11/07/2007 - 11h26 - Globo.com: O Portal de Notícias da Globo. Brasileira revela risco de respiração artificial Proteína gerada por pulmão que recebe ajuda mecânica pode piorar situação do doente. Idéia é usar dados para personalizar tratamento de doenças pulmonares. CRISTINA AMORIM Da Agência Estado entre em contato Uma pesquisa conduzida por uma biomédica brasileira de apenas 23 anos pode ajudar pessoas internadas com doenças pulmonares. Segundo a tese de mestrado de Juliana Monte Real, do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo, a ventilação mecânica pode ser mais perigosa para esses pacientes do que se imagina. Ventilação mecânica é a técnica de respiração artificial que envia oxigênio para os pulmões por pressão. Juliana percebeu que um organismo já afetado por inflamação aguda no pulmão, causada por câncer, pneumonia ou dengue, por exemplo, é mais suscetível a lesões provocadas pelo procedimento. É como jogar gasolina em uma fagulha: uma etapa do processo de cura pode ser tão perigosa quanto a doença. O motivo é a ação de uma proteína, a PTX3 (pentraxina 3), presente em níveis altos nos processos inflamatórios agudos. Ela é produzida por células do tecido pulmonar como uma reação à doença. E, segundo o estudo de Juliana, também aparece quando as mesmas células são expostas ao stress provocado pela ventilação mecânica. “O simples fato de esticar as células já deflagra sua produção.” É justamente isso que faz o procedimento: esticar e encolher forçosamente o pulmão quando o ar é empurrado para dentro. Essa é a principal abordagem usada quando o paciente apresenta insuficiência respiratória, até que possa reassumir a função sozinho. Só que, embora indispensável, o procedimento pode piorar a lesão que já existia no pulmão. Tanto que há protocolos de segurança que levam em conta a elastância - a capacidade de elasticidade do pulmão do paciente - para protegê-lo de lesões que podem surgir. Acontece que os protocolos são padronizados, enquanto as pessoas respondem de forma diferente a eles. A biomédica espera portanto que um exame de detecção da PTX3 ajude a nortear o trabalho dos médicos no futuro. Por enquanto, o trabalho foi feito apenas com modelos animais. Monte Real recebeu um prêmio internacional pelo trabalho. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo". Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL67697-5603,00.html