1% - TÓPICOS EM FíSICA GERAL I

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FÍSICA DE PARTÍCULAS
EXPERIMENTAL NO LHC
SANDRA AMATO
27 ABRIL 2017
TÓPICOS EM FÍSICA I
PLANO DA PALESTRA
•
O que é Física de Partículas?
•
•
•
O que sabemos e o que não sabemos
Como é um experimento de Física de Partículas?
•
Exemplo: o experimento LHCb
•
O que se mede em um experimento?
•
Quais os desafios tecnológicos e computacionais
Como o Laboratório de Física de Partículas Elementares do
Instituto de Física da UFRJ participa desses experimentos?
2
FÍSICA DE PARTÍCULAS
O que procuramos entender???
Quais são os constituintes elementares da matéria e
como eles interagem entre si
3
DOS GREGOS ATÉ HOJE…
Pré-Socráticos: Quatro
elementos
460-320 a.C. Demócrito: Toda matéria é
constituída de partículas indivisíveis: ÁTOMO
1868: Já existiam 63 átomos ainda considerados
elementares: Mendeleev propõe a tabela de
elementos
4
PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX
1900 - 1930: Surge a “Física Moderna” : Relatividade,
Mecânica Quântica
1911 - Estrutura Nuclear - Rutherford
1931 - Partículas conhecidas: prótons, elétrons, neutrons
e fótons
Conhecendo-se as partículas fundamentais foi possível
entender a Tabela Periódica.
Todas as partículas necessárias para explicar o mundo
em que vivemos já haviam sido descobertas.
PRONTO????
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DESCOBERTA DE NOVAS PARTÍCULAS
Avanços tecnológicos: emulsões nucleares para se observar
raios cósmicos, câmara de Wilson, aceleradores de partículas
1934- Anderson: pósitron antipartícula do elétron
pares elétron-pósitron
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MAIS PARTÍCULAS
1934 - Fermi introduz a ideia de interação fraca, decaimento
Yukawa descreve interação nuclear pela troca de uma partícula
nova, píon, e estima sua massa em ~200me
1946 - Observação de uma nova partícula. PÍON? MÚON
1947 - Descoberta píon - Lattes, Occhialini e Powel
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LINHA DO TEMPO
Uma nova tabela periódica?
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MODELO DE QUARKS
1964 - Gell-Mann e Zweig - quarks u, d, s… a princípio
apenas um modelo matemático….
Previsão e descoberta do ⌦
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A FÍSICA DE PARTÍCULAS ATUAL
Confirmação Impressionante do Modelo de Quarks
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O QUE SABEMOS: MODELO PADRÃO
A matéria é composta de um pequeno número de partículas
elementares que interagem trocando outras partículas
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O QUE APRENDEMOS ATÉ HOJE
Molécula
Átomo
>10-3m
10-2m a 10-10m
Próton / Neutron
10-10m
Quark
-
10-15m
Elétron
10-18m
Núcleo
Méson
12
10-14m
COMPONENTES FUNDAMENTAIS DA MATÉRIA
10-18m
MODELO PADRÃO
qqq
bárion
méson
qq
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MASSAS
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CONSTITUINTES DA MATÉRIA DO NOSSO DIA A DIA
15
MÉSONS
16
BÁRIONS
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MODELO ATÔMICO ATUAL
Modelo atômico atual - FORA DE ESCALA
Em escala:
99,99999999999999% do volume de um
átomo é apenas espaço vazio!
p e n com 1cm de diâmetro è elétrons a 10 km
A matéria é vazia!!!
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O QUE UNE A MATÉRIA?
O que observamos:
quarks se unem em hádrons
prótons e neutrons se unem para formar núcleos, mas
como, já que cargas iguais se repelem?
núcleos podem se desintegrar por efeitos radioativos
os elétrons se ligam aos núcleos formando átomos
neutros
átomos se unem para formar moléculas
moléculas se unem para formar estruturas mais
complexas
corpos massivos se atraem, nós estamos presos à Terra,
a Lua orbita em torno da Terra, a Terra orbita em torno
do Sol…
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QUATRO INTERAÇÕES FUNDAMENTAIS
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ELETROMAGNETISMO
Interação atrativa ou repulsiva
Carga: elétrica - apenas as partículas carregadas
sofrem essa interação
Teoria de Maxwell, eletrodinâmica quântica
partícula intermediária: Fóton
Forças interatômicas: Interação residual
responsável por todas as forças do dia a dia (exceto
peso)
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INTERAÇÃO ELETROMAGNÉTICA
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INTERAÇÃO FORTE
Como os núcleos podem ser estáveis?
Carga: "cor" (3 cores). Quarks possuem cor. Apenas as
partículas com carga de cor sofrem essa interação
Cromodinâmica quântica (QCD)
partícula intermediária: Glúons - também possuem "cor"
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INTERAÇÃO FORTE (CONT)
CONFINAMENTO
Todas as partículas formadas por quarks são neutras de
cor (“brancas")
Quarks não existem isoladamente, a força forte aumenta
quando eles são separados
Interação forte residual
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INTERAÇÃO FRACA
Decaimento beta
Carga: “sabor” - afeta todas as partículas
partículas intermediárias: W+ W- Z0
São extremamente pesadas: (Mp = 1GeV/c2)
MW = 80,4 GeV/c2 MZ = 91,2 GeV/c2
é a única interação que permite mudança de
indentidade
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Sempre atrativa
GRAVITAÇÃO
Carga: massa
Lei de Newton da Gravitação,
Relatividade Geral de Einstein
É a mais baixa intensidade
partícula intermediária: graviton ???
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ANIQUILAÇÃO
Ocorre entre duas partículas que formam um par matéria antimatéria. Ambas se aniquilam, transformando-se em uma das
partículas transportadoras de força (photon, glúon, W ou Z) .
Essas por sua vez se transformam em outros pares de
partículas-antipartículas
Os estágios intermediários ocorrem em um intervalo de
tempo extremamente pequeno e não são observáveis
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O MODELO PADRÃO
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SUCESSO DO MODELO PADRÃO
Permitiu prever a
existência de várias
partículas que foram
posteriormente
descobertas, inclusive o
bóson de Higgs
Descreve uma enorme
quantidade de processos
com precisão surpreendente
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O QUE NÃO SABEMOS?
N. de famílias, porque 3?
MATÉRIA ESCURA
ENERGIA ESCURA
MATÉRIA HADRÔNICA
Massas: mν ≈ 0, mμ ≈ me,
mt >> mp , ...
matéria X antimatéria
Intensidade das interações
Gravitação << fraca <<
eletromagnética << forte
Gravidade Quântica?
Grande Unificação
Matéria e Energia escuras
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COMO OBSERVAR?
Para “vermos" objetos subatômicos
diminuir radicalmente o comprimento de onda da sonda
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INGREDIENTES DE UM EXPERIMENTO TÍPICO
Dualidade Onda-Partícula : λ = h/p
Ingredientes de um experimento Típico:
Espalhamento: Feixe de Partículas, Alvo, Detetor
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COMO CRIAR PARTÍCULAS
Queremos criar partículas não usuais,
instáveis, de massa alta
Temos nas mãos partículas estáveis
usuais (p, e), LEVES
Einstein nos diria: Sem problema!
ACELERE as que você tem em mãos (p,
e)
aumenta momento
aumenta
energia
faça colidir com outras
energia se converte em massa
NOVAS PARTÍCULAS SÃO CRIADAS
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PODEMOS ENCONTRÁ-LAS NA NATUREZA
RAIOS CÓSMICOS
Altíssimas energias, não atingidas por nenhum acelerador,
geram cascatas na atmosfera.
o fluxo de partículas ao nível do mar é de 1/(cm2.s),
…mas a estatística é baixa e não conhecemos nem controlamos
o feixe
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SOLUÇÃO: PRODUZI-LAS EM ACELERADORES
Prótons e/ou Elétrons são acelerados através de
campos elétricos até atingirem a energia desejada
(possível)
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Acelerar???
E = 500 GeV
v/c = 0.999998
E = 7000 GeV
v/c = 0.99999999
Física de Partículas = Física de Altas Energias
1 eV = 1.6 x 10
-19
1 MeV = 106 eV
1 GeV = 109 eV
1 TeV = 1012 eV
J
Altas Energias???
1 TeV ~ energia de um mosquito voando…
mas um próton ~ 10-20 tamanho de um mosquito
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COMO ACELERAMOS E COLIDIMOS PARTÍCULAS?
Existem basicamente DOIS
tipos de aceleradores:
Partículas carregadas (e,p)
são aceleradas através de
campos elétricos
LINEARES E CIRCULARES
LINAC
Energia final limitada pelo
tamanho do LINAC
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Partículas aceleradas a cada
volta. Magnetos encurvam as
trajetórias
TIPOS DE EXPERIMENTOS
Alvo Fixo
Colisores
A colisão se dá
mais frequentemente (o alvo é denso)
a colisão é bem mais rara
a energia disponível é o
dobro da energia de um
dos feixes
A energia disponível
pra criar novas
partículas é menor
que a energia do
feixe (√E)
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DETETORES
Como saber o que aconteceu durante a colisão?
Registrar o evento
Reconstruir as trajetórias das partículas que atravessam o
detetor
Analisar os dados
Estrutura de um detetor
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Passagem Radiação pela materia
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COMO OBSERVAR AS PARTÍCULAS "INSTÁVEIS"?
Quanto cada uma dessas partículas anda, em média, antes
de decair?
0
D
~ 1 cm
K
~ 10 m
π
~ 100 m
𝝁
~ 1 km
ep𝝂
partículas estáveis
41
0
COMO OBSERVAR UMA PARTÍCULA INSTÁVEL, P.EX., D ?
+
π
0
D
K
42
CERN
12316
MAIOR
PESQUISADORES
COMPLEXO DEREGIS
ACELERADORES
TRADOS EMJÁ
JANEIRO
CONS TRUÍDO
DE 2016
~1%
3 x 108 m/s
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LHC - LARGE HADRON COLLIDER
Proposto em 1984, construção aprovada em 1996!
está a ~100m de profundidade
Túnel de 27 km de comprimento
Colisor próton-próton ou íon-íon (chumbo)
Energia atual 13 TeV
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OS FEIXES
Cada feixe de prótons é como se fosse um trem com
vários vagões (2808).
Cada vagão é uma espécie de núvem com cerca de 10¹¹
prótons.
A nuvem tem alguns cm de comprimento e mm de área.
Essa área fica 1000 vezes menor no ponto de colisão.
Duas nuvens se cruzam a cada 25 ns nos 4 experimentos.
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NÚMEROS IMPRESSIONANTES
Dois tubos independentes, vácuo ultra-alto – 10⁻¹³ atm 1/10 da pressão da Lua
“The emptiest space in the Solar System...”
Magnetos supercondutores, a -271 °C
1232 dipolos de 15 m (encurvar),
392 quadrupolos de 5-7 m (focalizar),
4 para concentrar as partículas antes de cada colisão.
60 ton de hélio liquido a 1.9 Kelvin
“The hottest spots in the galaxy, but even colder than outer space..
(pois a colisão gerará temperaturas > 10⁵ do centro do Sol)
Custo de cada criodipolo: US$ 0.5 milhão. São 1232 deles.
Custo total do acelerador + experimentos ~ US$ 5 bilhões
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OS EXPERIMENTOS DO LHC
Quatro grandes experimentos:
Atlas
CMS
LHCb
ALICE
Alguns pequenos
Cada experimento uma Colaboração diferente
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CBPF, PUC-Rio,
UFRJ, UFTM
42 membros
4 instituições
3,6%
UFRJ: 13 professores
48
1151 membros
69 instituições
16 países
A Colaboração LHCb
49
LHCB
Tamanho: 21m x 10m (altura) x 13m (largura), 5600 toneladas
Especializado no estudo de assimetria entre matériaantimatéria e em decaimentos raros das partículas pesadas
(que contém quarks b e c)
Se assemelha a um detetor de alvo fixo
Físicos do IF-UFRJ, CBPF e PUC-Rio
50
LHCb
51
LHCb
52
ANÁLISE DOS DADOS
Antigamente: poucos eventos fotografados.
Hoje: milhões coletados eletronicamente:
1 colisão a cada 25 ns
Histogramas
Ajustes de curvas
Análise estatística
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DESAFIOS
• Alta estatística 40 MHz -> Aquisição em tempo real
• Eletrônica rápida e resistente à radiação
• Alto Vácuo
• Alta energia
• Supercondutividade
• Baixas temperaturas
• Alta precisão - Mecânica fina
• Simulação de eventos
• Processos físicos
• passagem da radiação pela matéria
• efeitos do detetor, eficiência, ruído, materiais, etc
• Enorme volume de dados (coletados/ experimento/ano 2.000.000 DVDs)
• Compartilhamento de dados (Armazenamento e processamento)
• Reconstrução, reconhecimento de padrão, redes neurais
• Estudos Estatísticos
•GRID -> rede de computadores mundial para armazenamento
processamento
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e
SPIN OFFS
24 anos de WWW (30/04/1993)
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SPIN OFFS
http://www.symmetrymagazine.org/article/a-second-chance-at-sight
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SPIN OFFS
http://www.symmetrymagazine.org/article/january-2014/particle-accelerators-join-fight-against-brain-cancer
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SPIN OFFS
http://www.symmetrymagazine.org/article/august-2010/accelerator-apps-cargo-scanning
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SPIN OFFS
http://www.symmetrymagazine.org/article/june-2010/accelerator-apps-sterilizing-medicalsupplies
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LABORATÓRIO DE FÍSICA DE PARTÍCULAS ELEMENTARES
http://lape.if.ufrj.br/
•
•
•
•
•
•
Projetos em Análise de dados:
Assimetria entre matéria e anti-matéria no Universo
medidas do modelo padrão
busca por novas partículas
Projetos em tecnologias:
Detetores de silício
Computação de alta performance (GPU)
Simulações de detetores (GEANT)
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INSTRUMENTAÇÃO
EXEMPLO DE TECNOLOGIA
MEDIPIX - HYBRID PIXEL DETECTOR
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GENTILMENTE CEDIDO POR K. AKIBA (IF/UFRJ)
MEMBROS IF-UFRJ
IF-UFRJ
11 professores (2 do Campus de Xerém)
~20 teses de mestrado
~15 teses de doutorado
Destino dos alunos
4 são atuais professores do IF
2 em outras Universidades Federais
Alguns ainda em Doutorado ou pós-doc no exterior
1 área tecnológica
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REUNIÃO COM ALUNOS DE IC
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CONCLUSÃO
Física de altas energias compreende uma área vasta,
tanto do ponto de vista teórico como experimental
Física básica, procura entender os aspectos mais
fundamentais da natureza
Fronteira tecnológica:
Aplicações médicas: terapia e diagnóstico em medicina
Vácuo
Supercondutividade
redes computacionais
Mecânica fina
Eletrônica de alta performance
Computação
Muito se aprendeu, mais ainda está por vir!
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REFERÊNCIAS
The Particle Adventure: http://www.particleadventure.org
CERN: http://public.web.cern.ch/public/
Wikipedia: http://simple.wikipedia.org
História:
http://www.weburbia.com/pg/historia.htm
http://timeline.aps.org/APS/Timeline/
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