LITERATURA DE ÓLEO DE PRÍMULA Nome Científico: Oenothera biennis L. Sinônimo Científico: Onagra biennis (L.) Scop. Nomes Populares: Prímula Família Botânica: Onagraceae Parte Utilizada: óleo de prímula Descrição: Prímula é o nome da planta da espécie Oenothera biennis. Nativa da América do Norte, que atinge em torno de 1 metro de altura e produz flores amarelas. O óleo de prímula é obtido das sementes dessa planta e muito rico em um tipo de ácido graxo essencial da família do Ômega-6 denominado ácido gama-linoleico, reconhecidamente benéfico para a saúde. Da América do Norte a planta foi levada para a Inglaterra em 1619, onde ficou conhecida como "King’s Cure-all". Seu cultivo expandiu-se pela Europa e Ásia, mas não há cultivo no Brasil. É uma planta herbácea anual ou bianual, de caule robusto, folhas largas e longas, flores grandes e amarelas. O fruto é uma cápsula que contém numerosas sementes. Naturell Indústria e Comércio Ltda. Av. Dom Pedro I, número 957 Vila Conceição CEP: 09991 000 - Diadema – SP LITERATURA DE ÓLEO DE PRÍMULA Constituintes Químicos Principais: Ácidos graxos essenciais da série ômega-6, ácido linoleico, ácido gamolênico, gama-linolênico, ácido oleico, alfa-linolênico, palmítico e esteárico. Indicação e Usos: O óleo de prímula é utilizado como suplemento alimentar e fonte de ácidos graxos essenciais. É utilizado também no tratamento de eczema atópico e mastalgia. Outras doenças em que o óleo de prímula é utilizado incluem artrite reumatoide, síndrome pré-menstrual, sintomas da menopausa, síndrome da fatiga crônica, déficit de atenção e hiperatividade. O óleo de prímula também tem sido utilizado topicamente na forma de creme, para tratamento da pele seca ou inflamada. Tradicionalmente, tem sido utilizado no tratamento de asma, tosse, distúrbio gastrintestinais e como analgésico sedativo. O óleo de prímula é usado na produção de sabonetes e cosméticos. As raízes da prímula estão também sendo consumidos alimento. Óleo de Prímula: Atribui-se ao óleo de prímula diversos benefícios à saúde, com aplicações para: artrite reumatóide, dor no peito, eczema, diabetes, alívio dos sintomas da tensão pré-menstrual. Um pequeno estudo indicou que suplementação com óleo de prímula reduziu a quantidade de LDL, o colesterol ruim. Através de seu princípio ativo, o ácido gama-linolênico, o óleo de prímula é empregado no tratamento de toda e qualquer condição para as quais as prostaglandinas (PGE1) seriam benéficas. Entre essas estão a tensão prémenstrual, doenças benignas no seio, regulação do nível de colesterol sanguíneo, agregação plaquetária, regulação da pressão sanguínea, obesidade, doença atópica, esclerose múltipla, artrite, reumatismo, alcoolismo, desordens mentais e hiperatividade infantil. Um aporte regular do óleo de prímula oferece ao organismo elementos construtivos essenciais para o mecanismo de auto-regulação hormonal, e contribui para o seu bom funcionamento e bem estar, especialmente na velhice, ou no envelhecimento prematuro provocado por certas enfermidades. Até para combater a anorexia o consumo do óleo de prímula vem sendo estimulado. Alguns estudos envolvendo as propriedades anti-inflamatórias do óleo de prímula, com algumas pessoas sofrendo de artrite reumática resultaram em benefício significativo. Outras indicações para o uso de óleo de prímula incluem casos de cirrose descompensada, neuropatias diabéticas, tensão pré-menstrual (TPM) e esquizofrenia (coadjuvante). Naturell Indústria e Comércio Ltda. Av. Dom Pedro I, número 957 Vila Conceição CEP: 09991 000 - Diadema – SP LITERATURA DE ÓLEO DE PRÍMULA A forma mais comum e efetiva da planta é através de cápsulas que contém o óleo das sementes. A Prímula contém um óleo perfumado que desempenha um papel importante para a saúde natural. O óleo da semente de Prímula contém ácido gama-linolênico (GLA), um ácido graxo ômega-6 que o corpo utiliza para fabricar uma prostaglandina vital para aliviar inflamações e fortalecer o sistema imune. Também ajuda a manter o sangue fluindo livremente, reduz a pressão arterial elevada, desempenha um papel importante na redução do câncer de mama, além de reduzir o colesterol alto. O óleo da semente de Prímula pode ser tomado de forma complementar ou usado como uma salada de vegetais ou molho. Também é usado no tratamento da pele, combinado com outros óleos pode ser uma excelente base para tratar a pele danificada e doenças de pele. Também ajuda a prevenir o envelhecimento precoce da pele, retardando o aparecimento de rugas e pés de galinha. Os cientistas identificaram que o óleo de Prímula pode ser efetivo na luta contra tumores de mama. A substância presente no óleo chamada de ácido gamalinolênico, atua da mesma forma nos cancros da mama que drogas famosas utilizadas para este fim. O ácido gama-linolênico interfere com o gene que carrega o código DNA necessário para que o receptor funcione. O ácido gama-linolênico é um ácido gorduroso poliinsaturado que ajuda a proporcionar energia para o corpo e supre as gorduras estruturais presentes no cérebro, músculos, medula óssea e membranas das células. As prostaglandinas agem como um hormônio e são produzidas por quase todos os tecidos do corpo. Uma deficiência na produção desses ácidos graxos pode resultar em uma maior demanda de tempo para a coagulação sanguínea, debilitando o sistema imune, causando inflamação e rompimento de transmissão de impulsos de nervo. O óleo das sementes é útil para doenças relacionadas a deficiência de ácido gorduroso essencial ou a inabilidade do organismo para metabolizar ácidos gordurosos essenciais. Farmacocinética: Em experimentos in vitro, o ácido cis-linoleico demonstrou ser um inibidor moderado da isoenzima CYP2C9 do citocromo P450 (mas não deve resultar em efeitos clinicamente relevantes no metabolismo do medicamento e apresentou um efeito inibidor de moderado a fraco, em ordem de potência, das isoenzimas CYP1A2, CYP2C19, CYP3A4 e CYP2D6. Contraindicações: A prímula é contra-indicada a pessoas sensíveis ao produto e para pacientes epilépticos tratados com fenotiazínicos devem evitar o consumo de óleo de prímula (Oenothera biennis), que pode provocar um quadro de epilepsia do lóbulo temporal. Naturell Indústria e Comércio Ltda. Av. Dom Pedro I, número 957 Vila Conceição CEP: 09991 000 - Diadema – SP LITERATURA DE ÓLEO DE PRÍMULA Revisão de Interação: Estima-se que o óleo de prímula interaja com medicamentos antiplaquetários e anticoagulantes, mas os dados que apoiam essa hipótese são limitados. Embora convulsões tenham ocorrido em algumas pessoas esquizofrênicas que ingeriram fenotiazinas e óleo de prímula, nenhum efeito adverso foi detectado em outros indivíduos, e não parece haver evidências concretas de que o óleo de prímula deva ser evitado por pacientes epiléticos. a) Óleo de Prímula + AINEs A interação entre o óleo de prímula e AINEs é baseada somente em uma suposição. Evidência, Mecanismo, Importância e Conduta: O ácido gamolênico, o constituinte majoritário do óleo de prímula, é um precursor da prostaglandina E1, que inibe a síntese do fator de necrose tumoral alfa (que tem um importante efeito no processo anti-inflamatório da artrite reumatoide). A complementação da dieta com ácido gamolênico mostrou um aumento na produção de prostaglandina E1, que tem uma etapa limitante mediada pela cicloxigenase-2. Teoricamente, a produção da prostaglandina E1 e, portanto, os efeitos anti-inflamatórios do ácido gamolênico poderiam ser contrapostos pelo uso concomitante de AINEx, porque tanto os AINEs seletivos como os não seletivos inibem a cicloxigenase-2. No entanto, o óleo de prímula é frequentemente utilizado em tratamentos para artrite, e dois estudos clínicos demonstraram que a administração de altas doses do ácido gamolênico reduziu a dor e o inchaço das articulações de pacientes com artrite, quando ingeridas com doses usuais de AINEs. Essa interação teórica, portanto, parece ser pouca relevância clínica. b) Óleo de Prímula + Alimentos Nenhuma interação foi encontrada. c) Óleo de Prímula + Antiplaquetários O óleo de prímula pode inibir a agregação plaquetária e aumentar o tempo de sangramento. Tem sido, portanto, sugerido que ele pode apresentar efeitos aditivos com outros medicamentos antiplaquetários, mas as evidências são insuficientes. Evidências Clínicas: Em 12 pacientes com hiperlipidemia tratados diariamente com óleo de prímula durante 4 meses, a agregação plaquetária diminuiu, e o tempo de sangramento aumentou em 40%. O óleo de prímula foi administrado na forma de seis cápsulas moles e as doses diárias dos ácidos linoleico e gamolênico forma respectivamente 2,2g e de 240mg. Evidências Experimentais: Resultados semelhantes aos do estudo clínico descrito foram reportados em animais tratados com óleo de prímula ou ácido gamolênico. Mecanismo: A prostaglandina E1 (que tem propriedades antiplaquetárias) e tromboxano (que promove a agregação plaquetária) são formados a partir Naturell Indústria e Comércio Ltda. Av. Dom Pedro I, número 957 Vila Conceição CEP: 09991 000 - Diadema – SP LITERATURA DE ÓLEO DE PRÍMULA do ácido gamolênico. A suplementação da dieta com ácido gamolênico ocasionou um aumento na produção da prostaglandina E1 e, como essa prostaglandina também é preferencialmente formada (a conversão do ácido gamolênico a tromboxano é mais lenta), o óleo de prímula pode inibir a agregação plaquetária. Esse efeito pode ser sinérgico ao efeito de outros fármacos antiplaquetários. Importância e Conduta: As informações são limitadas a um estudo clínico, em que os pacientes não foram tratados com medicamentos antiplaquetários, e a dados experimentais. Com base nos potenciais efeitos antiplaquetários do óleo de prímula, alguns autores sugerem que pacientes que ingerem medicamentos antiplaquetários podem usar óleo de prímula, alguns autores sugerem que pacientes que ingerem medicamentos antiplaquetários podem usar óleo de prímula cautelosamente ou não devem utilizá-lo. Isso parece ser excessivamente cauteloso, porque o óleo de prímula é um produto fitoterápico muito utilizado, antes amplamente prescrito no Reino Unido, e os relatos clínicos de uma interação ainda não foram esclarecidos. Além disso, não é raro o uso concomitante de dois medicamentos antiplaquetários. d) Óleo de Prímula + Fenotiazinas Embora convulsões tenham ocorrido em algumas pessoas esquizofrênicas que ingeriram fenotiazinas e óleo de prímula, nenhum efeito adverso foi obsevado em outros indivíduos, e não parece haver evidências concretas de que o óleo de prímula deva ser evitado por pacientes epiléticos. Evidências clínicas: Vinte e três pacientes esquizofrênicos foram incluídos em um estudo controlado por placebo utilizando óleo de prímula. Durante a fase de tratamento, os pacientes ingeriram oito cápsulas de óleo de prímula em adição a sua medicação normal. Três pacientes desenvolveram convulsões, um deles durante o tratamento com placebo. Os outros dois pacientes foram tratados com óleo de prímula: um deles tratados com decanoato de flufenazina, 1 vez a cada 2 semanas, e o outro tratado com uma dose 50% menor de decanoato de flufenazina, que foi mais tarde substituída por clorpromazina. Em outro estudo, três pacientes esquizofrênicos internados por um longo período foram tratados com óleo de prímula. Seus quadros clínicos pioraram e todos os três apresentaram eletroencefalograma com evidências de epilepsia de lobo temporal. Em contraste, nenhum evento convulsivo ou epileptiforme foi reportado em um estudo transversal realizado com 48 pacientes (a maioria deles esquizofrênicos) tratados com fenotiazinas e com óleo de prímula durante 4 meses. O uso concomitante aparentemente não gerou intercorrências em outro estudo realizados com pacientes esquizofrênicos. Mecanismo: Desconhecido. Uma sugestão é de que o óleo de prímula aumente os efeitos epileptogênicos bem conhecidos das fenotiazinas, em vez de apresentar uma ação epileptogênica própria. Outra ideia é de que ele possa desmascarar a epilepsia do lobo temporal. Naturell Indústria e Comércio Ltda. Av. Dom Pedro I, número 957 Vila Conceição CEP: 09991 000 - Diadema – SP LITERATURA DE ÓLEO DE PRÍMULA Importância e conduta: A interação entre fenotiazinas e o óleo de prímula não está bem estabelecida, nem a sua incidência é conhecida, mas claramente alguma precaução deve ser tomada durante o uso simultâneo, pois podem ocorrer convulsões em algumas pessoas. Parece não haver nenhuma maneira de identificar os pacientes em risco. A extensão em que isso pode afetar o que acontece na doença também é incerto. Nenhuma interação entre fármacos antiepiléticos e óleo de prímula foi estabelecida, e os relatos citados parecem ser a única base para a sugestão de que o óleo de prímula deva ser evitado por pacientes epilépticos. Nenhum tipo de convulsão foi relatada por pacientes que tomaram o óleo de prímula na ausência de fenotiazinas. Um artigo de revisão analisando esses dois relatos vai mais longe, sugerindo que convulsões ou epilepsia devem ser removidas dos efeitos adversos da bula do óleo de prímula, pois as evidências para as convulsões apontam claramente para a utilização com fenotiazinas. Além disso, os fabricantes de uma preparação de óleo de prímula, afirmam que esse medicamento é conhecido por auxiliar no controle de epilepsia em pacientes previamente não tratados com medicamentos antiepiléticos convencionais, e outros pacientes relataram não ter tido problemas com o uso concomitante. e) Óleo de Prímula + Medicamentos Fitoterápicos Nenhuma interação foi encontrada. f) Óleo de Prímula + Varfarina e fármacos afins As informações sobre o uso do óleo de prímula com varfarina são baseadas somente em evidências experimentais. Evidências experimentais: Estudos in vitro demonstraram que o ácido cislinoleico é um inibidor moderado da isoenzima CYP2C9 do citocromo P450, que é a principal enzima envolvida no metabolismo da varfarina. No entanto, ele foi 26 vezes menos potente que o sulfafenazol, um fármaco conhecido por apresentar um efeito inibidor clinicamente relevante sobre isoenzima CYP2C9 in vivo. Mecanismo: A prostaglandina E1 (que tem propriedades antiplaquetárias) e o tromboxano (que promove a agregação plaquetária) são formados a partir do ácido gamolênico. A suplementação da dieta com ácido gamolênico resultou em um aumento na produção da prostaglandina E1 e, como essa prostaglandina também é preferencialmente formada (a conversão do ácido gamolênico a tromboxano é mais lenta), o óleo de prímula pode inibir a agregação plaquetária. Esse efeito pode aumentar levemente os riscos de sangramento com outros fármacos anticoagulantes. Importância e conduta: Parece pouco provável que o óleo de prímula altere a farmacocinética da varfarina. Outras cumarinas são metabolizadas por uma rota similar à varfarina e, portanto, provavelmente também não são afetadas. No entanto, baseado nos efeitos antiplaquetários do óleo de prímula, alguns autores sugerem que pacientes em tratamento com Naturell Indústria e Comércio Ltda. Av. Dom Pedro I, número 957 Vila Conceição CEP: 09991 000 - Diadema – SP LITERATURA DE ÓLEO DE PRÍMULA anticoagulantes podem usar, com precaução excessiva, porque o óleo de prímula é um produto fitoterápico muito utilizado, antigamente bastante prescrito no Reino Unido, e os relatos clínicos de uma interação ainda não foram estabelecidos. Referências Bibliográficas: 1. WILLIAMSON, E.; DRIVER, S.; BAXTER, K. Interações Medicamentosas de Stockley: Plantas Medicinais e Medicamentos Fitoterápicos. Editora Artemed, Porto Alegre – RS, 2012. 2. Óleo de Prímula. Disponível em: <http://www.saudecominteligencia.com.br/primula.htm> 3. Óleo de Prímula. Disponível em: <http://www.plantasmedicinaisefitoterapia.com/plantas-medicinaisprimula.html> 4. Óleo de Prímula. Disponíveis em: <http://www.ednatureza.com.br/primula.htm> 5. VEIGA-JUNIOR, V.F.; PINTO, A.C.; MACIEL, M.A.M.. Plantas Medicinais: Cura Segura?. Química Nova, v.28, n.3, 2005. Naturell Indústria e Comércio Ltda. Av. Dom Pedro I, número 957 Vila Conceição CEP: 09991 000 - Diadema – SP