Aula 22_Enterobius e Wuchereria

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Faculdade de Medicina de Jundiaí
Disciplina de Parasitologia
Curso de Medicina
2016
Aula 06/10/16: Enterobíase e Filariose Linfática
Profa. Dra. Juliana Quero Reimão
Enterobíase
• Generalidades
• Enterobiose, Oxiúro, oxiurose
• Agente etiológico
• Enterobius vermicularis
• Oxyuris vermicularis
• Nomenclatura antiga
• Homens são os únicos hospedeiros
Epidemiologia
• Mundial
•
•
•
•
Cosmopolita
Clima frio
Crianças (5 mil a 10 mil vermes)
Helminto mais comum em países
desenvolvidos
• Brasil
• Amplamente distribuído
• Muito comum
Alta prevalência
Média prevalência
• Locais de transmissão
• Doméstica
• Ambientes coletivos fechados
Morfologia
Asas cefálicas
• Vermes adultos
• Asas cefálicas
• Esôfago claviforme
• Seguida de uma dilatação (bulbo)
Macho
(~5 mm)
• Machos
• Menores
• Cauda recurvada
• Com um espículo
• Raramente são vistos
• Fêmeas
• Cauda pontiaguda e longa
• Eliminam cerca de 11 mil ovos
• Fezes e região perianal
esôfago
Fêmea
(~1 cm)
Morfologia
Asa cefálica
Biologia
• Habitat
• Lúmen intestinal
• Ceco e apêndice
• Não há migração visceral
• Machos
• Morrem após a cópula
• São eliminados (fezes)
• Fêmeas
• Quando grávidas
• Migram para a região perianal
• Durante a noite
• Causam coceira
• Se rompem
• Podem migrar
• Vagina, útero e bexiga
Morfologia
50 x 20 µm
• Ovos
• Formato de um “D”
• Um lado achatado
• Um lado convexo
• Membrana dupla, lisa e transparente
• Apresenta uma larva em seu interior
• Resistem até 3 semanas no ambiente
Larva eclodindo do ovo
Ciclo de vida
30 a 40 dias
entre infecção e
liberação de ovos
Infectantes dentro de
poucas horas
larvas rabditóides
sofrem 2 mudas
até chegarem ao
ceco
Transmissão
• Mecanismos mais comuns
•
•
•
•
Ingestão de ovos
Água ou alimentos contaminados
Poeira, aves e insetos
Mãos contaminadas
• Autoinfecção externa
• Região perianal  boca
• Principal mecanismo responsável pela cronicidade
• Mecanismos mais raros
• Autoinfecção interna
• Larvas eclodem no reto e migram até o ceco
• Retroinfecção
• Larvas eclodem na região perianal e migram até o ceco
Patogenia e sintomatologia
• Infecções leves a moderadas
• Assintomático
• Maioria dos casos
• Apenas 1:10 crianças têm sintomatologia
• Prurido anal noturno
• Perda de sono e irritabilidade
• Prurido e irritação vaginal
• Excitabilidade
• Infecções intensas
• Colite crônica
•
•
•
•
Diarreia
Inapetência
Enterite catarral
Emagrecimento
• Eosinofilia ligeira
• 4 a 15% de eosinófilos
Patogenia e sintomatologia
• Lesões
• Na mucosa
• Provocam poucas lesões significativas
• Ação irritativa  inflamação  ceco e apêndice
• Na região perianal
• Laceração da pele  hemorragia, dermatite
• Coçar  autoinfecção e infecções secundárias
• Localizações ectópicas
• Uretra  migração  bexiga e prótata
• Fígado e rim  perfuração do ceco  sistema porta
• Granuloma
• Casos raros
Diagnóstico
• Clínico
• Relato do paciente
• Prurido anal noturno
• Encontro de vermes
• Períneo, roupa íntima e lençol
• Laboratorial
• Identificação de ovos
• Eventualmente fêmeas
• Métodos
• Fita adesiva
• Método de Graham
• Mais eficiente
• Exame de fezes
• Revela 5 a 10 % dos casos
Diagnóstico
• Método de Graham
•
•
•
•
•
•
•
Fita adesiva transparente (8-10 cm)
Tubo de ensaio ou palito de madeira
Repetidas vezes
Lâmina de vidro
Microscópio
Embalada na geladeira
Ao amanhecer, antes de higienização
Use luvas!
Diagnóstico
• Método de Graham
• Repetições em dias consecutivos
• 3 vezes
• Detectam 90%
• 6 vezes
• Detectam 100%
Tratamento
• Albendazol
• Dose única (100 mg)
• Eficácia 100%
• Contraindicação
• Gravidez
• Pamoato de pirantel
• Dose única (10 mg/kg)
• Eficácia 80-100%
• Contraindicação
• Gravidez e insuficiência hepática
• Ivermectina
• Duas doses (200 mg/kg)
• Eficácia >85%
• Contraindicação
• Gravidez e amamentação
• Pacientes com alterações no SNC
Profilaxia
• Educação sanitária
• Higiene das mãos e unhas
• Banho pela manhã
• Limpeza doméstica
• Roupas de cama dos pacientes
• Lavadas em água fervente diariamente
• Não devem ser sacudidas
• Tratamento
• Inclusive dos demais membros da família
• Repetir o tratamento após 20 dias
Filariose linfática
Filariose linfática
• Generalidades
•
•
•
•
Filaríase, Elefantíase ou Bancroftose
Parasito heteroxênico
Incapacidade física e perdas econômicas
Segunda parasitose transmitida por
vetores mais importante no mundo
• Doença Negligenciada
• Agente etiológico
• Wuchereria bancrofti (América e África)
• Brugia malayi e Brugia timori (Ásia)
Epidemiologia
• Mundial
• 112 milhões de parasitados
• Tropical e subtropical
• 83 países
• Ásia, África e Américas
• Áreas de muita pobreza
Wuchereria bancrofti
Brugia malayi
Brugia timori
Epidemiologia
• Brasil
• Década de 50
• Programa de eliminação
• Extinção de vários focos
• Em 2010
•
•
•
•
Belém (PA)
Maceió (AL)
Recife e região (PE)
Até 15% de infectados
• Fatores
• Sem sintomas  fonte de infecção
• Vetor (pernilongo, muriçoca)
• Umidade e temperatura
W. bancrofti
(2010)
Focos extintos
Focos ativos
Vermes adultos
Morfologia
• Vermes adultos
• Vivem 8 a 10 anos
• Vasos e gânglios linfáticos
• Macho
• 4 cm x 0,1 mm
• Extremidade posterior
• Enrolada ventralmente
• Fêmea
• 8 cm x 0,3 mm
• Vivíparas
• Microfilária
• = embrião
• Bainha fina
• Membrana do ovo (sem casca)
• Se movimenta ativamente
Microfilária
bainha
Morfologia
• Microfilária
Bainha
de
revestimento
Núcleos não
atingem a
extremidade da
cauda
A.
B.
C.
D.
E.
F.
G.
Wuchereria bancrofti
Brugia malayi
Loa loa
Onchocerca volvulus
Dipetalonema perstans
Dipetalonema streptocerca
Mansonella ozzardi
Culex quinquefasciatus
(vetor no Brasil)
Biologia
• Microfilárias
• Corrente sanguínea
• Periodicidade
Microfilaremia média (%)
• Dia: capilares profundos
• Noite: sangue periférico  horário de hematofagismo do vetor
100
80
60
40
20
0
10
12
15
18
20
23
1
Horas de coleta de sangue
6
8
Ciclo de vida
Larvas sofrem 2 mudas no vetor
7 a 9 meses
Infecção até microfilárias no sangue
Transmissão
• Picada pelo inseto vetor
• Culex quinquefasciatus fêmea (Américas)
• Deposição de larvas infectantes na pele lesada
• Estímulo: calor
Larva infectante de W. bancrofti saindo da probóscida de C. quinquefasciatus
Principais linfonodos atingidos
Patogenia
cervicais
• Processos inflamatórios
axilares
• Linfadenite
• Inflamação dos gânglios
• Linfangite
• Inflamação e dilatação dos vasos linfáticos
• Lesões genitais
• Hidrocele
• Quilúria
• Ruptura de vasos linfáticos dentro do sistema excretor
Líquido normal
Hidrocele
inguinais
Formas clínicas
• Doença subclínica
•
•
•
•
Apresentam microfilárias no sangue
Dano nos vasos linfáticos
Sem reação inflamatória
Assintomática
• Manifestações agudas
• Linfangite retrógrada
• Linfadenite
• Eosinofilia pulmonar tropical
• Hiper-resposta imunológica
• Sintomas de asma
• Raro
• Manifestações crônicas
• Dilatação e hipertrofia dos
linfáticos
• Extravasamento da linfa
• Edema linfático
• Hipertrofia da epiderme
• Aumento do órgão
Diagnóstico
• Clínico e epidemiológico
•
•
•
•
Febre recorrente + adenolinfangite + inchaço do órgão
Alterações pulmonares + eosinofilia + ↑IgE  EPT (eosinofilia pulmonar tropical)
Área endêmica
Diferencial: má formação congênita, erisipela (Streptococcus pyrogens),
hanseníase (Mycobacterium leprae), dentre outros
• Laboratorial
• Pesquisa de microfilárias
•
•
•
•
Sangue  punção digital  gota espessa
Baixa sensibilidade quando ↓microfilaremia
Concentração  filtração
Urina e líquido da hiderocele  concentração
• Sorologia (ELISA e imunocromatográfico)  pesquisa de Ag
• Ultrassonografia (bolsa escrotal e mamas)  vermes adultos
Gota espessa
•
•
•
•
•
Limpar (álcool)
Puncionar (lanceta)
Des-hemoglobinizar (água)
Fixar (MeOH)
Corar (Giemsa)
Gota espessa
Microfilárias de W. bancrofti em sangue periférico
Filtração em membrana
• 3 a 10 mL sangue venoso
• Tubo + anticoagulante
• Membrana policarbonato
(3-5 µM)
• Lavagem (salina)
• Remoção da membrana
• Corada ou não
Tratamento
• Citrato de dietilcarbamazina
•
•
•
•
6 mg/kg x 12 dias (oral)
Repetir até parasitemia negativa
Mecanismo de ação desconhecido
Desintegração dos parasitos
• Reações adversas
• Febre, cefaleia, dores no corpo e articulações, inflamação linfática
• Desaparecem espontaneamente
• Eficácia apenas em quadros agudos
• Cirúrgico
• Mamas, escroto e membros
• Estágios avançados, muita dor, comprometimento funcional grave
Profilaxia e controle
• Tratamento
• Coletivo em áreas endêmicas
• Não existe medicamento profilático
• Diagnóstico (áreas ↓endemicidade)
• Combate ao vetor
• Inseticidas e telas
• Eliminação de criadouros
• Melhoria sanitária
• Educação em saúde
• Informação sobre transmissão
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