Concentração de Ácido Fítico em Subprodutos Agroindustriais Provenientes do Processamento de Frutas da Região Norte Bianca V. Loureiro, Elisabete A. De Nadai Fernandes, Gabriela de M. e Chiocchetti, Silvana R. V. Sarriés Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo - Piracicaba, SP 1. Objetivo No Brasil, as perdas a partir da pós-colheita de frutas são estimadas entre 20% e 50% [1], fato que diminui a quantidade de recursos disponíveis para a população [2]. Os subprodutos provenientes do processamento de frutas são importantes fontes de nutrientes minerais, como Ca, Cr, Fe e Zn, que poderiam ser aproveitados para a complementação nutricional em dietas de baixo custo [3]. Entretanto, esses resíduos podem conter compostos que diminuem sua qualidade nutricional, como o ácido fítico, um antinutricional que pode complexar minerais e torná-los biologicamente indisponíveis para o organismo. Com o objetivo de verificar quais subprodutos possuem potencial nutricional para serem reaproveitados no desenvolvimento de novos produtos alimentícios de baixo custo, subprodutos de frutas foram analisados para avaliação da concentração de ácido fítico. 2. Materiais e Métodos Foram coletadas, no estado do Amazonas, subprodutos do processamento de frutas, provenientes de agroindústrias de pequeno porte, totalizando 6 amostras entre cascas, sementes e fibra de frutas. A determinação de ácido fítico foi realizada segundo o método descrito por Grynspan & Cheryan (1989). 3. Resultado Os resultados da Tabela 1 mostram que a casca da semente do cupuaçu e a semente de jenipapo apresentaram os maiores teores de ácido fítico. A fibra de açaí apresentou ácido fítico abaixo do limite de -1 detecção de 1,39 mg g . Tabela 1. Ácido fítico amostras. Média (n=3). (mg -1 g ) das Semente de Jenipapo Casca de Guaraná Casca da semente do Cupuaçu Casca de Pupunha Semente de Pupunha Fibra de Açaí Média Desvio Padrão 8,15 0,55 4,0 0,19 15,19 0,67 2,52 0,09 1,39 0,07 <L.D. - 4. Conclusão -1 O maior teor de ácido fítico, 15,19 mg g , foi determinado na casca da semente do cupuaçu. Apesar de ser um valor relativamente alto, este valor encontra-se próximo ao teor de ácido fítico encontrado em alimentos usuais da dieta brasileira, como arroz integral cozido, feijão cozido, proteína isolada de soja e amendoim [5]. Entretanto, a determinação de outros fatores antinutricionais e a correlação com os nutrientes presentes nos subprodutos são essenciais para determinar a qualidade nutricional dos subprodutos analisados. 5. Referências Bibliográficas [1] FAO YEARBOOK. Production. Roma, v.48, p.164-165, 1998. (FAO Statistics, 125). [2] BÁRTHOLO, G. F. Perdas e qualidade preocupam. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.17, n.179, p.3. 1994. [3] BORGES, R. F. Panela Furada: o incrível desperdício de alimentos no Brasil. 3 ed. São Paulo: Columbus, 1991. 124 p. [4] GRYNSPAN, F., CHERYAN, M. Phytate-calcium interactions with soy protein. Journal of the American Oil Chemist's Society, Champaign, v.66, n.1, p.93-97, 1989. [5] GREINER, R., & KONIETZNY, U. (2006). Phytase for food application.Food Technologyand Biotechnology, 44 (2), 125–140.