OFICINA DE APRENDIZAGEM NA ONCOPEDIATRIA - UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO RODRIGUES*, Valíria – HIJG [email protected] SOMMERFELD**, Caroline Evelyn – UDESC [email protected] KOCHHANN***, Joce Carine - UDESC [email protected] Resumo O câncer pode afetar de várias formas a vida da criança. O tratamento hospitalar convencional pode realçar sentimentos como o medo, angustia e ansiedade. Durante o processo de doença e tratamento a criança sofre restrição do convívio social e escolar sendo privada até mesmo do brincar. Com a intenção de romper com a fragmentação do atendimento da criança com câncer, buscamos uma visão de aprendizagem que não esteja voltada apenas a conteúdos escolares, e sim uma concepção que olhe a criança no seu aspecto biopsicossocial. Esse estudo clínico, do tipo pesquisa intervenção e análise qualitativa é descrever as intervenções das oficinas de aprendizagem realizadas no Ambulatório de Oncohematologia do Hospital Infantil Joana de Gusmão, referência no tratamento de câncer infantil no estado de Santa Catarina. No ano anterior dois grupos atuavam de forma distinta com as crianças da oncologia, a classe hospitalar e os voluntários universitários do curso de fisioterapia da UDESC. Tendo em vista que a criança aprende e se desenvolve através das interações que estabelece com o ambiente o qual está inserida, no início deste ano escolar, os dois grupos começaram o trabalho conjunto. A professora da classe hospitalar apresenta o planejamento mensal e o grupo da fisioterapia complementa com as atividades da psicomotricidade. As intervenções são realizadas diariamente no período matutino, com crianças com câncer atendidas no ambulatório, com idade escolar. A troca de conhecimento e experiência entre as duas áreas tem facilitado a interação entre as crianças, familiares e os profissionais contribuindo para a diminuição da ansiedade nos procedimentos médicos, para a inclusão escolar e estimulando o desenvolvimento global das crianças. Palavras-chave: Psicomotricidade; Oncopediatria; Biopsicossocial. * Pedagoga Mestre em Psicologia pela UFSC e Professora da Classe Hospitalar do Hospital Infantil Joana de Gusmão. ** Fisioterapeuta Especialista em Desenvolvimento Infantil, Mestre em Ciências do Movimento Humano pela Universidade do Estado de Santa Catarina e coordenadora de pesquisa do Programa de Atenção Integral á Criança com Câncer. *** Fisioterapeuta, aluna especial do mestrado Ciências do Movimento Humano pela Universidade do Estado de Santa Catarina e coordenadora de intervenção do Programa de Atenção Integral á Criança com Câncer. 1618 Introdução Em contraponto com o alto índice de câncer infantil observa-se o aumento da taxa de sobrevida dos pacientes oncológicos devido aos avanços terapêuticos. O que leva a um cuidado quanto à toxidade e aos efeitos adversos que comprometem, muitas vezes, a qualidade de vida dos pacientes e também a função de órgãos, capacidade intelectual, o crescimento e aumenta o risco de desenvolver posteriormente uma segunda neoplasia (TEIXEIRA et al, 2000). Somente nas últimas décadas surgiu interesse pela investigação das relações existentes entre fatores psicossociais e a incidência, a evolução e a remissão do câncer. Com o incentivo do trabalho multidisciplinar, chama-se atenção para a relação dinâmica entre fatores psicológicos e o estado de saúde e doença (GIMENES, 1994). Portanto os programas de controle de câncer devem focar fundamentalmente os aspectos curativos e terapêuticos através de abordagens com o objetivo da promoção de saúde global dessas crianças, direcionado a preocupação para a qualidade física, social e emocional durante e após o tratamento oncológico. Além dos fatores relacionados à patologia e pelos efeitos adversos do tratamento, o câncer também expõe a criança a situações estressantes, que se somam à possibilidade de internação. A criança com doença crônica, que necessita de visitas regulares ao hospital, pode encontrar dificuldades e obstáculos na sua vida social e familiar, como, por exemplo, a restrição do convívio social, ausências escolares freqüentes e aumento da angústia e tensão familiares (MOTTA; EUNUNO, 2004). Embora os procedimentos, rotinas e condutas existam para promover e assegurar o bem estar, o restabelecimento e até a cura do paciente, o ambiente hospitalar torna-se ameaçador, agressivo e invasivo causando grande apreensão e sofrimento ao internado. As crianças em tratamento se sentem presas ao momento em que estão vivendo, às idas e vindas do hospital, modificações corporais que inibem ou impedem que mantenham uma vida interpessoal ativa, com brincadeiras, junto ao seu ambiente escolar (LOPES; CAMARGO; BIANCHI, 2000). Estudos recentes relatam que crianças tratadas de câncer apresentam maior incidência de problemas relacionados à escolaridade tanto durante quanto em longo prazo. A maioria das crianças tratada por radioterapia apresenta baixo rendimento escolar, piora na concentração, menos energia, maior inibição, falta de coragem para descobrir coisas novas e sentem menos motivação no desempenho de atividades. Muitas dessas crianças apresentam quadro depressivo, sintomas esses relacionados com o período de hospitalização durante o tratamento 1619 e quando há a impossibilidade da criança em freqüentar o ambiente escolar (LOPES; CAMARGO; BIANCHI, 2000). O paciente com câncer apresenta incapacidades decorrentes da própria doença e de seu tratamento agressivo com quimioterapia e radioterapia como: fadiga, susceptibilidade maior a infecções, fraqueza muscular e alterações físicas. Mesmo que o câncer não tenha acometido o sistema ostéo-muscular ou nervoso, alterações psicomotoras sempre ocorrem e muitas vezes levam a mudanças no seu comportamento psicológico (depressão, mudanças de humor, sentimento de perda e controle, ansiedade, angústia, medo, irritabilidade). Partindo dessas alterações, ocorridas repentinamente na vida da criança, nota-se a importância de projetos que incluam uma assistência adequada e que visem, através de ações psicomotoras e pedagógicas, minimizando os efeitos da hospitalização. A educação psicomotora contribui de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema corporal. Tem como objetivo incentivar a prática do movimento em todas as etapas da vida de uma criança, por meio de percepções vivenciadas, com uma intervenção direta no que se refere ao aspecto cognitivo, motor e emocional. Onofre (2004) defende uma intervenção educacionalmente integrada em termos de ecossistemas, onde o sujeito deve ser compreendido e aproximado o mais possível de sua realidade familiar, escolar e social. A intervenção psicomotora valoriza a criatividade, a iniciativa, memorização, dinâmica grupal, identificação corporal, desenvolvimento de percepção global, desenvolvimento rítmico e sonoro, a autonomia quotidiana e permite a criança a explorar meios exteriores através de jogos e atividades lúdicas. A classe hospitalar é um espaço pedagógico dentro do hospital com propostas educativo-escolares para crianças e adolescentes, objetivando promover um espaço de construção do conhecimento; assegurando a manutenção dos vínculos escolares; mantendo elo entre o aluno e sua escola de origem; promovendo um espaço prazeroso de interação social; favorecendo a reinserção escolar após a hospitalização. Sua proposta pedagógica está pautada na concepção histórico-cultural de acordo com a Proposta Curricular de Santa Catarina, 1998. Tendo como eixo norteador à construção e apropriação do conhecimento; suas interações sociais e o professor como mediador. Nessa perspectiva, caracteriza-se o Projeto Oficina de Aprendizagem na Oncologia, onde se pode juntar as atividades pedagógicas com a psicomotricidade, como iniciativa de humanização hospitalar, que utiliza o lúdico como recurso terapêutico, objetivando oferecer materiais de entretenimento e educativos às crianças do ambulatório de oncologia do Hospital Infantil Joana de Gusmão. Esse projeto proporciona às mesmas o direito de brincar e a 1620 continuidade do seu desenvolvimento nas áreas física, afetiva, cognitiva, pessoal e social. Favorece também uma melhora na qualidade de vida dessas crianças, facilitando a prática da equipe multiprofissional. Assim o objetivo desse estudo é descrever o trabalho realizado com crianças com câncer em idade escolar, através da proposta de intervenção interdisciplinar de Oficinas de Aprendizagem. Metodologia Esse trabalho se caracteriza como um estudo-clínico do tipo pesquisa-intervenção, de corte transversal e análise qualitativa dos resultados. Segundo Turato (2003), nesse modelo de pesquisa o ambiente de estudo é modificado com as intervenções realizadas, na análise qualitativa, fica implícito o caráter epistemológico relacionado à visão de mundo, ou seja, o pesquisador busca uma compreensão subjetiva da experiência humana, através de dados ricos em descrições pessoais, situações, acontecimentos e vivências da sua prática. O trabalho está fundamentado na teoria dos sistemas ecológicos de Bronfenbrenner (1996), que sugere um modelo de pesquisa desenvolvimentista, com análise da pessoa em contexto. Colocando assim, o ambiente hospitalar como um microssistemas da criança, onde com suas características pessoais próprias desenvolve suas atividades. Participam do estudo crianças com idade escolar, diagnóstico de câncer infantil, atendidas no Serviço de Oncologia do Hospital Infantil Joana de Gusmão, localizado no município de Florianópolis, capital de um estado do Sul do Brasil. Esse Hospital atende os casos mais complexos de câncer infantil do estado através do Sistema Público de Saúde. No Ambulatório de Quimioterapia são atendidas aproximadamente 10 crianças por dia pela Oficina de Aprendizagem, entre consultas e administração de antineoplásicos, fazendo parte do projeto. O número de sujeitos que fizeram parte deste estudo passou a ser redefinido durante a coleta de dados, de acordo com o interesse e com as condições clínicas de cada criança. Os pais responsáveis deram consentimento para a participação das mesmas no estudo por meio de autorização formal registrada em regularidade com as normas do Comitê de Ética. A definição do número de sujeitos realizada ao longo do próprio processo de coleta de dados é um critério utilizado em estudos qualitativos. O fato de não se trabalhar com conhecimentos e afirmações prévias sobre os fenômenos que serão estudados, leva o pesquisador a definir ou a redefinir o número de sujeitos no decorrer da própria pesquisa, pois sua inserção no campo de estudo fará com que lide diretamente com as situações dinâmicas 1621 peculiares ao ambiente ou à população pesquisada, de modo que possa se ater gradualmente aos casos que emergem no campo (TURATO, 2003). Conciliando intervenção e pesquisa, este estudo teve início a partir da visão interdisciplinar entre a pedagogia e fisioterapia com a implantação de um trabalho voltado a realização de atividades pedagógicas e físico-motoras para crianças com câncer no ambiente hospitalar. Em março do presente ano passou-se a realizar intervenções de psicomotricidade dentro de um contexto de atividades pedagógicas, consultas médicas, tratamento com quimioterapia. A coleta das informações foi realizada no período de março a julho de 2007, sendo que esse período apenas foi delimitado para a pesquisa, não sendo necessariamente a finalização da intervenção psicomotora e pedagógica. As sessões realizadas neste ambulatório ocorreram na sala de espera recreativa e na sala de ambulatorial de quimioterapia. Desenvolvimento das atividades De acordo com os fundamentos de Psicomotricidade descritos por Bueno (1998), Bastos (2001), e Le Boulch (2001) foram montadas atividades psicomotoras levando-se em consideração as necessidades e déficits apresentados pelo quadro clínico das crianças em estudo. O planejamento curricular é discutido com a equipe pedagógica da classe hospitalar, que atualmente está também preocupada em levar a criança hospitalizada a ter uma ação reflexiva e prática sobre o nosso meio ambiente, fazendo um trabalho preventivo e curativo. A professora do Ambulatório de Oncologia apresenta todos os meses o planejamento para ser discutido com a equipe da fisioterapia para que seja acrescido no tema do planejamento atividades complementares da psicomotridade. Pois se entende que o planejamento curricular hoje pode ser uma tarefa interdisciplinar que tem por objeto a organização de um sistema de relações lógicas e psicológicas dentro de um ou vários campos de conhecimento, de tal modo que se favoreça ao máximo o processo ensino-aprendizagem. As intervenções coordenadas pela pedagoga e equipe de fisioterapia foram realizadas de segunda a sexta-feira com duração média entre 1 hora e 1 hora e 30, chegando, excepcionalmente, a ter 2 horas de duração com grupos em variados estágios da doença e do tratamento em caráter ambulatorial. No início do trabalho pedagógico no ambulatório de oncologia tinha-se em mente que deveríamos trabalhar somente com as crianças de primeira a quarta série, porém aos poucos se observou que não seria possível, pois não há um espaço físico. Então os objetivos da 1622 intervenção pedagógica foram revistos. Passou-se a observar a existência de grupos de trabalho, dividindo a criança em partes, sendo em um momento com os voluntários e outro momento da professora. Atualmente o objetivo do planejamento pedagógico no Ambulatório de oncologia é possibilitar um conteúdo pedagógico que seja trabalhado os aspectos biopsicossociais. Ensinar exige saber escutar, educação no ambiente hospitalar é entender o conteúdo como uma socialização do conhecimento. Sendo assim no início de cada intervenção, as crianças eram orientadas pela pedagoga e pela equipe de fisioterapia sobre as atividades que a seriam realizadas. Após este momento inicial, era disponibilizado o material necessário, e de acordo com a atividade era apenas acompanhado o processo de criação do aluno-paciente, dando suporte e estímulo às suas expressões e observado as reações diante de cada etapa da atividade como exemplo as atividades de coordenação motora fina na confecção de marionetes, desenhos artísticos, formas com massinhas, percepção visual e tátil. Em outras atividades, portanto era necessária intervenção direta mostrando e exemplificando a execução do procedimento correto como no caso dos exercícios respiratórios, coordenação dinâmica global, equilíbrio, esquema corporal, lateralidade e estruturação espaço-temporal. Finalizado o trabalho de psicomotricidade, era analisada a receptividade, a produtividade, a satisfação de cada criança no desenvolver da atividade na aquisição de novas experiências, bem como a competência motora ao conseguir realizar a atividade. Análise e discussão dos resultados Os dados compreendidos durante o estudo foram descritos, analisados, e discutidos através da realidade observada, das informações descritas na literatura sobre o tema e da percepção dos pesquisadores. A proposta de uma intervenção interdisciplinar inicialmente apresentou-se como desafio para os profissionais da classe hospitalar e para a equipe de fisioterapia devido à integração e a correlação entre as atividades aplicadas. Bueno (1998), coloca que a atribuição de educação e reeducação psicomotora está contida em várias áreas profissionais e podem ser aplicadas na escola, na família, no meio social com participação de professores, pais, terapeutas entre outros. De acordo com Bernardo (2000) a medicina paliativa moderna tem redescoberto os benefícios, conhecidos há séculos, de uma intervenção multiprofissional que atenda todas as necessidades do paciente oncológico. As crianças convidadas a participar das atividades inicialmente apresentaram certa restrição e medo, possivelmente relacionado à desconfiança e a traumas da rotina hospitalar. 1623 Sabe-se o quanto às situações de hospitalização, seguida ou não de internação prolongada, interferem no equilíbrio psicológico e fisiológico do indivíduo. A criança hospitalizada encontra-se fragilizada com seu organismo desequilibrado devido às células cancerosas e ainda sentem mutilação, dor, apreensão quanto a exames médicos, perda de força física (resultante dos tratamentos), perda de ideais do ego, objetivos de vida e papéis sociais (GRAMACHO, 1998; VALLE, 1997). As atividades lúdicas e materiais similares ao ambiente escolar demonstraram favorecer o interesse das crianças pelas atividades e também facilitaram o vínculo com os profissionais que realizaram as intervenções. Mesmo as crianças que estão em quimioterapia, que geralmente, estão fixas ao momento em que estão vivendo, nos procedimentos executados e na perspectiva do que podem sofrer com isso, acabam se distraindo e participando das atividades propostas. O sofrimento inerente à quimioterapia pode começar segundo Valle (1997) pela expectativa gerada por contatos com outras crianças, culminando com a experiência dos efeitos colaterais. Para atenuar esse sofrimento é preciso diminuir a ansiedade da espera com atividades complementares. Quando uma criança chega ao hospital, não devemos encará-la como se estivesse bloqueada em seu desenvolvimento até o momento da “cura” de sua doença, e sim como alguém cujo ritmo de vida e de crescimento ainda permanece contínuo, possibilitando-lhe dessa forma relacionar-se com outras crianças, adultos, atividades lúdicas e recreativas, e de aprendizagem, instalando-a dentro da rotina hospitalar (GRAMACHO, 1998). Dentro da oficina de aprendizagem propõe-se trabalhar com atividades lúdicas tanto na área pedagógica como motora. Assim no enfoque interdisciplinar pode-se trabalhar questões da realidade, como ambientais: aquecimento global, reciclagem, preservação da natureza, poluição e recursos naturais, bem como, geometria, cálculos, folclore, funções do corpo humano, contos infantis e jogo entre outras atividades. Associado a esse enfoque global, foram conduzidas as atividades psicomotoras levando em consideração o quadro clinico e déficits motores apresentados pelas crianças. Hoje o contexto de dar aula no Ambulatório de Oncologia tem sido um desafio levar o conhecimento como desafio para a vida. O brincar funciona como um simbolismo que substitui as palavras para Gramacho (1998), mobilizando os processos internos de criação, estruturação, experimentação e controle da realidade, permitindo a livre expressão de ansiedades, fantasias e sentimentos. Os conhecimentos fragmentados só servem para usos técnicos, não conseguem conjugar-se para 1624 alimentar um pensamento capaz de considerar a situação humana no âmago da vida, na terra, no mundo, e de enfrentar os grandes desafios de nossa época. Não conseguimos integrar nossos conhecimentos para a condução de nossas vidas (MORIN, 2001). A proposta de intervenção da Oficina de Aprendizagem na Oncopediatria aborda a experiência do brincar numa dimensão importante do desenvolvimento infantil afetada pela hospitalização, contribuindo para a diminuição da angústia da criança e reaproximando a de suas atividades lúdicas e educativas. A proposta possibilita ainda a aproximação entre todas as pessoas envolvidas no processo de hospitalização, contribuindo para a humanização e o enriquecimento do ambiente hospitalar. Considerações Os resultados obtidos através da análise da receptividade sugerem, que a proposta da Oficina de Aprendizagem na Oncopediatria atingiu o objetivo de realizar dentro do ambiente hospitalar atividades de intervenção com enfoque transdisciplinar na área pedagógica e da fisioterapia. Trabalhando para tornar esse ambiente hospitalar mais agradável à criança e permitiu, de forma favorável, a continuidade do desenvolvimento humano, através do prazer de ler e de brincar. Não são feitas generalizações dos resultados e nem tão pouco se espera a obtenção dos mesmos resultados com a repetição do método em outras situações. O que se espera é que as conclusões e reflexões da pesquisa possam ser levadas em consideração na compreensão de fenômenos que ocorram em situações semelhantes, podendo contribuir ao enriquecer novas discussões no campo das ciências que visam a compreensão do ser humano. Este trabalho tem comprovado que ensinar no ambiente hospitalar vai muito além de uma prática pedagógica isolada, é a necessidade de compreender o conhecimento como uma ação coletiva que busca a auto-sócio-construção do conhecimento pelos alunos-paciente. Apesar de a criança se encontrar em situação desagradável (distante da família e adoecida), ela pode vivenciar esse momento de forma mais agradável e obtendo o máximo de estímulos psicomotores e vivência escolar. É o que sugere o Projeto Oficina de Aprendizagem. REFERÊNCIAS BASTOS, F. A. Psicomovimentar. São Paulo: Papirus, 2001. 1625 BERNARDO, C. de L. E. Cancerologia atual: Um Enfoque Multidisciplinar. São Paulo: Roca. BRONFENBRENNER, U. A ecologia do desenvolvimento humano: Experimentos naturais e planejamentos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. BUENO, J. M. Psicomotricidade teoria e prática: Estimulação, Educação e Reeducação Psicomotora com Atividades Aquáticas. São Paulo: Lovise,1998. GIMENES, M. da G. G. 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