O POPULAR – 05/09/16 CAPA EDITORIAL Contra o déficit na saúde Levantamento do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) divulgado semestre passado aponta a falta de médicos como o principal problema do Sistema Único de Saúde (SUS). O instituto ouviu 2.773 pessoas de todas as regiões do país, das quais 57,9% usaram ou acompanharam familiares para atendimento nos 12 meses anteriores à pesquisa. Dentre os que não utilizaram o sistema público, a falta de médicos foi apontada como principal problema por 58,8% deles. Embora de abrangência nacional, a pesquisa traduz de certa forma o sentimento reinante em Goiânia. Nas 61 unidades com Programa de Saúde da Família, há o déficit de 24 profissionais e mais de 400 agentes de saúde, aponta reportagem nesta edição. É nesta estatística que o serviço público manifesta omissão. Os responsáveis pela atenção primária da Secretaria de Saúde se defendem apontando para o limite de equipes autorizadas pelo Ministério da Saúde. A transição de poder sempre acrescenta instabilidade aos gestores públicos, sobretudo aqueles em descompasso com o poder em Brasília. Mas a superação de diferenças é gesto humanamente esperado. COLUNA SEMÁFORO VIDA URBANA Déficit de médicos afeta Centros de Saúde da Família em Goiân ia Falta de profissionais prejudica atendimento nos CSF. Acompanhamento primári o em alguns bairros fica somente em determinadas quadras Nayane Samara, de 26 anos, moradora do Recanto das Garças, tem que se deslo car para o Setor Cristina, em Trindade, por falta de médico no CSF do bairro Sarah Teófilo [email protected] Os Centros de Saúde da Família (CSF) de Goiânia vivem uma realidade difícil com a falta de médicos e outros profissionais da saúde básica. Nas 61 unidades, há o déficit de 24 profissionais e mais de 400 agentes de saúde. Divididos por regiões da cidade, é nos postos que usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) têm atendimentos básicos, como pré-natal, acompanhamento de hipertensos e acesso a medicamentos. No entanto, com a falta de médicos, as equipes ficam incompletas e atendem bairros em partes. Em alguns centros, os médicos atendem quadras específicas e quando faltam ao serviço o colega não pode atender seus pacientes Déficit de médicos afeta Centros de Saúde da Família em Goiânia O CSF Parque dos Buritis está há cinco meses sem o médico da equipe que atende à tarde três bairros da região. Por enquanto, Nayane Samara, 26 anos, moradora do Recanto das Garças, tem que se deslocar para o Setor Cristina, em Trindade, para conseguir atendimento aos filhos de 3 e 5 anos. Mesmo indo pela manhã ao posto de saúde, a jovem não consegue ser atendida porque a equipe só atende outros bairros ou quadras. “Eles falam que não recebem se você é de outra equipe.” No Cerrado VI, o CSF foi inaugurado em 2012 para atender a população da região, o que não tem sido feito em plenitude. Dos dois consultórios para dentistas, um está vazio e o outro possui duas cadeiras odontológicas com aparência nova, mas empilhadas. A estrutura da farmácia existe, mas está vazia. O local possui uma médica, que durante as férias em julho e a licença-maternidade de seis meses no ano passado, não foi substituída. A equipe atende as quadras 15 a 19 e 24 a 35. “Eles só atendem os prédios do governo. Nunca vi um posto enorme daquele e sem nada”, disse Avanildes Ribeiro, 70 anos, se referindo ao programa federal “Minha Casa, Minha Vida”. A manicure Elaine Cristina da Silva, de 28 anos, descobriu estar grávida e procurou o CSF, mas foi orientada a buscar o teleconsulta. Agora no terceiro mês de gestação conseguiu o primeiro atendimento no Jardim Guanabara, a 28 quilômetros de onde mora; Os moradores relatam que quando precisam de atendimento vão ao Cais do bairro Goiá. Os irmãos Darlan de Sousa Santos, de 24 anos, teve dengue no final do ano passado, foi ao local e não conseguiu sequer soro para hidratação oral. Um telefone da unidade estaria cortado. Secretaria busca aumentar equipe de profissionais nas unidades Sarah Teófilo/[email protected] Gerente de atenção primária da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, a médica Francine Leão dizque o município está com o limite de equipes autorizadas pelo Ministério da Saúde e que desde setembro do ano passado solicita aumento para o órgão. Sobre o CSF do Cerrado VI, ela explicou que não há déficit de funcionários. “A equipe foi para atender determinada área, mas aquela é uma região em expansão. Pode ser esta a questão”, afirmou. Sobre o atendimento restrito, a médica disse que há um protocolo com um teto de quantidade de pessoas por equipes. “Planejamos Goiânia inteira. Não tem só Cerrado como local difícil. A gente prioriza os com maior demanda”, disse, afirmando que a população pode recorrer ao teleconsulta. Em nota, a SMS informou que tenta solucionar os déficits existentes em todas as redes. Conforme a pasta, a vigência do último concurso acabou em julho e por ser período eleitoral não é possível abrir novos processos seletivos. Mesmo que especificamente no caso do Cerrado VI a reportagem tenha visto que não dá atendimento odontológico, o órgão disse que não há déficit de profissionais de saúde bucal. Em relação a não substituição da médica da unidade durante período de férias e licença maternidade, a SMS disse que ofertou vaga, mas não houve interessado. Já Francine disse que não é possível substituir nestes casos por risco da profissional perder os direitos ao ser desvinculada. Problema prejudica vacina e farmácia Sarah Teófilo/[email protected] Problema prejudica vacina e farmácia A eventual falta de salas de vacinas e farmácias é outro problema enfrentado pela população que recorre aos Centros de Saúde da Família (CSF). Dos 61 postos, 23 não possuem salas de vacina, sendo a falta de profissionais é o problema em outros três. A gerente de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS), Grécia Pessoni, explica que tenta remanejar funcionários para as regiões onde há maior demanda. Por mais que haja recomendação do Ministério da Saúde para sala em toda unidade básica, o Programa Nacional de Imunização fala que as unidades sejam em locais estratégicos. Dos 61 centros existentes em Goiânia, apenas 25 possuem farmacêuticos. Secretaria prioriza áreas afastadas Grécia explica que a maioria dos frascos de vacina são multidoses, e que se a demanda de um local é pequena, há o risco de se perder doses, já que muitas vacinas depois de abertas duram 6 horas. Seis postos onde a demanda é pequena, por exemplo, a vacinação ocorre uma vez por semana. Também tendo que lidar com a falta de profissionais, as farmácias das UBSs não entregam todos os medicamentos. Desde 2014 passou a ser obrigatória a permanência de um farmacêutico em unidade com farmácia. A gerente de assistência farmacêutica da SMS, Gisela Santana, explicou que a rede possui 133 farmacêuticos, e que número não é suficiente para cobrir todos os postos. Dos 61 CSFs, 36 funcionam sem os profissionais e só 25 possuem a lista completa de medicamentos. A gerência busca colocar farmacêutico em áreas de mais difícil acesso. Conforme Gisela, a legislação é nova e ainda não houve tempo para adequação. A SMS está negociando com o Conselho Municipal de Farmácia, que fiscaliza, para propor um prazo maior de adequação. Com a lei, as farmácias não podem entregar medicamento algum, nem mesmo remédios para hipertensão ou para dor. O POPULAR – 04/09/16 VIDA URBANA DIÁRIO DA MANHÃ – 05/09/16 CIDADES OPINIÃO PÚBLICA DM REVISTA DIÁRIO DA MANHÃ – 04/09/15 COLUNA CAFÉ DA MANHÃ/Ulisses Aesse CIDADES OPINIÃO PÚBLICA O HOJE – 05/09/16 COLUNA XADREZ/Rubens Salomão SER DO BEM O HOJE – 03/09/16 Hospital do Servidor deve custar R$ 67 milhões O HSP encontra-se em fase de acabamentos e já possui 70% da obra finalizada As obras do Hospital do Servidor Público (HSP), em construção desde janeiro de 2015, devem ser concluídas em dezembro, com previsão de atendimento para o primeiro semestre do ano que vem. De acordo com a assessoria do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo), o HSP já possui 70% de sua estrutura finalizada e, neste mês de setembro, será realizada a pavimentação dos estacionamentos. De acordo com informações divulgadas pelo Ipasgo, o presidente do Instituto, Francisco Taveira Neto, visitou o HSP na última quarta-feira (31) para acompanhar o andamento das obras que já estão em fase de finalização, como o bloco de administração, dos consultórios e da estrutura da recepção de exames. Acabamentos A Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) já se encontra em fase de acabamento. Pisos e forro já foram colocados, procedimentos que serão realizados também na UTI neonatal na próxima semana. Além disso, a área do centro cirúrgico já se encontra com o contrapiso finalizado. A pintura nas 38 enfermarias e nos 40 apartamentos já foi iniciada, o forro e os revestimentos já foram concluídos nesses locais. Também foram finalizadas nessas áreas as instalações elétricas e hidráulicas. Nos corredores, ainda falta a conclusão do forro, mas o revestimento, bate-macas e rodapés já estão prontos. As únicas áreas que ainda se encontram em fase bruta e inicial é o bloco de serviços de nutrição, que também abrigará a lavanderia. De acordo com informações do Ipasgo, as paredes e a cobertura estão sendo erguidas e as estruturas serão as últimas a serem concluídas. A montagem dos elevadores já começaram e os equipamentos de ar-condicionado serão montados em breve. Benefícios O HSP servirá a todos os usuários do Ipasgo atendimentos de alta, média e baixa complexidade. Atendimento ambulatorial em diversas especialidades, centro cirúrgico, UTIs neonatal, pediátrica e adulta, além de central de diagnóstico de imagem serão alguns dos serviços prestados. Os hospitais credenciados serão desafogados com o funcionamento do HSP, que qualificará os serviços prestados por outros hospitais credenciados. Serão ofertados 211 leitos, dos quais 18 são destinados à quimioterapia, 22 para emergências, 25 serão para recuperação, 30 leitos em UTI, 40 em apartamentos de internação e 76 enfermarias. Histórico A assinatura da ordem de serviço que autoriza o início das obras foi assinada em dezembro de 2014 pelo governador Marconi Perillo. A construção teve início no mês posterior, em janeiro, e já ultrapassou o prazo de 18 meses estabelecido inicialmente para a conclusão das obras. O valor estimado para a construção dos quase 24 mil m² do HSP era de R$ 67 milhões. O Hospital do Servidor Público terá oito blocos, um deles será divido em três pavimentos, além da construção do estacionamento. O HSP está localizado na Avenida Bela Vista, no Parque Acalanto, em Goiânia. DIÁRIO DE APARECIDA – 05/09/16 CIDADES