Conhecimentos produzidos em universidades garantem produção de patentes Instituições de ensino superior representam metade das 10 organizações que lideram o ranking de concessões feitas entre 2003 e 2012 http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2013/09/17/internas_economia ,388644/conhecimentos-produzidos-em-universidades-garantem-producao-de-patentes.shtml Diego Amorim Publicação: 17/09/2013 18:26 Atualização: 17/09/2013 18:35 São Paulo – O conhecimento produzido em universidades públicas respondeu pela maior parte da produção de patentes no Brasil nos últimos 10 anos, segundo estudo divulgado nesta terçafeira (17/9) pela Thomson Reuters. Instituições de ensino superior representam metade das 10 organizações que lideram o ranking de concessões feitas entre 2003 e 2012. Juntas, Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e as universidades federais de Minas Gerais (UFMG), do Rio Grande do Sul (UFRS) e do Paraná (UFPR) somaram 1.028 invenções registradas no período, o equivalente a 52,8% do total desse universo das 10 maiores promotoras de patentes no país. A pesquisa reforça que o Brasil ocupa o 14º lugar no ranking mundial de publicação de artigos científicos: foram 46.795 documentos em 2012. E o crescimento se mostra sustentável, acrescentou o vice-presidente da unidade de negócios e propriedade intelectual da Thomson Reuters, Rob Willows. “Em qualquer sociedade, não faltam idéias. O desafio é torná-las práticas”, disse ele, em seminário sobre o tema ontem, em São Paulo. Um quarto dos pedidos de patente no Brasil é feito por pessoas ou empresas que não residem no país - em sua maioria multinacionais interessadas em proteger a marca. “Temos de mostrar que patente não é só coisa de americano ou de multinacional”, afirmou o presidente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), Jorge Ávila. Para propagar a cultura da inovação, é preciso insistir na importância de interação entre universidades e mercado, sustentou a representante do programa de propriedade intelectual da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Maria Cláudia Nunes. “De nada adianta uma patente na academia, se ela não chegar à indústria para gerar emprego, renda e ajudar a desenvolver o país”, argumentou. Leia mais notícias em Economia Entre 2003, e 2012, o número de pedidos de patentes saltou 106% no Brasil: saiu de 16 mil para 33 mil. Este ano, apesar das insistentes dificuldades operacionais enfrentadas pelo Inpi – sobretudo a de uma equipe defasada diante da demanda crescente – devem chegar ao órgão um total de 40 mil solicitações. “O nível de conhecimento e criatividade no Brasil é imenso, mas vocês ainda precisam acelerar os trabalhos”, comentou Willows. O tempo de espera para ter uma patente concedida no Brasil tem sido de pelo menos seis anos, podendo chegar a 11 anos em casos mais complexos. “Em qualquer parte do mundo, esse processo é demorado. Há, sim, um atraso, mas seria burrice frear a demanda até que o instituto se consolide”, sublinhou o presidente. Willows chamou a atenção, ainda, para a necessidade de priorizar a qualidade das patentes. E questionou, inclusive, o “boom” de propriedade intelectual pelo qual passa a China, a segunda no ranking mundial, atrás somente dos Estados Unidos. “Eles (os chineses) estão concedendo muitas patentes que talvez não sejam válidas no futuro”, ponderou. As 10 mais Maiores detentores de patentes no Brasil entre 2003 e 2012: Detentores das patentes Petrobrás Unicamp USP UFMG SEMEATO FAP-SP UFRS Comissão Nacional de Energia Nuclear Whirlpool UFPR Nº de patentes 450 395 284 163 157 140 105 87 83 81 INPI economiza mais de R$ 1 milhão com serviços Internet http://www.rioinfo.com.br/inpi-economiza-mais-de-r-1-milhao-com-servicos-internet/ 2013-09-19 09:48:04 Convergência Digital, por Ana Paula Lobo- 18/09/2013 Há sete meses em funcionamento, os serviços ePatentes e ePatentes depósito, criados pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual, fizeram o tempo de atendimento ao usuário cair à metade – de 120 dias para 60 dias. Também excluíram a impressão de cerca de 45 mil folhas/mês de documentos, revela Jaime Neiva Souza, examinador de patentes do INPI, que participou do Rio Info 2013. Na sua apresentação, um tema chamou a atenção: a desburocratização do atendimento ao cliente do INPI. “No começo não foi fácil. Havia todo um paradigma cultural para ser modificado. Mas ao fazermos o ajuste fino, o processo andou muito mais rápido”, contou. Uma das ações importantes, destacou, foi a exigência da certificação digital. “Trabalhamos com advogados, mas muitos deles resistiram a aceitar um documento assinado digitalmente como legal. Quebramos essa barreira e, hoje, a devolução de documentos por erros nossos caiu 15 vezes. Além disso, 1200 formulários deixaram de ser preenchidos por mês por funcionários terceirados. Agora, todo o processo é automático e há um acompanhamento em tempo real da solicitação”, acrescentou o examinador de patentes. Os sistemas do ePatentes e do ePatentes Depósito foram desenvolvido em linguagens Java, PHP e MySQL, aderentes às plataformas de código aberto. Mas há também o sistema de cliente/servidor – no caso do ePatentes Depósito – que o cliente instala um aplicativo no seu PC e depois remete ao INPI. “Reduzimos assim bastante a possibilidade de erros. Funciona como a Receita Federal. E no caso do ePatentes, por exemplo, incluímos o QRCodes para acompanhamento por smartphones”, ressalta. O uso da tecnologia já trouxe ganhos financeiros ao INPI – que vive um momento complexo de recursos. Segundo Jaime Souza, em sete meses, já houve uma economia de aproximadamente R$ 1 milhão. FAPESP está entre as maiores em registro de patentes no Brasil, aponta estudo http://agencia.fapesp.br/17895 19/09/2013 Por Noêmia Lopes Agência FAPESP – De 2003 a 2012, a FAPESP registrou 140 patentes, número que a coloca na sexta posição entre as dez maiores organizações brasileiras por volume de invenções. É o que indica o relatório Brasil – Atuais desafios e tendências da inovação, resultado de um estudo feito pela empresa provedora de informação Thomson Reuters e divulgado na terça-feira (17/09), durante o Workshop Propriedade Intelectual e Inovação: O Impacto no Crescimento do Brasil – evento promovido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), pela Thomson Reuters e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo. A pesquisa também listou os maiores detentores de patentes para o ano específico de 2011, quando a FAPESP obteve 38 registros, o quarto maior volume do país. “Ambas as colocações refletem o crescimento do apoio a pequenas empresas inovadoras do Estado de São Paulo, por meio do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE)”, disse Sérgio Robles Reis de Queiroz, coordenador adjunto de Pesquisa para Inovação na FAPESP. De acordo com Queiroz, os números representam apenas uma parcela das patentes concedidas a partir de apoios da FAPESP. Isso porque a titularidade é da entidade financiadora somente quando há pagamento de bolsas aos pesquisadores – caso contrário, as próprias empresas são as titulares. No ranking de 2011 da Thomson Reuters, as duas primeiras colocadas foram a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com 51 e 42 patentes, respectivamente. “Uma parte dos projetos que geraram essas patentes também deve ter recebido recursos da FAPESP”, disse Queiroz, fazendo referência ao Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE). Já no ranking de 2003 a 2012, a Unicamp figura na segunda colocação (com 395 registros), atrás apenas da Petrobras (com 450 registros), e a USP aparece em terceiro lugar (com 284 registros). “O fato de instituições públicas serem as principais patenteadoras no Brasil é revelador da fragilidade das empresas privadas em ocupar esses lugares, o que é usual em outros países do mundo”, disse Queiroz. Sobre esse aspecto, o relatório da Thomson Reuters cita a dificuldade de criar oportunidades de mercado, ante períodos de tramitação das decisões sobre patentes de até oito anos – ou seja, uma tecnologia poderia se tornar obsoleta antes mesmo de a patente ser concedida. O relatório aponta ainda uma tendência de crescimento na atividade inovadora brasileira. De 2003 a 2008, os pedidos de patentes nacionais aumentaram 26% (medição feita a partir dos pedidos considerados prioritários). Em 2009, houve queda para o patamar de 2003, atribuída à recessão econômica global. Desde então, os níveis voltaram a crescer, atingindo, em 2011, 12% acima do registrado em 2003. Computadores digitais, produtos naturais, tecnologia automotiva e aparelhos eletrodomésticos estão entre as principais categorias de patentes concedidas na última década. Apesar da alta verificada, o Brasil segue bem distante, por exemplo, da China, cuja atividade de patenteamento cresceu 600% entre 2003 e 2011. Todos os dados relativos a patentes foram obtidos a partir do banco de dados do Thomson Reuters Derwent World Patents Index (DWPISM). Pesquisa científica O cenário da produção científica no Brasil – outro aspecto do estudo da Thomson Reuters – foi investigado com o auxílio da base internacional Web of Knowledge. Em 2012, os cientistas brasileiros publicaram 46.795 artigos científicos em periódicos catalogados pelo Thomson Reuters Science Citation Index, colocando o país na 14ª posição mundial (uma a menos em relação a cinco anos antes). Entre as áreas tecnológicas com maior produção científica figuram medicina clínica, ciências de plantas e animais, ciências agrárias, química e física. Citando o mais recente Relatório de Ciências da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), de 2010, o estudo da Thomson Reuters menciona ainda que 90% dos artigos do Brasil partiram de universidades públicas e que o número de pessoas com doutorado cresceu de 554 em 1981 para 10.711 em 2008.