Beneficio do Conceito Mulligan nas restrições da coluna vertebral

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Beneficio do Conceito Mulligan nas restrições da coluna vertebral
Lucinéia Camilo Fuziel¹
[email protected]
Dayana Priscila Maia Mejia²
Pós-graduação em Fisioterapia em Reabilitação na Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia
Manual - (Lato Sensu) – Faculdade Ávila
Resumo
O trabalho apresentará o benefício do uso do conceito Mulligan, técnica utilizada através da
terapia manual pelo fisioterapeuta podendo ser aplicado na coluna vertebral onde nos
focaremos, porém, sendo aplicada separadamente por seus segmentos que, por sua vez, são
divididos por regiões, dando-se atenção aos planos de movimento das articulações facetarias
visto que é de grande importância ao fisioterapeuta que aplica a técnica conhecer a direção
dos planos da coluna vertebral. O conceito Mulligan poderá ser aplicado, utilizando as
técnicas – NAGS a designação para as mobilizações oscilatórias aplicáveis às articulações
facetarias desde as vertebras cervicais C2 até C7 e, SNAGS uma técnica que combina
movimento com deslizamentos facetários mantidos – nas restrições do movimento segmentar
da coluna vertebral, porém com um diferencial das maiores das técnicas de mobilização, sua
aplicabilidade ocorre com o paciente na posição sentada ou em pé com carga, sendo de
muita importância haja visto que, na aplicação das técnicas sem carga, os efeitos positivos
do tratamento desaparecem com o retorno do paciente na posição ortostática. Aqui também
será descrito os benefícios da técnica nas disfunções da coluna vertebral e promovendo
resultados satisfatórios aos pacientes que são acometidos com os problemas que venham a
comprometer o movimento fisiológico da coluna, restringindo a execução de atividades
diárias.
Palavras-chave: Conceito Mulligan; Coluna Vertebral; NAGS.
1. Introdução
A coluna vertebral, com o passar dos anos, está sujeita a sofrer e passar por vários processos,
diminuindo sua resistência e ocasionando dor, o que pode ser a causa da ocorrência de
doenças e limitações funcionais que levam à diminuição da autonomia e da qualidade de vida.
O surgimento e a intensidade das dores na coluna vertebral variam de pessoa para pessoa,
dependendo da exposição e da sobrecarga ao longo da vida. Este artigo pretende enfatizar, por
meio de uma revisão de literatura, descrevendo as estruturas envolvidas neste processo e o seu
tratamento com a Fisioterapia utilizando a Terapia Manual como um recurso enfocando no
Conceito Mulligan, com o propósito de evitar consequências negativas para a saúde das
pessoas que venham ser atingidas por tal problema.
O trabalho apresentará o benefício do uso do conceito Mulligan, técnica utilizada através da
terapia manual pelo fisioterapeuta podendo ser aplicado na coluna vertebral onde nos
focaremos, porém, sendo aplicada separadamente por seus segmentos que, por sua vez, são
divididos por regiões, dando-se atenção aos planos de movimento das articulações facetarias
¹Pós graduação em Ortopedia e Traumatologia
²Fisioterapeuta, especialista em metodologia do Ensino Superior, mestrando em Bioetica e Direito em Saúde
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visto que é de grande importância ao fisioterapeuta que aplica a técnica conhecer a direção
dos planos da coluna vertebral. O conceito Mulligan poderá ser aplicado nas restrições do
movimento segmentar da coluna vertebral, porém com um diferencial das maiores das
técnicas de mobilização, sua aplicabilidade ocorre com o paciente na posição sentada ou em
pé com carga, sendo de muita importância haja visto que, na aplicação das técnicas sem carga,
os efeitos positivos do tratamento desaparecem com o retorno do paciente na posição
ortostática. Aqui também será descrito os benefícios da técnica nas disfunções da coluna
vertebral e promovendo resultados satisfatórios aos pacientes que são acometidos com os
problemas que venham a comprometer o movimento fisiológico da coluna, restringindo a
execução de atividades diárias. Estudando os movimentos realizados, o detalhamento da
técnica de Mulligan e objetivos almejados, assim como descrevendo os benefícios deste
recurso fisioterápico nas restrições da coluna vertebral causada por uma serie de fatores que
vêm comprometer a população que passa a ficarem restringida a atividades cotidianas devido
a dores causadas por má postura, posições viciosas e uma serie de fatores que vão causando o
desconforto das pessoas afetadas com problemas em geral na coluna. A aplicação da referida
técnica é contra indicada, apenas, em duas condições: a lesão lombar com desvio lateral
(escoliose) que causa dor ciática e; a torção aguda do pescoço, o famoso torcicolo agudo.
Essas duas condições deverá ter uma atenção especial podendo dar preferência à aplicação de
outras técnicas, porém, faz-se necessário que o fisioterapeuta esteja familiarizado com as
contra- indicações da terapia manual e que essas contra indicações sejam obedecidas, sendo
observado se aplicação de uma articulação antes de ser mobilizada ou manipulada causar dor
e se detectada é aconselhável que não de continuidade ao processo de aplicação.
Esta pesquisa fundamenta-se na necessidade de mostrar ao leitor os benefícios, a qualidade
de vida que a Fisioterapia vem trazendo, com auxílio da terapia manual, na recuperação de
movimentos fisiológicos da coluna.
O conceito Mulligan é um método eficiente, prático e objetivo podendo obter-se resultados
precisos e imediatos do tratamento de diversas disfunções do sistema músculo-esqueletico,
assim podendo estimular o profissional a está realizando a aplicação em sua prática clinica
diária, não que venha também dispensar outros métodos e filosofias da terapia manual.
Abordaremos e focaremos aqui em duas técnicas que são NAGS (deslizamento apofisários
naturais) – uma mobilização oscilatória aplicada nas articulações facetárias de C2 a C7 e a
SNAGS (deslizamento apofisários naturais mantidos) podendo ser aplicada desde a cervical
até a região lombar da coluna vertebral. Através destas duas técnicas poderemos obter
resultados imediatos e satisfatórios desde que o profissional venha a aplicá-la de forma
correta. Existem outras técnicas no conceito Mulligan que são NAGS REVERSOS, MWM E
SMWAMS, porém neste artigo focaremos apenas nas técnicas supracitadas.
2. Fundamentação Teórica
Segundo Dutton (2010) o termo coluna vertebral descreve o conjunto de vértebras, excluindo
as costelas, o esterno e a pelve. A coluna vertebral normal é composta de 29 vértebras (sete
cervicais, dose torácicas, cinco lombares e cinco sacrais) e quatro segmentococcígio. O adágio
que diz que “a função segue a forma" se aplica em todos os sentidos aos estudos da coluna
vertebral. Embora todas as vértebras tenham características semelhantes, cada uma delas
apresenta detalhes específicos que refletem a sua respectiva função.
A coluna vertebral é um sistema composto por um conjunto de vértebras, discos
intervertebrais, nervos, músculos, medula e ligamentos. Segundo Hall, as principais funções
da coluna vertebral são as seguintes: eixo de suporte do corpo humano, protetor ósseo da
medula espinhal e das raízes nervosas; e eixo de movimentação do corpo, possibilitando o
movimento nos três planos: frontal, sagital e transversal (NETO; BARRETO; CORTEZ et all.
2006).
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Quando vista de lado, a coluna vertebral mostra quatro curvaturas leves, chamadas curvaturas
normais. Em relação à frente do corpo, as curvaturas cervical e lombar são convexas
(salientes), ao passo que as curvaturas torácica e sacral são côncavas (escavadas). As
curvaturas da coluna vertebral aumentam sua resistência, ajudam a manter o equilíbrio na
posição ereta, absorvem os choques na deambulação e na corrida e auxiliam a proteger as
vértebras contra fraturas (TORTORA; GRABOWSKI, 2006).
Entre uma vértebra e outra, existe um disco cartilaginoso, formado por um núcleo pulposo e
anéis fibrosos que são chamados de discos intervertebrais. Sua função é a de ligamento entre
uma vértebra e outra completando, dessa forma, a estrutura da coluna vertebral. Além de ligar
as vértebras, também atua como amortecedor entre estas, absorve choques e da flexibilidade.
De acordo com FINNOCHIARO (apud , PEQUINI 1990).
O disco intervertebral consiste em um núcleo central pulposo circundado por um anel fibroso.
O núcleo pulposo é um gel, semelhante a uma polpa, localizado na parte médio-posterior do
disco consistindo em 70% a 90% de água, o núcleo pulposo funciona como um amortecedor
hidráulico modificado que dissipa e transfere as cargas entre as vértebras consecutivas. O anel
fibroso contém material semelhante aquele encontrado no núcleo pulposo, diferindo apenas na
proporção. No anel fibroso, o colágeno compõe aproximadamente 50% a 60% do peso seco,
quando comparados com somente 15% a 20% no núcleo pulposo (NEUMAN, 2006).
Todas as vértebras, com exceção da 1ª e 2ª vértebras cervicais (atlas e áxis), apresentam um
plano básico estrutural único e consistem nos seguintes elementos anatômicos: um corpo
vertebral, um arco vertebral, um processo espinhoso, dois processos transversos, quatro
processos articulares. Os processos servem como pontos de inserção para músculos e
ligamentos (SCHUNKE; SCHULTE; SCHUMACHER, et all, 2006).
As vértebras se mobilizam através da compressão e deformação dos discos, e deslizamento
dos ligamentos. A coluna vertebral faz movimentos de extensão, flexão, rotação e inclinação.
A flexibilidade é a sua principal característica. As vértebras da coluna vertebral se articulam
de modo a conferir, além de flexibilidade, estabilidade para a função de mobilização, postura
e equilíbrio do tronco (AGUIAR, 1997).
O segmento de movimentação da coluna consiste em duas vértebras adjacentes, três
articulações intervertebrais, os tecidos moles do disco intervertebral, ligamentos longitudinais
e intersegmentares, e as cápsulas das articulações facetarias (White e Panjabi, 1978). O disco
e as articulações facetárias bilaterais formam um triângulo por meio do qual o movimento em
uma articulação sempre produz movimento nas outras duas articulações. Na maioria das
articulações vertebrais seis graus de liberdade de movimento são permitidos. Estes são:
encurvamento para frente e para trás (flexão – extensão), encurvamento lateral (flexão
lateral), rotação e cisalhamento ântero-posterior, cisalhamento lateral e separaçãocompressão. Biomecanicamente, as estruturas ósseas e ligamentares das vértebras são
divididas em estruturas vertebrais anteriores e posteriores. As estruturas anteriores funcionam
principalmente para sustentar peso, e as estruturas posteriores são responsáveis
principalmente por controlar a movimentação (SMITH; WEISS; LEHMKUHK, 2006).
Os movimentos ocorrem através de planos imaginários e em eixos perpendiculares ao
movimento e por convenção. Os movimentos articulares são definidos com relação à posição
anatômica, que coloca o corpo ereto com os pés unidos, membros superiores ao lado do corpo
e as palmas olhando para frente (RASCH, 1991).
Na tabela a seguir encontramos valores normativos das amplitudes dos movimentos cervicais
e toracolombares (de acordo com a AAOS).
ADM cervical
Flexão = 45º
Extensão= 45º
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Flexão lateral esquerda= 45º
Flexão lateral direita= 45º
Rotação à esquerda= 60º
Rotação à direita= 60º
ADM toracolombar
Flexão= 80º (medida com fita de 10 cm)
Extensão= 20 a 30º
Flexão lateral esquerda= 35º
Flexão lateral direita= 35º
Rotação à esquerda= 45º
Rotação à direita= 45º
Tabela com os valores normativos das amplitudes dos movimentos cervicais e toracolombares retirada da
seguinte fonte Livro MDS: Manual de Sobrevivência para Fisioterapia, Olga Dreeben- Rio de janeiro:
Guanabara Koogan 2010
Somente movimentos limitados são possíveis entre vértebras adjacentes, mas a soma desses
movimentos confere considerável amplitude de mobilidade na coluna vertebral como um
todo. Movimentos de flexão, extensão, lateralização, rotação e circundação são todos
possíveis, sendo essas ações de maior amplitude nos segmentos cervical e lombar que no
torácico. Isso ocorre porque os discos intervertebrais cervicais e lombares apresentam maior
espessura, não sofrem o efeito de contenção da caixa torácica, seus processos espinhosos são
mais curtos e seus processos articulares apresentam forma e arranjo espacial diferente dos
torácicos. A flexão é o mais pronunciado movimento da coluna vertebral (NATOUR, 2004).
Os músculos da coluna vertebral desempenham importante função na manutenção de sua
estabilidade, equilíbrio, movimentação dos membros e participam dos mecanismos de
absorção dos impactos protegendo a coluna de grandes sobrecargas. Atuam na coluna
vertebral integrados e em harmonia, porém é necessário compreender a função de cada grupo
muscular e sua sincronia durante a realização dos diversos movimentos. São divididos em
grupos, com funções distintas de acordo com os segmentos da coluna em que estão situados.
Entre as suas importantes funções, além da movimentação, proporcionam estabilidade da
coluna. Diversos músculos atuam, entre os quais os rotadores, interespinhosos e multifídeos
(CAILLIET, 2001).
Os músculos do tronco são divididos em dois grupos: os músculos profundos, que são os
oblíquos internos, o transverso abdominal e os multífidos; e os músculos superficiais, que são
os oblíquos externos, os eretores espinhais e o reto abdominal. Todas essas musculaturas, de
uma forma geral, contribuem para o suporte da coluna vertebral e da pelve. Porém,
especificamente, os músculos abdominais possuem um importante papel na estabilização da
coluna lombar e da cintura pélvica (NUNES, 2013).
Fisiopatologia
A postura corporal está diretamente ligada à personalidade, ao meio em que se vive, à atitude
em relação às situações da vida, ao tipo de trabalho, ao meio social e também às forças
muscular e gravitacional. A boa postura é aquela que é visualmente aceitável e também
quando há um equilíbrio e um bom funcionamento entre as estruturas e os órgãos. Para
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trabalhar na prevenção de problemas posturais é necessário respeitar as características
biomecânicas de cada indivíduo, utilizar mobiliários e ferramentas adequadas, ter pausas
durante o trabalho e considerar que a postura é uma estrutura complexa que vai variar de
pessoa para pessoa (MENDONCA; DUARTE, 2009).
A Academia Americana de Ortopedia define postura como o estado de equilíbrio entre
músculos e ossos com capacidade para proteger as demais estruturas do corpo humano de
traumatismos, seja na posição em pé, sentado ou deitado. A postura também pode indicar a
posição relativa dos segmentos corporais durante o repouso ou atividade. Assim, a
manutenção de uma boa postura durante uma atividade específica depende de uma interação
complexa entre as funções biomecânicas e neuromusculares. Uma boa postura deve ser aquela
que previne movimentos compensatórios, distribui adequadamente as cargas e conserva
energia (MARQUES; HALLAL; GONÇALVES, 2010).
Os distúrbios e problemas músculo-esqueléticos encontram-se, atualmente, no topo dos
indicadores de doenças ocupacionais, quando se enfocam as perturbações na saúde dos
trabalhadores. Independentemente do tipo de atividade ou do produto fabricado, do processo e
organização do trabalho, as estruturas músculo-esqueléticas passam a ser alvo frequente de
agressões. As causas dessas agressões são diversas, considerando desde posturas críticas
adotadas durante a jornada até fatores psicossociais e emocionais que acabam por acarretar
posturas de proteção (posturas estáticas prolongadas) (RENNER, 2006).
Tais alterações anatômicas, já incorporadas à espécie e à coluna vertebral, são novamente
modificadas com a idade, hábitos, tipo de trabalho, e outros fatores. A evolução de cada ser
humano, desde o período embrionário até a vida adulta, passa por fases distintas,
influenciadas por inúmeros fatores, desde os genéticos aos psicológicos, fisiológicos,
experiências físico-motoras e vícios posturais, sendo que estes últimos podem contribuir
negativamente para a posição final da postura do individuo, causando sérias perturbações da
coluna vertebral (CARNEIRO; SOUSA; MUNARO, 2005)
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 85% da população mundial sofre
de dores na coluna. O que muita gente não sabe é que o principal motivo que causa esta vilã
conhecida como dor nas costas é a má postura. Sabe-se que são muitos os fatores que podem
levar uma pessoa a adquirir o hábito da má postura. Dentre os principais estão as atividades
de vida diárias (AVDs), ou seja, a maneira de se sentar, de se deitar e dormir em colchões
inadequados ao peso corpóreo, de carregar peso, dirigir um automóvel, a prática de atividade
física inadequada, entre outros (BAPTISTA; FREITAS,2013).
A dor vertebral crônica é uma doença multifatorial bastante presente atualmente. A sua
fisiopatologia complexa, e ainda pouco conhecida, favorece para que erros sejam cometidos
no diagnóstico e tratamento desta enfermidade (MARCONDES, LODOVICHI , CERA
2010).
O diagnóstico diferencial das doenças da coluna vertebral é muito amplo, porém, o grupo
principal de afecções está relacionado a posturas e movimentos corporais inadequados e às
condições de segurança e higiene do trabalho, que determinam atividades laborativas
antiergonômicas, capazes de produzir agravos à coluna vertebral (CARAVIELLO, et all,
2005) .
As algias da coluna podem estar relacionadas com diferentes patologias, por esse motivo a
dor referida na coluna é considerada um sintoma que deve ser investigado para se obter um
diagnóstico preciso e assim tratá-la. O mesmo autor acrescenta dados de pesquisas que
mostram parte da população brasileira com queixa de problemas na coluna e vai a médicos
constantemente. A medicina tem procurado novas técnicas para tratar as diversas afecções da
coluna que acometem boa parte da população, cerca de 80%, com idade inferior a 45 anos,
que não apresentam doenças, mas, um sintoma que pode ter mais de 50 causas diferentes
(GOLDENBERG, 2010 apud BENASSI, et all ).
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O trabalho deste artigo aqui proposto não se foca apenas em uma patologia especifica, mas
sim nas causas que estas patologias trazem ao paciente, como as restrições dos movimentos
realizados pela coluna dificultando as atividades diárias que acometem um grande grupo de
pessoas, devido há má postura, a falta de alongamentos, e exercícios. Um dos objetivos deste
trabalho além de trazer ao leitor a conscientização sobre o funcionamento articular e
biomecânico da coluna, é mostrar o beneficio de uma técnica em especial que pode ser
utilizada para ajudar na recuperação de movimentos fisiológicos levando também ao alívio da
dor.
Conceito Mulligan
Existe uma variedade de tratamentos para a dor na coluna dentre os quais a terapia manual vem
mostrando grande crescimento (GODINHO; CORDEIRO; COIMBRA 2011).
Dentre as várias técnicas de terapias manuais destaca-se a técnica Mulligan. Esta técnica foi
desenvolvida pelo fisioterapeuta Brian Mulligan, em 1954, na Nova Zelândia. Mulligan contou com a
colaboração dos principais expoentes internacionais da terapia manual, tais como Maitland, Cyriax,
Elvey, Mackenzie.
Desde 1972, Brian Mulligan e sua equipe vem divulgando sua técnica pelo mundo. Esta se baseia na
teoria da falha posicional que diz que quando se tem uma lesão, a articulação pode assumir uma
posição ligeiramente anormal, muitas vezes invisível em exames, como raios-X, e estas pequenas
falhas causam restrições de movimento com ou sem dor.
A técnica consiste da aplicação de movimentos acessórios na coluna vertebral, livres de dor. Quando
os movimentos acessórios são associados a movimentos ativos livres são denominados de SNAGS
(traduzido como deslizamentos apofisários naturais mantidos). Quando são apenas movimentos
acessórios são denominados NAGS (traduzido como deslizamentos apofisários naturais). Espera-se
que imediatamente após a aplicação da técnica a função seja aumentada e a dor diminuída. Tanto o
SNAGS, quanto o NAGS são aplicados somente à coluna (SILVA; MARTINS; GOMES, et all,
2011).
Para Mulligan (2009), as mobilizações devem respeitar o plano facetário de cada segmento
vertebral e o local de dor referido pelo paciente. Tanto NAGS quanto SNAGS devem partir deste
princípio para obtenção do sucesso no tratamento. Exelby (2002) corrobora com Mulligan (2009)
quando a mesma afirma que NAGS são de valor inestimável quando bem executadas, favorecendo
o alívio da dor, podendo ser aplicada na maioria das patologias da coluna
(LAMA;NASCIMENTO, 2010).
O Conceito Mulligan, é uma terapia manual que baseia-se na restauração do alinhamento
normal de uma articulação resultando em aumento da flexibilidade e função da mesma.
Aplicações repetidas do correto procedimento deverão restaurar a memória do movimento e
manter a correção das falhas posicionais. Segundo Mulligan (1999), criador desse conceito,
após lesão ou injúria uma articulação pode assumir uma posição ligeiramente anormal. Uma
das técnicas do Conceito Mulligan é o Tape que pode ser usado para manter a correção de
uma articulação. O objetivo principal da aplicação do Tape é manter a reposição da falha
posicional (SULZBACHER, 2005).
Mulligan (2004) descreve o conceito Mulligan como movimento passivo por deslizamento
(Glide) das facetas articulares (micromovimento articular) associado ao movimento ativo,
além de uma pressão em final de arco, chamada Overpressure, sendo realizada repetidas
vezes. A técnica é versátil e pode ser aplicada com carga, sem carga, na posição de dor
específica ou em posição funcional (LAMA, 2009).
NAGS é a designação para as mobilizações oscilatórias aplicáveis às articulações facetarias
desde as vertebras cervicais C2 até C7. É uma técnica cujo nome adveio do acrônimo da
língua inglesa Natural Apophyseal Glides e que significa “Deslizamento Apofisários
Naturais”. NAGS são mobilizações nas articulações facetárias, cuja graduação vai desde a
metade até o final da amplitude de movimento, as quais são aplicadas no sentindo ântero–
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cranial ao longo dos planos de tratamento das articulações selecionadas. Sua aplicação é feita
de forma gradual, de acordo com a tolerância do paciente, e nunca deverá causar dor, ou,
quando muito, um ligeiro desconforto. O posicionamento do paciente é sempre sentado, a
posição inicial conveniente é mais aceitável que a posição de decúbito ventral, especialmente
para os pacientes cifóticos. Os NAGS, que podem ser aplicados conjuntamente com uma
pequena tração manual – é o que os torna mais confortáveis, são indicados para aumentar a
amplitude de movimento da coluna e diminuir a dor associada e, se aplicados
cuidadosamente, são extremamente benéficos nos idosos. No paciente com rigorosa restrição
de movimento da coluna cervical, os efeitos da aplicação são como uma graça concedida por
Deus, presumindo-se que a perda de movimento não seja decorrente de lesão estrutural grave
ou outra patologia contra- indicada.
SNAGS no idioma inglês, o acrônimo significa “Deslizamento Apofisários Naturais
Mantidos”. Como técnica, a aplicação é notavelmente benéfica nos sintomas nas
partes cervical, torácica e lombar da coluna vertebral. SNAGS é uma técnica que
combina movimento com deslizamentos facetários mantidos. A princípio foi
descrito como somente um movimento vertebral, porém quando as facetas são
reposicionadas, é possível combinar essa mobilização com movimentos até mesmo
das extremidades (MULLIGAN, 2009, p. 2 e 6).
3. Metodologia
Este estudo é uma revisão bibliográfica de artigos de natureza qualitativa sendo descritiva
fazendo-se uma busca do assunto encontrado artigos de 1990 a 2013, nas bases de dados
Pubmed, Lilacs, Scielo e Google acadêmico, livros e monografias, que abordam temas e
assuntos relacionados à Coluna Vertebral. Foram utilizadas como palavras-chave na pesquisa
ao banco de dados na internet enfocando na parte de anatomia, fisiologia, fisiopatologia da
coluna vertebral e conceito Mulligan. E artigos com relação direta e indireta ao tema
proposto. Os artigos mais antigos puderam ser incluídos por serem recorrentemente citados e
apresentarem inegável valor histórico.
4. Resultados e Discussão
Segundo Ladeira (2007), a origem da Terapia Manual vem da Grécia Antiga e, mesmo sendo
esquecida pelos médicos dos Séculos XVIII e XIX, sua prática voltou com força nas últimas
décadas e atualmente é um grande auxílio da medicina moderna. Esta aceitação médica se deu
em razão dos resultados satisfatórios enquanto utilização científica no tratamento de
disfunções músculo-esqueléticas. Este sucesso pode ser observado na United States Clinical
Practice Guideline, Acute Low Back Problems in Adults, um guia publicado por um painel de
especialistas e pesquisadores do governo americano, recomendando o uso de terapia manual
(LADEIRA,2007).
Visto atualmente o grande interesse dos Fisioterapeutas pela terapia manual, esta acabou
sendo valorizada, pois através dela há o desprendimento de aparelhos eletroterapêuticos e os
profissionais estão indo em busca de qual conceito e técnica melhor se adéqua a essa gama de
variedade que vem sendo oferecida a utilizar, qual o mais pratico e de fácil aplicação. Em
particular escolhemos para aborda neste trabalho o Conceito Mulligan, uma técnica de terapia
manual que vem se mostrando benéfica, em pacientes com severas restrições de movimento
da coluna vertebral. Enfatizamos duas técnicas em particular que são a NAGS e a SNAGS
tendo em vista que a maioria dos problemas que ocorrem na coluna vertebral vem em
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consequência de problemas músculo-esqueleticos, levando o paciente a restrições que, ao
passar do tempo, quando não tratadas se agravam, podendo levar a incapacidades.
O Conceito Mulligan quando aplicado corretamente, como o criador dela indica, pode-se
obter um resultado satisfatório e gratificante tanto para o fisioterapeuta quanto ao paciente. Os
deslizamentos devem ser rítmicos – três por segundo e são aplicados desde a metade até o
final da amplitude, estas manobras são repetidas até seis vezes, e então os resultados
conquistados são avaliados. Porém, às vezes são necessárias várias séries para que possa obter
um bom resultado. Brian Mulligan em seu livro... cita que “quando aplicadas corretamente os
pacientes descrevem-nas como ótimas e sentem que a rigidez se desfaz” (MULLIGAN, 2009,
p. 5).
O aplicador do Conceito Mulligan deve sempre levar em consideração que as falhas
posicionais mínimas ocorrem logo após uma lesão ou esforço e causam restrições de
movimento ou dor. Nem sempre elas são palpáveis ou evidenciadas em exames de imagem,
mas quando a mobilização de correção (NAGS ou SNAGS) é mantida, a função indolor é
recuperada e, após várias repetições da técnica, o benefício é duradouro. Podendo assim ser
obtido o resultado satisfatório que o aplicador da técnica busca e o paciente podendo então
sair satisfeito.
Essa técnica que inicialmente era exclusivamente aplicada apenas na região cervical, porém se
mostrou tão eficaz que foi sendo adaptada a outros segmentos da coluna vertebral que se
denominou como SNAGS, mostrando-se ser benéfica, segura, indolor e de fácil aplicação,
assim como a técnica de NAGS.
O grande diferencial do Conceito Mulligan como as outras técnicas de mobilização é que ao
invés de ser aplicada na posição deitada, ela será aplicada na posição sentada ou em pé. A
linha de raciocínio para tal explicação é de que quando o paciente deitado, as mobilizações
mais convencionais deixavam transparecer uma imediata melhora, a qual desaparecia tão logo
o paciente assumisse uma posição que envolvesse apoio de peso. Já com o uso do Conceito
Mulligan esta reação negativa não acontecia, pois a técnica é aplicada em posição sentada ou
em pé com carga e com mobilizações com movimento ativo e aplicação de pressão adicional
passiva tendo assim um resultado satisfatório. E mesmo que haja qualquer falha na aplicação
da técnica que venha desencadear a dor, não resultará em nenhum risco de dano, devido à
técnica ser sutil, deixando assim o aplicador da técnica com menos receio.
Os pacientes que venham a apresentar certa irritabilidade ou desconforto o aplicador, por mais
que venha suspender o conceito Mulligan, já vai ficar em alerta para outras manobras que
podem desencadear uma série de fatores agravando o paciente. Porém, a dor relatada pelo
paciente, quando manifestada, pode decorrer de vários motivos, os quais devem ser avaliados
e investigados cautelosamente, pois poderá está ocorrendo devido o Fisioterapeuta está
aplicando no nível incorreto, ou na direção do deslizamento poderá também não esta sendo a
correto, ou até mesmo não está respeitando o tempo certo. O tempo é um fator a ser sempre
respeitado, pois em poucos minutos pode-se saber se a técnica está obtendo resultados e se a
aplicação está realmente sendo aplicada de forma correta.
Ela pode ser aplicada na maioria das articulações da coluna desde o occipital até o sacro, e
quando indicada a sua aplicação e indolor no qual será regra determinante nas aplicações o
Fisioterapeuta deve sempre orientar ao paciente como ocorrerá as sequências da técnica para
que haja uma feed back positivo.
Para todos os tipos de restrições de movimento existe uma forma de intervenção, o
Fisioterapeuta quando chega ao domínio da técnica possibilita saber qual é a mais apropriada
no caso clinico que o paciente avaliado apresenta.
Como podemos observar o Conceito Mulligan apresenta resultados satisfatórios e deixa o
aplicador empolgado e confiante em suas aplicações.
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Muitos artigos vêm citando que as técnicas NAGS e SNAGS têm se mostrado realmente
benéficas em severas restrições de movimento. Mulligan diz que em 30 anos de prática
terapêutica apenas um paciente não apresentou resultados satisfatórios, porém o autor fez suas
adaptações conseguindo reverter o quadro usando o conceito Mulligan –NAGS REVERSOS,
que aqui em nosso trabalho não iremos aprofundar.
Dentre as varias técnicas da terapia manual o Conceito Mulligan foi uma que se destacou,
devido os resultados que já foram obtidos e comprovados pelo próprio criador do conceito,
resultados estes que muitos pacientes sentirão melhora imediata e sendo a queixa principal
relatada por cada um solucionada ou até mesmo um resultado de alivio de dor, mas
duradouro, inclusive durante suas atividades antes incapacitados de realizar, podendo ser
realizadas.
5. Conclusão
Diante do que foi dito, e debatido neste artigo, podemos concluir que o trabalho aqui proposto
teve como finalidade enfatizar e esclarecer os benefícios do Conceito Mulligan aplicado sobre
a coluna vertebral, estrutura fundamental do corpo que sofre vários impactos no cotidiano
levando as sérias restrições, e o Conceito Mulligan concentra-se nos movimentos anormais da
coluna vertebral e nos efeitos que este desajuste causa ao corpo, e tem como finalidade
maximizar a mobilidade e aperfeiçoar a função para permitir um melhor arco de movimento.
Antes do tratamento, toda a coluna vertebral e os membros são examinados para identificação
de restrição de movimento em cada articulação. Detectada a restrição, a articulação afetada
será tratada dando aplicabilidade com as técnicas que o conceito Mulligan abrange. Durante a
leitura do artigo, o mesmo explicou e passou informações de como a coluna é composta
biomecanicamente e como aplicar as técnicas que foram enfocadas dando orientações
valiosas. O tratamento com o uso do Conceito Mulligan, tem o objetivo de aumenta a eficácia
da terapia manual nas disfunções da coluna vertebral. É também um tratamento efetivo para
dores agudas e crônicas causadas por problemas biomecânicos.
Apresentei como base uma problemática que muitos profissionais da área vêm se
perguntando, qual técnica pode está beneficiando os pacientes com restrições na coluna
vertebral? Foi quando me perguntei quais os benefícios que o uso do conceito Mulligan traz
nas restrições da coluna vertebral? O interesse na pesquisa veio se fundamentando visto à
grande necessidade de uma técnica que venha beneficiar os pacientes, no qual cada vez, mas
estão indo em busca por um tratamento fisioterapêutico, devido às restrições que vem
sofrendo ao desenvolver suas atividades do cotidiano, a procura por um tratamento que dei
uma qualidade de vida aos pacientes que se queixão constantemente durante os atendimentos
fisioterapêuticos, perguntas como estas foram se fundamentando, visto também a necessidade
de focar em uma técnica de tantas que a terapia manual oferece, porém não nos impede de
combinar a técnica com outras para obter beneficio. A pesquisa aqui proposta ao decorrer do
seu desenvolvimento foi se aprofundando levando um esclarecimento de duvidas que surgem:
“que movimentos a coluna realiza, como ela esta composta, como a técnica será aplicada, e
que benefícios ela vai trazer a esse meu paciente” perguntas estas que procuramos responder
ao decorrer de todo o desenvolvimento do testo, falamos de anatomia, fisiologia e
fisiopatologia detalhamos a técnica o tempo de aplicação e as posições, passando assim
também ao leitor e ao profissional fisioterapeuta confiabilidade na sua aplicabilidade não
trazendo nenhum dano subsequente a aplicação.
O artigo procura passar informações seguras de fontes de confiabilidade, podendo apresentar
ao decorrer citações do próprio criador do conceito Mulligan, mostrando assim que resultados
podemos obter na quebra de restrição de movimento em que nosso paciente se encontra,
levando ao alivio da dor, e trazendo o mesmo as suas atividades diárias normais. Objetivamos
uma contribuição informativa e esclarecedora ao leitor e aos profissionais da área da
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fisioterapia que estão em busca de mas informações, e conhecimento, profissionais que vão
em busca de acrescentar no seu cotidiano de atendimento técnicas renovadoras e praticas de
ser aplicada, pois podemos observa que a busca de novos conhecimentos na terapia manual
vem aumentando devido a vontade do profissional está tendo um desprendimento de
aparelhos eletroterapêuticos.
O conceito Mulligan é um Conceito que chama atenção por abranger técnicas fáceis de ser
manipulado, o interessante também aqui que ela tem o seu diferencial na forma de aplicação
como o paciente ira se posicionar e expondo informações o porquê daquela posição,
informações como estas que são de grande importância. Através do NAGS e SGNAS
podemos chegar a resultados realmente satisfatórios podendo o desalinhamento funcional ser
ajustado, restaurando o movimento da articulação vertebrais através do uso apenas das mãos
ou dedos do terapeuta, é um tipo de tratamento muito delicado e específico. O propósito é
corrigir as restrições na coluna e articulações atingindo de maneira positiva. Ao contrário de
alguns outros métodos de manipulação não específicos, o tratamento não causa um stress
excessivo em ligamentos, trabalhando com o limite anatômico normal da articulação e
estruturas de suporte. A maioria dos pacientes mostra uma visível melhora após uma a sessão.
Problemas agudos frequentemente respondem rapidamente à terapia, ao passo que problemas
crônicos normalmente requerem tratamentos mais longos.
O artigo aqui proposto tem como objetivo instigar o leitor a se aprofundar no conceito
Mulligan não apenas se limitando na leitura deste artigo e sim indo à busca de novas
informações sobre as outras técnicas que o conceito Mulligan abrange, dando incentivo de
novas pesquisas para o enriquecimento e a valorização do profissional que busca novas metas
de tratamento através de estudos de confiabilidade, podendo ajudar na sua pratica profissional
dentro dos consultórios, para oferecer um atendimento seguro. Esperamos que durante a
leitura as informações apresentadas venham prender a atenção do leitor, levando a uma
vontade e curiosidade de aplicação, tendo em consideração que passamos informações
seguras e explicamos como a técnica deve ser aplicada, em que posição melhor se aplica a
técnica, tipos de informações na qual hoje encontramos dificuldades de encontrar em muitos
artigos hoje proposto deixando o leitor desmotivado por busca de fontes de conhecimento
cientifico.
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