Curso de Tecnologia em Radiologia Artigo de Revisão MÉTODOS POR IMAGENS NA DETECÇÃO DA RUPTURA DE PRÓTESES MAMÁRIAS IMAGES FOR METHODS IN DETECTION OF BREAST IMPLANT RUPTURE Laila Ferreira Rego Oliveira1, Sunamita Neres de Andrade1, Thalita Lauanna2 1 Aluna do Curso de Radiologia 2 Professora Especialista do Curso de Radiologia Resumo Introdução: Os procedimentos estéticos em cirurgias plásticas vêm crescendo muito nos últimos anos, especialmente o implante de silicone mamário que apresenta benefícios já amplamente reconhecidos, porém, também ocorrem problemas relacionados ao tempo de uso da prótese como a ruptura da mesma, que pode ser silenciosa e de difícil diagnóstico pelo exame clínico. Neste cenário entra em cena os exames de diagnóstico por imagem que podem gerar um diagnóstico seguro mesmo em pacientes assintomáticos. Objetivo: Explanar sobre os métodos de diagnóstico por imagem na detecção da ruptura de próteses mamárias de silicone e apresentar, segundo estudos, qual dos métodos utilizados será mais preciso no problema apresentado. Materiais e Métodos: A pesquisa é uma revisão da literatura baseada em artigos na língua inglesa e portuguesa publicados nos últimos onze anos e outras bases relevantes sobre o tema. Resultado: Cada método e técnica é empregada devidamente as suas aplicações, relacionada ao uso dos implantes mamários, no qual cada exame tem a sua importância. Conclusão: Com base nos conteúdos estudados evidencia-se que todos os métodos possuem relevância no diagnóstico de ruptura de prótese mamária, porém o método mais eficaz para a avaliação da integridade das próteses é a ressonância magnética apesar de não ser muito utilizada devido ao seu alto custo. Palavras-Chaves: Ruptura de prótese; Cirurgia plástica; Diagnóstico. Abstract Introduction: Cosmetic procedures in plastic surgery has been growing in recent years, especially breast silicone implant that provides benefits already widely recognized, but also there are problems related to the prosthesis usage time as the rupture of the same, which can be silent and difficult to diagnose by clinical examination. In this scenario comes in the tests diagnostic imaging that can generate a secure diagnosis even in asymptomatic patients. Objective: Explain the methods for diagnostic imaging in the detection of rupture of silicone breast implants and present, according to studies, which of the methods will be more accurate in presenting problem. Materials and Methods: The study is a literature review based on articles in English and Portuguese published in the last eleven years and other relevant bases on the topic. Result: Each method and technique is properly used their applications, related to the use of breast implants, in which each test has its importance. Conclusion: Based on the contents studied it is evident that all the methods have relevance in the diagnosis of breast implant rupture, but the most effective method for evaluating the integrity of the prosthesis is MRI although not widely used due to its high cost. Key Words: Break prosthesis; Plastic surgery; Diagnosis. Contato: [email protected] Introdução Nos últimos anos, o Brasil ganhou destaque no cenário mundial de cirurgias plásticas. Atualmente, o país ocupa o segundo lugar em número de procedimentos estéticos, sendo as próteses mamárias a segunda cirurgia mais realizada, perdendo apenas para lipoaspiração (SBCP, 2014). Os implantes de gel de silicone, além da função estética, são utilizados em situações de reconstrução mamária, correção de deformidades congênitas, traumáticas, entre outras. Os benefícios psicológicos e estéticos deste procedimento são amplamente reconhecidos, porém os implantes de silicone podem causar problemas significativos como a ruptura entre outros (SCARANELO et al., 2014). Os implantes mamários de gel de silicone não foram criados para serem utilizados ao longo de toda a vida. Neste caso, se a paciente passar muito tempo com o implante no organismo provavelmente terá problemas como a ruptura. Muitas vezes essa complicação é silenciosa, tornando difícil o diagnóstico pelo exame clínico (FOOD, 2014). Neste cenário, entram em cena os exames por imagens que podem gerar um diagnóstico seguro e precoce mesmo em pacientes assintomáticos. Os exames de mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética são utilizados como os principais meios para avaliar a integridade dos implantes mamários. Cada exame tem seu método e sua relevância nesse tipo de diagnóstico em pacientes sintomáticos e assintomáticos (SCARANELO et al., 2014). O presente trabalho tem como objetivo explanar sobre os métodos de diagnóstico por imagens na detecção de ruptura de próteses mamárias de silicone e apresentar, segundo estudos, o padrão ouro no diagnóstico do problema apresentado. Materiais e Métodos: A pesquisa foi feita a partir de uma seleção de artigos acadêmicos da língua inglesa e portuguesa, publicados nos últimos onze anos nas bases de dados SCIELO e PUBMED. Foram também inclusos no presente trabalho revistas acadêmicas, livros didáticos relevantes da área e dados eletrônicos dos principais órgãos públicos relacionados ao tema. Resultado Os estudos mostram que os usos dos métodos por imagens são fundamentais para avaliar o posicionamento e integridade das próteses mamárias de silicone. Neste caso os meios de diagnósticos por imagens são responsáveis para ajudar no planejamento médico se houver necessidade de intervenções cirúrgicas de acordo com cada caso. Evidencia-se que todos os métodos por imagem possuem a sua importância. Descoberta do implante mamário No ano de 1962 o cirurgião plástico Frank Gerow, iniciou a ideia do implante de mama com gel de silicone, através da observação de uma bolsa plástica de sangue, a qual percebeu semelhança com o seio de uma mulher. Sua primeira cobaia para o procedimento cirúrgico foi uma cachorra, chamada Esmeralda, na qual foi implantada uma prótese em baixo de sua pele, sendo observados os efeitos adversos por duas semanas, contudo, tal experimento foi interrompido visto a cachorra ter mastigado os pontos cirúrgicos, sendo assim, os pesquisadores foram obrigados a retirar a prótese. Mesmo com a situação inesperada, Frank considerou a operação um sucesso, declarando que os implantes eram inofensivos sendo recomendado a sua equipe a repetição do teste agora com mulheres (BOWES e HEBBETHWAITE, 2012). Timmie Jean Lindsey foi a primeira mulher a aceitar participar da experiência de colocação de implantes de silicone para aumentar o tamanho dos seios. Os cirurgiões plásticos ficaram animadíssimos com acontecimento que decorreu sem intercorrência, sendo considerado bemsucedido. Após a apresentação dos resultados a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica no ano de 1963, todos da comunidade científica ficaram entusiasmados com a novidade. As próteses passaram então a serem implantadas de maneira crescente, contudo, em 1990 os Estados Unidos baniram as cirurgias de prótese de silicone, pois passaram haver suspeitas que o material trouxesse doenças no sistema imunológico. Estudos posteriores afastaram essas suspeitas permitindo assim o país a voltar a fabricação e realização de procedimentos cirúrgicos, que com os avanços médicos e científicos dos últimos 50 anos aperfeiçoaram os tamanhos e formatos das próteses que se tornaram bem mais modernos e seguros (BOWES e HEBBETHWAITE, 2012). Revestimento da prótese mamária No ano de 1970 foram produzidos implantes com superfícies revestidas visando a diminuição da migração da prótese, sendo composta primeiramente por uma camada texturizada e em seguida uma camada de poliuretano. A finalidade da utilização de duas camadas é que ocorra uma reação leve inflamatória provocada pela superfície texturizada com uma quantidade pequena de colágeno causando uma pseudocápsula, reduzindo assim, o índice de complicações comparado com os implantes lisos principalmente na redução de contratura capsular. O implante texturizado possui uma composição de gel de silicone coesivo em seu interior preservado por uma fina membrana de silicone texturizada com a espessura de 1-2 mm, já o polieuretano é coberto por uma membrana de espuma, com a mesma espessura (ABREU, 2014). Os implantes de gel de silicone revestidos com polieuretano causaram nos Estados Unidos preocupação. No ano de 1980, especulou-se que o revestimento poderia gera câncer mamário, uma vez que a composição do polieuretano foi considerada instável quando em contato com meio aquoso, sendo pouco a pouco convertido em toluenodiamina (TDA). Estudos realizados pelo National Cancer Institute, em modelo animal, observaram que após a oferta de uma dieta contendo TDA os animais passaram a desenvolver neoplasias mamárias. Na década de 80, exames laboratoriais adicionais evidenciaram a presença de TDA na urina de uma paciente que utilizava implantes de polieuretano sendo mínima a quantidade, sendo assim, especulou-se que o TDA poderia ser carcinogênico também em seres humanos. O Food and Drung Admistration (FDA) Órgão de Fiscalização e controle de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos, recomendou que as empresas fabricantes dos implantes de polieuretano detalhassem as informações sobre os efeitos adversos, obtendo como resposta a retirada do mercado dos revestimentos. Posteriormente, novos estudos, concluíram que o TDA não oferecia riscos de desenvolvimento de câncer aos humanos (ABREU, 2014). Apesar das grandes mudanças e até suspenção do uso do polierutano no meio das cirurgias de aumento de mama, ainda mantém-se a controversa entre as superfícies de silicone. O polieuretano continou sendo utilizado pelos seus benefícios relacionados as reações inflamatórias e consequente menor grau de contratura capsular, e a superfície texturizada vem sendo usada como seguimento equivalente (ABREU, 2014). Complicações nas próteses mamárias O rompimento do implante é a interrupção da integridade do mesmo, criando uma variedade de rompimento, em virtude de defeitos ou o envelhecimento do implante. Mesmo com sucesso no procedimento de cirurgia plástica de colocação do implante, há o risco de ocorrer complicações, como a ruptura ou a contratura capsular entre outras, podendo essas complicações serem imediatas ou tardias. Frente a esse contexto, os métodos por imagens tornam-se relevantes para a identificação precoce do rompimento. Estimasse que 8% das incidências de ruptura são em pacientes assintomáticos e nos sintomáticos 33%. O significado de assintomático é quando o paciente não apresenta sintomas, já o sintomático possui sintomas como a dor. O risco de ocorrer a ruptura de uma prótese aumenta com a idade do implante, com 5 anos a prevalência é de 30%, com 10 anos 50% e acima disso de 70%. A média da idade das próteses no rompimento é de 10,8 anos (MALAY et al., 2013). A ruptura de implante pode ocasionar dores no peito e alterações no formato da mama, contudo, tal complicação não se encontra associada a ocorrência de neoplasias (BONTRAGER e LAMPIGNANO, 2012) Após o implante da prótese mamária, cria-se uma capsula em volta do implante. Tal resposta fisiológica mostra-se como um mecanismo de proteção que em caso de rompimento da prótese, essa membrana que reveste, faz com que o silicone fique contido dentro da cápsula fibrosa impedindo o extravasamento, tal fenômeno denomina-se rompimento intracapsular (Figura 1B). Contudo, nem sempre a cápsula consegue conter o material da prótese, ocasionando o rompimento extracapsular (Figura 1-A), onde o conteúdo do silicone extravasa para fora da cápsula, procedendo para o parênquima mamário (SILVA e ALVES, 2012). O rompimento pela paciente, pois o tecido circundante, silenciosa que não ALVES, 2012). poderá passar despercebido silicone permanece preso no ocasionando uma ruptura causa sintomas (SILVA e Algumas mulheres aguardam um pouco para a substituição da prótese quando detectado o rompimento, entretanto, outras já preferem substituir o implante somente no caso de sentir inchaço nas mamas, endurecimento e dor, neste caso cabe ao médico recomendar o melhor a se fazer. Em tal situação, torna-se fundamental a análise através de imagens provenientes de mamografias, ultrassonografias ou ressonâncias magnéticas, para ver o tamanho do rompimento e para recomendar a remoção do implante (BONTRAGER e LAMPIGNANO, 2012). Figura 1- Imagem de ressonância magnética da mama, evidenciando rupturas extracapsular (A) T1 com supressão de gordura e intracapsular (B). Fonte: Clinica de Campinas. Contratura Capsular As cápsulas são consideradas reações benéficas uma vez que mantém o material das próteses no seu devido lugar de implantação. Em situações adversas, esse processo de formação da cápsula pode gerar complicações que resultam na formação de uma fibrose constritiva, denominada contratura capsular, que causa deformações ao conteúdo, prejudicando a estética das mamas, levando a rigidez e dor no local (Figura 2). A contratura capsular é uma alteração na cápsula que reverte a prótese mamária de silicone, sua formação faz parte da resposta universal de um corpo estranho que no caso é a prótese causando a reação de proteção, contudo exacerbada. A contratura capsular mostra-se como um processo de rejeição das próteses mamárias, cabendo ao médico a avaliação da melhor forma de tratamento, que pode ser desde a retira das próteses ou até a realização de incisões na cápsula visando a recolocação do mesmo implante ou de outro, este método poderá resolver, mas estudos demonstram que tal procedimento encontra-se associado a uma grande chance de uma nova contratura mamária (MELLO e LEAL, 2014). Figura 2- Imagem de mamografia com contratura capsular incidência crânio caudal. Fonte: LOUVEIRA, 2003. Mamografia com Prótese Mamária O exame de mamografia é realizado em um equipamento chamado de mamógrafo, no qual utiliza-se um tubo de raios X gerando imagens radiográficas, para o diagnóstico no rastreamento de detecção de câncer na mama em fase inicial. Toda mulher deverá realizar o exame de mamografia de acordo com a faixa etária de idade exigida aos 40 anos, sendo realizada anualmente. Tendo casos de câncer na família, inicia-se, mas cedo as rotinas de exames (ARACAVA, MARQUES, AMARAL, 2014). O mamógrafo possui características próprias por possuir um arco móvel que possibilita a angulação do feixe para direcionar os tipos de incidências a serem realizados, possui também uma bandeja para compressão das mamas, no qual este método radiográfico emprega baixa quilovoltagem (kV) e uma alta miliamperagem (mA), neste caso as radiações são altas, pois a tensão é maior aplicada ao tubo, tornado maior a energia e consequentemente gerando uma maior penetração, aumentando a corrente e a intensidade do feixe (FREITAS et al., 2006). Como as densidades dos tecidos mamários são parecidos utiliza-se baixa energia (25 a 28 kV) e alta miliamperagem, (75 a 85, mAs) variando de acordo com cada mama, pois cada uma possui espessuras diferentes, fazendo assim um ajuste adequado e uma boa definição das imagens. Anteriormente ao advento da mamografia, as imagens radiográficas eram produzidas no equipamento convencional de raios X com anodo de tungstênio, no qual suas imagens eram com o processamento de filmes, e químicos com a combinação de écrans-filmes e se aplicavam doses mais altas na região da mama. Um dos grandes avanços foi a mamografia digital, no qual o detector deixar de ser filme radiográfico, para um conjunto de semicondutores no qual recebe a radiação e transforma em sinal elétrico transmitido para o computador, passou-se a poder armazenar as imagens produzidas ocasionando a diminuição das superexposições nas mamas em virtude dos repetidos procedimentos de imagens (BONTRAGER e LAMPIGNANO 2012). O controle de exposição automático (CEA) e o controle de exposição manual fazem parte da composição do mamógrafo, porém apresentam formas diferentes no seu uso. O CEA contém um dispositivo que controla a quantidade de exposição desejada, que na compressão da mama permite que o equipamento analise a espessura no qual a mama precisará ser exposta. O equipamento seleciona automaticamente a quantidade de kV e, mAs proporcionando assim uma imagem com boa qualidade de densidade. Já no manual, o processo é manualmente, levando o operador a selecionar no equipamento seus parâmetros desejados (FREITAS, 2013). A restrição na realização da mamografia em pacientes que possuem próteses endurecidas, não se emprega o CEA. Pois não ocorrer o deslocamento da prótese mamária de silicone. Nesses casos, cabe ao profissional saber as técnicas a serem empregadas através do mecanismo manual referente a espessura da mama, evitando assim repetições do exame (BONTRAGER e LAMPIGNANO, 2012). Em pacientes sem próteses mamárias de silicone realizam-se incidências mamográficas básicas: crânio- caudal (A) e médio-lateral oblíqua (B) (Figura 3). Em cada caso específico, se houver necessidade serão realizadas incidências complementares. Já em pacientes que possuem as próteses há diferenças nas rotinas radiográficas, obtendo uma incidência específica para a realização do exame chamado manobra de Eklund, um procedimento de deslocamento de implante no qual empurra-se a prótese para a parede torácica e o tecido mamário para frente, para compressão da mama com o objetivo de não ocasionar sobreposição. Nas incidências com a próteses exige-se cuidados na aplicação da compressão, evitando a ruptura ou danos. Para essa incidência a compressão deverá ser firme para conter melhor o deslocamento do implante, de forma que integridade possa ser devidamente visualizada (MEDEIROS, 2007). estruturas, transformando energia mecânica em elétrica que capta o retorno dos ecos das ondas sonoras, onde devolve numa imagem de escala acinzentada, de modo que o transdutor se move na área a ser analisada gerando cortes, transmitida para o monitor de um computador. Este método de exame tem algumas vantagens, como por exemplo, sua radiação não é ionizante, permite visualizar a imagem em tempo real, possibilita o estudo dos movimentos, o valor é acessível, além de obter a imagem mais clara para pacientes com próteses mamária e mamas muito densas. (AGUILLAR, 2009).. Desde 1970 a ultrassonografia (US) vem sendo utilizada para a avaliação das mamas, fornecendo um auxílio de informações para o uso de diagnóstico por imagem juntamente com a mamografia (BONTRAGER e LAMPIGNANO 2012). A US mostra-se como um procedimento eficiente na avaliação dos contornos anteriores das próteses e do parênquima mamário, além disso, para o contorno posterior é muito eficaz na avaliação da integridade do implante quando há suspeita de ruptura (LOUVEIRA et a.,2003). Através da US obtém-se imagens que permitem distinguir lesões sólidas e cistos. É usada extensivamente para revelar líquido, hematoma, gel de silicone e abcesso, sendo capaz de analisar cânceres em mamas muito densas, no qual as lesões fiquem escondidas radiograficamente (BONTRAGER e LAMPIGNANO 2012). A utilização da US quando o aspecto do implante se encontra rompido (Figura 5), demonstra uma tempestade de neve, degraus ou trilhos do trem como são chamados (LOUVEIRA, et al., 2003). Figura 3- Incidências de rotinas crânio-caudal (A) / médio-lateral oblíqua (B) . Fonte: SILVESTRE, 2012. Figura 4- Realização do exame com o transdutor. Fonte: Central life.com. A utilização da ultrassonografia nas mamas com Prótese Na realização deste exame utiliza-se um aparelho multifrequência que varia em (7-10 MHz). O transdutor (Figura 4) é um cristal que possui uma frequência própria com o funcionamento de transformar a energia elétrica em mecânica, no qual gera ondas de ultrassom enviadas as Recomenda-se, começar a fazer rotinas com imagens de RM três anos depois que os implantes foram inseridos, e também a cada dois anos depois. Neste caso de rotinas para detectar ruptura silenciosa (FDA, 2015). Figura 5- Imagem US da mama com rompimento do implante. Fonte: LOVEIRA, 2003. Ressonância magnética com prótese mamária O exame de ressonância magnética (RM) é um método de diagnóstico por imagens, não invasivo, que não utiliza radiação ionizante. Através do corpo humano as propriedades naturais dos átomos contribuem com sinal, gerando imagens oferecendo uma visão excelente do interior do corpo, tornando as imagens mais detalhadas. Este exame faz com que os tecidos do corpo apareçam de forma diferente de acordo com o problema clínico. Na realização do procedimento gera-se imagens do corpo onde possui sangue circundante, sem evidenciar o tecido ao redor, evitando assim em alguns casos a necessidade de utilização do contraste (FERREIRA e NANCI, 2011). Os estudos de imagens por RM nas mamas, são realizados em equipamentos de alto campo magnético (1,5 Tesla). Tornando-se uma relação sinal ruído com um melhor funcionamento da técnica com supressão de gordura, e melhor realce de exposição por meios de contraste. Na realização do exame utiliza-se bobinas dedicadas as mamas, apresentando uma importante relação sinal ruído, no qual os resultados são essenciais na qualidade das imagens. A relação sinal ruído concede cortes finos e um menor campo de visão, e uma excelente resolução de imagem. As bobinas são elementos fundamentais na aquisição de imagens da mama. Não a um entendimento do plano de aquisição na avaliação da mama por RM, pode ser realizada em qualquer plano, apesar de que os planos sagitais são frequentemente mais utilizados, e o plano bilateral é nos planos axial e coronal (LEOPOLDINO, et al., 2005). A RM foi aprovada pela FDA como um auxílio de exame nas mamas por rastreamento de câncer mais indicada em pacientes de alto risco, é bem mais sensível do que específica, pois mostra por inteira as mamas permitindo uma visualização das partes moles (Figura 7). É recomendada para o diagnóstico da integridade das próteses mamárias de gel de silicone (BONTRAGER e LAMPIGNANO 2012). Figura 6- Realização do exame. Fonte: Livro Menopausa e Andropausa. Figura 7- Imagem de RM da mama. Fonte: Dei.org.mix. Discussão O exame de mamografia é muito importante no rastreamento do câncer de mama, e também detecta o rompimento do implante, sendo específico no diagnóstico da ruptura extracapsular, no qual revela facilmente a migração do gel de silicone dentro do parênquima mamário, já a ruptura intracapsular não poderá ser diagnóstica através da mamografia. A triagem das rupturas em exames por imagens em pacientes com próteses mamária mostra que os falsos positivos são de baixa ocorrência, no qual o tipo de ruptura extracapsular tem a maior sensibilidade. Este exame mostra-se vantajoso tratando-se de preço, visto ser bem mais barato em comparação aos demais métodos (SCARANELO et al., 2004). O método de exame de US é considerado juntamente com a mamografia como os métodos de escolha para as rotinas de exames e avaliação de nódulos papáveis que não são analisados nas imagens mamográfica. Através dos mesmos, avalia-se a integridade do implante mamário em pacientes assintomáticos (LOUVEIRA et al., 2003). SCARANELO (2004) e MALAY (2013) divergem quanto a aplicação da US, uma vez que SCARANELO afirma que a US permite a identificação de ruptura intracapsular e extracapsular assim como a RM, em contrapartida, o segundo autor afirma que tal fato vai depender da experiência do operador. De acordo com VILELA (2013) o exame RM quando realizado na análise das mamas possui uma maior sensibilidade no qual, visualiza-se anatomicamente a mama como um todo, com isso evidencia-se melhor as complicações como a ruptura e contratura capsular relacionadas as próteses mamárias, tornando-se um método mais eficaz no diagnóstico das próteses. O método por imagem RM detecta os dois tipos de rupturas, o intracapsular sendo silenciosa no qual a paciente sente-se normal e o extracapsular já possui sintomas, como por exemplo a mudança de formato da mama (SCARANELO, et al.,2004). Segundo o autor LOUVEIRA a RM é indicada apenas aos casos que a mamografia ou a US não conseguiram ter um diagnóstico satisfatórios. Conclusão Com base nos artigos selecionados, concluise que os métodos por imagens, como mamografia, US e RM são importantes para o diagnóstico da ruptura das próteses mamárias de gel de silicone, no qual cada método possui a sua relevância. Observa-se que o implante mamário não se deve permanecer muito tempo depois da sua implantação sem um acompanhamento adequado do desgaste natural do produto. Além disso, defeitos de fabricação e traumas, podem ocasionar danos a integridade do implante, sendo necessário um acompanhamento rotineiro. De acordo com pesquisas evidencia-se que o método por imagem mais preciso e eficaz no diagnóstico da avaliação das próteses mamárias é a RM, por demonstrar maior sensibilidade, além de não utilizar radiação ionizante, mais em contrapartida, em decorrência ao alto valor para sua realização, o exame torna-se inviável como exame de rotina e diagnóstico nesses casos. Agradecimentos Agradecemos a Deus primeiramente, por ter nos dados saúde e força para superar as dificuldades. A nossa orientadora Thalita Lauanna, pela dedicação do pouco tempo que lhe coube, por ser uma excelente profissional, a qual nos espelhamos. Ao Daniel Santos pelo incentivo, apoio e carinho. Aos nossos pais pelo amor incondicional, e aos nossos familiares pela paciência e compreensão. Obrigado a todos que diretamente e indiretamente fizeram parte da nossa graduação. Referências ABREU, CRISTIANO. 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