Autor(es): LUCIENE RODRIGUES, FERNANDA CELESTINO SILVA, YARA MENDES CORDEIRO ARAÚJO A Participação das Mulheres na Economia Solidaria: Meio de Socialização e de Amenizar o Desemprego 1 Introdução A Economia Solidária vem com o passar das décadas se tornado um objeto de estudo muito importante para a sociedade contemporânea, pois ela obtém em sua estrutura um campo complexo de experiências e novas alternativas de modo de produção. A Economia Solidária é um assunto relativamente recente no Brasil e tem a cada dia ganhado mais força, pois existe a necessidade de modificar o meio de produção existente, contudo nas últimas décadas do século XX a sua origem pode ser associada às condições econômicas sociais e políticas dos últimos anos que entra em debate com a crise do sistema econômico e capitalista e como resultado do grande número de desemprego. Para o Autor Paul Singer a economia solidária é uma nova alternativa de distribuição de riqueza e renda que se poder da pelo desenvolvimento social através das ações locais. O conceito de Economia Solidária para Singer (2003) é um conjunto de atividades onde os trabalhadores organizam-se sob a forma autogestão e coletividade para a realização da produção de bens e de serviços com fim de trocas e comercialização para o consumo. Segundo Razeto (1991) a cooperação e reciprocidade são algumas das características marcantes deste setor solidário. Neste sentido, esse trabalho analisa a participação das mulheres nesse tipo de economia no Brasil, Minas Gerais e no Norte de Minas, em especial na cidade de Montes Claros. Quanto aos dados, as variáveis pesquisadas são para efeito de comparação no estudo onde não existem apenas obrigações funcionais, mas a oportunidade, sonhos necessidades, confiança, amizade, riscos e incertezas entre os estão associados e atuam no processo solidário da economia. Quanto aos questionamentos destaca-se: a economia solidária seria uma nova forma de renda para as mulheres? Qual é a maior atuação delas dentro dos empreendimentos solidários? Por quais atividades as mulheres são responsáveis no âmbito domestico ou da família? O estudo identificou que as mulheres dentro da economia solidária são na maior parte das vezes as criadoras dos empreendimentos e que para muitas o capital financeiro não é o mais importante, mas sim o (des) envolvimento social embalado pelas conversas, pelas trocas de experiências e compartilhamento dos problemas cotidianos e sobre tudo pela vontade de trabalharem cooperativamente, o que reforça os laços sociais, comunitários e de amizade. A proposta que tem como intuito discutir a relação das mulheres dentro dos grupos solidários e tem a base na exploração qualitativa com exposição da teoria dos autores mais citados no assunto de economia solidaria. Já a base quantitativa, é apresentada através da amostra em tabelas dos dados da participação do público feminino na Economia Solidária. Propomos como base teórica o conhecimento da pluralidade de formas econômicas que são vivenciadas no estudo. De acordo com essa perspectiva, o desenvolvimento e o crescimento econômico dos últimos séculos não eliminou as outras modalidades da economia, pelo contrário, eles as fortaleceram, pois mesmo sendo influenciado o capitalismo não foi capaz de abrigar dentro de si toda a população ativa afirma Singer (2005, p.86). Segundo Coelho (2009, p.129), o que tem ocorrido é uma tentativa de ignorar outras formas de produção que, são importantes para o bem estar e a sobrevivência dos indivíduos que assim não conseguem se inserir no mercado de trabalho capitalista. Material e métodos Para analisar as várias mulheres em meio aos empreendimentos solidários, foi usada uma teoria sobre o assunto juntamente com a comprovação da teoria em meio à base quantitativa. Com o objetivo de comprovar as evidências que a teoria apresentou em relação. Resultados e discussão Os resultados obtidos revelam o crescimento dos empreendimentos solidários no Brasil e que o desemprego têm influenciado as mulheres na busca da nova forma de remuneração para contribuir com a renda familiar. Na tabela 1 1 Apoio Fapemig. observamos que para o Brasil a renda dos empreendimentos solidários das mulheres é a menor parte da renda das famílias. Já a tabela 2 observamos que as mulheres além de trabalharem nos empreendimentos solidários elas também são as responsáveis pelas tarefas domésticas, o que enseja uma sobrecarga de trabalho para esse público feminino ao que se percebeu dos dados relacionados a Minas Gerais e ao Norte de Minas. Considerações finais Conclui-se que a decisão das mulheres de buscar um complemento da renda tende a influenciar na esfera social, política e cultural da economia e que muitas delas sempre dividem o trabalho dentro dos empreendimentos como serviços domésticos e cuidados das crianças. Agradecimento Agradeço a Professora Luciene que me possibilitou participar da pesquisa e a fapemig. Referências DURKHEIM, Émile. A divisão do trabalho social. São Paulo: Martins Fontes, 2000. LEITE, Marcos Esdras; PEREIRA, Anete Marília. Metamorfose do Espaço Intra-Urbano de Montes Claros/MG. Montes Claros: Editora Unimontes, 2008. SINGER, Paul. Introdução à economia solidária. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2005. ______; SOUZA, André Ricardo de. (orgs.). A economia solidária no Brasil: a autogestão como resposta ao desemprego. São Paulo: Contexto, 2003. MARX, Karl. O capital: crítica a economia política. São Paulo: civilização, 1989. PEREIRA, Josiane de Andrade, FARIA, Maria Vilma Coelho Moreira. In: XXXIII Encontro da ANPAD 2009. A rede de economia solidária do algodão agroecológico: desenvolvimento humano,sustentabilidade e cooperação entre os produtores rurais do estado do ceará. http://docplayer.com.br/15754223-Resumo-1-introducao-autoria-josiane-de-andrade-pereira-maria-vilma-coelho-moreira-faria.html. Acesso em 04-05-16. POCHMANN, Márcio. Desempregados do Brasil. In: ANTUNES, Ricardo (org.). Riqueza e Miséria do Trabalho no Brasil. São Paulo: Baitempo, 2006. Tabela 1: Para a maiorias das mulheres de empreendimentos econômicos solidários, a renda obtida com a atividade econômica e a que se apresenta na tabela 1. Local É a menor É a maior parte parte da E a única forte de renda da renda da renda da família família família Compõe de forma igualitária com outro(s) Não se aplica( o EES membros(s) a não visa renda ou outra renda da família situação similar) NEES Brasil 2263 Minas Gerais 196 Norte de Minas 5 Montes Claros 2 Fonte: Mapa digital Senaes 2013 2351 5370 2158 2531 19708 164 417 89 89 1188 17 43 2 10 98 8 24 2 6 57 Tabela 2: Por quais atividades domesticas as mulheres são responsáveis em suas famílias. Local Cuidar dos(as) Cozinhar/Lavar e /ou filhos menores passar roupa/Limpar a e/ou demais casa dependentes Acompanhar os (as) filhos( as) e/ ou demais dependentes em atividades escolares Realizar atividades de abastecimento e Não se aplica/ manutenções não há domesticas predominância N EES Brasil 12958 11081 10983 7642 1340 19708 Minas Gerais 868 756 600 362 52 1188 Norte de Minas 65 Montes Claros 34 Fonte: Mapa digital Senaes 2013 58 53 28 11 98 31 29 12 8 57