas de morbidade e mortalidade. Os vírus influenza B só tem sido descritos em seres humanos e estão associados a surtos esporádicos, embora também possam provocar doença grave e sejam responsáveis por excesso de mortalidade em idosos, assim como os vírus A. Os vírus influenza C, 1 Neste item constam trechos do Capítulo 1 do Plano Brasileiro de Preparação para uma Pandemia de Influenza versão/2005. muito diferente dos vírus A e B em sua estrutura, embora tenham sido detectados em humanos e suínos, não parecem ter importância na patogenia da gripe. Do ponto de vista biológico, uma das explicações para a emergência de cepas epidêmicas ou pandêmicas remete para as características do genoma viral de RNA segmentado dos vírus influenza e da existência de múltiplos reservatórios do vírus influenza A na natureza, o que favorece a ocorrência de recombinações entre amostras humanas e animais com a emergência de subtipos pandêmicos de Influenza A (H1N1, H2N2, H3N2- durante o século passado). Outra característica importante ligada ao genoma viral de RNA é a ocorrência de mutações pontuais durante o processo de Plano de Preparação Brasileiro para o Enfrentamento de uma Pandemia de Influenza 14 replicação do genoma dos vírus A e B, promovendo a formação de novas cepas (também chamadas novas variantes). Nos vírus Influenza A, estas variações menores, ocorrem dentro de um mesmo subtipo, sendo que os subtipos são determinados por duas glicoproteínas localizadas na superfície do envelope viral, a hemaglutinina (H) e a neuraminidase (N). Até o momento, já foram identificadas 16 glicoproteínas H e 9 glicoproteínas N em animais. No homem, até o momento, as amostras que provocaram epidemias e pandemias foram sempre dos subtipos contendo H1, H2 e H3 e N1 e N2. Se essas novas variantes apresentam alguma identidade antigênica com a variante anterior, ou seja, resultam de um processo de evolução dentro de um mesmo subtipo, chama-se de alterações drift – impulso antigênico (STAMBOULIAM et. al., 2000). No entanto, distintos subtipos infectam diferentemente aves e mamíferos e dependendo das condições ambientais e das alterações drift, subtipos específicos de aves podem infectar mamíferos. Quando isso ocorre, existe a probabilidade de dois ou mais subtipos infectarem simultaneamente um mesmo hospedeiro ou reservatório. Com isso, pode ocorrer a troca de genes entre diferentes subtipos, fenômeno conhecido como rearranjo ou alterações shift – deslocamento antigênico. Esses novos subtipos formados são potencialmente pandêmicos, pois há pouca identidade antigênica entre subtipos com diferenças expressivas nas hemaglutinina e neuraminidase, tornando toda a população humana susceptível a esse novo subtipo (MALHOTRA & KRILOV, 2000; FREITAS, et al., 2005). Até 1997, acreditava-se que haveria necessariamente um rearranjo ou alteração shift em suínos para um vírus influenza aviário se adaptasse à replicação em humanos e causasse doença. Naquele ano, em Hong Kong, foi documentada pela primeira vez a transmissão direta do vírus influenza aviário de alta patogenicidade (H5N1) da ave para humanos, o que significa que o papel de “misturador de genes” até então atribuído apenas aos suínos também pode vir a ser desempenhado pelo homem. Episódios de transmissão direta ave/homem da cepa H5N1 têm se repetido em alguns países do Sudeste Asiático desde o fim do ano de 2003, onde a população, por aspectos culturais e comerciais, tem uma grande interação com aves e suínos. Existem evidências de transmissão inter-humana desta cepa em alguns grupos familiares, o que aumenta o risco da emergência de uma nova cepa pandêmica não só via intercâmbio genético com cepas humanas, mas também por meio de um fenômeno conhecido como mutação adaptativa, que resulta da passagem sucessiva de uma cepa aviária no organismo humano, através de distintos grupos, adquirindo estabilidade biológica suficiente para uma transmissão sustentada entre seres humanos. As evidências históricas sugerem que pandemias ocorrem três a quatro vezes por século. No último século ocorreram três pandemias de influenza ("Gripe Espanhola em 1918-19; "Gripe Asiática" em 1957-58 e a "Gripe de Hong Kong" em 1968-69), sendo que o intervalo entre elas foi de 11 a 44 anos (STAMBOULIAN, 2000). O pior cenário, o da Gripe Espanhola de 1918-19 provocou em torno de 20 a 40 milhões de óbitos no mundo. Em todas as últimas três pandemias, identificou-se um aumento da taxa de mortalidade entre pessoas com menos de 60 anos de idade; em 1918-19, por exemplo, a maior taxa de mortalidade ocorreu em adultos na faixa etária de 20 a 40 anos de idade (CANADIAN PLAN, 2004). Do ponto de vista epidemiológico, as epidemias e pandemias de influenza estão associadas às modificações na estrutura da sociedade que favorecem a disseminação de uma nova cepa, em contextos ecológicos, sociais e espaciais concretos. Assim, deve ser lembrado que o contexto histórico e o estágio do conhecimento científico em que as últimas pandemias ocorreram foram bastante distintos: a Gripe Espanhola aconteceu no fim da Primeira Guerra Mundial, num momento em que as tecnologias disponíveis em relação à prevenção e ao controle de doenças infecciosas ainda eram muito limitadas (por exemplo, a síntese da penicilina e a descoberta do vírus influenza só ocorreram cerca de 10 anos após o fim daquela pandemia); por outro lado, as pandemias de 1957 e de 1968 tiveram um impacto muito maior na morbidade do que na mortalidade. As evidências geradas pela análise dessas pandemias e o conhecimento epidemiológico atual permitem elencar os seguintes fatores que devem ser considerados na análise da emergência de uma nova pandemia de influenza: 1. O surgimento de uma nova cepa do vírus influenza A, por meio de um processo de troca genética entre cepas de espécies diferentes ou de mutação adaptativa; 2. A eficiência da transmissão do agente infeccioso; 3. A patogenicidade e a virulência da nova cepa; 4. A existência de grandes contingentes de população com pouca ou nenhuma imunidade a esta nova cepa; 5. As taxas de contato efetivo, ou seja, a probabilidade que um indivíduo infectado efetivamente transmita a doença a um susceptível; 6. A base técnico-científica da sociedade e a democratização do acesso aos avanços; 7. A capacidade de resposta rápida das autoridades de saúde pública. No cenário atual há um grande risco da emergência de uma nova pandemia de influenza, que pode produzir um impacto importante na morbimortalidade, na segurança pública e na economia dos países afetados. Uma das possibilidades é o surgimento de plano de um vírus pandêmico oriundo da Ásia que poderia chegar às Américas em torno de três meses, com potencial de disseminação neste Continente. Numa pandemia de influenza espera-se que a doença se dissemine rápida e amplamente, afetando indivíduos de todas as faixas etárias e estimando-se que 30 a 50% da população sejam atingidas. A última pandemia espalhou-se pelo mundo em apenas seis meses. Dentro de grandes centros urbanos, as epidemias e pandemias de influenza iniciam-se de forma abrupta e atingem o pico em duas ou três semanas, com duração total de cinco a oito semanas. O padrão de contato entre hospedeiros pode modular a transmissão, gerando mais de uma onda epidêmica. A forma abrupta com que a pandemia se instala, associada à virulência da cepa, constitui-se num grande desafio para a Saúde Pública. No pico da onda pandêmica da Gripe Espanhola, 7.000 novos casos eram notificados por dia em São Paulo. A velocidade com que a pandemia se espalhou causou uma pane nos serviços essenciais, resultando em fome, grande mortalidade, pânico e confusão na tomada de decisão (BERTUCCI, 2004). Embora os recursos tecnológicos disponíveis hoje para o tratamento e monitoramento da gripe sejam muito mais avançados, eles não são ilimitados, e uma estimativa do número esperado de casos torna-se fundamental para o planejamento das ações dirigidas à redução do impacto na morbidade, mortalidade, na economia e em outros aspectos da sociedade. Visto que o risco de uma pandemia ainda é uma potencialidade, a predição acerca de seu impacto na saúde da população é necessariamente especulativa. 1.2 Estimativa do Impacto de uma Pandemia de Influenza na Bahia A pandemia de gripe aviária, causada pelo vírus H5N1, teve sua expansão em diversos países e continentes, exceto as Américas, devido a algumas espécies de aves migratórias, as quais mantêm rotas fixas entre os países atingidos. O Brasil não faz parte das rotas das principais aves que carreiam o vírus, até então, como cisnes, marrecos, patos e outras. Segundo técnicos do Centro de Pesquisas para Conservação de Aves Silvestres – CEMAVE, a probabilidade do vírus H5N1 chegar ao Brasil, dentro das condições e perfil desta epidemia, é ínfima uma vez que as aves migratórias que passam pelo país - maçaricos e batúrias - não se cruzam em nenhum ponto de suas rotas com as aves transmissoras do vírus. A única chance de o vírus chegar ao nosso país seria através de uma ave errante contaminada que desviasse da sua rota original, vindo parar no Brasil. A Bahia estaria ainda mais distante desta possibilidade. Levando-se em conta as considerações acima, podemos classificar como improvável a possibilidade da epidemia de gripe aviária chegar à Bahia e infectar pessoas. A perspectiva real de a epidemia chegar até nós, seria através da mudança do perfil de transmissão do vírus ocasionada por uma mutação que permitisse a transmissão inter-humanos por via aérea, como teme a OMS, uma vez que esta poderia trazer conseqüências catastróficas a nível mundial. As características de uma nova pandemia de influenza, no entanto, é ainda uma potencialidade. Predições do seu impacto na saúde da população são probabilidades. Com base nessa perspectiva, o Plano Brasileiro de Preparação para uma Pandemia de Influenza (Brasil, 2006) desenha possíveis cenários com base em modelos matemáticos que podem vir a ser atualizadas na medida em que novas evidências surjam. A análise desses cenários pode ser útil para o planejamento de estratégias de ação. Segundo as estimativas do Ministério da Saúde (MS) acima referidas, utilizando-se o modelo estático, a Bahia, nas estatísticas mais otimistas, teria cerca de 2.640.953 casos, com 228.759 complicações e 15228 casos graves. Nas estimativas mais pessimistas, são projetados 5.050.195 casos, com 1.225.327 complicações e 328.433 casos graves. Em relação ao impacto na rede hospitalar do SUS, segundo as estimativas apresentadas no Plano Nacional, seria preciso prever o atendimento para 1800 a 9800 pessoas em um único dia, ocorrendo baixa transmissibilidade. Deste montante, 6.5 a 25% necessitariam de internação, o que representaria um valor de 119 (cenário otimista) a 2500 (cenário pessimista). Considerando que a doença tem alta transmissibilidade, o número de casos e hospitalizações no pico da pandemia seria maior neste cenário, no pico da pandemia 8 a 42 mil pessoas necessitando de assistência médica, sendo que 480 a 10.000 precisariam de internação. O Estado da Bahia possui 5.861 leitos vinculados ao SUS para uma população de 13.070.250 habitantes, o que equivale a cerca de 2,2 leitos/mil habitantes. Para a capital, são cerca de 780 leitos para uma população de 2.302.832, implicando aproximadamente 2,95 leitos/mil habitantes. Considerando as estimativas de ocorrência de casos e complicações citados anteriormente, pode-se sinalizar para a insuficiência da rede hospitalar para atendimento desta emergência em saúde pública. Vale ressaltar, no entanto, que os valores apresentados expressam as incertezas que permeiam qualquer predição acerca do fenômeno, com uso de modelos matemáticos. Torna-se necessário rever essas estimativas para adequálas à situação epidemiológica real expressa por uma nova pandemia de influenza. Diante das expectativas já comentadas, e por experiências ocorridas em epidemias passadas (exemplos: gripe espanhola e SARS), são possíveis conseqüências indiretas da epidemia com importante impacto na vida cotidiana: escolas interditadas e shoppings center esvaziados - locais de alto risco; grande índice de absenteísmo em empregos – todos os níveis; queda da produção em todos os setores; falta de alimentos no mercado; esgotamento do estoque de máscaras descartáveis no mercado (alto consumo pela população de classes superiores); aumento da criminalidade e saques a estabelecimentos comerciais; alta mortalidade em presídios creches e asilos; grande crise social. Esses fatos podem ser minimizados desde que o plano de contingência seja aplicado com a precisão e o rigor descrito nos documentos do Comitê Estadual e Nacional, pois apesar das estimativas pessimistas, as medidas de prevenção podem mudar sensivelmente o impacto e o perfil da pandemia. CAPÍTULO 2 2.1 Pandemia de influenza e suas fases A Organização Mundial da Saúde (OMS), assumindo a influenza humana e animal como risco em saúde pública, define períodos e fases a serem observadas no planejamento das respostas a uma pandemia de influenza (quadro 1). Esta abordagem é proposta para facilitar a articulação, a padronização e a transparência da comunicação e dos esforços no planejamento e resposta frente a uma pandemia nos diferentes países. Quadro 1. Períodos e fases de uma pandemia de influenza, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Período Fases Recomendações Fase 11 Não há detecção de novos subtipos de vírus influenza em humanos. Fortalecer os preparativos para Presença de um subtipo viral que já causouuma pandemia de influenza em infecção em humanos no passado emescala mundial, regional e reservatórios animais não-humanos e denacional. baixo de infecção humana. Fase 21 Reduzir ao mínimo o risco de Aumento do risco de transmissão para seres transmissão nos seres humanos de novo subtipo viral que circula humanos, detectar e notificar em animais referido na Fase 1. rapidamente a transmissão, quando ocorrer. Interpandêmico Alerta Pandêmico Definição da OMS 2 Fase 3 Detecção de um ou mais casos de infecção humana com o novo subtipo viral, sem transmissão inter-humana ou, se existente, limitada a contatos íntimos (casos raros). Rápida caracterização do subtipo viral e detecção, notificação e resposta oportuna aos casos adicionais. Fase 42 Detecção de conglomerados de transmissão Conter o novo vírus nos focos inter-humana com poucos casos e ou retardar sua propagação a geograficamente localizados, o que indica fim de ganhar tempo para que o vírus ainda não adquiriu boa agilizar as medidas de adaptabilidade aos seres humanos. preparação, entre elas a preparação da vacina contendo a cepa pandêmica. Pandêmico Fase 52 Detecção de conglomerados de casos de transmissão inter-humana ainda geograficamente limitados, porém atingindo um maior número de pessoas, indicando que o vírus está se adaptando melhor aos seres humanos (risco pandêmico considerável). Conter ou retardar a propagação, a fim de evitar uma pandemia e ganhar tempo para agilizar as respostas antipandêmicas. Fase 6 Pandemia: transmissão ampliada e sustentada na população em geral. Reduzir as repercussões da pandemia. Retorna ao período Interpandêmico. Período Interpandêmico. Pós Pandêmico Fase 7 1 A diferença entre as Fases 1 e 2 tem como base o risco de infecção ou adoecimento em humanos por uma cepa de origem animal. Para essa avaliação consideram-se, de acordo com o conhecimento científico vigente, os seguintes fatores: patogenicidade da cepa nos animais e nos humanos, presença de infecção em animais domésticos e ou na fauna silvestre, se é 1 um vírus enzootico ou epizoótico, se está geograficamente localizado ou disperso, em outros. 2 A distinção entre as Fases 3, 4 e 5 tem como base a avaliação de risco de pandemia. Para essa avaliação consideram-se, de acordo com o conhecimento científico vigente, os seguintes fatores: taxa de transmissão, localização geográfica e propagação, gravidade da doença, presença de genes provenientes de cepas humanas (quando o vírus é proveniente de cepa animal) entre outros. Ressalta-se que a premissa para a definição desses níveis de alerta é que o surgimento de uma nova cepa pandêmica e sua adaptação em seres humanos dar-se-á nos países asiáticos e posteriormente será disseminada nos demais continentes. A partir do momento em que for comprovada a eficiência de transmissão de uma nova cepa pandêmica estima-se que o tempo de entrada da mesma no Brasil varie de poucos dias a no máximo três meses, principalmente em função da velocidade dos meios de transporte e do processo de globalização. Vale ressaltar que os níveis de alerta devem ser considerados como flexíveis e mutáveis de acordo com o cenário pandêmico vigente. Para fins de planejamento e resposta, o Ministério da Saúde apresenta os níveis de alerta para o Brasil (quadro 2). Quadro 2. Níveis de Alerta no Brasil, de acordo com diferentes períodos e fases pandêmicos. Períodos Fases Níveis de Alerta no Brasil Fase 1 Não há detecção de novos subtipos de Manter as atividades de rotina da vigilância prevenção vírus influenza em humanos no Brasil e controle da influenza e no Mundo. Fase 2 Não há detecção de novos subtipos de vírus influenza em humanos no Iniciar o processo de preparação ou de revisão do Brasil. Plano de Preparação; adequar as estratégias de Presença de um subtipo viral que jávigilância epidemiológica da influenza em escala causou infecção em humanos e baixosnacional. riscos de infecção humana. Fase 3 Detecta-se um ou vários casos de infecção humana com um novo subtipo viral em algum país estrangeiro de outro Continente. Acelerar o processo de preparação ou de revisão do Plano; Manter o sistema de vigilância em alerta para a detecção, notificação e investigação oportunas de formas graves da doença respiratória em pessoas oriundas da região afetada. Fase 4 Detecta-se conglomerados de transmissão inter-humana com poucos casos em algum país estrangeiro de outro Continente. Concluir a elaboração do Plano; Manter o sistema de vigilância em alerta para a detecção, notificação e investigação oportunas de formas graves da doença respiratória em pessoas procedentes da região afetada em áreas estratégicas (grandes centros urbanos, portos e aeroportos internacionais e entre outros); planejar e realizar a simulação das ações emergenciais previstas no Plano. Fase 5 Detecta-se conglomerados de transmissão inter-humana com maior número de casos em algum país de outro Continente e/ou detecção da cepa pandêmica em algum país das Américas (exceto Brasil). Disparar nível de alerta no país: detecção, notificação e investigação oportunas de formas graves de doença respiratória em pessoas procedentes da região afetada em áreas estratégicas (grandes centros urbanos, portos e aeroportos internacionais e entre outros pontos de ingresso de estrangeiro no país). Fase 6 Detecção da cepa pandêmica no Brasil. Disparar nível de alerta máximo no país: detecção, notificação e investigação precoces de casos suspeitos em qualquer ponto do território nacional; adotar medidas de bloqueio da transmissão do caso primário e casos secundários; avaliar a necessidade de suspender as atividades de caráter coletivo, etc. Fase 7 Epidemia no Brasil devido à disseminação da cepa pandêmica. Minimizar a morbidade, a mortalidade e o impacto econômico e social; Fase 8 Cepa pandêmica do vírus influenza deixa de circular; morbidade e mortalidade retornam aos níveis endêmicos. Concluir as análises do impacto na morbimortalidade e econômico-social. Reorganizar a estrutura da rede assistencial, entre outros. Retorna-se as recomendações da Fase 1 do período Interpandêmico. Interpandêmico Alerta Pandêmico Pandêmico Pós Pandêmico Recomendações CAPÍTULO 3 3.1. Estrutura e ações estratégicas da Vigilância em Saúde 3.1.1. Vigilância da Influenza na Bahia Nos últimos anos, a ocorrência de epidemias por doenças emergentes e reemergentes tem obrigado os órgãos responsáveis pela saúde da coletividade a adotarem medidas imediatas que evitem a sua disseminação e com isso promover o seu controle e/ou eliminação. Nesse sentido, a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS) criou um sistema de resposta rápida em emergência epidemiológica denominado Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) e vem estimulando as unidades federadas a implantar um sistema semelhante, porém com menor complexidade, as Unidades de Resposta Rápida (URR), com os seguintes objetivos: Aumentar a sensibilidade para a detecção de eventos relevantes para a saúde pública; Articular e agilizar os processos de verificação e análise de relevância das emergências epidemiológicas; Ampliar a capacidade técnica de respostas às emergências epidemiológicas, incluindo a capacitação de recursos humanos para as ações de investigação, controle e prevenção; Ampliar as estruturas físicas e logísticas para o enfrentamento das emergências epidemiológicas; Desenvolver instrumentos para monitorar e avaliar a estruturação institucional no enfrentamento das emergências epidemiológicas. Tais objetivos estão em consonância com os do Sistema Nacional de Vigilância da Influenza que são: monitorizar as cepas dos vírus da influenza que circulam nas regiões brasileiras; responder a situações inusitadas; avaliar o impacto da vacinação contra a doença; acompanhar a tendência da morbidade e da mortalidade associadas à doença; e produzir e disseminar informações epidemiológicas. No ano de 2004, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, implantou duas unidades sentinelas para a vigilância da influenza localizadas em áreas da capital com distinto perfil social, buscando assim absorver diferentes parcelas da população. As unidades encontram-se localizadas nos Distritos Sanitários da Barra/Rio Vermelho (C.S Clementino Fraga - 5° Centro de Saúde) e Subúrbio Ferroviário (C.S Adroaldo Albergaria). O Sistema de Vigilância da Influenza ainda prevê a detecção, a notificação, a investigação e o controle de surtos, independente da rede sentinela, de acordo com as normas atuais sobre a notificação de doenças transmissíveis no país. Propõe também a análise rotineira de dados ecológicos sobre as internações e óbitos por influenza e causas associadas, o que possibilita a observação do padrão de ocorrência da gripe em regiões com aspectos climáticos distintos. 3.1.2. Vigilância Epidemiológica Entende-se vigilância epidemiológica como "o conjunto de atividades que permite reunir a informação indispensável para conhecer, a qualquer momento, o comportamento ou história natural das doenças, bem como detectar ou prever alterações de seus fatores condicionantes, com o fim de recomendar oportunamente, sobre bases firmes, as medidas indicadas e eficientes que levem à prevenção e ao controle de determinadas doenças" (Brasil, 1990). Nesse sentido, as informações e notificações relacionadas com a influenza fazem partem dos sistemas de vigilância municipais e estaduais e devem convergir para os núcleos de vigilância epidemiológica municipais e destes para o núcleo central estadual, Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVEP) com o desencadeamento das ações de acordo com o nível de responsabilidade. Evento Dados Modificação Ação Análise e interpretação Decisão Informação 3.1.2.1. Coordenação Estadual de Vigilância às Emergências de Saúde Publica (CEVESP-BA) A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia implantou a CEVESP-BA objetivando o fortalecimento da estrutura estadual a fim de apoiar a tomada de decisão sobre as emergências de saúde publica de relevância no seu território. Esta coordenação está inserida no prédio do Centro de Atenção a Saúde Prf. Dr. Jose Maria de Magalhães Neto, como parte integrante da DIVEP, com uma equipe de profissionais capacitados pelo EPISUS e equipamentos de informática e comunicação. As razões relevantes para a escolha da sua localização incluem: fácil acesso, localização no mesmo prédio das vigilâncias epidemiológica e sanitária, com boas condições de segurança e contando com vigilância por 24 horas. Atualmente é constituído de duas salas contíguas, sendo: a) Sala de comando, para recepção das notificações e comunicações e operação dos equipamentos de informática; b) Sala de reuniões, com telas e equipamentos de vídeo e áudio conferência, dispondo de mobiliário para realização de reuniões para discussão e acompanhamento das emergências e, quando necessário, ampliação da equipe de gerenciamento das emergências. A equipe do CEVESP está composta de cinco profissionais de nível universitário com graduação na área de saúde e formação básica em saúde publica e/ou epidemiologia. Todos receberam treinamento específico para o exercício das funções. A descrição das atividades dos profissionais é apresentada a seguir: Coordenador - Profissional de nível superior, com especialização/pós-graduação em saúde pública/epidemiologia, do quadro efetivo da SUVISA, designado por esta Superintendência. O coordenador terá inserção integral no CEVESP e desenvolverá suas atividades, em regime de 40 horas semanais, com sobreaviso no horário noturno e final de semana, para apoio e orientação dos demais técnicos. Quatro profissionais de nível universitário, com especialização/pósgraduação em saúde pública, selecionados dentre os quadros existentes na SUVISA, por meio de processo seletivo simplificado executado por uma comissão designada pela DIVEP. Dois destes profissionais, responsáveis pela operação do Centro e execução das investigações das emergências de saúde pública sob a responsabilidade da CEVESP, foram capacitados por meio de treinamento realizado em colaboração com a SVS/MS. Estes profissionais também desenvolvem suas atividades integralmente na CEVESP, em regime de 40 horas semanais e cumprirão escalas de sobreaviso para o final de semana. Cada profissional cumpre a escala de sobreaviso a cada quatro ou cinco semanas. Monitor do Programa Estadual de Treinamento em Epidemiologia de Campo ou outro profissional de saúde pública, egresso do curso de Epidemiologia de Campo da SVS/MS (EPISUS), atuará como monitor do Programa Estadual de Treinamento em Epidemiologia de Campo, durante cinco dias úteis por mês durante o primeiro ano. Este profissional contribuirá com a formação dos treinandos e em conjunto com o coordenador do CEVESP monitorará as atividades de campo, durante as investigações epidemiológicas. O Monitor será disponibilizado através de cooperação técnica com a SVS/MS. Há solicitação junto à SUVISA no sentido de promover meios para a incorporação à equipe de: Dois técnicos de nível médio que trabalharão em regime de 40 horas semanais. Um técnico, da área de administração, apoiará a coordenação no gerenciamento do uso dos equipamentos e insumos, no desenvolvimento das atividades de campo da equipe de investigação e será responsável pela preparação das salas para seu funcionamento; o segundo técnico, da área de informática, será responsável pelo funcionamento dos equipamentos de comunicação e da operação da rede de informática. A recepção de dados e informações é procedida pelos seguintes meios: a) 0800 – 2842177, contratada para operação exclusiva pela CEVESP, para informações sobre emergências de saúde pública para profissionais de saúde e o público em geral. Para tal, foi realizada ampla divulgação pela rede pública e privada. Esta linha é operada pelos técnicos da CEVESP no horário das 8:00 às 18:00h e no noturno das 18:00 às 8:00h e nos finais de semana e feriados pelo técnico que estiver em regime de sobreaviso, pois a ligação efetuada será transferida automaticamente para o número de Smartphone; b) 9994-1088, Smartphone, com linha contratada para operação exclusiva pela CEVESP, preferencialmente para o recebimento de notificações, mas também para informações sobre emergências de saúde pública para profissionais de saúde. Este telefone funciona 24 h por dia, todos os dias do ano, inclusive em finais de semana e feriados, sendo operado de segundo a sexta-feira pelo Coordenador da CEVESP e nos finais de semana e feriados pelo técnico que estiver em regime de sobreaviso; c) E-notifica – Através da conta de e-mail ([email protected]), disponibilizada na página da SESAB no link da DIVEP/CEVESP para notificação de emergências de saúde pública; d) Módulo de surto do SINAN – a partir do recebimento de notificação de surto é enviada a notificação ao CEVESP por meio do módulo existente no SINAN; e) Notificação pelas áreas técnicas – Qualquer notificação de emergência de saúde pública recebida pelas áreas técnicas da SESAB, especialmente da SUVISA é enviada por meio eletrônico, telefone e fax, imediatamente para o CEVESP; f) Clipping – A Assessoria de Comunicação (ASCOM) da SESAB, a partir do recebimento diário de todos os veículos de comunicação através da mídia (eletrônica, impressa, televisada e radiofônica) de âmbito estadual e, quando possível regional, coleta e seleciona a partir de palavras-chave previamente definidas as informações referentes às emergências de saúde pública e repassa para a CEVESP que procede a investigação do fato. Após a identificação e classificação das emergências de saúde pública, são definidas as atividades a serem desenvolvidas pela CEVESP, quanto à coordenação, execução e apoio às investigações epidemiológicas e resposta de saúde pública. Nesta fase, são definidas as competências da CEVESP e de outras áreas técnicas da SUVISA e outros órgãos da SESAB ou outras Instituições parceiras. Os seguintes princípios norteiam a tomada de decisão: a) A CEVESP desencadeia o processo de toda investigação de emergências de saúde pública, seguindo os seguintes passos: Determinar a existência do evento; Confirmar diagnóstico; Compor uma equipe; Implementar medidas de controle imediatas; Desenvolver definição, identificar e contar os casos; Analisar dados de tempo, lugar e pessoa; Gerar hipótese; Testar hipótese; Implementar medidas de prevenção e controle; Comunicar os resultados e avaliar impacto. b) A CEVESP conta com todo o apoio, na investigação, das áreas técnicas da SUVISA envolvidas na emergência de saúde pública identificada; c) Quando necessário o uso do espaço e equipamentos da CEVESP, este se dá sob sua a Coordenação; d) Quando necessária a participação da CEVESP, em investigação gerenciada por outras áreas, a coordenação da equipe será compartilhada por ambas; e) Quando o evento não tiver área técnica correspondente, a equipe da CEVESP gerencia a investigação e resposta; f) Quando necessário, são avaliadas e discutidas todas as emergências sob gerenciamento da DIVEP, com participação das áreas técnicas responsáveis pela emergência de saúde pública, outras Diretorias da SUVISA, outros órgãos da SESAB e outras instituições parceiras; g) Estas reuniões têm como objetivos: o acompanhamento das informações sobre as emergências, incluindo aquelas procedentes do campo, do laboratório e de outras fontes da investigação; a tomada de decisão sobre as emergências, incluindo a adoção de medidas de prevenção e controle. Para apoio à investigação epidemiológica é utilizado material técnico (impresso e meio eletrônico) para consulta, produzido e disponibilizado pela SVS/ MS, adaptado se necessário. 3.1.2.2. Ações estratégicas de vigilância epidemiológica para Influenza A por novo subtipo pandêmico A suspeição de todo caso de Influenza A por novo subtipo pandêmico deverá ser acompanhada da Ficha de Investigação Epidemiológica (FIE) (Anexo 1) devidamente e corretamente preenchida e encaminhada via Fax (3270-5707) ou E-mail ([email protected]) imediatamente à CEVESP que classificará o caso, segundo os critérios definidos pelo Protocolo de Procedimentos adotados pelo Ministério da Saúde e atualizado em 06.05.2009 às 12H (Atualização dos protocolos disponibilizadas em: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/ area.cfm?id_area=1534) A . Definições de caso: A.1. Caso em monitoramento a. Procedentes de países afetados, com febre não medida E tosse, podendo ou não estar acompanhadas dos demais sintomas referidos na definição de caso suspeito OU b. Procedentes, nos últimos 10 dias, de países não afetados E apresentando os sintomas de acordo com definição de caso suspeito. A.2. Caso suspeito Indivíduo que apresentar febre alta de maneira repentina (> 38ºC) E tosse podendo estar acompanhadas de um ou mais dos seguintes sintomas: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações ou dificuldade respiratória E - Apresentar sintomas até 10 dias após sair de países que reportaram casos pela Influenza A(H1N1) OU - Ter tido contato próximo1, nos últimos 10 dias, com uma pessoa classificada como caso suspeito de infecção humana pelo novo subtipo de Influenza (H1N1). 1 Contato próximo: cuidar, conviver ou ter contato direto com secreções respiratórias ou fluidos corporais de um caso suspeito. A.3. Caso provável Caso suspeito que apresente um dos seguintes critérios adicionais: - Confirmação laboratorial de infecção por vírus da influenza A, porém sem resultados laboratoriais conclusivos quanto à infecção por vírus de influenza sazonal, OU - Indivíduo sintomático com clínica compatível de influenza A(H1N1) OU que evoluiu para óbito decorrente de infecção respiratória aguda indeterminada E que tenha vínculo epidemiológico (de tempo, local ou exposição) com outro caso provável ou confirmado (suspeito, segundo OMS) de infecção por A(H1N1). A.4. Caso confirmado Indivíduo com a infecção pelo vírus A(H1N1), confirmado pelo laboratório de referência por PCR em tempo real. 5. Caso descartado a. Caso em monitoramento, proveniente de país não afetado e que, após o 10º dia do início dos sintomas, tenha se recuperado OU b. Qualquer caso em monitoramento ou suspeito em que tenha sido diagnosticada outra doença. Ações de vigilância epidemiológica frente ao caso: a) Caso em monitoramento: • Adotar o isolamento domiciliar até o 10º dia de início dos sintomas. • Reforçar as orientações, fornecidas pelo Hospital de Referência, sobre as condutas no ambiente domiciliar: Utilizar máscara cirúrgica descartável. Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal. Evitar tocar olhos, nariz ou boca. Lavar as mãos freqüentemente com sabão e água, especialmente depois de tossir ou espirrar. Manter o ambiente ventilado Evitar contato próximo com pessoas. • Durante o isolamento domiciliar realizar as seguintes ações: - Local com Unidade de Saúde da Família: orientar a equipe de saúde da família para realizar a visita domiciliar até o 10º dia do início dos sintomas e informar diariamente o serviço de vigilância epidemiológica sobre a situação clínica do caso. - Local sem Unidade de Saúde da Família: a vigilância epidemiológica deve garantir meios para manter contato diário, presencial ou por telefone, até o 10º dia do início dos sintomas. • Até 10 dias do início dos sintomas, o caso em monitoramento que evoluir de modo a se enquadrar na definição de caso suspeito ou tiver resultado laboratorial que o classifique como caso provável ou confirmado deve ser encaminhado ao Hospital de Referência e adotadas as condutas referentes à nova definição. • Após 10 dias do início dos sintomas, deve-se: - Liberar do isolamento domiciliar e classificar como caso descartado: se o caso em monitoramento se recuperar e for procedente de país não afetado OU - Liberar do isolamento domiciliar e classificar como caso descartado: se for diagnosticada outra doença OU - Liberar do isolamento domiciliar e acompanhar os resultados laboratoriais: se o caso em monitoramento se recuperar e for procedente de país afetado. b) Caso suspeito, provável ou confirmado: • Adotar busca ativa de contato: 1. Pessoas que estabeleceram contato próximo domiciliar ou no ambiente de trabalho, durante o período de transmissibilidade, 1 a 7 dias após (???)o início dos sintomas. • Caso o contato não apresente sinais e sintomas, orientá-lo para realizar Quarentena Domiciliar Voluntária e realizar o monitoramento clínico diário, por telefone, durante 10 dias a partir da data do último contato com o paciente. • Caso o contato apresente sinais e sintomas de modo a se enquadrar na definição de caso em monitoramento ou suspeito, encaminhar ao Hospital de Referência e adotar as medidas preconizadas conforme a definição. 2. Pessoas que estabeleceram contato próximo durante o vôo: • Identificar o país de origem, data da viagem, número do vôo, nome da companhia aérea e poltrona de assento, escalas e conexões até o local de destino. • Repassar as informações à ANVISA para identificação dos outros passageiros localizados na mesma fileira e nas duas fileiras anteriores e posteriores. Além desses, deve-se identificar os passageiros localizados nas fileiras laterais correspondentes. • Com base nas informações repassadas pela ANVISA, realizar contato telefônico com todos os viajantes. • Caso o viajante próximo não apresente sinais e sintomas, orientá-lo para realizar Quarentena Domiciliar Voluntária e realizar o monitoramento clínico diário, por telefone, durante 10 dias a partir da data de saída do país de origem. • Caso algum viajante próximo apresente sinais e sintomas de modo a se enquadrar na definição de caso em monitoramento ou suspeito, encaminhar ao Hospital de Referência e adotar as medidas preconizadas conforme a definição. 3.1.2.3. Ações para aperfeiçoamento da vigilância epidemiológica da Influenza A fim de aperfeiçoar a rede de informações e garantir a notificação precisa e oportuna de casos de influenza, cabe à vigilância epidemiológica: Firmar parcerias e fortalecer o fluxo de informações com a rede vigilância epidemiológica animal; Mapear áreas de risco e intensificar a vigilância em humanos; Estabelecer sistemas de informação e análises que permitam o monitoramento do quadro da influenza no Estado; Promover ações de informação, educação e comunicação para os profissionais de saúde e comunidade; Fortalecer as unidades e/ou implantar nova unidade na rede municipal; Ampliar a rede sentinela com a introdução de uma unidade da rede privada; Monitorar as cepas dos vírus da Influenza no Estado da Bahia, especialmente em Salvador e compartilhar as informações com os membros do Comitê; Acompanhar a morbidade e mortalidade associada aos vírus com informações atualizadas e compartilhada com os membros do Comitê; Definir prioridades e a organização dos serviços e ações de saúde em consonância com os membros do Comitê; Implementar o protocolo de surto de influenza na rede básica e hospitalar e responder a situações inusitadas; Implementar e avaliar as ações de prevenção e controle da Influenza; Averiguar se as medidas de controle em animais são compatíveis com a redução da exposição em humanos. Adotar as medidas de prevenção e controle indicadas, de acordo com a situação epidemiológica. Vacinação com a vacina contra influenza para os grupos de risco já definidos, de acordo com as orientações do Programa Nacional de Imunização. Educação em saúde para a comunidade no sentido de promoção de boas práticas higiênicas: Higiene das mãos com água e sabão depois de tossir ou espirrar; após usar o banheiro, antes das refeições, antes de tocar os olhos, boca e nariz; Não tocar os olhos, nariz ou boca após contato com superfícies; Proteger com lenços Evitar (preferencialmente descartáveis a cada uso) a boca e nariz ao tossir ou espirrar, para evitar disseminação de aerossóis; Evitar aglomerações e ambientes fechados Manter os ambientes ventilados; Orientar para que o indivíduo doente evite sair de casa, permanecendo em quarentena voluntária domiciliar, enquanto estiver em período de transmissão da doença; Repouso, alimentação balanceada e ingestão de líquidos. 3.1.3. Vigilância animal relacionada à influenza aviária Cabe a ADAB a execução da vigilância em saúde animal no estado. Para as ações relacionadas à sanidade avícola são definidas as diretrizes conforme o Programa Nacional de Sanidade Avícola. Além do monitoramento para as enfermidades de notificação obrigatórias, classificadas pela Organização Mundial de Saúde Animal – OIE, medidas de contingência para a Influenza Aviária serão adotadas em caso de confirmação da ocorrência desta enfermidade e deflagração de emergência sanitária. A Instrução Normativa nº 32, de 13 de maio de 2002, da Secretaria de Defesa Agropecuária, estabelece as Normas Técnicas de vigilância, controle e erradicação da influenza aviária e inclui: Notificação obrigatória ao serviço veterinário oficial da suspeita de ocorrência de influenza aviária em qualquer tipo de ave; Investigação no estabelecimento por médico veterinário oficial; Colheita de material e envio a laboratório para diagnóstico (LANAGRO / Campinas -SP); Restrição da movimentação das aves e seus produtos quando da suspeita de doença; Imposição de uma Zona de Proteção (mínimo de 3km) e uma Zona de Vigilância (mínimo de 10km) em torno do estabelecimento infectado por ato oficial; Sacrifício das aves infectadas e animais-contato; Limpeza e desinfecção das instalações, veículos e qualquer equipamento julgado contaminado; Adequado descarte das carcaças, cama de aviário, restos de rações e qualquer outro resíduo. No caso de fundamentação da suspeita, o Grupo Estadual de Atendimento a Emergência Sanitária – GEASE, estará implementando as seguintes ações: Impedir o ingresso de qualquer outra espécie de ave (pássaros, aves silvestres ou aves domésticas) dentro do aviário onde está alojado o lote suspeito, orientando o proprietário e encarregado para realizar o fechamento de portas e bloquear todas as aberturas e/ou orifícios que permitam a entrada destes; Proibição de saída da granja de qualquer tipo de equipamento, rações, cama de aviário e qualquer outro tipo de material; Em se tratando de lotes de reprodução (bisavós, avós e matrizes), todos os ovos já enviados ao incubatório (em estoque ou em incubação) deverão ser imediatamente localizados, separados em uma sala específica e estocados até definição da situação; Entrada na propriedade somente daqueles veículos necessários após rígida lavagem e desinfecção e que posteriormente não deverá visitar outra propriedade até o dia seguinte, ficando estacionado no posto de lavagem onde realizou a segunda lavagem e desinfecção após deixar a propriedade suspeita; Evitar o movimento de veículos na estrada de acesso à propriedade (manter os veículos dos técnicos a uma distância mínima de 100 metros do acesso à propriedade); Disponibilizar, imediatamente, um local na entrada da propriedade para banho e troca de roupa dos funcionários da granja e técnicos que realizarão os trabalhos diagnósticos e de levantamento epidemiológico; Obtenção de um termo de compromisso assinado pelo proprietário e/ou responsável pela propriedade, não permitindo o acesso de qualquer outra pessoa que não seja funcionário do estabelecimento, para trabalhar com as aves suspeitas. O proprietário deverá, também, se comprometer a proibir seus funcionários de visitar qualquer outro estabelecimento de criação de aves. O mesmo comportamento deverá ser orientado para os membros da família que moram na propriedade; Demarcação das zonas de proteção e vigilância, com investigação epidemiológica em todas as propriedades existentes nestas áreas; Definição das barreiras sanitárias; Comunicação da suspeita ao Ministério da Agricultura; Por se tratar de doença ligada à saúde pública deverá ser feita a comunicação da suspeita as autoridades de saúde do Estado. Em caso de confirmação do foco, estabelecimento no qual foi constatada a presença de uma ou mais aves afetadas pela doença e cujos limites serão estabelecidos pelo serviço oficial, deverão ser implementada as seguintes medidas: Instalação de um sistema de desinfecção de materiais e veículos que devam entrar/sair da propriedade. Proibição da retirada de qualquer tipo de animal existente na propriedade (inclusive cães, gatos, eqüinos, bovinos, ovinos, caprinos, suínos). Sacrifício imediato no local de todas as aves presentes no estabelecimento avícola; Composição de equipe de trabalho constituída por pessoas que não terão posteriormente contato com aves, por pelo menos durante os próximos sete dias pós a tarefa (esta equipe não pode incluir vizinhos, outros avicultores ou agricultores); Providenciar os equipamentos necessários para realizar as tarefas que permitirão a completa e segura destruição das aves (dependendo do número de aves: retroescavadeira, pá mecânica, caminhão caçamba, sacos plásticos reforçados, combustíveis líquidos, lenha, outros); Destruição de todas as aves que tenham morrido no surto ou tenham morrido durante o período de incubação da doença. Os ovos e os subprodutos produzidos durante o período provável de incubação da doença também deverão ser destruídos. Limpeza e desinfecção de todas as áreas da propriedade. O detalhamento do Plano de Contingência para a Influenza Aviária está disponível no site do Ministério da Agricultura: www.agricultura.gov.br 3.1.4. Vigilância Sanitária No Estado da Bahia a ANVISA está presente através de representantes próprios para as ações de sua competência direta, ou seja: fiscalização de portos e aeroportos. As demais atribuições, passíveis de legislação federal, estadual, e até mesmo municipal, são responsabilidades das Visas locais. A Diretoria de Vigilância e Controle Sanitário – DIVISA, em função de estruturação da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia – SESAB, tem a função de promover a política de vigilância Sanitária, sejam federais ou estaduais, integrada às demais diretorias que compõem da Superintendência de Vigilância e Proteção à Saúde – SUVISA. No âmbito específico de Vigilância Sanitária, a DIVISA é responsável pela execução das ações de média e alta complexidade no Estado, uma vez que na Bahia é pequeno o número de municípios habilitados para pactuação delas; como também pelas ações de prevenção e controle das Infecções Hospitalares, através do Núcleo estadual de Controle de Infecção Hospitalar - NECIH. As ações de baixa complexidade, entretanto, vêm sendo executadas pelos 417 municípios do Estado, com a DIVISA servindo de referência e apoio sempre que necessário. Todos esses municípios contam com um representante na estrutura das Secretarias de Saúde locais ou regionais responsáveis por tais ações. Atualmente, no Estado, existem 32 municípios em gestão plena do sistema, o que lhes dá melhores condições de praticar tais ações, tanto quanto se adequarem para as realizações de atribuições de maior complexidade. Os que se encontram nesta situação, e que atuam com relativa independência, encontram-se sob a supervisão da DIVISA em sua atribuição de apoiar e capacitar cada um deles, seja através de cursos ou em práticas conjuntas, frente, principalmente, a situações emergentes e que envolvam riscos à saúde. Além dos municípios e suas representações locais incumbidas de exercerem as ações de VISA, existem as Diretorias Regionais de Saúde (31), distribuídas nas macro-regiões do Estado, que prestam apoio aos municípios sob sua jurisdição, além de estarem aptas a assumir responsabilidades e atuações que exijam maior capacitação, bem como, maior poder de decisão. Na sua rotina de trabalho, a Coordenação de Vigilância Sanitária COVISAN, além de sua função de inspecionar estabelecimentos que prestam atendimento médico e outros como fabricantes, distribuidores de produtos ou equipamentos relacionados ao uso por humanos, procedem à análise de projetos de instalações de serviços hospitalares, laboratoriais e industriais. Na atual fase de elaboração deste Plano de Contenção da Influenza, a atuação da DIVISA está mais focada na atividade que diz respeito a estas atribuições referidas, ou seja: colaborar com a execução de projetos de estabelecimentos com finalidades relacionadas ao atendimento, seja da rede pública ou privada, não deixando de estar presente, também, em outros projetos que exijam ações conjuntas com demais Órgãos relacionados à atividade em questão, além de normatizar e orientar as CCIHs do Estado, quanto as condutas a serem implementadas saúde. na prevenção e controle da influenza nos serviços de As ações de vigilância sanitária, epidemiológica e controle de vetores nas áreas de portos, aeroportos, fronteiras e recintos alfandegados são de competência da Anvisa e foram estabelecidas pela Lei 9.782 de 26 de janeiro de 1999, publicada no Diário Oficial da União de 27 de janeiro de 1999. Essas atividades visam proteger e promover a saúde da população, buscando a garantia da segurança sanitária de produtos e serviços nos terminais de passageiros e cargas, entrepostos, estações aduaneiras, meios e vias de transportes aéreos, marítimos, fluviais, lacustres e terrestres do país. A intensificação das ações sanitárias em atendimento ao Plano de Contingência para evitar a introdução e expansão de doenças transmissíveis será de acordo com a legislação específica (Resoluções ANVISA RDC 02 de 08 de janeiro de 2003, RDC 217 de 21 de novembro de 2001, RDC 306 de 07 de dezembro de 2004) em consonância com o regulamento sanitário Internacional e outros acordos subscritos pelo Brasil. A Coordenação de Vigilância Sanitária de Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegados do estado da Bahia - CVSPAF-Ba é composta de 05 Postos de Controle e Fiscalização e 02 salas de vacina. As medidas de Visa a serem executadas nas áreas de portos e aeroportos seguirão a orientação do Comitê Técnico de Influenza com recomendações direcionadas para a pandemia de influenza em períodos e fases de acordo com o risco em saúde pública, obedecendo aos níveis de alerta para o Brasil. Para adoção das medidas de controle sanitário nas áreas de portos, aeroportos, e recintos alfandegados foram definidas cinco linhas de ação para avaliação, tomada de decisão, acompanhamento e implementação de medidas sanitárias de forma diferenciada, considerando os períodos interpandêmico, de alerta pandêmico e pós-pandêmico e de suas fases de evolução são eles: informação e comunicação, capacitação de profissionais, controle sanitário de viajantes, controle sanitário de infra-estrutura, meios de transporte e mercadorias, organização e preparo. A Anvisa no Estado da Bahia já divulgou as ações básicas, atualmente em fase de implementação (quadro 3). Quadro 3. Plano de Ações de VISA nos Portos, Aeroportos e Recintos Alfandegados da CVSPAF-BA para uma pandemia de Influenza. Fase 3 4 Prazo Imediato Imediata a partir do Alerta do Comitê de Influenza Ações Palestra informativa para as comunidades portuárias, aeroportuárias e recintos alfandegados. Palestra com os trabalhadores de empresas de higienização e limpeza com o enfoque em Biosegurança Intensificação da informação aos viajantes que se deslocam ás áreas afetadas, através de filipetas, marcadores de texto, banner Intensificação das ações de rotina de VISA de PAF com ênfase para: Tratamento de resíduos sólidos, Climatização Avaliação de todos os casos de influenza notificados pelo PPS (Posto de Pronto Socorro) e Hospitais dos Navios Articulação com os órgãos anuentes (Receita Federal e Agricultura) para o controle sanitário de mercadorias procedentes de áreas afetadas de influenza aviária e com casos humanos. Intensificação das informações as Agências marítimas, agências de Viagens através de filipetas, marcadores de texto, Banners e cartazes. Intensificação das informações aos viajantes, tripulantes e comunidades das áreas aeroportuárias, portuárias e de recintos alfandegados sobre as aéreas internacionais com ocorrência de focos de influenza aviária, casos inter-humanos, com utilização de avisos sonoros e vídeos em meios de transporte e terminais de passageiros. Avaliação, reforço e complementação do conteúdo da capacitação realizada. Intensificação das atividades de controle sanitário de viajantes para a detecção precoce de casos e redução da transmissão, com reforço na comunicação para o viajante que sai e que entra no Brasil. Realizar teste de diagnostico rápido para influenza na triagem em PAF Intensificar a vigilância sindrômica para influenza nos ambulatórios médicos instalados nas áreas aeroportuárias, portuárias e de fronteira. Adotar o uso de máscara N95, N99 e N 100 para o viajante com a anormalidade clínica compatível com influenza durante a permanência no meio de transporte, deslocamento, isolamento. Restringir deslocamentos (trânsito internacional e nacional) Intensificação das atividades do controle sanitário da Infra-estrutura, meios de transporte e mercadorias descritos nas fases anteriores. Manter fluxos de informação, avaliar e atualizar procedimentos sempre que necessário, Realizar simulações de situações de alerta visando o aperfeiçoamento da resposta dos trabalhadores de PAF, secretarias estaduais e municipais de saúde. 3.1.4.1.Ações estratégias da VISA 1. Realizar adequação dos hospitais de referência quanto à infra-estrutura, recursos materiais e humanos; 2. Avaliar, através das VISA estaduais e municipais, os serviços de saúde quanto à organização, infra-estrutura e isolamento respiratório 3. Difundir lista de hospitais de referência, para o atendimento de casos suspeitos ou confirmados de infecção por um novo subtipo viral; 4. Capacitar profissionais de saúde que atuam na rede básica, bem como profissionais, quanto ao fluxo de referência e ao estabelecimento precoce de medidas de controle de infecção e isolamento; 5. Capacitar profissionais de saúde (inicialmente dos hospitais de referência, e posteriormente de toda rede de assistência) e de vigilância sanitária quanto às medidas e normas de controle de infecção / biossegurança; 6. Avaliar constantemente o suprimento de Equipamentos de Proteção Individual - EPI, garantindo a operacionalização das medidas de precaução e isolamento; 7. Acompanhar a adequação dos hospitais de referência e a atuação da CCIH na implementação das medidas de controle de infecção / biossegurança; 8. Avaliar a capacidade de resposta dos hospitais de referência no atendimento dos casos de influenza; 9. Avaliar e orientar, através das VISA estaduais e municipais, os outros serviços de saúde públicos e privados (além dos hospitais de referência) e serviços alternativos, quanto à sua organização, infra-estrutura e medidas de controle de infecção, a fim de prepará-los para receberem pacientes. 3.1.4.2. Estratégias para melhoria do controle de infecção no Estado 1. Definição das diretrizes de ação estadual, baseadas na política nacional de controle de infecção hospitalar, com vistas a reduzir a incidência e a gravidade da IH no Estado; 2. Realização de oficinas de trabalho para estabelecer normas para a prevenção e controle de infecção hospitalar (padronização dos indicadores de infecção nos Serviços de saúde não hospitalares; medidas de precaução e de isolamento; uso racional de antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares, controle de microrganismos multirresistentes e outros...); 3. Capacitação visando descentralizar as ações de prevenção e controle de infecção hospitalar dos Municípios; 4. Assessoria técnico-científica, aos municípios, acerca das ações de prevenção e controle de infecção em serviços de saúde, sempre que solicitado e identificada necessidade, através das inspeções e investigações; 5. Acompanhamento e avaliação das ações de prevenção e controle de infecção hospitalar do Estado; 6. Fomento da implementação programa de controle de infecção hospitalar, adequado às características e necessidades da instituição, através de assessoria e capacitações; 7. Fomento à implementação de um sistema de Vigilância Epidemiológica das infecções hospitalares; 8. Acompanhamento a investigação epidemiológica de casos e surtos e recomendar a implementação de medidas de controle; 9. Acompanhamento dos indicadores epidemiológicos de infecção hospitalar; 10. Acompanhamento dos hospitais na execução das ações de controle de infecção hospitalar, (nos municípios que não tenham CMCIH); 11. Apoio técnico às CCIH dos hospitais; informar, sistematicamente (nos municípios que não tenham CMCIH); 12. Realização de Pesquisa para avaliação da qualidade das ações de CIH, conforme a Portaria Estadual 1083/01; 13. Monitoramento do nível de desempenho, através da auto-avaliação dos hospitais do Estado, com base na Portaria Estadual 1083/01; 14. Distribuição do livro de orientações básicas da qualidade e controle de IH e CD com normas, legislação, impressos e minuta de documentos (regimento, Portaria para nomeação de CCIH) relacionados ao CIH. 3.1.5. Vigilância da Saúde do Trabalhador A Vigilância da Saúde do trabalhador terá como principais ações: Promover ações de informação, educação e comunicação para os trabalhadores e órgãos específicos (FETAG, CONTAG e outros); Envolver os CERESTS na divulgação das informações para implementação de ações locais e regionais; (em especial os CERESTS de Feira de Santana e Barreiras); Contribuir com o mapeamento das áreas de risco em relação à saúde do trabalhador (pólos de produção e comercialização); Promover informações para as empresas que atuam nas atividades que envolvem a cadeia produtiva de aves (entrada e saída de animais): descontaminação, higienização e controle ambiental; Integrar as ações de informação e implementação dos serviços com o núcleo de Vigilância da Saúde do Trabalhador da capital. 3.1.6. A rede laboratorial O monitoramento da gripe é uma atividade em escala mundial e atualmente mobiliza uma rede de 112 laboratórios em 83 países coordenados por centros de referência mundial vinculados à Organização Mundial de Saúde (OMS): Instituto de pesquisas médicas do Reino Unido em Londres, Inglaterra; Centro de Controle de Doenças (CDC) em Atlanta, Estados Unidos; CSL Limited em Victoria, Austrália e Instituto Nacional de Doenças Infecciosas em Tóquio, Japão. No Brasil estão credenciados pela OMS como centros de referência para influenza as seguintes instituições: Instituto Evandro Chagas (IEC/SVS/MS), Instituto Adolf Lutz (IAL/SP) e o Instituto Oswaldo Cruz (FioCruz/RJ). Na organização interna da rede de laboratórios do país, os dois primeiros estão classificados como de referência regional e o último como de referência nacional. Com a implantação do sistema de vigilância para influenza no país, a rede de laboratórios foi sendo ampliada de acordo com a expansão do próprio sistema. Foi criado um nível estadual na rede de laboratórios, subordinados aos centros de referência regionais e nacional. Na Bahia, a implantação do sistema de vigilância para influenza se iniciou no ano de 2001. Atualmente estão implantados dois sentinelas: o 5º Centro de Saúde localizado na Avenida Centenário, centro de Salvador, e Centro de Saúde Nova Aliança localizado no município de Camaçari. Esses serviços realizam a vigilância sindrômica e coletam amostras para análise laboratorial. Os sentinelas, o LACEN e a vigilância são cadastrados em um sistema nacional de informação da gripe - o Sivep gripe - onde são introduzidos dados da vigilância sindrômica e laboratoriais (identificação de 7 vírus respiratórios através da imunofluorescência indireta) pelo Laboratório Central-Lacen. Em Salvador, o sistema de vigilância da influenza segue o modelo preconizado pelo Ministério da Saúde e adotado nos demais estados da União. O laboratório de referência nacional para a vigilância da influenza na Bahia é a Fundação Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro para onde são enviadas as amostras positivas para influenza A, inconclusivas e 10% das negativas. Na FioCruz-RJ serão realizados cultivo celular, PCR e caracterização viral. Amostras provenientes de casos suspeitos serão colhidos no Hospital de referência estadual (Hospital Otávio Mangabeira), por pessoal treinado, e enviado ao Lacen para serem acondicionadas em caixa de transporte de amostras e enviadas o mais rápido possível para a referencia nacional ( FioCruz/RJ), conforme fluxo no anexo 01 e 04 . O paciente só será liberado caso o PCR seja negativo.Sendo positivo o mesmo continuará no isolamento até que não represente risco à saúde pública. Os vírus influenza apresentam diversidade antigênica e genômica a cada ano. As análises laboratoriais são de grande importância para monitorar o tipo de cepa circulante em nosso estado possibilitando uma melhor análise para indicação de cepas vacinais e detecção de possíveis cepas pandêmicas. O LACEN/BA participa da Rede Nacional de Resistência Microbiana em Serviços de Saúde enviando mensalmente) para à Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública – CGLAB/SVS/MS as planilhas de Controle Interno da Qualidade do antibiograma por disco difusão e automação do LACEN e dos hospitais sentinelas (Hospital São Rafael e Universidade Federal da Bahia. Participa também da Avaliação Externa da Qualidade em Bacteriologia. Os hospitais sentinela através da CCIH transmitem os dados referentes às infecções via a rede SINAIS. 3.1.6.1. Ações laboratoriais As amostras clínicas para o diagnóstico laboratorial de influenza deverão ser colhidas até o 3º dia do início dos sintomas e no máximo até o 5º dia. A coleta segue as orientações do Ministério da Saúde podendo ser utilizados aspirado de nasofaringe e Swabs combinados (narinas + orofaringe),conforme anexo 2. O uso do aspirado e Swabs combinados necessitam do meio de transporte viral que será fornecido pelo Lacen sempre que necessário. Em caso de alerta pandemico a coleta de eleição é o aspirado de nasofaringe por apresentar melhor qualidade na obtenção do espécime clínico. A coleta deverá ser realizada por pessoal treinado seguindo as normas de biossegurança (uso de EPI’s e descarte de resíduos), refrigerada e enviada ao Lacen imediatamente, tomando o cuidado de avisar o seu envio ao pessoal que irá recebê-lo. Observar a temperatura para manter as condições de refrigeração. Não esquecer de identificar a amostra e preencher a ficha de investigação laboratorial. De acordo com as recomendações correspondentes a cada nível de alerta podem ser listadas as seguintes ações ou estratégias laboratoriais: Fase 1 – Período interpandêmico Implantação nos centros sentinelas em conjunto com o Ministério da Saúde, vigilância estadual e municipal e laboratório de referência nacional FioCruz/RJ e Lacen-BA Capacitação dos profissionais na coleta e transporte do material. O LACEN, quando solicitado, alimenta as sentinelas com material de consumo tais como meios de transporte e coletores. Recebe as amostras colhidas nos sentinelas processa e realiza testes de IFI. Envia amostras positivas para influenza ao laboratório de referência nacional (Fio Cruz /RJ) Alimenta dados da ficha do paciente no sistema Sivep-gripe. Designou-se um profissional de nível superior e dois de nível médio para o processamento de amostras e a realização de IFI nesta etapa no Lacen-Ba. Fase 2 - Interpandêmica Foi mantido,avaliado e aprimorado as ações da fase 1 Fase 3 - Período de alerta pandêmico Foi incrementado, mantido e avaliado as ações das fases 1 e 2. Identificou-se em conjunto com o Ministério da Saúde, a Secretaria Estadual e Municipal e Lacen a introdução do sentinela de Camaçari Centro de Saúde Nova Aliança . Realizou-se treinamento de coleta, armazenamento e transporte de vírus respiratórios para os sentinelas e Hospital de referência (Hospital Otávio Mangabeira), em abril de 2006, e para os Distritos Sanitários de Salvador em setembro de 2007. Enviou-se para todas as Diretorias Regionais de Saúde um questionário com a finalidade de identificar laboratórios do interior do estado da Bahia que possam realizar a técnica de IFI, por possuirem capela de fluxo laminar e microscópio de imunofluorescência. Identificouse que somente a Dires de Itabuna/Ilhéus possui capela de fluxo e microscópio de imunofluorescência. Realizou-se treinamento de sensibilização para o enfrentamento de uma possível pandemia para 08 macrorregionais do estado da Bahia no ano de 2006 e 2007. No ano de 2006, foi feito levantamento de biossegurança no Lacen Bahia. Em Novembro de 2007, o Lacen foi treinado na Fiocruz/RJ para biossegurança, manuseio e transporte da cepa pandêmica e realizou-se treinamento para as unidades sentinelas e Hospital de referência. Realizou-se levantamento de insumos e materiais a serem utilizados pelas unidades sentinelas e Lacen-Ba numa possível epidemia de gripe no ano de 2007. O LACEN poderá disponibilizar pessoal para realizar a técnica de biologia molecular ou cultivo celular para vírus respiratórios caso seja determinado pelo Ministério da Saúde que a Bahia fará tais técnicas. Ampliou-se o número de técnicos de nível superior e nível médio do Lacen-Ba na realização de testes de imunofluorescência indireta (IFI), na coleta, transporte e processamento das amostras para diagnóstico de influenza. Para esta etapa o Lacen-Ba treinou mais um profissional de nível superior (agora são dois), três de nível médio. A capacidade operacional do setor (nas fases 1 e 2 foi de 5 amostras/ semana para cada sentinela ) poderá nesta etapa ser triplicada ou mais. Fase 4 - Período de alerta pandêmico Manter, avaliar e aprimorar as atividades da fase anterior. Agilizar o fornecimento dos materiais de coleta e transporte para as os sentinelas. Avaliar junto a vigilância a necessidade de ampliação das os sentinelas. Realizar treinamentos em locais identificados pela vigilância estadual e /ou municipal na técnica de coleta, transporte e armazenamento de amostras suspeitas de influenza. Para esta etapa o Lacen-Ba poderá determinar para realização de IFI, processamento de amostras e treinamentos, mais um profissional de nível superior e outro de nível médio. Fase 5 - Período de alerta pandêmico Realizar treinamento de Teste rápido para Influenza aos técnicos do Lacen. Orientar profissionais de laboratório sobre a utilização correta de EPIs durante a pandemia ,Anexo 03 e 05. Realizar treinamentos pelo Lacen-Ba para os laboratórios identificados na técnica de IFI. Para esta etapa o Lacen-Ba poderá disponibilizar quatro profissionais de nível superior (se não for suficiente para a demanda outros poderão ser agregados) e cinco de nível médio . Intensificar as ações das fases anteriores. Fase 6 - Alerta pandêmico Manter e intensificar as ações do período anterior. Garantir uma eficiente interface Lacen/sentinelas (visitas freqüentes para avaliação e incremento de atividades) Fase 7 - Período pandêmico Tornar ágil o fornecimento de materiais para ossentinelas bem como o envio para o laboratório de referência. Implantação do teste rápido para o diagnóstico da nova cepa do vírus influenza, nos primeiros casos suspeitos onde ocorrer grande número de suspeitos. Coletar todas as amostras dos primeiros casos suspeitos de influenza em nossos centros de referência. Em condições especiais e para confirmar a circulação da nova cepa na Bahia coletar espécimes como soro, lavado bronco-alveolar e tecido pulmonar (inclusive pos-mortem). A coleta deverá ser realizada pelo Hospital de referência ou pessoal designado pela vigilância estadual ou municipal. Após a confirmação da circulação da cepa pandêmica na Bahia, coletar amostras de casos muito graves para confirmar a análise genômica em relação a mutações, etc. Uma vez comprovada a circulação da cepa pandêmica na Bahia promover apenas coletas de amostragens nas regiões onde o vírus se manifestar, objetivando o monitoramento da circulação da cepa viral na Bahia. Coletar amostras após o uso do antiviral para análise do comportamento da nova cepa ao tratamento (resistência ou não). A mesma conduta poderá ser adotada para avaliar a eficácia da cepa vacinal pandêmica utilizada e a possível emergência de variantes que escapem aos anticorpos induzidos pela vacina. Para esta etapa o Lacen-Ba poderá disponibilizar, além dos já descritos, outros profissionais treinados para a técnica de IFI e processamento das amostras. Fase 8 - Período pós-pandêmico Reorganização das atividades laboratoriais. Volta a fase 1 do período interpandêmico. Ver os protocolos dos procedimentos de laboratório e das normas de biossegurança relacionadas (Anexos 2 a 7). 3.1.7. Ações de Imunização 3.1.7.1. Infraestrutura do Programa Estadual de Imunização O Programa de Imunizações no Estado da Bahia tem como objetivo o de contribuir para o controle, eliminação e/ou erradicação de doenças imunopreveníveis, utilizando estratégias básicas tais como vacinação de rotina, bloqueio e realização de campanhas anuais. Tais estratégias são desenvolvidas de forma hierarquizada e descentralizadas, com atuação sinérgica entre os diversos órgãos que compõem a Secretaria de Saúde e entidades parceiras, a fim de potencializar a Política de Vacinação do Estado da Bahia. Para o gerenciamento das ações, a Coordenação do Programa Estadual de Imunizações conta com um grupo técnico composto por vinte e um servidores, compreendendo as áreas do sistema de informação, rede de frio, vigilância de eventos adversos pós-vacinais, imunobiológicos especiais, vacinação para grupos especiais, supervisão e treinamento com monitoramento e avaliação Essa coordenação também gerencia os grupos técnicos de algumas doenças preveníeis por vacinas como expressado no seu organograma (Anexo 8). a) Gerência Rede de Frio A rede de frio do Estado tem uma capacidade instalada para o recebimento e o monitoramento de 2 milhões de vacinas, soros e imunoglobulina por mês. As atividades são compartilhadas com as 31 Diretorias Regionais de Saúde - Dires e Secretarias Municipais de Saúde (417), totalizando hoje 2 mil e 600 serviços com oferta de imunobiológicos. Em qualquer situação ou estratégia será mantida a estrutura existente de conservação, acondicionamento e monitoramento de temperatura e distribuição dos imunobiológicos por meio de câmaras frias. Na instância estadual a vacina contra influenza será acondicionada no compartimento definido pelo laboratório produtor. As vacinas utilizadas são acondicionadas em câmara positivo (entre +2 a + 8ºC). As distribuições são realizadas seguidas de cronograma de entrega, levando em consideração a capacidade de armazenamento das vacinas nas Dires e Municípios, com base no cálculo de meta a vacinar (Figura 1). Figura 1 - Fluxo de transporte de vacinas entre as diversas instâncias Na Instância Regional e Municipal/Local, a vacina Influenza utilizada é armazenada/conservada em geladeiras comercial e doméstica temperatura entre +2º a 8ºC. Validade e conservação desta vacina no máximo de 30 dias. As doses do frasco devem ser utilizadas até o final, desde que garantidas as condições de assepsia e conservação. O prazo de validade estabelecido pelo laboratório produtor deve ser rigorosamente observado. O componente para o monitoramento geral da Rede de Frio é o cumprimento de práticas de vacinação segura que é um elemento indispensável em todo processo de trabalho como também a atualização de pessoal e o monitoramento das vacinas e do manejo adequado dos resíduos de vacinação (seringas, agulhas entre outros). b) Vigilância de Eventos Adversos Pós Vacinação – EAPV. De um modo geral, as vacinas figuram entre os produtos biológicos mais seguros para o uso humano, proporcionando benefícios indiscutíveis à saúde pública. No entanto, como qualquer outro produto farmacêutico, elas não estão isentas de risco. Sabe-se que a ocorrência de alguns eventos adversos é esperada. A tarefa da Vigilância Epidemiológica dos EAPV é realizar o monitoramento destes eventos, de forma a permitir que os benefícios alcançados com a utilização das vacinas sejam sempre superiores a seus possíveis riscos. Definição de caso de EAPV: Qualquer ocorrência clínica indesejável em indivíduo que tenha recebido algum imunobiológico. Classificação de EAPV quanto à intensidade: Grave: Hospitalização por pelo menos 24 horas; Disfunção ou incapacidade significativa e/ou persistente; Evento que resulte em anomalia congênita; Risco de morte; Óbito. Moderado: Quando necessita de avaliação médica e exames complementares e/ou tratamento médico. Leve: Quando não necessita de exames complementares e/ou tratamento médico. Durante as campanhas de vacinação, a vigilância de Eventos Adversos Pós-Vacinação deverá ser reforçada, devido ao elevado número de pessoas a serem vacinadas. Isto porque quase sempre se atribui, erroneamente, à vacina, alguns sinais e sintomas originados por outras causas. c) Sistema de Informação na Campanha A informação oportuna e de qualidade permitirá tomar medidas corretivas durante e depois da campanha para verificar a consecução da meta de cobertura. Os dados serão coletados por sala de vacina, com boletim padronizado para os 417 municípios, com informações por faixa etária. Boletim para consolidação de doses aplicadas por sala de vacina (no caso de acompanhamento municipal), ou por município (no caso de acompanhamento regional) que facilitará o repasse dos dados no site ou no API. O sistema on-line para registro das doses aplicadas será disponibilizado aos municípios no site http://pni.datasus.gov.br, no menu SERVIÇO / ENVIAR DADOS DE CAMPANHA. Todos os responsáveis pela informação em cada município terão acesso ao sistema por meio de senha criptografada pelo Datasus, que permitirá a digitação pelo código do IBGE de cada local acessível pela tabela de municípios. As senhas permanecerão as mesmas das campanhas anteriores. 3.1.7.2. Ações estratégicas Fase de alerta pandêmico Identificar os grupos prioritários para obter estimativas do quantitativo de populações especiais a serem vacinadas em uma situação de pandemia (serviços essenciais); com os Programar estratégias, seguindo orientação do PNI-MS, em parceria programas de DST\AIDS, Saúde no Sistema Penitenciário, DESAI\FUNASA, Sociedades Cientificas e Comissão de Mobilização, para aumentar a cobertura vacinal em indivíduos pertencentes aos grupos de risco já definidos; Implementar estratégias para a vacinação dos profissionais sob maior risco de exposição à influenza, enfatizando os profissionais de saúde que desenvolvem atividades de prevenção, controle e assistência nos casos de influenza; Estimar a capacidade da rede de frio instalada nas regionais, municípios e necessidades adicionais; Fortalecer a ação de capacitação ou atualização de recursos humanos nos sistemas de informação do Programa Nacional de Imunizações, sala de vacina, rede de frio, eventos adversos nas regionais e Municípios do Estado; Identificar instituições, representações organizacionais e indivíduos que contribuirão com as ações de vacinação e definir as responsabilidades de cada grupo participante; Realizar levantamento das áreas de difícil acesso estabelecendo plano para atendimento (equipe de vacinação, materiais, meios de transporte, atribuição de cada membro da equipe); Definir o protocolo de investigação de eventos adversos associados às vacinas a serem utilizados durante a pandemia; Apoiar tecnicamente as SMS na preparação dos seus respectivos planos, no que se refere à logística existente, a estimativa de demanda de vacinas para os diversos cenários pandêmicos e a necessidade de operação emergencial para a execução de estratégias de vacinação; Estabelecer o fluxograma e modelos dos impressos para registros das doses aplicadas e utilizadas; Registrar e avaliar todas as ações em sistema de informação. Período pandêmico Definir fluxo de distribuição de vacinas da CEADI para as regionais e municípios, otimizando o tempo de chegada das vacinas aos locais de uso e a capacidade de armazenamento; Realizar capacitações rápidas sobre conservação de imunobiológicos e vacinação contra influenza para os recursos humanos recrutados para as ações de imunizações; A Coordenação Estadual de Imunização junto a Diretoria de Assistência Farmacêutica deve criar estratégias, normas de armazenamento e distribuição da vacina pandêmica. 3.1.7.3. A vacina contra Influenza sazonal A vacina contra a influenza sazonal (gripe) tem um perfil de segurança excelente, sendo utilizada no Brasil em estratégia de campanha anual para a população com 60 anos ou mais e para adultos e crianças acima de 6 meses, em situações clínicas especiais, de acordo com as indicações do Crie. É inativada, contendo vírus mortos, fracionados ou em subunidades não podendo, portanto, causar influenza. Quadros respiratórios simultâneos podem ocorrer sem relação causa-efeito com a vacina. Para 2009, a vacina a ser utilizada tem a seguinte composição: A/Brisbane/59/2007(H1N1)-like vírus; A/Brisbane/10/2007(H3N2)-like vírus; B/Florida/4/2006-like vírus; Like vírus: A/South Dakota/6/2007; A/Uruguay/716/2007; B/Brisbane/3/2007. Contra-indicações: Reação anafilática prévia, relacionada a ovo de galinha e seus derivados, assim como, a qualquer componente da vacina. A vacina inativada contra influenza está contra-indicada em pessoas com história de alergia severa à proteína do ovo de galinha, assim como a qualquer componente da vacina. Dessa forma, reações anafiláticas graves a doses anteriores também contra-indicam doses subseqüentes. Precauções: Em doenças agudas febris moderadas ou graves, recomenda-se adiar a vacinação até a resolução do quadro, com o intuito de não se atribuir à vacina, as manifestações da doença. Nos quadros 4 e 5 são apresentados possíveis eventos adversos. Quadro 4 - Eventos adversos pós-vacinação da vacina contra influenza sazonal EAPV Descrição Tempo decorrente Aplicação/ Freqüência Evento Locais Dor local Manifestações gerais 10-64% Eritema 1-2 dias após a vacinação Enduração Febre, mialgia, e cefaléia leves. durando 48 horas. 6-12 horas após a vacinação durando 48 horas. Reações anafiláticas Urticária, sibilos, laringoespasmo, Menos de 2 horas após a edema de lábio, hipotensão arterial e aplicação da vacina. Síndrome de Guillain choque. Polirradiculoneurite inflamatória com Barré(SGB) lesão de desmielinização, parestesias e 7-21 dias até 6 semanas após a temporariamente déficit motor ascendente de intensidade vacinação. associado à vacina variável. dos vacinados - _ _ Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Programa Nacional de Imunizações. Manual de Eventos Adversos Pós-Vacinação. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2008. Quadro 5 - Série Histórica dos Eventos Adversos mais freqüentes Pós Vacina Contra Influenza, no Estado da Bahia, no período de 2000 a 2008. Ano EAPV/Freqüência 2000 Enduração (01), Febre ≥ 39,5ºC (01), Reação de Hipersensibilidade após 2h (01), Reação de Hipersensibilidade 2001 até 2h (01). Febre ≥ 39,5ºC (01), Reação de Hipersensibilidade após 2h (01), Reação de Hipersensibilidade até 2h (01), 2002 Mialgia (01). Dor, calor e rubor (01), Reação de Hipersensibilidade após 2h (02), Reação de Hipersensibilidade até 2h (01). 2003 Abscesso frio (01). 2004 Abscesso quente (01), Dor, calor e rubor (01), Reação de Hipersensibilidade após 2h (05), Enduração (02), Febre 2005 ≥ 39,5ºC (04), Mialgia (05), Nódulo (01). Abscesso quente (01), Dor, calor e rubor (01), Reação de Hipersensibilidade após 2h (04), Reação de Hipersensibilidade até 2 h (01), Mialgia (01), Febre ≥ 39,5ºC (03), Enduração (01), Cefaléia (01), Cefaléia e 2006 vômito (02). Febre ≤ 39,5ºC (01), Reação de Hipersensibilidade após 2h (03), Mialgia (02), Cefaléia (01), Dor, calor e rubor 2007 (02), Exantema generalizado (01), Linfodenomegalia não supurada (01). Dor, calor e rubor (05), Reação de Hipersensibilidade após 2h (01), Reação de Hipersensibilidade até 2 h (01), 2008 Mialgia (01), Febre ≥ 39,5ºC (01), Enduração (03), Cefaléia e vômito (01), Febre ≤ 39,5ºC (04). Abscesso quente (01), Dor, calor e rubor (04), Reação de Hipersensibilidade após 2h (05), Mialgia (03), Febre ≥ 39,5ºC (01), Enduração (01), Cefaléia (01), Febre ≤ 39,5ºC (02). Fonte: SI-EAPV, Versão 2.5 A vacina contra-Influenza na rotina do CRIE Os Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (Crie) são constituídos de infra-estrutura e logística especiais destinadas ao atendimento de indivíduos portadores de quadros clínicos especiais. A vacina contra Influenza faz parte do calendário de rotina do PNI para pessoas com 60 anos ou mais em todo o território nacional. Nos CRIE’s a vacina pode ser obtida para os seguintes grupos especiais de risco: portadores de HIV/aids; transplantados de órgãos sólidos e medula óssea; doadores de órgão sólidos e medula óssea devidamente cadastrados nos programas de doação; imunodeficiências congênitas; imunodepressão devido a câncer ou imunossupressão terapêutica; profissionais de saúde; cardiopatias crônicas; pneumopatias crônicas; asplenia anatômica ou funcional e doenças relacionadas; diabetes mellitus; fibrose cística; trissomias; Implante de cóclea; doenças neurológicas crônicas incapacitantes; usuários crônicos de ácido acetilsalicilico; nefropatia crônica/ sindrome nefrótica; asma; hepatopatias crônicas. Vale ressaltar que a vacina contra Influenza será administrada nos grupos especiais após a realização da Campanha de vacinação para as pessoas com 60 anos e mais de idade. Para que esses grupos tenham acesso á vacina, devem comprovar com relatório médico o motivo da indicação. Os encaminhamentos para o Crie-Central devem vir acompanhados da Ficha de solicitação de Imunos Especias, relatório médico e cópia do cartão de vacina do cliente. No ano de 2008 foram administradas 83.665 doses de vacina contra Influenza nos grupos especiais no Estado da Bahia. (Dados SI-API - Copim/Divep/SESAB), sujeitos a alterações. Atualmente o Estado da Bahia possui três Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais - CRIEs que estão localizados no Hospital Couto Maia (Crie-HCM), Hospital Pediátrico Hosanah de Oliveira (Crie-Ufba) e na Coordenação Estadual de imunizações (Crie-Central). Observação: Para o ano de 2009 a vacinação de outros grupos deverá ser desencadeada somente quando a avaliação demonstrar que a cobertura da população de 60 anos e mais foi alcançada. É importante lembrar que a vacina contra influenza está disponível durante todo ano, em todo País, nos 40 Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais – CRIE, para situações especiais. Indicações da vacina contra influenza sazonal no Brasil A vacina inativada contra influenza é recomendada, desde 1940, como principal meio para prevenção da influenza e suas principais complicações como as pneumonias, exarcebação de doenças crônicas de base e o óbito. O Brasil vem utilizando a estratégia de campanhas de vacinação para indivíduos com 60 anos e mais desde 2000. Em 1999 a população vacinada foi estabelecida na faixa etária de 65 anos e mais. O estado da Bahia tem conseguido superar a cobertura vacinal (meta > 70), vem melhorando também a homogeneidade de cobertura entre os municípios do Estado. No ano de 2006, o estado da Bahia alcançou na campanha de vacinação cobertura de 85%, com homogeneidade de 98.32% (410 dos 417 municípios do estado atingiram a meta). No Brasil ainda não estão disponíveis vacinas humanas eficazes contra o novo subtipo viral. É pouco provável que se tenha uma vacina em quantidade adequada para vacinar a população, na primeira onda pandêmica. O Ministério da Saúde tem investido recursos financeiros, em parceria com o Instituto Butantan, para a produção da vacina contra a cepa da pandemia de Influenza. A produção mundial da vacinas contra uma pandemia de influenza depende de qual será efetivamente a cepa pandêmica. A cepa H5N1 é uma cepa aviária que excepcionalmente, tem causado infecções em humanos e, mesmo que venha a adquirir condições biológicas para uma transmissão ampliada na população humana, poderá ter características que impliquem em ajustes na formulação de uma vacina. No caso de uma pandemia de influenza, esse novo centro produtor de vacinas terá capacidade para fabricar mais de 30 milhões de doses. O uso de adjuvante poderá duplicar esta quantidade. O instituto Butantan produzirá inicialmente, 20 mil doses de vacina com a cepa A/H5N1 atual, como forma de se apropriar da tecnologia de produção de um estoque estratégico para utilização emergencial, se necessário. O processo de produção de uma vacina monovalente demora de 4 a 3 meses. 3.1.7.4. Ações de Imunização após a disponibilidade de vacina contra a cepa pandêmica. Os critérios de disponibilidade deverão ser baseados no quantitativo de vacina disponível, nas taxas de ataque e na manutenção do funcionamento dos serviços essenciais e para os grupos prioritários. Dentre esses se podem destacar: trabalhadores dos transportes (portos rodoviários, aeroportuários, fronteira), trabalhadores de minas e energia, da limpeza urbana, responsável pelo abastecimento de água, de telecomunicações, insumos alimentícios, as autoridades nacionais, estaduais e municipais, além dos demais grupos já definidos para a vacinação sazonal. CAPITULO 4 4.1. ATENÇÃO A SAÚDE 4.1.1.Assistência na Atenção Básica Atenção Básica consiste em um conjunto de ações, de caráter individual e coletivo, situadas no primeiro nível de atenção dos sistemas de saúde, voltadas para a promoção da saúde, prevenção de agravos, tratamento e reabilitação. Essas ações não se limitam àqueles procedimentos incluídos no Grupo de Assistência Básica da tabela do SIA/SUS, quando da implantação do piso da atenção básica. A ampliação desse conceito se torna necessária para avançar na direção de um sistema de saúde centrado na qualidade de vida das pessoas e de seu meio ambiente. É importante ressaltar que, em situação de pandemia, a atenção básica deverá trabalhar de forma organizada de acordo com um protocolo pré-definido. Inicialmente, conhecendo e mobilizando os recursos humanos disponíveis (quadros 6 e 7) a fim de capacitá-los e sensibilizá-los para atuar de forma preventiva e em consonância com as atividades especificas previstas para a atuação na Atenção Básica. Quadro 6. Número de profissionais do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e Estratégia de Saúde da Família (ESF). Estado da Bahia, fevereiro 2006. Categoria profissional Agente Comunitário de Saúde (ACS) Auxiliar de Enfermagem Enfermeiro do PACS Quantidade 23.471 2.905 500 Enfermeiro do PSF 1.983 Médico do PSF 1.976 Odontólogo 997 THD 5 ACD 997 Fonte: SESAB/SURAPS/DPS/SIAB. Quadro 7. Número de estabelecimentos da Atenção Básica de Saúde. Estado da Bahia, fevereiro de 2006. Tipo de estabelecimento Quantidade Posto de Saúde 1.363 Centro de Saúde ou Unidade Básica 2.145 Fonte: CNES/DATASUS. 4.1.2. Medidas específicas a serem implementadas na Atenção Básica Neste contexto, é possível relacionar medidas específicas a serem implementadas na Atenção Básica, enquanto encontrar-se nas fases 3, 4 e 5 do período de alerta pandêmico: Alertar a população através de cartazes com orientações para procurar o serviço de saúde em caso de doença respiratória febril aguda e a utilizar medidas de higiene, tais como: usar lenço descartável para higiene nasal, cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir e manter as mãos longe de mucosas de olhos e nariz; Avaliar prontamente pacientes com doença respiratória aguda; Avaliar a possibilidade de programar as consultas para pacientes com doença respiratória aguda para período separado dos demais pacientes; Limpar e desinfetar superfícies nas salas de espera e áreas para atenção aos pacientes diariamente e quando visivelmente sujas; Pacientes com doença respiratória aguda que aguardam consulta devem permanecer preferencialmente em área separada; Prover lenço descartável para higiene nasal na sala de espera. Prover lixeira com acondicionamento por pedal para o descarte de lenços; Eliminar ou restringir o uso de itens compartilhados por pacientes como canetas, pranchetas e telefones; Assegurar que artigos médicos sejam limpos e desinfetados entre diferentes pacientes; Colocar máscara em pacientes de Infecção Respiratória Aguda Se um paciente é encaminhado para um serviço de saúde, notificar o serviço referenciado; Os profissionais de saúde devem utilizar as medidas de precauções e EPI necessários à atenção a pacientes com suspeita de infecção por nova cepa de Influenza No momento em que for detectado caso de cepa pandêmica no Brasil outras medidas serão implementadas, ou seja, Fase 6 do período de alerta pandêmico e no período pandêmico: Estabelecer critérios de triagem para prontamente identificar pacientes com risco de infecção por nova cepa de Influenza; Após a saída de paciente com suspeita de infecção por nova cepa de influenza, limpar e desinfetar as superfícies do consultório e de outros ambientes por onde ele tenha passado; Limpar e desinfetar qualquer artigo que tenha sido utilizado pelo paciente; Quando um paciente com suspeita de infecção por nova cepa de influenza, for transferido por outro serviço de saúde comunicar ao pessoal responsável pelo transporte e os que receberão necessárias. o paciente sob orientação das medidas 4.2.Assistência Pré-hospitalar fixa O atendimento pré-hospitalar fixo, segundo a Portaria GM/MS nº2.048 de 05/11/02, é aquela assistência prestada, num primeiro nível de atenção, aos pacientes portadores de quadros agudos, de natureza clínica, traumática ou ainda psiquiátrica, que possa levar a sofrimento, seqüelas ou mesmo à morte, provendo um atendimento e/ou transporte adequado a um serviço de saúde hierarquizado, regulado e integrante do Sistema Estadual de Urgência e Emergência. Este atendimento é prestado por um conjunto de unidades básicas de saúde, unidades do Programa de Saúde da Família (PSF), Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), ambulatórios especializados, serviços de diagnóstico e terapia, unidades não-hospitalares de atendimento às urgências e emergências e pelos serviços de atendimento pré-hospitalar móvel. Estas unidades desempenham papel decisivo na aplicação de medidas de controle para evitar que o vírus da gripe influenza possa se alastrar. Portanto, fazse necessário que cada instituição de saúde conheça os protocolos/plano de enfrentamento, reveja condutas, padronize e avalie o processo de trabalho para que a assistência a possíveis casos de influenza suspeitos ou confirmados possam ser feitos com qualidade. Na Bahia, a rede de assistência pré-hospitalar fixa está descrita a seguir (quadros 8 e 9). Quadro 8. Quantitativo da rede de assistência pré-hospitalar. Estado da Bahia, fevereiro 2006. Rede Quantitativo Unidade Básica de Saúde 2116 Ambulatório Especializado 1236 Serviço de Diagnóstico e Terapia Fonte: CNES/DATASUS. 641 Quadro 9. Situação da rede de atenção básica em relação a estratégia de saúde da família. Estado da Bahia, julho 2008. Situação Municipios com PACS (municípios com ACS) Municipios com EACS Municípios com PSF Número de ACS Número de ESF Nº Municípios cob > ou = 70% Nº Municípios cob > ou = 100% Nº 417 244 406 22.807 2.428 261 171 Fonte: DAB julho/2008 Para direcionamento da assistência pré-hospitalar foram elaborados fluxos de atendimento que devem ser adaptados à realidade loco-regional mantendo o objetivo e cuidados primordiais. Definir as instituições hospitalares de referência para isolamento dos casos suspeitos e/ou confirmados preparando as equipes envolvidas na assistência para desenvolverem uma assistência de qualidade minimizando a circulação do vírus e risco de contaminação da equipe e demais indivíduos, bem como avaliando e estabilizando o quadro clínico do paciente de forma efetiva e precoce. As unidades não hospitalares de urgência e emergência de Salvador e região metropolitana deverão acionar a Central Estadual de Regulação – CER, a fim de garantir o encaminhamento dos pacientes com quadro clínico suspeito de influenza, com sinais de gravidade, conforme orientações do Fluxo 1 (Anexo 9). Nos demais municípios que possuem o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU – 192), as unidades não hospitalares de urgência e emergência deverão acionar a CENTRAL DE REGULAÇÃO DO SAMU, a fim de garantir a referência e encaminhamento dos pacientes com quadro clínico suspeito de influenza, com sinais de gravidade, conforme orientações do Fluxo 2 – Ação no Serviço Pré Hospitalar Fixo (Anexo 10). Nos municípios que não possuem o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), as unidades não hospitalares de urgência e emergência deverão acionar as UNIDADES DE MAIOR COMPLEXIDADE, a fim de garantir encaminhamento dos pacientes com quadro clínico suspeito de influenza, com sinais de gravidade, conforme orientações do Fluxo 3 – Ação no Serviço Pré Hospitalar Fixo (Anexo 11) 4.3. Pré-Hospitalar Móvel De acordo com a Portaria GM/MS nº 2.048 de 05/11/02 considera-se como pré-hospitalar móvel na área de urgência o atendimento que procura chegar precocemente à vítima, após ter ocorrido um agravo à sua saúde (de natureza clínica, cirúrgica, traumática, inclusive as psiquiátricas), que possa levar a sofrimento, sequelas ou mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe atendimento e/ou transporte adequado a um serviço de saúde devidamente hierarquizado e integrado ao Sistema Único de Saúde. Podemos chamá-lo de atendimento pré-hospitalar móvel primário quando o pedido de socorro for oriundo de um cidadão ou de atendimento pré-hospitalar móvel secundário quando a solicitação partir de um serviço de saúde, no qual o paciente já tenha recebido o primeiro atendimento necessário à estabilização do quadro de urgência apresentado, mas necessite ser conduzido a outro serviço de maior complexidade para a continuidade do tratamento. O serviço deve estar vinculado a uma Central de Regulação, com equipe e frota de veículos compatíveis com as necessidades de saúde da população de um município ou uma região e deve contar com a retaguarda da rede de serviços de saúde, devidamente regulada. O público acessa a Central de Regulação de Urgências e Emergências através do número 192 (acesso gratuito). A equipe é composta por Médicos Reguladores, Auxiliares de Regulação, Rádio Operadores, Médicos Intervencionistas, Enfermeiros, Auxiliares / Técnicos de Enfermagem, Condutores e Higienizadores. O Médico Regulador deverá estar treinado para o adequado atendimento em casos suspeitos de influenza, para evitar possível perda ou não notificação dos mesmos para a vigilância epidemiológica. A equipe deverá estar devidamente capacitada para o atendimento de casos suspeitos de influenza, seguindo as recomendações preconizadas pela CCIH, principalmente no que se refere ao uso correto dos EPI´s, bem como as orientações sobre a higienização dos veículos e equipamentos. A abordagem aos pacientes, familiares ou responsáveis deverá ser feita de forma adequada para evitar pânico, desinformação ou perda de outros casos suspeitos. As informações sobre a gripe causada pelo vírus influenza deverão ser repassadas, inclusive através da distribuição de folders / cartilhas explicativas. Seguindo as orientações contidas no Plano Estadual de Atenção às Urgências, a Bahia possui 10 (dez) Serviços de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU´s implantados (quadro 10). Quadro 10. Quantitativo de unidades móveis e recursos humanos no SAMU. Estado da Bahia, maio de 2009. SAMU - DISTRIBUIÇÃO POR MUNICÍPIOS COM QUANTITATIVO DE AMBULÂNCIAS E RH Municípios Alagoinhas Camaçari Eunápolis Feira de Santana Ilhéus Itabuna Jequié Juazeiro Lauro de Freitas Porto Seguro Salvador Vitoria Conquista Vera Cruz Paulo Afonso Gloria Guanambi Caetité Malhada Candiba Iuiu Pindaí Matina Urandi Palmas Monte Alto Senhor do Bonfim B. Jesus da Lapa Sitio do Mato Serra do Ramalho Sta M. da Vitoria Candeias Conde Dias Dávila Mata de São João S. Seb. Passe Pojuca Madre de Deus TOTAL Fonte: CNES/DATASUS Usa Usb Ambulancha Médico Enfermeiro Téc. Enf. Condutor 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 9 1 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 1 29 2 3 1 5 3 2 2 4 1 2 32 4 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 89 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 7 14 7 7 7 7 7 7 7 7 63 7 7 7 0 7 0 0 0 0 0 0 0 0 7 7 0 0 7 7 0 0 0 0 0 7 203 7 14 7 7 7 7 7 7 7 7 63 7 7 7 0 7 0 0 0 0 0 0 0 0 7 7 0 0 7 7 0 0 0 0 0 7 203 12 18 6 30 18 12 12 24 6 12 192 24 12 12 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 12 6 6 6 6 12 6 6 6 6 6 6 534 18 30 12 36 24 18 18 30 12 18 246 30 18 18 6 12 6 6 6 6 6 6 6 6 18 12 6 6 12 18 6 6 6 6 6 12 708 Os protocolos descritos no Fluxo 4 – Ação no Serviço Pré-Hospitalar Móvel (Anexo 12); Fluxo 5 - Chegada do veículo de Suporte Básico no local de origem do paciente (Anexo 13); Fluxo 6 - Chegada da ambulância Básica do Inter-hospitalar no local de origem do paciente (Anexo 14); e Fluxo 7 - Chegada do veículo de Suporte Avançado no local de origem do paciente (Anexo 15) deverão ser seguidos pelas equipes do pré-hospitalar móvel. 4.4 Assistência Inter-Hospitalar O serviço inter-hospitalar refere-se à transferência de pacientes entre unidades não hospitalares ou hospitalares de atendimento às urgências e emergências, unidades de diagnóstico, terapêutica ou outras unidades de saúde que funcionem como bases de estabilização para pacientes graves, de caráter público ou privado e tem como principais finalidades: a - A transferência de pacientes de serviços de saúde de menor complexidade para serviços de referência de maior complexidade, seja para elucidação diagnóstica, internação clínica, cirúrgica ou em unidade de terapia intensiva, sempre que as condições locais de atendimento combinadas à avaliação clínica de cada paciente assim exigirem; b - A transferência de pacientes de centros de referência de maior complexidade para unidades de menor complexidade, seja para elucidação diagnóstica, internação clínica, cirúrgica ou em unidade de terapia intensiva, seja em seus municípios de residência ou não, para conclusão do tratamento, sempre que a condição clínica do paciente e a estrutura da unidade de menor complexidade assim o permitirem, com o objetivo de agilizar a utilização dos recursos especializados na assistência aos pacientes mais graves e/ou complexos. O serviço inter-hospitalar está vinculado a Central Estadual de Regulação – CER e realiza atendimento para Salvador, região metropolitana e em alguns casos para diversos municípios do Estado. Quantitativo da frota e recursos humanos da CER e do referido serviço (quadro 11). Quadro 11. Quantitativo da Frota e Recursos Humanos da Central Estadual de Regulação. Estado da Bahia, fevereiro 2006. Interhospitalar e CER Quantitativo UNIDADE DE SUPORTE BÁSICO 07 UNIDADE DE SUPORTE AVANÇADO 05 MÉDICOS INTERVENCIONISTAS 21 ENFERMEIROS 02 AUXILIARES / TÉCNICOS DE ENFERMAGEM 41 CONDUTORES 38 MÉDICOS REGULADORES 48 AUXILIARES DE REGULAÇÃO 81 RÁDIO OPERADORES 10 Fonte: CNES/DATASUS Nos casos suspeitos de influenza as equipes da regulação e de atendimento deverão estar devidamente capacitadas e seguir as orientações do Fluxo 5 – Chegada do veículo de Suporte Básico no local de origem do paciente (Anexo13), Fluxo 6 - Chegada da ambulância Básica do Inter-hospitalar no local de origem do paciente (Anexo 14); e Fluxo 7.Chegada do Veículo de Suporte Avançado no Local de Origem do Paciente (Anexo 15). A Higienização dos Veículos de Atendimento Estas recomendações se referem a higienização dos veículos dos serviços pré-hospitalar móvel e inter-hospitalar, tais como ambulâncias, helicópteros, aviões, lanchas, etc. Após o atendimento ao paciente suspeito com a gripe influenza os veículos deverão ser higienizados na unidade de saúde de destino. Os mesmos só deverão retornar a base ou serem encaminhadas para outro atendimento após a higienização. A unidade de destino deverá estar com a equipe de higienização preparada conforme as orientações da CCIH, para tanto o Médico Regulador das referidas Centrais de Regulação deverão avisar a unidade de destino para que esta informa a equipe de higienização conforme descrição do Fluxo 8 – Higienização dos veículos (Anexo 16). 4.5 Assistência Hospitalar As ações na assistência hospitalar têm como objetivo definir condutas e medidas para assistência ao indivíduo com suspeita ou confirmação da Influenza Aviária, a serem definidas pelo Programa Estadual de Controle de Infecção Hospitalar – PECIH, visando diminuir o risco de transmissão do vírus da influenza aos profissionais da saúde e familiares e garantir a qualidade do atendimento. No âmbito estadual, a DIVISA por meio do Núcleo Estadual de Controle de Infecção Hospitalar-NECIH é responsável pela coordenação do Programa Estadual de Controle de Infecção, cujas atividades estão delineadas pela Lei nº 9431, de 6 de janeiro de 1997, que dispõe sobre a obrigatoriedade dos hospitais manterem um Programa de Infecção Hospitalar e criarem uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). As diretrizes e normas para o planejamento do Programa estão definidas pela Portaria GM nº 2616, de 12 de maio de 1998, onde as Comissões de Controle de Infecção Hospitalar devem ser compostas por membros consultores e executores, que são responsáveis pela operacionalização das ações programadas de controle de infecção, tais como: coordenar as ações de vigilância epidemiológica das infecções hospitalares, supervisionar normas e rotinas técnico-operacionais relacionadas à prevenção e controle das infecções, capacitar o quadro de funcionários e profissionais da instituição, desenvolver ações para o uso racional de antimicrobianos, saneantes e materiais médico-hospitalares e realizar investigação epidemiológica de casos e surtos, implementando medidas imediatas de controle, dentre outras atividades. Portanto, os serviços de saúde devem seguir as recomendações sobre as medidas de biossegurança que devem ser adaptadas em todas as instituições de saúde, incluindo medidas de engenharia, medidas administrativas, precauções de isolamento, processamento de artigos e roupas, critérios para transporte de pacientes, precauções individuais entre outras. De acordo com as Recomendações Internacionais de Saúde Ocupacional e com a Legislação Brasileira (NR-9), as medidas de engenharia devem ter prioridade no controle da exposição aos agentes de risco existentes no ambiente de trabalho. Seguem-se as administrativas. Quando ambas não forem suficientes ou estiverem em implantação, devem ser indicados os EPIs (Anexo X11). Ao se tratar dos agentes biológicos, especialmente no caso de exposição a agentes altamente virulentos, como o vírus causador da Influenza por novo subtipo, recomenda-se sua utilização de forma contínua. MEDIDAS DE BIOSSEGURANÇA 4.5.1.Medidas de engenharia As recomendações às unidade em que haja pacientes suspeitos/portadores de Influenza tem como foco limitar a circulação dos pacientes, individualizando áreas de atendimento e circulação do ar garantindo barreiras para proteção, ventilação exaustora, gradientes de pressão do ar, máquinas que realiza tarefas mais críticas, material e métodos de construção que facilitem a limpeza, proteção do sistema de distribuição de utilidades (água, vapor, gases...) , “Lay-Outs” e móveis adequados do ponto de vista ergonômicos. Ambulatório/urgência para triagem: local separado dos demais. Recomendações para hospitais: Quarto individual com antecâmara e pressão negativa para evitar que o ar saia para outro ambiente; quarto individual com antecâmara e sistema de refrigeração/exaustão com filtro de alta eficiência (HEPA), especializado, de modo a prover, no mínimo, 12 trocas de ar por hora, em conformidade com a NBR 7256: 2005 da ABNT; quarto individual com antecâmara (para paciente com suspeita ou confirmação) ou coletivo se não existem quartos privativos disponíveis em número suficiente, considerar isolamento por coorte (ou seja, separar os pacientes por tipo de doença/agente etiológico); quando existe um grande número de pacientes infectados, deve ser definida área específica do hospital para isolamento de influenza. Esta área deve, se possível: a) Ter recepção/internação do paciente separada do restante do hospital. b) Conter entrada e saídas separadas do restante do hospital. c) Ser restrita à passagem de outros pacientes, visitantes ou profissionais que estejam trabalhando em outros locais do hospital. d) Ser previamente avaliada pelo setor de engenharia do hospital para excluir a possibilidade do sistema de ventilação hospitalar lançar ar de áreas de isolamento para outras áreas do hospital; e) Ter sua entrada sinalizada com alerta para área de isolamento de influenza e as medidas necessárias para entrada na mesma; Recomendações: Os profissionais de saúde que atuam na assistência direta de pacientes devem ser organizados na forma de escala para trabalhar em áreas de isolamento de influenza, não podendo circular de uma área para outra; Toda a área deve ser devidamente sinalizada com avisos de restrição de acesso. É contra-indicado o uso de ar condicionado ou ventiladores. 4.5.2. Medidas administrativas Treinamento dos procedimentos que minimizem o contato de profissionais com o paciente com suspeita ou confirmação de Influenza por novo subtipo viral e suas secreções; do uso correto, guarda e higiene dos EPIs (Anexo 17); para o reconhecimento de sintomas iniciais da Influenza por novo subtipo viral, ação imediata caso algum profissional da saúde seja infectado, estratégias de comunicação eficaz entre setores da unidade de saúde, ações a serem tomadas por cada setor; descarte correto de material contaminado, auditoria/ avaliação do cumprimento das normas de biossegurança, sinalização de risco. Devendo estar atento as medidas de controle de infecção2. Precauções de Isolamento As precauções básicas são tomadas na assistência com sangue, fluídos corporais, secreções e excreções, contendo ou não sangue visível, pele não íntegra e membranas mucosas de todos os pacientes, independente do diagnóstico. As precauções destinadas às rotas de transmissão de doenças são indicadas para pacientes com confirmação ou suspeita de infecção altamente transmissível ou epidemiologicamente importante. Existem dois tipos dessas precauções. Um dos tipos abrange aquelas contra as doenças respiratórias, indicadas para pacientes com diagnóstico ou suspeita diagnóstica de doenças severas transmitidas pelo ar ou gotículas. Outro tipo abrange as precauções contra as doenças por contato, indicadas para pacientes diagnosticados ou colonizados por microrganismos epidemiologicamente importantes que podem ser transmitidos por contato direto ou indireto. Tempo de duração das medidas de precaução e isolamento respiratório: 2 Em casos de acidente biológicos seguir o protocolo de atendimento (Anexo 25). • Pacientes > 12 anos de idade: as medidas de precaução e isolamento devem ser adotadas desde a admissão (incluindo o transporte para o serviço de referência) e continuadas até 7 dias após a resolução da febre. • Pacientes < 12 anos de idade: as medidas de precaução e isolamento devem ser adotadas desde a admissão (incluindo o transporte para o serviço de referência) e continuadas até 21 dias3 após a resolução da doença. Quando isso não for possível, a família deve ser orientada quanto à higiene pessoal e medidas de controle de infecção (exemplos: higienização das mãos e uso de máscara por criança que ainda esteja tossindo). Transporte Interno de Pacientes − Evitar o transporte de pacientes com suspeita ou confirmação de influenza. Se a saída do paciente de seu quarto se faz necessária, utilizar máscara também no paciente; − Os profissionais envolvidos no transporte devem utilizar EPI adequado e adotar as medidas de precaução. − Quando ocorrer contato do paciente com superfícies, elas devem sofrer limpeza e desinfecção, conforme fluxo (anexo 19), após a realização do transporte. Por exemplo, se o paciente foi transportado em ambulância, suas partes internas devem ser limpas, utilizando desinfetante como álcool a 70%. Higiene das Mãos (anexo 20) Os profissionais de saúde, pacientes e visitantes devem ser devidamente instruídos e monitorados quanto à importância da higienização das mãos. A higienização das mãos deve ser realizada através da lavagem das mãos com água e sabão, seguida do uso de álcool a 70%. A lavagem das mãos com água e sabão é essencial quando as mãos estão visivelmente sujas ou 3 O vírus da influenza pode ser transmitido por até 21 dias no caso de crianças jovens (DOUGLAS, 1975 In: E.D. KILBOURNE). contaminadas com sangue ou outros fluidos corporais (SCHURMANN W, 1983; MMWR, 2002). RECOMENDAÇÕES GERAIS Deve-se evitar a saída do paciente da unidade de isolamento; mas, se necessário sua remoção, deverá usar proteção respiratória (máscara cirúrgica ou respirador) para reduzir o risco de transmissão da infecção. O pessoal do setor que for recebê-lo deverá ser notificado da sua chegada e devidamente orientado para os cuidados a serem tomados. Se permitido visitas na unidade de saúde, elas devem ser restritas. As visitas têm de utilizar, sob supervisão, equipamento de proteção individual–EPI, e os profissionais da unidade devem orientá-las para as precauções básicas e de isolamento. O acesso de outras pessoas não essenciais ao paciente nem para o seu cuidado (também estagiários) não deve ser permitido nessa unidade de atendimento. Todos os artigos e equipamentos utilizados para o cuidado com o paciente são considerados contaminados. Se reutilizáveis, deve-se seguir as recomendações do fabricante. Devem ser processados no hospital, conforme a Norma de Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde do Ministério da Saúde, 2ª edição, 1994 ou outras que a substituam. Os profissionais da saúde devem utilizar barreira de proteção básica, respiratória e de contato. O profissional ou visitante que tenha acesso à unidade de isolamento deve utilizar aventais, luvas, propé e proteção respiratória. As roupas de cama do paciente devem ser encaminhadas à lavanderia em saco plástico e lavadas como aquelas de sujidade pesada. Deve ser regulamentada, pela CCIH, uma rotina intra-hospitalar de manuseio seguro e processamento que garanta a eliminação de agentes. Talheres, louças, utensílios devem ser lavados com água quente e detergente ou descontaminados em máquina de lavar ou, se possível, descartáveis. No caso da Influenza, a conduta é associar as precauções básicas, de contato e respiratórias. Os procedimentos indutores de tosse podem aumentar a probabilidade do núcleo de gotículas se espalhar pelo ar. Os procedimentos indutores de aerossóis podem ser adotados em pacientes com suspeita ou confirmação de Influenza, quando tais condutas forem de extrema necessidade diagnóstica ou terapêutica. Portanto, atenção particular deve ser dispensada ao usar nebulizadores ou broncoscópios, ao fazer qualquer outra intervenção no trato respiratório, durante a fisioterapia e quando o profissional se aproximar das secreções do paciente. As lideranças das unidades de saúde que sejam referência, onde exista a prestação de serviços ambulatoriais e de emergência ou onde haja a possibilidade de atender a pacientes com suspeita da Influenza, devem providenciar espaço específico e separado dos demais para avaliar previamente o paciente (triagem), a fim de descartar ou confirmar a suspeita. Em casos de suspeita da Influenza, oferecer máscara cirúrgica ao paciente até as providências para internação; manter o paciente em uma distância mínima de três metros dos demais ou separado em um espaço físico. Ao transferir o paciente para unidade de internação no próprio hospital ou em outro referenciado para o atendimento, avisar aos profissionais que vão realizar a transferência do caso suspeito ou confirmado para que sejam tomadas as precauções básicas, de contato e respiratórias. Comunicar a suspeita do caso à CCIH ou ao profissional designado para esse fim, para que seja realizada a notificação da suspeita às autoridades sanitárias. Pacientes, profissionais de saúde e visitantes devem ser orientados a minimizar o risco de transmissão da doença através de medidas de higiene, utilizando lenço descartável para higiene nasal, cobrindo nariz e boca quando espirrar ou tossir e mantendo as mãos longe de mucosas de olhos e nariz. Suspender internações eletivas (cirúrgicas e clínicas). Restringir cirurgias cardíacas e pulmonares. Restringir a entrada de visitantes com doença respiratória aguda. Restringir a atuação de profissionais da saúde com doença respiratória aguda. Para outras medidas de biossegurança ver Anexos (18 a 23). 4.6 CONDUTAS CLÍNICAS E TRATAMENTO DE CASOS4 4.6.1) Infecção humana por Influenza sazonal A gripe ou influenza é uma doença respiratória aguda e transmissível de etiologia viral. É transmitida de pessoa para pessoa por meio da inalação de gotículas da tosse e do espirro, por contato, e eventualmente até tocando algum objeto com vírus e depois tocando a boca ou o nariz, por auto-inoculação no trato respiratório superior ou mucosa da conjuntiva. Reprodução de trechos do Capítulo 6 do Plano Brasileiro de Preparação para uma Pandemia de Influenza 3a versão/2006. 4 Na maioria das vezes a infecção é benigna e autolimitada, porém em idosos e em crianças muito novas e na presença de co-morbidades, o quadro pode evoluir de forma grave. Apresentação clínica: o espectro clínico da doença é amplo e variado. Em geral os sintomas surgem subitamente, após 1 a 4 dias de incubação (com média de 2 dias) o quadro clínico caracteriza-se por: febre elevada (temperatura axilar ≥ 38°C) que pode durar até 7 dias (em geral desaparece no 3° dia), calafrios, cefaléia, prostação, tosse, odinofagia, congestão nasal e coriza e artralgia; diarréia e vômitos podem ocorrer, principalmente em crianças. Os sintomas respiratórios podem persistir por 1 a 2 semanas e por até 6 semanas em pacientes imunodeprimidos. Eventualmente a febre pode ter evolução bifásica, mas nestes casos a etiologia bacteriana secundária deve ser afastada. As complicações comuns são: 1. sinusite; 2. infecção no ouvido; 3. pneumonia viral ou causada por bactérias; 4. desidratação; 5. piora das doenças crônicas do tipo insuficiência cardíaca, asma ou diabetes; 6. pneumonia primária por influenza ocorre predominantemente em pessoas com doenças cardiovasculares (especialmente doença reumática com estenose mitral) ou em mulheres grávidas. As manifestações da pneumonia viral são: febre de progressão rápida, tosse, dispnéia, hipoxemia e cianose. A ausculta pulmonar e a radiografia de tórax revelam comprometimento bilateral compatíveis com edema de pulmão, mas sem consolidação. Não há achados patognomônicos. Esses pacientes têm uma evolução ruim que independe da utilização de antibióticos. As análises dos gases sanguíneos mostram hipoxemia progressiva e, apesar do suporte ventilatório artificial, a letalidade é alta. Os achados de necropsia mostram traqueíte, bronquite, pneumonia hemorrágica difusa, presença de membrana hialina nos ductos e alvéolos e pobreza de células inflamatórias intra-alveolares. Uma forma mais branda de pneumonia é observada em lactentes e é usualmente por outros vírus respiratórios, como o vírus sincicial respiratório e os vírus da parainfluenza. As infecções Bacterianas são complicações mais freqüentes da infecção por influenza e são comuns em crianças e em idosos, principalmente em indivíduos portadores de co-morbidades. As bactérias mais freqüentemente envolvidas são o Streptococcus pneumoniae, o Haemophilus influenzae e o Staphylococcus aureus, embora também possa ser detectado Mycoplasma e Chlamydia na etiologia de penumonias em lactentes. Diagnóstico laboratorial O diagnóstico laboratorial da Influenza consiste na detecção de vírus respiratórios por Imunofluorescência direta pesquisadas nos espécimes respiratórios, pela técnica do PCR ou pela inoculação em culturas celulares. Diagnostico diferencial Várias doenças podem causar sintomas semelhantes aos da influenza. Os vírus são responsáveis por aproximadamente 8% e 49% das pneumonias comprovadas radiologicamente em adultos e crianças hospitalizadas, respectivamente. Como somente poucos pacientes com sintomas de doenças viral são radiografados, isto contribui para subestimar a verdadeira incidência de pneumonia viral. O surgimento da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA) e o aumento do número de pacientes submetidos a transplantes, ambos sujeitos a infecções oportunistas virais, vêm demonstrado o importante o importante papel que as viroses ocupam entre as doenças respiratórias. As síndromes respiratórias agudas de origem viral têm como principais agentes os vírus: influenza A e B; sincicial respiratório; adenovirus e parainfluenza tipos 1 e 2. Os principais agentes e as síndromes clínicas nas quais eles estão mais freqüentemente implicados são descritos a seguir (quadro 12). Quadro 12. Infecções Respiratórias virais e síndromes clínicas Síndrome Rinite Viral (resfriado comum) Agentes Quadro Clínico Rinovirus, adenovirus, coronavirus, influenza, Cefaléia, congestão nasal, mal estar, dor no parainfluenza, VSR corpo, febre baixa ou não. Faringite Rinovirus, Influenza, Coronavírus e VSR Dor localizada na orofaringe Laringo Traqueobronquite Influenza, adenovírus, Parainfluenza, VSR Febre tosse seca persistente e rouquidão. Pneumonia Influenza, Adenovírus, parainfluenza, VSR, Sarampo, Varicela e Hantavírus Sintomas sistêmicos como: febre, mal estar, tosse seca associada a alterações na ausculta pulmonar e no exame radiológico do tórax. Outros agentes podem desencadear quadros respiratórios, os quais entram no diagnostico diferencial das viroses respiratórias (quadro 13). Quadro 13. Principais características das pneumonias atípicas Agente Epidemiologia Quadro Clínico Respiratório - hepatite - Atinge jovens e idosos. - miningite bolhosa - faringite - Mais freqüentes em grupamentos - bronquite - Incubação de 14 a 21 dias - pneumonia C.trachomatis C. psittacci C.pneumoniae (extra-celular) - eritema multiforme - SIHAD - miocardite - meningite - mielite - 2% requer hospitalização Chlamydia Testes específicos - raramente pode causar hemólise imuno-induzida - Cultura (10dias) - 10-35% das pneumonias em pacientes e ambulatório. Mycoplasma pneumoniae Outras Alterações - S.Guillain-Barré - Sorologia – aumento de 4X ou > no título de anticorpos fixadores de complemento, entre a fase aguda e a convalescença; inespecificos; - Pesquisa de aglutininas frias; - Fator reumatóide; - Falso positivo para Lues - Pneumonia e conjuntivite em recém- Esplenomegalia - Incubação de 7-14 dias nascidos - Bradicardia Ornitose, com pneumonia - S.tóxica - 12% das pneumonias - Faringite - Calafrios - Cultura de cels Maccoy - 5% das agudas - PCR bronquites- Sinusite - Diarréia - Tonsilite - Delírios - IF c/antisoro marcado - Sorologia - Pneumonia Coxiella burnetti Febre Q Endocardite Parasita intracelular cujo - ocorre em área rural reservatório natural são roedores Síndrome “flu” Miocardite Pneumonia pericardite Sorologia Cultura BYCE Legionella (Gram neg; 40 espécies) Encontrada em água de nebulizadores, toalhas L.pneumophila, quentes e outras sorogrupos 1 a 4 Pode ser oportunista L.bozemanii L.micdadei Hipoxia Doença Legionários pneumonia Pneumonia Pittsburg Endocardite Pericardite dos =Pancreatite Abcesso cutâneo deRabdomiólise Alterações do SNC Sorologia Imunofluorescência direta no escarro e tecido (sens. >75%) Ag Urinário pode ser p/semanas inespecíficos Leucocitose Proteinúria ↑ ALT, AST, LDH (>700U/ml) ↑ Na<130 Nos pacientes HIV positivo, infecções por Mycobacterium tuberculosis, Pneumocystis carinii, Paracoccidioides brasiliensis, Histoplasma capsulatum e Citomegalovírus podem surgir como primeira manisfestação de doença. Portanto, essas infecções também devem estar incluídas no diagnóstico diferencial. + Infecção humana por novo subtipo viral Apesar da maior gravidade da doença nos extremos etários (< 5 anos e > 65 anos) e do maior risco de pneumonia em fumantes e em portadores de doença pulmonar ou cardiovascular, os óbitos relacionados às pandemias do século XX não tiveram a mesma distribuição de faixa etária ou condições subjacentes. Até o momento existem poucos casos de infecção humana pelo vírus aviário A/H5N1, a maioria em países asiáticos, dispondo-se de pouca informação clínica para a totalidade desses casos. A evolução para óbito tem ocorrido entre 33% a 100% dos casos oficialmente confirmados pela OMS, percentual que tem variado de acordo com o país onde ocorreu a doença e que provavelmente está associado ao diagnóstico tardio e a própria estrutura de atendimento desses casos. As infecções humanas por influenza A tipo H5N1 descritas em Hong Kong em 1997, quando 6 de 18 pacientes hospitalizados morreram, cursaram com alta incidência de sintomas gastro-intestinais em adulto e alta taxa de complicação pulmonar, renal, hepática e hematológica em condições de risco associadas. A descrição de alguns poucos casos de pacientes hospitalizados infectados por A/H5N1 revela que: O período de incubação da influenza aviária é mais longo do que o período conhecido para outros tipos de influenza e varia de 2 a 8 dias. Nos casos de transmissão em ambiente doméstico este período variou de 2 a 5 dias, mas o limite tem sido de 8 a 17 dias. Manifestações iniciais são febre alta (>38°C), acompanhada de tosse ou dor de garganta, acompanhada de sintomas do trato respiratório inferior. A conjuntivite é rara. Diarréia aquosa, vômitos, dor abdominal, dor pleurítica e sangramento do nariz e gengiva têm sido no curso inicial da doença. A diarréia pode preceder as manifestações respiratórias em uma semana. Há um relato de dois pacientes com doença encefalopática e diarréia, sem sintomas respiratórios. Tem sido observado o desenvolvimento de manifestações respiratórias baixas no início da doença, com dispnéia em torno do5° dia. Falta de ar, rouquidão e sibilos inspiratório. Escarro, freqüentemente hemoptóico. Curso clínico e Complicações Dispnéia surge em média 5 dias após o início dos sintomas (variando de 1 a 16 dias) A evolução para insuficiência respiratória aguda (IRA) é comum e tem sido associada a infiltrado pulmonar com aparência de vidro fosco, difuso e bilateral, evoluindo em média 6 dias (intervalo: 4 a 13 dias) após os sintomas iniciais. Pneumonia viral primária constatada clinicamente é comum em praticamente todos os pacientes. Em geral, as alterações radiológicas surgem em média 7 dias após o início dos sintomas (intervalo: 3 a 17 dias) e incluem: infiltrado pulmonar localizado multifocal ou difuso; infiltrado intersticial e consolidação lobular ou segmentar com broncograma aéreo. O derrame pleural é incomum. Parece que todas estas alterações devem-se a infecção viral apenas observadas no momento da internação. Falência de múltiplos órgãos com sinais de insuficiência renal e comprometimento cardíaco (dilatação e taquiarritmias supraventriculares) tem sido comum. Outras complicações são: pneumonia associada ao ventilador, hemorragia pulmonar, pneumotórax, pancitopenia, síndrome de Reye e sepsis sem bacteriemia documentada. A mortalidade em pacientes hospitalizados é elevada, com maior número de mortes em recém-nascidos e crianças mais jovens; o óbito ocorreu, em média, 9 a 10 dias dos sintomas iniciais (intervalo: 6 a 30 dias), a maioria por insuficiência respiratória aguda. Achados laboratoriais: leucopenia com linfocitopenia, trombocitopenia e aumento de transaminases de leve a moderada são comuns. Pode ocorrer ainda hiperglicemia e aumento de creatinina. Na Tailândia, o maior risco de morte foi associado ao achado de leucopenia com linfocitopenia e trombocitopenias no momento da admissão. O monitoramento clínico é de fundamental importância para detecção do agravamento dos quadros. Para tanto, alguns sinais e sintomas devem ser avaliados periodicamente. A ocorrência das quatro alterações grifadas acima é preditiva de gravidade e o paciente deve ser submetido a tratamento em unidade de terapia intensiva. Além dessas alterações deve-se estar atento à presença das seguintes comorbidades, as quais estão associadas a evolução desfavorável: Idade > 60 anos, gravidez, diabetes mellitus, doença crônica pulmonar (DPOC, asma, fibrose cística), doença cardiovascular (insuficiência cardíaca congestiva), doença hepática, insuficiência renal crônica, imunossupressão (uso de drogas; HIV; transplantados), portadores de doenças hematológicas e uso crônico de ácido acetil-salicílico. Tratamento antiviral Duas classes de medicamentos, os indicadores dos canais de íon M2 (amantadina e rimantadina) e os inibidores de neuramidase (zanamivir e oseltamivir) estão atualmente disponíveis para a prevenção e tratamento de influenza. Os inibidores dos canais de íon M2 agem inibindo a atividade da proteína M2, necessária para a liberação do material genético viral dentro das células. Estes medicamentos reduzem a excreção viral de 48 horas desde o início dos sintomas. Além de agir exclusivamente sobre os vírus da influenza A (sazonal), os efeitos colaterais e o desenvolvimento rápido de resistência viral (inclusive com resistência cruzada) são as maiores limitações ao uso destes agentes. A resistência é a conseqüência de um único ponto de mutação no gene M2 que interrompe completamente a ligação do medicamento, sem afetar a transmissão para contatos suscetíveis. Essa classe de drogas não é indicada para o tratamento de casos com suspeita ou confirmação por um novo subtipo viral e tem havido restrições ao uso mesmo para o tratamento e controle de surtos da influenza sazonal. Os inibidores de Neuraminidase (NI), por outro lado, inibem a molécula de neuraminidase (NA), indispensável para a liberação de vírus recém formados das celulas infectadas. IN são ativos contra a influenza humana dos tipos A (todas as 9 moleculas NA) e B também contra a cepa aviária A/H5N1. Dois medicamentos deste grupo são de uso aprovado para o tratamento de infecções de influenza: zanamivir, que é aplicado através de aerossol e oseltamivir, administrado via oral, também indicado para profilaxia. Os inibidores de neuraminidase reduzem a duração da doença em aproximadamente um dia, quando usado dentro de 48 horas desde o início dos sintomas. Nessa situação previne 50% das hospitalizações e reduz os sintomas em média em 1,5 dia. Não há evidência de redução das complicações com uso dessa classe de drogas, cuja aprovação para uso clínico é recente. Portanto, ainda são necessários maiores estudos para confirmar a segurança e efeito na prevenção e no tratamento da influenza em indivíduos de alto risco e os resultados de seu uso em larga escala na população, particularmente sobre a resistência viral. Indicações O Oseltamivir (Tamiflu®) é a droga preconizada pelo Brasil para profilaxia dos contatos íntimos de casos confirmados de influenza por novo subtipo viral e para o tratamento das infecções por influenza, inclusive para paciente de risco para complicações da influenza sazonal. Esquema terapêutico para tratamento: A dose recomendada para adultos é de 75 mg, duas vezes ao dia, durante cinco dias. Em crianças a dose é calculada com base no peso corporal: Até 15 kg → 30 mg/dia De 15 a 23 kg → 45 mg/dia De 24 a 40 kg → 60 mg/dia Acima de 40 kg → 75 mg/dia Reações adversas: O oseltamivir requer a redução na dosagem para pacientes com baixo clearance de creatinina (<30 mL/min). Intolerância gastrointestinal (que dura geralmente menos de um dia) ocorre em 5 a 15% dos pacientes tratados, mas raramente (<2%) acarreta a interrupção do uso do medicamento. Protocolos de Manejo clínico a) Manejo clínico no período de alerta pandêmico Nesta fase a principal meta é a detecção precoce e contenção de casos de infecção/doença causados por novo subtipo viral. Para evitar uma sobrecarga desnecessária de atendimentos, a triagem para avaliação de pacientes com síndrome gripal deverá ser orientada pela adoção dos seguintes critérios clínicos e epidemiológicos: Critérios Clínicos : • Temperatura > 38°C + um dos seguintes sintomas: • Tosse ou • Dor de garganta ou Critérios Epidemiológicos: História de viagem recente à área afetada nos últimos 10 dias e Contato direto com aves domésticas ou seus produtos; Contato com caso suspeito ou confirmado de infecção por novo subtipo viral; Contato com pessoa que morreu ou foi hospitalizada por doença respiratória grava de causa desconhecida; Exposição ocupacional Profissional de saúde em contato direto com caso suspeito ou confirmado por infecção por novo subtipo viral , ou Técnico de laboratório que contem o novo subtipo viral, ou Trabalhador de granja, ou de mercado de aves, ou manipulador de aves domesticas com confirmação ou suspeita de influenza aviária de alta infectividade. Chama-se a atenção em países como o Brasil, até o momento não afetado por epizootias de influenza aviária de alta patogenicidade e nem com casos humanos de infecção por novo subtipo viral, o aparecimento de casos suspeitos constitui-se num evento raro. Chama-se a atenção ainda que a ocorrência de casos de síndrome gripal e de internações por influenza e pneumonia sazonal é tônica dos atendimentos na rede de atenção à saúde, particularmente nos meses mais frios do ano. Com objetivo de identificar precocemente e conter a possível transmissão de um novo subtipo viral, descreve-se a seguir condutas a serem seguidas frente à ocorrência de casos suspeitos nesta fase. Paciente com síndrome gripal e quadro clínico estável, sem história de exposição recente a áreas afetadas por epizootias de influenza aviária ou exposição ocupacional: Uso de medicação sintomática. Evitar o uso de ácido acetilsalicilico. Orientações gerais. Caso apresente piora do quadro, proceder investigação clínica e adequar o manejo clínico. 1. Paciente com síndrome gripal que necessite de hospitalização por apresentar complicações clínicas da infecção viral ou por descompesação de co-morbidades pré-existentes e sem história de exposição recente a áreas afetadas por epizootias de influenza aviária ou exposição ocupacional: Providenciar a coleta de amostra clínica para diagnóstico etiológico; Se possível, manter o paciente em isolamento respiratório, até resultado de exames; Iniciar antiviral (caso esteja dentro das 48 horas do início dos sintomas); Caso haja suspeita de co-infecção com germes atípicos ou infecção bacteriana, seguir as recomendações de diagnóstico e tratamento descritas no manejo clínico e nas recomendações para as infecções secundárias; Reavaliar o paciente em 48 horas. Identificação do agente etiológico: Flu-sazonal – manter antiviral até cinco dias, tratar complicações caso ocorram, manter precauções de controle de infecção; sem necessidade de isolamento respiratório. Novo subtipo viral - manter internação em isolamento respiratório e tratamento antiviral. Notificação imediata. Investigação e precauções para contatos. Negativo para Influenza em todos os testes – avaliar diagnósticos alternativos. Manter precauções de controle de infecção; sem necessidade de isolamento respiratório. 2. Paciente com síndrome gripal e dispnéia, quadro clínico estável e com história de exposição recente a áreas afetadas por epizootias de influenza aviária ou exposição ocupacional: O profissional de saúde deve se paramentar com EPI adequados (luva, gorro, máscara e óculos); O profissional de saúde deve levar o paciente para ser examinado em uma sala sem outros pacientes e que este local tenha, preferencialmente filtro HEPA e pressão negativa. Providenciar a coleta de secreção respiratória e o envio para os laboratórios de referência; Tratamento antiviral conforme esquema descrito acima Notificar à Vigilância Epidemiológica; Manter internado em isolamento respiratório (filtro hepa e pressão negativa) até resultado dos exames de secreção respiratória. Resultados de exames: Flu-sazonal – tratamento antiviral domiciliar por pelo menos cinco dias. Novo subtipo viral – manter isolamento respiratório, o tratamento antiviral e precauções para contatos. Negativo para influenza em todos os testes – considerar suspensão de antiviral, continuar precauções de controle de infecção e tratar de acordo com a etiologia. 3. Paciente com síndrome gripal, quadro grave com necessidade internação e com história de exposição recente a áreas tias de influenza aviária o u exposição ocupacional: 1. O profissional deve se paramentar com com EPI adequado (luva, gorro, máscara) conforme as especificações técnicas e encaminhar o paciente para sala de isolamento. 2. Providenciar a coleta e envio de secreção respiratória para os laboratórios de referencia. 3. Internar em isolamento respiratório (com filtro HEPA e pressão negativa). 4. Investigação diagnóstica para outras etiologias, conforme orientação. 5. Tratamento antiviral empírico. Deverá ser iniciado o uso de oseltamivir nos pacientes com menos de 48h de sintomas. As cápsulas com 75 mg de fosfato de oseltamivir devem ser administrada durante cinco dias. 6. Notificar à Vigilância Epidemiológica. 7. Tratar complicações/infecção secundária 8. Resultado de exames: Flu sazonal – manter internado e com tratamento antiviral Novo subtipo viral – manter manter isolamento respiratório, tratamento antiviral e precauções para contatos. Negativo para Influenza – considerar suspensão de antiviral, continuar precauções de controle de infecção e tratar de acordo com a etiologia. 4. Situações especiais – Grupos de alto risco com sintomas atípicos Crianças de baixa idade, idosos e pacientes com doenças crônicas podem não apresentar os sinais e sintomas clássicos de síndrome gripal. Quando estes pacientes apresentarem história de exposição recente a áreas afetadas por epizootias de influenza aviária ou exposição ocupacional, na ausência de sinais clínicos característicos, considerar a possibilidade de infecção pelo novo subtipo viral. Nestas circunstancias o procedimento deverá obedecer às orientações de controle de infecção - isolamento respiratório e as demais etapas de investigação e condutas. b) Manejo clínico no período pandêmico Durante esta fase é fundamental identificação e triagem dos casos de influenza pandêmica. Poderá haver uma sobrecarga de atendimento e o diagnóstico será predominante clínico-epidemiológico. O manejo clínico durante esta fase está resumido abaixo: • Atender a orientações definidas pelas Secretarias Estaduais de Saúde quanto ao encaminhamento do paciente; • Definir pela internação ou não do paciente - com base na avaliação clínica capacidade de tratamento e implementação de precauções respiratórias em domicílio, disponibilidade de leitos e de profissionais de saúde. • Uma vez estabelecida a pandemia, a internação hospitalar deverá ser limitada aos casos graves, com complicações, que não podem ser tratados em nível domiciliar. Caso o paciente seja internado, implementar as precauções de controle de infecção. Os pacientes devem ser internados em quartos individuais ou em área destinada a coorte de pacientes com influenza. A movimentação e o transporte de pacientes para fora da área de isolamento deve ser limitada. • Colher amostras clínicas conforme indicação. • Iniciar tratamento antiviral, de acordo com disponibilidade e estratégias. • Avaliar complicações secundárias e iniciar terapêutica específica em unidade de terapia intensiva quando indicado. c) Manejo clínico das infecções secundárias a influenza As pneumonias bacterianas constituem as principais complicações da influenza e assumem caráter de gravidade, requerendo muitas vezes tratamento em unidade de terapia intensiva quando em pacientes com comorbidades ou fatores de risco associados. Existem critérios de gravidade de pneumonia para decisão de hospitalização e tratamento baseados no valor preditivo do score para letalidade por pneumonia. A classificação PORT- Pneum nia Patient Outcomes Research Team contém 19 variáveis, e resulta no índice de gravidade da pneumonia (PSI, -pneumonia severity index ). Enfatiza a idade do paciente e não considera a DPOC como comorbidade importante. Outro índice de avaliação, mais simples chamado de CURB-65 (Confusão mental, Uréia ≥40mg/dl, Respiração ≥ 30irpm, Blood pressure (sist < 90 ou diast ≤ 60) e idade ≥ 65 anos) recomenda a forma de tratamento: ambulatorial ou hospitalar. Na suspeita de pneumonia secundária a identificação do agente etiológico é de importância fundamental, e para isso os pacientes devem ser submetidos aos seguintes procedimentos diagnósticos: Paciente ambulatorial: Radiografia de tórax, hemograma completo com VHS e sempre que possível hemocultura (2 amostras com intervalo de 30 minutos) Paciente hospitalizado: Radiografia de tórax, hemograma completo com VHS, hemoculturas, 2 amostras de 20ml cada, devendo cada frasco ser inoculado com 10 ml (crianças abaixo de 12 anos, usa-se metade do volume). Caso não haja disponibilidade do frasco para sistema automatizado, avaliar com a possibilidade de 1 amostra de hemocultura ser processada por lise-centrifugação e inoculação em meio não-seletivo, recomendado para Legionella sp (BCYEa) a base de levedura-carvão ativado; Cultivo semi-quantitativo de lavado bronco-alveolar (≥105) em casos graves ou quando a progressão da pneumonia é maior do que os riscos envolvidos no exame. Na presença de derrame pleural de >10mm de espessura no decúbito lateral, deve-s procede a toracocentese, e o líquido deve ser encaminhado para exames direto e cultura para fungos, bactérias e micobactérias, assim como deve ser avaliada celularidade global e específica, glicose, LDH e pH. Quando indicados outros exames laboratoriais devem ser realizados, sobretudo os de suporte e monitoramento evolutivo e os para esclarecimento do diagnostico etiológico. Tratamento de pneumonia bacteriana A conduta terapêutica será norteada pelos achados clínicos, com base nos consenso de associações médicas nacionais e internacionais diversas, elaborados a partir de estudos regionais, já que não dispomos de um consenso recente para tratamento das pneumonias em crianças (quadros 14 e 15); para adultos, a conduta terapêutica deverá seguir as Diretrizes para Pneumonias Adquiridas na comunidade em Adultos Imunocompetentes, da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, de 2004 (quadro 16) Quadro 14. Antibioticoterapia empírica para crianças Faixa Etária Neonatos menores de 21 dias de vida Pacientes Ambulatoriais Pacientes Graves Internados Internar sempre Penicilina G cristalina ou Ampicilina + Amicacina ou Gentamicina EV. Considerar adição de Cefotaxime. Associar Vancomicina se houver suspeita de S.aureus Afebril internar e considerar a possibilidade de quadro viral Penicilina G ou Penicilina G cristalina + Cloranfenicol ou Claritro/Azitro/Eritromicina EV Febril internar sempre Ceftriaxona/Cefuroxima/Cefotaxima EV.Considerar associação com Oxacilina EV. Amoxicilina VO ou Penicilina G cristalina ou Ampicilina ou 1 a 3 meses 3 meses a 5 anos * Ceftriaxona/Cefuroxima/Cefotaxima EV. Amoxicilina/Clavulanato Considerar associação de Claritromicina/Azitromicina Claritromicina/Eritromicina EV. Alergia a Amoxicilina: Claritromicina/Azitromicina Considerar o uso de Cloranfenicol EV *Pacientes que requeiram internação e que não apresentem quadro grave, iniciar Penicilina G Quadro 15. Indicação terapêutica em caso de agente etiológico desconhecido Microorganismo Especificidade Antimicrobiano Sensibilidade a penicilina Penicilina G (IV, IM), Penicilina V (oral) Amoxicilina Sptreptococcus pnneumoniae Resistente a penicilina Penicilina G200.000 U/Kg ou ampicilina ou Cefalosporina de 3° geração, ou Clindamicina Beta lactamse negativa Amoxicilina, ampicilina (IV), claritromicina, azitromicina Haemofhilus influenzae Beta lactamase positiva Cefalosporina de 2ª geração, Cefalosporina de 3ª geração, Amoxicilina/ácidoclavulânico, Claritromicina*, Azitromicina* e TMP/SMX Sensível a meticilina Cloxacilina, Cefalosporina de 1ª geração, Clindamicina Staphylococcus aureus Resistente a meticilina Vancomicina , Linezulid e(usa Clindamicina ou TM P/SMX se sensível Nota: Quando os organismos são isolados por culturas, a terapia antibiótica definitiva será orientada pelo teste de sensibilidade e pela disponibilidade de antibióticos específicos. *Macrolideos somente deverão ser utilizados em caso de hipersensibilidade à penicilina . Quadro 16. Tratamento empírico em PAC para adultos imunocompetentes Local do Tratamento Recomendação Terapêutica Paciente Ambulatorial Macrolídeou: azitromicina 500 mg VO 1xdia - 5 dias* Previamente sadio ou claritromicina 500mg VO 12/12 h 7-10 dias Sem terapia prévia ou telitromicina 800mg VO 1xdia, 5 dias* Antibioticoterapia recente ou doenças associadas (DPOC, DM, ICC, neoplasia) Levofloxacino 500 mg VO 1xdia por 7 dias, ou gatifloxacino 400 mg VO 1xdia por 7 dias, moxifloxacino 400 mg 1xdia por 7 dias Contra indicação para fluoroquinolona Betalactâmico+ macrolídeo:cefuroxima 500mg VO 2xdia + macrolídeo ou amoxacilina 500 mg VO 8/8h + macrolídeo Suspeita de aspiração Betalactâmico + inibidor da betalactamase(ex: amoxacilina-clavulanato 1g VO 12/12) ou Clindamicina 600mg VO 6/6h Influenza + superinfecção bacteriana Betalactâmico ou ou fluoroquinolona respiratória Fluoroquinolona respiratória , Paciente internado Enfermaria Sem terapia prévia Levofloxacin o 500 mg VO 1x/dia 7 dias, ou gatifloxacin o 400mg VO1x/dia 7 dias ou moxifloxacino 400mg VO 1x/dia 7 dias OU Betalactâmico + macrolídeo: ceftriaxona 2g IV/dia + claritromicina 500mg IV 12/12h ou + Azitromicina 500mg IV 1x/dia Antibióticoterapia recente Semelhante, a depender da terapia prévia UTI – Sem risco de P.aeruginosa Betalactamico+ macrolídeo ou fluoroquinolona: ceftriaxona 2gIV/dia+ claritromicina ou + levofloxacino 500mg/dia ou gatifloxacino 400mg IV 1x/dia ou moxifloxacino 400mg IV 1x/dia UTI – Com risco de P.aeruginosa Agente antipseudomonas + ciprofloxacina ou agente antipseudomonas + aminoglicosídeo + fluoroquinolona ou macrolídeo: ceftazidima 1-2g IV 8/8 h, ou cefepime 2g IV 12/12h ou piperacilina-tazobactan 4,5g IV 8/8h, ou imipenem 500mg IV 6/6h, ou meropenem 1g IV 6/6h+ciprofloxacina 400mg IV 12/12h +claritromicina 500mg IV 12/12h ou ceftazidima 1-2g IV 8/8h, ou cefepime 2g IV 12/12h ou piperacilinatazobactam 4,5g IV 8/8h, ou imipenem 500mg IV 6/6h, ou meropenem 1g IV 6/6h + ** amicacina 500mg IV 2x+ levofloxacino 500 mg 1x/dia CAPITULO 5 5.1 Informação e Comunicação em Saúde na Bahia1 É de fundamental importância a adoção de uma estratégia comunicacional rápida e eficaz para a propagação de informações a respeito de uma possível pandemia de influenza no Estado da Bahia. Ela será responsável por minimizar impactos sociais e econômicos que possam vir a afetar a população em caso de uma pandemia, e ou maximizar os bons resultados alcançados pelas ações de controle previstas e utilizadas pela vigilância epidemiológica. O tema, entretanto, diz respeito a um variado numero de órgãos públicos (saúde, agricultura, meio ambiente, segurança institucional, defesa civil) havendo necessidade de organização nas ações e no discurso. Deverão ser criados e produzidos materiais de divulgação (folhetos, cartazes e cartilhas) a serem distribuídos aos diversos grupos alvos identificados. Em paralelo, a homepage da Secretaria Estadual de Saúde do Estado da Bahia, deverá ser regularmente atualizada com informações a respeito da pandemia e ainda disponibilizados links de outros sites de ações nacionais (MS) e internacionais (OMS). O grupo de comunicação, juntamente com o grupo técnico de vigilância, estará acompanhando a produção de todo o material de divulgação, bem como encaminhando e atendendo toda e qualquer informação solicitada pela imprensa e ou mídias especializadas. Todo e qualquer material produzido sobre a pandemia, deve conter procedimento padrão de assistência e vigilância, regras para uso da vacina e dos medicamentos antivirais, definição de caso suspeito e casos confirmados, número de casos identificados (e sua evolução) e óbitos causados pela pandemia, além de outras informações acordadas e discutidas como prioritárias com o grupo técnico condutor do plano de contingência e o grupo de comunicação responsável. Todas as ações de comunicação nesse período deverão pautar-se pela objetividade, clareza e concisão. Identificaremos as pessoas certas para falar, demonstrando que são competentes e plenamente conhecedoras dos assuntos que estarão tratando. Também se buscará antecipar a chamada demanda espontânea da mídia – preenchendo toda a diversidade dos veículos sejam eles impressos, radiofônicos ou televisivos. Também serão visadas as chamadas mídias alternativas (busdoor, outdoor, dentre outros.) e as novas mídias difundidas pela rede mundial de computadores (Internet). A idéia é também produzir uma comunicação voltada especificamente para públicos específicos: governos estadual e municipal e suas respectivas secretarias; formadores de opinião: autoridades, liderança políticas, sindicais, empresariais, professores, igrejas e lideranças religiosas; imprensa: jornais, emissoras de rádio e TV, de cobertura local, regional, nacional e internacional; sites noticiosos da Internet e demais serviços de informação à população; gestores e técnicos da área de saúde; área agrícola: gestores e técnicos da área agrícola dos municípios, estados e União; setor avícola: associações e sindicatos patronais e de trabalhadores, agricultores, empresas, fornecedores e prestadores de serviço; defesa civil: gestores, técnicos e voluntários de municípios, estado e União; setor empresarial: empresas em geral, associações, federações e sindicatos; segurança pública e corpo de bombeiros; sociedade em geral. Vale ressaltar ainda que o Grupo de Comunicação do Comitê Estadual de influenza estará mobilizado para contribuir de forma efetiva na implantação das diretrizes do Plano Nacional para uma pandemia de Gripe. CAPÍTULO 65 6.1 A organização política do Brasil e as ações estatais de prevenção e controle de epidemias A consolidação do Estado Democrático de Direito Brasileiro trouxe um importante componente para a realidade brasileira, que é o respeito aos direitos humanos – civis, políticos, sociais, econômicos, culturais, humanitários, etc. O Estado possui, assim, limites na esfera de sua atuação, devendo sempre ter como diretriz básica o respeito à dignidade da pessoa humana. Formal e juridicamente, as ações do Estado, realizadas através de seus agentes públicos, encontram-se sujeitas ao principio da legalidade, segundo o qual ninguém será obrigado a fazer ou a deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei (CF/88, art. 5°, II). Tal dispositivo abriga em si não somente o principio da legalidade como também o da liberdade do individuo perante o Estado e a sociedade. Um importante dilema que reside na natureza das ações do Estado para a prevenção e controle de epidemias é o de que, algumas vezes, para que sejam adotadas ações eficazes faz-se necessário limitar liberdades individuais. Ou seja, se de um lado o Estado deve levar em conta essa nova realidade político-jurídica e observar os direitos de liberdade, privacidade, intimidade e informação, entre outros, de outro lado este mesmo Estado deve adotar as medidas necessárias para a contenção de epidemias que muitas vezes podem se mostrar letais para imensas parcelas da população. Instrumentos clássicos de Vigilância Epidemiológica, como o isolamento, o cordão sanitário, a internação compulsória, o tratamento compulsório, entre outros, exigem uma limitação de Direitos individuais constitucionalmente assegurados. Tal dialética exige uma legislação clara que, ao mesmo tempo, possibilite ao Estado adotar as ações necessárias para a proteção de saúde pública – limitando direitos individuais – e ao mesmo 5 Reprodução de texto do Capítulo 8 do Plano Brasileiro de Preparação para uma Pandemia de Influenza 3a versão/2006. tempo, permitam ao cidadão reconhecer como legitimas e voltadas ao interesse publico as decisões tomadas pelas autoridades sanitárias – legitimidade política e procedimental das decisões. A eclosão de epidemias em diversos pontos da Terra fez com que a Organização Mundial de Saúde – OMS iniciasse um processo para a revisão do Regulamento Sanitário Internacional – RSI, a fim de definir ações e responsabilidades mais claras para todos os Estados-membros e garantir uma maior articulação internacional para eventuais epidemias globais. O Brasil comprometeu-se politicamente com tal processo de elaboração de novas diretrizes mundiais, tendo participado ativamente na elaboração da versão aprovada pela Assembléia Geral da OMS. Desta forma, o país deve adequar sua legislação interna aos compromissos políticos assumidos junto a OMS. Também no que diz respeito à organização das ações de vigilância epidemiológica dentro do Brasil faz-se necessária uma revisão da atual legislação de 1975. A constituição de 1988 reorganizou a Republica Federativa do Brasil e estabeleceu que esta é formada pela União indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal. São três os entes federativos que compõem a República Federativa do Brasil, atualmente, cenário bastante diferente daquele existente na década de 1970. Ainda mais se levarmos em consideração que, no que diz respeito ao Direito à saúde, o art. 23 da CF/88 estabelece que cuidar da saúde e da assistência pública é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Estes entes federativos devem coordenar-se para que cuidem da saúde da população da melhor forma possível, somando esforços e evitando desperdícios. Essa organização política do país fez com que surgissem importantes fóruns de pactuação entre os diversos entes federativos, notadamente a Comissão Intergestores Tripartite e as Comissões Intergestores Bipartite. As ações de Vigilância Epidemiológica, sobretudo em épocas de emergências nacionais, devem harmonizar-se com essa nova estrutura política brasileira. Outro fator que inovou na organização política do Brasil no que diz respeito às ações e serviços públicos de saúde foi a criação e o pleno funcionamento de instâncias democráticas de participação da comunidade na gestão das políticas públicas de saúde, notadamente as Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde (Lei 8.142/90). Para que as decisões de controle de epidemias sejam legítimas, devem necessariamente contar com a participação dessas instâncias democráticas como órgãos de supervisão e acompanhamento. Isso certamente contribuirá para redução dos possíveis abusos que podem ser cometidos. Finalmente, deve-se destacar que as ações de controle de epidemias, eventualmente, necessitam coordenar diversos setores da Administração Pública e da sociedade civil, como os Ministérios da Saúde, Defesa, Relações Exteriores, Agricultura e Justiça, os Governos Estaduais e Municipais e as organizações não governamentais. Nesse sentido, impõe-se a criação de uma nova engenharia administrativa que dê conta da complexidade jurídico-política-administrativa do Brasil e equilibre, da melhor forma possível, o respeito às liberdades individuais e o Direito à saúde. 6.2 Aperfeiçoamento dos atuais instrumentos jurídicos de vigilância epidemiológica O reconhecimento, pela (por extenso)CF/88, de que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado, representou um avanço importante que vem se refletindo em desdobramentos jurídicos múltiplos. Desde o advento da CF/88 o Brasil vem aperfeiçoando o seu aparato legislativo para que o direito à saúde seja plenamente garantido. Destaque-se, nesse sentido, a elaboração e aprovação das Leis 8.080/90 (Lei Orgânica da Saúde), 8.142/90 (Lei dos Fundos e Conselhos de Saúde), 9.789/99 (Lei da Agência Nacional de Vigilância Sanitária), 9.961/00 (Lei da Agência Nacional de Saúde Suplementar), entre outras leis importantes para a regulação das ações e serviços de interesse à saúde no Brasil. Além das Leis que foram aprovadas após CF/88 para a consolidação do SUS, outras leis, que já existiam quando a CF/88 foi promulgada, foram recepcionadas e continuaram a regular importantes aspectos relacionados com a proteção do Direito à Saúde, como as Leis nº. 5.991, de 17 de dezembro de 1973, nº. 6.437, de 20 de agosto de 1977 e, especialmente, a Lei nº. 6.259, de 30 de outubro de 1975, que dispõe sobre a organização das ações de Vigilância Epidemiológica no Brasil e institui o Programa Nacional de Imunizações. Parece evidente que a complexidade social e global deste início do século XXI exige uma revisão criteriosa da regulação jurídica atualmente dada para as ações da Vigilância Epidemiológica. No campo internacional essa revisão já foi iniciada com a aprovação, pela Assembléia Geral da OMS, do novo Regulamento Sanitário Internacional (RSI). O Brasil, como importante ator político internacional, assumiu compromissos internacionais que possuem relação direta com as ações de vigilância epidemiológica, compromissos esses que devem ser regulados internamente. Seja no que diz respeito às ações diretamente relacionadas com a saúde, como as reguladas pelo RSI, seja no que diz respeito às ações relacionadas ao fluxo de pessoas, bens e mercadorias. O anacronismo da Lei 6.259/75 não deve ser perpetuado. Embora seja uma lei ainda importante para o controle epidemiológico no Brasil, não podemos paralisar no tempo e deixar de incorporar na legislação nacional que trata de tema tão importante os avanços verificados no campo jurídico para a proteção da saúde. A própria Lei 8.080/90 traz elementos de Vigilância Epidemiológica que devem ser melhor tratados em legislação específica, especialmente para a criação de um Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica que possa fazer frente aos desafios que se avizinham. Conforme estabelece o art. 24, XII, da CF, compete a União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre proteção e defesa da saúde. No âmbito da legislação concorrente, a competência da União é a de estabelecer normas gerais que sejam válidas para todos os entes Federativos do Brasil. No que diz respeito à Vigilância Epidemiológica, é necessário criar mecanismos de articulação e cooperação entre os entes federativos para que estes possam, em eventuais situações de emergência, implementar ações rápidas de controle de epidemias. Esses mecanismos devem prever formas de atuação complementar da União para quando os demais entes federativos não forem capazes de conter as epidemias existentes, tendo em vista o risco que o alastramento poderia provocar para toda a sociedade brasileira. A legislação de controle epidemiológico deve incorporar, portanto, os princípios que regem o federalismo de cooperação brasileiro, prevendo mecanismos de articulação, cooperação e, quando o caso, intervenção. Outro ponto que merece atenção na revisão da legislação epidemiológica é a necessidade de se instituir procedimentos claros e que garantam o respeito aos direitos humanos para a atuação estatal no exercício do controle epidemiológico. De um lado, deve-se institucionalizar alguns instrumentos importantes que permitam ao Estado desenvolver estratégias eficazes de controle de epidemias, como o isolamento, o tratamento compulsório, a quarentena, entre outros; de outro lado, é preciso estabelecer os critérios de decisão que legitimem as ações e que, de certa forma, limitem, por meio de procedimentos claros e exigências técnicas, o exercício do Poder de Polícia do Estado para as ações de vigilância epidemiológica, em especial aquelas que reduzem ou suprimem as liberdades individuais. Nesse sentido, é necessário prever, para a tomada de decisões em situações de emergência epidemiológica, procedimentos e órgão decisórios democráticos no âmbito de um Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica, harmonizando a atuação dos fóruns já existentes e criando-se um órgão representativos específico que reúna não só os representantes governamentais necessários (Ministros ou Secretários de Saúde, de Defesa Civil, de Agricultura, etc.) como também representantes da sociedade civil (médicos, advogados, usuários do sistema, cidadãos representativos, etc.). 6.3 Imperativos de natureza técnica que justificam uma revisão da atual legislação Além das necessidades políticas e jurídicas acima delineadas, existem alguns imperativos técnicos que justificam a revisão da atual legislação de Vigilância Epidemiológica. Estes imperativos técnicos decorrem de uma nova realidade mundial e nacional, muito diferente daquela vivida na década de 1970. Na complexidade das sociedades globalizadas do mundo de hoje encontramos doenças emergentes, reemergentes e emergências epidemiológicas que não existiam. Também há uma intensificação do fluxo de bens e pessoas, havendo uma ampliação da quantidade de possíveis agentes transmissíveis que podem colocar em risco a saúde das pessoas. Podemos afirmar que há, atualmente, no cenário global e nacional, o aparecimento de novas doenças e o recrudescimento de algumas velhas doenças. Dentro desse novo cenário, é preciso repensar os instrumentos de resposta às eventuais emergências epidemiológicas. Atualmente há uma insuficiência nos métodos atualmente empregados para detectar, prevenir, controlar e erradicar (quando possível) os riscos à saúde existentes. É preciso, através da constituição de um Sistema Integrado de Vigilância em Saúde, incorporar à realidade nacional o uso de novas tecnologias e meios de informação. Também é necessário que se promova uma formação e que se desenvolvam mecanismos de capacitação permanente dos profissionais de saúde, para que estes sejam capazes de detectar novos eventos de risco a saúde. No que diz respeito à detecção dos riscos à saúde, considerando aspectos epidemiológicos, o sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica deverá contar com um Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVES) que seja capaz não só de coletar e organizar os dados necessários mas, principalmente, de analisar os dados coletados e compreendê-los para fins de organização da ação estatal. Também no que se refere ao diagnóstico de doenças transmissíveis, é preciso criar as condições necessárias para a incorporação de novas tecnologias de diagnóstico já existentes no mundo. Para tanto, faz-se necessário incrementar a cooperação interna e internacional, através da criação de redes; prever mecanismos de capacitação continuada para clínicos e profissionais de saúde; integrar a rede de laboratórios públicos e privados para situações de emergência; implementar um sistema nacional de informações em vigilância em saúde capaz de orientar a ação dos profissionais de saúde, auxiliando-os na detecção dos riscos e na elaboração de diagnósticos precisos. Enfim, a legislação brasileira deve criar as condições necessárias para que esses mecanismos de aperfeiçoamento da ação estatal e da sociedade sejam implementados. Finalmente, em relação à prevenção e controle, tendo em vista as novas disposições constantes do RSI e considerando a nova realidade brasileira e global, como um fluxo intenso de bens, mercadorias e pessoas, é preciso promover uma melhor qualidade da informação da gestão dos imunobiológicos no País. Deve ser considerada, ainda, a necessidade de se estabelecer, com clareza, alguns instrumentos efetivos para a prevenção e controle de epidemias, envolvendo diversas situações estratégicas, tais como: o uso de medicamentos e profilaxia; a regulação sobre a coleta e o transporte de amostras biológicas; a possibilidade de requisição de aviões ou outros meios de transporte para fins de prevenção e controle epidemiológico em situação de emergência; o controle de vetores e reservatórios; a assistência à saúde; a quarentena; o isolamento; a monitorização e vigilância ativa de casos suspeitos e/ou confirmados; o tratamento compulsório de pessoas; o sacrifício de animais, inclusive de estimação; o controle de portos, aeroportos e fronteiras; o transporte de pessoas suspeitas de enfermidades ou infectadas, bem como de cadáveres; o estabelecimento de áreas e formas de sepultamento em caso de surtos epidêmicos; a saúde do viajante; os eventos com aglomeração de pessoas; a manutenção dos serviços essenciais; a limitação da circulação de bens, mercadorias e pessoas, incluindo, eventualmente, a proibição de comércio; o abastecimento e o acesso aos insumos estratégicos; a forma de comunicação entre as diversas autoridades envolvidas na ação epidemiológica; a contenção populacional (cordão sanitário); a criação de mecanismos de cooperação internacional e o fomento deste tipo de cooperação e, finalmente, a regulação sobre a manutenção dos serviços essenciais, com necessidade de tratamento especial para a proteção dos agentes que atuam nesses serviços. 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Fundação Nacional de Saúde. Guia de Vigilância. Brasil, 2006. Plano Brasileiro de Preparação para uma Pandemia de Influenza 3aversão/2006.(portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm? id_area=1534) Canadian Pandemic Influenza Plan. Public Health Agency of Canada. Canada, 2004. CDC. Nonpharmaceutical interventions for pandemic influenza, International Measures (http://www.cdc.gov/Ncidod/EID/vol12no01/05-1370.htm) Consensus. Pademia de Influenza, nov./dez./2005. (http://www.conass.org.br/admin/arquivos/Consensus%2017.pdf) Cox NJ, Subbarao K. Influenza. Review. Lancet, 354(9186): 1277-82, 1999. Douglas, R.G. (1975) Influenza in Man. In: E.D. Kilbourne (ed), The influenza viruses and influenza, Academic Press, pp. 395-447. Freitas, Daniel; et all. Avaliação do Sistema de Vigilância da Influenza do Brasil. Brasília/DF, 2005 (mimeo). IATP. The Institute for Agriculture and Trad Policy. Dead Birds Don’t Fly An Avian Flu Primer for Small-Scale Farmers. March, 2006. Minesota/USA. 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Lacen avisar FioCruz-RJ e CGLab Envio para FioCruz-RJ Lacen ligar a FioCruz- RJ para monitorar a chegada da amostra no laboratório de referência Resultado (Diretoria Lacen,Vigilâncias e CEVESP) ANEXO 3. NORMAS E PROCEDIMENTOS PARA O DIAGNÓSTICO DA INFLUENZA Coleta do Espécime Clínico O sucesso do diagnóstico depende fundamentalmente da qualidade do espécime clínico coletado, seu adequado transporte e as condições de armazenamento antes do processamento no laboratório. As amostras clínicas preferencialmente requeridas para o diagnóstico de infecções viral no trato respiratório superior são: aspirado de nasofaringe – ANF – ou swabs combinado (nasal / oral), obtido até três dias do início do aparecimento dos sintomas – fase aguda da doença. Seja qual for a natureza do espécime a sua obtenção deve ser realizada observando-se as normas de biossegurança (uso de luvas, máscara e jaleco descartáveis). Materiais necessários: a) bomba de aspiração portátil High volume vacuum pressure pump# XX56 000.00 MILLIPORE b) coletor plástico descartável de secreções (volume de 20cc) acoplado com sonda (número 6 1/2) e com controle de vácuo Argyle (Sherwood-Medical) c) equipo de Soro para administração parenteral d) meio de transporte viral * e) sonda plástica uretral n º 6 estéril. f) swabs (15 cm) descartáveis, estéreis, acondicionados individualmente para coleta de espécimes clínicos. Polyester fiber-tipped applicator. g) tubos (17x119mm) descartáveis de polipropileno transparentes (15 ml) com tampa de rosca. – Aspirado de nasofaringe (ANF) A coleta de ANF é um processo indolor podendo apenas provocar lacrimejamento reflexo. Coletores de muco plásticos descartáveis ou equipo de soro acoplado a uma sonda são preferencialmente recomendados para a obtenção do espécime. A sonda preconizada é a uretral nº 6 com apenas um orifício na ponta. O calibre da sonda é variável segundo o fabricante, devendo ser dada preferência à de maior flexibilidade. Preconiza-se a utilização do meio de L15 ( meio de Leibovitz) suplementad com proteína, para estabilização viral, tais como soro albumina bovina fração V, gelatina ou glicerol. A adição antibiótico (1600 U/mL de penicilina e 800 ug/mL de streptomicina) e antifúngicos (10Ug/mL de fungizona) é recomendada para evitar a proliferação de bactérias e fungos. Na falta de meio de transporte adequado PBS ph 7.2 pode ser excepcionalmente utilizado acrescido de proteína, antibióticos, anti fúngicos. Aspiração pode ser realizada com bomba aspiradora portátil ou vácuo de parede do hospital; não utilizar uma pressão de vácuo muito forte. Durante a coleta, a sonda é inserida através da narina até atingir a região da nasofaringe quando então o vácuo é aplicado aspirando à secreção para o interior do coletor ou equipo. O vácuo deve ser colocado após a sonda localizar-se na nasofaringe, uma vez que se no momento da introdução da sonda houver o vácuo, poderá ocorrer lesão da mucosa. Este procedimento deve ser realizado em ambas as narinas, mantendo movimentação da sonda para evitar que haja pressão diretamente sobre a mucosa provocando sangramento. Alternar a coleta nas duas fossas nasais até obter um volume suficiente, aproximadamente 1 ml, de ANF. A quantidade de secreção a ser colhida dependerá da etiologia da IRA, fase evolutiva do quadro clínico e do grau de hidratação do paciente. Pacientes febris apresentam secreção espessa. Após nebulização com soro fisiológico a secreção é mais fluida e abundante, conseqüentemente, mais fácil de ser obtida. Não insistir se a coleta não alcançar o volume desejado (1ml) pois poderá ocasionar lesão de mucosa. Uma vez coletado ANF deverá ser encaminhado ao laboratório individualizado em saco plástico, lacrado e identificado adequadamente, contendo o nome do paciente; a natureza do espécime; a data de coleta; e a ficha clínica do paciente O transporte do espécime ao laboratório deverá ser realizado no mesmo dia da coleta em caixa de isopor com gelo. Excepcionalmente o aspirado poderá ser estocado e preservado a 4 ºC – não congelar – por período não superior a 24 hs. - Swab oral / nasal combinados. Proceder à coleta de três swabs (um da orofaringe e dois outros, um de cada narina). Em seguida, inserir os swabs em um mesmo frasco contendo três mililitros de meio de transporte, fechar e identificar adequadamente o frasco. A conservação e o transporte dos swabs seguem as recomendações preconizadas para o ANF ANEXO 4. RECOMENDAÇÕES PARA CONDUTAS DE LABORATÓRIOS E NORMAS DE BIOSSEGURANÇA Orientações gerais de biossegurança na abordagem de pacientes suspeitos ou confirmados e na manipulação de espécimes clínicos procedentes desses casos. Cuidados para pacientes suspeitos de Influenza: Os pacientes caracterizados como casos suspeitos deverão usar máscara N95 até que seja excluída a possibilidade de estar infectado com o vírus influenza. A higienização das mãos é a medida mais importante na prevenção da disseminação de infecções, inclusive as de transmissão respiratória. A higienização das mãos, com água e sabão ou com aplicação de solução antiséptica de base alcoólica, deve preceder a utilização das luvas. A lavagem das mãos deve ser realizada, sempre após a retirada das luvas. Manejo de amostras biológicas: Em todos os pacientes com suspeita de influenza deverão ser colhidas amostras de secreção de nasofaringe, conforme descrito no Manual de Normas e procedimento no diagnóstico laboratorial por imunofluorescência indireta, da CGLAB/SVS/MS. Não sendo possível a obtenção da amostra de ANF, poderão ser coletadas amostras por swabs nasal/oral combinados. Estes deverão ser colocados imediatamente em meio de transporte viral contendo os swabs e mantidos refrigerados a 4º C até o recebimento destes no laboratório. Estas amostras terão que ser encaminhadas ao laboratório no mesmo dia. Quando forem detectados os primeiros casos suspeitos de estarem infectados com a cepa pandêmica, recomenda-se que sejam coletadas as amostras de ANF ou swabs e, simultaneamente, amostras de soros pareados (3ml), com intervalo de 15 dias entre a 1ª e 2ª amostra, dentro dos 5 (cinco) primeiros dias com os sintomas. Se o paciente estiver com mais de 10 dias com sintomas, apenas uma coleta de 3ml será suficiente. Manter os soros refrigerados a 4º C ou congelados a –20º C até seu recebimento no laboratório. Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para o profissional de saúde que fará as coletas: Avental/capote descartável, impermeável, com mangas compridas, punho de malha ou elástico e abertura posterior (gramatura 50g/m2). Luvas de látex descartáveis, de uso único, não estéreis (luvas de procedimento não cirúrgico). Usar duas luvas em cada mão e descartá-las logo após o uso, conforme as normas de segurança. Máscara de proteção facial, tipo respirador, para partículas, sem manutenção, com eficácia mínima na filtração de 95% de partículas de até 0,3 (Máscara N95, N99, N100, PFF2 ou PFF3). Poderão ser utilizadas máscaras com válvula especial para facilitar a respiração. Gorro. Óculos. Lavar as mãos antes e após a coleta EPI para o profissional de laboratório que irá manusear as amostras: Todas as recomendações citadas no item anterior são também pertinentes para este item. Recomenda-se o uso contínuo, no mínimo, de cabine de contenção biológica classe 2 para o manuseio das amostras dos pacientes com suspeita de influenza no laboratório. Todo o material de proteção individual deverá ser acondicionado apropriadamente e recomenda-se não reutilizar os EPI. Descontaminação: Protege o responsável pela coleta da amostra, o paciente, o pessoal do transporte do material, o pessoal do laboratório e a comunidade. Do material utilizado para coleta e diagnóstico: A descontaminação do material utilizado deverá ser realizado. Descarte do espécime clínico utilizado para o diagnóstico: O descarte do espécime clínico deverá, antes de desprezado, receber o seguinte tratamento. Recomenda-se ainda a desinfecção química da superfície de trabalho com hipoclorito de sódio. Identificação do agente etiológico É fundamental efetuar a coleta de amostras clínicas para análise laboratorial (amostra de secreção de nasofaringe e sangue). A amostra de escolha para o diagnóstico de vírus respiratórios é a secreção nasofaríngea, coletada pela técnica de aspirado nasofaringe ou swab combinado (dois swab nasais e um da orofaringe). Para a coleta da amostra, prioriza-se o caso suspeito que esteja em fase aguda da doença, ou seja, no máximo cinco dias do início dos sintomas, preferencialmente três dias. A amostra deve ser encaminhada, juntamente com a ficha de encaminhamento da amostra ao laboratório de referência da influenza no estado imediatamente após a coleta. Adicionalmente, efetuar a coleta de duas amostras de sangue para sorologia, sendo uma na fase aguda e outra na fase convalescente (15 dias após o início dos sintomas). Uma vez obtido o soro, estes devem ser congelados a -20° C e encaminhados ao LACEN, onde serão submetidos à análise de outros possíveis agentes etiológicos. Seja qual for a natureza da amostra, a sua obtenção deve ser realizada utilizando-se os equipamentos de proteção individual: máscara (tipo N95), óculos de proteção, luvas de procedimentos (látex descartáveis, não estéreis) avental/capote descartável (com mangas compridas, punho em malha ou elástico e abertura posterior e, gorro descartável), observando-se também as medidas de biossegurança. ANEXO 5 - TRANSPORTE AÉREO DE SECREÇÕES SUSPEITAS DE INFLUENZA POR NOVO SUBTIPO VIRAL Utilizar embalagem tripla contendo pote plástico ou alumínio com tampa de rosca, disco absorvente interno, saco bolha, caixa de isopor, aro de isopor e caixa de papelão externa padronizada UN 3373. Procedimento: Envolver a amostra no saco bolha e lacrar com fita adesiva, colocando dentro do pote que já contém o disco absorvente. Entre o pote e o isopor colocar gelo reciclável. Colocar o pote dentro do isopor fixando-o com o aro, Na embalagem externa deve constar “BIOLOGICAL SUBSTANCE, CETEGORY B” – UN 3373, REMETENTE e DESTINATÁRIO ( nome, endereço, telefone para contato) Junto com o ofício de encaminhamento enviar cópia do Certificado de Conformidade e Ficha de Emergência UN 3373. Entrar em contato com o destinatário antes de enviar a amostra informando a data do envio. ANEXO 6. PROTOCOLO INTERNO PARA VIGILÂNCIA DE CASOS DE INFECÇÃO RESPIRATÓRIA AGUDA EM PROFISSIONAIS QUE MANIPULAM AMOSTRAS CLÍNICAS EM LABORATÓRIO 1. OBJETIVO: Este Protocolo tem por finalidade reduzir e, se possível, evitar o risco de acidentes de trabalho mais freqüentes em laboratório. 2. CAMPO DE APLICAÇÃO. Esse Protocolo é aplicável a todas as unidades que manipulam amostras clínicas. 3. GLOSSÁRIO Biossegurança – Conjunto de medidas capazes de prevenir, minimizar ou eliminar riscos inerentes às atividades executadas em qualquer trabalho. Agente de risco – Qualquer componente de natureza física, química, biológica ou radioativa que possa comprometer a qualidade de vida do homem, dos animais e do meio ambiente. Risco biológico – Pode ser definido como à probabilidade de ocorrer danos ou agravos à saúde em razão da exposição a agentes tais como: bactérias, fungos, parasitas, vírus entre outros. Risco de acidente – Qualquer fator que coloque o trabalhador em situação vulnerável e possa afetar sua integridade e seu bem estar físico e psíquico. São exemplos: as máquinas e equipamento sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico inadequado, perfurocortantes. EPI – Equipamento de Proteção Individual armazenamento inadequado, e EPC – Equipamento de Proteção Coletiva Vigilância Médica - Assegura que as normas de segurança produzam os resultados positivos esperados, fazendo parte da administração do risco o monitoramento da saúde do trabalhador e a participação em um gerenciamento pós-exposição. 4. DESCRIÇÃO 4.1 A Instituição e seus funcionários devem ser capazes de identificar todos os materiais e processos de risco, para tanto são realizados treinamentos visando capacitar e conscientizar toda a equipe, além da Instituição dispor de documentos e regulamentações nacionais atualizadas acerca da segurança em laboratório. 4.2 A Instituição tem seus produtos e processos identificados, sendo capaz de avaliar o nível de biossegurança ou de toxicidade dos mesmos, segundo a classificação de agentes etiológicos humanos e animais, conforme anexo I. 4.3 Os funcionários devem selecionar produtos com menor grau de toxicidade sempre que for adquirí-los e escolher procedimentos que minimizem a exposição dos mesmos aos riscos. 4.4 Os Coordenadores das Unidades operacionais devem assegurar que a partir de treinamentos específicos seus funcionários conheçam os procedimentos de segurança e de emergência e saibam como operar e usar o equipamento de emergência. 4.5 Nenhum trabalho é tão importante e urgente que não possa ser planejado e executado com segurança. 4.6 REGRAS GERAIS DE SEGURANÇA LABORATORIAL: 4.6.1 Quanto ao ambiente e instalações laboratoriais O acesso às áreas laboratoriais só é permitido a pessoas autorizadas. A presença de crianças não será permitida dentro das áreas de trabalho. Se familiarizar com: saídas de emergência, localização dos equipamentos de emergência e como usá-los, procedimentos de primeiros socorros e ter acesso aos telefones das pessoas responsáveis fixados nos murais ou porta de cada setor. Não guardar materiais sobre as superfícies de trabalho, mantendo as bancadas livres de materiais estranhos ao trabalho. Não colocar materiais de laboratório dentro do armário pessoal e vice-versa. Manter as substâncias químicas em estantes para armazenamento em local apropriado. Retirar das áreas de trabalho os equipamentos, estoques ou substâncias químicas desnecessárias ou que não estão sendo usadas. Limpar o local de trabalho antes e após cada experimento com álcool a 70%. Limpar periodicamente geladeiras, freezer e estufas, utilizando EPI. Conhecer os avisos de segurança. Os corredores devem ser mantidos sem obstrução. Não manter caixas no chão, sobretudo nas áreas laboratoriais. Manter fechadas todas as gavetas e portas. Manter programas efetivos para controle de insetos e roedores. Seguir rigorosamente o descarte dos materiais, segundo o PGRSS. 4.6.2 Quanto à conduta do profissional em laboratório É proibido comer, beber, fumar ou aplicar cosméticos nas áreas de laboratório. É proibido colocar alimentos nas bancadas, armários e geladeiras dos laboratórios. É proibido o uso de maquiagem e bijuterias dentro do laboratório. É proibido o uso de calçados que deixem os artelhos à vista. Utilizar calçados fechados de couro ou similar. Praticar boa higiene pessoal, lavar cuidadosamente às mãos ao fim de cada atividade e antes de deixar o laboratório. Manter os cabelos longos sempre presos. É proibido levar as mãos à boca ou aos olhos quando estiver manuseando produtos químicos e/ou biológicos. É proibido pipetar com a boca. Utilizar pipetador ou pêra. Não retirar a agulha da seringa após o uso, não dobrar, entortar ou recapear as agulhas. Não usar vidraria trincada, quebrada, pinças ou outros materiais enferrujados. É proibido jogar vidro quebrado em recipiente de resíduos comum. É proibida a remoção não autorizada de materiais de risco. Rotular, colocando a identificação e data, todos os frascos de soluções ou reagentes preparados e as amostras coletadas. Os materiais que são trazidos ou removidos do laboratório devem estar identificados e ser de conhecimento do profissional responsável pela atividade, devidamente acondicionados, conforme item 6.8 desta Norma. Realizar exames periódicos e seguir o programa de imunização para prevenção de Tétano Acidental e Hepatite B. Notificar todos os acidentes, incidentes e alterações do quadro de saúde. Utilizar luvas apropriadas sempre que manusear utensílios com altas ou baixas temperaturas. 4.6.2.1.1.1 Nunca subestimar os riscos Quanto os procedimentos médicos Quando possível aplicar as técnicas de primeiros socorros quanto houver qualquer incidente ou acidente, mas só o faça se estiver devidamente treinado e apto a realizar o atendimento. Notificar seu Coordenador e pedir ajuda médica. Preencher de maneira adequada a ficha de registro de acidentes ou incidentes. 4.7 - REGRAS GERAIS PARA CONTROLE DE AEROSSOIS Os aerossóis se formam geralmente pelo uso incorreto de alguns equipamentos, tais como: as centrífugas, os homogeineizadores, os misturadores e os agitadores. As centrifugas, em particular, são grandes geradores de aerossóis infecciosos, quando não possuem dispositivos de segurança. Alguns procedimentos técnicos também podem gerar riscos potenciais, tais como: a agitação em alta velocidade de materiais biológicos infecciosos; a remoção de meio de cultura líquido com seringa e agulha de um frasco contendo material infeccioso; a flambagem de alças de platina nas técnicas bacteriológicas. Portanto devem-se seguir as seguintes orientações: Evitar derramar ou borrifar soluções. Colocar tampas / tampões nas garrafas ou tubos. Não destampar frasco de cultivo ou de suspensão de líquidos imediatamente após agitá-lo; Trabalhar mantendo a contenção utilizando, quando necessário, cabine de segurança biológica. Manipular substâncias químicas em capela de exaustão. A área onde a atividade que gera aerossol deve possuir fluxo de ar direcionado de forma a evitar extravasamento para outras áreas. 4.8 REGRAS GERAIS PARA USO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL O uso de EPI (Equipamentos de Proteção Individual) é obrigatório. Os EPI devem estar disponíveis para todos os profissionais que trabalham em ambientes laboratoriais e devem ser adquiridos conforme orientações da NR 6 - Norma Regulamentadora 6 do Ministério do Trabalho para Equipamentos de Proteção Individual. É fundamental que sejam usados de forma correta e a escolha deve ser de acordo com o risco da atividade que for executar. Nas áreas laboratoriais é obrigatório o uso de jaleco, luvas, máscara e gorro. 4.8.1 Jaleco Deve ser confeccionado em tecido resistente à penetração de líquidos, com comprimento abaixo do joelho e mangas longas. Jamais arregace as mangas para não expor a pele. O uso do jaleco é restrito e obrigatório às áreas laboratoriais e estar sempre abotoado. Nas áreas laboratoriais, além do jaleco deve ser utilizado preferencialmente, vestuário longo, como calças compridas, de forma a proteger as pernas. Deve ser feita a troca de jaleco para o transporte de amostras externas ao LACEN/BA, não devendo ser utilizado o mesmo da rotina interna do laboratório. Os jalecos utilizados nas áreas que possuem risco biológico deverão ser lavados por empresas contratadas pelo LACEN/BA. 4.8.2 Luvas Em geral, são utilizados quatro tipos de luvas: Luvas de procedimentos de látex ou vinil, descartáveis, para todas as atividades laboratoriais inclusive para manipulação de materiais infectantes. Luvas de borracha grossa antiderrapante para manipulação de resíduos, lavagem de material ou procedimentos de limpeza. Podem ser reutilizadas Luvas resistentes à temperatura (alta e baixa) para manipulação de materiais submetidos a aquecimento ou congelamento. Pode ser reutilizadas. Luvas de nitrila utilizadas nos procedimentos com produtos químicos (ácidos e bases) e em manipulação com animais É proibido abrir portas fazendo uso de luvas. Nas áreas laboratoriais onde existam maçanetas especiais as portas devem ser abertas utilizando os cotovelos. É proibido atender telefone fazendo uso de luvas nas áreas administrativas. Todo material que estiver no laboratório, inclusive o telefone, deve ser manuseado com luvas. Quando apresentar ferimentos nas mãos, antes de iniciar o trabalho cubra-o e faça uso de duas luvas. 4.8.3 Máscara Máscara cirúrgica: utilizada para coleta. Máscara com visor: utilizada nos setores de Microbiologia de água, Bioquímica/Hematologia, Parasitologia/Entomologia, Virologia, Sorologia, Processamento de amostras. Máscara com filtro para particulados classe PFF-2 com formato em concha: utilizada nos setores de Micobacteriologia, Bacteriologia, Micologia, Microbiologia de alimentos, Recepção de Amostras, Biologia Molecular e Zoonoses. Máscara com proteção contra vapores orgânicos em baixas concentrações, constituída de 4 camadas: utilizada no setor de Higienização. Respirador semi-facial com válvula de exalação e cartucho: utilizada para pesagem de substâncias sólidas (para o preparo de meio de cultura) e nos procedimentos com produtos químicos. 4.8.4 Óculos de proteção Utilizados nos procedimentos que geram grandes quantidades de aerossóis e risco de respingo, como nos setores: Virologia (Biologia molecular), Bacteriologia, Micobacteriologia e Raiva (necropsia e infectório). 4.9 REGRAS GERAIS PARA USO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA Os equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) são utilizados para minimizar a exposição dos trabalhadores aos riscos e, em caso de acidentes, reduzir suas conseqüências. 4.9.1 Cabine de segurança biológica Utilizada principalmente para testes de laboratório clínico e microbiológico em geral, trabalhos com patógenos. O manuseio deve obedecer aos respectivos POP presentes nos setores. 4.9.2 Câmara de fluxo laminar horizontal Utilizada principalmente para preparo de meios de cultura e de soluções estéreis. 4,9.3 Capela de exaustão química Utilizada para manuseio com substâncias químicas, devendo obedecer aos critérios estabelecidos nos POP analíticos dos setores. 4.9.4 Chuveiro de emergência Utilizado em caso de acidentes em que haja projeção de grande quantidade de substâncias químicas sobre o profissional. O jato de água deve ser forte para possibilitar a remoção imediata da substância reduzindo os danos para o indivíduo. A alavanca que aciona o jato de água deve estar a uma altura que qualquer pessoa possa acioná-la. Deve ser vistoriado o seu funcionamento e registrado. 4.9.5 Lava-olhos ou duchas Utilizado em caso de acidentes na mucosa ocular. O jato de água deve ser forte e dirigido aos olhos, para possibilitar a remoção imediata da substância. Deve ser vistoriado o seu funcionamento e registrado. 5. CONSIDERAÇÕES GERAIS 5.1 Classificação dos agentes biológicos segundo sua periculosidade em cinco grupos de risco Grupo 1: agentes não relacionados com agravos à saúde de humanos adultos saudáveis. Grupo 2: agentes relacionados com doenças humanas que raramente são graves e para os quais se dispõe de intervenções preventivas e/ou terapêuticas. Grupo 3: agentes relacionados com doenças humanas graves ou letais para os que se dispõe de intervenções preventivas ou terapêuticas (elevado risco individual, baixo risco para comunidade). Grupo 4: agentes que provavelmente causam doenças humanas graves ou letais e para os que normalmente não se dispõe de ações preventivas ou terapêuticas (alto risco individual e alto para a comunidade). Grupo 5: o risco de causar doença animal grave e de disseminação no meio ambiente é alto. Aplica-se a agentes, de doença animal, não existentes no país e que, embora não sejam patogênicos de importância para o homem, podem gerar graves perdas econômicas e na produção de alimentos. Os agentes dessa classe devem ter sua importação proibida e, caso sejam identificados ou suspeitada sua presença no país, devem ser manipulados em laboratórios de contenção máxima, ou seja, NB-4. Anexo 7 - Classificação de agentes com base em seu risco biológico, segundo as diretrizes gerais para o trabalho em contenção com material biológico do Ministério da Saúde 2006 Agente etiológico Compreende os agentes biológicas não incluídos nas classes de risco 2, 3 e 4 e que não demonstraram capacidade comprovada de causar doença no homem ou em animais sadios. A não classificação de agentes nas classes de risco 2, 3 e 4 não implica na sua inclusão automática na classe de risco 1. Para isso deverá ser conduzida uma avaliação de risco, baseada nas propriedades conhecidas e/ou potenciais desses agentes e de outros representantes do mesmo gênero ou família. Classificação CLASSE DE RISCO 1 AGENTES BACTERIANOS, INCLUINDO CLAMÍDIAS E RICKETTSIAS Acinetobacter baumannii (anteriormente Acinetobacter calcoaceticus) Actinobacillus spp Actinomadura madurae, A. pelletieri Actinomyces spp, A. gerencseriae, A.israelli, Actinomyces pyogenes (anteriormente Corynebacterium pyogenes) Aeromonas hydrophila Amycolata autotrophica Archanobacterium haemolyticum (anteriormente Corynebacterium haemolyticum) Bacteroides fragilis Bartonella (Rochalimea) spp, .B. bacilliformis, B. henselae, B. vinsonii, B. Quintana, Borrelia spp, B. anserina, B.burgdorferi, B. duttoni, B. persicus, B. recurrentis,B. theileri, B.vincenti Bordetella bronchiseptica, B. parapertussis, B. pertussis Burkholderia spp (Pseudomonas), exceto aquelas inseridas na classe 3 Campylobacter spp, C.septicum, C. coli, C. fetus, C. jejuni Cardiobacterium hominis Chlamydia pneumoniae, C. trachomatis Clostridium spp, (C. chauvoei , C. haemolyticum, C. histolyticum, C. novyi, C. perfringens, C. tetani, C. septicum) Corynebacterium spp, C. diphtheriae, C. equi, C. haemolyticum, C. minutissimum,C.pyogenes, C. pseudotuberculosis, C. renale Dermatophilus congolensis Edwardsiella tarda Ehrlichia spp, Ehrlichia sennetsu (Rickettsia sennetsu) Eikenella corrodens Enterobacter aerogenes/cloacae Enterococcus spp Erysipelothrix rhusiopathiae Escherichia coli (todas as cepas enteropatogênicas, enterotoxigênicas, enteroinvasivas e cepa detentoras do antígeno K 1). Haemophilus ducreyi, H. infl uenzae Helicobacter pylori Klebsiella (todas as espécies) Legionella, incluindo a L. pneumophila Leptospira interrogans (todos os sorotipos) Listeria spp CLASSE DE RISCO 2 CLASSE DE RISCO 2 Moraxella spp Mycobacterium. asiaticum M.avium, M.bovis BCG vacinal, M. intracellulare, M. cheloni, M. fortuitum, M. kansasii, M. leprae, M.malmoense, M. marinum, M. paratuberculosis, M. scrofulaceum, M. simiae,M. szulgai, M. xenopi,. Mycoplasma caviae,M. hominis, M. pneumoniae Neisseria gonorrhoea, N. meningitidis Nocardia asteróides, N. brasiliensis, N. otitidiscaviarum, N. transvalensis, N. farcinica, N. nova Pasteurella spp, P. multocida Peptostreptococcus anaerobius Plesiomonas shigelloides Porphyromonas spp Prevotella spp Proteus mirabilis, P. penneri, P. vulgaris Providencia spp, P. alcalifaciens, P. rettgeri Rhodococcus equi Salmonella ssp (todos os sorovares) Serpulina spp Shigella spp.(S. boydii, S. dysenteriae , S. fl exneri, S. sonnei) Sphaerophorus necrophorus Staphylococcus aureus Streptobacillus moniliformis Streptococcus spp, S. pneumoniae, S. pyogenes, S. suis Treponema spp, T. carateum, T. pallidum, T. pertenue Vibrio spp, V. cholerae 01 e 0139, V. vulnificus, V. parahaemolyticus Yersinia spp, Y. enterocolitica, Y. pseudotuberculosis PARASITAS: Acanthamoeba castellani Ancylostoma humano e animal, incluindo A. duodenale, A. ceylanicum Angiostrongylus spp, A. cantonensis, A. costaricensis Ascaris, A. lumbricoides, A. suum Babesia, incluindo B. microti, B. divergens Balantidium coli Brugia, incluindo B. malayi, B. timori, B. pahangi Capillaria spp, C. philippinensis Clonorchis sinensis, C. viverrini Coccidia Cryptosporidium spp, C. parvum Cyclospora cayetanensis Cysticercus cellulosae (cisto hidático, larva de T. solium) Dactylaria galopava (Ochroconis gallopavum) Dipetalonema streptocerca Diphyllobothrium latum Dracunculus medinensis Echinococcus, incluindo E. granulosus, E. multilocularis, E. vogeli Emmonsia parva var. crescens, Emmonsia parva var. parva Entamoeba histolytica Enterobius spp Fasciola spp ,F. gigantica,F. hepatica Fasciolopsis buski Fonsecaea compacta, F. pedrosoi Giardia spp, Giardia lamblia (Giardia intestinalis) Heterophyes Hymenolepis spp,H. diminuta, H. nana Isospora spp Leishmania spp, L. major, L. mexicana, L. peruvania, L. tropica, L. ethiopia, CLASSE DE RISCO 2 L. brasiliensis, L. donovani Loa loa Madurella grisea, M. mycetomatis Mansonella ozzardi, M. perstans Microsporidium spp Naegleria fowleri, N. gruberi Necator, incluindo N. americanus Onchocerca, O. volvulus Opisthorchis (todas as espécies) Paragonimus westermani Plasmodium spp hunano e símios P. cynomolgi, P. falciparum, P.malariae, P. ovale, P. vivax Sarcocystis, incluindo S. suihominis Scedosporium apiospermum (Pseudallescheria boidii), Scedosporium prolifi cans(infl atum) Schistosoma haematobium, S. intercalatum, S. japonicum, S. mansoni, S. mekongi Strongyloides, incluindo S. stercoralis Taenia solium, T. saginata Toxocara, incluindo T. canis Toxoplasma, incluindo T. gondii Trichinella spiralis Trichuris trichiura Trypanosoma, incluindo T. brucei brucei, T.brucei gambiense, T. brucei rhodesiense, T.cruzi Wuchereria bancrofti FUNGOS: Aspergillus fl avus, A. fumigatus Blastomyces dermatitidis Candida albicans, C. tropicalis Cladophialophora carrioni (Cladosporium carrioni), Cladophialophora bantiana (Xylophora bantiana, Cladosporium bantianum ou C. trichoides) Cryptococcus neoformans, Cryptococcus neoformans var. gattii (Filobasidiella bacillispora), Cryptococcus neoformans var. neoformans (Filobasidiella neoformans var. neoformans) Emmonsia parva var. crescens, Emmonsia parva var. parva Epidermophyton spp, E. fl occosum Exophialla dermatitidis Fonsecaea compacta, F. pedrosi Madurella spp, M. grisea, M. mycetomatis Microsporum spp.,M. canis, M. aldouinii Neotestudina rosatii Paracoccidioides brasiliensis (na fase de esporulação apresenta maior risco de infecção) Penicillium marneffei Pneumocystis carinii Scedosporium apiospermum (Pseudallescheria boidii), Scedosporium prolifi cans (inflatum) Sporothrix schenckii Trichophyton spp, Trichophyton rubrum FUNGOS EMERGENTES E OPORTUNISTAS: Acremonium falciforme, A. kiliense,A. potronii, A. recifei, A. roseogriseum Alternaria anamorfo de Pleospora infectoria Aphanoascus fulvescens Aspergillus amstelodami, A. caesiellus, A. candidus, A. carneus, A. glaucus, CLASSE DE RISCO 2 A. oryzae, A. penicillioides, A. restrictus, A. sydowi, A. terreus, A. unguis, A. versicolor. Beauveria bassiana Candida pulcherrima, C. lipolytica, C. ravautii, C. viswanathii Chaetomium spp Chaetoconidium spp Chaetosphaeronema larense Cladosporium cladosporioides Conidiobolus incongruus Coprinus cinereus Cunninghamella geniculata Curvularia pallescens, C. senegalensis Cylindrocarpon tonkinense Drechslera spp Exophiala moniliae Fusarium dimerum, F. nivale Geotrichum candidum Hansenula polymorpha Lasiodiplodia theobromae Microascus desmosporus Mucor rouxianus Mycelia sterilia Mycocentrospora acerina Oidiodendron cerealis Paecilomyces lilacinus, P. viridis, P. variotii Penicillium chrysogenum, P. citrinum, P. commune, P. expansum, P. spinulosum Phialophora hoffmannii, P. parasitica, P. repens Phoma hibernica Phyllosticta spp, P. ovalis Pyrenochaeta unguis-hominis Rhizoctonia spp Rhodotorula pilimanae, R. rubra Schizophyllum commune Scopulariops acremonium, S. brumptii Stenella araguata Taeniolella stilbospora Tetraploa spp Trichosporon capitatum Tritirachium oryzae Volutella cinerescens VÍRUS: Adenovirus humanos (todos os tipos) Arenavirus do Velho Mundo: vírus Ippy, Mobala, coriomeningite linfocitária(amostras não neurotrópicas). Arenavirus do Novo Mundo (complexo Tacaribe): vírus Amapari, Latino, Paraná, Pichinde, Flechal Astrovirus, todos os tipos Birnavirus, incluindo Picobirnavirus, Picotrinavirus. Bunyavirus incluindo Grupo Anopheles A (Arumateua, Caraipé, Lukuni, Tacaiuma, Trombetas, Tucurui); Grupo Bunyamwera (Iaco, Kairi, Macauã, Maguari, Sororoca, Tucunduba, Taiassuí, Xingu) ; Grupo da encefalite da Califórnia (La Crosse, Snow hare, San Angelo, Tahyna, Lumbo, Inkoo); Grupo Melão (Jamestown Canyon, South River, Keystone, Serra do Navio, Trivittatus, Guaroa; Grupo C (Apeu, Caraparu, Itaqui, Marituba, Murutucu, Nepuyo, Oriboca; Grupo Capim (Capim, Acara, Benevides, Benfica, Guajará, Moriche); Grupo Guamá (Ananindeua, Bimiti, Catú, Guamá, Mirim, CLASSE DE RISCO 2 Moju, Timboteua). Grupo Simbu (Jatobal, Oropouche, Utinga); vírus Turlock, Belém, Mojuí dos Campos, Pará e Santarém. Hantavirus incluindo Prospect Hill, Puumala e demais hantavírus, exceto as classifi cadas no nível 3 Nairovirus incluindo Hazara Phlebovirus incluindo vírus Alenquer, Ambé, Anhangá, Ariquemes, Belterra, Bujarú, Candirú, Icoarací, Itaituba, Itaporanga, Jacundá, Joa, Mo-rumbi, Munguba, Oriximina, Pacuí, Serra Norte, Tapará, Turuna, Uriurana, Urucuri , Napoles, Toscana, Uukuvírus, Calicivirus incluindo hepatite E, agente de Norwalk e demais vírus do grupo. Coronavirus incluindo vírus humanos, gastroenterite de suínos, hepatite murina, Coronavirus bovinos, peritonite infecciosa felina, bronquite infecciosa aviária, Coronavirus de caninos, ratos e coelhos. Flavivirus incluindo vírus Dengue tipos 1,2,3 e 4, vírus da Febre Amarela vacinal, West Nile, Kunjin, Bussuquara, Cacipacoré, Ilhéus, encefalite de São Luís Hepadnavirus incluindo vírus da Hepatite B/ vírus Delta Herpes-vírus incluindo Citomegalovirus, Herpes simplex 1 e 2, vírus Epstein-Barr, Varicela-Zoster, Herpes-vírus tipo 6- HHV6, Herpes-vírus tipo7- HHV7, Herpes-vírus tipo 8 – HHV8 Orthomyxovirus incluindo vírus da Infl uenza A, B e C. Orthomyxovirus transmitidos por carrapatos: vírus Dhori e Thogoto. Papovavirus, todos os tipos, incluindo vírus BK e JC, vírus do Papiloma humano, vírus Símio 40 (SV40) Paramyxovirus incluindo vírus do Sarampo, Cachumba, Nipah, Parain-fl uenza 1, 2, 3 e 4, vírus Respiratorio Sincicial , Pneumovírus e doença de New-Castle, exceto amostras asiáticas, classifi cadas no nível 5. Parvovirus incluindo Parvovirus humano B-19. Picornavirus incluindo vírus da Poliomielite, vírus da conjuntivite hemorrágica aguda ( AHC ), vírus Coxsackie, vírus ECHO, Rhinovírus, vírus da hepatite A. Poxvirus incluindo Cowpox e vírus relacionados isolados de felinos domésticos e de animais selvagens, nódulo do ordenhador, Cotia, Molusco contagioso, Buffalopox, vírus Orf, Vaccínia, Yatapox ( Tana e Yaba ), Parapoxvírus, Poxvírus de caprinos, suínos e aves, Myxoma. Rhabdovirus incluindo vírus da Raiva (amostras de vírus fixo), Grupo da Estomatite Vesicular (Indiana VSV-1, Cocal VSV 2, Alagoas VSV 3, Maraba VSV 4 , Carajás, Juruna, Marabá, Piry), Grupo Hart Park (Hart Park, Mosqueiro), Grupo Timbó (Timbó, Chaco, Sena Madureira), Grupo Mussuril (Cuiabá, Marco) vírus Duvenhage, Aruac, Inhangapi, Xiburema. Reovirus incluindo Orthoreovirus tipos 1, 2 e 3, Coltivirus, Rotavirus, Orbivirus, Reovirus isolados na Amazônia dos grupos Changuinola e Corriparta, vírus Ieri, Itupiranga e Tembé.Togavirus/Alfavirus incluindo vírus Bebaru, O’nyongnyong, Chikungunya, Ross River, Semliki, encefalite equina Venezuela (amostra TC 83 ),encefalomielite equina ocidental, encefalomielite equina oriental, Aurá,Mucambo, Mayaro, Pixuna, Una. Togavirus/Rubivirus incluindo o vírus da Rubéola. Vírus da hepatite E VÍRUS ONCOGÊNICOS DE BAIXO RISCO: Adeno 7-Simian virus 40 (Ad7-SV40) Adenovirus 1 aviário (CELO vírus ) Herpes-vírus de cobaias Lucke vírus de rãs Mason-Pfizer símio vírus Polyoma vírus Rous sarcoma vírus CLASSE DE RISCO 2 Shope fibroma vírus Shope papilloma vírus Vírus da Doença de Marek Vírus da Leucose Bovina enzoótica Vírus da Leucemia de Hamsters Vírus da Leucemia de Murinos Vírus da Leucemia de Ratos Vírus da Leucose Aviária Vírus do Papiloma Bovino Vírus do Sarcoma Canino Vírus do Sarcoma de Murinos Vírus do Tumor Mamário de Camundongo VÍRUS ONCOGÊNICOS DE RISCO MODERADO: Adenovirus 2 - Simian vírus 40 (Ad2-SV40) Vírus de Epstein-Barr (EBV) Vírus da Leucemia de Gibões (GaLV) Vírus da Leucemia Felina (FeLV) Vírus do Sarcoma Felino (FeSV) Vírus do Sarcoma de Símios (SSV) - 1 Vírus Yaba AGENTES BACTERIANOS INCLUINDO RIQUÉTSIAS: Bacillus anthracis Bartonella (todas as espécies) Brucella (todas as espécies) Burkholderia mallei (Pseudomonas mallei), Burkholderia pseudomallei (Pseudomonas pseudomallei) Chlamydia psittaci Clostridium botulinum Coxiella burnetii Escherichia coli, cepas verotoxigênicas como 0157:H7 Francisella tularensis (tipo A) Hemophilus equigenitalis M. bovis (todas as cepas, exceto a BCG), M. tuberculosis Pasteurella multocida tipo B (amostra buffalo e outras cepas virulentas) Rickettsia akari, R. australis, R. canadá, R. conorii, R. montana, R. prowaze-ckii, R. rickettsii, R.siberica, R. tsutsugamushi, R. typhi (R. mooseri) Yersinia pestis PARASITAS: Nenhum FUNGOS: Coccidioides immitis (culturas esporuladas; solo contaminado) Histoplasma capsulatum (todos os tipos, inclusive a variedade duboisii) VÍRUS E PRIONS: Arenavirus do novo Mundo incluindo vírus Flexal1 exceto os listados na classe de risco 2 e 4 Arenavirus do Velho Mundo incluindo Linfocoriomeningite (amostras neurotropicas) Flavivirus incluindo vírus da Febre Amarela não vacinal, Murray Valley, Encefalite Japonesa B, Powassan, Rocio, Sal Vieja, San Perlita, Spondweni exceto os listados na classe de risco Hantavirus incluindo vírus Andes, Juquitiba, Dobrava (Belgrado), Hanta-an, Seoul, Sin Nombre, outras amostras do grupo isoladas recentemente. Herpesvírus incluindo Rhadinovirus (Herpesvírus de Ateles, Herpesvírus de Saimiri) Oncornavirus C e D Prions incluindo Agentes de encefalopatias espongiformes transmissíveis: CLASSE DE RISCO 3 CLASSE DE RISCO 3 encefalopatia espongiforme bovina, scrapie e outras doenças animais relacionadas, doença de Creutzfeldt-Jakob, insonia familiar fatal, síndrome de Gerstmann-traussler-Scheinker, Kuru. Retrovírus incluindo vírus da imunodefi ciência humana HIV-1 e HIV-2, vírus linfotrópico da célula T do adulto HTLV-1 e HTLV-2, vírus de primatas não-humanos Togavirus: Encefalite equina Venezuela (exceto a amostra vacinal TC-83) Vírus da Raiva amostras de rua (Lyssavirus) AGENTES BACTERIANOS INCLUINDO RIQUÉTSIAS Cowdria ruminatium (heart water) FUNGOS: Nenhum. PARASITAS: Theileria annulata, T.bovis, T. hirci, T. parva e agentes relacionados VÍRUS E MICOPLASMAS: Arenavirus agentes de febres hemorrágicas do Velho Mundo(Lassa) e do Novo Mundo (Guanarito, Junin, Machupo, Sabiá, e outros vírus relacionados). Encefalites transmitidas por carrapatos (vírus da encefalite primavera-verão russa, vírus da febre hemorrágica de Omsk vírus da floresta de Kyasanur). Filovirus: incluído vírus Marburg, Ebola e outros vírus relacionados. Herpesvírus do macaco (vírus B) Nairovirus agente de febre hemorrágica(Criméia-Congo) Varíola major e alastrim Varíola do macaco (monkey-pox) Varíola do camelo (camel-pox) Vírus da aftosa com seu diversos tipos e variantes Vírus da cólera suína Vírus da doença de Borna Vírus da doença de New-Castle (amostras asiáticas) Vírus da doença de Teschen Vírus da doença hemorrágica de coelhos Vírus da doença Nairobi do carneiro e vírus relacionados como Ganjam e Dugbe Vírus da enterite viral dos patos, gansos e cisnes Vírus da febre catarral maligna de bovinos e cervos Vírus da hepatite viral do pato tipos 1, 2 e 3 Vírus da lumpy skin Vírus da doença vesicular do suíno Vírus da febre do vale do Rift Vírus da febre efêmera de bovinos Vírus da febre petequial infecciosa bovina Vírus da peste eqüina africana Vírus da peste dos pequenos ruminantes Vírus da peste bovina Vírus da peste suína africana Mycoplasma agalactiae (caprinos e ovinos) Mycoplasma mycoides mycoides (pleuropneumonia bovina) CLASSE DE RISCO 4 CLASSE DE RISCO 4 Anexo 8 - Organograma da Coordenação de Imunizações e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis Comissão Estratégia para o Fortalecimento das Ações de Imunizações e Vigilância Epidemiológica Doenças Preveníveis por Vacina 01 Representante de cada Área Temática (Informação P.E.I, Vigilância Epidemiológica ) Componentes: Roberto, Márcia, Selma, Amparo, Fátima e Rosilda Coordenação de Imunizações - Fátima Guirra - Maria do Amparo - Gladys Esther - Valneide Ruvenal - Sônia Marques Planejamento e Monitoramento das Doenças Imunopreveníveis - Selma - Enildes Sub-Coordenação Doenças e Agravos Preveníveis por Vacina PAF – Julio Doenças Exantemáticas– Jaguacyra/ Adriana/ Jaciara/ Izauri Tétano Neonatal e Acidental– Raimunda Difteria, Coqueluche e Varicela– Suelena Hepatites Virais– Helena/ Zilma/ Aldacy Meningites – Aline/ Orgalí/ Marylin Influenza – Mazarello Eventos Adversos Pós-Vacinais – Marilda/ Marta Vigilância Profilaxia da Raiva Humana- Fátima/ Edgar/ Debóra/ Lucas Sub-Coordenação Sistema de Informação Rede de Frio - Márcia/ Rita Izidra CRIE e Estratégias de Vacinação Áreas Especiais - Nilda/ Noeme AIU, API, PAIS, EDI, CRIE, EAPV, SINAN E SISTEMA PARALELO Álvaro/ Moacir/ Rosilda/ Julio/ Mõnica/ Jaciara Anexo 9. AÇÃO NO SERVIÇO PRÉ-HOSPITALAR FIXO Salvador e Região Metropolitana Suspeita de infecção do novo subtipo viral Quadro clínico - tosse, febre, dor de garganta e dispnéia Equipe paramentada irá encaminhar o paciente para isolamento respiratório e contato Avaliação clínica inicial do paciente Com sinais de gravidade Adotadas medidas clínicas para estabilizar o quadro do paciente Entrar em contato com a CENTRAL ESTADUAL DE REGULAÇÃO para provável transferência Notificar Vigilância Epidemiológica AÇÃO NO SERVIÇO PRÉ-HOSPITALAR FIXO Anexo 10. Suspeita de infecção do novo subtipo viral Quadro clínico (tosse, febre, dor de garganta e dispnéia) Equipe paramentada irá encaminhar o paciente para isolamento respiratório e contato Avaliação clínica inicial do paciente Com sinais de gravidade Município tem SAMU Município não tem SAMU Adotar medidas clínicas para estabilizar o quadro do paciente Entrar em contato com a CENTRAL DE REGULAÇÃO DO SAMU (192) para provável transferência Entrar em contato com a UNIDADE DE MAIOR COMPLEXIDADE para provável transferência NOTIFICAR A VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Anexo 11. CENTRAL DE REGULAÇÃO Contactua com o Hospital de Referência e garante a vaga CER Providência do Transporte Transporte do Município SAMU Infraero GRAER e outros Anexo 12 AÇÃO NO SERVIÇO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL Chamado 192/193 Caso suspeito? Médico Regulador (MR) Através da sintomatologia (tosse, dor de garganta, febre e dispnéia) e epidemiologia informada irá definir a conduta NOTIFICAR A VIGILÂNCIA EPIDEMÓLÓGICA Conduta 1 O MR irá mandar uma ambulância de suporte básico para Conduta 2 O MR irá mandar uma ambulância de suporte avançado para atendimento SAIDA DA AMBULÂNCIA DA BASE Equipe deverá usar o EPIs, conforme recomendações da CCIH: gorro, mascara N95/N99/N100/PFF2 ou PFF3, avental impermeável, sapato fechado e propé, luvas, proteção ocular ou facial. E lavagem das mãos ou fricção com álcool gel a 70% Avaliação do paciente pela equipe informar para o médico regulador o quadro clínico. MR deverá entrar em contato com a unidade de destino Encaminhamento do paciente para a unidade de destino Anexo 13. Chegada da ambulância básica do pré-hospitalar no local de origem do paciente Suspeita de infecção do novo subtipo viral Quadro clínico (tosse, febre, dor de garganta e dispnéia) A equipe deverá usar o EPIs, conforme recomendações da CCIH: gorro,mascara N95/N99/N100/PFF2 ou PFF3, avental impermeável, sapato fechado e propé, luvas, proteção ocular ou facial. Avaliação clínica inicial do paciente e contato com o Médico Regulador (MR) Sem sinais de gravidade Encaminhar o paciente em uso de máscara cirúrgica para a ambulância, com a conduta tomada de acordo com a orientação do MR Unidade de Referência para internação hospitalar Retorno da equipe paramentada para a ambulância, a fim de desprezar os EPIs, e ser realizada a desinfecção da ambulância na unidade de referência Retorno para base ou Atendimento de outro chamado Anexo 14. Assistência Pré-Hospitalar CHEGADA DA AMBULÂNCIA BÁSICA DO INTER-HOSPITALAR NO LOCAL DE ORIGEM DO PACIENTE Suspeita de infecção do novo subtipo viral Quadro clínico (tosse, febre, dor de garganta e dispnéia) A equipe deverá usar o EPIs, conforme recomendações da CCIH: gorro,mascara N95/N99/N100/PFF2 ou PFF3, avental impermeável, sapato fechado e propé, luvas, proteção ocular ou facial. Avaliação clínica inicial do paciente Sem sinais de gravidade Encaminhar o paciente em uso de máscara cirúrgica para a ambulância Unidade de Referência para internação hospitalar Retorno da equipe paramentada para a ambulância, a fim de desprezar os EPIs, e ser realizada a desinfecção da ambulância na unidade de referência Retorno para base ou Atendimento de outro chamado Anexo 15. Assistência Pré-Hospitalar CHEGADA DA AMBULÂNCIA DE SUPORTE AVANÇADO DO INTER-HOSPITALAR NO LOCAL DE ORIGEM DO PACIENTE Suspeita de infecção do novo subtipo viral Quadro clínico (tosse, febre, dor de garganta e dispnéia) A equipe deverá usar o EPIs, conforme recomendações da CCIH: gorro,mascara N95/N99/N100/PFF2 ou PFF3, avental impermeável, sapato fechado e propé, luvas, proteção ocular ou facial. Avaliação clínica inicial do paciente Encaminhar o paciente em uso de máscara cirúrgica para a ambulância. Se necessário, Adotar medidas clínicas para estabilizar o quadro do paciente Na Unidade de Referência para internação hospitalar, transportar o paciente em uso de máscara cirúrgica Retorno da equipe paramentada para a ambulância, a fim de desprezar os EPIs, e ser realizada a desinfecção da ambulância na unidade de referência Retorno para base ou Atendimento de outro chamado Anexo 16. Assistência Pré-Hospitalar HIGIENIZAÇÃO DA AMBULÂNCIA Aviso prévio da chegada da ambulância na unidade de destino do paciente para equipe de higienização ficar de sobreaviso A equipe ainda paramentada deverá descartar os EPI’s utilizados dentro da ambulância e posteriormente lavar as mãos A equipe de higienização deverá usar o EPIs, conforme recomendações da CCIH: gorro,máscara N95/N99/N100/PFF2 ou PFF3, avental impermeável, sapato fechado e propé, luvas cano longo, proteção ocular ou facial Descartar os materiais utilizados em sacos resistentes ou recipientes que evitem vazamentos e resistam as ações de ruptura Desprezar o lixo hospitalar para que seja realizado o processamento Fazer desinfecção da ambulância com álcool a 70% ou hipoclorito de sódio Anexo 17. Equipamentos de proteção individual – EPI Máscaras cirúrgicas não são equipamentos de proteção respiratória, portanto não são certificadas como tal; não protegem adequadamente o usuário exposto aos agentes transmitidos por via respiratória. Máscara de proteção respiratória, tipo respirador, é comumente utilizada para assistência e transporte dos pacientes com doenças transmissíveis por via respiratória. Proteção respiratória individual deve ser usada por pessoas que entram no quarto em que se encontra paciente com diagnóstico ou suspeita da Influenza Aviária; pessoas presentes durante os procedimentos produtores de tosse ou aerossol; pessoas em áreas onde estejam se realizando procedimentos administrativos de controle e onde não seja garantida proteção contra as gotículas infectantes. Essas áreas devem ser identificadas segundo avaliação de riscos realizada pela segurança do trabalho ou pela CCIH. O equipamento de proteção usado nas unidades de saúde para a proteção respiratória deve ser acompanhado de informação sobre: a eficácia dos filtros de respiradores em filtrar aerossóis biológicos, a penetração de líquidos na face, as características do respirador utilizado em conjunto com medidas de controle administrativo e de engenharia, a capacidade de filtrar partículas menores que 1 micra com filtro de eficiência maior ou menor que 95% e de vazão de até 50L/min. A quantidade estimada mínima de 50L/min de ar é considerada satisfatória para o profissional, mesmo durante atividades pesadas. Avaliar a aquisição, considerando a fixação em faces de tamanhos diferentes e de características particulares, podendo ser necessário dispor de respiradores de tamanhos diferentes, e também a facilidade do ajuste facial individual de acordo com os padrões e as práticas de segurança do trabalho para os profissionais. Quando procedimentos operatórios (ou outros que requerem campo estéril) são praticados em pacientes que podem ser portadores de infecções transmitidas por via respiratória, a proteção respiratória a ser usada pelos profissionais deve ter duas funções: proteger o campo estéril da secreção respiratória do profissional e protegê-lo das gotículas infectadas, expelidas pelo paciente ou geradas pelo procedimento. Os respiradores com válvula de exalação não protegem o campo estéril e, por isso, não são indicados para esses procedimentos. Os equipamentos para proteção individual nacional ou importado devem possuir o certificado de aprovação (CA), expedido pelo órgão nacional competente em matéria de Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. Na retirada dos EPIs, tira-se primeiro a luva, depois a proteção corporal (gorro, capa, propé, proteção facial) e por último o respirador, para que não sejam inalados aerossóis decorrentes da retirada dos EPIs. Então lava-se cuidadosamente as mãos. Luvas • As luvas devem ser utilizadas na assistência a pacientes com influenza suspeita ou confirmada para evitar o contato das mãos do profissional com sangue, fluidos corporais, secreções, excreções e mucosas e com isso reduzir o risco de transmissão do vírus da influenza de pacientes infectados para o profissional e de paciente para paciente através das mãos do profissional. • Colocar luvas antes de tocar em mucosas ou pele não íntegra. • Trocar as luvas entre procedimentos em um mesmo paciente após contato com material que possa conter grande concentração de microorganismos. • Retirar as luvas imediatamente após o seu uso, antes de tocar em artigos e superfícies não contaminados e antes de se encaminhar para assistência de outro paciente. • Proceder a higienização das mãos imediatamente após a retirada das luvas, para evitar a transferência de microorganismos para outros pacientes ou ambientes. • Profissionais com feridas abertas nas mãos devem obrigatoriamente utilizar luvas na assistência direta aos pacientes. • A higienização das mãos é imprescindível, mesmo quando luvas são utilizadas. • As luvas não devem ser reprocessadas para reutilização. Máscaras, Proteção para os olhos, Protetor de face O profissional de saúde deve utilizar máscara de proteção respiratória, tipo respirador, para partículas, sem manutenção, com eficácia mínima na filtração de 95% de partículas de até 0,3μ (máscaras N95, N 99, N100, PFF2 ou PFF3), quando: Entrar em quarto com paciente com diagnóstico ou suspeita de influenza; Estiver trabalhando a distância inferior a um metro do paciente com diagnóstico ou suspeita de influenza; Atuar em procedimentos com risco de geração de aerossol. Exemplos: entubação, aspiração nasofaríngea, cuidados em traqueostomia, fisioterapia respiratória, broncoscopia, autópsia envolvendo tecido pulmonar e coleta de espécime clínico para diagnóstico etiológico da influenza. Quando possível, procedimentos com geração de aerossol devem ser realizados apenas em áreas restritas, sem a presença de outros pacientes; Nas duas últimas situações, deverá ser utilizada proteção para os olhos. A máscara e o protetor para os olhos (ou protetores de face) devem ser utilizados para prevenir exposição do profissional a respingo de sangue, secreções corporais e excreções. Procedimento de ajuste: higienizar as mãos; Separar as extremidades do respirador e abri-lo totalmente; Dobrar o clipe nasal formando uma curva suave; Segurar o respirador com a abertura voltada para baixo, expondo os dois elásticos; Usar os dedos, indicador e polegar para separar os dois elásticos; ainda segurando os elásticos com os dedos, encaixar a parte inferior do respirador no queixo; Puxar os elásticos para trás da cabeça; Posicionar o elástico inferior atrás do pescoço e o superior no topo da cabeça; Moldar o clipe nasal pressionando-o firmemente com os dedos; Ajustar bem o respirador, de modo a não deixar fendas que permitam a entrada de ar; Fazer o teste de vedação inalando e exalando várias vezes com determinação (o respirador deve contrair quando se inala e expandir quando se exala); Não deve haver vazamento de ar entre o respirador e o rosto. Caso haja, a mesma deve ser descartada. – TESTE DE AJUSTE DO RESPIRADOR MEIA FACE DESCARTÁVEL. Cuidados com o respirador tipo peça facial filtrante (PFF2) Após o uso da peça semifacial filtrante na presença de pacientes com Influenza aviária, ela deve ser considerada potencialmente contaminada e, por isso, deve ser evitado o toque na sua parte externa. Após deixar o quarto do paciente, a máscara deve ser retirada e descartada e as mãos rigorosamente lavadas ( na antecâmara). Se for necessário o seu reuso, devem-se tomar os cuidados descritos a seguir: Avaliar o uso de barreiras sobre a peça semifacial filtrante (PFF2) (protetor facial, máscara cirúrgica); remover as barreiras logo após deixar o quarto do paciente e higienizar as mãos; descartar as máscaras cirúrgicas e higienizar o protetor facial. Remover a peça semifacial filtrante (PFF2), colocá-la em recipiente plástico e identificá-la para evitar o uso por outra pessoa. Atenção e cuidado são necessários ao colocar a peça semifacial filtrante (PFF2), para assegurar a fixação e evitar o contato com material contaminado que pode estar presente na sua parte externa. Se o estoque da peça semifacial filtrante for insuficiente, o hospital deve considerar o seu reuso enquanto ela não estiver visivelmente suja ou estiver danificada (molhada ou rasgada). Não existem relatos disponíveis sobre o reuso desse equipamento para Influenza aviária. O reuso pode aumentar o potencial de contaminação, mas esse risco deve ser avaliado ante a necessidade da proteção respiratória do profissional. OBS.:Utilizar o protetor facial ou máscara cirúrgica sobre a Máscara de Proteção Respiratória (respirador) para minimizar sua contaminação na reutilização, que deverá ser descartada (máscara cirúrgica) ou feita desinfecção (protetor facial). Analisar a possibilidade de uso de respirador com válvula de exalação. Equipamentos de proteção complementar Os artigos tipo propé e capa são utilizados como proteção assistencial complementar. Para sua aquisição, deve-se atender aos critérios de qualidade referentes à performance e ao tipo de material empregado, além de outros relacionados a custos, o registro de liberação de fabricação e comercialização concedido pelas autoridades sanitárias e o certificado de controle de qualidade (laudo de qualidade expedido pela empresa produtora). Capote/avental Não há dados sobre a eficiência do uso de avental como proteção nos cuidados a pacientes infectados e no seu manuseio, a fim de reduzir a transmissão de patógenos de paciente para paciente ou de objetos para pacientes. Capote de mangas compridas deve ser utilizado na assistência a pacientes com influenza suspeita ou confirmada, para proteger a pele e evitar sujar a roupa durante procedimentos onde é possível a geração de respingos de sangue, fluidos corpóreos, secreções e excreções. Profissionais de saúde devem se certificar que eventuais lesões de pele em braços estejam cobertas com roupa seca. Escolher capote apropriado para a atividade e quantidade de fluido possivelmente envolvida. Remover o capote sujo tão logo quanto possível e proceder a higienização das mãos para evitar transferência de microorganismos para outros pacientes. Proteção para os pés (Sapatos/botas e Propé) Botas ou sapatos são indicados como proteção para os pés em locais úmidos ou com quantidade significativa de material infectante. O uso do propé é indicado para proteção dos sapatos. O propé não é considerado EPI, mas no caso, ele está sendo recomendado como proteção do sapato fechado, para que não seja necessária a troca do sapato a cada contato com o paciente suspeito/confirmado da Influenza Aviária. Indicação de uso dos EPIs Atendimento em ambulatório/urgência/emergência Tipo de procedimento EPIs recomendados Triagem Respirador tipo PFF2 com eficiência de vedação comprovada, para os profissionais do setor. Acrescentar: sapato fechado e propé, capa impermeável, proteção ocular ou facial, gorro e luvas para procedimento não cirúrgicos para aqueles que vão examinar pacientes ou lhes prestar cuidados diretos. Caso haja suspeita da Influenza aviária, colocar o paciente em local separado dos demais ou em uma distância de três metros ou em uso de máscara descartável tipo cirúrgica. Atendimento em transporte terrestre Tipo de procedimento EPIs recomendados Transporte terrestre Para os profissionais de saúde e acompanhante, respirador com eficiência de vedação comprovada (citada anteriormente), sapato fechado e propé, capa impermeável, proteção ocular ou facial, gorro e luvas para procedimento não cirúrgicos. No caso do motorista, utilizar o mesmo tipo de respirador nas situações em que houver contato próximo com o paciente. Procedimentos geradores de aerossóis Tipo de procedimento Nebulização, aspiração etc. EPIs recomendados broncoscopia, Respirador tipo PFF2 com protetor facial, ou peça facial inteira com filtro P2, ou respirador motorizado com capuz e filtro P3, sapato fechado com propé, gorro, luvas, capa impermeável. Caso os EPIs de proteção respiratória não sejam individuais, devem ser higienizados entre um uso e outro e o filtro, trocado. Avaliar o uso de respirador com válvula de exalação, para maior conforto do usuário. Atendimento hospitalar Tipo de procedimento Atendimento intensivo intermediário EPIs recomendados Respirador tipo PFF2 com eficiência de vedação comprovada, esapato fechado e propé, capa impermeável, proteção ocular ou facial, gorro e luvas para procedimento não cirúrgicos, para aqueles que vão examinar pacientes ou lhes prestar cuidados diretos. Procedimentos de higiene ambiental Tipo de procedimento EPIs recomendados Respirador tipo PFF2, óculos de segurança ou protetor facial, sapato Higiene do local de permanência fechado com propé, luvas cano longo, capa de polipropileno, gorro e do paciente de Influenza avental de napa. Pode ser utilizado respirador de com válvula de exalação, para maior conforto do usuário. Procedimentos de manutenção Tipo de procedimento EPIs recomendados Serviços de manutenção (limpeza de filtros, conserto deRespirador tipo PFF2, óculos de segurança ou protetor facial, sapato equipamentos utilizados nofechado com propé, luvas cano longo, capa impermeável, gorro. quarto dos pacientes etc.). Procedimentos de limpeza e desinfecção de material Tipo de procedimento EPIs recomendados Lavagem do material contaminado utilizado nosRespirador tipo PFF2, protetor facial, luvas cano longo, sapato cuidados aos pacientes comfechado com propé, gorro, capa impermeável e avental em napa Influenza. Procedimentos de cuidados domiciliares Tipo de procedimento Cuidados domiciliares EPIs recomendados Respirador tipo PFF2, protetor facial, luvas para procedimentos não cirúrgicos, gorro, capa impermeável, sapato fechado e propé para cuidados diretos com o paciente. Nas situações em que o paciente estiver próximo de qualquer pessoa (menos de três metros) e não tiver condições de utilizar a máscara cirúrgica, é indicado o uso de lenços de papel descartáveis. Figura 2 - Fluxo para o uso de EPIs Equipamentos de Proteção Individual- EPIs TODOS os profissionais que adentram o quarto ou assistem o paciente devem usar EPI Incluir pessoal de higiene, laboratório, radiologia, familiares, visitantes) MÁSCARAS, PROTEÇÃO PARA OLHOS E FACE E GORRO uso individual . CAPOTE/AVENTALusar SEMPRE que assistir/cuidar do paciente Usar para prevenir contato com pele não íntegra, mucosas, sangue, secreções, excreções do paciente. usar SEMPRE em procedimentos que possam gerar aerossóis ( aspiração, entubação, broncoscopia..) -e/ou procedimentos passíveis de -respingos no profissional de saúde. . Usar para proteger a pele e evitar a contaminação das roupas do pessoal hospitalar Retirar as luvas imediatamente após uso. Usar máscara de proteção respiratória do tipo N95, N99, N100, PFF2 ou PFF3 LUVAS usar SEMPRE que assistir/cuidar do paciente. Descartar ainda no quarto. SEMPRE que adentrar o quarto ou cuidado próximo ao paciente (distância inferior a 1m). Retirar no quarto Lavar as mãos. Devem ser de mangas compridas e ser descartável (preferência) Retirar o capote imediatamente após uso/cuidado assistencial Descartar ainda no quarto. Figura 3- Sequência do uso de EPI Seqüência do uso de EPI Colocar Retirar 1º 1º Higiene das mãos 2º 2º touca Capote 3º 3º óculos Capote mascara 4º 4º touca 5º óculos 6º luvas 5º 6º 7º (BRASIL,2006) luvas Higiene das mãos mascara Higiene das mãos Anexo 18. Procedimentos para higiene das mãos Recomendações específicas para higiene das mãos Situação das mãos Higiene com Higiene com Fricção água e água e sabão com sabão antimicrobian álcool neutro o gel Antisepsia cirúrgica Visivelmente sujas ou contaminadas com secreção, sangue ou outros fluidos corporais. sim Sim não – Antes do contato direto com o paciente e seus pertences e ambiente próximo, bem como na entrada e saída do quarto. sim – sim – Antes de inserir cateteres urinários, vasculares, periféricos ou outros artigos invasivos que não requerem técnica cirúrgica. sim Sim sim – Após contato com pacientes de pele íntegra, ao verificar o pulso ou a pressão arterial e realizar exame físico. sim – sim – Não estando visivelmente sujas, após contato com fluidos corporais ou excreções, membranas mucosas, pele não íntegra e curativo de feridas. – Sim sim – Não estando visivelmente sujas, entre cuidados com o mesmo paciente quando passar de um sítio contaminado para um sítio limpo. – Sim sim – Após contato com objetos inanimados (incluindo equipa-mentos médicos) que estejam nas áreas próximas ao paciente. sim – sim – Após remoção das luvas. sim – – – Antes de alimentar-se. sim – – – Figura 4. Fluxo de higiene das mãos com água e sabão REMOVER ANÉIS, PULSEIRAS E ERELÓGIO REMOVER ANÉIS, PULSEIRAS RELÓGIO APROXIMA APROXIMA S - ESE DADA R R PIA PIA DOMINANT ABRIR ABRIR TORNEIRA TORNEIRA COMCOM A MÃO A MÃO NÃO NÃO DOMINANT MOLHAR MOLHAR AS AS LICAR O SABÃO NEUTRO NA PALMA DA APLICAR O SABÃO NEUTRO NA PALMA DA MÃ MÃOS ATINGINDO ESFREGAR PALMA,AS DORSO, MÃOS ATINGINDO ESPAÇOS INTERDIGITAIS, PALMA, DORSO, ESPAÇOS INTERDIGITAIS, LATERAIS, DEDOS LATERAIS, E SUASDEDOS EXTREMIDADES E SUAS EXTREMIDADES E E PUNHOS. ENXAGUAR ENXAGUAR COM ÁGUACOM ÁGUA ECAR COM PAPEL TOALHA SECAR COM DESCARTÁVEL PAPEL TOALHA FECHAR A TORNEIRA FECHAR ACOM TORNEIRA O PAPEL COM O PAPEL TOALHA TOALHA FI Figura 5. Fluxo de Higiene com álcool gel 70% Anexo 19. Transporte Interno de Pacientes Restringir o transporte do paciente Se indispensável Colocar máscara cirúrgica no paciente e de proteção em toda equipe que o acompanha. Proceder a desinfecção do ambiente para o qual o paciente foi transportado, com hipoclorito de sódio a 1%, durante 10 minutos ou álcool a 70% -3 aplicações. Anexo 20. Higiene do ambiente Todos os profissionais devem ser treinados para aplicar medidas de controle de infecção, de acordo com a política de isolamento e biossegurança definida neste plano. O colaborador de higiene que trabalhar na área destinada a doentes com influenza aviária deve ficar exclusivo a essa área. Na unidade em que haja paciente com suspeita ou confirmação da influenza aviária, a limpeza e a desinfecção de todo o ambiente, incluindo superfícies fixas e móveis, devem ser intensificadas. Os profissionais devem utilizar como EPI o protetor ocular, respirador e outras proteções complementares tais como luvas de procedimento, de uso geral, avental manga longa, sapato fechado e propé. As áreas de assistência a pacientes, incluídas as superfícies fixas horizontais e verticais – teto, parede, janela, porta, piso, bancadas –, as superfícies móveis – cama, mesa de cabeceira, sofá –, os acessórios – escadinha e suporte de soro –, devem ser limpas e desinfetadas rotineiramente, utilizando-se como desinfetante hipoclorito de sódio na concentração de 200ppm ou 0,02% se ausente material orgânico ou fluidos corporais. Utilizar hipoclorito de sódio na concentração de 10.000ppm ou 1% na presença de matéria orgânica ou fluidos corporais, seguindo a técnica de desinfecção localizada. O álcool etílico 70% em peso/volume deve ser utilizado em artigos ou superfícies fixas ou móveis para os quais é contra-indicado o uso do hipoclorito de sódio, como, por exemplo, metais (ver Ministério da Saúde/ Secretaria de Assistência a Saúde/ Departamento de Assistência e Promoção a Saúde/ Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar. Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde. 2. ed. Brasília, 1994 ou outras que a substituam). Equipamentos e ferramentas de trabalho devem ser separados e limpos/desinfetados de acordo com as instruções do fabricante e/ou as normas internas da CCIH. As roupas dos colaboradores de higiene que estejam assistindo indiretamente os pacientes com influenza aviária devem ser lavadas na lavanderia da instituição. Soluções químicas Desinfetante à base de hipoclorito de sódio estabilizado com 1% de cloro ativo é indicado para desinfecção de nível médio com ação contra bactérias, fungos, vírus e bacilo da tuberculose. Álcool etílico 70% em peso/volume, é indicado para desinfecção de nível intermediário, com ação contra bactérias, fungos e vírus. Tipos e métodos de limpeza e desinfecção Tipos de limpeza e desinfecção: diária; geral, mais intensa, realizada semanal, quinzenal, mensalmente ou de acordo com as reais necessidades da unidade do paciente; concorrente/ localizada, realizada de acordo com uma necessidade específica; terminal, após a saída do paciente. Métodos de limpeza e desinfecção: manual – usam-se panos, esponjas e escovas; mecânico – pela fricção com auxílio de ferramentas de trabalho e equipamentos; químico – utilizam-se soluções químicas; úmido – utiliza-se pequena quantidade de água ou produto químico; molhado – utiliza-se água ou produto químico em abundância. Limpeza e desinfecção de mobiliários, equipamentos e veículos Cabe ao serviço de higiene, a limpeza e desinfecção dos equipamentos e móveis que se encontram na unidade do paciente e nos vários serviços e unidades do hospital. Quanto aos artigos médico hospitalares, a sua responsabilidade se restringe a aparadeiras, papagaios, escarradeiras e outros considerados não-críticos. Cabe ao serviço de higiene, a limpeza e desinfecção de ambulâncias e de outros veículos automotores identificados para uso da unidade. Procedimentos de limpeza para ambulância: retirar maca e equipamentos móveis; limpar o teto com água e sabão; limpar as paredes de cima para baixo com água e sabão; limpar os equipamentos fixos e móveis; limpar o piso com água e sabão sempre em direção à saída; repetir toda a técnica utilizando hipoclorito de sódio (passar com pano úmido); manter a ambulância aberta para eliminar os odores. Figura 6. Passos sequenciais do processo de desinfecção localizada ou descontaminação de superfícies em estabelecimentos de saúde. SUPERFÍCIES COM PRESENÇA DE MATÉRIA ORGÂNICA DESINFECÇÃO 1ª OPÇÃO DESCONTAMINAÇÃO 2ª OPÇÃO RETIRAR MATÉRIA ORGÂNICA COM PANO OU PAPEL APLICAR O DESINFETANTE APLICAR O PRODUTO APÓS TEMPO DE AÇÃO, REMOVER DESINFETANTE DA ÁREA APÓS TEMPO DE AÇÃO RETIRAR PRODUTO/RESÍDUO COM PANO OU PAPEL LIMPAR COM ÁGUA E SABÃO O RESTANTE DA ÁREA SECAR SUPERFÍCIES Fonte: Norma de Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde, M.S., 1994. (adaptação). FIM Anexo 21. Processamento de artigos hospitalares Utilizar artigos de uso exclusivo no paciente com influenza (termômetro, estetoscópio, esfignomanômetro). Na impossibilidade Limpar e desinfetar estes artigos antes de serem usados em outro paciente. Cobrir o esfignomanômetro com plástico ou realizar desinfecção com álcool a 70%- 3 aplicações Todos os artigos de uso múltiplo usados nos paciente devem ser recolhidos, ensacados e identificados, antes de serem encaminhados para o Centro de Material e Esterilização (CME). No CME, reforçar a utilização de EPIs específicos do setor, durante a manipulação de artigos contaminados: luva de borracha cano longo, avental impermeável, máscara fluido, gorro, óculos, botas). Reprocessar o artigo de acordo com a classificação dos artigos Anexo 22. Processamento de roupas Retirar a roupa do leito utilizando EPI Colocar em saco plástico identificando”Sujidade Pesada” Colocar no expurgo o coletador irá coletar a roupa em horários pré-estabelecidos usando luva de borracha cano longo, avental impermeável, máscara e óculos e encaminhar à lavanderia Após coleta, os carros devem ser lavados e desinfetados. Na lavanderia a roupa não deve ser manipulada, nem separada. Processo indicado: Sujidade pesada . Após execução do processamento de roupa na área suja, o local deve ser lavado e desinfetado. . RECOMENDAÇÕES: 1. Os sacos de tecido devem ser submetidos ao processamento juntamente com a roupa; 2. O horário de coleta deve ser pré-estabelecido para que e a roupa suja permaneça o menor tempo possível na unidade; 3. O carro de coleta deve ser diariamente lavado e desinfetado com produtos saneantes; 4. As roupas não devem ser transportadas através de tubos de queda; 5. Não é recomendada a manipulação, separação ou classificação de roupas sujas, elas devem ser colocadas diretamente na lavadora; 6. Não é preciso adotar um ciclo de lavagem especial; Anexo 23. Resíduos dos serviços de saúde Todo profissional que manipula e gera resíduos com risco biológico deve se familiarizar com o fluxo de operações estabelecido e conduzir suas tarefas conforme o grau de risco que elas implicam. Segundo a RDC, nº 306, de 07 de dezembro de 2004, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (disponível em http://e-legis.bvs.br/leisref/public/home.php), em caso de pandemia por nova cepa de influenza, resíduos provenientes (da atenção) da assistência a pacientes com infecção suspeita ou confirmada devem ser enquadrados na categoria A1. Esta categoria engloba, entre outros tipos de resíduos, aqueles resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes Classe de Risco 4, microrganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido. Devem ser submetidos a tratamento antes da disposição final. − Segundo esta legislação, o resíduo procedente da atenção a pacientes com influenza suspeita ou confirmada (nova cepa) deve ser tratado de acordo com as seguintes determinações: 1) A manipulação em ambiente laboratorial de pesquisa, ensino ou assistência deve seguir as orientações contidas na publicação do Ministério da Saúde - Diretrizes Gerais para o Trabalho em Contenção com Material Biológico. 2) Devem ser acondicionados em saco vermelho, que devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos 1 vez a cada 24 horas. 3) Sobre o acondicionamento: − Consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo. − Os resíduos sólidos devem ser acondicionados em saco constituído de material resistente a ruptura e vazamento, impermeável, baseado na NBR 9191/2000 da ABNT, respeitados os limites de peso de cada saco, sendo proibido o seu esvaziamento ou reaproveitamento. − Os sacos devem estar contidos em recipientes de material lavável, resistente à punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com cantos arredondados e ser resistente ao tombamento. − Os resíduos líquidos devem ser acondicionados em recipientes constituídos de material compatível com o líquido armazenado, resistentes, rígidos e estanques, com tampa rosqueada e vedante. 4) Sobre a identificação: − Consiste no conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações ao correto manejo dos resíduos gerados nos serviços de saúde (RSS). − A identificação deve estar aposta nos sacos de acondicionamento, nos recipientes de coleta interna e externa, nos recipientes de transporte interno e externo, e nos locais de armazenamento, em local de fácil visualização, de forma indelével, utilizando-se símbolos, cores e frases, atendendo aos parâmetros referenciados na norma NBR 7.500 da ABNT, além de outras exigências relacionadas à identificação de conteúdo e ao risco específico de cada grupo de resíduos. − A identificação dos sacos de armazenamento e dos recipientes de transporte poderá ser feita por adesivos, desde que seja garantida a resistência destes aos processos normais de manuseio dos sacos e recipientes. − O Grupo A é identificado pelo símbolo de substância infectante constante na NBR- 7500 da ABNT, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos. 5) Devem ser submetidos a tratamento utilizando-se processo físico ou outros processos que vierem a ser validados para a obtenção de redução ou eliminação da carga microbiana, em equipamento compatível com Nível III de Inativação Microbiana: Nível III de Inativação Microbiana: inativação de bactérias vegetativas, fungos, vírus lipofílicos e hidrofílicos, parasitas e micobactérias com redução igual ou maior que 6Log10, e inativação de esporos do B. stearothermophilus ou de esporos do B. subtilis com redução igual ou maior que 4Log10. 6) Após o tratamento, devem ser acondicionados da seguinte forma: a) Se não houver descaracterização física das estruturas, devem ser acondicionados em saco branco leitoso (conforme descrito no item 3), que deve ser substituído quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos 1 vez a cada 24 horas e identificado conforme item 4. b) Quando houver descaracterização física das estruturas, podem ser acondicionados como resíduos do Grupo D. Neste caso: − Devem ser acondicionados de acordo com as orientações dos serviços locais de limpeza urbana, utilizando-se sacos impermeáveis, contidos em recipientes. − Devem ser identificados da seguinte forma: − Para os resíduos do Grupo D, destinados à reciclagem ou reutilização, a identificação deve ser feita nos recipientes e nos abrigos de guarda de recipientes, usando código de cores e suas correspondentes nomeações, baseadas na Resolução CONAMA nº. 275/2001, e símbolos de tipo de material reciclável: I - azul - PAPÉIS II- amarelo - METAIS III - verde - VIDROS IV - vermelho - PLÁSTICOS V - marrom - RESÍDUOS ORGÂNICOS − Para os demais resíduos do Grupo D deve ser utilizada a cor cinza nos recipientes. − Caso não exista processo de segregação para reciclagem, não existe exigência para a padronização de cor destes recipientes. − São admissíveis outras formas de segregação, acondicionamento e identificação dos recipientes destes resíduos para fins de reciclagem, de acordo com as características específicas das rotinas de cada serviço, devendo estar contempladas no Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS). − Profissionais de limpeza devem utilizar EPI adequado e adotar medidas de precaução e isolamento, conforme orientado nos itens A a E. − Um recipiente único é usualmente adequado, desde que o resíduo possa ser colocado no recipiente sem contaminação da face externa. Se isso não for possível, a utilização de dois recipientes é necessária. − Resíduos líquidos como urina e fezes podem ser adequadamente descartados pelo sistema de esgoto, se o local possuir um sistema de esgoto adequado. Figura 7. Tratamento de resíduos Os resíduos dos pacientes com Influenza devem ser enquadrados na categoria A1. Submeter a tratamento antes da destinação final, através de incineração ou autoclavação. Acondicionar em saco vermelho Após tratamento acondicionar os resíduos em saco branco (resíduos sem descaracterização da sua estrutura) saco RSS comum ( D) (resíduos com descaracterização da sua estrutura). Obs.: Devem ser acondicionados em saco vermelho, que devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos 1 vez a cada 24 horas. As excretas de pacientes com influenza não necessitam de cuidados especiais, podendo ser descartadas pelo sistema de esgoto, se o local possuir um sistema adequado, com coleta e tratamento. Anexo 24. Situação da resistência microbiana e estratégias recomendadas A resistência microbiana é um dos mais graves problemas que atingem os hospitais microrganismos brasileiros, resistentes chamados a em virtude da emergência diversas classes de antimicrobianos: de de multirresistentes. Na Bahia, entre os microrganismos resistentes isolados, observa-se a maior freqüência dos S. aureus, resistentes à oxacilina em pacientes de unidades de terapia intensiva. Temos observado ainda o aumento na incidência de infecções por Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa resistentes a cefalosporinas, carbapenens, quinolonas e aminoglicosídeos. Entretanto, esses números estão mais associados à colonização por esses microrganismos multirresistentes. Esses dados são preocupantes, visto que demonstra a incipiência ou inexistência de uma política de controle de antimicrobianos, culminando na emergência de patógenos multirresistentes. Cabe à Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) estabelecer estratégias para o controle dos microrganismos multirresistentes, adaptados a sua realidade, começando pela definição destes em cada instituição. Estudos demonstram a eficácia das medidas de prevenção e controle da resistência microbiana, tais como: vigilância de pacientes colonizados e/ou infectados por microrganismos multirresistentes; higienização das mãos; instituição de precauções de contato para pacientes colonizados e/ou infectados por microrganismos multirresistentes; controle do uso de antimicrobianos. Vale ressaltar que a transmissão de microrganismos multirresistentes de paciente para paciente, usualmente por meio das mãos dos profissionais de saúde ou de equipamentos contaminados, tem sido o maior fator para o aumento na incidência destas bactérias (OPAS-OMS; ANVISA, 2007). Os microrganismos multirresistentes são introduzidos nos hospitais principalmente por pacientes colonizados e/ou infectados por microrganismos multirresistentes ou em decorrência da pressão seletiva ocasionada pelo uso de antimicrobianos. Estratégias para prevenção e controle da resistência aos antimicrobianos: PREVENIR INFECÇÃO Passo 1: Vacinar os pacientes e profissionais de saúde Passo 2: Retirar os cateteres precocemente DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO EFETIVO DAS INFECÇÕES Passo 3: Identificar o microrganismo Passo 4: Consultar o infectologista USO ADEQUADO DE ANTIMICROBIANOS Passo 5: Praticar controle de antimicrobianos Passo 6: Usar dados locais sobre perfil de resistência dos microrganismos Passo 7: Tratar infecção, não contaminação Passo 8: Tratar infecção, não colonização Passo 9: Saber quando dizer “não” à vancomicina Passo 10: Suspender os antimicrobianos quando a infecção for descartada ou tratada PREVENIR TRANSMISSÃO Passo 11: Isolar pacientes com microrganismos resistentes Passo 12: Quebrar a cadeia de transmissão Fonte: BRASIL, 2007 A Coordenação Estadual de Controle de Infecção Hospitalar tem acompanhado os casos notificados de multiresistência aos antimicrobianos; realizando ações educativas e assessorado as instituições que solicitam consultoria, objetivando a implementação efetiva de medidas de controle dos microrganismos multirresistentes em pacientes colonizados ou infectados. Anexo 25. Fluxograma de atendimento do profissional de saúde após acidente biológico O fluxograma de atendimento ao Profissional de Saúde após acidente biológico, prevê as seguintes ações: 1o. Ações de orientação/informação dos profissionais de saúde para a prevenção do acidente, no âmbito e responsabilidade da Unidade Hospitalar. 2o. Ações do Serviço de Saúde Ocupacional da Unidade Hospitalar e na ausência deste, do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), do Hospital aonde ocorreu o acidente. Ações a serem desenvolvidas na Unidade de Saúde Profissional acidentado Após o acidente com pérfuro-cortante o profissional deve: 9. Lavar a parte afetada abundantemente com água corrente e sabão germicida nos casos de exposição percutâneas ou cutâneas. ( utilizar PVP-I degermante ou clorohexidina); 10. Nas exposições de mucosas, lavar exaustivamente com água ou solução salina; 11. Informar seu acidente ao seu chefe imediato, para que o mesmo adote as seguintes condutas: 1. Elaborar relatório informando as condições do acidente. 2. Colher sangue do paciente-fonte (após seu consentimento) e do profissional acidentado e encaminhar o profissional acidentado e as amostras de sangue para análise Médico Plantonista Avaliará o profissional exposto a material biológico, de acordo informações colhidas do mesmo e do relatório do médico da instituição de origem. Preencherá o formulário de Acidentes Biológicos, que registrará todas as condições do acidente. Encaminhará as amostras de sangue (do paciente-fonte e profissional acidentado) para a realização dos seguintes exames de resultado rápido: anti-HIV e anti-HBV teste rápido; HBSAg; Anti-HBS e Anti-HCV. Indicará terapêutica necessária (Imunoglobulina anti-hepatite B, série vacinal anti-hepatite B, drogas anti-retro virais), de acordo cada caso, com base nas orientações deste protocolo. Procederá às orientações quanto à terapêutica indicada, ao profissional de saúde. Após este 1o. atendimento, o Médico Plantonista e encaminhará o profissional acidentado para a instituição de referência, com os resultado dos testes rápidos realizados e o formulário de Acidentes Biológicos, a fim de subsidiar o acompanhamento posterior do profissional de saúde. Ações do Serviço de Saúde Ocupacional ou CCIH da instituição de origem Atenderá o profissional egresso do CIPAB, tomando conhecimento do seu acidente biológico através das informações contidas no formulário de Acidentes Biológicos, preenchido inicialmente no CIPAB. Acompanhará o profissional acidentado, monitorando seus exames, de acordo normas deste protocolo e registros no formulário de Acidentes Biológicos. Procederá a alta do profissional de saúde, após monitoramento sorológico, de acordo tempo de acompanhamento previsto neste protocolo. Apêndice 1. Composição do Comitê Estadual de Influenza6 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DA SESAB CENTRO DE RECURSOS AMBIENTAIS CENTRO DE SAUDE DO TRABALHADOR DEFESA CIVIL MUNICIPAL DIRETORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DIRETORIA DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA ESCOLA DE VETERINARIA/UFBA FUNDAÇÃO OSVALDO CTRUZ FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAUDE HOSPITAL ESPECIALIZADO OTÁVIO MANGABEIRA INSTITUTO BRASILEIRO DE MEIO AMBIENTE EMPRESA BAIANA DE INFRAESTRUTURA AERO PRONTUARIA LABORATÓRIO CENTRAL DE SAÚDE PUBLICA DA BAHIA MINISTÉRIO PÚBLICO ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL POLICIA MILITAR DA BAHIA SECRETARIA DE AGRICULTURA DA BAHIA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DA BAHIA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAUDE DE SALVADOR SOCIEDADE BAHIANA INFECTOLOGIA SOCIEDADE BAHIANA PNEUMOLOGIA SUPERINTENDÊNCIA DE PROTEÇÃO E PROMOÇÃO EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE E COMUNICAÇÃO EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA E PROTEÇÃO DA SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO E MONITORAMENTO DE GESTÃO E DESCENTRALIZAÇÃO DE SAÚDE Oficializado através da portaria n° 1936 de 04 de setembro de 2006. e-mail: [email protected] 6 A ser ampliada por nova Portaria. Apendice 2 - Endereços das coordenações de Vigilância Sanitária de Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegados (Cvspaf) e salas de vacina na Bahia Gerência Geral de Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegados Gerente Geral: Paulo Ricardo Santos Nunes / Substituto: Afonso Infurna Júnior End.: SEPN 511 - Bloco “A” Ed. Bittar II - 3º andar - Asa Norte CEP: 70.750.541 - Brasília - DF Tel.: (61) 3448-6344/6227/6222 - Fax: (61) 3448-6221 e-mail:[email protected] CVSPAF - BA Coordenadora: Eliane Cristina de Santana Fiais / Substituta: Rívia Mary de Barros End.: Rua do Tesouro, 21/23 - 8° andar, Ed. Ministério da Saúde - Centro CEP: 40.020-050 - Salvador - BA Tel: (71) 3266-3359/9447 - Fax: (71) 3266-6232 e-mail: [email protected] Salas de vacinação ANVISA no Estado da BAHIA POSTO AEROPORTUÁRIO DE SALVADOR Praça Gago Coutinho s/nº - São Cristóvão - CEP: 41.510-250 Salvador/ BA (71) 3377-3138/ 3204-1235 POSTO PORTUÁRIO DE SALVADOR Avenida da França, s/nº - Comércio - CEP: 40.010-000 Salvador/BA. (71) 3241-0276 Apêndice 3. Hospitais de Referência e retaguarda para enfrentamento da pandemia de Influenza na Bahia. 1) Hospital Especializado Otávio Mangabeira – Salvador 2) Hospital Clériston Andrade – Feira de Santana 3) Hospital Luiz Eduardo Magalhães- Porto Seguro 4) Hospital do Oeste- Barreiras 5)Hospital de Base - Vitória da Conquista 6) Hospital Regional de Jequié – Jequié 7) Hospital de Irecê – Irecê 8) Hospital Regional - Guanambi 9) Hospital Regional de Ilhéus – Ilhéus • OBS: Proposta de incorporar o Hospital Roberto Santos e o HUPES por serem hospitais escolas.