métodos por imagens na detecção da ruptura de próteses

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Curso de Tecnologia em Radiologia
Artigo de Revisão
MÉTODOS POR IMAGENS NA DETECÇÃO DA RUPTURA DE PRÓTESES MAMÁRIAS
IMAGES FOR METHODS IN DETECTION OF BREAST IMPLANT RUPTURE
Laila Ferreira Rego Oliveira1, Sunamita Neres de Andrade1, Thalita Lauanna2
1 Aluna do Curso de Radiologia
2 Professora Especialista do Curso de Radiologia
Resumo
Introdução: Os procedimentos estéticos em cirurgias plásticas vêm crescendo muito nos últimos anos, especialmente o implante de
silicone mamário que apresenta benefícios já amplamente reconhecidos, porém, também ocorrem problemas relacionados ao tempo
de uso da prótese como a ruptura da mesma, que pode ser silenciosa e de difícil diagnóstico pelo exame clínico. Neste cenário entra
em cena os exames de diagnóstico por imagem que podem gerar um diagnóstico seguro mesmo em pacientes assintomáticos.
Objetivo: Explanar sobre os métodos de diagnóstico por imagem na detecção da ruptura de próteses mamárias de silicone e
apresentar, segundo estudos, qual dos métodos utilizados será mais preciso no problema apresentado. Materiais e Métodos: A
pesquisa é uma revisão da literatura baseada em artigos na língua inglesa e portuguesa publicados nos últimos onze anos e outras
bases relevantes sobre o tema. Resultado: Cada método e técnica é empregada devidamente as suas aplicações, relacionada ao uso
dos implantes mamários, no qual cada exame tem a sua importância. Conclusão: Com base nos conteúdos estudados evidencia-se
que todos os métodos possuem relevância no diagnóstico de ruptura de prótese mamária, porém o método mais eficaz para a
avaliação da integridade das próteses é a ressonância magnética apesar de não ser muito utilizada devido ao seu alto custo.
Palavras-Chaves: Ruptura de prótese; Cirurgia plástica; Diagnóstico.
Abstract
Introduction: Cosmetic procedures in plastic surgery has been growing in recent years, especially breast silicone implant that provides
benefits already widely recognized, but also there are problems related to the prosthesis usage time as the rupture of the same, which
can be silent and difficult to diagnose by clinical examination. In this scenario comes in the tests diagnostic imaging that can generate a
secure diagnosis even in asymptomatic patients. Objective: Explain the methods for diagnostic imaging in the detection of rupture of
silicone breast implants and present, according to studies, which of the methods will be more accurate in presenting problem. Materials
and Methods: The study is a literature review based on articles in English and Portuguese published in the last eleven years and other
relevant bases on the topic. Result: Each method and technique is properly used their applications, related to the use of breast
implants, in which each test has its importance. Conclusion: Based on the contents studied it is evident that all the methods have
relevance in the diagnosis of breast implant rupture, but the most effective method for evaluating the integrity of the prosthesis is MRI
although not widely used due to its high cost.
Key Words: Break prosthesis; Plastic surgery; Diagnosis.
Contato: [email protected]
Introdução
Nos últimos anos, o Brasil ganhou destaque
no cenário mundial de cirurgias plásticas.
Atualmente, o país ocupa o segundo lugar em
número de procedimentos estéticos, sendo as
próteses mamárias a segunda cirurgia mais
realizada, perdendo apenas para lipoaspiração
(SBCP, 2014).
Os implantes de gel de silicone, além da
função estética, são utilizados em situações de
reconstrução mamária, correção de deformidades
congênitas, traumáticas, entre outras. Os
benefícios
psicológicos
e estéticos deste
procedimento são amplamente reconhecidos,
porém os implantes de silicone podem causar
problemas significativos como a ruptura entre
outros (SCARANELO et al., 2014).
Os implantes mamários de gel de silicone
não foram criados para serem utilizados ao longo
de toda a vida. Neste caso, se a paciente passar
muito tempo com o implante no organismo
provavelmente terá problemas como a ruptura.
Muitas vezes essa complicação é silenciosa,
tornando difícil o diagnóstico pelo exame clínico
(FOOD, 2014).
Neste cenário, entram em cena os exames
por imagens que podem gerar um diagnóstico
seguro e precoce mesmo em pacientes
assintomáticos. Os exames de mamografia,
ultrassonografia e ressonância magnética são
utilizados como os principais meios para avaliar a
integridade dos implantes mamários. Cada exame
tem seu método e sua relevância nesse tipo de
diagnóstico
em
pacientes
sintomáticos
e
assintomáticos (SCARANELO et al., 2014).
O presente trabalho tem como objetivo
explanar sobre os métodos de diagnóstico por
imagens na detecção de ruptura de próteses
mamárias de silicone e apresentar, segundo
estudos, o padrão ouro no diagnóstico do problema
apresentado.
Materiais e Métodos: A pesquisa foi feita a partir
de uma seleção de artigos acadêmicos da língua
inglesa e portuguesa, publicados nos últimos onze
anos nas bases de dados SCIELO e PUBMED.
Foram também inclusos no presente trabalho
revistas acadêmicas, livros didáticos relevantes da
área e dados eletrônicos dos principais órgãos
públicos relacionados ao tema.
Resultado
Os estudos mostram que os usos dos
métodos por imagens são fundamentais para
avaliar o posicionamento e integridade das
próteses mamárias de silicone. Neste caso os
meios de diagnósticos por imagens são
responsáveis para ajudar no planejamento médico
se houver necessidade de intervenções cirúrgicas
de acordo com cada caso. Evidencia-se que todos
os métodos por imagem possuem a sua
importância.
Descoberta do implante mamário
No ano de 1962 o cirurgião plástico Frank
Gerow, iniciou a ideia do implante de mama com
gel de silicone, através da observação de uma
bolsa plástica de sangue, a qual percebeu
semelhança com o seio de uma mulher. Sua
primeira cobaia para o procedimento cirúrgico foi
uma cachorra, chamada Esmeralda, na qual foi
implantada uma prótese em baixo de sua pele,
sendo observados os efeitos adversos por duas
semanas, contudo, tal experimento foi interrompido
visto a cachorra ter mastigado os pontos cirúrgicos,
sendo assim, os pesquisadores foram obrigados a
retirar a prótese. Mesmo com a situação
inesperada, Frank considerou a operação um
sucesso, declarando que os implantes eram
inofensivos sendo recomendado a sua equipe a
repetição do teste agora com mulheres (BOWES e
HEBBETHWAITE, 2012).
Timmie Jean Lindsey foi a primeira mulher a
aceitar participar da experiência de colocação de
implantes de silicone para aumentar o tamanho dos
seios.
Os
cirurgiões
plásticos
ficaram
animadíssimos com acontecimento que decorreu
sem intercorrência, sendo considerado bemsucedido. Após a apresentação dos resultados a
Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica no
ano de 1963, todos da comunidade científica
ficaram entusiasmados com a novidade. As
próteses passaram então a serem implantadas de
maneira crescente, contudo, em 1990 os Estados
Unidos baniram as cirurgias de prótese de silicone,
pois passaram haver suspeitas que o material
trouxesse doenças no sistema imunológico.
Estudos posteriores afastaram essas suspeitas
permitindo assim o país a voltar a fabricação e
realização de procedimentos cirúrgicos, que com
os avanços médicos e científicos dos últimos 50
anos aperfeiçoaram os tamanhos e formatos das
próteses que se tornaram bem mais modernos e
seguros (BOWES e HEBBETHWAITE, 2012).
Revestimento da prótese mamária
No ano de 1970 foram produzidos implantes
com superfícies revestidas visando a diminuição da
migração
da
prótese,
sendo
composta
primeiramente por uma camada texturizada e em
seguida uma camada de poliuretano. A finalidade
da utilização de duas camadas é que ocorra uma
reação leve inflamatória provocada pela superfície
texturizada com uma quantidade pequena de
colágeno causando uma pseudocápsula, reduzindo
assim, o índice de complicações comparado com
os implantes lisos principalmente na redução de
contratura capsular. O implante texturizado possui
uma composição de gel de silicone coesivo em seu
interior preservado por uma fina membrana de
silicone texturizada com a espessura de 1-2 mm, já
o polieuretano é coberto por uma membrana de
espuma, com a mesma espessura (ABREU, 2014).
Os implantes de gel de silicone revestidos
com polieuretano causaram nos Estados Unidos
preocupação. No ano de 1980, especulou-se que o
revestimento poderia gera câncer mamário, uma
vez que a composição do polieuretano foi
considerada instável quando em contato com meio
aquoso, sendo pouco a pouco convertido em
toluenodiamina (TDA). Estudos realizados pelo
National Cancer Institute, em modelo animal,
observaram que após a oferta de uma dieta
contendo TDA os animais passaram a desenvolver
neoplasias mamárias. Na década de 80, exames
laboratoriais adicionais evidenciaram a presença
de TDA na urina de uma paciente que utilizava
implantes de polieuretano sendo mínima a
quantidade, sendo assim, especulou-se que o TDA
poderia ser carcinogênico também em seres
humanos. O Food and Drung Admistration (FDA)
Órgão de Fiscalização e controle de alimentos e
medicamentos dos Estados Unidos, recomendou
que as empresas fabricantes dos implantes de
polieuretano detalhassem as informações sobre os
efeitos adversos, obtendo como resposta a retirada
do mercado dos revestimentos. Posteriormente,
novos estudos, concluíram que o TDA não oferecia
riscos de desenvolvimento de câncer aos humanos
(ABREU, 2014).
Apesar das grandes mudanças e até
suspenção do uso do polierutano no meio das
cirurgias de aumento de mama, ainda mantém-se a
controversa entre as superfícies de silicone. O
polieuretano continou sendo utilizado pelos seus
benefícios relacionados as reações inflamatórias e
consequente menor grau de contratura capsular, e
a superfície texturizada vem sendo usada como
seguimento equivalente (ABREU, 2014).
Complicações nas próteses mamárias
O rompimento do implante é a interrupção da
integridade do mesmo, criando uma variedade de
rompimento, em virtude de defeitos ou o
envelhecimento do implante. Mesmo com sucesso
no procedimento de cirurgia plástica de colocação
do implante, há o risco de ocorrer complicações,
como a ruptura ou a contratura capsular entre
outras, podendo essas complicações serem
imediatas ou tardias. Frente a esse contexto, os
métodos por imagens tornam-se relevantes para a
identificação precoce do rompimento. Estimasse
que 8% das incidências de ruptura são em
pacientes assintomáticos e nos sintomáticos 33%.
O significado de assintomático é quando o paciente
não apresenta sintomas, já o sintomático possui
sintomas como a dor. O risco de ocorrer a ruptura
de uma prótese aumenta com a idade do implante,
com 5 anos a prevalência é de 30%, com 10 anos
50% e acima disso de 70%. A média da idade das
próteses no rompimento é de 10,8 anos (MALAY et
al., 2013).
A ruptura de implante pode ocasionar dores
no peito e alterações no formato da mama,
contudo, tal complicação não se encontra
associada
a
ocorrência
de
neoplasias
(BONTRAGER e LAMPIGNANO, 2012)
Após o implante da prótese mamária, cria-se
uma capsula em volta do implante. Tal resposta
fisiológica mostra-se como um mecanismo de
proteção que em caso de rompimento da prótese,
essa membrana que reveste, faz com que o
silicone fique contido dentro da cápsula fibrosa
impedindo o extravasamento, tal fenômeno
denomina-se rompimento intracapsular (Figura 1B). Contudo, nem sempre a cápsula consegue
conter o material da prótese, ocasionando o
rompimento extracapsular (Figura 1-A), onde o
conteúdo do silicone extravasa para fora da
cápsula, procedendo para o parênquima mamário
(SILVA e ALVES, 2012).
O rompimento
pela paciente, pois o
tecido circundante,
silenciosa que não
ALVES, 2012).
poderá passar despercebido
silicone permanece preso no
ocasionando uma ruptura
causa sintomas (SILVA e
Algumas mulheres aguardam um pouco para
a substituição da prótese quando detectado o
rompimento, entretanto, outras já preferem
substituir o implante somente no caso de sentir
inchaço nas mamas, endurecimento e dor, neste
caso cabe ao médico recomendar o melhor a se
fazer. Em tal situação, torna-se fundamental a
análise através de imagens provenientes de
mamografias, ultrassonografias ou ressonâncias
magnéticas, para ver o tamanho do rompimento e
para recomendar a remoção do implante
(BONTRAGER e LAMPIGNANO, 2012).
Figura 1- Imagem de ressonância magnética da mama,
evidenciando rupturas extracapsular (A) T1 com supressão de
gordura e intracapsular (B). Fonte: Clinica de Campinas.
Contratura Capsular
As cápsulas são consideradas reações
benéficas uma vez que mantém o material das
próteses no seu devido lugar de implantação. Em
situações adversas, esse processo de formação da
cápsula pode gerar complicações que resultam na
formação de uma fibrose constritiva, denominada
contratura capsular, que causa deformações ao
conteúdo, prejudicando a estética das mamas,
levando a rigidez e dor no local (Figura 2). A
contratura capsular é uma alteração na cápsula
que reverte a prótese mamária de silicone, sua
formação faz parte da resposta universal de um
corpo estranho que no caso é a prótese causando
a reação de proteção, contudo exacerbada. A
contratura capsular mostra-se como um processo
de rejeição das próteses mamárias, cabendo ao
médico a avaliação da melhor forma de tratamento,
que pode ser desde a retira das próteses ou até a
realização de incisões na cápsula visando a
recolocação do mesmo implante ou de outro, este
método poderá resolver, mas estudos demonstram
que tal procedimento encontra-se associado a uma
grande chance de uma nova contratura mamária
(MELLO e LEAL, 2014).
Figura 2- Imagem de mamografia com contratura capsular
incidência crânio caudal. Fonte: LOUVEIRA, 2003.
Mamografia com Prótese Mamária
O exame de mamografia é realizado em
um equipamento chamado de mamógrafo, no qual
utiliza-se um tubo de raios X gerando imagens
radiográficas, para o diagnóstico no rastreamento
de detecção de câncer na mama em fase inicial.
Toda mulher deverá realizar o exame de
mamografia de acordo com a faixa etária de idade
exigida aos 40 anos, sendo realizada anualmente.
Tendo casos de câncer na família, inicia-se, mas
cedo as rotinas de exames (ARACAVA,
MARQUES, AMARAL, 2014).
O mamógrafo possui características próprias
por possuir um arco móvel que possibilita a
angulação do feixe para direcionar os tipos de
incidências a serem realizados, possui também
uma bandeja para compressão das mamas, no
qual este método radiográfico emprega baixa
quilovoltagem (kV) e uma alta miliamperagem
(mA), neste caso as radiações são altas, pois a
tensão é maior aplicada ao tubo, tornado maior a
energia e consequentemente gerando uma maior
penetração, aumentando a corrente e a intensidade
do feixe (FREITAS et al., 2006).
Como as densidades dos tecidos mamários
são parecidos utiliza-se baixa energia (25 a 28 kV)
e alta miliamperagem, (75 a 85, mAs) variando de
acordo com cada mama, pois cada uma possui
espessuras diferentes, fazendo assim um ajuste
adequado e uma boa definição das imagens.
Anteriormente ao advento da mamografia, as
imagens radiográficas eram produzidas no
equipamento convencional de raios X com anodo
de tungstênio, no qual suas imagens eram com o
processamento de filmes, e químicos com a
combinação de écrans-filmes e se aplicavam doses
mais altas na região da mama. Um dos grandes
avanços foi a mamografia digital, no qual o detector
deixar de ser filme radiográfico, para um conjunto
de semicondutores no qual recebe a radiação e
transforma em sinal elétrico transmitido para o
computador, passou-se a poder armazenar as
imagens produzidas ocasionando a diminuição das
superexposições nas mamas em virtude dos
repetidos
procedimentos
de
imagens
(BONTRAGER e LAMPIGNANO 2012).
O controle de exposição automático (CEA) e
o controle de exposição manual fazem parte da
composição do mamógrafo, porém apresentam
formas diferentes no seu uso. O CEA contém um
dispositivo que controla a quantidade de exposição
desejada, que na compressão da mama permite
que o equipamento analise a espessura no qual a
mama precisará ser exposta. O equipamento
seleciona automaticamente a quantidade de kV e,
mAs proporcionando assim uma imagem com boa
qualidade de densidade. Já no manual, o processo
é manualmente, levando o operador a selecionar
no equipamento seus parâmetros desejados
(FREITAS, 2013).
A restrição na realização da mamografia em
pacientes que possuem próteses endurecidas, não
se emprega o CEA. Pois não ocorrer o
deslocamento da prótese mamária de silicone.
Nesses casos, cabe ao profissional saber as
técnicas a serem empregadas através do
mecanismo manual referente a espessura da
mama, evitando assim repetições do exame
(BONTRAGER e LAMPIGNANO, 2012).
Em pacientes sem próteses mamárias de
silicone realizam-se incidências mamográficas
básicas: crânio- caudal (A) e médio-lateral oblíqua
(B) (Figura 3). Em cada caso específico, se houver
necessidade
serão
realizadas
incidências
complementares. Já em pacientes que possuem as
próteses há diferenças nas rotinas radiográficas,
obtendo uma incidência específica para a
realização do exame chamado manobra de Eklund,
um procedimento de deslocamento de implante no
qual empurra-se a prótese para a parede torácica e
o tecido mamário para frente, para compressão da
mama com o objetivo de não ocasionar
sobreposição. Nas incidências com a próteses
exige-se cuidados na aplicação da compressão,
evitando a ruptura ou danos. Para essa incidência
a compressão deverá ser firme para conter melhor
o deslocamento do implante, de forma que
integridade possa ser devidamente visualizada
(MEDEIROS, 2007).
estruturas, transformando energia mecânica em
elétrica que capta o retorno dos ecos das ondas
sonoras, onde devolve numa imagem de escala
acinzentada, de modo que o transdutor se move na
área a ser analisada gerando cortes, transmitida
para o monitor de um computador. Este método de
exame tem algumas vantagens, como por exemplo,
sua radiação não é ionizante, permite visualizar a
imagem em tempo real, possibilita o estudo dos
movimentos, o valor é acessível, além de obter a
imagem mais clara para pacientes com próteses
mamária e mamas muito densas. (AGUILLAR,
2009)..
Desde 1970 a ultrassonografia (US) vem
sendo utilizada para a avaliação das mamas,
fornecendo um auxílio de informações para o uso
de diagnóstico por imagem juntamente com a
mamografia (BONTRAGER e LAMPIGNANO
2012).
A US mostra-se como um procedimento
eficiente na avaliação dos contornos anteriores das
próteses e do parênquima mamário, além disso,
para o contorno posterior é muito eficaz na
avaliação da integridade do implante quando há
suspeita de ruptura (LOUVEIRA et a.,2003).
Através da US obtém-se imagens que
permitem distinguir lesões sólidas e cistos. É usada
extensivamente para revelar líquido, hematoma,
gel de silicone e abcesso, sendo capaz de analisar
cânceres em mamas muito densas, no qual as
lesões fiquem escondidas radiograficamente
(BONTRAGER e LAMPIGNANO 2012).
A utilização da US quando o aspecto do
implante se encontra rompido (Figura 5),
demonstra uma tempestade de neve, degraus ou
trilhos do trem como são chamados (LOUVEIRA, et
al., 2003).
Figura 3- Incidências de rotinas crânio-caudal (A) / médio-lateral
oblíqua (B) . Fonte: SILVESTRE, 2012.
Figura 4- Realização do exame com o transdutor. Fonte: Central
life.com.
A utilização da ultrassonografia nas mamas
com Prótese
Na realização deste exame utiliza-se um
aparelho multifrequência que varia em (7-10 MHz).
O transdutor (Figura 4) é um cristal que possui uma
frequência própria com o funcionamento de
transformar a energia elétrica em mecânica, no
qual gera ondas de ultrassom enviadas as
Recomenda-se, começar a fazer rotinas com
imagens de RM três anos depois que os implantes
foram inseridos, e também a cada dois anos
depois. Neste caso de rotinas para detectar ruptura
silenciosa (FDA, 2015).
Figura 5- Imagem US da mama com rompimento do implante.
Fonte: LOVEIRA, 2003.
Ressonância magnética com prótese mamária
O exame de ressonância magnética (RM) é
um método de diagnóstico por imagens, não
invasivo, que não utiliza radiação ionizante. Através
do corpo humano as propriedades naturais dos
átomos contribuem com sinal, gerando imagens
oferecendo uma visão excelente do interior do
corpo, tornando as imagens mais detalhadas. Este
exame faz com que os tecidos do corpo apareçam
de forma diferente de acordo com o problema
clínico. Na realização do procedimento gera-se
imagens do corpo onde possui sangue circundante,
sem evidenciar o tecido ao redor, evitando assim
em alguns casos a necessidade de utilização do
contraste (FERREIRA e NANCI, 2011).
Os estudos de imagens por RM nas mamas,
são realizados em equipamentos de alto campo
magnético (1,5 Tesla). Tornando-se uma relação
sinal ruído com um melhor funcionamento da
técnica com supressão de gordura, e melhor realce
de exposição por meios de contraste. Na
realização do exame utiliza-se bobinas dedicadas
as mamas, apresentando uma importante relação
sinal ruído, no qual os resultados são essenciais na
qualidade das imagens. A relação sinal ruído
concede cortes finos e um menor campo de visão,
e uma excelente resolução de imagem. As bobinas
são elementos fundamentais na aquisição de
imagens da mama. Não a um entendimento do
plano de aquisição na avaliação da mama por RM,
pode ser realizada em qualquer plano, apesar de
que os planos sagitais são frequentemente mais
utilizados, e o plano bilateral é nos planos axial e
coronal (LEOPOLDINO, et al., 2005).
A RM foi aprovada pela FDA como um auxílio
de exame nas mamas por rastreamento de câncer
mais indicada em pacientes de alto risco, é bem
mais sensível do que específica, pois mostra por
inteira as mamas permitindo uma visualização das
partes moles (Figura 7). É recomendada para o
diagnóstico da integridade das próteses mamárias
de gel de silicone (BONTRAGER e LAMPIGNANO
2012).
Figura 6- Realização do exame. Fonte: Livro Menopausa e
Andropausa.
Figura 7- Imagem de RM da mama. Fonte: Dei.org.mix.
Discussão
O exame de mamografia é muito importante
no rastreamento do câncer de mama, e também
detecta o rompimento do implante, sendo
específico no diagnóstico da ruptura extracapsular,
no qual revela facilmente a migração do gel de
silicone dentro do parênquima mamário, já a
ruptura intracapsular não poderá ser diagnóstica
através da mamografia. A triagem das rupturas em
exames por imagens em pacientes com próteses
mamária mostra que os falsos positivos são de
baixa ocorrência, no qual o tipo de ruptura
extracapsular tem a maior sensibilidade. Este
exame mostra-se vantajoso tratando-se de preço,
visto ser bem mais barato em comparação aos
demais métodos (SCARANELO et al., 2004).
O método de exame de US é considerado
juntamente com a mamografia como os métodos
de escolha para as rotinas de exames e avaliação
de nódulos papáveis que não são analisados nas
imagens mamográfica. Através dos mesmos,
avalia-se a integridade do implante mamário em
pacientes assintomáticos (LOUVEIRA et al., 2003).
SCARANELO (2004) e MALAY (2013) divergem
quanto a aplicação da US, uma vez que
SCARANELO afirma que a US permite a
identificação
de
ruptura
intracapsular
e
extracapsular assim como a RM, em contrapartida,
o segundo autor afirma que tal fato vai depender da
experiência do operador.
De acordo com VILELA (2013) o exame RM
quando realizado na análise das mamas possui
uma maior sensibilidade no qual, visualiza-se
anatomicamente a mama como um todo, com isso
evidencia-se melhor as complicações como a
ruptura e contratura capsular relacionadas as
próteses mamárias, tornando-se um método mais
eficaz no diagnóstico das próteses.
O método por imagem RM detecta os dois
tipos de rupturas, o intracapsular sendo silenciosa
no qual a paciente sente-se normal e o
extracapsular já possui sintomas, como por
exemplo a mudança de formato da mama
(SCARANELO, et al.,2004).
Segundo o autor LOUVEIRA a RM é
indicada apenas aos casos que a mamografia ou a
US não conseguiram ter um diagnóstico
satisfatórios.
Conclusão
Com base nos artigos selecionados, concluise que os métodos por imagens, como
mamografia, US e RM são importantes para o
diagnóstico da ruptura das próteses mamárias de
gel de silicone, no qual cada método possui a sua
relevância. Observa-se que o implante mamário
não se deve permanecer muito tempo depois da
sua implantação sem um acompanhamento
adequado do desgaste natural do produto. Além
disso, defeitos de fabricação e traumas, podem
ocasionar danos a integridade do implante, sendo
necessário um acompanhamento rotineiro. De
acordo com pesquisas evidencia-se que o método
por imagem mais preciso e eficaz no diagnóstico
da avaliação das próteses mamárias é a RM, por
demonstrar maior sensibilidade, além de não
utilizar radiação ionizante, mais em contrapartida,
em decorrência ao alto valor para sua realização, o
exame torna-se inviável como exame de rotina e
diagnóstico nesses casos.
Agradecimentos
Agradecemos a Deus primeiramente, por ter
nos dados saúde e força para superar as
dificuldades. A nossa orientadora Thalita Lauanna,
pela dedicação do pouco tempo que lhe coube, por
ser uma excelente profissional, a qual nos
espelhamos. Ao Daniel Santos pelo incentivo,
apoio e carinho. Aos nossos pais pelo amor
incondicional, e aos nossos familiares pela
paciência e compreensão. Obrigado a todos que
diretamente e indiretamente fizeram parte da nossa
graduação.
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