Compilação: Paulo Victorino ÍNDICE 005 - A Renascença na pintura e na escultura 011 - A Alta Renascença ARTISTAS NA ORDEM DE NASCIMENTO 015 - Leonardo da Vinci 021 - Lorenzo di Credi 1452-1519 1458-1537 023 - Alessandro Araldi 1460-1530 025 - Bramantino 1460-1530 027 - Lorenzo Costa 1460-1535 029 - Benedetto Diana 1460-1525 031 - Tullio Lombardo 1460-1532 (escultor) 033 - Andrea Solario 1460-1524 035 - Piero di Cosimo 1462-1521 037 - Antonello de Saliba 1466-1535 039 - Giovanni Antonio Boltraffio 1466-1516 041 - Andrea Sansovino 1467-1529 (escultor) 043 - Cristoforo Solari 1468-1524 (escultor) 045 - Francesco Granacci 047 - Timoteo Viti 1469-1543 1469-1525 049 - Bartolomeo Veneto 051 - Marco Basaiti 1470-1531 1470-1530 053 - Girolamo di Benvenuto 1470-1524 055 - Michele da Verona 1470-1540 057 - Gian Cristoforo Romano 1470-1512 (escultor) 059 - Gaudenzio Ferrari 1471-1546 061 - Fra Bartolommeo 1472-1517 063 - Pietro Torrigiano 1472-1528 (escultor) 065 - Giuliano Bugiardini 1475-1554 067 - Michelangelo Buonarroti 1475-1564 075 - Marcantonio Raimondi 1475-1534 (gravador) 077 - Cesare da Sesto 1477-1523 079 - Giorgione 1477-1510 081 - il Sodoma 1477-1549 083 - Giovanni Francesco Caroto 1480-1555 085 - Lorenzo Lotto 1480-1556 087 - Bernardino Luini 1480-1532 089 - Ludovico Mazzolino 091 - Palma Vecchio 1480-1528 093 - Vincenzo di Catena 095 - Garofalo 1480-1528 1480-1531 1481-1559 099 - Ridolfo Ghirlandaio 1483-1561 101 - Raphael Sanzio 1483-1520 107 - Franciabigio 1484-1525 109 - Girolamo Romanino 1484-1562 111 - Francesco da Sangallo 1484-1576 (escultor) 113 - Andrea del Sarto 1486-1530 115 - Paolo Moraldo 1486-1522 117 - Andrea del Brescianino 1487-1524 119 - Giovanni Martini da Udine 121 - Bonifacio Veronese 1487-1564 1487-1553 123 - Giovanni da Nola 1488-1558 (escultor) 125 - Giovan Francesco Penni 1488-1528 127 - Bernardino Licinio 1489-1565 129 – Corregio 1489?-1534) 133 - Agostino Veneziano 1490-1540 (gravador) 135 - Giovanni Cariani 1490-1547 137 - Battista Dossi 1490-1548 139 - Dosso Dossi 1490-1542 141 - Defendente Ferrari 143 - Altobello Melone 1490-1535 1490-1543 145 - Ortolano Ferrarese 1490-1525 147- Properzia de Rossi 1490-1530 (escultora) 149 - Michelangelo Anselmi 1492-1556 151 - Francesco Beccaruzzi 1492-1563 155 - Domenico Puligo 1492-1527 157 - Francesco Bacchiacca 1494-1557 159 - Domenico Capriolo 1494-1528 161 - Moretto da Brescia 1498-1554 163 - Giampietrino 1500-1540 165 - Callisto Piazza 1500-1562 167 - Girolamo da Carpi 1501-1556 169 - Giulio Campi 1502-1572 171 - Rocco Marconi 1504-1529 173 - Gian Jacopo Caraglio 1505-1565 (gravador) 175 - Giovanni Angelo Montorsoli 1507-1563 (escultor) 177 - Barbara Longhi 1552-1638 (pintora) Em pleno “Cinquecento”, num mundo em que as artes plásticas em geral eram profissão só para homens, duas mulheres quebraram a tradição e conseguiram se impor como artistas profissionais. Uma foi a escultora Properzia de Rossi, página 147, (1490-1530), e a outra, em anos mais avançados, a pintora Barbara Longhi (1152-1638). Outras mais, quem sabe, existiram, mas se perderam no nascedouro, sem condições vencer o preconceito e as tradições. Algumas madonas de Barbara Longhi - 005 - A Renascença na pintura e na escultura Ao estudar fases e movimentos artísticos, é importante levar em conta que eles, de certa maneira, acontecem espontaneamente, e sua definição como estilo pode durar um ano, ou uma década, ou um século até completar a transição por inteiro. Aliás, os próprios artistas envolvidos, embora sentindo que algo diferente está ocorrendo, não sabem definir exatamente o que é; consideram-se parte do processo de renovação, mas não conseguem explicar qual renovação é essa que está sucedendo. Então, não há uma data para indicar quando começou a fase do Renascimento, ou Renascença. Alguns indícios de mudança já aparecem ainda no período românico, há avanços significativos durante o gótico e, em certo ponto do período Quatrocento, percebe-se claramente que o próprio gótico se afasta de seus parâmetros usuais para abraçar uma formatação diferente: a arte continua predominantemente religiosa, mas vai se desprendendo progressivamente da religião e ganhando uma feição mais particular, voltada para o ser humano. Só na entrada do período Cinquecento é que se percebe claramente a extensão e profundidade das alterações que vinham ocorrendo por mais de um século, resultado de significativas mudanças na vida religiosa, política e social da Europa, e resultado também na ânsia renovadora dos próprios artistas. Renovação em todos os setores de atividade A Renascença corresponde ao período de renascimento das letras e das artes como um todo, movimento este iniciado na Itália no Século XIV e tendo alcançado seu auge no Século XVI, influenciando todas os demais países da Europa. - 006 Os termos Renascença ou Renascimento passaram a ser utilizados a partir do Século XV para designar o retorno da cultura aos padrões clássicos da antiga Grécia. Tal movimento se iniciou com os estudos dos cânones artísticos da antiguidade clássica. Masaccio: Cristo e o tributo, 1425-1428. Capela ScrovegniFonte: Commons O estudo da cultura clássica já constituía elemento de erudição entre os mais cultos homens da Idade Média e até entre a classe sacerdotal. Por exemplo, as figuras mitológicas pagãs eram utilizadas como elemento estético para finalidades morais e filosóficas. Gradualmente, tal conhecimento dos padrões clássicos passou a exercer influência sobre os mais variados campos de atividade humana no período posterior à Idade Média. Portanto, não se pode dizer que a exclusividade do retorno aos padrões da Antiguidade é propriedade do período renascentista. O homem passou a ser o parâmetro do mundo A história passou por grandes revoluções no período renascentista. A visão do homem sobre si mesmo modificou-se radicalmente pois, no período anterior, todos os campos do saber humano tendiam a voltar-se para as explicações teocêntricas. - 007 Em outras palavras, no Românico e no Gótico, a visão do homem, basicamente, tinha Deus como ponto de partida para todas as discussões acerca do universo, suas origens e seus mecanismos. Na Renascença, o homem voltou seu olhar sobre si mesmo, isto é, houve o ressurgimento dos estudos nos campos das ciências humanas, em que o próprio homem toma-se como objeto de observação, ao mesmo tempo em que é o observador. Rafael: “Madonna Cowper”, 1504/1505. National Gallery of Art, Washington – Fonte: Commons - 008 As grandes descobertas e invenções No campo da ciência, o período foi um dos mais férteis na história da humanidade. Galileu Galilei, mesmo perseguido pela Igreja, afirmava não ser a Terra o centro de todo o universo. Pela constatação do movimento da Terra em torno do Sol, as teorias de Galileu seguiam em rota de colisão com os próprios conceitos religiosos vigentes: tal fato, por si mesmo, já era considerado um desafio às autoridades religiosas. A invenção da bússola, assim como o aprimoramento das técnicas de navegação, facilitou a expansão marítima europeia, resultando na nova rota marítima para as Índias, realizada por Vasco da Gama. Os avanços da tecnologia de navegação da época foram notáveis, não tardando assim o descobrimento da nova terra, a América, realizado por Cristóvão Colombo em 1492. Por outro lado, a pólvora, outrora utilizada meramente para a fabricação de fogos de artifício, passou a ser aplicada para fins militares. Desta forma, os colonizadores europeus obtiveram sensível vantagem bélica sobre os povos dos territórios conquistados. Properzia de Rossi (1490-1530) foi um dos raros nomes femininos que surgiram no período renascentista - 009 Leonardo da Vinci, o gênio da Renascença Leonardo da Vinci foi aquele que melhor personificou os padrões do homem renascentista, mestre que foi como pintor, escultor, arquiteto, cientista e músico. Da Vinci deixou contribuições nas artes, entre elas, uma das mais populares pinturas na história das artes, La Gioconda, a Mona Lisa. Paralelamente, realizou inúmeros experimentos científicos, entre eles os seus projetos de engenharia, que assombraram os mestres de sua época. No desenho, era o mago da perspectiva, criando um efeito pictórico que insere o observador no espaço representado pelo desenho, ao contrário das obras produzidas anteriormente, em que a ideia da onisciência de Deus fornecia outros parâmetros como ponto de referência. A representação do ponto de vista da onisciência resultava em figuras planas, sem profundidade espacial. Não que a perspectiva fosse coisa nova, ela já era conhecida na Antiga Grécia, mas foi abandonada durante a Idade Média e só redescoberta, aos poucos, no Gótico, para explodir com toda intensidade no Renascimento. Abaixo: A perspectiva aplicada por Da Vinci - 010 Declínio do feudalismo A sociedade feudal, a partir da Renascença, teve seus mercados alterados através do nascimento de uma burguesia urbana, que revolucionava os padrões então vigentes na produção. Os centros urbanos se multiplicaram a partir do desenvolvimento das atividades comerciais, substituindo paulatinamente os antigos feudos. Em suma, os fatos ocorridos no período renascentista se formaram a partir de novas bases e conceitos, colocando o mundo na Idade Moderna. (Enciclopédia Digital Master e outras fontes) Michelangelo's Pietà in St. Peter's Basilica in the Vatican. Fonte: Commons - 011 - A Alta Renascença A Alta Renascença, cronologicamente, engloba os anos finais do Quattrocento e as primeiras décadas do Cinquecento, sendo delimitada aproximadamente pelas obras de maturidade de Leonardo da Vinci (a partir de 1480) e o Saque de Roma em 1527. Foi a fase culminante do Renascimento, que se dissipou mal foi atingida, mas seu reconhecimento é importante porque ali se cristalizaram ideais que caracterizam todo o movimento renascentista: o humanismo, a noção de autonomia da arte, a emancipação do artista de sua condição de artesão e equiparação ao cientista e ao erudito, a busca pela fidelidade à natureza, e o conceito de gênio, tão perfeitamente encarnado em Da Vinci, Rafael e Michelangelo. Se a passagem da Idade Média para a Idade Moderna não estava ainda completa, pelo menos estava assegurada e sem retorno possível. Eventos como a Descoberta da América e a Reforma Protestante, e técnicas como a Imprensa de Gutenberg, transformaram a cultura e a visão de mundo dos europeus, ao mesmo tempo em que a atenção de toda a Europa se voltava para a Itália e seus progressos, com as grandes potências da França, Espanha e Alemanha desejando sua partilha e fazendo dela um campo de batalhas e pilhagens. Com as invasões que se seguiram, a arte italiana espalhou sua influência por uma vasta região do continente. Foi na Alta Renascença que a arte atingiu a perfeição e o equilíbrio classicistas perseguidos durante todo o processo anterior, especialmente no que diz respeito à pintura e à escultura. Pela primeira vez a Antiguidade era compreendida como um todo unificado e não como uma sequência de eventos isolados, levando a arte a descartar a simples imitação decorativa do antigo e troca de uma emulação mais completa, mais essencial e também mais erudita. - 012 Porém, esse classicismo, embora maduro e rico, conseguindo plasmar obras de grande pujança, comparáveis à arte antiga, tinha forte carga formalista, espelhando o código de ética artificial, cosmopolita e abstrato que se impunha entre os círculos ilustrados e que prescrevia a moderação, autocontrole, dignidade e polidez. Apesar desse código de ética, era uma sociedade agitada por mudanças políticas, sociais e religiosas importantes, em que a liberdade anterior desapareceu, e o autoritarismo e a dissimulação se ocultavam por trás das normas de boa educação e da disciplina, como se lê em O Príncipe, de Maquiavel, um manual de governo que dizia que "não existem boas leis sem boas armas", não distinguindo poder de autoridade e legitimando o uso da força para controle do cidadão, livro que foi uma referência fundamental do pensamento político renascentista em sua fase final e uma inspiração decisiva para a construção do Estado moderno. Assim, a grande diferença de mentalidade entre o Quatrocento e o Cinquecento é que enquanto no primeiro a forma é um fim, no segundo é apenas um começo; enquanto naquele a natureza fornecia os padrões que a arte imitava, neste, a sociedade precisará da arte para provar que existem tais padrões. Rafael resumiu os opostos em seu famoso afresco A Escola de Atenas (imagem na página 13), uma das mais importantes pinturas da Alta Renascença, realizada na primeira década do Cinquecento, que ressuscitou o diálogo filosófico entre Platão e Aristóteles, ou seja, entre o idealismo e o empirismo. - 013 - A Escola de Atenas - Obra Prima do Renascentista Rafael Sanzio. Ao centro e ao alto, Platão à esquerda, usando toga vermelha, dialoga com Aristóteles, vestindo uma toga azul. Note que Platão aponta para cima, para "o mundo das idéias", enquanto Aristóteles aponta para a Terra, a Concretude. Na direção de Platão, logo abaixo, sentado e, como de costume taciturno, Heráclito medita e escreve. Fonte: http://www.culturabrasil.org/ Nesse período, se observou o paulatino deslocamento do maior centro cultural renascentista de Florença para Roma, com a proteção do papado e o crescente afluxo de artistas de outras partes. (Wikiipedia e outras fontes) - 014 – “Monalisa” de Da Vinci - 015 - Leonardo da Vinci 1452-1519 Leonardo di Ser Piero da Vinci, ou simplesmente Leonardo da Vinci, nascido em Anchiano (Florença) no dia 15 de abril de 1452 e falecido em Amboise (França) no dia 2 de maio de 1519, foi uma das figuras mais importantes do Alto Renascimento, que se destacou como cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico, sendo ainda conhecido como o percursor da aviação e da balística Síntese dos ideais estéticos que deram origem ao Renascimento, é considerado um dos pilares sobre os quais se assentaram diversos domínios da ciência e da arte. Filho ilegítimo do tabelião florentino, Ser Piero, e de uma camponesa, foi criado pelo pai. Ao revelar vocação para a pintura e desenho, empregou-se como aprendiz do escultor e pintor Andrea del Verrocchio, por volta de 1467. Esteve com Verrocchio até 1477 e, nos quatro anos seguintes, passou a trabalhar sozinho. Por volta de 1480 começou a pintar São Jerônimo, que deixou inacabado. (detalhe abaixo) - 016 No ano seguinte mudou-se para Milão e trabalhou na Adoração dos magos, encomenda dos monges de San Donato, em Scopeto. Também inacabada, essa é a primeira tela que pode ser atribuída com segurança a Leonardo. Nela se percebe o gênio do artista que, embora se considerasse continuador direto de Giotto e de Masaccio, já não apresentava em sua pintura semelhança alguma com a tendência plástico-formal própria da escola florentina do Renascimento. Adoração dos Magos, 1480, imagem recuperada Fonte: http://museudasartes.com.br/ A pintura, de 1481, retrata a Virgem Maria e o Menino Jesus em primeiro plano, criando uma espécie de forma triangular junto aos Reis Magos, que estão de joelhos, em adoração. Atrás deles, forma-se um semicírculo de figuras acompanhantes, incluindo o que poderia ser um auto-retrato do jovem Leonardo (ao lado direito da pintura). Ao fundo, à esquerda, são retratadas as ruínas de um edifício, trabalhadores e também homens numa luta a cavalo, e um esboço de uma paisagem rochosa. Tudo isso em um só quadro. - 017 Da Vinci esteve, mais tarde, a serviço de Ludovico Sforza, para quem desenvolveu vários projetos de engenharia militar, realizou estudos hidráulicos sobre os canais da cidade e, como diretor das festas promovidas pela corte, organizou competições, representações e torneios, sendo que para muitos desses eventos, desenhou cenários e figurinos. Dedicou-se também ao estudo da anatomia, física, botânica, geologia e matemática. Nesse período, pintou algumas de suas obras-primas -- a primeira versão da "Virgem dos rochedos" (c. 1483) e a "Última ceia" (1495-1497) --, decorou a Sala delle Asse (c. 1498) e trabalhou numa estátua eqüestre de Francesco Sforza, jamais fundida em bronze. Leonardo Da Vinci - Vergine delle Rocce (detalhe) Museu do Louvre - Fonte: Commons - 018 Iniciou nessa fase a redação dos manuscritos do Trattato della pittura, cuja primeira edição impressa data de 1651. Quando, em 1499, tropas francesas invadiram Milão, Leonardo voltou para Florença, já como artista consagrado. Em 1502 decidiu acompanhar Cesare Borgia na campanha de Romagna, como arquiteto e engenheiro militar. No ano seguinte estava de volta a Florença, onde, durante o cerco de Pisa, desenvolveu um projeto para desviar o curso do rio Arno, de forma a cortar o acesso da cidade ao mar. No mesmo ano (1503), começou a pintar Mona Lisa, uma de suas obras mais conhecidas e na qual a arte da pintura atinge um de seus grandes momentos. Iniciou também o quadro Leda, conhecido apenas por intermédio de cópias, o qual parece ter sido o único nu de toda a sua obra. Pela mesma época, com seu nome cotizado com Michelangelo, cujo prestígio já começava a superar o seu, decorou a sala do conselho do Palazzo Vecchio. Michelangelo pintou uma cena da batalha de Cascina, enquanto Leonardo pintava a "Batalha de Anghiari". Nenhum dos dois trabalhos foi concluído. Cópia da Batalha de Anghiari, feita em 1603 por Peter Paul Rubens (o afresco original foi destruído em 1560) – Fonte: Commons - 019 Entre 1506 e 1513, Leonardo novamente residiu em Milão, onde tornou-se conselheiro artístico do governador francês, Charles d'Amboise, e projetou para ele um novo palácio. Com o restabelecimento da dinastia Sforza, Leonardo foi para Roma, em 1513, onde permaneceu sob a proteção de Giuliano de Medici, irmão do papa Leão X. Nessa época, aprofundou suas pesquisas ópticas e matemáticas. Depois da morte de Giuliano, em 1516, Leonardo foi para Amboise (França), a convite de Francisco I, que o nomeou primeiro-pintor, engenheiro e arquiteto do rei. Continuou então os estudos de hidráulica, ao mesmo tempo em que organizou cadernos de apontamentos e preparou festas para a corte. Leonardo voltou sua curiosidade para todos os campos do saber e da arte, e em cada um deles, afirmou seu gênio. Apesar de não ter realizado as grandes obras com que sonhava na pesquisa científica, a vasta informação contida em seus apontamentos e desenhos é suficiente para demonstrar a universalidade de seu saber. Ao estudo da estática e da dinâmica dedicou algumas de suas pesquisas mais valiosas. Baseou-se na leitura da obra de Aristóteles e de Arquimedes, às quais foi um dos primeiros a acrescentar contribuição original. Da Vinci estudou ainda as condições de equilíbrio sobre um plano inclinado e enunciou o teorema do polígono de sustentação da balança. Realizou pesquisas originais sobre os centros de gravidade -- no que se antecipou a Galileu -- e idealizou uma máquina destinada a testar a resistência dos fios metálicos à tração. Ainda no domínio da física, estudou os efeitos do atrito e enunciou definições para força, percussão e impulso. A partir do voo dos pássaros, Leonardo determinou os princípios da construção de um aparelho mais pesado do que o ar, capaz de voar com a ajuda da força do vento. Entre seus desenhos incluem-se esboços de um aparelho bastante parecido com o helicóptero moderno e o esquema de um paraquedas. - 020 De sua atividade como projetista, militar destacam-se os vários desenhos de canhões, metralhadoras, carros de combate, pontes móveis e barcos, bem como estudos sobre a melhor maneira de abordagem de um barco grande por um pequeno, o esquema de um submarino e bombardas. Leonardo inventou ainda máquinas hidráulicas destinadas à limpeza e dragagem de canais, máquinas de fiar, trivelas, tornos e perfuratrizes. Também antecipou-se aos urbanistas com seus projetos de cidades. Pintura No Trattato della pittura, Leonardo da Vinci defendeu essa forma de arte como indispensável à realização da exploração científica da natureza e aconselhou os pintores a não se limitarem à expressão estática do ser humano. Utilizava, ao pintar, todos os seus conhecimentos científicos: suas figuras humanas derivavam diretamente dos estudos de anatomia, enquanto as paisagens revelavam o conhecimento de botânica e geologia. Muitas de suas obras se perderam, foram destruídas ou ficaram inacabadas. Conhecem-se apenas cerca de 12 telas cuja autenticidade é indiscutível. Ao longo de sua obra, é visível a importância cada vez maior que o artista concede aos contrastes entre luz e sombra, e, principalmente, ao movimento. Com o sfumato, que dilui as figuras humanas na atmosfera, Leonardo realizou síntese admirável entre modelo e paisagem. A "Última ceia", um dos quadros mais famosos do mundo, foi muito danificada e sofreu diversas restaurações, motivo pelo qual pouco resta do original. É inigualável, no entanto, a solidão de Cristo, em contraste com a agitação dos apóstolos, divididos em grupos de três. Judas, o traidor, é a única figura em isolamento entre eles. Os vários estudos e desenhos de Leonardo revelam a preocupação do autor com os menores detalhes da cena. (Enciclopédia Britânica e outras fontes) - 021 - Lorenzo di Credi 1459-1537 Lorenzo di Credi, pintor e escultor florentino da Alta Renascença, nasceu em 1459 e faleceu em 12 de janeiro de 1537. Começou a trabalhar no ateliê de Andrea del Verrocchio, onde, nos primeiros momentos, conseguiu exercer sua influência sobre outro aprendiz, Leonardo da Vinci. Não demorou muito, e era Da Vinci que influenciava a todos ao seu redor, incluindo até o mestre Verrochio. Após a morte de seu mestre, Di Credi herdou a direção do ateliê. Uma das obras deste artista ganhou fama porque mostrava a semelhança entre a Mona Lisa de Leonardo da Vinci e o rosto de Caterina Sforza, em um retrato pintado por ele. O retrato, chamado de La dama dei gelsomini (A dama do jasmim), está agora no Museu de Forli. Embora jamais conseguisse superar seu mestre, e ficando também distante do gênio de Da Vinci, ainda assim, Di Credi teve vários discípulos, entre eles, Giovanni Antonio Sogliani e Antonio del Ceraiolo. (Wikipedia e outras fontes). - 022 – Lorenzo di Credi - La dama dei gelsomini, conosciuto anche come Ritratto di Caterina Sforza (Fonte: Commons) 1481-1483(circa) – Óleo sobre tela – 75x54 cm Pinacoteca Civica di Forlì, Italy Seria ela o protótipo da “Monalisa” de Da Vinci? - 023 - Alessandro Araldi 1460-1528 Alessandro Araldi , nascido em Parma no ano de 1460 e falecido na mesma cidade em 1528, foi um pintor italiano da Alta Renascença e um dos mais ativos da região até a chegada, na cidade, do artista Antonio Allegri, mais conhecido como Correggio, que era o nome de sua cidade natal. Não há informações mais precisas sobre a formação artística de Araldi, mas em seus primeiros trabalhos conhecidos, quais sejam os afrescos para a catedral de Parma com Madonna e criança, St Joseph e o doador (detalhe abaixo), datados de 1496, é evidente que, além da influência da escola de Melozzo da Forlì, há uma semelhança com estilo de Andrea Mantegna e dos venezianos em geral. - 024 A partir de 1500 , trabalhou principalmente para o mosteiro beneditino de San Paolo; pintou os afrescos do coro da Igreja da Abadia, hoje desaparecidos, e, depois de uma estada provavelmente em Roma, em 1510, fez a decoração da capela de Santa Catarina de Alexandria e pintou alguns quartos do apartamento da abadessa (1514), onde se nota já influências de Pinturicchio. Em certo momento, tentou imitar o estilo de Leonardo da Vinci e, em 1516, fez uma cópia da Última Ceia (detalhe monocromático abaixo). A influência de Da Vinci fica evidente também no retábulo que ele fez para a capela da Catedral de Parma, nesse mesmo ano. O ano de 1516 foi profícuo para Araldi. Foi nesse período, também, que pintou, para a igreja de Casalmaggiore uma placa assinada e datada que descreve San Rocco entre San Sebastian e San Paolo, i Eremita, obra que atualmente está desaparecida. (Wikipedia em italiano e outras fontes) Abaixo: “A virgem e o menino, com o arcebispo de Parma” (detalhe) - 025 - Bartolomeo Suardi Bramantino 1455-1530 Bartolomeo Suardi, mais conhecido como Bramantino nasceu em Milão no ano de 1455 e faleceu na mesma cidade entre 2 de janeiro e 11 de setembro de 1530, tendo sido um destacado pintor e arquiteto italiano. Nas biografias de Piero della Francesca, Il Garofalo, Girolamo da Carpi e Jacopo Sansovino, escritas pelo historiador de arte Giorgio Vasari há ligeiras referências a um tal de Bramantino da Milano e nada mais que isso. É provável que tenha sido aprendiz de Donato Bramante e que tenha sofrido a influência do realismo, muito popular no período Quattrocento. Em 1508, ele foi contratado por Roma. Donato Bramante introduziu Bramantino aos princípios da arquitetura, e o discípulo foi assistente do mestre na execução do interior da igreja de de Santa Maria, Milão. Detalhe de “Pranto pelo Cristo morto” (1515-circa) – Fonte: Commons - 026 Na pintura, ele executou inúmeros retratos de personagens célebres para o Vaticano. Seus primeiros trabalhos conhecidos são a Natividade (1490, Brera) e um Ecce homo (Eis o homem) (cerca de 1495), Um dos seus trabalhos mais conhecidos é Adoração dos Magos (14951498), na Galeria Nacional de Londres. As fisionomias impassíveis escondem a emoção, há um cuidado com a simétrica e a lógica geométrica e a imaginação voltada para o inanimado, com o corte do edifício, revelando um fantasioso cenário de montanha. Donato ensinou a Bramante arquitetura, e, assim, este pode ajudar seu mestre na construção da Igreja de Santa Maria, em Milão. Em 1525, Bramantino foi nomeado arquiteto do tribunal por Francesco Sforza II, e sua ajuda como engenheiro na construção da defesa de Milão trouxe-lhe alguns de prêmios. (Wikipédia, a enciclopédia livre e outras fontes.) - 027 - Lorenzo Costa 1460-1535 Lorenzo Costa foi um pintor italiano do Alto Renascimento, nascido no ano de 1460 e falecido em 5 de Março de 1535. Sua cidade natal é Ferrara, porém se mudou para Bolonha quando tinha 20 anos, e lá como outros artistas, foi influenciado pela Escola de Bolonha. Em verdade, havia uma comunicação regional e muitos artistas trabalharam simultaneamente nas duas cidades. Por isso, ele pode ser considerado também parte da Escola de Ferrara. Acredita-se que tenha estudado com Cosimo Tura. Lorenzo trabalhou em afrescos na Capela Bentivoglio, na Igreja de San Giacomo Maggiore. Era amigo de Francesco Francia, sobre quem exerceu moderada influência. Foi para Mântua em 1509, onde permaneceu até a morte, em 1535. Seus principais trabalhos estão em Bolonha. Seus filhos, Ippolito (1506-1561) e Girolamo, foram também pintores, bem como seu neto, Lorenzo, o jovem (1537-1583). Entre alguns pintores que com ele trabalharam estão: Cosimo Tura, Dosso Dossi e Ludovico Mazzolino. (Wikipedia e outras fontes) - 028 – Lorenzo Costa – La Madonna col bambino tra Santa Zita e San Giovanni Evangelista - 029 - Benedetto Rusconi Benedetto Diana 1460? - 1525 Benedetto Rusconi, mais conhecido como Benedetto Diana, nasceu por volta de 1460 e faleceu em 1525. Diana foi um pintor da Alta Renascença, contemporâneo e companheiro de Vittore Carpaccio e Giovanni di Niccolò Mansueti. Não foi um artista de primeira grandeza, mas seus trabalhos, ainda que menos considerados, sempre conseguiram mercado. Diana desenvolvia suas obras primeiro em têmpera e depois, também, em óleo, sendo que a maior parte delas aconteceu em Veneza. Battesimo di Cristo. Tavola, 137 x 168 cm. Deposito dalla Parrocchiale di Caresana (Vercelli). Fonte: http://www.museoborgogna.it/ - 030 Entre outros trabalhos, pintou “Frades distribuindo esmolas”, na igreja de São João Evangelista (Veneza), e foi assistente de Lazzaro Bastiani em pinturas realizadas na Piazza of San Marco. São de sua lavra, também, “A Virgem e o menino” a igreja de Santa Lucia de Padua, e uma “Transfiguration”. A igreja de Santa Maria della Croce tem um altar pintado com “O dom do miraculoso cinturão de São Tomás” e “Madona e criança com São Jerônimo (imagem abaixo). (Wikipedia em inglês e outras fontes) Abaixo: Benedetto Diana, “Riposo durante la fuga in Egitto” - 031 - Tullio Lombardo 1460-1532 Tullio Lombardo, nascido em 1460 e falecido em 17 de novembro de 1532 foi um escultor da Alta Renascença italiana. Era irmão de Antonio Lombardo e filho de Pietro Lombardo. A família costumava trabalhar em conjunto, realizando obras para igrejas e sobretudo se dedicando à construção de túmulos. Ele é conhecido também é conhecido como Tullio Solari. Tullio Lombardo – “Bacchus and Ariadne” (baixo relevo) - 032 A Basílica de São João e São Paulo em Veneza contém o Monumento fúnebre ao Doge Pietro Mocenigo, executado por Tullio (detalhe abaixo) (Wikipedia e outras fontes Abaixo: “Miracle of the Miser's Heart”, 1520-25, Marmore, 1,30 x 2,45m, Basilica di Sant'Antonio, Padua Fonte: http://www.wga.hu/ - 033 - Andrea Solari (Lo Zingaro) 1460?-1524 Andrea Solari, nascido em 1460 e falecido em 1524, foi um pintor italiano da Escola Milanesa, um dos mais importantes seguidores de Leonardo da Vinci. Solari recebeu os primeiros ensinamentos de seu irmão Cristóvão, um conhecido escultor e arquiteto. Provavelmente, acompanhou o irmão até Veneza, onde parece ter recebido também a influência de Antonello da Messina, como se percebe na obra Homem com um cravo (imagem abaixo) (1492), em que se revela, na pintura, a concepção escultural do mestre. O trabalho mais antigo de Solari, executado para a Igreja de São Pedro Mártir, Murano-1495, é Madona com criança, São José e São Jerônimo, trazendo ao - 034 fundo uma belíssima paisagem. O rosto da Madona, pelo seu estilo, sugere que, retornando de Veneza, o pintor recebeu também influência de artistas florentinos. “Madona da almofada verde”, um dos quadros mais populares de Solari Em 1507, Solari foi à França e, de passagem, teria visitado também Flandres, retornando depois à Itália. Isso explica o caráter flamengo de vários de seus trabalhos, como Fuga ao Egito (1515), com harmoniosa e detalhada paisagem ao fundo. (Web Gallery of Art e outras fontes) - 035 - Piero di Cosimo (Piero di Lorenzo) 1482-1521 Piero di Lorenzo foi um pintor florentino, discípulo de Cosino Rosselli e, em homenagem ao mestre, passou a denominar-se Piero di Cosimo. Não existem trabalhos seus oficialmente documentados ou assinados, de maneira que a reconstituição de sua vida e obra depende essencialmente da descrição biográfica que dele faz o historiador de arte Giogio Vasari. Segundo este, Piero tinha um caráter excêntrico e, entre seus hábitos, estava o de se alimentar com ovos que cozinhava em vasilha onde estavam sendo misturados colas e pigmentos para o ateliê. As pinturas pelas quais ele se tornou conhecido fugiam ao convencional de sua época: eram fantásticas invenções mitológicas, habitadas por faunos, centauros e homens primitivos. Em geral havia um pouco de humor nessas singelas fantasias, mas em Morte de Procris, abaixo (National Gallery, London), ele criou uma cena pungente de emoção e ternura. Piero di Cosimo tinha habilidade especial em pintar animais e retratos. Dentre os retratos, o mais expressivo deles é o de Simonetta Vespucci (pg. 036), em que, à semelhança de Cleópatra, ela tem uma víbora enrolada ao pescoço. - 036 - Seus trabalhos religiosos, entretanto, seguem o absolutamente convencional, embora mantendo ainda as características do artista. Uma de suas obras no gênero é Imaculada Conceição, que parece ter sido inspiração para Madonna of the Harpies, pintada mais tarde por seu discípulo Andrea del Sarto. (Encarta em Inglês, 1994, e outras fontes) - 037 - Antonello de Saliba 1466?-1535? Antonio de Saliba, mais conhecido como Antonello de Saliba, foi um pintor italiano da Renascença. Não se conhece exatamente as datas de seu nascimento e morte, girando em volta de c.1466-c.1535. Antonello era filho do gravador maltense Giovanni Resaliba e seu irmão foi Antonello da Messina. Como ele tinha o mesmo nome de seu ilustre tio, para evitar confusão no Mercado de arte, na identificação dos autores, seu nome artístico acabou identificado como Antonio, pelo menos em Veneza, onde o tio era mais popular. Ele aprendeu o ofício com seu irmão Peter, ainda no estúdio de Messina, na Sicília. Antonello de Saliba - “O Cristo da coluna” - 038 Inicialmente, Antonello desenvolveu suas atividades em torno de Veneza, seguindo os passos de seu irmão Antonello da Messina e, talvez, acompanhando também seu primo Jacobello. Desde 1497, a julgar pelos documentos disponíveis, ele é visto através de documentos e assinando obras que atestam ter trabalhado dentro e fora de Veneza, nas décadas em que produziu obras de arte, todavia, sua produção era inconstante e irregular, detalhe que se acentuou nos últimos anos de vida. (Wikipedia em inglês e outras fontes) O quadro “Vergine annunciata” foi comprado em 1897 em uma loja de antiguidades de Mônaco com uma indicação de origem de Pádua . Inicialmente, se atribuiu a pintura a Antonello, o que foi, posteriormente, confirmada por todos os estudiosos, - 039 - Giovanni Antonio Boltraffio 1466?-1516 Giovanni Antonio Boltraffio ou Beltraffio, nascido em 1466/1467 e falecido em 15 de Junho de 1516 foi um pintor italiano da Alta Renascença na região da Lombardia, onde teve oportunidade de trabalhar com Leonardo da Vinci. Boltraffio e Bernardino Luini são as personalidades artísticas mais fortes a emergir do estúdio de Leonardo. De acordo com o historiador de arte Giorgio Vasari, ele veio de uma família aristocrática e nasceu em Milão. Suas maiores obras são A Ressurreição, pintada com Marco d'Oggione, e uma Madonna e Menino, bem ao estilo de Leonardo, uma das obras marcantes do Quattrocento na Lombardia. Em Bologna, recebeu o mecenato da Família Casio, para quem pintou vários quadros. O retrato do poeta Girolamo Casio, 1495 (detalhe abaixo) está na Pinacoteca de Brera, em Milão. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. - 040 – Boltraffio – Jovem coroada com flores Fonte: http://www.wikiart.org/ - 041 - Andrea Sansovino 1467 - 1529 Andrea di Niccolò di Menco di Muccio, mais conhecido como Sansovino, foi um escultor e arquiteto italiano da Alta Renascença, nascido no Monte San Savino em 1467 e falecido no mesmo lugar, em 1529. Seu estilo mostra a transição da terceira fase do Renascimento para a Alta Renascença. Sua primeira composição importante foi o Altar do Sacramento (1485-1490) na Igreja do Espírito Santo em Florença, com uma alta qualidade artesanal e uma grande ênfase nas emoções. Passou vários anos em Portugal e, em 1502, estava de novo em Florença, quando começou o grupo do Batismo de Cristo, instalado na fachada do Batistério de São João. Somente o João Batista é inteiramente seu, o anjo é todo de outro artista, mas a concepção elegante, sóbria e dignificada do conjunto, junto com a grande beleza dos corpos, o torna uma das primeiras obras importantes da Alta Renascença. Também compôs uma série de frisos policromos para a Villa Medicea di Poggio a Caiano. Em 1505, foi para Roma, contratado pelo papa Júlio II para executar duas tumbas quase idênticas para os cardeais Ascanio Sforza e Girolamo della Rovere na Igreja de Santa Maria del Popolo, completadas em 1509 e consideradas suas obras mais originais. Sua última grande encomenda foi supervisionar a construção de vários edifícios na cidade de Loreto e a decoração da Santa Casa local, para onde esculpiu um relevo da Anunciação de grande riqueza plástica. A suavidade e graça de seu estilo foi um contraponto à inclinação ao drama de Michelangelo. (Wikipedia e outras fontes) - 042 – “Batismo de Cristo” (1502) – Apenas o Cristo é obra de Sansovino Esse conjunto de esculturas é uma das primeiras grandes obras que marcam o início da Alta Renascença. “Anunciação” - Baixo relevo de Sansovino, executado em mármore para a Santa Casa de Loreto - 043 - Cristoforo Solari 1468-1524 Cristoforo Solari também conhecido como IL GOBBO (O corcunda) foi um escultor e arquiteto italiano da Alta Renascença, irmão do pintor Andrea Solari, nascido em Milão no ano de 1468 e falecido em Maggio, no ano de 1524..Entre seus trabalhos, um dos mais famosos é o túmulo dos duques Lucovico il Moro e Beatrice d’Este no Monastero di Santa Maria delle Grazie (imagem abaixo), em Certosa di Pavia, Itália, entre 1397 e 1499. Lenda ou não, acreditou-se que fora ele o escultor da Pietà de Michelangelo, por ter ele invadido a basílica com um cinzel e gravado seu próprio nome na escultura, o que causou enorme constrangimento entre os dois artistas. Michelangelo tinha, na época, 23 anos e Cristoforo, seu desafeto, era seis anos mais velho que ele. (Wikipedia em inglês, Wikipedia em italiano e outras fontes) - 044 – Cristoforo Solari, “Hercules em descanso”, estatueta em alabastro, 21 x 36 x 14 cm, Fonte: http://www.katz.co.uk/ Cristoforo Solari, “Rosto de Beatrice”, detalhe do túmulo dos duques Lucovico il Moro e Beatrice d’Este no Monastero di Santa Maria delle Grazie - 045 – Francesco Granacci 1469-1543 Francesco Granacci, pintor da Alta Renascença italiana, nasceu em Villamagna di Volterra em 1469 e faleceu em Florença no dia 30 de novembro de 1543). Seu aprendizado ocorreu no ateliê de Domenico Ghirlandaio, onde também praticava, na mesma época, Michelângelo, de quem foi amigo e com quem pode frequentar a academia de Lorenzo, o Magnífico, patrono e mecenas. Granacci era dotado de boa mão, mas muito pouco criativo, tendo absorvido os conceitos dos pintores do Quatrocento, fazendo apenas uma atualização ou releitura daquele período. Em 1508, mudou-se para Roma onde, com outros artistas, ajudou Michelangelo a transferir, para a abóboda da Capela Sistina, as imagens que o artista havia pintado em protótipos de cartão. De volta a Florença, pintou a Madona com Criança, entre São Francisco e São Cenobio, para o Convento dos Agostinhos da Via San Gallo, demonstrando nesse trabalho alguma influência de Fra Bartolomeo e do jovem Rafael. Em 1515, participou da realização da ornamentação da cidade, por ocasião da visita do papa Leão X a Florença. Pouco depois, pintou o retábulo do convento de Santa Apolônia, em Florença, baseado no desenho que lhe foi proporcionado por Michelangelo. Ressalte-se a fidelidade de Granacci às miniaturas pintadas por Michelangelo como referência, ainda que, pela falta de espaço nesses cartões, muitos detalhes teriam de ser criados por ocasião da ampliação no trabalho final. Seu amadurecimento pleno na arte da pintura se revela por volta de 1519, em obras como Madona com Criança e São João Menino, onde, finalmente, começa a se desapegar dos esquemas do período Quatrocento. (Wikipedia em espanhol e outras fontes). - 046 – Francesco Granacci “Madona com criança e São João Menino” - 047 – Timoteo Viti 1469-1523 Timoteo Viti, também conhecido como Timoteo della Viti ou Timoteo da Urbino foi um pintor da Alta Renascença, íntimo de Rafael que, durante 14 anos foi seu pupilo. Ele nasceu em Urbino no ano de 1469 e faleceu na mesma cidade, no ano de 1523. Viti era neto do pintor Antonio Alberti Viti, sendo que seu pai também exercia a mesma atividade. Foi discípulo de Francesco Francia em Bolonha, entre 1490 e 1495 e sua presença em Bolonha pode ser reconhecida, em parte, no estilo de suas pinturas. Em 1495, retornou a Urbino e substituiu Giovani Santi, o pai de Rafael, que acabara de falecer. Com isso, coube a ele completar as pinturas do Museu do Palácio Ducal, que Santi havia deixado inacabadas. Rafael, que tinha apenas onze anos quando da morte do pai, herdou os negócios da família, incluindo o estúdio e recebeu o apoio de Viti que, por sua vez, adquiriu uma boa parte do acervo de desenhos deixados pelo falecido. Porém, não foi assim, na “santa paz”. Esses desenhos foram alvo de disputa entre os dois artistas e Viti foi acusado de forjar alguns desenhos que, declaradamente, pertenciam a Rafael. Por volta de 1514, Viti fez parte de um grupo de artistas reunidos por Rafael e trabalhou em afrescos que Rafael desenhou na Capela em Santa Maria dela Pace, em Roma. Isso sugere que algumas pinturas atribuídas a Rafael podem ter sido pintadas por Viti, inclusive o “auto-retrato”. No dizer do historiador de arte, Giorgio Vasari, Timóteo foi não só pintor, como poeta e músico. Ele também foi juiz, em 1508, e chefe da magistratura em 1513. (Wikipedia em inglês e outras fontes) - 048 – Noli me tangere - Altar maggiore dell'Oratorio di Sant'Angelo minore in Cagli. Timoteo Viti A expressão “Noli me tangere”, que significa "não me toques", é a versão em latim das palavras ditas por Jesus a Maria Madalena quando ela o reconhece após a sua ressurreição. O evento é narrado no Evangelho de João. - 049 - Bartolomeo Veneto 1502(ativo) – 1546(morte) Bartolomeo Veneto foi um pintor italiano da Alta Renascença, originário de Veneza, na Lombardia. Não se sabe a data de seu nascimento e os primeiros registros a seu respeito são de 1502, quando já se achava em plena atividade. O falecimento ocorreu em 1546. Durante o tempo que esteve em Veneza, estudou com Gentile Bellini. A pouca informação que se tem sobre sua vida deriva de que Bartolomeu era inconstante em suas assinaturas, datas e inscrições. Suas obras mais conhecidas são retratos. O que ele pintou mais tarde, sobretudo em Milão, indica uma influência notável do gênio Leonardo da Vinci (1452-1519). Os trabalhos mais antigos de Bartolomeu estão voltados à pintura devocional. Sua atenção, mais tarde, voltou-se para o retrato, talvez não por opção própria, mas para atender ao interesse de seus patrocinadores, ajustando-se ao gosto alheio para garantir encomendas constantes. Embora cerca de 40 pinturas sejam geralmente aceitas como de sua lavra, apenas 9 delas contém, de fato, inscrições com o nome do artista. Em sua pintura “A virgem e o menino” há uma curiosa inscrição: "Bartolamio mezo venizian e mezo cremonexe" (Bartolomeo, meio veneziano e meio cremonense). Essa inscrição lança luz sobre a cidadania do pintor, bem como é uma referência da influência estilística diversificada que compôs sua obra. O lado veneziano sugere a influência de Giovanni Belini (c1430-1516_ e o cremonense nos leva à escola fundada por Giulio Campi. Todos os seus trabalhos foram executados em madeira, ainda que, mais tarde, algumas pinturas suas tenham sido reproduzidas em tela. - 050 – A partir da esquerda: 1) “Flora”, (supostamente Lucrécia Borgia. 2) “Mulher tocando alaúde”, 1420, Pinacoteca de Brera. 3) “Retrato de uma dama”, Galeria Nacional do Canadá (Otawa). Acima, detalhe de “Flora” (Lucrécia Borja) Abaixo, uma pintura devocional