FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM ODONTOLOGIA MARÍLIA DANDARA BORGES DE SOUSA E SILVA OATU AVALIAÇÃO NÍVEL DE ANSIEDADE NO CONTEXTO ODONTOLÓGICO EM PACIENTES ADULTOS GOVERNADOR MANGABEIRA-BA 2016 MARÍLIA DANDARA BORGES DE SOUSA E SILVA OATU AVALIAÇÃO NÍVEL DE ANSIEDADE NO CONTEXTO ODONTOLÓGICO EM PACIENTES ADULTOS Monografia apresentada na Faculdade Maria Milza, no curso de bacharelado em odontologia, na disciplina de TCC II, ministrada pela profª Andréa Jaqueira da Silva Borges como requisito de avaliação parcial do semestre de 2016.2. : Camilo Castro de Oliveira Prof. Orientador GOVERNADOR MANGABEIRA-BA 2016 Dados Internacionais de Catalogação Oatu, Marília Dandara Borges de Sousa e Silva A11a Avaliação do nível de ansiedade no contexto odontológico em pacientes adultos / Marília Dandara Borges de Sousa e Silva Oatu. – Governador Mangabeira – Ba, 2016. 56 f. Orientador: Prof. Camilo Castro de Oliveira Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) – Faculdade Maria Milza, 2016. 1. Odontologia. 2. Ansiedade Odontológica. 3. Terapêutica Odontológica I. Oliveira, Camilo Castro de. II. Título. CDD 617 MARÍLIA DANDARA BORGES DE SOUSA E SILVA OATU AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DE VARIÁVEIS SOBRE O NÍVEL DE ANSIEDADE DENTAL EM ADULTOS Aprovada em _____/_____/_____ BANCA DE APRESENTAÇÃO _______________________________________________ Camilo Castro de Oliveira Orientador/FAMAM _______________________________________________ Membro Avaliador _______________________________________________ Membro Avaliador _______________________________________________ Dra Andréa Jaqueira da Silva Borges Professora de TCC/FAMAM GOVERNADOR MANGABEIRA – BA 2016 RESUMO A ansiedade pode ser percecionada como um estado de desconforto físico e psíquico caracterizado por ausência de tranquilidade, receio, excesso de agonia ou aflição intensa; estando ligada à expectativa sobre algum evento. O caráter único do meio oral e do tratamento dentário em si contribui para a antecipação do medo e ansiedade adjacentes à dor; estes conceitos estão interligados, partilhando formas de expressão. Portanto, fatores psicossociais influenciam a dor pós-operatória, o que realça a importância de uma abordagem empática antes do início de procedimentos odontológicos. Assim serão influenciadas tanto a conformidade e a aderência a procedimentos operatórios como planos terapêuticos e preventivos tendo em vista a saúde bucal do paciente. Diante do exposto, esta pesquisa teve por objetivo geral avaliar os elementos relacionados com a ansiedade no contexto odontológico de uma Clínica Escola de um município do Recôncavo Baiano, a partir do uso do Índice de Ansiedade Dental e Medo (IDAF-4C) de Armfield, delineando os seguintes objetivos específicos: verificar a frequência da ansiedade dental na população estudada e relacionar a influência de variáveis como gênero, idade, grau de escolaridade, motivo adjacente a consulta dental e existência ou não de história dental negativa pregressa sobre a frequência da ansiedade odontológica na população estudada. O estudo de natureza descritiva e abordagem quantitativa, a ser realizado na Clínica Integrada de Odontologia da Faculdade Maria Milza – CLIOF, a partir de uma amostra de conveniência investigará a ansiedade dental dos pacientes com idade igual ou superior a 18 anos, sem afecção sistêmica comprovada e que cadastrados na clínica. Os mesmos responderam a um formulário para a caracterização sociodemográfica da amostra e os questionamentos referentes ao índice IDAF-4C com o objetivo de mesurar a ansiedade dental, os resultados obtidos foram processados através do software SPSS, e submetidos à analise dde agrupamento e análise discriminante. Este estudo seguiu conforme a resolução do Conselho Nacional de Saúde 466/12 e se justificou em proporcionar uma nova perspectiva aos cirurgiões-dentistas, por meio da utilização de um instrumento para avaliação da ansiedade, o qual funcionou como indicativo de sua presença, mediante a aplicação deste, durante a anamnese clínica. Outrossim, permitiu aos pacientes que entendessem o medo odontológico como um fenômeno que pode ser minimizado se devidamente compreendido. Essa pesquisa contribuiu igualmente à sociedade científica na sua meta de preencher lacunas nesse ramo de estudo, ao possibilitar informações que participou para a dissolução de questões suscitadas tanto pela Odontologia quanto pela Psicologia. O estudo concluiu que •O nível de ansiedade dos pacientes avaliados está mais relacionado a sua idade que a outras variáveis. Entre os grupos existentes dentro da amostra estudada o de maior faixa etária foi mais ansioso, embora o índice utilizado apontasse para um nível de ansiedade moderado. Palavras-Chave: Ansiedade Odontológica, Medo de Dentista, índice de Ansiedade Dental e Medo. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Dendrograma – Relação entre as variáveis sociodemográficas, natureza da história dental e Score do IDAF-4c.................................................................. 27 Figura 2 - Dendrograma de distribuição de casos com indicação dos grupos identificados para a altura de corte considerada .................................................. 28 Figura 3 – Diagrama Centroide do Grupo Mulheres-Prevenção .......................... 31 Figura 4 - Diagrama Centroide do Grupo Mulheres-Dor ...................................... 32 Figura 5 - Diagrama Centroide do Grupo Homens ............................................... 33 Figura 6 - Diagrama Centroide do Grupo Mais Velhos......................................... 34 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Variáveis sociodemográficas, motivos da consulta e experiência com procedimentos odontológicos dos pacientes da Cliof do segundo semestre de 2016 .. 24 Tabela 2 – Testes de igualdade de médias de grupo.................................................... 29 Tabela 3 – Valores médios das variáveis por grupo ...................................................... 29 Tabela 4 – Coeficientes de função de classificação ...................................................... 35 Tabela 5 – Valores correspondentes às respostas possíveis a cada variável nominal . 35 Tabela 6 – Funções de classificação obtidas pela análise discriminante para a alocação das amostras nos grupos previamente formados .......................................... 36 Tabela 7 – Resultados do teste de validação da classificação..................................... 37 Tabela 8 – Alocação dos novos casos .......................................................................... 38 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 10 2 REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................... 12 2.1 A ANSIEDADE: DEFINIÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO ......................................... 12 2.2 MÉTODOS PARA MENSURAÇÃO DA ANSIEDADE ............................................. 13 2.3 PRINCIPAIS CAUSAS E IMPLICAÇÕES DA ANSIEDADE NA ASSISTÊNCIA ODONTOLÓGICA ........................................................................................................ 14 2.4 TERAPÊUTICAS ODONTOLÓGICAS DE ABORDAGENS NO CONTEXTO DA ANSIEDADE.................................................................................................................. 15 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................................. 19 3.1 TIPO DE ESTUDO .................................................................................................. 19 3.2 LOCAL DE ESTUDO ............................................................................................... 19 3.3 PARTICIPANTES DO ESTUDO .............................................................................. 20 3.4 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETA .......................................... 20 3.5 ASPECTOS ÉTICOS............................................................................................... 21 3.6 ANÁLISE DOS DADOS ........................................................................................... 22 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................. 24 4.1 PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E NATUREZA DA HISTÓRIA DENTAL PREGRESSA ................................................................................................................ 24 4.2 FORMAÇÃO DOS GRUPOS DE INDIVÍDUOS MAIS SEMELHANTES ................ 27 4.2.1 Caracterização dos Grupos Formados ................................................................. 29 4.2.2 Funções de Classificação dos Casos ................................................................... 35 4.2.3 Avaliação do grau de acerto na alocação dos casos por meio das funções de classificação .................................................................................................................. 36 4.2.4 Alocação dos casos da amostra de teste através das funções de classificação .. 37 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 39 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 40 APÊNDICES ................................................................................................................. 45 APÊNDICE 1 – FORMULÁRIO DE CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA ...... 46 APÊNDICE 2 – INDICE DE ANSIEDADE DENTAL E MEDO – IDAF4C – VERSÃO EM PORTUGUÊS ......................................................................................................... 47 APÊNDICE 3 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO................. 48 ANEXOS ....................................................................................................................... 49 ANEXO 1 – AUTORIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO CO-PARTICIPANTE .......................... 50 ANEXO 2 – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA ................................. 51 10 1 INTRODUÇÃO A ansiedade dental é um fator determinante na adesão aos tratamentos dentários e o ‘medo de dentista’ é um fenômeno bastante disseminado na população em geral. Em termos práticos, o conceito de ansiedade pode ser percecionado como um estado de desconforto físico e psíquico caracterizado por ausência de tranquilidade, receio, excesso de agonia ou aflição intensa; e está ligada à expectativa sobre algum evento (ARMFIELD, 2010a). Sigmund Freud (1926) classificou a ansiedade em três tipos: realística, neurótica e moral. A realística seria o medo de fatores pertencentes ao mundo externo; a ansiedade moral por sua vez decorreria do medo de ser punido, e a ansiedade neurótica definiria o medo inconsciente, não se aplicando a um objeto específico. Esta última ocorre devido a natureza perturbadora e assustadora de um fenômeno em questão; sua consciência não possui estruturas no momento, podendo, depois de analisada e devidamente classificada, se tornar realista ou moral. O caráter único do meio oral e do tratamento dentário em si contribui para a antecipação do medo e ansiedade adjacentes a dor; estes conceitos estão interligados, partilhando formas de expressão (MCNEIL et al., 2014). Segundo Aggarwal e Fortune (2014),fatores psicossociais podem influenciar a dor pósoperatória, o que realça a importância de uma abordagem empática antes do início de procedimentos odontológicos. Estes autores salientam ainda que o reconhecimento da variedade de comportamentos associados a diferenças culturais deverá ser um componente significativo no contexto da educação odontológica universitária. A apreensão deste conhecimento também permitirá entender como tais comportamentos complexos poderão ser tematizados com o intuito de aliviar a ansiedade e medo dental nos pacientes. Deste modo serão influenciadas tanto a conformidade e a aderência a procedimentos operatórios como planos terapêuticos e preventivos visando o combate de doenças orais. A ansiedade odontológica está relacionada com agentes estressores, podendo ser estes o ambiente do consultório, o ruido da turbina e a situações traumáticas pregressas que provocam certatensão emocional no sujeito. sintomas psicossomáticos resultantes abrangem: palpitações, Os transpiração, 11 sintomas abdominais, tremores, boca seca, dilatação das pupilas, falta de ar, e tontura. As reações emocionais também incluem irritabilidade, dificuldade de concentração, e fuga da condição ou objeto temido. Tais efeitos interferem no atendimento odontológico e na autopercepção do paciente ansioso sobre sua saúde oral. A redução da ansiedade e medo é essencial para que o paciente busque tratamento odontológico preventivo, assim melhorando a qualidade de vida (MURRER; FRANSCISCO; ENDO, 2014). Dentro desse espectro, o papel do profissional no manejo do paciente ansioso é de fundamental importância para que se minimize a evasão aos cuidados dentários. Tais fatos tornam o estudo dessa área de conhecimento pertinente a todos os cirurgiões-dentistas a despeito do seu ramo de atuação clínica. Diante do exposto, o estudo traz a seguinte questão de investigação: Como se comportam os elementos relacionados com a ansiedade no contexto odontológico em adultos, a partir da escala de ansiedade dental de Armfield? Esta pesquisa teve por objetivo geral avaliar os elementos relacionados com a ansiedade no contexto odontológico em uma Clínica Escola de um município do Recôncavo Baiano, a partir do uso do Índice de Ansiedade Dental e Medo (IDAF-4C) de Armfield, delineando os objetivos específicos: descrever o perfil sociodemográfico e a natureza da história dental pregressa dos participantes; verificar a frequência da ansiedade dental na população estudada e observar a relação das variáveis sexo, idade, grau de escolaridade, motivo adjacente a consulta dental e existência ou não de história dental negativa pregressa com o nível da ansiedade odontológica na população estudada. O presente trabalho se justificou por proporcionar uma nova perspectiva aos cirurgiões-dentistas, por meio da utilização de um instrumento para avaliação da ansiedade, o qual funcionou como indicativo de sua presença, mediante a aplicação deste, durante a anamnese clínica. Outrossim, permitiu aos pacientes que entendessem o medo odontológico como um fenômeno que pode ser minimizado se devidamente compreendido. Essa pesquisa contribuiu à sociedade científica na sua meta de preencher lacunas nesse ramo de estudo, ao possibilitar informações que contribuíram para a dissolução de questões suscitadas tanto pela Odontologia quanto pela Psicologia. 12 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 A ANSIEDADE: DEFINIÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO O conceito de medo do tratamento dentário constitui um fenômeno bem disseminado entre pacientes e evoca problemas consideráveis na forma de lidar com os mesmos. A ansiedade resultante pode ser definida como um estado emocional de aversão, antecipando um estímulo receado pelo indivíduo numa situação futura, com ou sem presença de uma ameaça física imediata (ARMFIELD, 2010a). Em termos absolutos, esta é uma das emoções humanas mais preponderantes, cujos efeitos incidem sobre a consciencialização física e mental de impotência em antecipação a presença de insídia iminente; também se reflete no sentimento de condenação e perigo proveniente do interior do indivíduo, ambos resultantes de apreciação cognitiva situacional; além de se expandir sobre dúvidas insolucionáveis referentes a natureza da ameaça, da melhor forma emreduzí-la, e da capacidade individual e subjetiva para efetivamente utilizar tais mecanismos de defesa (WEINER, 2011). Traz ainda que o modo de avaliação de uma situação por parte do sujeito depende de dois conjuntos de fatores: os inerentes ao objeto de estímulo ou a própria ocorrência e as variáveis interpessoais. Atendendo ao primeiro, é de notar que alguns individuos estão condicionados de modo a reagir negativamente ao tratamento dentário e Referentemente ao as inúmeras facetas associadas ao segundo, a capacidade de lidar procedimento. com uma situação potencialmente nefasta determina o tipo de respostas evocadas por tal comportamento. Estudos procuraram evidenciar a provável relação entre variáveis distintas e a presença da ansiedade odontológica. Os autores Oliveira et al. (2010) concluíram que existe uma correlação entre os níveis de ansiedade dos responsáveis e dos pacientes pediátricos, visto que crianças não ansiosas eram acompanhadas por pais igualmente não ansiosos. Dentre os pacientes avaliados por Pasini e Balestreri (2011) aqueles que apresentavam história dental negativa pregressa foram significativamente mais ansiosos. 13 Nesse contexto, sabe-se que muitos dos pacientes atendidos no ambiente odontológico relatam algum nível de ansiedade, por isso métodos de mensuração e avaliação da ansiedade são necessários para que o cirurgião-dentista possa identificá-los. 2.2 MÉTODOS DE MENSURAÇÃO DA ANSIEDADE A ansiedade é um dos aspectos mais negligenciados em torno do tratamento dentário, o que resulta no aumento da dificuldade na realização de procedimentos cirúrgicos que visam à restituição da saúde oral. O conhecimento extensivo deste fenômeno e aplicação do mesmo torna possível uma alteração comportamental positiva no paciente; sua ampliação para além do setor odontológico, abrangendo a psique do indivíduo, providencia resultados mais consistentes no tratamento (BODHANKAR et al., 2013). É recomendado que os cirurgiões-dentistas utilizem ferramentas de rastreio do medo do tratamento dentário de modo a identificar e compreender melhor este fenômeno na sua população de pacientes e assistir na tomada de decisões relativas a gestão de casos individuais(ARMFIELD,2011).O profissional de odontologia pode mensurar os níveis de medo e ansiedade por meio de automonitorização, análise e relatório ou administrando um teste.O uso de uma escala uniformizada irá detectar procedimentos potencialmente causadores de medo e influenciar o comportamento do paciente de maneira apropriada, usando uma abordagem cognitiva(SUHANI; SUHANI; BADEA, 2016). Indivíduos extremamente ansiosos representam uma população especialmente problemática aquando do tratamento e são também um desafio para o corpo odontológico em termos da gestão dos seus casos pessoais. Não obstante dos esforços sendo feitos para reduzir a incidência de fobia de tratamento dentario entre pacientes mais jovens, que pela primeira vez visitam um dentista, é também necessário um esforço concentrado para quebrar o que aparenta ser um ciclo vicioso de odontofobia e desta maneira poder providenciar assistência a indivíduos com histórico de padrões de evasão deste tipo de situações(ARMFIELD,2007). A criação de uma escala de ansiedade dentária mais eficiente tem por base a resolução de certos problemas característicos de escalas existentes, nomeadamente: a longa extensão, a mensuração de estímulos relacionados com o 14 medo em vez do medo em si e a validade da escala quanto a sua estrutura e propósito (ARMFIELD, 2010a). Munidos de uma ferramenta de identificação da ansiedade, os profissionais de odontologia podem prevenir as consequências das crises ansiosas relacionadas ao atendimento odontológico, com efeito na saúde oral do indivíduo. 2.3 IMPLICAÇÕES DA ANSIEDADE NA ASSISTÊNCIA ODONTOLÓGICA Um comportamento baseado no medo e ansiedade dentária poderá implicar na fuga da consulta, ao não marcar uma avaliação odontológica, ou até mesmo ao desmarcar ou faltar à mesma, o que trará inevitáveis consequências na prevenção, e tratamento dentário, que refletirá indubitavelmente na saúde oral, assim como no bem-estar psicológico, social e na qualidade de vida dos indivíduos, repercutindo-se novamente na ansiedade dentária (SILVA, 2012). Pacientes ansiosos evitam frequentemente o tratamento odontológico, a despeito do seu nível social ou escolaridade (FERREIRA et al., 2004). Niveis elevados de ansiedade dental podem levar o paciente a evitar tratamento dental como também a alterar a sua percepção de dor (SANIKOP; AGRAWAL; PATIL, 2011). A ansiedade odontológica é definida como determinante da percepção de dor pelo paciente durante o atendimento, estando relacionada aos procedimentos realizados e a utilização de elementos como agulha e brocas (COSTA;RIBEIRO;CABRAL, 2012). O medo e a ansiedade inicial de uma pessoa frente ao tratamento dentário pode conduzir aevasão ou a procura irregular do mesmo. Esta situação pode se traduzir em visitas dentárias irregulares com ênfase exclusiva em casos de urgênciaou nem mesmo nestes eventos. Caso o tratamento necessário não for providenciado, a saúde oral poderá ser afetada negativamente através,por exemplo,do desenvolvimento de lesões cariosasnos dentes, assim como afecções no periodonto(HAKEBERG; LUNDGREN, 2013). Trazem também que desta forma, a deterioração da saúde oral progride na sua expansão, de modo que o indivíduo toma consciência dos efeitos na sua saúdegeral. A incapacidade de se mostrar disposto a consentir com o tratamento dental,irá instaurar sentimentos de inferioridade e vergonha frente a situação, o que para um individuo com ansiedade odontológicapoderá culminar no surgimento de 15 problemas sociais diários evidentes em relacionamentos tensos dentro do ambiente de trabalho, com amigos ou em família. Com o tempo, este padrão de efeitos pode, por sua vez, levar a uma maior e mais difundida ansiedade no contexto odontológico e eventualmente a procura menos regular de tratamento dental ou a evasão total do mesmo. A quebra do ciclo de ansiedade e medo requer abordagem multidisciplinar. O uso adequado de técnicas de controle e manejo pode melhorar o comportamento do paciente, facilitando tanto a relação com o profissional quanto a exerção da sua especialidade (ARMFIELD, 2011). Em particular, a ansiedade dental é um fator de risco para a saúde oral, qualidade do trabalho e da vida social dos pacientes. O problema segundo Bodot(2015) é baseado no atendimento desses pacientes, a curto prazo, no tratamento principalmente de urgência; e a longo prazo para a reabilitação total. Fazse necessária nesse contexto a observação terapêutica para o sucesso da cura ou reabilitação . A ansiedade compromete o sucesso dos tratamentos propostos e até mesmo a manutenção da saúde oral, por isso a odontologia tem buscado formas de minimizar a ansiedade, na tentativa de tornar o atendimento ambulatorial mais agradável para o paciente facilitando a adesão do mesmo ao tratamento e ao autocuidado. 2.4 TERAPÊUTICAS DE ABORDAGENS NO CONTEXTO DA ANSIEDADE Neste contexto, os cirurgiões-dentistas terão de saber interpretar indícios e reações que revelam temores, receios e fragilidades dos pacientes, estabelecendo uma relação de empatia e de mútua confiança, com abordagens metodológicas e farmacológicas apropriadas (SILVA, 2012). Zanatta et al. (2014), ressaltam a importância em adotar uma abordagem de intervenção e atenção biopsicossocial relativa à pesquisa médica, uma vez que este procedimento preparatório facilita e melhora o contato profissional, humanizando a relação paciente/cuidados de saúde prestados. O procedimento de informação facea-face prévio ao procedimento a ser realizado, poderá ser efetivamente empregado a fim de reduzir reações de ansiedade em pacientes submetidos a situações invasivas. 16 Da mesma forma Murrer, Franscisco e Endo (2014), salientam que o aprimoramento do atendimento odontológico é pautado na relação profissionalpaciente, em que simples explicações, ao alcance do entendimento dos pacientes, podem desmistificar o tratamento dentário, aumentando o grau de confiança e diminuindo o nível de ansiedade. A escolha de uma estratégia de grande efetividade é necessária para que se evite o desenvolvimento do transtorno de ansiedade a partir de situações traumáticas, estratégia esta que procure fortalecer tanto a resiliência emocional como as capacidades cognitivas necessárias para o aumento da resistência aos fatores desencadeantes de medo na sua forma mais extrema (WHO, 2004). Dentre as técnicas que podem ser empregadas, a sedação surge de forma a facilitar o profissional, bem como a diminuir os receios por parte do paciente. O uso de óxido nitroso juntamente com o oxigênio é uma técnica muito simples, eficaz e segura para auxiliar no tratamento de pacientes ansiosos e com medo durante a ida ao consultório dentário. A sedação inalatória tem sido uma técnica fundamental na gestão de medos e ansiedades há mais de 150 anos e permanece até hoje. O uso dessa terapia poderá ser indicado para a maioria dos pacientes, como: crianças, adultos, grávidas, idosos e pessoas com incapacidade mental (CAMARINHA, 2013). A prescrição de ansiolíticos é uma das diversas formas de se tranquilizar o paciente no pré-atendimento odontológico. Uma das formas que tem sido difundida e amplamente utilizada devido a seu sucesso ao promover uma sedação consciente, propiciando um atendimento mais tranquilo e adequado tanto para o paciente quanto para o profissional. Devido as suas características, como: rápida indução do efeito, curta duração e por causar amnésia anterógrada, o Midazolam é o mais indicado para procedimentos odontológicos (FERREIRA et al., 2014). A totalidade dos pacientes avaliados por Mendes (2012) evidenciou positivamente a respeito dos efeitos dos métodos utilizados por este em estudo, a saber: Maleato de Midazolam e sedação por inalação de oxido nitroso, independente da dosagem ou combinação dessas substâncias. Ao amenizar os níveis de ansiedade e medo durante o tratamento, um maior conforto e sensação de segurança foram proporcionados ao paciente quando no momento de intervenção odontológica. A música pode ser uma intervenção não farmacológica útil, sendo preferível a tratamentos farmacológicos para reduzira ansiedade odontológica, tanto em crianças 17 como em adultos. Entretanto diferentes níveis de ansiedade que os pacientes apresentam deveriam diferenciar o tratamento que lhes é proporcionado, além de especialmente identificar que pacientes não poderiam se beneficiar da musicoterapia(NAVAIS, 2015). O uso de substâncias fitoterápicas apesar de pouco difundido na prática odontológica no Brasil pode ser outra via de controle da ansiedade. Soldatelli, Ruschell e Isolan (2010), analisaram as propriedades relatadas por diversos autores na literatura, concluindo que o extrato de Valeriana (Valeriana officinalis) pode ser uma alternativa que daria mais conforto para o paciente em pré, trans e pósoperatório em relação aos benzodiazepínicos,quando se opta pelo uso de um fármaco para controle de ansiedade. O estudo de Gedney et al. (2004), demonstrou que a inalação de óleos aromáticos (lavanda e alecrim)não produz efeitos analgésicos detectáveis; contudo,muitos pacientes, ao fazer uma avaliação retrospectiva dos efeitos induzidos pelo aroma, notaram alterações na intensidade da dor e do seu grau de desconforto, o que por sua vez sugeriu que conseguissem discernir alguns benefícios da intervenção, especialmente mediante uso de lavanda. É de concluir, portanto, que a aromaterapia pode ser útil em ambientes de tratamento associados com a dor e uma grande excitação afetiva, como a atenção dental ou o tratamento ambulatorial. Pacientes altamente ansiosos são muitas vezes incapazes de tolerar procedimentos odontológicos minuciosos sem tratamento medicamentoso, sedação ou anestesia geral. A hipnose é uma ferramenta subutilizada, mas poderosa e benigna em odontologia por fornecer sedação efetiva, deixando o paciente em controle total. Utilizada isoladamente ou em conjunto com sedação, é uma opção de gerenciamento exclusivo para muitos pacientes lutando com os métodos atuais de anestesia e sedação. Com o treinamento adequado e seleção apropriada do paciente, pode acrescentar valor a metodologia profissional e ao conjunto de habilidades (ALLISSON, 2015). Em suma, é necessário um esforço conjunto bem como a adaptação individual de métodos multidisciplinares visando derradeiramente o conforto e o bem-estar do paciente. O fornecimento de soluções para a ansiedade no tratamento odontológico e o acompanhamento deste aspecto emocional por parte do 18 profissional é um dever essencial, de relevância tão integral como o procedimento técnico em si. 19 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 3. 1 TIPO DE ESTUDO O estudo foi de natureza descritiva de abordagem quantitativa, por pretender buscar a influência de variáveis sobre a freqüência do fenômeno estudado na população. De acordo com Gil (2002) as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. Sabido o objetivo do presente trabalho, nota-se que se tratou de um estudo descritivo que apresentou corte transversal e possuiu uma abordagem quantitativa. Dessa forma, a pesquisa se deu pelo levantamento de dados proporcionado pela interrogação direta dos sujeitos do estudo por meio da aplicação de um questionário. No presente caso procedeu-se à solicitação de informações a um grupo de indivíduos selecionados numa amostra de conveniência, participando dessa forma todos os sujeitos aptos disponíveis a tal que estiveram presentes. Sujeitando as informações obtidas acerca do problema estudado à análise quantitativa, as conclusões correspondentes aos dados coletados foram obtidas (GIL, 2002). 3. 2 LOCAL DE ESTUDO A pesquisa se deu na cidade de Cruz das Almas, situada no Recôncavo Sul da Bahia, distando 146 quilômetros de Salvador. De acordo com dados do IBGE em estimativas para o ano de 2015, a população deste município está em torno de 64. 197 habitantes, apresentando uma densidade demográfica de 440,48 hab. /km². A investigação foi realizada na Clínica Integrada de Odontologia da Faculdade Maria Milza, situada na referida cidade, a qual presta serviços odontológicos através da associação teórico-prática dos discentes do curso de Odontologia da FAMAM à comunidade. 20 3. 3 PARTICIPANTES DO ESTUDO Os participantes do estudo foram os utentes da Clínica Integrada de Odontologia da Faculdade Maria Milza – CLIOF. O ambulatório da Clínica Escola atende pacientes de idades variadas para os mais diversos procedimentos odontológicos provenientes de encaminhamentos dos serviços de saúde das cidades circunvizinhas, bem como de demanda espontânea. Dessa forma, participaram dessa pesquisa os sujeitos que estiveram em conformidade com os critérios de inclusão, sendo estes, (1) pacientes devidamente cadastrados na CLIOF; (2) pacientes presentes no ambulatório para atendimento clínico no momento da coleta de dados; (3) sujeitos que não apresentavam afecções sistêmicas que impedem o atendimento a nível ambulatorial; (4) todos aqueles com idade igual ou superior a 18 anos; (5) indivíduos alfabetizados, (6) aqueles que consentiram em participar da pesquisa de forma livre e esclarecida. Foram excluídos da investigação aqueles que não se enquadraram nos critérios de inclusão. Uma vez que existiu a flutuação do marco amostral e não sendo possível determinar que, para todos os indivíduos da população estudada, a probabilidade de serem selecionados era não nula, foi adotada uma amostra por conveniência. Desta forma, participou da pesquisa o maior número de indivíduos disponíveis e aptos a tal. 3. 4 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETA Os indivíduos participantes responderam a um formulário para a caracterização sociodemográfica da amostra e os questionamentos referentes ao índice IDAF-4C com o objetivo de mensurar a ansiedade dental (Apêndice A). No formulário a ser preenchido os participantes forneceram informações referentes às variáveis independentes a serem obtidas. Sendo elas: sexo, idade, grau de escolaridade, motivo adjacente a consulta dental e existência ou não de história dental negativa pregressa. Após a aplicação do formulário, os participantes responderam ao questionário de ansiedade dental (Apêndice B). Consistindo de 3 módulos, cada um com 8 itens, o IDAF-4C permite a analise de reações emocionais, comportamentais, fisiológicas e cognitivas relacionadas com a ansiedade odontológica. Cada módulo utiliza uma 21 escala de Likert que por sua vez varia de 1-5, sendo que o nível 1 representa discordância total e o nível 5 representa concordância total. Utilizando uma análise exploratória, todos os itens demonstraram uma boa consistencia interna (Alfa de Cronbach = 0. 94) e fiabilidade de teste-reteste a 4 mo (r = 0. 82) (ARMFIELD, 2010c). O IDAF-4C é obtido por meio de um questionário contendo 8 perguntas objetivas,no qual constam dois itens referentes a cada um dos componentes do medo e ansiedade dental: emocional, comportamental, cognitivo e psicológico. Cada uma das questões possui cinco possibilidades de resposta: “discordo”; “concordo um pouco”; “concordo moderadamente”; “concordo bastante” e “concordo totalmente”. O questionário foi traduzido do inglês para o português pelo pesquisador, depois traduzido ao inglês por três indivíduos diferentes que desconheciam a finalidade do mesmo para que fosse comprovada a autenticidade. A versão final em português foi aplicada à um estudante do primeiro período do Curso de Odontologia para que fosse avaliada sua aplicabilidade. As variáveis independentes foram aquelas obtidas através do formulário de caracterização sociodemográfica da amostra e a variável dependente corresponde ao índice de ansiedade dental adquirido através das questões objetivas do IDAF-4C. Importa destacar que, no presente estudo, todos os procedimentos de coleta de dados e processamento dos mesmos foram realizados por um único pesquisador. 3. 5 ASPECTOS ÉTICOS A princípio, foi aberto processo de requerimento de Solicitação da Coordenação do Curso de Odontologia para requerer a realização da pesquisa na instituição coparticipante. A permissão foi formalizada em uma Declaração de Autorização da Instituição Coparticipante (Anexo A), redigida pela Coordenação da Clinica de Odontologia Integrada da Famam para o desenvolvimento da pesquisa em suas dependências. Atendendo à resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, este projeto foi cadastrado na Plataforma Brasil, a partir da qual foi encaminhado a um Comitê de Ética em Pesquisa para avaliação dos aspectos éticos envolvidos. Após parecer favorável (Anexo B), os objetivos da pesquisa foram apresentados aos sujeitos participantes, assim como será assegurado o sigilo de identidade destes. 22 Então, foi solicitado aos que consentiram em participar do estudo que assinassem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apêndice C). 3. 6 ANÁLISE DOS DADOS Primordialmente, foram tabulados todos os dados individuais segundo as variáveis sociodemográficas, experiência com procedimentos odontológicos e motivo da consulta, sendo atribuído um valor numérico para cada alternativa das variáveis nominais, para posterior realização de análise da relação destas com os achados relativos à escala de medo e ansiedade dental obtida do IDAF-4C aplicado à cada participante. No IDAF-4C, o respondente tem como opções as respostas “discordo”; “concordo um pouco”; “concordo moderadamente”; “concordo bastante” e “concordo totalmente”. O resultado de cada voluntário pode variar de 8 a 40. Desta maneira, o resultado do índice foi obtido através do cálculo da mediana das pontuações obtidas em cada item e é diretamente proporcional ao nível de ansiedade e medo apresentado pelo respondente. Através da correspondência entre os valores obtidos com os intervalos de classificação do grau de ansiedade proposto pelo autor do índice, foi possível distribuir os níveis de ansiedade em: nenhuma à baixa (1 - 1. 49), baixa à moderada (1. 50 – 2. 49), moderada à alta (2. 50 –3. 49) e alta à extrema (3. 5 - 5). Os resultados obtidos a partir das respostas foram submetidos à analise de Clustercom o auxílio do programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) 24. 0 for Windows (IBM, 2015).O algoritmo aglomerativo utilizado foi o método de Ward que utiliza a análise de variância para avaliar a distância entre os grupos. Tomou-se como medida a distancia euclidiana, visto que demonstra relevância no contexto da pesquisa, alem de ser recomendada para o método de Ward (CORRAR et al 2007). Uma vez gerado o dendrograma, procedeu-se ao estabelecimento de um ponto de fusão, o qual serviu de referência para a formação dos grupos posteriormente submetidos a analise discriminante. O objetivo desta análise foi avaliar o grau de acerto na alocação das amostras nos diferentes grupos e obter funções de classificação que possibilitassem o enquadramento de novas amostras. A função de classificação é representada pela expressão: 23 Z = a + b1X1 + b2X2 + ... + bnXn onde: “Z” é a variável dependente categórica, que indica uma pontuação ou escore discriminante; “a” é o intercepto da função quando Xn = 0; “bn” é o coeficiente discriminante ou a capacidade que cada variável independente tem em discriminar (o peso de cada uma na função); “Xn” são os valores das variáveis independentes. 24 4 RESULTADOS Participaram da pesquisa 136 indivíduos, tendo sido descartados os questionários preenchidos de forma incorreta, com campos em branco ou marcação dupla. Foram contabilizados 128 questionários válidos, dos quais 118 participaram das análises estatísticas e 10 questionários foram reservados para o teste das equações de alocação de Fischer obtidas. 4.1 PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E NATUREZA DA HISTÓRIA DENTAL PREGRESSA A Tabela 1 mostra a frequência das variáveis: sexo, idade, motivo da consulta, experiência com procedimentos odontológicos; obtidas através do formulário de caracterização aplicado (Anexo 2). Tabela1 – Variáveis sociodemográficas, motivos da consulta e experiência com procedimentos odontológicos dos pacientes da Cliof do segundo semestre de 2016. Variável Sexo Masculino Feminino Frequência Porcentagem 39 79 33,1% 66,9% Idade 18-25 26-36 37-47 Acima de 48 29 31 30 28 24,6% 26,3% 25,4% 23,7% Motivo da Consulta Dor/Outro Sintoma Prevenção 53 65 44,9% 55,1% Experiência com Procedimentos Odontológicos Negativa Positiva Neutra 20 72 26 17% 61% 22% Grau de Escolaridade Fundamental Incompleto Fundamental Completo 17 15 14,4% 12,7% 25 Médio Incompleto Médio Completo Superior Incompleto Superior Completo Total 18 37 15 16 118 15,3% 31,4% 12,7% 13,6% 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2016 Na população estudada os participantes de sexo feminino (79 indivíduos) estavam em maior número que os de sexo masculino (39 indivíduos). Domingos et al. (2014) e Sanchez e Drummond (2011) também encontraram a predominância do sexo feminino na procura pelos serviços odontológicos de clinicas universitárias. Isso provavelmente se deve às questões culturais e sociais, onde atendendo ao seu papel no grupo familiar de cuidar da saúde das crianças e idosos a mulher os acompanhe em consultas médico-odontológicas, sendo assim de esperar que a mesma recorra com mais frequência aos serviços de saúde. Outro fator que pode justificar o maior número de prontuários de mulheres é a questão da predominância demográfica do gênero feminino na região estudada. Classificados por faixa etária os participantes se apresentaram em proporções próximas (18-25 anos – 24,6%, 26-36 anos – 26,3%, 37-47 anos – 25,4%, acima de 48 anos – 23,7%). Essa distribuição se deve provavelmente à variedade dos serviços prestados pela Instituição onde se deu a pesquisa, que vão de procedimentos preventivos e estéticos a cirúrgicos e reabilitadores. Sanchez e Dummond (2011) constataram que a faixa etária que mais procurava o serviço de urgência era a compreendida entre os 20 e os 44 anos, embora a busca por atendimento de pacientes com idade de 45 à 75 anos também fosse significativa. Quanto ao motivo da consulta, 53 dos 118 questionários apontavam dor ou outro sintoma como o motivo para procura do atendimento, enquanto 65 apontavam prevenção como motivo da consulta. Essa distribuição pode ser devido as consultas de acompanhamento de tratamentos já realizados e à consultas por motivos estéticos que não apresentam um sintoma físico. Domingos et al. (2014) observaram que 10,10% dos pacientes procuravam o serviço para consulta de rotina, enquanto 51,52% dos pacientes indicavam dor ou incomodo. Os autores além desses aspectos apresentavam outras alternativas a serem respondidas quanto à questão “Motivo da Consulta”.Eram elas: Indicação Dentista Particular (2,02%), Indicação Dentista Rede Pública (17,17%), Indicação Por Amigo (1,01%), Baixo Custo (8,59%) e Outros (9,60%). 26 Os participantes da presente pesquisa responderam também à uma questão sobre a sua experiência com procedimentos odontológicos. 17% responderam que a mesma era negativa, 61% que era positiva e 22% indicaram que a experiência era neutra. O fato de a maioria os participantes responderem positivamente em relação à experiência pode se dever ao tratamento preventivo ou não invasivo que os mesmos procuraram. Na ausência de uma experiência negativa é menor a expectativa de que algo ruim possa acontecer durante o procedimento, sendo o medo consequentemente menor. No estudo deSemenoff-Segundo (2016) quando os respondentes foram questionados sobre o histórico das causas prévias do medo, 32,2% relacionava-se ao tratamento endodôntico, para a restauração e extração 23,3% cada e 21,2% relataram não conseguir identificar as causas. Quanto ao grau de escolaridade dos participantes,os que completaram o nível médio constituíam maioria (31,4%), enquanto os demais graus de escolaridade apresentaram números próximos, sendo eles Fundamental Incompleto (14,4%), Fundamental Completo (12,7%), Médio Incompleto (15,3%), Superior Incompleto (12,7%) e Superior Completo (13,6%). Dos pacientes participantes da pesquisa de Pereira et al (2013) 16,7% dos pacientes tinham cursado o 1º grau incompleto, 3,3% o 1º grau completo, 10.0% cursaram o 2º grau incompleto, 46,7% possuíam 2º grau completo, e11,7% tinham ensino superior incompleto. Utilizando a análise hierárquica de Cluster para processar os dados obtidos foi gerado um dendrograma que indica a proximidade entre as variáveis dispostas. Na Figura 1 pode-se perceber a existência de uma relação entre o Motivo Da Consulta com o Grau De Escolaridade do participante, ou seja, os pacientes que compartilhavam o mesmo grau de escolaridade, em sua maioria, também deram a mesma resposta quando perguntados sobre o motivo da consulta. Nota-se ainda a relação existente entre o score do índice utilizado e a idade do respondente. Portanto o nível de ansiedade apresentado pelo indivíduo, nesse estudo, está mais relacionado à sua idade do que às outras variáveis pesquisadas. Encontrando uma situação diferente na sua amostra, Pereira et al (2013), ao usar a escala Dental Anxiety Scale, concluiu que a ansiedade não estava relacionada a fatores socioculturais como o gênero, idade, renda familiar ou grau de escolaridade. 27 Figura 1 – Dendrograma: Relação entre as variáveis sociodemográficas, natureza da história dental e Score do IDAF-4C Fonte: Dados da pesquisa, 2016. 4.2 FORMAÇÃO DOS GRUPOS DE INDIVÍDUOS MAIS SEMELHANTES Baseado na análise visual As delimitações foram estabelecidas para tal, foram avaliados os pontos de alta mudança de nível, sendo admitida a altura de corte 8,7 que permitiu a identificação de quatro grupos Na figura 2 nota-se que a linha do ponto de fusão interceptando as quatro linhas de agrupamentos. O primeiro grupo é composto por 41 indivíduos, o segundo grupo por 21 indivíduos, o terceiro por 20 indivíduos e o quarto grupo formado por 36 indivíduos. Figura 2 - Dendrograma de distribuição de casos com indicação dos grupos identificados para a altura de corte considerada 8,7 29 A estatística Lambda de Wilks é uma medida inversa do grau de diferenciação dos grupos - quanto mais próxima de 1 menor a diferenciação entre os grupos; ela indica as variáveis que melhor discriminam os grupos formados. Na tabela 2 vê-se que os todos os grupos diferem entre si em todas as variáveis pesquisadas, as variáveis Motivo da Consulta e Sexo apresentaram melhor poder de discriminação entre grupos devido ao menor valor para estatística de Wilks, enquanto o Score IDAF-4C e a experiência Odontológica apresentaram menor poder discriminador. Tabela 2 Testes de igualdade de médias de grupo Lambda de Wilks Z df1 df2 Sig. Score Idaf-4c ,782 10,569 3 114 ,000 Sexo ,344 72,584 3 114 ,000 Idade ,702 16,108 3 114 ,000 Motivo da consulta ,292 91,936 3 114 ,000 Grau de escolaridade ,736 13,629 3 114 ,000 Experiência Odontológica ,791 10,020 3 114 ,000 Fonte: Dados da pesquisa, 2016. 4.2.1 Caracterização dos grupos Após ser verificada a ausência de igualdades entre os grupos as médias das variáveis foram obtidas e podem ser verificadas a seguir: Tabela 3 – Valores médios das variáveis por grupo Grupo Média 1MULHERES PREVENÇÃO Score IDAF-4C Sexo Idade Motivo da consulta Grau de escolaridade Experiência Odontológica 1,366 2,000 35,415 2,000 3,756 2,146 Desvio Padrão ,4747 ,0000 13,3716 ,0000 1,3187 ,5728 N válido (de lista) Não ponderado Ponderado 41 41 41 41 41 41 41,000 41,000 41,000 41,000 41,000 41,000 30 2 MULHERES DOR 3 HOMENS 4 MAIS VELHOS Total Score IDAF-4C Sexo Idade Motivo da consulta Grau de escolaridade Experiência Odontológica Score IDAF-4C Sexo Idade Motivo da consulta Grau de escolaridade Experiência Odontológica Score IDAF-4C Sexo Idade Motivo da consulta Grau de escolaridade Experiência Odontológica Score IDAF-4C 1,952 2,000 30,857 1,190 4,476 2,476 1,025 1,000 29,000 1,850 4,250 2,100 2,181 1,472 47,472 1,083 2,417 1,667 1,661 1,2540 ,0000 8,7880 ,4024 1,0305 ,5118 ,1118 ,0000 9,5917 ,3663 1,3328 ,3078 1,1029 ,5063 10,6784 ,2803 1,5743 ,6761 ,9538 21 21 21 21 21 21 20 20 20 20 20 20 36 36 36 36 36 36 118 21,000 21,000 21,000 21,000 21,000 21,000 20,000 20,000 20,000 20,000 20,000 20,000 36,000 36,000 36,000 36,000 36,000 36,000 118,000 Sexo 1,669 ,4724 118 118,000 Idade 37,195 13,2544 118 118,000 Motivo da consulta 1,551 ,4995 118 118,000 Grau de escolaridade Experiência Odontológica 3,559 2,051 1,5664 ,6249 118 118 118,000 118,000 Fonte: Dados da pesquisa, 2016. O grupo 1, rotulado como “Mulheres-Prevenção”, é formado exclusivamente por mulheres, que com 41 indivíduos abrange 34,7% da amostragem total. Todos os casos do grupo responderam “prevenção” quando questionados sobre o motivo da consulta. A idade média do grupo é de 35,4 anos, e o grau de escolaridade é Médio Completo. A experiência com procedimentos odontológicos é positiva. E a ansiedade relatada pelos indivíduos do grupo é de nenhuma à baixa, com score IDAF-4C de 1,366 . 31 Figura 3 - Diagrama Centroide do Grupo Mulheres-Prevenção Fonte: Dados da pesquisa, 2016. Na figura 2 temos o diagrama centróide do grupo, nele cada caso é representado por um circulo e a centróide de grupo (posição onde o caso teria exatamente o valor que representa a média para cada variável) por um quadrado. Vê-se no diagrama a proximidade dos casos da centróide do grupo, com apenas um caso mais distante, demonstrando que cada caso individualmente se assemelha à média do grupo. O grupo 2 intitulado “Mulheres-Dor”, também é formado apenas por mulheres, com 21 indivíduos (17,8% da amostra estudada). A maioria dos casos indicou Dor/Outro Sintoma como o motivo da consulta e a idade média do grupo é de 30,8 anos. A experiência odontológica é de positiva à neutra e a escolaridade média é de Terceiro Grau Incompleto. O score IDAF-4C médio do grupo 1,952 indica ansiedade de baixa à moderada. Na figura 3 vê-se que os casos estão um pouco dispersos em relação à centróide do grupo, com dois casos especialmente mais afastados. 32 Figura 4 - Diagrama Centroide do Grupo Mulheres-Dor Fonte: Dados da pesquisa, 2016. O grupo 3, rotulado como “Homens” é o menos ansioso, com score do IDAF4C 1,025 é formado por 20 participantes (17% da amostra pesquisada), todos do sexo masculino. A idade média dos indivíduos é de 29 anos, sendo assim o grupo mais jovem. A maioria dos respondentes indicou prevenção, como motivo da consulta, e o grau de escolaridade é predominantemente Ensino Médio completo. Experiência odontológica positiva foi a mais referida entre os participantes. A figura 4 ilustra a disposição dos casos em relação a centróide do grupo, no qual apenas três casos encontram-se mais distanciados. 33 FIGURA 5 – Diagrama centroide do grupo “Homens” Fonte: Dados da pesquisa, 2016. O grupo 4, intitulado como “Mais Velhos” é formado por 36 indivíduos (30,5% da amostra) de ambos os sexos. A idade média é de 47,4 anos e o motivo de consulta mais referido foi “Dor/Outro Sintoma”. É o grupo com o grau de escolaridade mais baixo, Fundamental Completo. E os participantes tem tanto experiência negativa quanto positiva em relação aos procedimentos odontológicos. O grupo “Mais velhos” é o grupo mais ansioso, seu score IDAF-4C 2,181 indica um nível moderado de ansiedade. Na figura 6 o diagrama centroide do grupo revela a dispersão dos casos em relação à centroide, na qual quatro casos estão em maior distância 34 Figura 6 - Diagrama centroide do grupo “Mais Velhos” Fonte: Dados da pesquisa, 2016. A média do score IDAF-4C da população estudada foi de 1,661, apontando para ansiedade de baixa à moderada. O grupo “Homens” apresenta um score menor e o grupo “Mais velhos” um score maior. Os demais grupos apresentam valores próximos à média. Apenas o último grupo se aproxima da proporção dos sexos da população total. A idade média da amostra é de 37 anos, apenas o grupo “Mais Velhos” apresenta número acima deste. Os grupos “Mulheres-Prevenção”, “Mulheres-Dor” e “Homens” apresentam grau de escolaridade maior que a média total da população pesquisada, Médio Incompleto, o grupo “Mais Velhos” apresenta um nível de instrução menor. Nenhum dos grupos se aproxima da proporção dos motivos da consulta da amostra. A experiência positiva com procedimentos odontológicos é predominante na população total estudada assim como em todos os grupos exceto “Mais Velhos” no qual a experiência se divide entre negativa e positiva. 35 4.2.2 Funções de classificação dos casos Para a classificação de cada amostra em um determinado grupo foram geradas as funções de classificação, denominadas funções discriminantes lineares de Fisher, a partir dos coeficientes de função de classificação (Tabela 4) utilizando um valor numérico para cada possibilidade de resposta das variáveis nominais pesquisadas (Tabela 5). Estas funções permitem que um caso seja alocado no grupo após a substituição do valor das variáveis na equação de cada um deles (tabela 5). O maior score obtido indica a que grupo pertence o caso em análise. Tabela 4 - Coeficientes de função de classificação Grupo 1,0 Score IDAF-4C 2,0 3,0 4,0 2,471 4,300 1,119 4,365 Sexo 38,780 38,415 22,942 28,531 Idade ,195 ,162 ,168 ,333 31,839 19,207 27,888 16,385 ,910 1,482 1,487 ,573 12,753 13,762 10,150 9,302 -92,213 -78,627 -55,874 -52,161 Motivo da Consulta Grau de Escolaridade Experiência Odontológica (Constante) Fonte: Dados da pesquisa, 2016. Tabela 5 – Valores correspondentes às respostas possíveis a cada variável nominal Variável Alternativa Valor Atribuído Sexo Masculino 1 Feminino 2 Dor/Outro Sintoma 1 Prevenção 2 Motivo da Consulta Grau de escolaridade Fonte: Dados da pesquisa,2016. Fundamental Incompleto 1 Fundamental Completo 2 Médio Incompleto 3 Superior Incompleto 4 Médio Completo 5 Superior Completo 6 36 Tabela 6 - Funções de classificação obtidas pela análise discriminante para a alocação das amostras nos grupos previamente formados Grupo Função 1 MulheresPrevenção 2 MulheresDor 3 Homens 4 Mais Velhos Y1= -92,213 +2,471.SC +38,780.SE +0,195.ID +31,839.MC +0,910.GE +12,753.EO Y2= -78,627 +4,300.SC +38,415.SE +0,162.ID +19,207.MC +1,482.GE +13,762.EO Y3 = -55,874 +1,119.SC +22,942.SE +0,168.ID +27,888.MC +1,487.GE +10,150.EO Y4=- 52,161 +4,365.SC +28,531.SE +0,333.ID +16,385.MC +0,573.GE +9,302.EO SC – Score IDAF-4C; SE – Sexo; ID – Idade; MC – Motivo da Consulta; GE – Grau de Escolaridade; EO – Experiência Odontológica Fonte: Dados da pesquisa, 2016. 4.2.3 Avaliação do grau de acerto na alocação dos casos por meio das funções de classificação A amostra original foi dividida aleatoriamente em dois grupos, um para que as funções de alocação fossem geradas (a amostra de análise com 118 casos) e o outro para valida-las (a amostra de teste, 10 casos).O teste de validação aplicado sobre as amostras de análise indicam que a precisão da classificação dada pela análise visual do dendrograma, e o teste de validação que se aplica sobre as amostras de teste indica se a função serve para classificar uma amostra que não participou de sua construção. A tabela 7 mostra os resultados do teste de validação aplicado sobre os quatro grupos da amostra de análise. A precisão de classificação de 93,2% é considerada muito alta (CORRAR et al., 2007); assim, uma média de 93,2% dos foram agrupados em conjuntos que de fato são distintos entre si, em função do nível de ansiedade, sexo, idade, motivo da consulta, grau de escolaridade e experiência com procedimentos odontológicos; apenas uma pequena porcentagem, em média 6,8%, poderia estar compondo grupos diferentes daqueles onde foram inicialmente alocadas. Nesse teste todos os casos do grupo 1 (Mulheres-Prevenção) foram corretamente alocados, no grupo 2 (Mulheres-dor) 4 dos 21 casos estariam presentes no grupo 1, 2 dos casos do grupo 3 (Homens) pertenceriam ao grupo 4 (Mais Velhos) enquanto 2 casos do grupo 4 poderia compor o grupo 3. 37 As amostras referentes à validação cruzada correspondem ao teste de Lachembruch, em que cada caso das amostras originais são retirados e uma nova função é gerada e aplicada sobre ele para verificar a capacidade de classificação. No teste com validação cruzada todos os casos do grupo 1 foram bem alocados na análise de agrupamento, do segundo grupo quatro casos pertenceriam ao grupo 1 e um caso pertenceria ao grupo 4, dois casos do grupo 3 também estariam melhor alocados neste último grupo do qual um caso pertenceria ao grupo 2 e dois casos pertenceriam ao grupo 3. O teste com validação cruzada revela uma precisão de classificação considerada muito alta, com 91,5% dos casos bem alocados. Tabela 7 – Resultados do teste de validação da classificação Original a Com validaçãocruzadabc Grupo 1 - MP 2 - MD 3-H 4 - MV 1 - MP 2 - MD 3-H 4 - MV Associação ao grupo prevista 1,0 2,0 3,0 4,0 41 0 0 0 4 17 0 0 0 0 18 2 0 0 2 34 41 0 0 0 4 16 0 1 0 0 18 2 0 1 2 33 Total 41 21 20 36 41 21 20 36 a. 93,2% de casos agrupados originais classificados corretamente. b. A validação cruzada é feita apenas para os casos da análise. Na validação cruzada, cada caso é classificado pelas funções derivadas de todos os casos diferentes desse caso. c. 91,5% de casos agrupados com validação cruzada classificados corretamente. Fonte: Dados da pesquisa, 2016. A precisão de classificação revelada pelos testes de validação aplicados leva a crer que as funções de classificação são úteis para alocar um caso novo, que não participou de sua construção. 4.2.4 Alocação dos casos da amostra de teste através das funções de classificação Além de avaliar o grau de acerto na distribuição das amostras entre os grupos formados, as funções de classificação de Fisher são usadas também para determinar a que grupo um novo caso tem maior probabilidade de pertencer (Corrar et al. 2007). Dez casos foram selecionados de forma aleatória dentre os 128 questionários válidos obtidos, as quatro funções obtidas através da análise discriminante dos grupos formados foram aplicadas aos dados contidos nesses 38 questionários e estão dispostas na tabela 8. Das quatro funções a que obteve o maior valor final é a correspondente ao grupo ao qual pertenceria o novo caso. Desta forma ao Grupo “Mulheres-Prevenção” pertenceriam os casos T3, T7 e T8; o casos T4 pertenceria ao grupo “Homens”, e os casos T1, T2, T5, T6, T9 E T10 estariam compondo o grupo “Mais velhos”. Nenhum dos casos teste se enquadraria no grupo M Tabela 8 – Alocação dos novos casos Resultado da função de alocação Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Caso T1 2,599 6,687 16,062 18,803 Caso T2 25,496 39,317 32,318 44,051 Caso T3 108,736 108,345 94,195 97,9 Caso T4 68,264 64,756 72,518 65,21 Caso T5 3,771 10,703 13,646 23,053 Caso T6 55,497 59,670 48,419 60,998 Caso T7 89,611 85,193 79,367 78,478 Caso T8 98,268 92,181 87,503 80,567 Caso T9 40,014 43,968 37,828 45,003 Caso T10 93,122 87,781 80,481 86,504 Fonte: Dados da pesquisa, 2016. 39 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O nível de ansiedade dos pacientes avaliados está mais relacionado ao fator idade que a outras variáveis. Entre os grupos existentes dentro da amostra estudada o de maior faixa etária foi o mais ansioso, embora o índice utilizado apontasse para um nível de ansiedade moderado. As funções de classificação geradas através da analise discriminante foram capazes de alocar novos pacientes nos grupos previamente identificados. Esse instrumento pode ser útil no que diz respeito ao desenvolvimento de abordagens especificas para cada grupo da amostra. Seriam importantes novas análises na população atendida pela mesma instituição para avaliar melhor as mudanças na dinâmica de grupos nela encontrados como seu tamanho e características. Considerando as limitações inerentes ao presente estudo, são necessárias novas pesquisas no âmbito da ansiedade tanto para uma melhor compreensão de fatores de risco adjacentes como para que se avalie a eficiência dos métodos de abordagem. 40 REFERÊNCIAS AGGARWAL, Vishal R. ; FORTUNE Farida. Cultural Issues in Dental Education. 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São Paulo: Atlas, 2007.541p. 45 APÊNDICES 46 APÊNDICE A FORMULÁRIO DE CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA Sexo: [ ] Masculino [ ] Feminino Idade: ____ Motivo da consulta: [ ]Dor/Outro Sintoma [ ]Prevenção Grau De Escolaridade: [ ] Ensino Fundamental Incompleto [ ] Ensino Fundamental Completo [ ] Ensino Medio Incompleto [ ] Ensino Medio Completo [ ] Ensino Superior Incompleto [ ] Ensino Superior Completo Experiência com Procedimentos Odontológicos: [ ]Negativa[ ]Positiva [ ]Neutra 47 APÊNDICE B INDICE DE MEDO E ANSIEDADE DENTAL - IDAF-4C Quanto você concorda com as Discordo Concordo Concordo seguintes afirmações? um moderada pouco mente Me sinto ansioso antes de ir ao dentista Geralmente evito ir ao dentista por considerar a experiência desagradável ou aflitiva Fico nervoso ou irritadiço por causa de uma consulta próxima Penso que algo muito mau aconteceria se eu visitasse um dentista Me sinto receoso ou com medo ao visitar um dentista O meu coração acelera ao visitar um dentista Procuro adiar a ida ao dentista sempre que possível Penso em tudo o que pode acontecer de ruim antes da ida ao dentista Concordo bastante Concordo totalmente 48 APÊNDICE C TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (conforme Resolução CNS no 466/2012) Eu, ______________________________________, estou sendo convidado a participar do estudo intitulado “AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ANSIEDADE NO CONTEXTO ODONTOLÓGICO EM PACIENTES ADULTOS”, que tem como objetivo avaliar os elementos indicativos da ansiedade no contexto odontológico de uma Clínica Escola de um município do Recôncavo Baiano, a partir do uso do Índice de Ansiedade Dental e Medo (IDAF-4C) de Armfield. Sabendo que muitos indivíduos apresentam elementos indicativos de sua presença e conhecendo as consequências da mesma, acredita-se que a pesquisa seja importante por pretender estudar a ansiedade no ambiente odontológico e possibilitar aos cirurgiões-dentistas que entendam melhor esse fenômeno e busquem métodos de abordagem para aperfeiçoar o exercício da odontologia. A minha participação no referido estudo será de responder às perguntas presentes num questionário a ser aplicado na Clínica Integrada de Odontologia da FAMAM em Cruz das Almas-BA. Fui orientado de que a participação nesta pesquisa trará como benefício a possibilidade de conhecer o medo odontológico como um fenômeno que pode ser minimizado se devidamente compreendido. Recebi orientação também sobre o possível desconforto em responder a alguma questão do questionário a ser aplicado. Para que esse desconforto seja reduzido, responderei à entrevista, prioritariamente, na presença da pesquisadora. Estou ciente de que minha privacidade será respeitada, ou seja, meu nome ou qualquer outro dado ou elemento que possa, de qualquer forma, me identificar, será mantido em sigilo. O pesquisador se responsabilizará pela guarda e confidencialidade dos dados, bem como a não exposição dos dados de pesquisa. É assegurada a assistência durante toda pesquisa, bem como me é garantido o livre acesso a todas as informações e esclarecimentos adicionais sobre o estudo e suas consequências, enfim, tudo o que eu queira saber antes, durante e depois da minha participação. Também fui informado de que posso me recusar a participar do estudo, ou retirar meu consentimento a qualquer momento, sem precisar justificar, e que, por desejar sair da pesquisa, não sofrerei qualquer prejuízo à assistência recebida. No entanto, caso eu tenha qualquer despesa decorrente da participação na pesquisa, haverá ressarcimento dos valores gastos. De igual maneira, caso ocorra algum dano decorrente da minha participação no estudo, serei devidamente indenizado, conforme determina a lei. Fui informado (a) de que duas vias deste termo de consentimento livre e esclarecido serão assinadas na página final, por mim, pelo (a) pesquisador (a) responsável (Camilo Castro de Oliveira); receberei uma delas e a outra será arquivada pelo pesquisador. Os pesquisadores envolvidos com o referido projeto são Camilo Castro de Oliveira e Marília Dandara Borges de Sousa e Silva Oatu, respectivamente, prof. Orientador e aluna do Curso Bacharelado em Odontologia, Faculdade Maria Milza. Poderei manter contato com eles pelos telefones (75) 982234540 e (71) 992787911; dúvidas também poderão ser esclarecidas junto ao Comitê de Ética em Pesquisa 49 com Seres Humanos da FAMAM, pelo telefone (75) 36382549, localizado na Rodovia BR, 101, Km 215- Zona Rural, Sungaia, município de Governador Mangabeira – BA. Após realização da análise os instrumentos de coleta de dados com os registros de informações dos participantes da pesquisa serão arquivados pelos pesquisadores responsáveis, por 5 anos. Os participantes terão acesso aos resultados da pesquisa, assim como os resultados da pesquisa serão tornados públicos, por meio de revistas e periódicos. Declaro que li e entendi todas as informações presentes neste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, tive a oportunidade de discutir as informações deste termo e me sinto a vontade em participar da pesquisa. Todas as minhas perguntas foram respondidas e eu estou satisfeito com as respostas. Cruz das Almas, .......... de ............................ de 2016. ______________________________________________ Nome e assinatura do (a) participante da pesquisa _________________________________________ Camilo Castro de Oliveira – Pesquisador Responsável 50 ANEXOS FACULDADE MARIA MILZA FAMAM/BA PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP DADOS DO PROJETO DE PESQUISA Título da Pesquisa: AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ANSIEDADE NO CONTEXTO ODONTOLÓGICO EM PACIENTES ADULTOS Pesquisador: Larissa Rolim Borges Paluch Área Temática: Versão: 1 CAAE: 61669116.4.0000.5025 Instituição Proponente: FACULDADE MARIA MILZA Patrocinador Principal: Financiamento Próprio DADOS DO PARECER Número do Parecer: 1.816.508 Apresentação do Projeto: Esta pesquisa se justifica por que a ansiedade odontológica está relacionada com agentes estressores, podendo ser estes o ambiente do consultório, o ruido da turbina e a situações traumáticas pregressas que provocam certa tensão emocional no sujeito. Os sintomas psicossomáticos resultantes abrangem: palpitações, transpiração, sintomas abdominais, tremores, boca seca, dilatação das pupilas, falta de ar, e tontura. As reações emocionais também incluem irritabilidade, dificuldade de concentração, e fuga da condição ou objeto temido. Tais efeitos interferem no atendimento odontológico e na autopercepção do paciente ansioso sobre sua saúde oral. A redução da ansiedade e medo é essencial para que o paciente busque tratamento odontológico preventivo, assim melhorando a qualidade de vida. A validade social desta pesquisa está relacionada com o fato de que a ansiedade odontológica traz a deterioração da saúde oral que progride na sua expansão, de modo que o indivíduo toma consciência dos efeitos na sua saúde geral. A incapacidade de se mostrar disposto a consentir com o tratamento dental pode instaurar sentimentos de inferioridade e vergonha frente a situação, o que para um individuo com odontofobia poderá culminar no surgimento de problemas sociais diários evidentes em relacionamentos tensos dentro do ambiente de trabalho, com amigos ou em família. Com o tempo, este padrão de efeitos pode por sua vez levar a uma maior e mais Endereço: Rodovia BR. 101, Km 215 - Zona Rural, Sungaia Bairro: Zona Rural CEP: 44.350-000 UF: BA Município: GOVERNADOR MANGABEIRA Telefone: (75)3638-2549 E-mail: [email protected] Página 01 de 06 FACULDADE MARIA MILZA FAMAM/BA Continuação do Parecer: 1.816.508 difundida ansiedade no contexto odontológico e eventualmente a procura menos regular de tratamento dental ou a evasão total do mesmo. Enquanto a validade cientifica está relacionada com a contribuição à sociedade científica na sua meta de preencher lacunas nesse ramo de estudo, ao possibilitar informações que contribuam para a dissolução de questões suscitadas tanto pela Odontologia quanto pela Psicologia. E ainda mais, contribuirá para a formação acadêmica de um Bacharelando em Odontologia. O suporte bibliográfico é adequado para o desenvolvimento da pesquisa. O tema desta investigação é coerente com a formação e atuação da pesquisadora responsável, e se refere a uma pesquisa tecnicamente viável para o cenário em que está inserida. A investigação se refere a uma pesquisa de natureza descritiva de abordagem quantitativa. A pesquisa se dará na cidade de Cruz das Almas. A investigação será realizada na Clínica Integrada de Odontologia da Faculdade Maria Milza, situada na referida cidade, a qual presta serviços odontológicos através da associação teórica-prática dos discentes do curso de Odontologia da FAMAM à comunidade. Os participantes do estudo serão os utentes da Clínica Integrada de Odontologia da Faculdade Maria Milza – CLIOF. Dessa forma, participarão dessa pesquisa os pacientes que estiverem em conformidade com os critérios de inclusão, sendo estes, (1) pacientes devidamente cadastrados na CLIOF; (2) pacientes presentes no ambulatório para atendimento clínico no momento da coleta de dados; (3) pacientes que não apresentem afecções sistêmicas que impeçam o atendimento a nível ambulatorial; (4) todos aqueles com idade igual ou superior a 18 anos; (5) indivíduos alfabetizados, (6) aqueles que consentirem em participar da pesquisa de forma livre e esclarecida. Serão excluídos da investigação aqueles que não se enquadrarem nos critérios de inclusão. Os indivíduos participantes responderão a um formulário para a caracterização sociodemográfico da amostra e os questionamentos referentes ao índice IDAF-4C com o objetivo de mesurar a ansiedade dental. No formulário a ser preenchido os participantes fornecerão informações referentes às variáveis independentes a serem obtidas. Sendo elas: sexo, idade, grau de escolaridade, motivo adjacente a consulta dental e existência ou não de história dental negativa pregressa. Após a aplicação do formulário, os participantes responderão ao questionário de ansiedade dental. Consistindo de 3 módulos, cada um com 8 itens, o IDAF-4C permite a analise de reações emocionais, comportamentais, fisiológicas e cognitivas relacionadas com a ansiedade odontológica. Cada módulo utiliza uma escala de Likert que por sua vez varia de 1-5, sendo que o nível 1 representa discordância total e o nível 5 representa concordância total. Utilizando uma análise exploratória, todos os itens demonstraram uma boa consistencia interna (Alfa de Cronbach = 0. 94) e fiabilidade de teste-reteste a 4 mo (r = 0. 82). O IDAF-4C é obtido por meio de um questionário Endereço: Rodovia BR. 101, Km 215 - Zona Rural, Sungaia Bairro: Zona Rural CEP: 44.350-000 UF: BA Município: GOVERNADOR MANGABEIRA Telefone: (75)3638-2549 E-mail: [email protected] Página 02 de 06 FACULDADE MARIA MILZA FAMAM/BA Continuação do Parecer: 1.816.508 contendo 8 perguntas objetivas,no qual constam dois itens referentes a cada um dos componentes do medo e ansiedade dental: emocional, comportamental, cognitivo e psicológico. Cada uma das questões possui cinco possibilidades de resposta: “discordo”; “concordo um pouco”; “concordo moderadamente”; “concordo bastante” e “concordo totalmente”. O questionário foi traduzido do inglês pelo pesquisador, depois traduzido ao inglês por três indivíduos diferentes que desconheciam a finalidade do mesmo para que fosse comprovada a autenticidade. A versão final em português foi aplicada à um estudante do primeiro período do Curso de Odontologia para que fosse avaliada sua aplicabilidade. As variáveis independentes são aquelas obtidas através do formulário de caracterização sociodemográfico da amostra e a variável dependente corresponde ao índice de ansiedade dental adquirido através das questões objetivas do IDAF4C. Importa destacar que, no presente estudo, todos os procedimentos de coleta de dados e processamento dos mesmos serão realizados por um único pesquisador. Serão agrupados todos os dados individuais segundo as variáveis independentes, a saber, sociodemográficas, para posterior realização de análise da relação destas com as variáveis dependentes, dos achados relativos à escala de medo e ansiedade dental obtida do IDAF-4C. No IDAF-4C, o paciente tem como opções as respostas “discordo”; “concordo um pouco”; “concordo moderadamente”; “concordo bastante” e “concordo totalmente”. O resultado de cada voluntário pode variar de 8 a 40. Desta maneira, o resultado do índice é obtido através da média aritmética simples das pontuações obtidas em cada item e é diretamente proporcional ao nível de ansiedade e medo apresentado pelo respondente. Esses valores permitem classificar a ansiedade em: nenhuma à baixa (1 - 1. 49), baixa à moderada (1. 50 – 2. 49), moderada à alta (2. 50 –3. 49) e alta à extrema (3. 5 - 5). Os resultados obtidos a partir das respostas serão analisados estatisticamente com o auxílio do programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) 24. 0 for Windows. Objetivo da Pesquisa: OBJETIVO GERAL Avaliar os elementos indicativos da ansiedade no contexto odontológico em uma Clínica Escola de um município do Recôncavo Baiano, a partir do uso do Índice de Ansiedade Dental e Medo (IDAF-4C) de Armfield. OBJETIVOS ESPECIFICOS Verificar a frequência da ansiedade dental na população estudada; Relacionar a influência de variáveis como sexo, idade, grau de escolaridade, motivo adjacente a Endereço: Rodovia BR. 101, Km 215 - Zona Rural, Sungaia Bairro: Zona Rural CEP: 44.350-000 UF: BA Município: GOVERNADOR MANGABEIRA Telefone: (75)3638-2549 E-mail: [email protected] Página 03 de 06 FACULDADE MARIA MILZA FAMAM/BA Continuação do Parecer: 1.816.508 consulta dental; Averiguar a existência ou não de história dental negativa pregressa sobre a frequência da ansiedade odontológica na população estudada. Avaliação dos Riscos e Benefícios: Os participantes que aceitarem participar da pesquisa estarão expostos ao risco de constrangimento durante o preenchimento do formulário e/ou cansaço ou stress. Caso isso ocorra os participantes poderão dar uma pausa nas resposta e descansar; após o restabelecimento do estado emocional, poderá, se quiser, voltar a responder. Caso os participantes ainda se sintam constrangidos ou incomodados para responder alguma questão a coleta de dados será interrompida imediatamente. Os que aceitarem participar da pesquisa irão contribuir de maneira significativa para que se conheçam os elementos indicativos da ansiedade no contexto odontológico. Os benefícios advindos deste estudo referemse, também, ao aumento do conhecimento cientifico para a área de odontologia. Comentários e Considerações sobre a Pesquisa: A ansiedade pode ser percecionada como um estado de desconforto físico e psíquico caracterizado por ausência de tranquilidade, receio, excesso de agonia ou aflição intensa; estando ligada à expectativa sobre algum evento. O caráter único do meio oral e do tratamento dentário em si contribui para a antecipação do medo e ansiedade adjacentes à dor; estes conceitos estão interligados, partilhando formas de expressão. Portanto, fatores psicossociais influenciam a dor pós-operatória, o que realça a importância de uma abordagem empática antes do início de procedimentos odontológicos. Assim serão influenciadas tanto a conformidade e a aderência a procedimentos operatórios como planos terapêuticos e preventivos tendo em vista a saúde bucal do paciente. A ansiedade odontológica está relacionada com agentes estressores inerentes ao tratamento dental e a situações traumáticas pregressas que provocam tensão emocional no sujeito resultando em sintomas psicossomáticos abrangentes que interferem no atendimento odontológico e na autopercepção do paciente ansioso sobre sua saúde oral. Dessa maneira a redução da ansiedade e medo é essencial para que o paciente busque tratamento odontológico, assim melhorando a qualidade de vida. Endereço: Rodovia BR. 101, Km 215 - Zona Rural, Sungaia Bairro: Zona Rural CEP: 44.350-000 UF: BA Município: GOVERNADOR MANGABEIRA Telefone: (75)3638-2549 E-mail: [email protected] Página 04 de 06 FACULDADE MARIA MILZA FAMAM/BA Continuação do Parecer: 1.816.508 Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória: Os documentos que compõem um protocolo de pesquisa e necessários para analise dos aspectos éticos da proposta se encontram em consonância com a Resolução 466/12 do CNS. Recomendações: Não há. Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações: Não há. Considerações Finais a critério do CEP: A Resolução 466/12 da Conep/CNS/MS apresenta no parágrafo XI – DO PESQUISADOR RESPONSAVEL e no subparágrafo XI.2 – Cabe ao Pesquisador e no item d) elaborar e apresentar os relatórios parciais e final. Por isso, esclarece-se que “Após a defesa da monografia, deve-se salva-la em arquivo PDF e enviá-la à Plataforma Brasil. Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo relacionados: Tipo Documento Arquivo Postagem Autor Situação Informações Básicas do Projeto Projeto Detalhado / Brochura Investigador Declaração de Instituição e Infraestrutura TCLE / Termos de Assentimento / Justificativa de Ausência Folha de Rosto PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_DO_P ROJETO_813835.pdf ANSIEDADEODONTOLOGICO.docx 25/10/2016 19:31:54 25/10/2016 19:31:24 Larissa Rolim Borges Paluch Aceito termodeautoriza.jpg 25/10/2016 19:30:29 Larissa Rolim Borges Paluch Aceito TCLE.docx 25/10/2016 19:29:09 Larissa Rolim Borges Paluch Aceito folhaDeRosto.pdf 25/10/2016 19:28:13 Larissa Rolim Borges Paluch Aceito Aceito Situação do Parecer: Aprovado Necessita Apreciação da CONEP: Não Endereço: Rodovia BR. 101, Km 215 - Zona Rural, Sungaia Bairro: Zona Rural CEP: 44.350-000 UF: BA Município: GOVERNADOR MANGABEIRA Telefone: (75)3638-2549 E-mail: [email protected] Página 05 de 06 FACULDADE MARIA MILZA FAMAM/BA Continuação do Parecer: 1.816.508 GOVERNADOR MANGABEIRA, 10 de Novembro de 2016 Assinado por: Robson Rui Cotrim Duete (Coordenador) Endereço: Rodovia BR. 101, Km 215 - Zona Rural, Sungaia Bairro: Zona Rural CEP: 44.350-000 UF: BA Município: GOVERNADOR MANGABEIRA Telefone: (75)3638-2549 E-mail: [email protected] Página 06 de 06