Relatos do VER SUS Goiás 20-02

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Relatório individual do VER SUS Goiás – Goiânia e Aparecida de Goiânia – Verão de 2016-02-20
Dia 20-02-2016 – Sábado
Durante a manhã tivemos um Espaço da manhã com o “Teatro do Oprimido” onde ocorreram:
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Várias dinâmicas como: a da mão seguindo uma pessoa, a mão seguindo uma pessoa,
a pessoa sendo guiada pelos sons, a dinâmica do teatro do oprimido, além da dinâmica
da roda da vida, onde todos dançavam em roda e em passos ritmados, costurando e se
enrrolando cantando: “Eu tentei, costurar com a linha da vida, me enrrolei, pois eu vi
que ela comprida”
Tivemos diversas discussões sobre o machismo, racismo, LGBTTfobia, imposição de
padrões estéticos, falta de políticas e atuação na saúde de povos marginalizados,
pobres, sem moradia, negros, do campo, das terras, das águas.
As discussões foram longas almoçamos e durante a tarde tivemos mais atividades como:
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Tivemos a dinâmica do cuidado, do corrimão do carinho, as pessoas ficaram em
corrimão, elas iam passando e cada um ia fazendo um carinho, que elas sejam
acolhidas.
Apresentação dos participantes do VER-SUS, pois chegaram agora no momento da
tarde, duas novas participantes
Divisão dos grupos organizados para responder perguntas organizadas em mesas (a
cada 10 minutos troca)
1ª pergunta “como eram os serviços de saúde antes da criação do SUS”?
2ª pergunta “Quais os princípios do SUS e de que modo eles influenciam no modo de
organização do sistema”?
3ª pergunta “Qual a importância da Atenção básica na organização do SUS. O que é:
ESF, NASF e PSE?
4ª pergunta “Quais são as redes de atenção a saúde”?
5ª pergunta “O que é o controle social” e qual a sua relação com o SUS?
6ª pergunta “O que é a RAPS”?
O nosso entrosamento enquanto grupo e respondendo as respostas foi tão bom, que
resolvi repassá-las para esse relatório
1ª pergunta “como eram os serviços de saúde antes da criação do SUS”?
- Resposta: Antes do SUS a saúde do brasileiro era gerida pela Previdência Social, o
Ministério da Saúde tinha atuação limitada cuidando apenas de campanhas. A saúde
não era universal, pelo contrário, grupos seletos financeiramente tinham acesso. Não
havia preocupação com integralidade, o modelo era baseado apenas na cura. Não
havia sequer a ideia do controle social. Os cidadãos sem dinheiro/carteira assinada
dependiam da filantropia. O modelo assistencial da saúde mental era manicomial e as
ações do Ministério da Saúde eram higienistas.
2ª pergunta “Quais os princípios do SUS e de que modo eles influenciam no modo de
organização do sistema”?
- Resposta: Universalidade diz que o acesso é para todos, brasileiros ou estrangeiros.
Integralidade tira o foco apenas da cura e acrescenta a ideia do atendimento
multiprofissional, de prevenção. A equidade visa diminuir a desigualdade social,
tratando de forma diferente os desiguais. Hierarquização visa distribuir de forma
racional os recursos nos diferentes níveis: primário, secundário e terciário.
Participação popular visa o controle dos usuários/gestores/trabalhadores nos gastos e
formulação de políticas em saúde.
3ª pergunta “Qual a importância da Atenção básica na organização do SUS. O que é:
ESF, NASF e PSE?
- Resposta: A atenção básica é porta de entrada para o SUS, deve cuidar tanto de
promoção, quanto prevenção e cura da população, sendo capaz de resolver 80% a 85%
das demandas em saúde, é também organizadora dos caminhos que o paciente deve
seguir para conseguir sua saúde. Na atenção básica a equipe acompanha os vários
ciclos de vida do ser humano. ESF significa Estratégia Saúde da Família e é um
programa de execução da Atenção Primária. NASF significa Núcleo de Atenção à Saúde
da Família e é responsável pelo matriciamento e apoio às equipes de saúde da família.
PSE é o Programa Saúde nas Escolas.
4ª pergunta “O que são as redes de atenção a saúde”?
- Resposta: Uma rede é composta pelos vários serviços de Saúde do SUS e de
complementaridade (serviço privado), nos seus vários níveis de complexidade
(primário, secundário e terciário) necessários para atender as demandas de saúde da
população. Exemplo, Rede Cegonha: - unidades já interligadas e conectadas para
atender a demanda das puérperes e gestantes. É uma maneira de organizar o cuidado
de forma interligada, em que não existe mais ou menos importante, visando à
resolutividade
5ª pergunta “O que é o controle social” e qual a sua consolidação do SUS?
- Resposta: O controle social é a ferramenta que permite aos
usuários/gestores/prestadores/trabalhadores/movimentos sociais fiscalizar, deliberar
e encaminhar propostas sobre os gastos e ações em saúde. É um meio no qual os
usuários podem propor suas demandas, lutar por seus direitos, fiscalizar os serviços.
Conselhos e Conferências são partes desse controle, e devem ser paritários (50%
usuários, 25% gestores e 25% trabalhadores). A partir do controle social é possível
direcionar as políticas públicas em saúde para a realidade da comunidade.
6ª pergunta “O que é a RAPS”?
- Resposta: RAPS é a Rede de Atenção Psicssocial que é formada pelos CAPS: Centros
de Atenção Psicossocial, as Residências Terapêuticas, Emergências Psiquiátricas,
Pontos de Cultura, Ambulatórios Psiquiátricos, Consultórios de Rua, SAMU – Serviço
Móvel de Atendimento e Urgência, Clínicas de Internação e Unidades Básicas de Saúde
– UBS.
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Alguns aspectos importantes das dinâmicas foram:
Na dinâmica corporal houve a reflexão de como é “olhar nos olhos”, “aceitar o corpo”
e ter um cuidado humanizado em saúde. E como o atendimento em saúde não pode
ficar restrito ao protocolo
A dinâmica dos “seguir o som” houve uma possibilidade de empatia. Colocar-se no
lugar do outro. Sentir como é que uma pessoa cega, andando, caminhando. Além do
que saber a sensação (aumentou a sensibilidade auditiva)
Além disso, houve a troca de responsabilidade e dos papeis. Os profissionais de saúde
são os responsáveis pelo cuidado. Eles devem cuidar do próximo, do paciente e do
usuário do SUS. Entretanto, quando é a vez desse profissional ser cuidado ele recua.
A dinâmica da foto é boa, porque trabalha a linguagem não verbal. O profissional de
saúde deve ser preparado para interpretar não somente aquilo que o usuário fala, mas
também ver certos traços físicos, emocionais e etc.
A desconstrução e construção de como melhorar o cenário. Saber como às vezes,
chamar a polícia, interromper a briga, denunciar podem não ser ações resolutivas. Mas
saber que construir conceitos e desconstruí-los, a questão de educação e o próprio
tratamento ao agressor
Elogiaram também o acolhimento às pessoas que chegaram hoje (como foi bom e
acolhedor)
O Café Colonial foi uma metodologia extremamente boa (pois temas básicos,
conceitos básicos foram passados a todos e todas, não apenas a facilitadores e etc),
até porque várias pessoas sabiam respeitar a fala do próximo, e sabiam dialogar entre
si. Responder diversas questões, com tantas pessoas, foi realmente uma tarefa muito
gostosa
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