O ÍNDICE DA CESTA BÁSICA NO MUNICÍPIO DE CORUMBÁ NO MATO GROSSO DO SUL [email protected] POSTER-Comercialização, Mercados e Preços ISABELLA CARVALHO FERNANDES1; GERCINA GONÇALVES DA SILVA2; WAGNER IGOR DA SILVA3; RAUL ASSEF CASTELÃO4; DEISE GUADELUPE DE LIMA5. 1,2,3,5.UFMS, CAMPO GRANDE - MS - BRASIL; 4.FINANCIAL CONSULTORIA, CORUMBA - MS - BRASIL. O Índice da Cesta Básica no Município de Corumbá no Mato Grosso do Sul Grupo de Pesquisa: COMERCIALIZAÇÃO, MERCADOS E PREÇOS Resumo O Índice da Cesta Básica é de metodologia e cálculo do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos). Utilizando os preços auferidos em pesquisas nas capitais do país, e o salário mínimo vigente, os resultados da pesquisa apresentam a quantidade de horas mensais que o trabalhador da região necessitou trabalhar para adquirir uma cesta básica. Este trabalho busca analisar o índice que é calculado adotando-se a mesma metodologia na cidade de Corumbá-MS, em parceria com a Faculdade Salesiana Santa Teresa e a Financial Consultoria. Analisar-se-ão as implicações dos valores encontrados e a diferença entre duas das principais capitais do país. Palavras-chaves: Cesta Básica, Salário Mínimo, Corumbá. Abstract The Basic Basket Index is from the methodology and calculation from DIEESE (InterUnion Department of Statistics and Social Economic Studies). Using the prices obtained in researches in the capitals of the country, and the minimum wage, the survey results show the amount of monthly hours that workers in the region needed to work in order to acquire a basic food basket. This paper seeks to analyze the index which is calculated by adopting the same methodology in the city of Corumbá-MS, in partnership with the Santa Teresa´s Salesian School and Financial Consulting. The implications of the values found and the differences between two main cities of the country will also be analysed. Key Words: Basic Basket, Minimum Wage, Corumbá. 1. INTRODUÇÃO O índice da Cesta Básica é um importante indicador econômico pois é capaz de expressar em um determinado período de tempo as condições necessárias para a aquisição do que é fundamental a sobrevivência humana, a alimentação. Segundo HOFFMAN (1995), na economia brasileira o acesso aos alimentos depende diretamente do poder aquisitivo. Contanto os problemas econômicos, e em especial a inflação podem alterar a estabilidade deste poder para as famílias. Segundo o decreto de Lei 399 de 30 de abril de 1938, capítulo I, o salário mínimo é a remuneração mínima devida a qualquer adulto, sem distinção de sexo, para que este 1 Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2010, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural possa prover em uma determinada época, em qualquer região do país suas necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, alimento e transporte. O decreto de lei ainda estabelece os componentes da cesta básica e as quantidades para a região 3, onde se encontra o Estado de Mato Grosso do Sul. Guiado por esta perspectiva, o Índice da Cesta Básica, busca medir as horas necessárias de trabalho, com base no salário mínimo vigente, que um trabalhador necessita para prover as condições de alimentação, ou seja, para adquirir uma cesta básica. Na cidade de Corumbá no Estado de Mato Grosso do Sul é realizada pela Financial Consultoria uma pesquisa utilizando a metodologia do DIEESE todos os meses. A cidade que segundo dados do IBGE, possuía 1198 estabelecimentos agropecuários legais pelo Censo Agropecuário de 2006, e segundo os dados do Produto Interno Bruto dos Municípios de 2007 a atividade agropecuária gerava 181.551 mil reais, o que representava apenas 8,84% do PIB da cidade. Assim, sendo caracterizada como uma cidade de atividade agropecuária limitada, e que assim necessita importar os de outras regiões a maior parte dos alimentos agropecuários para o consumo da população de 99.467 pessoas segundo estimativas do IBGE para o ano de 2009, o que poderia tornar seus produtos mais caros no comparativo com outras regiões, e outras cidades do estado. Desta forma, o objetivo deste estudo é o de verificar o índice de cesta básica da cidade de Corumbá pela metodologia do DIEESE, comparando os resultados auferidos com as cidades de Brasília e São Paulo, dado a pesquisa nacional elaborada pelo DIEESE não incluir a capital do Estado de Mato Grosso do Sul, Campo Grande. 2 - METODOLGIA A metodologia adotada para a elaboração do índice em Corumbá-MS é a mesma que o DIEESE utiliza para a pesquisa nacional. Primeiramente são considerados os produtos e as quantidades para a região, o Estado de Mato Grosso do Sul enquadra-se, segundo o DIEESE, na região 3, os produtos da cesta são estabelecidos pelo decreto de lei 399 de 1938. Assim, para o Estado, são adotados as seguintes quantidades: 6,6 Kg de carne; 7,5 L de leite; 4,5Kg de feijão; 3,0 Kg de arroz; 1,5Kg de farinha; 6,0 Kg de batata; 9,0 Kg de legumes (tomate; 6,0 Kg de pão francês; 600 Gr de café em pó; 90 Un. de frutas (banana); 3,0 Kg de açúcar; 900 Gr. de banha ou óleo; 750 Gr. de manteiga. Todas as quantidades consideram o período de um mês. Foram verificados os preços dos produtos nos maiores supermercados das cidades, procedendo-se uma média aritmética simples destes valores, encontrando-se uma média de preços para os produtos, e compondo o valor médio de uma cesta básica para o município. Com o valor da cesta calculado, estima-se quanto uma pessoa deve trabalhar, tendo-se como parâmetro o salário mínimo vigente, para adquirir a cesta. Esta medida é elaborada considerando-se que o trabalhador possui uma jornada de trabalho de 220hs/mês. 3 – RESULTADOS E ANÁLISES Tabela 1 – Valor da Cesta Básica e Jornada de Trabalho necessária para adquiri-la no município de Corumbá durante o ano de 2009. Janeiro/2009 Fevereiro/2009 Março/2009 Preço da Cesta e Quantidade de Horas Necessárias. R$ 174,16 82:33:00 Julho/2009 R$ 176,83 R$ 178,41 84:40:00 Agosto/2009 R$ 175,57 R$ 178,30 84:36:00 Setembro/2009 R$ 179,97 83:66:00 83:06:00 85:15:00 2 Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2010, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural Abril/2009 Maio/2009 Junho/2009 R$ 183,95 R$ 183,10 R$ 181,08 87:03:00 86:63:00 85:67:00 Outubro/2009 Novembro/2009 Dezembro/2009 R$ 186,74 R$ 181,49 R$ 183,61 88:35:00 86:27:00 87:27:00 Fonte: Financial Consultoria. A Tabela 1 apresenta a evolução dos valores da cesta no decorrer do ano, enquanto que a Figura 1 apresenta a diferença do índice no mesmo período. Figura 1 Evolução do Valor da CestaFonte: Elaboração do Autor. A evolução do Índice acompanha a da jornada de trabalho, sendo um indicador de qualidade de vida, capaz de espelhar os problemas econômicos que atingem a economia local e nacional. Esta analise também será importante na medida que apresenta o poder de compra da população e sua flutuação mês a mês. O indicador também é capaz de comparar a economia da cidade a de outras na região e no país. Tomando-se por exemplo a cidade de Brasília que segundo o DIEESE no mês de Janeiro de 2009 possui uma cesta no valor de 234,60, o que representa cerca de 34,70% superior a da cidade de Corumbá. Ou a cidade de São Paulo, que segundo o DIEESE possui um índice de 128h02min, o que significa que no acumulado do mês o trabalhador paulista deve trabalhar 45h48min a mais que o corumbaense. 4 - CONCLUSÃO Pela análise do Índice de Cesta Básica de Corumbá, constata-se que no decorrer do ano de 2009, o trabalhador corumbaense não necessitou trabalhar mais para garantir a acessibilidade aos alimentos, pois o valor da cesta em Corumbá esteve em torno dos 30% de um salário mínimo vigente. O índice demonstra que a cidade não é prejudicada por situar-se no interior do Estado, e a dificuldade do abastecimento dos alimentos, no que indica este fator, não torna os produtos mais caros. Sugere-se que aliada a pesquisa de cesta básica, seja realizada uma pesquisa de abastecimento na cidade, onde se vinculem os custos de transporte ao que é acrescido nos valores dos produtos. Entende-se também que a diferença nos valores das cidades de São Paulo e Brasília pode ser constatada se analisados o número de estabelecimentos pesquisados e a diferença de preços entre eles, problema não encontrado na cidade de Corumbá. 3 Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2010, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS HOFFMAN, Rodolfo. Pobreza, Insegurança Alimentar e Desnutrição no Brasil. Estudos Avançados. Vol.24. 1995. Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos - DIEESE. Disponível em: http://www.dieese.org.br. Acesso em: 28 de março de 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: 28 de março de 2010. FINANCIAL CONSULTORIA.FSST. Prefeitura Municipal de Corumbá. Carta Conjuntura de Corumbá. Corumbá, 2009 4 Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2010, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural