RELATÓRIO DE VIVÊNCIA– DIA 01/08/2014 Programa Melhor em Casa Na manhã de hoje, visitamos uma Unidade de Pronto Atendimento – UPA na cidade de Chapecó-SC. Fomos recebidos por uma das quatro fisioterapeutas que atuam nas equipes deste serviço, a mesma nos contextualizou em relação as práticas que são desenvolvidas pela UPA bem como nos apresentou a estrutura física do local. A intenção da vivência era conhecer o funcionamento do Programa Melhor em Casa, que está inserida na UPA devido ao espaço. Lembrando que são serviços diferentes um do outro, o programa está ocupando um espaço da UPA, mas desenvolve atividades separadas. Esse programa foi inserido no município recentemente, aproximadamente há uns quatro meses. Tendo como objetivo atender a população acamada do município, realizando um cuidado domiciliar, de atenção a esses pacientes. O município conta com duas equipes para o programa, contendo quatro fisioterapeuta, um médico, um enfermeiro, e duas técnicas de enfermagem. Atualmente o município conta com aproximadamente 200 pacientes acamados, com diagnósticos diversos (TCE, sequela de AVC, Parkinson, etc.), sendo que o acesso ao serviço é por encaminhamento, a ESF entra em contato com o programa, através de e-mail, e solicita uma avaliação para determinado paciente; a equipe vai até o domicilio e avalia o paciente e a partir de então, inicia os atendimentos de fisioterapeuta, médico e de enfermagem; caso haja a necessidade de um encaminhamento para outros profissionais (psicólogo, assistente social, entre outros) o programa entra em contato com esses profissionais e solicita esse encaminhamento. Todas as intervenções realizadas pelo programa é registrado no sistema municipal de prontuário eletrônico, nesse sentido fica a disposição dos profissionais da ESF, que podem acessar para saber quais são as intervenções que foram realizadas para o paciente x. O desligamento do paciente ao programa é feito com a evolução do quadro clinico, do mesmo, para melhora. Por ser inserido no município recentemente, o programa ainda conta com algumas limitações de atendimento: não possui carro próprio para o atendimento ao domicilio, não possui um local exclusivo para a equipe, tendo que ocupar um espaço em outro serviço, mas apesar desses pontos negativos, o serviço prestado é de grande valia para a população acamada, sendo que essa população muitas vezes fica sem um atendimento de saúde qualificado por não conseguir acesso ao serviço devido a sua condição de saúde. Surgiu a proposta durante a vivência na UPA para realizarmos juntamente a enfermeira e a médica uma Visita Domiciliar (VD). A VD aconteceu na casa de um paciente portador de diabetes acompanhado pela equipe da UPA que encontra-se a nove anos acamado, onde os cuidadores são principalmente a família e os profissionais dos serviços de saúde. A VD deste dia teve como objetivo a avaliação da evolução clínica do paciente, sendo assim, a enfermeira aferiu os sinais vitais e a médica analisou os ferimentos enquanto a nora do acamado realizava a troca do curativo. Por fim, o prognóstico se sucedeu de forma positiva, pois houve uma grande evolução desde a última visita. Unidade Básica Aldeia Kondá No período vespertino a vivencia ocorreu na UBS da área indígena da Aldeia Kondá no município de Chapecó. A unidade conta com uma ESF composta por um enfermeiro, uma técnica de enfermagem, uma atendente/recepcionista, um médico ESF, uma dentista e um auxiliar odontológico, três ACS; a aldeia conta ainda com o serviço de um nutricionista e de um assistente social no polo base – SESAI (Secretaria de Saúde Indígena). A UBS possui há aproximadamente 14 anos, sendo que a estrutura física é pequena, contendo um consultório médico, uma recepção, uma farmácia, um consultório odontológico, um sanitário, e uma sala de curativo, essa estrutura não supre com a demanda do local, pois há falta de espaço para o enfermeiro e para os ACS. O serviço odontológico dispõe de 20 horas semanais. Não há informatização do sistema, sendo que os registros em prontuários são escritos em papel. A unidade realiza atividades de grupos de prevenção e promoção da saúde, sendo eles: idosos, gestantes, hipertensos, diabéticos, adolescentes, saúde mental, saúde da mulher, puérpera, planejamento familiar, menores de cinco anos, e saúde do homem. As atividades de grupo acontecem uma vez ao mês, cada grupo. A aldeia realiza conselhos locais de saúde, onde os índios são bem ativos e participam “em peso”. Quando perguntado ao enfermeiro qual seria a maior dificuldade do local, o mesmo relatou que inicialmente a maior dificuldade foi criar um vínculo com os indignas, outro ponto foi a questão financeira, pois os recursos são poucos, ocorrendo falta de medicamentos e verba para matérias de insumos e revitalização da obra, reforma da estrutura física, uma dificuldade relatada também é quanto aos índios mais velhos que não aceitam que os familiares sejam atendidos pela UBS, preferindo os chás de ervas medicinais, que são puros da natureza, chegando até a discutir com o profissional enfermeiro. Os agravos mais comuns são os problemas respiratório, por estar localizada próximo ao rio, o sol demora a aparecer no local, ficando por dias encoberto de neblina até meia tarde do dia, e em dias de inverno o mesmo nem aparece, ficando totalmente encoberto de neblina a aldeia.