CLÍNICA, CIRURGIA E TERAPÊUTICA CLINIC, SURGERY AND THERAPY Resumos 13º Congresso Brasileiro de Hansenologia 13 th Brazilian Leprosy Congress 21 a 25 de novembro de 2014 November 21-25, 2014 Curitiba-Paraná-Brasil IMUNOMODULAÇÃO NA RR EM PACIENTES BL. (1) (2) (3) (4) Luciana Nahar dos SANTOS , Pedro Henrique Lopes da SILVA , Iana Soares PESSOA , Julli de Mattos ALVES , (5) (6) (7) José Augusto da Costa NERY , Euzenir Nunes SARNO , Danuza ESQUENAZI . Laboratório de Hanseníase - IOC/FIOCRUZ (1-7) . Introdução: A reação reversa (RR) da hanseníase também chamada de reação do tipo I é um quadro súbito com lesões cutâneas e neurais agudas, podendo ocorrer em qualquer momento da evolução clínica da hanseníase, inclusive após a cura bacteriológica, sendo mais prevalente em pacientes com as formas intermediárias (BT, BB e BL) da doença. Apesar de largamente aceito o envolvimento de mecanismos imunológicos na RR, o papel da resposta imune celular contra o M. leprae nesses episódios ainda não está esclarecido, uma vez que pacientes anérgicos e/ou hiporrespondedores podem apresentá-los. Objetivo: No presente estudo caracterizamos as subpopulações de linfócitos T sanguíneos envolvidas na RR assim como suas atividades funcionais. Materiais e Métodos: De um total de 32 indivíduos estudados, foram analisados 12 pacientes BL em RR, 10 pacientes BL não reacionais acompanhados no Ambulatório Sousa Araújo do Laboratório de Hanseníase do IOC/Fiocruz e 10 indivíduos sadios de área endêmica para a hanseníase. As análises fenotípica e funcionais foram realizadas por meio de citofluorimetria de fluxo multiparamétrica. Para os ensaios in vitro, as células mononucleares de sangue periférico (PBMC) dos pacientes foram cultivadas e estimuladas com M. leprae (ML, 20 g/mL) e enterotoxina B de Staphyilococcus aureus (SEB, 1g/mL) por 6 horas. Para detectar a resposta proliferativa, as células foram incubadas com carboxifluoresceína diacetato succinimidil éster (CFSE) e estimuladas com ML e SEB por 5 dias. A análise dos genes que codificam os fatores de transcrição críticos para a diferenciação de linfócitos T foi realizada por reação da polimerase em cadeia quantitativa em tempo real (qRT-PCR) a partir de sangue total. Resultados: Os resultados obtidos em nosso estudo sugerem que na abertura da RR, STAT4 e T-bet são preferencialmente expressos in vivo. Observamos ainda diminuição ex vivo na frequência de linfócitos T virgens (TNAÏVE) no grupo RR e a prevalência nesses pacientes de linfócitos T efetores (TEF) e de memória (TCM para memória central e TEM para memória efetora) previamente ativadas. As mesmas observações e conclusões podem ser aplicadas no que concerne à resposta proliferativa, uma vez que linfócitos T CD4+ e CD8+ do grupo RR proliferam in vitro espontaneamente e em resposta ao M. leprae. As células produtoras de IFN-- foram observadas em todas as subpopulações de linfócitos T do grupo RR, incluindo TNAÏVE. No grupo RR também observamos frequências aumentadas de células TEF, TCM e TEM CD4+ e CD8+ produtoras de TNF. Além disso, nas mesmas condições, observamos frequência significativa de células TEF produtoras de IL-10. Conclusão: Em conjunto, nossos dados sugerem ativação Th1 in vivo como fator preponderante na gênese da RR em pacientes BL, com participação tanto de linfócitos T CD4 quanto de CD8+, produtores de IFN-Além disso, ao contrário do observado em pacientes com a forma BT, nos BL a frequência significativa de linfócitos TEF ex vivo produtores de IL-10 aponta para uma imunomodulação na evolução da RR. Palavras-chave: reação reversa; linfócito T; citocinas. Apoio Financeiro: CNPq e PAPES VI/Fiocruz (processo 407838/2012-0). Hansen Int. 2014; 39(Suppl 1): 43 ISSN: 1982-5161 (on-line) Hansenologia Internationalis