Grupo como ferramenta de trabalho em psico

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VIII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICOLOGIA
HOSPITALAR – 2011
AS CONSTRUÇÕES HISTÓRICAS E AS ESPECIALIDADES NA PSICOLOGIA
HOSPITALAR.
Psicóloga Giovana Kreuz
Resumo para anais:
MESA REDONDA: GRUPO COMO FERRAMENTA DE TRABALHO EM
PSICO-ONCOLOGIA.
GRUPO COM FAMILIARES
1. Grupo no hospital oncológico:
- O hospital é um grupo ou um grupo de grupos;
- Enorme demanda de pacientes;
- Tempo limitado;
- Número restrito de profissionais;
- Importante ferramenta de trabalho dos profissionais (se estiver de
acordo com os objetivos da instituição, os objetivos do psicólogo, as
necessidades dos usuário/familiares).
2. Grupo com famílias/familiares de pacientes oncológicos:
- Família: grupo matriz de todos os grupos/agrupamentos humanos;
- Necessidades semelhantes de ajuda: todos estão vivendo uma (ou a
mesma) questão primordial: todas tem um membro doente/com câncer;
- A família é alvo de estresse constante e necessita de cuidados.
Podemos definir resultados familiares ou família através de uma série de
laços estabelecidos através do sangue; da união afetiva; da adoção; da
escolha; da fatalidade. O laço que une pessoas e as define enquanto família
pode ser o laço sanguíneo, onde, serão entes familiares àqueles nascidos sob
o mesmo grau de parentesco sanguíneo. Ainda, o laço poderá ser aquele
estabelecido por via da adoção, onde o ente começa a pertencer a uma família
pela via da afetividade ou pela autorização legal das concessões judiciais. A
família poderá nascer da união de pessoas de sexos opostos, no laço
matrimonial, estabelecendo-se desde então, uma família aprovada e retificada
pelas vias da moral religiosa-cristã e civil. As uniões de amasiamento também
constituem famílias.
A família é constituída pela comunhão do ser-com-o-outro, em que as
premissas básicas da relação são o afeto, a lealdade, a
responsabilidade com o outro, caracterizando-se como uma relação
social dinâmica, permeada por crenças, valores e normas da sua
tradição sociocultural e pelo seu momento histórico. (ELSEN, 2002,
p.162).
Neste sentido, quando um membro da família é acometido por uma
doença, toda rotina familiar acaba se transformando. Ou seja, quando alguém
adoece toda a família acaba adoecendo junto, sendo necessário, assim, um
acompanhamento e auxílio dos demais familiares. As relações afetivas,
segundo Carvalho (1994, p.200), são de extrema importância para o bem-estar
do ser humano, sendo que “no caso do câncer no seio de uma família, essa
importância assume proporções mais graves, uma vez que já esta constatada
uma profunda e enorme dor que atinge o grupo todo se um dos membros
recebeu esse diagnóstico”.
As famílias vivem a tragédia do diagnóstico positivo para o câncer de
forma muito próxima às reações vividas pelo paciente. Assim, “a fase aguda, a
fase crônica e a fase de resolução”, são experimentadas pelos familiares com
intensidade semelhante. (CARVALHO, 1994, p. 201)
A fase aguda se caracteriza pelo choque emocional causado pelo
diagnóstico e pelas reações individuais de cada membro. Nessa fase ocorre o
que chamamos de fase de suporte emocional, onde a família e a parentela, os
agregados e os entes mais próximos se aproximam do paciente para prestar
ajuda.
Na
fase
crônica
ocorre
a
adaptação
e
a
estabilização
dos
comportamentos de cada um dos membros frente à situação ocorrida. A autora
denomina esta fase como a mais difícil, porque ocorrem variáveis e
discordância entre os objetivos e a forma de cada um lidar com a doença.
A fase de resolução é caracterizada através do falecimento do paciente
ou de sua cura ou sobrevivência. De qualquer maneira as reações da família
serão norteadas através da dor e das emoções que puderam vivenciar ao
longo do processo da doença, e de acordo com isso, o grupo familiar terá
maiores condições de lidar com o luto e adequar uma qualidade de
relacionamento saudável.
3. Adaptação da técnica grupal (Fernandes, Svartman, Fernandes & Cols.
Grupos e configurações vinculares, 2003):
- Idade;
- Ambiente de trabalho: privado ou publico;
- Finalidade: operativa ou terapêutica;
- Abordagem de acordo com a comunicação ou leitura de grupo.
4. Grupos no SUS e as orientações sobre a cobrança de terapia em
grupos: discutindo a realidade no hospital
5. Finalidade dos grupos:
Finalidade operativa: esclarecimento, aprendizagem, progresso. Também são
terapêuticos em alguma medida.
Finalidade terapêutica: também oferecem alto grau de aprendizagem, trazem
progresso pessoal, abordagem profunda a longo prazo ou agem sobre foco
imediato.
6. Grupos são ferramentas que auxiliam/promovem:
- Vinculação com equipe e demais familiares;
- Alívio de sintomas;
- Mudanças de algumas situações de vida;
- Triagem;
- Esclarecimento/informação;
- Sensibilização;
- Melhora da comunicação;
- Identificação de equívocos (relação equipe-família, funcionamento hospitalar,
normas e rotinas, compreensão dos tratamentos e diagnósticos);
- Troca de experiência/educação continuada com familiares/cuidadores
(manejo com o paciente);
- Aderência/adesão;
- Enfrentamento saudável;
- Apoio/suporte emocional;
- Oferecimento de calor humano e outras possibilidades.
7. Possibilidades:
Construção de grupos no contexto hospitalar:
- Grupo de orientação com mães na oncopediatria;
- Grupo de relaxamento em sala de espera da radioterapia (muscular,
respiratório, mental... dirigido para o alívio e o controle da ansiedade/estresse.
Respiração, visualização de imagens mentais);
- Grupo de sala de espera (espaço de interação grupal para pessoas que
aguardam o tratamento do paciente);
- Grupo de acolhimento (dispositivos de continência, encaminhamento e
primeiros contatos com os familiares no hospital);
- Grupo operativo com mães na oncopediatria (com recursos da arteterapia,
arte, artesanato, jogo; utilizadas para temática materna: estima, feminilidade,
criação dos filhos, relação familiar e conjugal, o filho doente, o internamento, o
afastamento de casa, outras questões);
- Grupo de Atendimento Paliativo (GIAP).
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