CartaMolecular ® O Centro de Genomas Compartilhando Informação Nº 53 “Deixe seu alimento ser seu Medicamento” Assim já dizia Hipócrates Dessa vez, essa frase foi título de um estudo de revisão publicado em 2015 por Masconi e McHugh, pesquisadoras do Departamento de Psiquiatria da Escola de Medicina da Universidade de Nova Iorque. O estudo menciona a relação da nutrição como fator modificável mais importante quando se trata do risco para o desenvolvimento da Doença de Alzheimer (DA) - doença neurodegenerativa caracterizada pela progressiva deterioração e morte de neurônios - que leva ao déficit de memória, da razão e da linguagem até a progressão mais crítica, quando impede as atividades diárias da pessoa. Estima-se que nos EUA 5,2 milhões de pessoas de todas as idades tenham a DA e, que se a progressão continuar no mesmo ritmo, em 2050 chegarão a 13,8 milhões de americanos com DA. O diagnóstico para DA é baseado na identificação de lesões patológicas que envolvem o acúmulo das placas betaamilóide no espaço extracelular e nos vasos sanguíneos, além dos emaranhados neurofibrilares intracelulares. Pelo fato das lesões serem permanentes e acarretarem perda de função neuronal, identificar a fase pré-clínica da DA pode significar uma importante oportunidade para a assistência ao paciente. A presença de um alelo E4 em APOE faz com que ela diminua a afinidade pelos LDLR, levando à lipotoxicidade do ambiente intracelular. Ainda, o consumo de uma dieta rica em lipídios saturados e trans prejudicam a comunicação de LDL-LDLR, favorecendo ainda mais a toxicidade, que é sistêmica. O padrão de dieta parece influenciar na função cerebral. A figura abaixo extraída do artigo mostra que o consumo de uma Dieta Padrão Mediterrânea é mais favorável para a boa saúde mental (barras azuis x barras vermelhas) e diferentes áreas podem ser afetadas. Uma dieta rica em micronutrientes com vitamina E (alfatocoferol), vitamina D, vitamina B12 e ômega 3 (EPA e DHA) pode fortalecer e aumentar o saldo de saúde mental. DA pode ser dividida em: Início Precoce e Início Tardio ou DAIP e DAIT, respectivamente. Os casos de DAIP são mais raros e são caracterizados como mutação genética autossômica dominante com penetrância quase completa e os sintomas aparecem antes dos 60 anos de idade. Atualmente, ainda em fase de testes, podemos citar a imunoterapia para a proteína beta amilóide em pacientes carreadores da mutação. Todavia, sendo a AD uma doença neurodegenerativa, sua fase tardia (após os 60 anos) pode ocorrer em mais pessoas. A boa notícia é que se trata de uma doença multifatorial que abrange a herança genética com o meio ambiente ao qual cada indivíduo é exposto. Quando o assunto é a DAIT, o gene mais estudado é a apolipoproteína E (APOE), cujas isoformas E2/E4, E3/E4 ou E4/E4 estão associadas com maior risco para o desenvolvimento de DA. Então, conhecer sua variante genética pode te dar aquele incentivo a mudar o seu conceito de estilo de vida e te influenciar a escolhas mais saudáveis, mais assertivas, mais personalizadas. Ficou interessado? Venha conhecer nosso teste: A APOE participa do metabolismo de lipídios e está presente nas lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL) e de baixa densidade (LDL). Ela é sintetizada no fígado, mas o cérebro é considerado o segundo sítio onde ocorre a maior síntese de APOE devido à presença dos astrócitos. Fisiologicamente, os receptores de LDL (LDLR) tem mais afinidade pela APOE e isso faz com que a captação de LDL seja mais efetiva e que suas concentrações plasmáticas reduzam e assim colabore para reduzir o risco de dislipidemias, por exemplo. • Risco de desenvolvimento de doença de Alzheimer Tardio e Precoce REFERÊNCIAS: Mosconi L, McHugh PF. Let Food Be Thy Medicine: Diet, Nutrition, and Biomarkers' Risk of Alzheimer's Disease. Curr Nutr Rep. 2015 Jun 1;4(2):126-135. Certificações: WWW.CENTRODEGENOMAS.COM.BR NTO: Rua Leandro Dupré, 967 - Vl. Clementino - São Paulo / SP. ADM: Rua Loefgreen 1304, 1º andar - Vl. Clementino - São Paulo / SP. Autoria: Drª Tatiane Fujii, Ms, PhD Revisão: Drª Michelle Vilhena, MD, MBA Todas as edições estão disponíveis para consulta, acesse: www.cartamolecular.com.br