1 Mosaico da Economia Solidária no Brasil – Uma Radiografia dos Empreendimentos Econômicos Solidários pela Ótica do Estado Área Temática: Educação, Política e Economia Solidária Roney Rezende Rangel Formação Acadêmica: Curso Extensão Universitária - Economia Solidária e Cooperativismo pela Universidade Estadual de Campinas ministrado pela ITCP/UNICAMP e Instituto de Economia; PósGraduação em Finanças de Empresas pela Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado/FECAP – São Paulo-SP e Graduação em Ciências Econômicas pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Sul de Minas – Itajubá-MG [email protected] / [email protected] Resumo: Em busca de disseminar a condição positiva e promissora da Economia Solidária no Brasil, este artigo reflete a economia baseada na solidariedade e autogestão como um instrumento de combate à exclusão social e desemprego. O Estado Brasileiro, representado pelo Ministério do Trabalho e Emprego e Secretaria Nacional de Economia Solidária realiza um mapeamento dos empreendimentos econômicos solidários, apresentando à sociedade brasileira indicadores de ordem social e econômica priorizando a “outra economia”, diferente da capitalista dominante existente. A análise propõe um alerta à sociedade civil e entidades privadas e públicas quanto à possibilidade de criação e fortalecimento destes empreendimentos no país. Palavras-chave: desemprego, política pública, economia solidária, mapeamento, empreendimentos econômicos solidários I – Introdução II – Referencial Teórico 2.1 - Exclusão social como referencial teórico 2.2 - Políticas Públicas: conceitos preliminares 2 2.3 - Desemprego no Brasil 2.4 - Economia Solidária e Política Pública III – Conhecendo a realidade da Economia Solidária no Brasil – participação do Estado Brasileiro através do Ministério do Trabalho e Emprego e Secretaria Nacional de Economia Solidária IV – Conclusão e perspectivas V – Anexos - Tabelas VI – Notas VII – Bibliografia I – Introdução O mundo contemporâneo apresenta diversos desafios sociais, como a questão da precariedade do mercado de trabalho e sua própria inexistência, com repercussões negativas sobre o desenvolvimento humano. Na visão de Benini (2004), a questão do trabalho é certamente um dos principais problemas enfrentados pela sociedade brasileira, especialmente no tocante ao trabalho formal assalariado, com renda estável e benefícios sociais. Cada vez tem se tornado mais intenso o crescimento da informalidade, principalmente nas grandes metrópoles, passando de 40% em 1991, para 50%, em 2002 (LAGE, 2005). Como prática pública para aquelas pessoas desempregadas ou na informalidade, sem renda para o sustento de suas necessidades básicas destaca-se a presença do movimento da Economia Solidária, cujas ações são baseadas na solidariedade e cooperação. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística através da Pnad 2004 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios)1 informa que 14,49% da população brasileira encontra-se na condição de economicamente ativas sem rendimento, já a população economicamente ativa que possui rendimento de até 1 salário mínimo (variando de 0 a ½ e ½ a 1 salário mínimo) compreende a 27,58% – número aproximado de 51 milhões de habitantes. (Ver Anexo/Tabela 1). A soma do percentual das categorias escolhidas (pessoas com 10 anos ou mais economicamente ativas sem rendimento, com rendimento de 0 a ½ e rendimento de ½ a 1 salário 1 3 mínimo) para análise e reflexão do artigo, corresponde a 42,07 sobre o total da população.2 (IBGE,2005a). Nesse contexto, o artigo tem como objetivo apresentar as convergências existentes sobre temas como exclusão social, desemprego, economia solidária e políticas públicas. O paralelo entre os temas, enfatiza o indivíduo caracterizado e/ou denominado como desempregado ou sócio-economicamente excluído pela crise do trabalho, além daquela pessoa que aspira a um modo de produzir e viver, que se baseie na igualdade política e na democracia social. Além disso, a reflexão tem como prioridade ressaltar a importância das políticas públicas, destacando o trabalho da SENAES (Secretaria Nacional de Economia Solidária) e Ministério do Trabalho e Emprego da realização do mapeamento da Economia Solidária no Brasil apresentando-o na forma de um Atlas através do SIES (Sistema Nacional de Informação de Economia Solidária), que possibilita ou pretende subsidiar alterações substanciais no âmbito social das relações de trabalho, com resultado explícito de desenvolvimento local, garantindo resgate da cidadania dos indivíduos, pela via da economia baseada na solidariedade e cooperação mútua, além de procurar mostrar a oportunidade de promoção e viabilização da Economia Solidária, por meio do Estado. Paralelamente, traz um olhar visionário para uma proposta construtiva de uma sociedade criada por empreendimentos baseados na autogestão, na solidariedade e na cooperação, voltada basicamente para a luta pelo trabalho emancipado e cidadania. II- REFERENCIAL TEÓRICO 2.1- Exclusão social como referencial teórico O conceito de exclusão surgiu na Europa, em função de que termos, como “pobreza”, não conseguiam abranger toda realidade de certos grupos da sociedade. A noção de exclusão foi criada por René Lenoir na publicação do livro “Les exclus", em 1974, tornando-se um marco na origem do conceito. Para o autor, as causas da exclusão social eram o rápido e desordenado processo de urbanização, o desencaixamento causado pela mobilidade profissional, além das desigualdades de renda e de acesso a serviços. Durante as décadas de 80 e 90, o desenvolvimento do 2 4 tema propiciou a conclusão que o problema da exclusão nasce com a sociedade capitalista. Uma das formas mais visíveis de manifestação da exclusão social é o desemprego. O desemprego é identificado como um elemento, que desencadeia outros processos de exclusão, que exige formulação de políticas sociais. Através dos conceitos de autonomia, qualidade de vida, desenvolvimento humano, cidadania, democracia, equidade e felicidade, a exclusão social é tratada como um problema multidimensional. Neste contexto, nas últimas décadas, a exclusão social tornou-se assunto de importância mundial nos debates sobre planejamento e direcionamento de políticas; em decorrência da persistência das desigualdades sociais, que se tornou um forte indicador da necessidade de novas propostas de políticas públicas. 2.2 – Desemprego no Brasil O problema de geração de empregos no Brasil é tão importante quanto à quantidade de postos de trabalho gerados e sua qualidade. Como elemento formador de idéia e instrumento de discussão para este artigo, referencia-se a taxa de desemprego (nível nacional), apresentada através do indicador “pessoas de 10 anos ou mais economicamente ativas - PEA3 subdividido nas características: sem rendimento, rendimento de até ½ salário mínimo e rendimento de ½ a hum salário mínimo. Estas faixas dentre as várias já definidas pelo IBGE, foram escolhidas devido ao elevado número de pessoas que as compõem (cerca de 77,5 milhões de habitantes), podendo assim serem classificadas como espécie de público-alvo, onde a Economia Solidária possa ser inserida, com objetivo proposital de ratificar sua importância, sua necessidade e sua urgência, intimamente relacionado à criação de empreendimentos econômicos solidários como instrumento de re (surgimento) da geração de trabalho e renda. Analisando a média de desemprego no Brasil, há certificação de um quadro bastante emergencial no tocante à escassez de emprego, dando força a atitudes promissoras na condição de criação de postos de trabalho, onde particularmente requer 3 5 preferência para condições laborais constituídas na prática da solidariedade. Percebese que nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, há um percentual médio de “pessoas economicamente ativas sem rendimento” próximo a casa dos 12%, enquanto que nas regiões Nordeste e Norte, o percentual chega a 18. Já na parcela de “pessoas economicamente ativas com rendimento de até ½ salário mínimo” a região que merece mais destaque é a região Nordeste, cujo percentual médio é de 19, é importante destacar uma diferença expressiva em relação aos outros estados brasileiros que obtém percentuais que variam entre 4 e 6%. Por conseguinte, o indicador “pessoas economicamente ativas com rendimento até hum salário mínimo” apresenta seus percentuais médios de forma que os estados Centro-Oeste, Sudeste e Sul variam entre 12 e 14%, enquanto que os estados Nordeste e Norte aparecem com percentuais fixados entre 20 e 24. Analisando os três indicadores conjuntamente, ou seja, pessoas de 10 anos ou mais economicamente ativas sem rendimento; com rendimento de até ½ salário mínimo e com rendimento de ½ a 1 salário mínimo, a soma de habitantes se dá da seguinte forma: 4,2 mil; 8,3 mil; 10,24 mil; 22,91 mil; e 31,79 mil, respectivamente, região Centro-Oeste; Sul; Norte; Sudeste e Nordeste. Na somatória nacional, cerca de 26,7 mil estão na condição de “pessoas de 10 ou mais anos economicamente ativas sem rendimento” e 50,79 mil na condição de ”pessoas economicamente ativas com rendimento que variam de 0 a 1 salário mínimo.”4 (IBGE, 2005b). Com população estimada em 184 milhões de habitantes e cerca de 5564 municípios no país todo, o expressivo percentual de pessoas economicamente ativas sem rendimento e pessoas economicamente ativas com rendimentos que variam de ½ a hum salário mínimo permite vislumbrar a criação de empregos através de propostas trazidas pela ótica da Economia Solidária. Não cabe aqui a discussão da natureza do desemprego no país, cabe a análise de dados como a quantidade de pessoas economicamente ativas que estão sem rendimento e com rendimentos que vão até hum salário mínimo, considerando-se assim, um de parâmetro de discussão e ao mesmo tempo, foco de incentivo para iniciativa de promoção social, permitindo corroborar a economia baseada na solidariedade e cooperação. 4 6 A importância do desemprego como um dos determinantes da desigualdade e da pobreza vai depender de como o estoque do desemprego encontra-se distribuído na população. A exploração do assunto desemprego significa implicação de subsídio para políticas públicas relacionadas à desigualdade e pobreza. (Barros, Camargo e Mendonça, 1997). A autogestão e os empreendimentos econômicos solidários entram neste cenário como instrumentos eficazes frente ao desemprego, permitindo a prática da solidariedade e não da competição. 2.3 - Políticas Públicas: conceitos preliminares A importância da administração pública pode ser medida pelo amplo alcance das responsabilidades dos administradores. Um fator que relaciona grande parte da matéria de administração pública com outros campos de ciência política é a preocupação comum com a elaboração de políticas. (SHARKARNSKY, 1974). Por outro lado, o termo Política [policy/politikós] x [political], vinculado institucionalmente ao Estado, está restrito à tomada de posição por parte do Estado, diante de inúmeras variáveis, sujeitos e realidades a serem mantidos ou modificados, com vistas a determinado objetivo. Esse conceito remete-se ao conceito clássico de política (politikós), difundido por Aristóteles, referindo-se à cidade (pólis) e ao público, enquanto modo de ação e funcionamento do Estado, que se estabelece através da relação de poder entre governante e governados, tendo como fim o benefício destes. Não obstante, o conceito inglês “political” refere-se às diversas formas de relações existentes entre as classes e segmentos da sociedade (esfera não-estatal e destes com o Estado), que são determinantes na construção das políticas públicas e no posicionamento por parte dos agentes governamentais. A noção de políticas públicas expandiu-se durante o século XIX, a partir da Revolução Industrial. Com o crescimento rápido das cidades, multiplicaram-se as demandas sociais, vinculadas ao meio urbano (saneamento, transporte e habitação); e, com o processo de industrialização, surgiram demandas ligadas ao mundo do trabalho (regulação de condições e da jornada de trabalho, remuneração, etc.). Como resposta, o Estado passou a intervir sobre o meio urbano, através de investimentos, e, sobre as questões sociais, regulamentando a relação entre o capital e o trabalho. 7 Pela ótica do caráter “público” das políticas pode se dizer que quanto maior for o controle da sociedade sobre a criação e sobre a execução das políticas públicas, quanto maior for seu campo de atuação, bem como seus resultados, mais forte será o seu caráter público. 2.4 - Economia Solidária e Políticas Públicas A Economia Solidária, como política pública, traz como novidade uma reflexão sobre a possibilidade de organizar o trabalho de outra forma (valorizando a questão social e econômica de cada indivíduo) e a possibilidade de outro relacionamento com o meio ambiente. As políticas públicas para a Economia Solidária não devem compensar a diminuição do papel do Estado, onde passa algumas responsabilidades para movimentos sociais e ONG’s. O importante a ressaltar é que Economia Solidária não é terceiro setor, ou seja, não é seu papel substituir o Estado (ou suas funções), porque essa situação significa a precarização do trabalho. Os projetos de Economia Solidária devem participar na elaboração das políticas públicas e na articulação de ações destinadas ao fomento de empreendimentos econômicos, em que os trabalhadores têm controle da gestão, da repartição dos ganhos e da propriedade dos meios de produção. Além de fomentar e assessorar as iniciativas autogestionárias e solidárias, as entidades públicas devem atuar na organização dos empreendimentos por setores da economia, buscando a constituição de redes de cooperação que permitam trocas de informação, constituição de consórcios, visando ampliar a escala de operações, a compra de matéria-prima, entre outros fatores. A busca de resposta, por parte de diversas Administrações Municipais, Estaduais e Federais ao problema do desemprego e de como repensar o trabalho, tem encontrado nas formas alternativas um caminho, baseado em propostas concretas e experiências práticas, algumas já em andamento e outras em construção. É uma nova opção em desenvolvimento, de "crescer distribuindo", de forma socialmente justa, ecologicamente sustentável e economicamente viável. Pode-se dizer que a política pública voltada ao desenvolvimento da Economia Solidária deve estar essencialmente 8 dedicada à ampliação de postos de trabalho, na criação de novas formas de produção, na distribuição da renda e das riquezas e na maior oferta de produtos e serviços essenciais à população. Assim, a Economia Solidária tem como objetivo criar, manter e ampliar as oportunidades de trabalho e de acesso à renda, através de empreendimentos econômicos solidários, de forma coletiva e participativa, pelos próprios trabalhadores e produtores. Entretanto, só é possível construir esse processo pelo eixo norteador do incentivo ao desenvolvimento de atividades econômicas, que proporcionem uma distribuição de renda justa e que seja capaz de estimular as relações sociais de produção e de consumo baseadas na cooperação, na solidariedade, na satisfação e valorização dos seres humanos e do meio ambiente. O processo de elaboração e implementação das políticas públicas para a Economia Solidária permite a ampliação dos espaços de interação entre o Estado e a sociedade organizada, extrapolando os limites de atuação da esfera estatal, através da construção de parcerias entre instituições governamentais e entidades civis. Ou seja, a noção de público é ampliada, no universo da Economia Solidária. As relações sociais e econômicas assentadas na autogestão e nas relações de solidariedade e cooperação mútua expandem o espaço público, também, para as relações de produção, enquanto espaço que promove a interação entre indivíduos, a tomada de decisões, a práxis, o discurso e a criação. Das políticas chamadas sociais, origina-se um primeiro universo de políticas para Economia Solidária: a ligação entre o Estado e trabalhadores organizados, através de uma entidade sem fins lucrativos ou de uma unidade produtiva, para prestação de serviços sociais ou para geração de postos de trabalho e renda. Na concepção de Ortega (2002), a conjugação do econômico e do social, por meio das políticas autodefinidas como “emancipatórias” e “ativas”, remete-se ao rompimento das práticas assistenciais ou paternalistas e à construção da independência e da cidadania dos trabalhadores. Além disso, visa atender, simultaneamente, as necessidades sociais básicas e, ainda, aumentar e distribuir a produção e a renda da população. Pela ousada intenção de conjugar numa mesma ação o “econômico” e o “social”, estas políticas elevam ao extremo a noção de uma política de desenvolvimento. Talvez seja este um dos grandes méritos das políticas públicas para a economia dos setores 9 populares e solidários: tratar o econômico e o social como duas faces de uma mesma moeda. III – Conhecendo a realidade da Economia Solidária no Brasil – participação do Estado Brasileiro através do Ministério do Trabalho e Emprego e Secretaria Nacional de Economia Solidária A última década registrou o crescimento da Economia Solidária através da criação das redes e organizações que atuam hoje nesse campo, além do número elevado de novos empreendimentos econômicos solidários. De 1991 até os dias atuais, foram criados 12981 empreendimentos econômicos solidários. Em datas anteriores, considerando o início em 1900 até 1990, a somatória é de 1723 empreendimentos.5 (SIES, 2005). O Ministério do Trabalho e Emprego junto com a Secretaria Estadual de Economia Solidária por intermédio do Programa Economia Solidária em Desenvolvimento (Plano Plurianual 2004-2007) realiza um mapeamento da Economia Solidária no Brasil por acreditarem ser fundamental o conhecimento profundo desta categoria social, mostrando sua localização e qual o seu tamanho. É uma metodologia de investigação da sociedade brasileira, que busca caracterizar esta “outra economia” através de indicadores como quantidade de empreendimentos constituídos por ano; formas de organização; motivo que originou a criação do empreendimento; área de atuação dos empreendimentos; participantes/sócios; atividades situação atual econômicas e da organização; produtos ou número serviços de nos empreendimentos; valor do investimento realizado nos empreendimentos; remuneração média mensal dos sócios; participação ou desenvolvimento em alguma ação social ou comunitária do empreendimento autogestionário, entre outros. A Secretaria Nacional de Economia Solidária tem o objetivo de proporcionar a visibilidade, a articulação da Economia Solidária e oferecer subsídios nos processos de formulação de políticas públicas para os empreendimentos econômicos solidários. Para isso, foi desenvolvido o Sistema Nacional de Informações em Economia Solidária 5 10 (SIES), composto por informações de Empreendimentos Econômicos Solidários (EES) e de Entidades de Apoio, Assessoria e Fomento (EAF). O mapeamento realizado pela SENAES (Secretaria Nacional de Economia Solidária), gerou um documento denominado “Atlas da Economia Solidária no Brasil”, totalizando um número de 14594 empreendimentos econômicos solidários existentes no país. Num nível nacional, distribuído regionalmente, a Economia Solidária está disseminada da seguinte forma: 1785 empreendimentos localizados na região CentroOeste; 1884 no Norte; 2144 na região Sudeste; 2592 no Sul e 6549 no nordeste brasileiro. Especificando as regiões brasileiras, o estado que possui o maior número de empreendimentos solidários é o Rio Grande do Sul, com 1634; seguido do Ceará com 1249; Bahia (1096); Piauí (1066); PE (1004). Na região Centro-Oeste, o estado de Goiás é o que detém o maior número de empreendimentos (667); o estado do Acre na região Norte conta com o maior número de empreendimentos (403); já na região sudeste do país a concentração está no estado do Rio de Janeiro com um número de 723 empreendimentos.6 (SENAES, 2005). Num total de 14594 empreendimentos econômicos solidários, surge um número expressivo de participantes/sócios (as) em todo o país, cerca de 1,23 milhões de habitantes. Comparando tal população atuante na Economia Solidária com a atual população denominada “pessoas de 10 anos ou mais economicamente ativas (sem rendimento, com rendimento de até ½ salário mínimo e com rendimento de ½ a hum salário mínimo) já definida neste artigo, significa um número ainda reduzido, evidenciando a necessidade e urgência de implementação destes empreendimentos, ou seja, existe público-alvo para um processo indutivo de promoção do movimento econômico solidário. Partindo desta idéia, ou seja, do elevado número de habitantes das categorias acima mencionadas, é fundamental direcionar um olhar para tal população, que com a pretensão de inseri-los na prática da Economia Solidária ainda podem ser absorvidos por um mercado de trabalho não mais baseado no assalariamento, mas sim, por um mercado de trabalho baseado em ações de solidariedade, cooperação e autogestão. No que tange ao número de participantes/sócios (as) nos empreendimentos, a distribuição da pesquisa apresenta a 6 11 seguinte forma: de 1 a 10 participantes; de 1 a 20; de 21 a 50 e acima de 50 participantes/sócios (as). O maior número de trabalhadores está localizado na faixa (acima de 50), podendo chegar a aproximadamente hum milhão de habitantes, correspondente a um total de 3867 empreendimentos econômicos solidários. Em seguida, encontra-se 5012 empreendimentos na faixa de 21 a 50 participantes/sócios (as).7 A pesquisa permite traçar o perfil da Economia Solidária no nosso país, oferecendo instrumentos para melhor compreender essa realidade e subsídios para ações concretas que permitam o fortalecimento desses empreendimentos e a garantia do direito ao trabalho associado, além de nortear programas de desenvolvimento social, tanto no nível federal, estadual ou municipal. A urgência e emergência de outras formas laborais como o trabalho cooperativado, associado e autônomo alicerçado pela solidariedade, faz com que o Estado repense seu papel e adquira uma responsabilidade e interesse de mostrar a realidade dos empreendimentos econômicos solidários existentes no país. Além da exigência em reconhecer que o trabalho é fonte de cidadania e de sociabilidade fundada em direitos humanos econômicos, sociais, culturais e ambientais. Dentro desta expectativa de ter uma radiografia da Economia Solidária no Brasil, surge o Sistema Nacional de Informações em Economia Solidária (SIES). A constituição de um Sistema de Informações em Economia Solidária tem como principais objetivos, assim descritos pela SENAES: constituir uma base de informações sobre a Economia Solidária; contribuir para a integração, bem como o fortalecimento dos empreendimentos através de cadastro e catálogos de produtos e serviços viabilizando uma melhor comercialização; visibilidade da Economia Solidária, favorecendo e fortalecendo a organização e apoio da sociedade; base para o reconhecimento da importância da Economia Solidária em processos públicos; subsidiar a elaboração de políticas públicas; contribuir para a elaboração de um marco jurídico de acordo com a realidade da Economia Solidária no Brasil e fonte para estudos e pesquisas em Economia Solidária (SIES, 2005). 7 12 O conceito básico do SIES para empreendimentos econômicos solidários é formado pelas seguintes organizações:8 - Coletivas e suprafamiliares (associações, cooperativas, empresas autogestionárias, grupos de produção, clubes de trocas etc.); - participantes ou sócios (as) são trabalhadores (as) dos meios urbano e rural que exercem a gestão coletiva das atividades e da alocação dos seus resultados; - Permanentes e não práticas eventuais, como, por exemplo, os mutirões; - Que podem dispor ou não de registro legal, prevalecendo a existência real ou a vida regular da organização; - Que realizam atividades econômicas de produção de bens, de prestação de serviços, de fundos de crédito (cooperativas de crédito e os fundos rotativos populares), de comercialização (compra, venda e troca de insumos, produtos e serviços) e de consumo solidário e - Singulares ou complexas. Ou seja, deverão ser consideradas as organizações de diferentes graus ou níveis, desde que cumpridas as características acima identificadas. As organizações econômicas complexas são as centrais de associação ou de cooperativas, complexos cooperativos, redes de empreendimentos e similares. Uma das principais questões veiculadas na pesquisa ligadas à radiografia dos empreendimentos econômicos solidários, sobressai à tipificação, ou seja, a forma de organização dos empreendimentos.9 No cenário nacional, a forma que predomina é representada pelas associações (número de 8151 empreendimentos), seguida dos grupos informais contendo 4890 empreendimentos e 1604 cooperativas, 114 representado por outras (outras formas de organização), já a categoria sociedade mercantil de capital e indústria é representada por 91 empreendimentos, enquanto que na forma de organização - sociedade mercantil por cotas de responsabilidade limitada foram encontrados um total de 52 e finalmente 52 - sociedade mercantil em nome coletivo. Numa análise particular, na região Sudeste, a forma de organização que predomina é “grupo informal”, cuja correspondência é de 8,81% do total desta forma de organização e 59,61% do total dos empreendimentos econômicos solidários existentes 8 9 13 no estado todo. A forma de organização denominada “associação” tem destaque no estado do Rio de Janeiro, mantendo 182 empreendimentos, já a cooperativa tem seu maior número no estado de São Paulo, representado por 151 empreendimentos. Os conceitos das formas de organização foram definidos pela própria SENAES como grupo informal, associação, cooperativa, sociedade mercantil por quotas de responsabilidade limitada, sociedade mercantil em nome coletivo, sociedade mercantil de capital e indústria e outra.10 IV - Conclusão e Perspectivas Buscando analisar a Economia Solidária via mapeamento do Ministério do Trabalho e Emprego e Secretaria Nacional de Economia Solidária, torna-se notável a gama de instrumentos favoráveis e inovadores no tocante à implementação ou ao menos de reflexão a respeito da promissora condição da entrada no mundo do trabalho de atividades produtivas e sociais baseadas na solidariedade e na autogestão, onde procura dar significado a experiências de trabalho que geram um outro tipo de economia e desenvolvimento totalmente distintos das práticas exercidas no capitalismo dominante. Os dados, ainda que preliminares, nos dão uma idéia da dimensão e importância da Economia Solidária. Diversos aspectos deste movimento solidário através de elaborações específicas têm sem dúvida força de estudo exploratório, com enorme capacidade de construir análises críticas como o caso de investimentos, agências de fomento para autogestão, tecnologia nos empreendimentos, a questão de gênero no trabalho associativo e assim por diante. Propicia o interesse de cada indivíduo no tema da “outra economia” dando relevância a real necessidade e importância dos empreendimentos econômicos solidários como resgate da cidadania e democracia social. A área de atuação dos empreendimentos econômicos solidários, tem sua distribuição: zona urbana compreende a 4874 empreendimentos, na área rural concentram cerca de 7462 e 2546 empreendimentos estão instalados na zuna rural e urbana ao mesmo tempo, conforme Anexo/Tabela 6. Já no quesito econômico10 14 financeiro, diretamente relacionado com os participantes/sócios (as), o mapeamento indica a remuneração média mensal dos (as) que atuam nos empreendimentos. Segundo o Guia de Orientação e Procedimentos SIES Fase II, a base de cálculo é feita através do último mês ou um mês considerado de referência verificando o total pago ao conjunto dos sócios e dividindo pelo número de sócios remunerados. De acordo com Anexo/Tabela 7, a distribuição das faixas de rendimento varia de (0 ou sem resposta) a rendimentos superiores a R$ 1.000,00. Inseridos nesta definição, 7477 empreendimentos estão enquadrados na faixa de 0 ou sem resposta, cujo percentual em relação ao total dos empreendimentos no país significa 50%, na faixa de até R$ 100,00 foram localizados 14,84%, de R$ 100,00 a 300,00 há representatividade de 20,98%, entre R$ 300,00 e R$ 500,00 o percentual é de 6,97, na faixa R$ 500,00 – R$ 1.000,00 detectado 5,16% dos empreendimentos, e, por fim, na maior faixa de rendimento analisada (maiores que R$ 1.000,00) aparece uma quantidade de 306 empreendimentos, representando 2,05% do total dos empreendimentos econômicos solidários encontrados no país. Nacionalmente, as 10 Atividades Econômicas11 que mais aparecem nos empreendimentos são: Atividades de serviços relacionados com a agricultura que abrange 2357 empreendimentos; Fabricação de artefatos têxteis a partir de tecidos (909 empreendimentos); Cultivo de outros produtos temporários (893); Cultivo de cereais (830); Produção mista: lavoura e pecuária (757); Cultivo de hortaliças, legumes e especiarias hortícolas (613); Fabricação de farinha de mandioca e derivados (553); Criação de outros animais (489); Confecção de outras peças do vestuário (463) e Fabricação de artefatos diversos de madeira, palha, cortiça e material trançado exclusive móveis em 441 empreendimentos econômicos solidários. Os 20 produtos e/ou serviços mais produzidos nos empreendimentos são: milho em 2029 empreendimentos; feijão (1705); arroz (1364); farinha de mandioca (1109); leite (996); hortigranjeiros (889); confecções (816); artesanato (725); artigos de cama, mesa e banho (719); mandioca (616); bolsas diversas (507); mel (487); crochê (447); peixe (429); bijuterias (427); tapetes (358); bordados (336); gado (cabeça) (324) e banana (315). 11 15 Há necessidade do reconhecimento dos próprios indivíduos que já participam deste movimento social baseado na solidariedade e na cooperação para efeito de discussão de mercado de trabalho e de consumo, com objetivo de expansão de suas técnicas produtivas e melhoria na condição de vida, pois na medida que contribuem na melhoria de vida naturalmente ocorre o processo de inclusão social, recuperação da auto-estima e valorização do trabalho humano. Espera-se que, com o conhecimento da realidade da Economia Solidária, tendo o mapeamento como instrumento, despertemos para uma ação reflexiva sobre como contribuir para a melhoria dessa realidade. Vale ressaltar que a pesquisa realizada com esforços e recursos de nível federal, estadual e municipal pode apresentar algum gargalo ou imprecisão quanto à exatidão de um retrato fiel da Economia Solidária no país. Tal fato é decorrente da própria autodeclaração dos empreendimentos para o governo na forma única de cadastro na página virtual do Ministério do Trabalho e Emprego e outras ferramentas. No entanto, o mais precioso deste mapeamento realizado é admitir para o capitalismo dominante, explorador e excludente que a Economia Solidária se aproxima e vem tomando seu devido espaço neste mundo desigual e desumano, permitindo sob condições ideológicas e práticas a abertura de discussões sobre relações de trabalho e sobre a vida dos indivíduos. 16 V – Anexos TABELA 1 - CENÁRIO IBGE / PNAD 2004 Número ESTADO população pessoas de 10 anos ou mais economicamente ativas S/rendimento % pessoas de 10 anos ou mais economicamente ativas rendimento de até 1/2 SM % pessoas de 10 anos ou mais economicamente ativas rendimento de 1/2 a 1 SM (%) Total Sub total Assalariado B+C Populacão População A+B+C (A) de estimada Município 2005 DF 1 2.333.108 (A) 13,0 (B) 2,8 © 9,0 11,8 24,8 303.304 578.610 GO 246 5.619.917 10,3 6,8 17,2 24,0 34,3 578.851 1.927.631 % (A+B+C) % (número de pessoas) (número de pessoas) MS 78 2.264.468 11,4 6,4 15,6 22,0 33,4 258.149 756.332 MT 141 2.803.274 14,7 3,3 16,2 19,5 34,2 412.081 958.719 TOTAL 466 13.020.767 x x x x x 1.552.385 4.221.292 AL 102 3.015.912 21,0 17,7 28,1 45,8 66,8 633.341 2.014.629 BA 417 13.815.334 20,5 15,5 25,2 40,7 61,2 2.832.143 8.454.984 CE 184 8.097.276 16,4 20,7 25,9 46,6 63,0 1.327.953 5.101.283 MA 217 6.103.327 20,4 23,5 22,7 46,2 66,6 1.245.078 4.064.815 PE 185 8.413.593 18,9 17,0 24,1 41,1 60,0 1.590.169 5.048.155 PB 223 3.595.886 17,6 20,3 24,5 44,8 62,4 632.875 2.243.832 PI 223 3.006.885 18,2 28,3 22,9 51,2 69,4 547.253 2.086.778 RN 167 3.003.087 15,5 15,9 24,6 40,5 56,0 465.478 1.681.728 SE 75 1.967.791 15,2 15,6 24,9 40,5 55,7 299.104 1.096.059 TOTAL 1793 51.019.091 x x x x x 9.573.394 31.792.263 AC 22 669.736 18,8 11,2 22,1 33,3 52,1 125.910 3.489.932 AM 62 3.232.330 20,5 1,7 21,6 23,3 43,8 662.627 1.415.760 AP 16 594.587 18,3 3,9 19,0 22,9 41,2 108.809 244.969 PA 143 6.970.586 18,1 9,7 22,2 31,9 54,1 1.261.676 3.771.087 RO 52 1.534.594 19,9 5,4 17,7 23,1 40,8 305.384 626.114 173.353 RR 15 391.317 17,5 8,0 18,8 26,8 44,3 68.480 TO 139 1.305.728 15,6 1,6 23,2 24,8 40,4 203.693 527.514 TOTAL 449 14.698.878 x x x x x 2.736.579 10.248.729 ES 78 3.408.365 13,5 7,9 18,7 26,6 40,1 460.129 1.366.754 MG 853 19.237.450 13,0 8,7 20,3 29,0 42,0 2.500.868 8.079.729 RJ 92 15.383.407 10,8 3,6 11,4 15,0 25,8 1.661.407 3.968.919 SP 645 40.442.795 11,6 2,9 9,0 11,9 23,5 4.691.364 9.504.056 TOTAL 1668 78.472.017 x x x x x 9.313.768 22.919.458 PR 399 10.261.856 13,1 6,0 14,3 20,3 33,4 1.344.303 3.427.459 RS 496 10.845.087 13,7 5,4 12,4 17,8 31,5 1.485.776 3.416.202 SC 293 5.866.568 11,9 3,3 10,0 13,3 25,2 698.121 1.478.375 TOTAL 1188 26.973.511 x x x x x 3.528.200 8.322.036 TOTAL 5564 184.184.264 26.704.326 77.503.778 Elaborado pelo autor. Fonte: www.ibge.gov.br 17 TABELA 2 - RESUMO NACIONAL DOS EMPREENDIMENTOS ECONÔMICOS SOLIDÁRIOS Região Estado Quantidade % % de sobre total sobre total empreendimentos (Estado) (País) DF 341 19,10 2,2803 Centro- GO 667 37,37 4,4603 Oeste MS 234 13,11 1,5648 MT 543 30,42 3,6311 Total 1785 100,00 11,9365 Nordeste Norte Sudeste Sul AL 205 3,13 1,3709 BA 1096 16,74 7,3291 CE 1249 19,07 8,3523 MA 567 8,66 3,7916 PE 1004 15,33 6,7139 PB 446 6,81 2,9825 PI 1066 16,28 7,1285 RN 549 8,38 3,6713 SE 367 5,60 2,4542 Total 6549 100,00 43,7943 AC 403 21,39 2,6949 AM 304 16,14 2,0330 AP 103 5,47 0,6888 PA 361 19,16 2,4141 RO 240 12,74 1,6049 RR 73 3,88 0,4882 TO 400 21,23 2,6749 Total 1884 100,00 12,5988 ES 259 12,08 1,7320 MG 521 24,30 3,4840 4,8348 RJ 723 33,72 SP 641 29,90 4,2865 Total 2144 100,00 14,3373 PR 527 20,33 3,5241 RS 1634 63,04 10,9268 SC 431 16,63 2,8822 Total 2592 100,00 17,3331 TOTAL 14594 Elaborado pelo autor. Fonte: Atlas da Economia Solidária no Brasil/2005 – Ministério do Trabalho e Emprego 18 TABELA 3 - QUANTIDADE DE SÓCIOS (AS) NOS EMPREENDIMENTOS ECONÔMICOS SOLIDÁRIOS Participantes Quantidade de empreendimentos Quantidade de sócios (as) 1 a 10 3.403 20.059 11 a 20 2.672 42.555 21 a 50 5.012 168.408 acima de 50 3.867 1.007.789 Total 14.954 1.238.811 Elaborado pelo autor. Fonte: www.sies.mte.gov.br TABELA 4 - FORMA DE ORGANIZAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS Resumo Nacional Resumo Estadual FORMAS DE ORGANIZAÇÃO Brasil ES MG RJ SP Grupo Informal 4.890 38 240 431 390 Associação 8.151 176 221 182 88 Cooperativa 1.604 40 41 89 151 Sociedade Mercantil por cotas de responsabilidade limitada 52 0 0 4 3 Sociedade Mercantil em Nome Coletivo 52 0 1 2 7 Quantidade de empreendimentos Sociedade Mercantil de Capital e Indústria 91 3 13 5 0 Outra 114 2 5 10 2 14.954 259 521 723 641 TOTAL NACIONAL TOTAL REGIAO SUDESTE 2144 Elaborado pelo autor. Fonte: www.sies.mte.gov.br TABELA 5 - QUANTIDADE DE EMPREENDIMENTOS POR ANO DE INÍCIO COMO ES (EMPREENDIMENTO SOLIDÁRIO) – total Região Sudeste = 2119 Período Resumo Nacional Região Sudeste ES MG RJ SP 1900 a 1950 63 0 4 10 1 1951 a 1970 101 9 2 9 0 1971 a 1980 177 2 8 8 5 1981 a 1990 1382 31 48 65 29 1991 a 2000 6468 101 149 225 2001 a 2010 6513 116 287 405 198 407 TOTAL NACIONAL 14704 259 498 722 640 Elaborado pelo autor. Fonte: www.sies.mte.gov.br 19 TABELA 6 - ÁREA DE ATUAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS ÁREA Resumo Nacional Região sudeste ES MG RJ SP Rural 7.462 142 190 120 125 Urbana 4.874 76 327 424 461 Rural Urbana 2.546 40 3 176 54 TOTAL 14.882 258 520 720 640 Elaborado pelo autor. Fonte: www.sies.mte.gov.br TABELA 7 - SE ESTÁ CONSEGUINDO REMUNERAR OS SÓCIOS (AS) QUE TRABALHAM NO EMPREENDIMENTO, QUAL A REMUNERAÇÃO MÉDIA MENSAL Faixas 1. 0 ou sem resposta Empreendimentos 7.477 50,00% Total das médias Média R$ 0,00 R$ 0,00 2. Até R$ 100,00 2.219 14,84% R$ 133.007,38 R$ 59,94 3. de R$ 100,00 a R$ 300,00 3.137 20,98% R$ 695.217,00 R$ 221,62 4. de R$ 300,00 a R$ 500,00 1.043 6,97% R$ 429.724,50 R$ 412,01 772 5,16% R$ 565.061,00 R$ 731,94 306 2,05% R$ 829.250,66 R$ 2.709,97 14.954 100% R$ 2.652.260,54 5. de R$ 500,00 a R$ 1.000,00 6. maiores que R$ 1.000,00 TOTAL Elaborado pelo autor. Fonte: www.sies.mte.gov.br VI - Notas 1 - Ver Anexo/Tabela 1 - Cenário IBGE - Pnad 2004 2 - Ver Anexo/Tabela 1 - Cenário IBGE - Pnad 2004 3 - PEA é constituída pela população ocupada e pela população desocupada. A população ocupada, compreende as pessoas que tinham trabalho na semana anterior à da entrevista, ou seja, os indivíduos que tinham um patrão, os que exploravam seu próprio negócio e os que trabalhavam sem remuneração em ajuda a membros da família. A população desocupada compreende as pessoas que não tinham trabalho e estavam efetivamente procurando trabalho, em um determinado período de referência e incorpora o conceito de disponibilidade para assumir o trabalho na semana de entrevista, o que não é investigado na pesquisa atual. 4 - Soma da população A+B+C (pessoas de 10 ou mais anos economicamente ativas sem rendimento, com rendimento até ½ salário mínimo e com rendimento de ½ a 1 salário mínimo). Ver Anexo/Tabela 1 - Cenário IBGE - Pnad 2004. 5 - Ver Anexo/Tabela 5 - Quantidade de empreendimentos por ano de início como EES. 6 - Ver Anexo/Tabela 2 - Resumo Nacional dos Empreendimentos Econômicos Solidários). 7 - Ver Anexo/Tabela 3 - Quantidade de sócios (as) nos empreendimentos econômicos solidários. 8 - Conceitos obtidos em http://www.sies.mte.gov.br. 9 - Conceitos obtidos em:http://www.sies.mte.gov.br. Ver no Guia de Orientações e Procedimentos do Sies Fase II. 20 10 - Ver Anexo/Tabela 4 - Formas de Organização dos Empreendimentos. Conceitos obtidos em http://www.sies.mte.gov.br. Procurar: Guia de Orientações e Procedimentos do Sies Fase II. 11 - Definição de atividades econômicas: segundo CNAE (Classificação Nacional de Atividade Econômica). Ver http://www.ibge.gov.br. VI – Bibliografia BARROS, R.P., CAMARGO, J.M, MENDONÇA, R. A Estrutura do Desemprego no Brasil (Texto para discussão n. 478, maio 1997 - IPEA) BENINI, E.A. Políticas Públicas e Relações de Trabalho: estudo sobre o processo e natureza da denominada “Economia solidária”, enquanto política pública, a partir da investigação de alguns casos concretos. (Dissertação em Administração Pública e Governo), Fundação Getúlio Vargas – Escola de Administração de Empresas de São Paulo, 2004. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - 2005a. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad200 4.htm. Acesso em 05 de maio de 2006. |_____________________2005b. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/trabalhoerendimento/pme/pm emet.2.shtm. Acesso em 05 de maio de 2006. LAGE, J. Informal se concentra em metrópole, diz IPEA. Jornal Folha de São Paulo. Caderno Dinheiro, B5, 5/07/2005. LENOIR, René. Les exclus: um français sur dix. Paris: Editions du Seuil, 1974. ORTEGA, F. Para uma política da amizade. Arendt, Derrida, Foucault In: Pochmann, M (org.). Desenvolvimento, trabalho e solidariedade: novos caminhos para a inclusão social. São Paulo: Ed. Cortez, 2002. SHARKANSKY, Ira. Administração Pública. Rio de Janeiro: FGV, 1974. SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÃO EM ECONOMIA SOLIDÁRIA - 2005. Disponível em: http://www.sies.mte.gov.br. Acesso em 06 de maio de 2006. SECRETARIA NACIONAL DE ECONOMIA SOLIDÁRIA - 2005. Disponível em http://www.senaes.mte.gov.br. Acesso em 06 de maio de 2006.