4603 Trabalho 1078 - 1/3 IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO NÃO-VERBAL NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ROCHA, ELAINE DA SILVA NUNES1 QUEIROZ, ANA PAULA OLIVEIRA1 PÁSCOA, FRANCISCA ROBERTA BARROS1 LIMA, FRANCISCA ELISÂNGELA TEIXEIRA2 A comunicação é um ato fundamental para o ser humano, visando torná-lo sociável. Esta ocorre de forma verbal e não-verbal. A comunicação verbal exterioriza o ser social e a não verbal o ser psicológico, sendo sua principal função a demonstração dos sentimentos (BRASIL; et al. 2000). A comunicação não-verbal envolve todas as manifestações de comportamentos que não podem ser expressas por palavras, como expressões faciais, gestos, olhares, dentre outros. O uso da comunicação não-verbal é constante em todas as faixas etárias, a sociedade almeja meios de exprimir sensações e desejos que dificilmente seriam verbalizados. Daí, têm-se como objetivo analisar a produção científica acerca da importância da comunicação não verbal para assistência de enfermagem. Trata-se de um estudo bibliográfico, realizado em maio de 2009, no Scielo, www.scielo.br, utilizando as seguintes palavras-chave: enfermagem e comunicação. Foram encontrados quatro artigos, no período de 2000 a 2008, os quais foram lidos minuciosamente. De acordo com os dados levantados, verificou-se que o enfermeiro tem como base de seu trabalho as relações humanas, sendo necessária a comunicação não-verbal no processo terapêutico. O conhecimento da comunicação não-verbal é de extrema importância, pois esta reforça ou contradiz a mensagem transmitida verbalmente. Para a comunicação ser efetiva, o enfermeiro deve estar atento aos vários meios que os clientes dispõem para comunicarem-se de forma não1 Acadêmicas de enfermagem do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem da Universidade Federal do Ceará (DENF/FFOE/UFC). Participante do Grupo de Estudos sobre a Consulta de Enfermagem. E-mail: [email protected] ² Doutora em enfermagem. Professora adjunto do DENF/FFOE/UFC. Coordenadora do Grupo de Estudos sobre a Consulta de Enfermagem. 4604 Trabalho 1078 - 2/3 verbal. De acordo com a leitura dos artigos, observou-se que os profissionais pouco têm pesquisado sobre a comunicação não-verbal utilizada na relação entre os profissionais da saúde e os clientes. Contudo, a enfermagem necessita de uma maior habilidade para comunicar-se, uma vez que desempenha diversas atividades com o cliente. A comunicação é fundamental para estabelecer o cuidado de enfermagem que vislumbra uma assistência singular e de qualidade. Para a eficácia no atendimento, o enfermeiro deve constatar as vontades, sensações e necessidades do cliente. Esta percepção é fundamental para se obter a resposta esperada das ações de enfermagem. A comunicação não verbal deve ser utilizada por toda a equipe de enfermagem com o objetivo de aumentar a interação enfermagem-cliente, proporcionando maior segurança, eficácia e satisfação no processo terapêutico. Embora não seja verbalizado, sensações como: medo, insegurança, dor, tristeza, ansiedade, angustia, entre outros, podem ser observadas pela equipe de enfermagem. Com esta percepção, o profissional pode fazer o plano de cuidados com o objetivo de amenizar esses sentimentos. É de extrema importância que a equipe de enfermagem possua a capacidade de relacionar os símbolos e gestos aos seus significados, para assim estabelecer o processo comunicativo. Esses estudos demonstram a necessidade de compreender a importância da linguagem não-verbal para a efetiva aproximação do enfermeiro com seus clientes, objetivando a realização de um cuidado eficaz, guiando o enfermeiro para atender as reais necessidades do paciente e viabilizando uma assistência individualizada e humanizada. Outro aspecto levantado é a quantidade excessiva de procedimentos de enfermagem, a qual direciona o enfermeiro aos cuidados físicos, desconsiderando os aspectos emocionais da pessoa assistida, fazendo com que haja um déficit na comunicação. Essa rotina leva o enfermeiro a ser, algumas vezes, insensível à percepção das manifestações não-verbais, fazendo com que os sentimentos e sensações, tanto do enfermeiro, quanto do cliente não façam parte da interação entre os dois, dificultando a aproximação. O profissional deve estabelecer um vínculo de confiança com o cliente, para isso é preciso estar atento ao olhar direto, posição da cabeça e tórax, comportamento empático etc. A comunicação efetiva é bidirecional, havendo necessidade que haja resposta e validação das mensagens transmitidas, seja por meio de palavras faladas e escritas, como 4605 Trabalho 1078 - 3/3 por meio de gestos, expressões faciais e corporais. Portanto, por meio dessa pesquisa, constata-se que a comunicação não-verbal é de grande importância para estabelecer o vínculo entre profissional-cliente, uma vez que a maioria das informações íntimas não é verbalizada. Com a percepção correta do modo de agir e sentir do cliente pode-se melhorar assistência de enfermagem. É possível identificar que existe, ainda, a necessidade em aumentar o conhecimento da equipe de enfermagem sobre a comunicação não-verbal, principalmente a relevância desta com a implementação da assistência de enfermagem. Sem o devido conhecimento da comunicação não-verbal, o processo terapêutico pode conter falhas e barreiras, dificultando sua eficácia. Para não haver estas barreiras, os profissionais devem ser capacitados para decodificar as expressões não-verbais dos clientes, e ainda serem capazes de utilizar essa forma de comunicação para promover uma relação interpessoal e dinamizar a assistência de enfermagem. REFERÊNCIAS 1. BRASIL, V.V., GUIMARÃES H.C.Q.C.P., SAVONITTI B.L.R.A., SILVA L.M.G., SILVA M.J.P. Comunicação não-verbal: reflexões a cerca da linguagem corporal. Rev. latino-am. enfermagem - Ribeirão Preto, v.8, n.4, p.52-58 agosto 2000. 2. SANTOS, C.C.V., SHIRATORI,K. Comunicação não verbal: importância no cuidado de enfermagem. Enfermería Global, v.12, p.1-9, Fev 2008. 3. SILVA M.J.P. Comunicação tem remédio: a comunicação nas relações interpessoais em saúde. Edições Loyola, 2005. v.3. 4. MORAES, L. M. P.; ORIÁ, M. O. B.; VICTOR, J. F. - A comunicação como instrumento do enfermeiro para o cuidado emocional do cliente hospitalizado. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 06, n. 02. 2004, 5. PUPULIM J.L.S.; SAWADA N.O. Reflexões acerca da comunicação enfermeiro-paciente relacionada à invasão da privacidade. An. 8. Simp. Bras. Comun. Enferm. 2002.