Análise de Sensibilidade da Relação Dívida/PIB a

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Análise de Sensibilidade da Relação Dívida/PIB a Oscilações na
Taxa de Câmbio
As oscilações da taxa de câmbio vêm
exercendo influência relevante, mas, recentemente,
decrescente, sobre a evolução da Dívida Líquida do
Setor Público (DLSP), por afetar diretamente o valor
em reais das dívidas e haveres referenciados em
dólares. Os principais componentes da dívida atrelada
ao dólar são a dívida externa de todas as esferas do
setor público, inclusive empresas estatais e,
internamente, os títulos indexados ao câmbio, de
emissão do Tesouro Nacional e do Banco Central.
Como haveres, compensando parcialmente aquelas
dívidas, destacam-se as reservas internacionais
depositadas no Banco Central.
Um outro efeito das oscilações da taxa de
câmbio sobre a dívida líquida está relacionado ao
resultado de caixa das operações de swap cambial
realizadas pelo Banco Central. Mesmo não
constituindo dívidas, as exposições em swap (valor
nocional) geram perdas (ganhos) no montante da
diferença a maior (menor) entre a variação cambial
mais cupom e a taxa dos DI. Esse resultado de caixa
constitui despesa (receita) financeira e é computado
no endividamento líquido do setor público por ocasião
dos acertos de margens.
Exposição cambial: dívida líquida referenciada em
câmbio e exposição em swaps
R$ bilhões
500
400
300
200
A exposição cambial, após um período inicial
de estabilidade em torno de R$200 bilhões, cresce
em duas etapas: ao longo de 2001 e a partir de
meados de 2002, atingindo um máximo de R$473
bilhões em outubro desse ano. A partir de então, a
exposição cambial recua continuamente, atingindo
R$283 bilhões, em abril de 2004.
100
0
Jan Abr Jul Out Jan Abr Jul Out Jan Abr Jul Out Jan Abr Jul Out Jan Abr
2000
2001
2002
2003
2004
Dívida externa
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Relatório de Inflação
Dívida interna
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Junho 2004
Exposição cambial em swaps
Tanto nos períodos de crescimento quanto
nos de redução da exposição cambial, é
principalmente o seu componente interno, inclusive
swap, que varia. Destacam-se os seguintes fatores:
efeito direto da variação do câmbio, que se deprecia
em 2001 e 2002 e reverte parcialmente esse
movimento em 2003; demanda crescente por hedge
cambial pelo mercado, em 2002; política explícita do
governo no sentido de reduzir as exposições cambiais
a partir de 2003, rolando menores parcelas de títulos
indexados ao câmbio e, principalmente, swaps. Além
disso, registraram-se amortizações líquidas da dívida
externa em abril de 2004, equivalentes a R$15 bilhões,
utilizando-se aquisições de divisas em mercado.
Dívida líquida por indexador
%
60
50
40
30
20
10
0
Jan Abr Jul Out Jan Abr Jul Out Jan Abr Jul Out Jan Abr Jul Out Jan Abr
2000
2001
2002
2003
2004
DL cambial
DL Selic
DL pré
Outros
Impacto da variação do câmbio na dívida líquida do
setor público
R$ bilhões
R$/US$
300
4,00
200
3,00
100
2,00
0
1,00
-100
0,00
Jan Abr Jul Out Jan Abr Jul Out Jan Abr Jul Out Jan Abr Jul Out Jan Abr
2000
2001
2002
2003
2004
Impacto acumulado
Taxa de câmbio média
O esforço do governo em reduzir a exposição
do seu endividamento ao câmbio alterou o perfil da
dívida líquida do setor público no tocante à
participação dos principais indexadores. A
participação da dívida atrelada ao dólar, que em
outubro de 2001 chegou a representar 50,9% do
endividamento líquido, caiu para 23,3% em abril de
2004. Já a dívida vinculada a juros prefixados
apresentou trajetória ascendente a partir de 2003,
passando de 1,4% em janeiro daquele ano para 13%
em abril de 2004, o mesmo acontecendo com a dívida
vinculada à taxa Selic, que oscilava entre 35% e 40%
entre janeiro de 2000 e outubro de 2002, e passou a
51,6% em abril de 2004.
O impacto cambial sobre a DLSP decorre,
portanto, da participação da dívida líquida indexada
ao dólar (dívida menos haveres cambiais), do
resultado da exposição em operações de swap e da
magnitude da depreciação ou apreciação da taxa de
câmbio. Assim, a variação observada na taxa de
câmbio entre janeiro de 2000 e outubro de 2002
produziu um impacto sobre a DLSP correspondente
a R$232 bilhões, equivalente a 66% do crescimento
da DLSP no período. Já entre novembro de 2002 e
junho de 2003, o efeito do câmbio sobre a dívida líquida
foi contracionista em R$67 bilhões, mantendo-se
relativamente neutro a partir de então.
As alterações havidas na participação da
dívida atrelada ao dólar, as variações no volume de
exposições em operações de swap cambial e o
comportamento da taxa de câmbio acarretaram
mudanças na sensibilidade da dívida líquida às
oscilações cambiais. Observe-se que, em 2000, uma
variação de 1% na taxa de câmbio gerava um
aumento na DLSP da ordem R$2 bilhões. Em outubro
Junho 2004
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Relatório de Inflação
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Impacto na DLSP de uma variação de 1% na taxa
de câmbio
R$ bilhões
5
4
3
2
Jul-2001
Mai-2001
1
Jan Abr Jul Out Jan Abr Jul Out Jan Abr Jul Out Jan Abr Jul Out Jan Abr
2000
2001
2002
2003
2004
Dívida indexada ao dólar + Swap
Divida indexada ao dólar
Impacto na relação DLSP/PIB de uma variação de 1%
na taxa de câmbio
% do PIB
0,4
0,3
0,2
Fev-2001
0,1
Jan Abr Jul Out Jan Abr Jul Out Jan Abr Jul Out Jan Abr Jul Out Jan Abr
2000
2001
2002
2003
2004
Dívida indexada ao dólar + Swap
Divida indexada ao dólar
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de 2002, esse impacto atinge o máximo, alcançando
R$4,7 bilhões. A redução, a partir de então, foi
significativa, situando-se em R$2,7 bilhões, em abril
de 2004, equivalente, portanto, ao que se observava
em julho de 2001.
Relatório de Inflação
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Junho 2004
Avaliado como percentual do PIB, o impacto
de variações na taxa de câmbio sobre a DLSP em
abril de 2004 é equivalente ao que se observava no
início de 2001, ou seja, para cada 1% de variação
cambial, a relação DLSP/PIB oscila, no mesmo
sentido, em 0,16%. Registre-se que não estão
considerados, nesse exercício, eventuais impactos do
câmbio sobre o PIB.
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