O consumo - ARS Norte IP

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29-10-2015
Revista de Imprensa
29-10-2015
1. (PT) - Diário Económico, 29/10/2015, Novo ministro da Saúde exclui novas taxas sobre alimentos nocivos
1
2. (PT) - Diário de Notícias, 29/10/2015, Carne processada? Sim, mas com moderação e Made in Portugal
2
3. (PT) - Público, 29/10/2015, Consumo de peixe em Portugal prejudica o planeta
4
4. (PT) - Destak, 29/10/2015, Saúde do Porto em discussão
6
5. (PT) - Jornal de Notícias, 29/10/2015, Cancro - Peditório a partir de amanhã
8
6. (PT) - Jornal de Notícias, 29/10/2015, Blocos têm condições para operar mais
9
7. (PT) - Correio da Manhã, 29/10/2015, Mortalidade - Gripe e frio matam mais pessoas
10
8. (PT) - Correio da Manhã, 29/10/2015, Ministro inválido
12
9. (PT) - Jornal de Notícias, 29/10/2015, Portugal é de novo país de emigração com 110 mil saídas
13
10. (PT) - Diário de Notícias, 29/10/2015, Europa quer acelerar aprovação de novos antibióticos
14
11. (PT) - Diário de Notícias, 29/10/2015, Suspeita em Espanha deu negativo, África quase sem casos de
ébola
15
12. (PT) - Visão, 29/10/2015, Um nada que faz alguma coisa
17
13. (PT) - Sábado, 29/10/2015, A semana negra da carne vermelha
18
14. (PT) - Visão, 29/10/2015, Podem as salsichas fazer tão mal como o tabaco?
21
15. (PT) - Sábado, 29/10/2015, O que vamos comer daqui a 10 anos
22
A1
ID: 61612113
29-10-2015
Tiragem: 13063
Pág: 33
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 26,00 x 23,72 cm²
Âmbito: Economia, Negócios e.
Corte: 1 de 1
Novo ministro da Saúde exclui novas
taxas sobre alimentos nocivos
Alimentação Alerta da OMS sobre riscos das carnes processadas reabriu a discussão sobre as taxar este tipo de alimentos.
[email protected]
O novo ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, afasta novas
taxas sobre os produtos alimentares nocivos ou mesmo alguma espécie de discriminação positiva
sobre os preços dos produtos saudáveis. Em declarações ao Diário
Económico, o ainda secretário de
Estado Adjunto da Saúde diz que
“a acção sobre os preços, nomeadamente por via fiscal, é acessória
e raramente a mais importante”.
A discussão não é nova, mas o
relatório da Organização Mundial
da Saúde (OMS) tornado público
esta semana, que coloca as carnes
processadas na lista de substâncias cancerígenas, volta a pôr o
assunto em cima da mesa.
Leal da Costa foi um dos defensores da taxa sobre os produtos
com excesso de sal e açúcar que
acabou por não avançar. Em Julho, em entrevista ao Diário Económico, o secretário de Estado
justificou que estas taxas sobre os
produtos alimentares “funcionam
mal em ambiente recessivo”, ou
seja, “quando as pessoas já estão
com falta de dinheiro já compram
pouco, por isso o efeito para a saúde em termos da diminuição [do
consumo] é limitado”. Contudo,
“se e quando houver retoma económica, se alguma vez se pensar
em baixar o IVA para determinados produtos, os produtos desta
classe [nocivos], como os refrigerantes, as guloseimas, etc., dever-se-ão manter no IVA máximo”,
considerou. Mas introduzir uma
taxa adicional sobre os alimentos
prejudicais à saúde “só será possível se isso de facto tiver o potencial de reduzir o consumo de forma significativa, em particular
nas crianças”.
“
Não há perigo
da alimentação
sob o ponto de vista
da carne. A carne
é importante porque
nos traz proteína
animal, ferro, zinco
e vitamina B12.
O que é importante
é ter uma moderação
de consumo
e uma alimentação
diversificada.
Nuno Vieira de Brito
Secretário de Estado da Alimentação
Os novos dados
[da OMS] servem
sobretudo para
os consumidores
tomarem decisões
informadas sobre
a sua alimentação.
Nuno Miranda
Coordenador do Plano Nacional de
Prevenção das Doenças Oncológicas
Ontem, questionado pelo Diário Económico sobre se o novo
Governo está a estudar alguma
discriminação positiva, nomeadamente em sede fiscal, para os
alimentos saudáveis, o novo ministro da Saúde afirmou que
“manterá o seu empenhamento
na promoção da saúde e na prevenção das doenças, sendo que as
medidas de modelação de comportamento são de índole variada
e a acção sobre os preços, nomeadamente por via fiscal, é acessória
e raramente a mais importante”.
Leal da Costa acrescentou que
“em momento adequado, o próximo Governo apresentará o seu
Programa e a proposta de Orçamento do Estado que contemplará a protecção da saúde dos mais
vulneráveis em primeiro lugar.”
Paulo Alexandre Coelho
Catarina Duarte
Fernando Leal da Costa diz que agir sobre os preços,
nomeadamente por via fiscal é uma via “acessória
e raramente a mais importante”.
Consumo de carne não traz perigo
desde de que seja com moderação
O director clínico do Instituto
Português de Oncologia (IPO),
Nuno Miranda, vê com bons olhos
“discriminações negativas” de
nível fiscal sobre alimentos prejudiciais à saúde, nomeadamente
‘fast food’ e outros ‘snacks’, produtos que contribuem para a obesidade infantil. O médico, que é
também o coordenador do Plano
Nacional de Prevenção das Doenças Oncológicas, esteve ontem na
reunião do Governo sobre a polémica das carnes processadas. Ao
Diário Económico, Nuno Miranda
lembrou que a relação entre o
consumo de carnes processadas e
a existência de cancro há muito
que estava estudada. “Não há
nada de muito novo naquilo que a
Agência Internacional da Investigação do Cancro [o IARC, agência
da OMS] veio agora dizer”, explicou. As novas informações servem sobretudo, defende Nuno
Miranda, “para os consumidores
tomarem decisões informadas sobre a sua alimentação”.
O director clínico do IPO explicou que não se trata de uma
“proibição”, mas sim um alerta de
moderação ao consumo, na linha
do que tem sido feito até agora:
“Em Portugal tem havido um esforço de redução do consumo
destes produtos, que caiu 10% nos
últimos anos”.
Ontem, no final da reunião extraordinária da Comissão de Segurança Alimentar, o secretário
de Estado da Alimentação avisou
que não há qualquer perigo no
consumo de carne, embora sublinhe a necessidade de fazer uma
alimentação moderada de carnes
vermelhas ou processadas. “A
grande mensagem é esta: de facto,
não há perigo da alimentação sob
o ponto de vista da carne, a carne
é importante porque nos traz proteína animal, ferro, zinco e vitamina B12. O que é importante é ter
uma moderação de consumo e
uma alimentação diversificada”,
afirmou Nuno Vieira e Brito. ■
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ID: 61612327
29-10-2015
Tiragem: 28137
Pág: 10
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 25,50 x 30,00 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 2
Carne processada? Sim, mas com
moderação e Made in Portugal
Saúde. Autoridades nacionais dizem que não há razões para alarme em relação ao estudo da OMS. A carne processada
surge no mesmo grupo da luz solar no que respeita ao risco de cancro. Consumo só é perigoso acima de 50 gramas/dia
JOANA CAPUCHO
O consumo de carne vermelha e
processada não é perigoso desde
que seja moderado. Ésta foi a principal mensagem transmitida ontem pelo secretário de Estado da
Alimentação Nuno Vieira e Brito,
após uma reunião extraordinária
da Comissão de Segurança Alimentar (CSA), que analisou o relatório divulgado pela Organização
Mundial de Saúde sobre as carnes.
Na sequência do encontro, as autoridades de saúde apelaram ao
consumo de produtos nacionais,
que respeitam elevados padrões de
segurança alimentar.
'Analisámos com atenção o relatório e a evolução do consumo de
carne em Portugal e constatámos
que a grande mensagem é a moderação no consumo e a adoção de
hábitos alimentares mais saudáveis que incluam hortícolas", disse
ao DN Nuno Vieira e Brito, presidente da CSA, composta por representantes de 12 entidades, entre as
quais o Ministério da Agricultura, a
ASAE e a Direção-Geral da Saúde. A
dieta mediterrânea, frisa o secretário de Estado, é um bom exemplo
no que diz respeito ao equilíbrio e
variedade.
A reunião foi convocada pelo secretário de Estado da Alimentação
após o estudo divulgado pelaAgência Internacional para a Investigação sobre o Cancro (organismo da
OMS), segundo o qual existem "provas suficientes" para incluir as car- lienta-se que existe um número
nes processadas-como as salsichas elevado de estudos científicos que
e o bacon- no grupo das substân- valorizam a sua ingestão como
cias cancerígena& Já a carne verme- fonte de proteínas de alto valor
lha passou a fazer parte do grupo 2 biológico, vitaminas e minerais".
Embora o que esteja em quesdevido à probabilidade de poder
tão sejam "as características do
causar cancro.
"Este estudo, que já não é novo, próprio alimento" e não a seguleva-nos a estar mais atentos no rança alimentar, Nuno Vieira e Brique diz respeito à alimentação sau- to apela ao consumo de produtos
nacionais de elevada
dável", disse Nuno
segurança alimentar
Vieira e Brito. Segune à valorização dos
do o responsável, esta
Presidente da
produtos frescos samudança de hábitos
Sociedade de
zonais, favorecendo
já tem sido feita pelos
portugueses. "Entre
Oncologia critica os circuitos de abastecimento locais de ali2008 e 2014 houve
alarmismos
mentos.
uma redução de 10%
Relativamente à
no consumo de carforma como o setor
nes vermelhas, que
foram sendo substituídas por car- português da carne encara as connes brancas e vegetais", lembrou o sequências deste estudo, Nuno
secretário de Estado da Alimenta- Vieira e Brito referiu que os produtores dão a indicação de que os
ção.
Para a Comissão de Segurança consumidores perceberam as conAlimentar. não há razão para alar- clusões do organismo da OMS e
mes. "Relativamente às carnes. sa- não houve, até ao momento.
Vacas loucas
criaram crise
DOENÇA A epidemia de en', cefalopatia espongiforme
bovina (BSE) surgiu no
Reino Unido em meados dos
anos 1980, atingindo o pico
no início de 1993, e foi causada pelo uso na alimentação de bovinos de rações
que continham farinha de
carne e ossos de animais
considerados inaptos para
a alimentação humana. A
doença implicou a proibição
do uso destas farinhas (primeiro no Reino Unido e depois em quase todo o
mundo), mas, ainda assim,
surgiram alguns (raros)
casos de contágio a humanos, que tinham ingerido
miolos ou vísceras de vaca.
O impacto económico da
doença foi elevado, sobretudo para o Reino Unido, que
era não só um grande exportador de animais para
reprodução como de farinha
de carne e ossos. A epidemia implicou a adoção de
medidas muito cautelosas
em relação a todos os outros países onde, desde
então, surgiram doenças
em animais para consumo.
REDES SOCIAIS
"grandes alterações de práticas de
consumo".
Internet pede
Libertação do bacon
Tão cancerígena como a luz solar
O relatório da Organização
Mundial de Saúde (OMS)
equiparando o consumo de
carnes processadas ao tabaco e à exposição ao amianto
gerou grande agitação em
todo o mundo. A maioria
dos noticiários concentraram-se em reforçar a mensagem da OMS. Mas nas
redes sociais houve quem
defendesse o direito de os
consumir.A hashtag (palavra destacada)" Free bacon"
- libertem o bacon- foi uma
das mais populares. A ponto
de confundir alguns interflautas menos informados,
que chegaram a perguntar
se o ator Kevin Bacon tinha
sido preso.
O diretor do Programa Nacional
para as Doenças Oncológicas, também presente na reunião, considerou que as recomendações que a
DGS tem feito sobre alimentação
saudável já estão alinhadas com as
conclusões deste estudo da OMS.
Em relação à carne vermelha, Nuno Miranda sugere uma meta abaixo de 500 gramas por semana por
cada português, um nível considerado "muito seguro".
No que respeita às carnes processadas, só acima de 50 gramas
por dia é considerado um nível não
seguro. "São consumos relativamente altos e não muito frequentes
no nosso país", explicou Nuno Miranda, citado pela Lusa, indicando
que o consumo médio em Portugal
andará em 25 gramas por dia de
carne processada, metade do valor
referido. A carne processada apare-
ce, segundo o responsável, no mesmo grupo da luz solar: "Sabemos
que tem um risco aumentado de
cancro da pele em determinado nível, mas não vamos deixar de nos
expor à luz solar." A presidente da
Sociedade Portuguesa de Oncologia, Gabriela Sousa, também considera desnecessário "alarmismos
ou a abolição do consumo de carnes vermelhas", mas defende uma
alimentação equilibrada e sem
exagero de carnes que possam potenciar o cancro.
O artigo da OMS revelou que 12
em 18 estudos feitos em vários países encontraram uma relação positiva entre o cancro colorretal - o
mais fatal em Portugal -e o consumo de carnes processas. A conclusão foi de que 50 gramas por dia aumentam em 18%o risco de contrair
a doença. Quanto às carnes vermelhas, há uma relação provável entre
a sua ingestão e as doenças oncológicas, nomeadamente como cancro do páncreas e da próstata.
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ID: 61612327
OPINIÃO
Risco de cancro
e consumo
de carne vermelha
ANTÓNIO
QUINTELA
Oncologista
médico da CUI
especializado em
cancro digestivo
recente-ease
O
(26 outubro) da International Agency for Research
on Cancer (IARC) da OMS tem
por função principal alertar
para o possível aumento de risco de desenvolvimento de cancro, nomeadamente do cólon e
do reto, que o consumo de carne
processada e acame vermelha
podem provocar.
Este alerta surge na sequência
de uru trabalho de 22 peritos de
dez países que se debruçaram
sobre aevidêndadentffica que
ao longo dos anos tem vindo a
ser produzida sobre este assunto. A pesquisa sobre este assunto
recorre a métodos diferentes
(desde estudos epiderniológicos
até investigação de natureza
mais biológica) que geram
dados nem sempre coincidentes mas que sugerem esse risco.
O risco parece estar especialmente relacionado com o consumo de carne processada e
menos com a carne vermelha.
Saliente-se ainda que o risco
parece relacionar-se também
coma quantidade consumida
deste tipo de alimentos.
Em Portugal, este fator de risco
-em particular as carnes processadas (enchidos e fumados)
- tem sido considerado há Já vários anos, nomeadamente
tendo em conta a elevada prevalênda de cancro gástrico e a
sua potendal relação com este
fator de risco. Curiosamente,
neste trabalho da IARC, os fatores de risco agora referidos não
parecem ter uma correlação tão
forte com o cancro gástrico
(embora não excluídos) como
como cancro colorretal ou
mesmo com o cancro do pâncreas e da próstata.
Por outro lado, os mesmos peritos não deixam de referir o reconhecido valor nutridonal,
nomeadamente da carne vermelha, pelo que a restrição ao
consumo deste tipo de alimentos deverá ser enquadrado adequadamente e, principalmente,
ser objeto de uma avaliação
mais sistemática e prospetiva
antes de se poderem fazer recomendações precisas sobre a restrição ao seu consumo, a desenvolver pelas autoridades regulamentares nacionais e internadonais.
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Âmbito: Informação Geral
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COMO REDUZIR
O RISCO CANCERÍGENO DOS ALIMENTOS
Dicas. Se é verdade que a carne processada pode aumentar o risco de cancro, também
é verdade que esse risco pode ser prevenido com comportamentos saudáveis. Por ANA BELA FERREIRA
> Pão com fiambre só
se comer uma laranja
A carne processada, em que se
inclui o fiambre, aumenta o
risco de desenvolver cancro colorretal, mas isso não significa
que tenhamos de deixar de consumir estes alimentos. O que é
importante é encontrar um
equilíbrio. Assim, "se comer pão
com fiambre, não deve comer
um iogurte a seguir. Deve optar
por comer uma laranja, outra
peça de fruta, ou um sumo natural", aponta o nutricionista
Sérgio Cunha Velho. Desta
forma equilibra-se o risco de
doença causado pelas carnes
processadas com os benefícios
que a vitamina C e os antioxidantes têm na prevenção de
cancro. Até porque, como lembra apireção-Geral da Saúde
(DGS), o risco de cancro pode
ser reduzido se adotarmos
"comportamentos saudáveis de
alimentação e atividade física".
. Bife de novilho
com salada ao lado
Acame vermelha ainda está só
na lista dos alimentos que "provavelmente" podem aumentar
o risco de desenvolver cancro.
Ainda assim, há muito que os
especialistas recomendam que
esta entre de forma moderada
na nossa dieta, até porque também podem aumentar o risco
de doenças cardiovasculares.
"Os cálculos atuais e aceites
entre os especialistas é de que
cada um deve limitar o consumo de carne vermelha a 500
gramas por semana. E se fizer
quatro refeições de carnes vermelhas, quatro de carnes brancas, quatro de peixe e duas de
ovos, tem aí um esquema alimentar interessante", diz Sérgio
Cunha Velho. Isto sem esquecer
que no prato do bife deve estar
uma quantidade generosa de
legumes ou uma salada, de
forma a prevenir que os carcinogéneos presentes na carne
vermelha sejam ativados no
nosso organismo, sublinha
Conceição Calhau, professora
da Faculdade de Medicina da
Universidade do Porto. As verduras e a fruta - numa dose diária de pelo menos 400 gramas têm o papel de "inibir a ativação destes carcinogéneos presentes na carne de bovino, que
é a que está aqui em causa. É
que a ingestão destes agentes
através destas carnes só se
torna perigosa se eles forem
ativados pelo nosso organismo,
daí que a ingestão de certos alimentos ajude a travar essa ativação", acrescenta a especialista. Por outro lado, o consumo
de carne vermelha não deve ser
já descartado por completo.
Pois esta tem "nutrientes importantes" para uma dieta
equilibrada, recorda Sérgio
Cunha Velho. O seu consumo
deve apenas ser moderado.
Bacon uma vez por mês
*com exercício físico
O bacon junta o risco da carne
processada com o sal, cujo consumo também deve ser limitado. O primeiro passo deve ser
reservar este alimento para
ocasiões especiais ao longo do
mês. E nesses dias, além de juntar na ementa os alimentos que
têm efeitos contrários - ou seja,
ajudam a reduzir o risco de desenvolver cancro - não se esqueça de que o exercício físico
regular é uma excelente forma
de ser mais saudável. Pelo
menos "limite o tempo que
passa sentado", aconselha a
DGS no blogue Nutrimento,
do Programa Nacional para a
Promoção da Alimentação
Saudável. Como o que está em
causa é "o conceito de probabilidade" e não existe uma relação automática de "causalidade", a melhor atitude é a preventiva, diz Miguel Rego. O nutricionista defende que "um alimento não provoca por si só
um resultado. A alimentação é
um padrão e aí podem construir-se equilíbrios".
sociados ao consumo de álcool
e quando estiver a comer alheira ou outro enchido optar por
uma bebida sem álcool e sem
gás? Um sumo natural ou água
serão sempre boas escolhas.
> Grelhados só se a carne
for marinada
Toda a vida ouvimos falar nos
benefícios do peixe e da carne
grelhados, mas afinal não é bem
assim. Grelhados, por estarem
sujeitos a altas temperaturas
cujas fontes são carvão ou
lenha, devem ser evitados. "É
uma festa para fazer duas vezes
por ano e não vem mal nenhum
daí ao mundo", aconselha
Sérgio Cunha Velho, que até
costuma dizer que prefere um
bom frito a um mau grelhado.
Se fizer questão de repetir a
festa mais vezes por ano, então
opte por escolher grelhadores
elétricos, com água por baixo,
porque a fonte de calor não está
em contacto direto com os alimentos e a água ajuda "a minorar os efeitos negativos". Outra
forma de limitar os malefícios
de um bife ou costeleta assados
na brasa é fazer uma marinada
antes. "Se a carne estiver temperada em vinho ou cerveja ajuda
a que não seja tão mau", diz a
nutricionista Conceição
Calhau. Os churrascos ficam
assim confinados aos dias
muito especiais. Mesmo o peixe
não deve ser grelhado desta
forma: "Quando se recomenda
peixe por causa das doenças
cardiovasculares, as pessoas
normalmente acabam a comer
salmão grelhado. É um erro porque as risquinhas escuras que
ficam no-peixe são carcinogéneos", alerta a médica.
Alheira acompanhada
de bebidas sem álcool
Os enchidos, tal como o bacon,
devem ser considerados uma
extravagância alimentar, para
degustar apenas em alguns dias
no mês. As evidências científicas alertam para que 50 gramas
de carne processada aumentem em 18% a risco de vir a desenvolver cancro. Logo, é preciso "estar alerta e minorar esse
risco com alimentos que são
positivos. Ingerir vitamina C e
antioxidantes é uma boa
opção", aponta Sérgio Cunha
Velho. E, já agora, porque não
reduzir os riscos de cancro as-
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29-10-2015
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País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 25,70 x 29,88 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 2
Consumo de peixe em Portugal
é dos mais prejudiciais ao planeta
Depois dos alertas da OMS sobre o perigo da ingestão das carnes transformadas, um relatório que é hoje
divulgado avisa que o elevado consumo de peixe em Portugal também pode ser um problema ambiental
A pegada ecológica do que comemos
Hectares produtivos necessários para satisfazer o consumo de uma pessoa
Em 2010
Peixe
Portugal
Malta
Grécia
Espanha
Croácia
Itália
França
Turquia
Chipre
Tunísia
Marrocos
Albânia
Israel
Egipto
Eslovénia
Média 15
Carne
Lacticínios
0,67
0,25
0,39
0,39
0,36
0,14
0,32
0,04
0,11
0,10
0,04
0,11
0,11
0,05
0,01
0,01
0,06
0,02
0,12
0,22
0,37
0,26
0,22
0,14
0,30
0,08
0,15
0,24
0,16
0,05
0,14
0,17
Frutas e vegetais
0,06
0,06
0,05
0,05
0,11
0,05
0,06
0,11
0,07
0,01
0,15
0,08
0,04
0,06
0,06
0,18
0,13
0,20
0,20
0,17
0,16
0,17
0,24
0,13
0,14
0,17
0,18
0,20
0,11
0,16
0,17
Cereais
Outros
0,07
0,28
0,15
0,16
0,13
0,31
0,33
0,04
0,09
0,16
0,18
0,12
0,12
0,16
0,19
0,27
0,25
0,44
0,36
0,10
0,12
0,04
0,10
0,09
0,33
0,01
0,20
0,10
0,16
0,18
0,15
0,22
Fonte: Global Footprint Network
Alimentação
Ricardo Garcia
Portugal é o país mediterrânico cuja
alimentação pior faz ao planeta. E,
por irónico que pareça, a maior culpa é do elevado consumo de peixe
— um alimento saudável.
Esta conclusão surpreendente
resulta de um estudo que é hoje
publicado pela Global Footprint
Network, a organização responsável pelos cálculos da “pegada ecológica”. Este indicador representa
a área da Terra necessária para produzir o que cada pessoa consome
ou necessita, dos alimentos a roupa, dos combustiveis a edifícios.
Para Portugal, este valor é de 4,5
hectares por habitante. É o quarto
país mediterrânico com a maior pegada ecológica, depois de França,
Eslovénia e Itália.
Mas, na alimentação, o país lidera o ranking. Cerca de 1,5 hectares
de terra ou mar são necessários para garantir o almoço, o lanche e o
jantar dos portugueses. Ninguém
necessita de tanto espaço produtivo
para matar a fome entre os países
do Mediterrâneo, região sobre a
PÚBLICO
qual incide o estudo. A seguir vêm
Malta (1,25 hectares por pessoa),
Grécia (1,22) e Espanha (1,15).
Dois factores contribuem para este resultado. O primeiro é simples:
em Portugal, come-se muito. A FAO
— a agência das Nações Unidas para
a alimentação e a agricultura — recomenda como saudável uma dieta diária de 2500 quilocalorias por
pessoa. Em Portugal, consomem-se
3500 — 40% a mais. “Isto não é exclusivo de Portugal. Encontramos
valores similares noutros países,
como Espanha, Grécia e Itália”,
afirma Alessandro Galli, director
da Global Footprint Network para
a área do Mediterrâneo.
O segundo factor encerra uma
grande ironia. Portugal é um dos
países com maior consumo per capita de peixe no mundo — um dado
positivo pelo lado da saúde. Mas o
apetite nacional dirige-se muito para espécies de topo, como o bacalhau e o atum, que requerem mais
recursos para se desenvolver.
O atum, explica Alessandro Galli,
alimenta-se de sardinhas, que por
sua vez se alimentam de plâncton,
os minúsculos organismos em
suspensão na água. Na prática, é
preciso uma área muito maior da
plataforma continental para produzir o plâncton necessário para um
peixe num elo superior da cadeia
alimentar. “O impacto do consumo
de um quilo de atum equivale ao de
dez quilos de sardinhas”, explica
Alessandro Galli.
A importação também pesa. Em
2014, 481 mil toneladas de pescado vieram de fora, contra 283 mil
toneladas da exportação, segundo
dados oficiais.
Dizer que comer peixe faz mal à
Terra é mais uma má notícia para
a mesa nacional. Na segunda-feira,
a Agência Internacional de Investigação do Cancro da Organização
Mundial de Saúde anunciou ter
classificado as carnes transformadas — como chouriços, presuntos
e bacon — como produtos cancerígenos. As autoridades nacionais de
saúde apressaram-se a esclarecer
que o importante é garantir uma
dieta equilibrada.
No caso do pescado, Alessandro
Galli diz que não está em causa deixar de os comer, mas sim escolher
melhor. “A minha recomendação é
comer peixe, mas diversificar, preferir peixes em posição mais baixa
“A minha
recomendação
é comer peixe,
mas diversificar,
preferir peixes
em posição mais
baixa na cadeia
alimentar, como as
sardinhas” diz
Alessandro Galli,
director da Global
Footprint Network
para a área do
Mediterrâneo
na cadeia alimentar, como as sardinhas”, diz.
Porém, neste momento, a maré
também não está para as sardinhas.
O stock ibérico desta espécie nunca esteve tão baixo e os cientistas
dizem que no próximo ano não se
deve capturar mais do que 1600
toneladas nos mares de Portugal
e Espanha — apenas 10% da quota
de 2015. Mas outras espécies, como
o carapau e a cavala, são hoje mais
abundantes.
Os dados agora divulgados são
uma nódoa na imagem positiva dos
hábitos alimentares do Mediterrâneo. Alessandro Galli argumenta,
porém, que a verdadeira dieta mediterrânica é composta sobretudo
de produtos como legumes, verduras, cereais e azeite, com consumo
moderado de carne ou peixe.
“O meu argumento é o de que a
dieta mediterrânica é boa para o
ambiente, mas acabámos por nos
afastar um pouco dela”, afirma.
Com o peso da alimentação, Portugal vai muito além da sua capacidade biológica de satisfazer o consumo dos seus habitantes. A pegada
ecológica é de 4,5 hectares por pessoa, mas o país só tem 1,3 hectares
produtivos per capita.
A meta não é ser auto-suficiente,
algo que seria impossível para a generalidade dos países. Mas, para
a Global Footprint Network, cada
nação deveria ter como guia a biocapacidade global para sustentar o
consumo dos seus habitantes, que
é de 1,8 hectares por pessoa.
Página 4
ID: 61612020
29-10-2015
Tiragem: 33895
Pág: 1
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 5,05 x 4,13 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 2
Consumo de peixe
em Portugal
prejudica o planeta
Somos o país mediterrânico
cuja alimentação mais
prejudica o planeta, diz a
Global Footprint Network p11
Página 5
A6
ID: 61612359
29-10-2015
Tiragem: 68889
Pág: 2
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 16,28 x 20,02 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 2
JOÃO FERRÃO
Em termos de faixa etária dos utentes portuenses, verifica-se «uma população idosa significativa», diz o documento
Saúde do Porto
em discussão
Proposta para melhorar
cuidados de saúde
primários no Porto está
em discussão pública
até 19 de dezembro.
RAQUEL MADUREIRA
[email protected]
A proposta de Carta de Equipamentos de Cuidados de Saúde
Primários do Porto, que visa orientar
os investimentos futuros nesta área,
está aberta a um período de discussão
pública, até 19 de dezembro, informou
ontem a autarquia portuense.
Segundo um comunicado da autarquia, enviado ao Destak, o documento
foi «elaborado por uma Comissão em
que participaram elementos designados pelaCâmaraMunicipaldo Porto e
pelaAdministraçãoRegionaldeSaúde
do Norte» e pode ser consultada em
www.cm-porto.pt/discussao-publica,
podendo os contributos ser enviados
[email protected].
ACartadeEquipamentosdeCuidados de Saúde «resulta de um protocolo assinado em janeiro de 2014 entre a
Câmara do Porto e a Administração
RegionaldeSaúdedoNorteparaarealização do documento, identificando
alternativas e prioridades do setor».
Utentes inscritos,
profissionais de
saúde existentes e
unidades disponíveis
referidas na proposta
DeacordocomosCensos2011,oconcelho do Porto dispõe de dois AgrupamentosdeCentrosdesaúdequeenglobam oito centros de saúde, incluindo
35 unidades funcionais prestadoras
de cuidados de saúde, distribuídas por
23 edifícios, dando resposta a 300.547
utentes, ou seja, a uma população cerca de 26% superior aos habitantes da
cidade Invicta.
Página 6
ID: 61612359
29-10-2015
Tiragem: 68889
Pág: 1
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 5,39 x 10,43 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 2
CIDADES • 02
JOÃO FERRÃO
PROPOSTA
PARA
MELHORAR
SAÚDE NO
PORTO EM
DISCUSSÃO
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A8
ID: 61612759
29-10-2015
Tiragem: 76966
Pág: 12
País: Portugal
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Period.: Diária
Área: 4,74 x 5,37 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Cancro Peditório
a partir de amanhã
• A partir de amanhã e até segunda-feira, a Liga Portuguesa
contra o Cancro fará um peditório em todo o pais. A organização reuniu perto de 30 mil
voluntários, que sairão à rua
identificados com o colete e o
cofre da liga. Esta é uma das
mais importantes ações de angariação de fundos da Liga.
Página 8
A9
ID: 61612295
29-10-2015
Tiragem: 76966
Pág: 7
País: Portugal
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Period.: Diária
Área: 10,82 x 7,19 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Blocos têm condições
para operar mais
RELATÓRIO Há
blocos operatórios
cuja capacidade não está a ser completamente aproveitada. Esta é
uma das conclusões do relatório
"Avaliação da Situação Nacional
dos Blocos Operatórios", que analisa o desempenho das unidades
hospitalares a nivel da disponibilidade de salas e de cirurgiões e
anestesiologistas afetos aos blocos.
No Hospital de Cascais, por
exemplo. "parece haver potencial
para aumentar disponibilidade de
sala, de tempo de anestesiologista
e de tempo de cirurgiões, pois estão
em cerca de 50% e estão ajustados
entre si". Ou seja, só estão a ser utilizados pela metade.
O relatório revela ainda que a capacidade nacional de blocos é de
5,66 salas por cem mil habitantes,
nos hospitais públicos, e que existem 170 blocos que contêm 569 salas de operações. KG.
Página 9
A10
ID: 61612837
29-10-2015
Tiragem: 164213
Pág: 17
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 21,55 x 14,27 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 2
MORTALIDADE ■ ANÁLISE DO INSTITUTO NACIONAL DE SAÚDE DOUTOR RICARDO JORGE
Gripe e frio
matam mais
em Portugal
■No inverno houve 5591
mortes acima do esperado, um dos valores
mais altos na Europa
1 BERNARDO ESTEVES
ortugal foi um dos países
europeus com mais excesso de mortalidade no último inverno, segundo uma análise efetuada pelo Departamento
de Epidemiologia do Instituto
Nacional de Saúde Dr. Ricardo
Jorge (INSA). Esta análise ba-
p
seou- se nos dados reportados
pelos países que participam na
rede EuroMOMO, que controla
o excesso de mortalidade.
"Os países mais atingidos foram Inglaterra, França, Portugal,
Espanha e Suíça", revela o INSA
em comunicado, sublinhando
que os "excessos de mortalidade
observados nestes países ocorreram em simultâneo com a epidemia de gripe sazonal e um período de vagas de frio extremo':
Nesta análise não é avançado
o número de mortos. Mas no início de outubro o INSA tinha re -
Portugal foi um dos países com mais excesso de mortalidade
velado que no inverno houve em
Portugal 5591 mortes acima do
esperado devido à gripe e ao
tempo frio.
O estudo agora divulgado pelo
INSA refere também que houve
"excessos de mortalidade, na
população com 65 ou mais anos,
em todos os países europeus que
participam nesta rede EuroMO MO, apenas com exceção da Estónia e da Finlândia':■
Página 10
ID: 61612837
29-10-2015
Tiragem: 164213
Pág: 1
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
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Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 2
Gripe e frio
matam mais
pessoas
PÁG.17
Página 11
A12
ID: 61612826
29-10-2015
Tiragem: 164213
Pág: 16
País: Portugal
Cores: Preto e Branco
Period.: Diária
Área: 6,02 x 29,18 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
CORREIO
DA SAÚ
JOSÉ CARLOS MARTINS
PRESIDENTE DO SINDICATO
DOS ENFERMEIROS PORTUGUESES
Ministro
Inválido
á legislação para
a proteção de
situações de invalidez causada
por doenças de
rápida evolução e precocemente invalidantes, geradoras de incapacidade
permanente para o trabalho (doenças do foro oncológico, Alzheimer,
etc.). Há um regime especial de proteção para estas
situações.
Agora, o Governo alterou a legislação. O acesso
à proteção especial na invalidez passa a depender
da verificação das condições causadoras de incapacidade permanente
para o trabalho fixadas na
H
Há ministros que
seriam mais úteis
a apanhar azeitona
lei. E, entre outras condições, passa a ser exigível
a certificação de que a
doença, clinicamente, se
preveja evoluir para uma
situação de dependência
ou morte num período de
três anos. Portanto, se os
médicos não atestarem
que estas pessoas, no prazo de 3 anos, ficam numa
situação de dependência
ou morrem, elas não terão
acesso ao referido regime
de proteção social. Uma
VERGONHA. Nesta altura do ano, há ministros
que seriam mais úteis às
pessoas e ao país se, em
vez de promover estas
leis, andassem a 'varejar
azeitona' no lugar de Pegas em Tapéus!
Página 12
A13
ID: 61612320
29-10-2015
Tiragem: 76966
Pág: 9
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
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Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
1,mp rego Reino Unido é o pais que recebe a maior proporção de qualificados:
um terço dos enfermeiros licenciados em 2013 foi para lá trabalhar
Portugal é de novo
país de emigração
com 110 mil saídas
Enfermeiros sio dos profissionais qualificados que mais emigram
► Cerca de 110 mil portugueses
emigraram em 2014, tal como no
ano anterior, revela o Relatório da
Emigração elaborado pelo Governo, segundo o qual Portugal é "sobretudo, de novo, um pais de emigração". A enfermagem é uma das
áreas com maior êxodo: um terço
dos licenciados em 2013 foi trabalhar para o Reino Unido, atualmente o principal pais de destino
dos emigrantes nacionais.
"Hoje Portugal é, sobretudo, de
novo, um país de emigração", à
semelhança do que se verificou
entre 1974 e o início do século XXI,
reconhece o documento da autoria do gabinete do secretário de
Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário.
O efeito da austeridade no aumento do fenómeno é assumido
no relatório, que refere que "desde 2010, com a natureza assimétrica da chamada crise das dívidas
soberanas e os efeitos recessivos
das políticas de austeridade, a
emigração passou a crescer mais
do que antes da crise, estabilizando entre 2013 e 2014 na casa das
110 mil saldas/ano".
No essencial, a emigração por-
tuguesa realiza-se no interior da
Europa: dos 21 países para onde
mais portugueses se dirigem, 14
são europeus. Reino Unido, Suíça,
França e Alemanha têm recebido,
"nos últimos tempos", mais de dez
mil emigrantes nacionais por ano.
O fluxo migratório para o Reino Unido tem "características novas", sendo o pais de destino em
que "é maior* a proporção de portugueses qualificados", lê-se no
relatório.
Os enfermeiros constituem um
caso particular: Portugal forma
entre 3000 a 3500 enfermeiros
por ano, segundo a Ordem dos
Enfermeiros, e "cerca de um terço deste número, 1211 enfermeiros portugueses, começou a trabalhar em 2013 no Reino Unido,
segundo a Nursing and Midwifery
Council".
A emigração permitiu, "na
maioria dos casos, percursos de
mobilidade profissional", refere o
relatório: "Se antes de emigrarem
metade dos inquiridos procurava
o seu primeiro emprego e 16% tinham perdido o emprego, depois
da emigração para o Reino Unido
todos estavam empregados".
No total, estima-se que haja
cerca de 2,3 milhões de portugueses emigrados, mantendo-se em
França o maior número (mais de
592 mil em 2011).
Página 13
A14
ID: 61612347
29-10-2015
Tiragem: 28137
Pág: 12
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 25,50 x 17,70 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Europa quer acelerar
aprovação de novos antibióticos
Infeções. União Europeia está a publicar documentos para cortar o tempo de investigação
dos antibióticos, que pode superar dez anos. Em cerca de 50 anos apenas surgiram dois novos
DIANA MENDES
A União Europeia quer reduzir o
tempo de investigação de novos antibióticos, que atualmente supera
uma década. O objetivo é encontrar
alternativas, já que os medicamentos mais antigos têm perdido eficácia e não existem novas moléculas
no mercado. Recentemente, a UE
publicou um documento que pretende encurtar o tempo de investigação, encontrando as doses adequadas e eficazes no tratamento.
As infeções com bactérias resistentes a antibióticos matam 50 mil pessoas por ano. Em Portugal as infeções hospitalares afetam um em
cada dez doentes. Só em Gaia uma
bactéria multirresistente matou
três pessoas e infetou outras dezenas recentemente.
"NI como aconteceu nos Estados
Unidos, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) tem tentado adequar a legislação na área dos antibióticos, proteger e aumentar o
tempo das patentes e acelerar a investigação, produzindo doctunen tos para a indústria. Agora, o orga-
nismo responsável pela avaliação
de medicamentos a nível da UE colocou mais um no debate público.
José Artur Paiva, °diretor do Programa de Prevenção e Controlo de
Infeções e de Resistência aAntimicrobianos, diz que é "cada vez mais
difícil tratar uma infeção, com o
atual aumento das resistências a
antibióticos; por outro lado, há menos medicamentos. Arriscamo-nos
a viver num mundo sem antibióticos", alerta. Nos próximos tempos,
"não está prevista a saída de novas
moléculas, é por essa razão que é
preciso tentar acelerar a investigação e criar mecanismos que a promovam".
A guidelineque está em discussão pública até março de 2016 tem
como objetivo criar balizas e regras
para a candidatura de novas molécula, que "cortem o tempo dessa
avaliação, estudando a relação entre a quantidade de fármaco e os resultados a nível da atividade das
bactérias", lê-se no guia. Pretende-se "garantir o melhor uso dos antibióticos. Escolher bem o medicamento, saber por quanto tempo se
deve usar e qual a dose. Desta for-
ma, é possível aumentar a capacidade dos antibióticos".
O documento dedica-se ao papel
da fannacocinética e da fannacodinâmica. A primeira é a forma como
uma droga é absorvida pelo organismo, distribuída e excretada. A segunda estuda o efeito de uma determinada dose da substância na capacidade de matar ou travar o
crescimento das bactérias.
Tendo em conta estes princípios,
é possível evitar ou encurtar no tempo os estudos de dosagem durante
os ensaios clínicos, exemplifica a
guideline. Além de se acelerar a investigação, estas análises permitem
identificar doses mais adequadas,
mais seguras e com menor risco de
se desenvolverem resistências.
António Vaz Carneiro, diretor do
Centro de Estudos de Medicina Baseada em Evidência e da Cochrane
Portugal, calcula que, em média, o
tempo de aprovação "seja de 7 a 12
anos". No entanto, tem dúvidas de
que estas análises "tenham impacto significativo na redução dos tempos de investigação".
Nesta área, refere inúmeras dificuldades na investigação, como as
PANORAMA
HOSPITAIS
> 10,7% é a taxa de Infeção hospitalar em Portugal, que é quase
o dobro da registada na UE e que
ronda os 6%. O programa nacional e as medidas de controlo nos
hospitais já permitiram reduzir
a taxa, que neste ano terá caído.
MORTALIDADE
> 11 357 mortes em 2011 estiveram associadas a infeções hospitalares, embora nuns casos
enquanto causa direta e noutros
em que apenas foi detetada a infeção.
RESISTÊNCIAS
> 270 bactérias apenas reagiam
a um antibiótico em 2013, o que
aumenta as preocupações quanto às resistências e à falta de alternativas no mercado. Portugal
regista altas taxas de resistência
em algumas bactérias, chegando aos 50%. A bactéria de Gaia
(Klebsiella pneumoniae) tornou-se a mais resistente (38,7%).
dificuldades técnicas, "toxicidade de
moléculas que podem ser usadas,
no desenho de ensaios clínicos ou o
modesto retomo do investimento".
José Artur Paiva recorda que a nível europeti"tem havido várias tentativas para acelerar a aprovação
destes fármacos, que na maioria das
vezes são apenas modificações de
moléculas anteriores. Há apenas
duas novas classes atualmente em
investigação". Entre as medidas,
destaca-se "a criação de uma moldura legal que incentiva a indústria,
oacesso a consultoria em termos de
legislação, investigação e comercialização ou o aumento do tempo das
patentes". Além disso, pretende-se
"facilitar a entrada de medicamentos que sejam verdadeiramente inovadores e úteis com maior rapidez".
Na semana passada, peritos de
todo o mundo e representantes da
Comissão Europeia e do departamento de Saúde dos Estados Unidos reuniram-se para definir estratégias para os próximos cinco anos
para travar as resistências.
Quimioterapia e cirurgia em risco
Um estudo do The Lancet calcula
que só nos EUA possa haver mais
seis mil mortes por ano devido a
uma quebra de 30% na eficácia dos
antibióticos. Os peritos calculam
que atam de resistência aos antibióticos seja de 39%a 51% nas bactérias
associadas às cirurgias e que, na sequência de quimioterapia, essa taxa
seja de quase 27%, o que levanta elevados receios quanto à perda de eficácia dos medicamentos atuais. Se
os antibióticos que são dados antes
da cirurgia e da quimioterapia perderem 30%de eficácia haverá no mínimo mais 120 mil infeções por ano.
Página 14
A15
ID: 61612591
29-10-2015
Tiragem: 28137
Pág: 24
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 25,50 x 30,00 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 2
Jovem guineense foi transferido ontem
do Complexo Hospitalar Universitário
da Corunha para o Hospital Meixoeiro,
em Vigo, a unidade de referência na Galiza
para estes casos. Análise deu negativa
Suspeita em
Espanha deu
negativo. África
quase sem
casos de ébola
Saúde. Espera-se que seja o fim da epidemia
que infetou mais de 28 mil pessoas e matou
11 mil. Só Guiné Conacri registou seis doentes
ANA MAIA
cenário, acredito que o objetivo da
OMS de acabar como surto até ao
final do ano vai ser conseguido", diz
ao DN Jaime Nina, do Instituto de
Higiene e Medicina Tropical
(IHMT). Confiança porque o número de casos novos é baixo. Cedo
porque ainda há pessoas a ser seguidas que podem resultar em casos positivos, a maioria na Guiné
Conacri. A OMS fala de 364 casos
em seguimento, dos quais 141 são
de alto risco, e ainda de 233 que não
estão localizados.
No dia 7 de novembro, a Serra Leoa
vai ser declarada livre de ébola, depois de seis semanas sem casos e se
nenhum for registado até lá. A Libéria foi considerada livre de transmissão a3 de setembro. AGuiné Conacri não registou, durante duas semanas, qualquer caso, o que foi
inédito. O último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS),
publicado ontem, regista seis novos
casos positivos nas duas últimas semanas na Guiné Conacri, que estão Resposta digo&
ligados a uma cadeia de infeção co- Charlotte Oliveira, enfermeira e
nhecida. Ontem, Espanha confir- doutoranda no IHMT, foi uma das
mou que ocaso suspeito de um gui- voluntárias dos Médicos sem Fronneense, de 24 anos, era negativo e teiras (MSF). Esteve primeiro no
que estava afinal infetado com ma- Congo, depois na Serra Leoa no filária O surto de ébola infetou 28 539 nal de 2014 e início de 2015, onde
pessoas e matou 11298.
deu medicamentos antimaláricos,
O jovem esteve cinpara reduzir° risco de
co meses na Guiné
malária que o ébola
Conacri a visitar a fafez disparar, e a tratar
Uma das vacinas
mília e regressou a Esde doentes. "No Conpanha para vera mudisponíveis
go acho que estava
lher e o filho recémpreparada, foi num
mostrou ser
-nascido. Aterrou no
surto mais pequeno
100% eficaz
domingo em Lisboa,
de 60 pessoas. Na Sersem apresentar sintora Leoa tínhamos de
mas, e apanhou um
estar protegidos da
autocarro para a Covinha. Na ter- cabeça aos pés, ter muito cuidado
ça-feira deu entrada no hospital es- nos locais públicos se alguém nos
panhol com diarreia, febre e vómi- tocava para ver se tinha um ar
tos. Ontem de manhã foi transferi- adoentado. Para isso não estava
do para o Hospital Meixoeiro, em preparada", conta.
Vigo, unidade de referência para
O cuidar dos doentes foi muito
suspeitas de ébola. As autoridades diferente do que está habituada.
espanholas contactaram a Direção- "Era preciso humanizar ao máximo.
-Geral da Saúde, seguindo o proto- Dizer o nome, ir com alguém que já
colo estabelecido. À tarde, a primei- conheciam, mostrar para que estára análise deu negativo para ébola e vamos ali. Com as crianças era ainconfirmou malária. Hoje deverá da mais complicado." Isso remeterealizar uma segunda análise para -a de imediato para um caso caricaconfirmar que não se trata de um to de um menino de 4 anos, instalafalso negativo.
do na tenda de casos suspeitos.
Na África Ocidental, os casos são "Nunca tinha visto uma pessoa
cada vez menos. "Aparentemente branca. Quando nós estávamos
estamos a assistir ao final do surto com os fatos não tinha medo de nós,
de ébola. Mas ainda é cedo para di- mas quando nos via sem eles pela
zer que já acabou. Ao olhar para este janela fugia com medo."
Sobre o que correu mal, Charlotte fala de países impreparados para
uma situação de catástrofe, de sistemas de saúde que colapsaram, de
falta de medicamentos e médicos
formados. "Depois temos a parte internacional, da OMS e das agências
humanitárias. A resposta foi descoordenada, cada agência ia para o
seu lado, houve sobreposição de intervenção. Se tivesse havido uma organização forte ter-se-iam direcionado as ações", diz, referindo que "o
isolamento de doentes e a comunidade reconhecera doença e saber°
que fazèr foram fundamentais para
travara epidemia".
Jaime Nina refere que "as relações
difíceis entre os três países, o clima
de desconfiança, a má comunicação com as famílias e a prática dos
serviços de saúde atrasaram a resposta. Em agosto a espera para internamento depois do diagnóstico
era de três dias. As pessoas voltavam
para casa e infetavam outros". Do
lado da OMS faltou apjlidade e rapidez para reagir como era preciso, o
que levou a demissões dentro do organismo e a alguns países a pedirem
a criação de um organismo autónomo para responder a epidemias.
"Ultrapassaram a situação e as coisas encaminharam-se em agosto.
Mas a eficácia da resposta teve mais
que ver com a mobilização dos Médicos sem Fronteiras e das muitas
centenas de voluntários que se colocaram no terreno", diz.
Vacinas: uma ama
Coma chegada ao terreno de organizações e material, a instalação de
centros de isolamento e a formação
RECOMENDAÇÕES
Cuidado nas viagens
a países infetados
Apesar da redução do número casos de ébola, a Direção-Geral da Saúde mantém as
recomendações. A primeira
é que realizem apenas as viagens que são obrigatórias.
Uma vez no país, deve evitar
contacto com doentes, cadáveres, superfícies que possam
estar contaminadas e animais, vivos ou mortos, que
possam ser portadores do
vírus. Aconselham igualmente que se evitem zonas que
possam estar povoados com
morcegos, animal que se suspeita ser o portador. Deve
lavar regularmente as mãos
com sabão ou antisséticos e
evitar deslocações desnecessárias a hospitais, onde o
risco de contágio é maior.
aos médicos locais e informação à
população começou a quebrar-se a
cadeia de transmissão. Mas as vacinas, afirma o médico infeciologista,
têm um papel fundamental: "A eficiência no combate ao ébola, o surgimento de novos casos tem que
ver com a vacinação."
Há duas vacinas. Uma preparada pelos militares norte-americanos e ensaiada pela GlaxoSmithlGine, que optaram por uma abordagem muito grande nos ensaios e
que foram obrigados a reduzir os
números. A outra foi feita pelo Canadá e adquirida pela Merck Sharp
& Dohme (MSD) e a NewLink Genetics Corp, com a vacinação, na
Guiné Conacri, de 4000 pessoas
que estiveram em contacto com
doentes. Foi declarada 100% eficaz.
Os ensaios clínicos continuam,
também nos Estados Unidos e em
Espanha. No Hospital de La Paz, 40
voluntários saudáveis estão a fazer
a vacinação. " Em Portugal, a MSD
não tem em curso qualquer ensaio
clinico com a vacina do ébola. Estes
ensaios clínicos decorrem nos EUA
e em Espanha", adiantou Rita
Amieiro, responsável de comunicação da MSD Portugal.
Mas ainda há muito por descobrir em relação ao vírus. Muitos
doentes estão a sofrer de problemas
posteriores, caso da enfermeira inglesa que está novamente interna-
Página 15
ID: 61612591
29-10-2015
Tiragem: 28137
Pág: 25
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 16,48 x 30,00 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 2
ENTREVISTA: ANA LEMOS
Coordenadora de comunicação nos Médicos sem Fronteiras
Responsável pela comunicação internacional e nacional
passava a mensagem das recomendações. Ana Lemos fala
do que encontrou na Libéria durante o pico da epidemia
"Encontrei um cenário triste,
caótico. O ébola é uma
praga, é a peste"
Esteve na Libéria em setembro de
ela. Está a angariar dinheiro para os
ajudar nos estudos.
Foi a primeira vez que estive em O que falhou na resposta ao surto?
contacto com ébola. Encontrei um Falhou muita coisa. Mais do que
cenário triste, caótico, que descrevo tudo, a resposta rápida ecedo da cocomo Ensaio Sobre a Cegueirade Jo- munidade internacional, da Orgasé Saramago. O ébola é uma praga, nização Mundial da Saúde. Depois
é a peste. Era um cenário de pânico, de milhares de casos tudo é caótico.
com lojas e escolas fechadas, mor- O sítio onde acontece também ajutos na tua. Uma mãe perde um filho da a que a resposta não seja rápida.
e ninguém lhe pode dar um abraço. Os meios não eram suficientes e
Tentava-se o máximo de proximi- precisávamos de ajuda. Não podíadade, apesar dos fatos de astronau- mos ser só nós a dar resposta ao surta e da distância de dois metros. As to. Os Médicos sem Fronteiras estapessoas estavam sozinhas e isso foi vam na Guiné Conacri quando o vítraumatizante. Todos os que traba- rus surgiu em março de 2014.
lharam lá tiveram pesadelos. Mui- Dissemos que se tratava de epidetos médicos tiveram de ir embora mia sem precedentes. A Organizaantes porque não aguentavam ção Mundial da Saúde disse que esmais.A morte erauma
távamos a exagerar.
constante. Na Libéria
O que se seguiu foram
os corpos eram incimeses de pânico. Denerados. Isso foi um
mos formação a mitrauma imenso porlhares de pessoas e a
que lá, tal como em
centenas de organizaPortugal, há um ritual
ções humanitárias.
de enterro, de ver o
Como é que tem sido
corpo.
a vida para os sobreFalou de pesadelos.
viventes?
Que memória a marSofrem de um imenso
cou mais?
estigma e de conseToda a gente chorou.
quências físicas e
As equipas de emer- Ana Lemos conta como mentais resultantes da
gência, eu também, já
os efeitos da doença infeção. Perdem a autínhamos estado em continuam a marcar a dição, a visão, têm docenários de guerra. vida dos sobreviventes res nos ossos. A mãe
Mas aquilo foi uma
de uma criança de
coisa extrema. Uma das memórias 6 anos, sobrevivente, dizia-nos que
é a de uma mãe que perdeu o filho, ela tinha mudado totalmente de
um bebé de 3 anos. Estava no cen- comportamento, que depois da
tro de tratamento, na zona de alto infeção não ligava nada ao que ela
risco, e tentava sentar o bebé numa dizia. Viemos a descobrir que tinha
cadeira, mas ele estava quase mor- ficado surdo. Há uma enorme disto. Depois vieram os médicos e le- criminação para com os sobrevivaram-no para o ajudar a ter uma ventes. E como se estivessem para
morte mais digna. A mãe gritava e sempre infetados. Os Médicos sem
ninguém sabia o que fazer. Sabía- Fronteiras continuam a trabalhar
mos que das mulheres que chegas- com os sobreviventes. Abrimos vásem grávidas, 99% iam morrer. rias clínicas pediátricas e de suporO crematório, que o govemo teve de te aos sobreviventes. Quando sencriar... saber que o bebé que vimos tiam sintomas posteriores e iam aos
no dia antes e o marido da minha centros de saúde ninguém os atenamiga sobrevivente tinham ido dia com medo.
para lá.
Estes países serão capazes de resMantém contacto com amigos
ponder a num novo surto de
que ainda lá estão?
ébola?
De vez em quando troco sms com Como nunca aconteceu um surto
algumas pessoas, sobretudo cole- como este, é um pouco adivinhar o
gas. Alguns são pessoal médico e so- futuro. Na zona oeste de África, um
breviventes. Dizem que a vida é surto como este penso que não
uma luta. Uma enfermeira liberia- voltará a acontecer. Havia uma auna, dos Médicos sem Fronteiras, sência de resposta, agora os meios
montou um orfanato em homena- são maiores e há um novo trunfo
gem a uns colegas nossos que mor- que é a vacina que pode impedir a
reram. Tem 25 crianças a viver com transmissão.
2014.0 que encontrou?
da em estado grave. Um estudo recente mostrou a presença de fragmentos do vírus no esperma de alguns doentes nove meses depois do
início de sintomas.
"O recorde de isolamento do vírus no esperma capaz de multiplicação foi de 88 dias. O caso de infeções nos olhos, nas articulações, na
pele e perda de audição era algo que
não se sabia. Parece ser transitório.
No caso da enfermeira inglesa, suspeita-se de poliartrite, que é uma
infeção autoimune. Na Guiné e na
Serra Leoa foi usado do soro de convalescentes que tinha anticorpos de
ébola e funcionou como medicamento. Por vezes os anticorpos atacam o corpo e geram reações autoimunes. Pode ter sido isso que aconteceu."
Poderá um surto como este voltar a acontecer? "E difícil voltar a ter
um surto desta dimensão. As autoridades de saúde e os governos não
estavam à espera. Mas surtos haverá com certeza. O morcego portador do vírus vive nas florestas desde
o Sul da Guiné-Bissau até à África
Oriental, zona do Uganda, e zona
Norte de Angola. Agora há ferramentas para agir", refere Jaime Nina. Charlotte Oliveira lembra que
"entrou muito dinheiro nos países
e conhecimento também. Se terão
capacidade no futuro para agir, só o
tempo dirá".
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A17
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29-10-2015
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Âmbito: Interesse Geral
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SAÚDE
Um nada que faz alguma coisa
Se uma pessoa estiver convencida de que um determinado
tratamento resulta, é meio caminho andado para a cura. Sobretudo
quando o problema tem a ver com dor, fadiga, depressão ou
náusea. Este fenómeno é conhecido como "efeito placebo" e é
tão relevante que qualquer novo medicamento tem de mostrar,
em ensaios clínicos, que é bem mais eficaz do que o placebo – um
produto igual no aspeto, mas sem princípio ativo, tomado por
um grupo de doentes. O que se tem vindo a notar é que o efeito
placebo é cada vez mais acentuado, sobretudo (e com uma
grande diferença) nos EUA. O epidemiologista da Universidade da
Pensilvânia, John Farrar, que analisou o assunto focando-se em
ensaios a medicamentos para a dor, avança algumas explicações:
do outro lado do Atlântico é permitido fazer publicidade a
medicamentos, ao contrário do que acontece na Europa, e a
expetativa positiva divulgada pelos anúncios condicionará os
resultados. Outras razões para este enviesamento pode ser a
prática de contratar empresas para coordenar os ensaios clínicos,
que selecionarão doentes fora dos requisitos ou prestam mais
atenção e cuidado aos doentes selecionados.
Ensaios clínicos a medicamentos para a dor sugerem que
o efeito placebo está a aumentar – sobretudo nos EUA
Análises fora dos Estados Unidos
Análises nos Estados Unidos
Redução da dor
40 %
30
20
10
0
1990
1994
1998
2002
2006
FONTE The Journal of the Internacional Association for the Study of Pain
2010
2014
INFOGRAFIA VISÃO
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Âmbito: Interesse Geral
Corte: 1 de 3
Destaque
SAÚDE. CONSUMIDORES ASSUSTADOS EXIGEM ESCLARECIMENTOS
ASI-11MANAIKGRA
DACARNIHVERMELHA
A Organização Mundial de Saúde lançou esta semana um alma contra as carnes
vermelhas e processadas, anunciando que aumentam o risco de cancro.
Isso implica deixar de as comer em absoluto? Por Angela Marques
Os conselhos da DGS
Depois do alerta da OMS, o sue da
Direcção-Geral de Saúde publicou
um texto sobre Alimentação
e Cancro, no qual pede calma
• A carne continua a ser considerada um
alimento importante para
ser incluido
moderadamente na dieta
humana e
numa alimentação diversificada pelo seu
elevado valor
proteico, vitaminico e mineral. Se gostar
de carne, não
prescinda dela.
consuma-a
moderadamente.
• Reduza. por
precaução, o
consumo de
carne vermelha (vaca, porco, cabrito.
etc.) para valores até 500 g
por semana.
Contudo, a
dose acima da
qual existe risco comprovado ainda não
està totalmente definida.
• Substitua,
ocasionalmente, a carne por
refeições com
fontes de
proteína
vegetal, como
o feijão. as
lentilhas
ou o grão.
• Rejeite carnes
carbonizadas
na grelha.
na chapa ou
no churrasco.
• Reduza o consumo de carne
processada
(enchidos. carne de fumeiro.
chouriços, salsichas, carne
enlatada...)
para momentos ocasionais
ao longo do
mês.
• Consuma diariamente alimentos protectores para reduzir o risco de
cancro do cólon associado
ao consumo de
carne processada. Os protectores são fruta e
hortícolas em
quantidade de
pelo menos
400 g diários,
ou seja duas sopas de hortícolas e 3 peças de
fruta, além do
consumo de cereais integrais.
Página 18
ID: 61613091
29-10-2015
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País: Portugal
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Âmbito: Interesse Geral
Corte: 2 de 3
Os riscos de cancro nas várias carnes
O para terror de milhões de consumidores que
não imaginam a sua vida sem bifes nem bacon. um relatório da agência internacional
da OMS que se dedica ao estudo do cancro.
veio esta semana afirmar que o consumo de carne
vermelha é "provavelmente carcinogéneo para humanos" e o consumo de carne processada é "carcinogéneo para humanos". Adeus, hambúrgueres artesanais e carne maturada?
O estudo, feito com o contributo de 22 especialistas
de 10 países e publicado na revista cientifica The Lancer, já foi objecto de desprezo. Primeiro, por todos
aqueles que há muito viram a roda dos alimentos
transformar-se numa pirâmide e sabem que o equilíbrio no consumo de carnes vermelhas é altamente
aconselhado; depois. por aqueles. como os industriais
da carne, que tudo farão para impedir que a carne
vermelha e a carne processada selam diabolizadas.
Os dados, no entanto. são claros: segundo a OMS.
há anualmente 34 mil mortes no mundo que podem
ser associadas ao alto consumo de carne processada. Na verdade, diz a organização, o consumo diário
de 50 gramas desta carne (que se entende como
processada a partir do momento em que tenha passado por processos de salmoura, secagem. fermentação ou defumação) eleva em 18% o risco de desenvolvimento de um cancro colorrectal (ou do intestino). No caso da carne vermelha. o estudo fala no
consumo de 100 gramas diários para o aumento do
risco em 17%.
Em Portugal. num comentário enviado à agência
Alguns estudos apontam uma relação entre o consumo elevado de carnes
processadas e o risco de cancro. As carnes vermelhas (de vaca, porco ou
borrego) apresentam algum perigo. E as de aves são as mais saudáveis
/4"
Potencialmente
carcinogéneo
Vários estudos
Indicam que o
consumo elevado
pode aumentar
a probabilidade
de tumores no cólon
A incidência
Defesa
A Associação
Portuguesa de
Industriais de
Carne considerou "inapropriadó atribuir a
um só factor o
risco aumentado de cancro
Polulçào
200.000
Tabaco
1.000.000
Alimentação
50.000
r
Álcool
600.000
100 gramas por
O consumo de 50
dia de carne
vermelha fazem
aumentar o risco
de cancro no
cólon em._
gramas de carne
processada por
dia aumentaria
o risco de cancro
no cólon em...
Fonte SABAD0
F.R.
N classificáveis
como carcInogéneos
Carne
de aves
Fonte SÁBADO
Mortes anuais de cancro associado a
Provavelmente
carcinogéneo
"SOMOS UM
DOS MAIO
RES CONSUMIDORES DE
PEIXE. TE
MOS TAMBÉM DUAS
DIETAS IM
PORTANTES"
Alguns estudos
científicos
associam o seu
consumo a tumores
no cólon, pâncreas
e próstata
Estudos não
provaram a existéncla de uma relação
entre o consumo
e o aumento de risco
de cancro
R.S.
Lusa poucas horas depois da divulgação do estudo, a
Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes disse considerar "inapropriado atribuir a um único factor um risco aumentado de cancro", uma vez que
este se trata de um "assunto multo complexo que
pode ser dependente de uma combinação de muitos
factores, tais como: idade, genética. dieta, ambiente e
estilo de vida".
Com tranquilidade, o director-geral da Associação
de Hotelaria. Restauração e Similares de Portugal
(AHRESP). josé Manuel Esteves. fez também um comentário: "Vamos todos, cada um por si como consumidor. estar atentos, mas sem pânico. O relatório é
positivo. É bom que a população esteja sensibilizada."
E lembrou: "Somos um dos maiores consumidores de
peixe. temos também duas dietas importantes (a mediterrânica e a atlântica) e somos líderes europeus nas
boas práticas de higiene e segurança alimentar."
Seja qual for a matéria, percebe-se hoje que um
caso é sério quando ele chega ao Twitter. O relatório
da OMS da última semana não precisou de 24 horas
para irromper nesta e noutras redes sociais. Em sede
de TwItter. foi de imediato criado o hashrag
O
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ID: 61613091
29-10-2015
O consumo
Carne
de sebo
Pág: 62
País: Portugal
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Period.: Semanal
Área: 18,00 x 25,30 cm²
Âmbito: Interesse Geral
Corte: 3 de 3
is 2010 2011 II 2012 El 2013 ■ 2014
Como se tem modificado o consumo de carne em Portugal
(valores em toneladas)
Carne
de bovino
Tiragem: 100000
Carne de ovino
e caprino
Outras
aniles
Carnes
de capoeira
0 O
Miudezas
'T4'K
392
203
In 8
Gd ea as a 49
I.
N32
111;.
2611:11:il 11111111111
Total de carnes e miudezas
02
1.2
:
2010
F.R.
Fonte SÁBADO
O wurstgate. Nada mais natural. se se pensar que o
povo alemão tem como prato típico a salsicha. O tom
foi de gozo e o alarme não chegou a alastrar, embora
Angela Merkel não se tenha livrado de surgir em fotografia de cachorro nas mãos.
Noutros pontos do mundo, amantes de bacon tiveram um dia duro. Um em particular terá tido, segundo o Washington Post, um dos piores dias da sua
vida. Conceda-se: quem quereria ser CEO de um site
chamado Bacon Freak no dia em que a OMS põe o
bacon na sua lista negra? Em declarações ao Washington Post. Rocco Loosbrock disse o que podia:
"Estamos sa a tentar ficar de cabeça erguida hoje." É
que embora garanta que acredita num consumo moderado de bacon. é ele que tem à venda no seu stte
(www baconfreak.com) T-shIrts com a frase "0 bacon salvou o nosso casamento" e canecas com o escrito "Qualquer hora é hora de bacon".
Acusação
A PETA anundou que vai oferecer um kit de
iniciante com receitas e pianos
alimentares
a quem quiser
tornar-se vegan
QUEM QUERERIA SER
CEO DE UM
SITECHAMADO BACON
Um Natal antecipado?
FREAKNO
DIA EM QUE
A OMS PÕE O
Do outro lado da barricada, diz o jornal, as associações de direitos dos animais terão tido um Natal an-
LISTA NEGRA?
BACON NA
tecipado. "As nossas vidas podem depender da escolha entre um hambúrguer vegetariano em vez de
uma salsicha alemã". terá dito, em comunicado e em
resposta ao estudo. Ingrid Newkirk, a presidente da
PETA. que aproveitou também para anunciar que irá
oferecer um kit de iniciante (com receitas e planos
alimentares) a quem se quiser tornar vegan.
Entre versões e papões, os consumidores de carne
de todo o mundo (com excepção. talvez, daqueles
que se pronunciam já defendendo que este é um
problema de primeiro mundo. de quem pode dar-se
ao luxo de comer carne processada diariamente)
estão confusos: e agora, podemos continuar a comer carne?
O facto é que quando questionada directamente
sobre a necessidade de se parar de consumir carne.
a OMS responde: "Comer carne tem benefícios para
a saúde. Muitas recomendações são já feitas no sentido de limitar o consumo de carne processada e
vermelha. que está ligada ao aumento do risco de
morte por complicações cardíacas, diabetes e outras
doenças." O
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A21
ID: 61612830
29-10-2015
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Âmbito: Interesse Geral
Corte: 1 de 1
PODEM AS SALSICHAS
FAZER TÃO MAL COMO O TABACO?
Na segunda-feira, 26, a lista da Organização Mundial de Saúde
(OMS) com os compostos cancerígenos ganhou mais uma entrada:
as carnes processadas. Nesta categoria incluem-se salsichas, bacon,
fiambre, chouriços e linguiças (juntando-se assim ao amianto, às
bebidas alcoólicas, à poluição atmosférica e à radiação solar).
Ao mesmo tempo, carnes vermelhas, como vaca, borrego e porco,
entraram no grupo dos "provavelmente cancerígenos". Há, no
entanto, diferenças notáveis. Enquanto no caso das processadas
se conseguiu estabelecer uma relação direta entre o consumo e
o aumento do cancro do cólon, no que toca às carnes vermelhas
as provas ainda são limitadas, embora já haja alguma evidência
científica nos cancros do intestino, pâncreas e próstata. Mas atenção:
comer salsichas não equivale a fumar. A ingestão de 50 gramas
diárias de carne processada aumenta o risco em 18% – ou seja, soma
apenas um ponto percentual à taxa de incidência (extrapolando os
números dos EUA, passaria de 5 para 6% a probabilidade de se ter
cancro do cólon, ao longo da vida). Já os cigarros aumentam o risco
de cancro do pulmão em mais de 1200% (de 1,3% para 17,2%). Isto
significa que, se uma dieta pobre em carnes processadas fosse a
norma, se reduziriam 34 mil mortes por ano; se todos deixassem de
fumar, salvar-se-iam um milhão de vidas. L.O.
CANCROS CAUSADOS POR
TABACO
19%
de todos
os cancros
86%
dos cancros
de pulmão
MORTES DE CANCRO
QUE SE PODIAM EVITAR
CARNE PROCESSADA POR ANO, NO MUNDO
E CARNE VERMELHA
3%
34 000
de todos
os cancros
se ninguém comesse
carnes processadas
21%
se ninguém bebesse
bebidas alcoólicas
dos cancros
intestinais
600 000
1 000 000
INFOGRAFIA VISÃO
FONTE Cancer Research UK
INFOGRAFIA VISÃO
se ninguém fumasse
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Âmbito: Interesse Geral
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Destaque
ALIMENTACÃO. OMS LANÇOU ALERTA CONTRA CARNE VERMELHA E PROCESSADA
O QUE VAMOS
COMER ATÉ
Batatas e maçãs que não oxidam, novas gomas para as pastilhas elásticas,
sumos de noni, fruta tropical desconhecida, õleo de sementes de coentros.
Na semana em que a OMS alertou para os perigos da carne vermelha
e processada, a SÁBADO revela-lhe os novos produtos já autorizados
pela Comissão Europeia. E dá-lhe uma lista de outros alimentos
que chegarão em breve à sua mesa Era capaz de beber um caldo
de grilos? A SÁBADO foi, em Bruxelas. Por tais Sibmitre e Md Vasco (fotos)
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ID: 61613076
29-10-2015
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País: Portugal
Cores: Cor
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Área: 17,55 x 21,14 cm²
Âmbito: Interesse Geral
Corte: 2 de 13
A biotecnologia
pode criar produtos naturais que
não oxidam (as totos de Rui Vasco
são inspiradas
num trabalho publicado na revista
Popular Science)
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ID: 61613076
29-10-2015
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Pág: 42
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Área: 18,00 x 25,30 cm²
Âmbito: Interesse Geral
Corte: 3 de 13
o
Novos aromas
podem ser
adicionados
artificialmente
a alimentos
tradicionais
como a alface
N
a bancada da cozinha estão pequenas taças com granulado de pólen.
salicornia, algas-kombu, wakame e
alface-do-mar. Não se trata de uma
aula de ciências mas parte da lista
de ingredientes que o chef Freddy
Guerreiro começa a preparar na cozinha experimental cla Electrolux. em Paço de Arcos.
para incluir nas receitas de migas com bacalhau e queijo
gratinado. "Os consumidores estão cada vez mais atentos às novidades. A grande diferença é que agora muitos
pratos vanguardistas com ingredientes inovadores, que
antes só se encontravam em restaurantes de topo. já podem ser feitos em casa", explica a SÁBADO.
A SALICÓRNIA, QUE
CRESCE NAS
SALINAS, É
CADA VEZ
MAIS USADA
NA ALIMENTAÇÃO
HUMANA
A preparação das migas é feita seguindo os passos
básicos do guião cia cozinha alentejana. com o pão
ensopado. temperado com alho ralado e moldado
em forma de pequenos bolinhos que vão a alourar
numa frigideira. A diferença é que nessa massa são
incorporadas tiras de algas cortadas em juliana. O
sabor tradicional é assim enriquecido com aromas
de mar e o prato final é decorado com as folhas de
salicórnia. uma planta com seiva salgada. que cresce
nas salinas e começa a ser cada vez mais usada na
alimentação humana, sobretudo para temperar saladas como substituto do sal.
Este é apenas um exemplo do novo leque de produtos que começam a chegar aos supermercados e O
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ID: 61613076
29-10-2015
Imprima a sua própria comida
fá existem impressoras 3D que permitem
criar alimentos
As marcas de electrodomésticos Foodini
e Chefiei Pro. 3D Systems lançaram recentemente impressoras de comida que fazem
massas, bolachas e até hambúrgueres personalizados, com caprichosas formas tridimensionais. Se "os olhos também comem', então
os alimentos que saem destes aparelhos prometem Impressionar o consumidor gourmet mais exigente. Outra forma de criar modelos de alimentos tridimensionais foi desenvolvida pela empresa Dovetailed e baseia-se
na técnica de esferificação, um método criado na chamada cozinha molecular, que permite criar pequenas esferas gelatinosas a
partir de sumos de fruta e outros líquidos alimentares. Neste caso, a Impressora faz réplicas de amoras e framboesas.
o
Além de formas
geométricas.
há Impressoras
que podem
fazer réplicas
de amoras e
framboesas
88
por cento
dos oeit,5tas
afirmam ser seguro consumir
alimentos geneticamente modificados. mas
só 37% do público concorda
A UNIÃO
EUROPEIA
ESTA A
CRIAR
LEGISLAÇÃO
PARA
RESPONDER
À CHEGADA
DE NOVOS
ALIMENTOS
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País: Portugal
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Period.: Semanal
Área: 18,00 x 25,30 cm²
Âmbito: Interesse Geral
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0 a mudar os hábitos dos consumidores. "Muitos
destes novos alimentos já se encontram em diversas
lojas e mercados de produtos biológicos. A alfacedo-mar é uma das algas mais comuns na costa portuguesa". sublinha Freddy Guerreiro. Mais do que
uma moda, esta mudança de rotinas e a introdução
de novos Ingredientes promete alterar a alimentação
do futuro.
Produtos como estes são já consumidos noutros
países. sobretudo por comunidades remotas, mas só
agora começaram a ser introduzidos nos paladares
ocidentais. Cereais como a quinoa ou as sementes de
chia, as bagas de góji ou as folhas de stevia já se encontram com regularidade nas lojas de produtos naturais e dietéticos ou até mesmo nos supermercados
convencionais. Mas outras novidades estão a caminho, como explica à SÁBADO Chantal Bruetschy, directora do Departamento de Inovação da Direcção
de Saúde e Alimentação da Comissão Europeia. "A
União Europeia está neste momento a elaborar legislação e regulamentos de segurança alimentar para
responder à introdução de novos tipos de alimentos
no mercado", explica.
A lista de novidades recentemente autorizadas pelas autoridades comunitárias inclui cremes vegetais
para barrar o pão enriquecidos com fitosteróls. substáncias natura►s que ajudam a controlar o colesterol,
novas gomas para pastilhas elásticas, sumo de noni
(um fruto tropical) pasteurizado. óleo de sementes de
coentros, proteína de colza. levedura tratada com ultravioleta e vitamina K2 sintética. só para apontar alguns exemplos.
Larva ao preço de caviar
Jorge Rueda de Sousa. adido comercial e perito em
agricultura da Embaixada do México em Bruxelas sublinha que várias organizações de produtores mexicanos aguardam a nova legislação para começar a
exportar algumas das iguarias do seu país para a Europa. Quer sejam frutos exóticos ou outras especialidades menos comuns na culinária ocidental. "Muitas
comunidades rurais do México costumam consumir
larvas ou ovas de insectos, são consideradas verdadeiras iguarias e algumas são mais caras do que o caviar", conta. A mais conhecida é a larva de gusano,
uma espécie de borboleta que se encontra nas garrafas de mescal, uma das bebidas alcoólicas mais populares do pais. Além de ser usada para aromatizar
esta bebida, também pode ser consumida noutros
pratos tradicionais, como as tortilhas ou as tostadas
(espécie de tostas finas de cereais que se servem com
patè ou outra pasta cremosa). "Este tipo de comida já
é consumida pelas comunidades rurais há centenas
de anos, o que prova que é segura e só é necessário
ultrapassar algumas questões culturais para ser apreciada também pelos consumidores europeus", sublinha Rueda de Sousa .
Foi a pensar nesta nova realidade que o Parlamento Europeu organizou. em Bruxelas, a 29 e 30 O
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».•-••• .
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País: Portugal
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Área: 18,00 x 25,30 cm²
Âmbito: Interesse Geral
Corte: 5 de 13
P) •
o
O gigante agropecuário Simplot pós
a venda, este ano.
batatas para fritar
geneticamente
modificadas
O de Setembro passado. o seminário Novel Foods O que vamos comer em 2025?. Um dos pontos altos
do evento foi o workshop do cozinheiro italiano Roberto Flore. chef principal do Nordic Food Lab, labo
ratório culinário criado por René Redzepi, chef do
Noma, nomeado como melhor restaurante do mundo
em 2010 e 2011. Frente a uma plateia repleta de jornalistas e eurodeputados. Roberto Flore mandou servir a entrada e os empregados de sala, trajados a ri
gor com fato escuro e luvas brancas. começaram fazer circular bandejas com colheres cheias de formi
gas coladas a goticulas de mel. Não foi nenhum erro,
nem era motivo para alarme das autoridades sanitárias. O prato era mesmo feito com formigas. "Provem.
Não tenham medo. E digam-me ao que sabe", desafiou o chef Alguns resistiram, mas a maioria dos presentes levou as colheres à boca e trincou os insectos.
com uma textura crocante e forte aroma cítrico. se-
PELA SALA
COMEÇARAM
A CIRCULAR
BANDEIAS
COM COLHERES CHEIAS
DE FORMIGAS COLA DAS A GOTICULAS
DE MEL
melhante a limão. "Como vêem, é um sabor muito
familiar. parece citronela. uma planta aromática que
se usa para temperar vários pratos", explicou Roberto
Flore.
Depois de ultrapassar a primeira prova. seguiu-se
nova receita: tostada com pasta de larvas de abelha e
caldo de grilos. Para fechar a refeição, foi servido um
gtn gourmet. também feito com formigas. uma produção limitada de apenas 100 garrafas em que o preço de cada unidade chega aos 275 euros.
Se hoje a inclusão de insectos na dieta ocidental
ainda causa alguma estranheza ou mesmo repugnância, no futuro esse tipo de ingredientes poderá torna-se banal, como defendeu Afton Halloran. investigadora da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca.
"Os insectos são uma excelente fonte de proteínas e
ao nivel nutricional são muito mais equilibrados do
que a carne de vaca. por exemplo. Além disso,
O
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29-10-2015
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Period.: Semanal
Área: 18,00 x 25,30 cm²
Âmbito: Interesse Geral
Corte: 6 de 13
Destaque
O constituem um alimento muito rico e mais fácil de
produzir, com bem menos impacto ambiental",
acrescentou. A especialista diz que podem perfeitamente ser incorporados na indústria alimentar, sob a
forma de farinhas ou concentrados de forma a ultrapassar a relutância que muitos consumidores ocidentais têm em relação a eles. "Em muitos países orientais é comum o consumo deste tipo de comida sem
preconceito. Mesmo as Nações Unidas apresentaram
vários estudos em que é expressamente indicado que
os insectos serão uma das alternativas mais racionais
para a alimentação humana no futuro", conclui.
Batatas que nunca oxidam
As preocupações ecológicas são um dos factores-chave que irão moldar a alimentação mundial,
como defende Morgaine Gaye. que se apresenta
como "futurologista da comida" e é investigadora de
novas tendências alimentares nas universidades de
Nottingham Trem. no Reino Unido, e de Lund, na
Suécia, além de colaborar regularmente em documentários de culinária da BBC. "A produção de carne
vermelha tem um Impacto ambiental muito grande e
tudo indica que uma das alternativas será a produção
de carne artificial em laboratório". defende. Além de
colaborar regularmente em programas de televisão. é
consultora especializada de empresas alimentares
sobre os novos aromas e as modas que podem seduzir os consumidores.
Imogen Foubert é uma das investigadoras da universidade de Leuven. na Bélgica, que está a desenvolver novos tipos de alimentos para consumo humano. "O nosso trabalho consiste na criação de algas
em laboratório capazes de produzir gorduras saudáveis, como os ácidos gordos ómega 3, muito importantes na prevenção de doenças cardiovasculares".
explica a cientista à SÁBADO. A especialista acrescenta que o mesmo tipo de tecnologia pode ser usado para produzir alimentos vegetais com maior teor
de proteínas. que poderão. por exemplo, ser usados
por vegetarianos para substituir a carne.
Alguns dos mais recentes avanços científicos ainda
não são consensuais entre peritos e consumidores. O
uso de organismos geneticamente modificados (conhecidos pela sigla OGM) na agricultura continua a
ser polémico, mas várias empresas de biotecnologia
argumentam que os seus produtos são seguros para a
saúde e para o ambiente e que podem até evitar algumas doenças associadas à alimentação. Uma das
novidades mais recentes é a criação de batatas que
não oxidam, ou seja. que não ficam escuras depois de
serem cortadas. O trabalho foi desenvolvido pela
empresa norte-americana Simplot (uma companhia
conhecida por ter lançado as primeiras batatas pré
-fritas congeladas e os flocos de puré de batata desidratados) - neste caso. o método consistiu na introdução de genes específicos de batatas selvagens em
variedades comerciais de forma a bloquear a produção de acrilamida. uma das substâncias canceríge- O
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Corte: 7 de 13
o
A aquacultura em
sistemas fechados
Pode dispensar o
uso de mit IbuSacos
Para criar, por
exemplo, camarões
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29-10-2015
Comida para quem
não gosta de comer
É uma nova moda e polémica
as refeições liquidas estão a expandir-se
A moda começou a surgir entre os informáticos e engenheiros de Silicon Valley. nos Estados Unidos. Muitos deles passam horas intermináveis no trabalho e consideram uma perda de
tempo parar de trabalhar para fazer as refeições. Há dois anos foi lançado Soylent. uma refeição liquida com os nutrientes essenciais, vendida em garrafas em que tem uma textura semelhante ao leite, mas que é feita sobretudo á
base de soja e de algas. O sucesso do produto foi enorme e desde então já surgiram no
mercado norte-americano produtos similares.
como a Ambronite, à base de aveia. ou a DIY
Soylent, com vários sabores ou adaptados a necessidades específicas, para quem pratica exercício físico ou quem quer emagrecer. Apesar de
os fabricantes garantirem que este tipo de
produtos fornece os nutrientes essenciais, muitos especialistas avisam
que a moda pode ser prejudicial.
pois o organismo precisa de fibras
(presentes na fruta e nos vegetais)
para fazer bem a digestão.
o
Os Insectos
aparecem em
todas as listas
de alimentos que
serão consumidos
no futuro
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O nas libertadas pela fritura. lá começaram a ser
comercializadas no Verão em alguns restaurantes.
mas os grandes gigantes das cadeias de fasr food.
principais fornecedores de batatas fritas. ainda não
adoptaram o produto por receio da reacção dos
consumidores.
o
Alguns chels
ja trabalham,
por exemplo.
com formigas
- e empregam-nas em tudo.
de tostas a gin
EM LABORATÓRIO
TESTA-SE
O CULTIVO
DE LEGUMES
COM CADA
VEZ MENOS
ÁGUA
Brócolos, alface e tomate sem pesticidas
No inicio deste ano, as autoridades sanitárias norte-americanas também aprovaram a produção das
"maçãs árcticas". assim designadas pela empresa de
biotecnologia Okanagan Frults porque não oxidam
nem escurecem depois de cortadas. Para lá estão a
ser produzidas as variedades de Golden e Granny
Delicious. mas a companhia já anunciou que pretende alargar o mesmo conceito a outro tipo de frutos.
Alguns produtores agrícolas evitam a utilização de
alimentos geneticamente modificados mas recorrem
a métodos que parecem saídos da ficção científica.
Uma das experiências pioneiras consiste em evitar o
cultivo ao ar livre. recorrendo a estufas totalmente
fechadas para evitar as pragas e. por conseguinte. o
uso de pesticidas tóxicos, fornecendo ao mesmo
tempo as condições da água e de luz ideais, de forma
que as plantas produzam várias colheitas por ano.
Esta pesquisa radical começou a ser desenvolvida no
Massachusetts institute of Technology (MIT). em Boston. nos Estados Unidos. por Caleb Harper. aluno do
departamento de informática. no célebre Media Lab.
um dos centros de inovação de software mais conceituados do mundo. O seu passatempo é a agricultura e Harper decidiu começar a criar brócolos. alface e tomate dentro dos laboratórios e socorrer-se de sensores que reduzem o consumo de água O
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Destaque
4
o
Cereais
modificados
reduzirão
significativamente
o risco de perda
de colheitas
O e maximizam a produção de vitaminas e outros
nutrientes.
Em Setembro passado. Harper lançou a Open Agriculture Initiative. plataforma digital para troca de in
formações agrícolas. semelhante à Wikipédia, onde
os utilizadores podem partilhar métodos inovadores
na produção de alimentos. "Há uma empresa na Holanda, a PlantLab, que está a produzir legumes em
velhos armazéns. onde instala incubadoras com diferentes microclimas. dando origem a frutos ou vegetais com aromas, formas e sabores completamente
distintos. Toda a produção é controlada por sensores
electrónicos que regulam a quantidade de dióxido de
HÁ
CULTURAS
EM ESPAÇOS
FECHADOS
EM QUE OS
VEGETAIS
RECEBEM
LUZ 22
HORAS POR
DIA
carbono ou a intensidade das luzes LED. que iluminam o espaço", explicou à revista Popular Science.
"Esse tipo de informação é precioso, e não se espera
que partilhem todos os seus segredos, mas se parte
dessa informação for disponibilizada ao público. podem surgir enormes avanços na produção agrícola
mundial", sublinha. Harper defende que será possível, por exemplo, poupar mais de 90% de água na
produção de vários tipos de alimentos.
A Green Sense. sediada nos Estados Unidos, é uma das
empresas mais vanguardistas na produção de vegetais.
Alface, manjericão e ervas aromáticas são cultivados
em espaços fechados, em estantes iluminadas 22 horas O
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Leite de sola
E o mais difundido nas cadeias
comerciais; rico em proteínas,
cálcio potássio e magnésio
Leite de cevada
Este cereal possui mais proteínas que
o trigo e contém Inositol, substancia
que regula a produção de gorduras
Leites há muitos.
Novas alternativas vegetais ao
tradicional leite de vaca
começam a surgir no mercado
Leite de anoz
Adequado para doentes
celíacos, tem poucas calorias
e ajuda a regular a digestão
O por dia e com as raizes mergulhadas em pequenos
contentores com o fluxo de água e nutrientes controlados
por computador. Até as luzes foram concebidas para maximizar o crescimento das plantas. através de uma parceda com a Philips. de forma a produzir luz com o comprimento definido entre o vermelho e o azul. "Não esta mos sujeitos a inundações ou a secas. Aqui dentro o clima é sempre perfeito e. em algumas espécies. até é possivel fazer várias colheitas por mês". explicou ã Popular
Science Robert Colangelo. o CEO da empresa.
Plantas a crescerem para os lados
1.:ste npo de estratégia taz com que as plantas não gastem energia desnecessariamente - em vez de crescerem para cima em busca da luminosidade solar, crescem mais para os lados. pois são banhadas por luz ideal
constante, o que rentabiliza mais a produção. Também
as explorações de pecuária e aquacultura procuram reduzir o impacto ecológico e evitar a introdução de produtos químicos artificiais na cadeia alimentar humana. É
o caso da RDM Aquaculture. que produz camarões em
aquários fechados com sistemas de circulação de água.
para evitar doenças e dispensar antibióticos. Este tipo de
tecnologia vai ao encontro de uma das tendências mais
fortes dos últimos anos e que deverá aumentar ainda
mais daqui para a frente. "As pessoas das grandes cidades querem controlar cada vez mais o que consomem e
optam por cultivar os seus próprios alimentos". explica
Morgaine Gaye. A especialista diz que também surgem
mais consumidores que pretendem tratar eles mesmos
dos processos de transformação da comida, por exemplo preparando alimentos desidratados caseiros. com
prazos de validade mais alargados. ou comida fermentada (um processo usado no pão ou no queijo, por
exemplo) para acentuar os sabores
0
Leite de amandoa
Controla o colesterol e a
osteoporose. contém magnésio.
ferro. cálcio e vitamina E
No Japão,
numa antiga
fábrica de semi•
condutores da
Sony, cientistas
são capazes de
produzir 10 mil
alfaces por dia
COM LUZ
IDEAL
CONSTANTE.
AS PLANTAS
NÃO TEM DE
CRESCER
PARA CIMA:
CRESCEM
PARA OS
LADOS
Leite de avelã
E rko em gorduras
saudáveis e arginina,
urna substancia
benéfica nos
processos de
cicatrização
Leite de avela
Multo rico em hidratos
de carbono: contém
alto teor de antioxidantes e fibras que
ajudam a digestão
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A iluminação
pode ser adequada
ás necessidades
de cada planta.
acelerando
os ciclos
de crescimento
O Até a forma de cozinhar está a mudar, como subli nha Freddy Guerreiro: "Hoje as pessoas cozinham mais
a longo prazo. Podem preparar a comida em sacos em
balados a vácuo que, além de preservarem melhor o
sabor, permitem guardar as refeições para a semana."
Mesmo os novos electrodomésticos, como fornos e fogões. vém equipados com funções para cozinhar com o
método da slow food: os pratos ficam a cozinhar mais
tempo a baixas temperaturas. a 60 °C, por exemplo.
"Um dos novos fornos que lançamos este ano na feira
de electrónica IFA, em Berlim, permite fazer a ligação
com o iPad. para programar as receitas através deste
dispositivo electrónico". explica Marisa Pires, directora
de marketIng da Electrolux. Afton Halloran acrescenta
que a tecnologia também poderá permitir o acesso a
alimentos pouco habituais. "Muitas raízes, plantas e
ALÉM
DE NOVOS
ALIMENTOS,
A COZINHA
A BAIXAS
TEMPERATURAS VAI
TORNAR-SE
CORRENTE
bagas selvagens são excelentes fontes de nutrientes.
Uma das grandes inovações do restaurante Noma foi
levar os cozinheiros para os bosques e para as praias.
onde puderam colher plantas para as receitas." E
adianta que muitos desses alimentos poderão ser conservados de forma mais eficiente, desidratados de forma caseira, para manter mais eficazmente as propriedades. A especialista sublinha ainda que o conceito de
"comestível" está a mudar e que as florestas e os campos naturais são "despensas de alimentos" muito mais
bem fornecidas do que hoje se imagina.
Se estes são os grandes movimentos da culinária
moderna, é possível concluir que teremos cada vez
mais alimentos-proveta. Mas. por outro lado, existirá um certo regresso á recolha de ingredientes no
meio selvagem. O
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Destaque
O QUE VAI CHEGAR
À NOSSA MESA
Conheça os novos alimentos
que estão a ser criados - agora
que a carne está sob alerta
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O alerta mundial
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obrigar-nos a alterar
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Conheça os novos
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alimentos que estão
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