`BBB` no limite da lei (IstoÉ – 20/01/2012)

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| N° Edição: 2202 | 20.Jan.12 - 21:00 | Atualizado em 22.Jan.12 - 20:19
"BBB" no limite da lei
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Em um ambiente cada vez mais permissivo, o reality show que já
teve ares de programa antropológico do comportamento humano
vira agora caso de polícia
Antonio Carlos Prado e Wilson Aquino
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A nau do insensato
"BBB" no limite da lei
Ivete negocia com Bono
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SEM REGRAS
Daniel, acusado de suposta violação sexual de Monique sob o
edredom após balada: polêmica e subida de 16 pontos no Ibope
PUBLICADO NA EDIÇÃO 2202
Talvez o edredom do “Big Brother Brasil” tenha encoberto um estupro, talvez tenha
servido apenas para esquentar o Ibope do programa em sua 12º edição. Pode até ser
que tenha funcionado para as duas coisas juntas. É fato, no entanto, que dessa vez é o
próprio “BBB” da Rede Globo que está no paredão que ele mesmo criou – o da
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crescente falta de limites para conquistar, atiçar e satisfazer o voyeurismo de
espectador de reality show. Nas cenas transmitidas abertamente pela emissora,
relações sexuais já foram muitas vezes insinuadas nas versões anteriores do “BBB”,
tanto por baixo quanto por cima de cobertores; e naquelas cenas que só podem ser
acompanhadas no pay-per-view, que é pago – como o atual suposto estupro –, já se
assistiu ao longo dos anos a embalos com bravas bebedeiras e a imagens de
participantes trocando carícias mais que íntimas. Até aí tudo se dava no campo da
plena liberalidade sexual. A possibilidade de ocorrência de um crime hediondo no
“BBB”, porém, muda as coisas de figura e pode colocar em risco a sua própria
existência, segundo nota oficial do Ministério das Comunicações. Também a Polícia
Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público Federal e Estadual querem saber o que
realmente ocorreu. Ou seja: o “BBB” que em seu início era uma caricatura de um
programa antropológico, no qual se observava o comportamento e a tolerância entre si
de pessoas que não se conheciam, transformou-se em caso de polícia – chegou ao
limite da lei. E só podia dar nisso: como na sociedade como um todo, também as
regras estabelecidas para estruturar o pequeno ambiente do reality, se não forem
claras e não funcionarem como freios para o comportamento humano, podem gerar um
ambiente altamente permissivo. No “BBB”, tendo ou não havido o crime de estupro de
vulnerável, é certo que o ambiente degringolou para aquilo que o sociólogo francês
Émile Durkheim designou de “anomia social”.
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"As autoridades passeiam pela
Cracolândia como se
estivessem no Simba Safári,
olhando os animais do carro,
rezando para não serem
atacadas"
Fábio Assunção, ator
INVESTIGAÇÃO
O delegado Nunes colheu depoimentos das estrelas do
programa: Monique disse que “as carícias foram consentidas”
A cena em questão, que na semana passada alimentou comentários e debates na
internet, reações nos meios artísticos e intelectuais, bate-papo em bares e piada nas
borracharias, é aquela em que o modelo paulista Daniel Echaniz, 31 anos,
supostamente viola o corpo da estudante gaúcha Monique Amin, 23 anos, sob um
edredom. A imagem do pay-per-view, na madrugada do domingo 15, a mostra inerte
como alguém que perdera a capacidade de se autodeterminar devido ao estado de
embriaguez. Talvez, nesse momento, ela tenha sido estuprada por Daniel e, se isso
ocorreu, configura-se o crime de “estupro de vulnerável”: a moça não tinha condições
de reagir porque se embebedara horas antes na primeira festa dessa edição do
programa. Sendo esse o quadro real, o reality perde o show: processo e eventual
punição da Justiça independem da vontade da vítima. Diante da grande repercussão, a
produção do “BBB” foi então atrás do prejuízo ético com olhos no lucro financeiro que
o programa dá: R$ 82 milhões no ano passado. É claro que ela deveria ter interrompido
a cena no momento em que começou a acontecer e separado imediatamente o casal,
mas ficou paralisada, talvez com uma sigla de cinco letras na cabeça: Ibope. Na
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verdade, toda a confusão fez o programa passar de 20 para 36 pontos. A primeira
tentativa para apagar o incêndio do edredom foi perguntar a Monique o que rolara. Ela
teria respondido que “todas as carícias foram consensuais”, embora, pouco depois e
com apagões de memória bem típicos de quem ingere grande quantidade de bebida
alcoólica, comentasse com as colegas: “Eu sei que não fiz, mas começo a pirar. Será
que eu fiz? Será que não? Estou muito mal com isso.” O delegado Antonio Ricardo
Nunes determinou investigação imediata, e também a ele Monique negou ter sido
estuprada. Outra negativa, a de autoria, o policial ouviu de Daniel.
A presteza do delegado é elogiável, estranhando-se somente que ele tenha feito
prevalecer as regras do programa, segundo as quais ninguém sai da casa, sobre o que
manda a lei do País: o policial é que foi à emissora ao invés de Monique e Daniel irem
à delegacia como aconteceria com qualquer mortal. Ao mesmo tempo que a polícia
começou a agir, a ministra Iriny Lopes, da Secretaria de Políticas para Mulheres,
encaminhou ofício ao Ministério Público do Rio de Janeiro pedindo providências, o
Ministério Público Federal de São Paulo instaurou inquérito e o Ministério das
Comunicações, a quem cabe o controle do conteúdo exibido na televisão, informou que
investigará se as imagens são “contrárias à moral familiar e aos bons costumes. Após
essa mobilização, o diretor do “BBB”, José Bonifácio Brasil de Oliveira, o Boninho,
eliminou o modelo do programa, transferindo-o para um hotel pago pela emissora e no
qual até a quinta-feira 19 ele vivia numa espécie de confinamento – a rede de
televisão informou que tomou tal atitude porque o modelo agiu de “forma
inadequada” e para que responda “formalmente às acusações”. O Ministério Público
Federal requereu a apreensão de seu passaporte. “O Daniel quer provar para todos que
ele não fez nada. Sua prioridade é voltar ao programa, não mais pelo prêmio, mas pelo
sentimento de injustiça”, diz o advogado Wilson Matias. Em outro canal está a
professora Claudia Amin, mãe de Monique: “É claro que houve abuso, ela estava
apagada.” O “Big Brother” é produzido em 42 países e exibido em 80, e não há lugar
onde seus participantes não tenham criado constrangimentos. Em todos eles, incluindo
o do Brasil, há um traço comum: nunca são divulgadas publicamente quais são as
regras de comportamento dentro da casa e quais os critérios de avaliação psicológica
da personalidade dos candidatos. Se tais regras e avaliações viessem à luz, ficaria mais
fácil saber se a adrenalina para supostos crimes sob o edredom deve ficar somente por
conta dos brothers e sisters ou também por conta do ambiente facilitador do programa.
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(28)
GENIVAL
EM 22/01/2012 12:12:00
A globo está como uma prstituta no fim de carreira, faz de tudo para aparecer. Deus tenha piedade de
quem assiste este lixo que chamamos de grade de programação da globo.
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