Universidade Técnica de Lisboa Instituto Superior Técnico Química Orgânica 4 – Identificação de compostos orgânicos Grupo 5: Mafalda Sottomayor Negrão, nº 62847 Pedro Castel-Branco, nº 62830 Mestrado Integrado em Engenharia Biomédica 2 Índice Índice........................................................................................................................................ 2 Resumo..................................................................................................................................... 3 Introdução teórica .................................................................................................................... 3 Procedimento experimental...................................................................................................... 4 Resultados e discussão.............................................................................................................. 6 Resposta às questões adicionais................................................................................................ 7 Bibliografia ............................................................................................................................... 7 Junho 2009 3 Resumo O objectivo deste trabalho foi identificar qualitativamente um composto orgânico através de uma sequência de testes feitos em micro escala. Chegou-se à conclusão que o composto X desconhecido era uma ciclo-hexanona. Introdução teórica Existem compostos orgânicos com características bastante diferentes. É, portanto, possível identificá-los através da execução de alguns testes (presentes na secção “Procedimento experimental”). A tabela seguinte apresenta os compostos testados e duas das suas características (solubilidade em água e chama formada no teste da ignição). Junho 2009 4 Procedimento experimental Depois de escolhido um de vários compostos desconhecidos, procedeu-se conforme o guia de laboratório [1]. Teste nº 1 – Solubilidade em água Deite num tubo de ensaio 3 mL de água e 5 gotas do composto “X”. Agite durante 1 minuto. Se alguma porção do composto se separar como uma fase, é considerado insolúvel à temperatura ambiente. Teste nº 2 – Ignição Deite duas gotas do composto “X” numa espátula e aplique directamente uma chama de pequena intensidade, levando-o à ignição. Uma chama limpa, por vezes azulada devido ao oxigénio, revela certamente uma substância alifática simples e com alto grau de saturação. Uma chama fumegante e fuliginosa é indicadora de polinsaturação, quer de compostos aromáticos, quer de alifáticos com várias ligações duplas. Também podem arder de modo semelhante, compostos alifáticos cíclicos insaturados e compostos com estruturas policíclicas complexas. Teste nº 3 – Teste de Baeyer (oxidação suave com permanganato de potássio) Deite num tubo de ensaio 2 mL de água ou etanol aquoso e 3 gotas do composto “X”. Adicione 1 gota de uma solução de KMnO4 (2%) e agite. O teste é positivo para Junho 2009 5 aldeídos, fenóis e alcenos, desaparecendo a cor púrpura e precipitando MnO 2 castanho. Quando o solvente é etanol, pode dar-se uma mudança gradual da cor. Teste nº 4 – 2,4-dinitrofenilhidrazina Deite num tubo de ensaio 5 gotas de etanol, 5 gotas do composto “X” e 5 gotas duma solução de 2,4-dinitrofenilhidrazina. Aldeídos e cetonas formam rapidamente 2,4dinitrofenilhidrazona que é um precipitado amarelo para o caso de compostos alifáticos simples e cor de laranja ou vermelho para compostos aromáticos. Alguns alcenos diminuem a solubilidade da 2,4-dinitrofenilhidrazina, fazendo-a precipitar na forma de agulhas vermelhas, o que pode levar a uma falsa leitura positiva. Teste nº 5 – Teste do iodofórmio Deite num tubo de ensaio 3 mL de água, 0,5 ml de uma solução de I 2/KI e 3 gotas do composto “X”. Adiciona-se gota a gota uma solução de NaOH (10%) com agitação, até a cor escura do iodo mudar para amarelo luminoso. O teste é positivo se, 2 minutos depois for visível um precipitado amarelo ou uma suspensão leitosa (iodofórmio) devido à clivagem oxidativa das cetonas metílicas. Alcoóis secundários oxidam-se na presença da solução de iodo, formando cetonas metílicas; logo também este teste é positivo para este tipo de compostos. Teste nº 6 – Teste do FeCl3 para fenóis Deite num tubo de ensaio 20 gotas de uma solução aquosa de FeCl3 (5%) e adicione 3 gotas do composto “X” com agitação. Se aparecer uma cor intensa, mudando de púrpura para castanho avermelhado e depois para verde, estamos então na presença de um fenol, que forma um complexo de Fe (III). Teste nº 7 – Teste do nitrato de cério para alcoóis Deite num tubo de ensaio 8 gotas da solução de hexanitrato de cério e amónio e adicione 3 gotas do composto “X” com agitação. O teste é positivo se aparecer rapidamente uma cor vermelha devido à complexação do cério (IV) com o álcool. Com o passar do tempo, a cor vermelha vai aclarando devido à redução do cério (IV) a cério (III), mas é a cor vermelha inicial que identifica um álcool. Teste nº 8 – Teste de Lucas Deite num tubo de ensaio 25 gotas da solução de ZnCl2 e 9 gotas do composto “X”. O teste é positivo se aparecer uma suspensão nebulosa devido à formação de um halogeneto de alquilo. O tempo de formação revela o tipo de álcool. A reacção dá-se através de um carbocatião como intermediário que se forma muito rapidamente com alcoóis terciários. Um álcool 3ário demora 1minuto a produzir a suspensão. Um álcool 2ário demora 7 minutos a produzir a suspensão. Um álcool 1ário não reage neste período de tempo. Se identificar um álcool 2ário, deve fazer o teste do iodofórmio para ver se existe um grupo metilo adjacente ao carbono carbonílico. Teste nº 9 – Adição de bromo às duplas ligações Faça este teste na hotte! Deite num tubo de ensaio 2 mL de CCl4 e 8 gotas do composto “X”. Adicione gota a gota e com agitação a solução de Br2/CCl4. A cor vermelha do bromo desaparece devido à formação do dibrometo incolor. Junho 2009 6 Resultados e discussão Teste nº 1: Verificou-se que o composto X é insolúvel em água; Teste nº 2: Observou-se uma chama limpa, revelando uma substância alifática simples e com alto grau de saturação. Figura 1: Execução do teste da ignição, observando-se uma chama limpa. Teste nº 3: Não ocorreu formação de um precipitado castanho, observando-se a manutenção da cor púrpura: o teste é negativo. Conclui-se que não se trata de um fenol, nem de um aldeído ou de um alceno. Teste nº 4: Formou-se um precipitado amarelo (2,4-dinitrofenilhidrazona). O composto X apenas pode ser um aldeído ou uma cetona. Como o aldeído foi descartado no teste nº 3, trata-se de uma cetona. Em baixo segue-se a reacção que levou à formação do precipitado amarelo: Teste nº 5: O teste foi negativo, não se observou um precipitado amarelo nem uma suspensão leitosa. O composto X é uma cetona não-metílica. Como o composto não é solúvel em água e no teste da ignição se observou uma chama limpa, conclui-se que se trata de uma ciclo-hexanona (de acordo com a tabela apresentada na secção “Introdução Teórica”). Junho 2009 7 Resposta às questões adicionais 1 - Desenhe a estrutura do composto “X” entretanto identificado. Figura 2: Estrutura plana e estrutura em “cadeira” da ciclo-hexanona. 2 - Interprete os resultados obtidos e mostre as reacções químicas que se deram para o caso dos testes positivos. Os resultados obtidos e a reacçãp química para o único teste positivo são apresentados na secção “Resultados e Discussão”. Conclusão Após a execução dos testes acima referidos, concluíu-se que o composto X era uma ciclohexanona e que é possível identificar um composto orgânico através de uma série de testes. Bibliografia [1] Simão, Dulce; Ascenso, José; Seabra, Mª Amélia; Química Organica – Laboratório; IST – Departamento de Engenharia Química e Biológica, 2º Semestre 2008/2009 Junho 2009