61o. Congresso Nacional de Enfermagem

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Trabalho 1078 - 1/3
IMPORTÂNCIA
DA
COMUNICAÇÃO
NÃO-VERBAL
NA
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
ROCHA, ELAINE DA SILVA NUNES1
QUEIROZ, ANA PAULA OLIVEIRA1
PÁSCOA, FRANCISCA ROBERTA BARROS1
LIMA, FRANCISCA ELISÂNGELA TEIXEIRA2
A comunicação é um ato fundamental para o ser humano, visando torná-lo
sociável. Esta ocorre de forma verbal e não-verbal. A comunicação verbal
exterioriza o ser social e a não verbal o ser psicológico, sendo sua principal
função a demonstração dos sentimentos (BRASIL; et al. 2000). A comunicação
não-verbal envolve todas as manifestações de comportamentos que não
podem ser expressas por palavras, como expressões faciais, gestos, olhares,
dentre outros. O uso da comunicação não-verbal é constante em todas as
faixas etárias, a sociedade almeja meios de exprimir sensações e desejos que
dificilmente seriam verbalizados. Daí, têm-se como objetivo analisar a produção
científica acerca da importância da comunicação não verbal para assistência
de enfermagem. Trata-se de um estudo bibliográfico, realizado em maio de
2009, no Scielo, www.scielo.br, utilizando as seguintes palavras-chave:
enfermagem e comunicação. Foram encontrados quatro artigos, no período de
2000 a 2008, os quais foram lidos minuciosamente. De acordo com os dados
levantados, verificou-se que o enfermeiro tem como base de seu trabalho as
relações humanas, sendo necessária a comunicação não-verbal no processo
terapêutico. O conhecimento da comunicação não-verbal é de extrema
importância, pois esta reforça ou contradiz a mensagem transmitida
verbalmente. Para a comunicação ser efetiva, o enfermeiro deve estar atento
aos vários meios que os clientes dispõem para comunicarem-se de forma não1
Acadêmicas de enfermagem do Departamento de Enfermagem da Faculdade
de Farmácia, Odontologia e Enfermagem da Universidade Federal do Ceará
(DENF/FFOE/UFC). Participante do Grupo de Estudos sobre a Consulta de
Enfermagem. E-mail: [email protected]
² Doutora em enfermagem. Professora adjunto do DENF/FFOE/UFC.
Coordenadora do Grupo de Estudos sobre a Consulta de Enfermagem.
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verbal. De acordo com a leitura dos artigos, observou-se que os profissionais
pouco têm pesquisado sobre a comunicação não-verbal utilizada na relação
entre os profissionais da saúde e os clientes. Contudo, a enfermagem
necessita de uma maior habilidade para comunicar-se, uma vez que
desempenha diversas atividades com o cliente. A comunicação é fundamental
para estabelecer o cuidado de enfermagem que vislumbra uma assistência
singular e de qualidade. Para a eficácia no atendimento, o enfermeiro deve
constatar as vontades, sensações e necessidades do cliente. Esta percepção é
fundamental para se obter a resposta esperada das ações de enfermagem. A
comunicação não verbal deve ser utilizada por toda a equipe de enfermagem
com o objetivo de aumentar a interação enfermagem-cliente, proporcionando
maior segurança, eficácia e satisfação no processo terapêutico. Embora não
seja
verbalizado,
sensações
como:
medo,
insegurança,
dor,
tristeza,
ansiedade, angustia, entre outros, podem ser observadas pela equipe de
enfermagem. Com esta percepção, o profissional pode fazer o plano de
cuidados com o objetivo de amenizar esses sentimentos. É de extrema
importância que a equipe de enfermagem possua a capacidade de relacionar
os símbolos e gestos aos seus significados, para assim estabelecer o processo
comunicativo. Esses estudos demonstram a necessidade de compreender a
importância da linguagem não-verbal para a efetiva aproximação do enfermeiro
com seus clientes, objetivando a realização de um cuidado eficaz, guiando o
enfermeiro para atender as reais necessidades do paciente e viabilizando uma
assistência individualizada e humanizada. Outro aspecto levantado é a
quantidade excessiva de procedimentos de enfermagem, a qual direciona o
enfermeiro aos cuidados físicos, desconsiderando os aspectos emocionais da
pessoa assistida, fazendo com que haja um déficit na comunicação. Essa
rotina leva o enfermeiro a ser, algumas vezes, insensível à percepção das
manifestações não-verbais, fazendo com que os sentimentos e sensações,
tanto do enfermeiro, quanto do cliente não façam parte da interação entre os
dois, dificultando a aproximação. O profissional deve estabelecer um vínculo de
confiança com o cliente, para isso é preciso estar atento ao olhar direto,
posição da cabeça e tórax, comportamento empático etc. A comunicação
efetiva é bidirecional, havendo necessidade que haja resposta e validação das
mensagens transmitidas, seja por meio de palavras faladas e escritas, como
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por meio de gestos, expressões faciais e corporais. Portanto, por meio dessa
pesquisa, constata-se que a comunicação não-verbal é de grande importância
para estabelecer o vínculo entre profissional-cliente, uma vez que a maioria das
informações íntimas não é verbalizada. Com a percepção correta do modo de
agir e sentir do cliente pode-se melhorar assistência de enfermagem. É
possível identificar que existe, ainda, a necessidade em aumentar o
conhecimento da equipe de enfermagem sobre a comunicação não-verbal,
principalmente a relevância desta com a implementação da assistência de
enfermagem. Sem o devido conhecimento da comunicação não-verbal, o
processo terapêutico pode conter falhas e barreiras, dificultando sua eficácia.
Para não haver estas barreiras, os profissionais devem ser capacitados para
decodificar as expressões não-verbais dos clientes, e ainda serem capazes de
utilizar essa forma de comunicação para promover uma relação interpessoal e
dinamizar a assistência de enfermagem.
REFERÊNCIAS
1. BRASIL, V.V., GUIMARÃES H.C.Q.C.P., SAVONITTI B.L.R.A., SILVA L.M.G.,
SILVA M.J.P. Comunicação não-verbal: reflexões a cerca da linguagem
corporal. Rev. latino-am. enfermagem - Ribeirão Preto, v.8, n.4, p.52-58 agosto 2000.
2. SANTOS, C.C.V., SHIRATORI,K. Comunicação não verbal: importância no
cuidado de enfermagem. Enfermería Global, v.12, p.1-9, Fev 2008.
3. SILVA M.J.P. Comunicação tem remédio: a comunicação nas relações
interpessoais em saúde. Edições Loyola, 2005. v.3.
4. MORAES, L. M. P.; ORIÁ, M. O. B.; VICTOR, J. F. - A comunicação como
instrumento do enfermeiro para o cuidado emocional do cliente hospitalizado.
Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 06, n. 02. 2004,
5. PUPULIM J.L.S.; SAWADA N.O. Reflexões acerca da comunicação
enfermeiro-paciente relacionada à invasão da privacidade. An. 8. Simp. Bras.
Comun. Enferm. 2002.
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