Roteiro da multidisciplinar de Geo Matéria Globalização O toyotismo é a marca da globalização: as etapas da produção estão em diferentes lugares. Flexibilização produtiva. Produtos mais complexos. Just in time. A ocorrência da produção não depende da matéria prima. A globalização é um fenômeno marcado pelo aprofundamento da integração econômica, social, cultural e política de Estados, sociedades e indivíduos e que se manifesta de forma não homogênea pela superfície do globo. Integração econômica: principal Social, cultural e política: consequências Não homogênea: crítica de Milton Santos Milton Santos Não há mundo homogêneo, pois nem todos possuem condições para a integração. A globalização não chega com a mesma intensidade em todos os aspectos da vida, em todos os espaços geográficos, em todas as classes sociais. A globalização não atinge todos os setores ao mesmo tempo, há uma convivência de épocas. Evolução de transportes e comunicação: sensação de compressão do mundo. HARVEY Aldeia Global: homogeneização da sociedade (integração plena e global). MCLUHAN Teoria da dependência A dependência expressa subordinação, a ideia de que o desenvolvimento dos países periféricos está submetido (ou limitado) pelo desenvolvimento de outros países e não era forjada pela condição agrárioexportadora ou pela herança pré-capitalista dos países subdesenvolvidos mas pelo padrão de desenvolvimento capitalista do país e por sua inserção no capitalismo mundial dada pelo imperialismo. Portanto, a superação do subdesenvolvimento passaria pela ruptura com a dependência e não pela modernização e industrialização da economia, o que pode implicar inclusive a ruptura com o próprio capitalismo. FHC A lógica industrial de exportar produtos primários baratos e importar industrializados caros é que os colocam como meros exportadores agrícolas. A DIT exibe essa dependência. A teoria da dependência propõe o gim dessa relação. O FHC que escreveu um livro sobre isso (fecha as portas pro capital estrangeiro), porém quando chegou ao poder priorizava as privatizações (convida o capital estrangeiro). TEMPOS DIFERENTES, AÇOES DIFERENTES. Choque do petróleo em 1973 e mudanças nos paradigmas globais O choque do Petróleo de 1973 deu origem a um período muito difícil da economia global, que foi agravado com um novo choque em 1979, na ocasião da Revolução Islâmica no Irã. AUMENTOU O PREÇO DO PETRÓLEO A crise econômica abre espaço para o NEOliberalismo (deixa a economia se autorregular, inibe ideias socialistas.) Chile que adotou medidas liberais saiu da crise rápido (exemplo para o resto dos países). E o choque do petróleo foi causado pela intervenção do Estado. Joaquim Levy (ministro da economia) era neoliberal, contra o keysianismo (BRA estava intervindo/gastando muito). Doutrina do choque: medidas ortodoxas: corte de gasto público, conjunto de medidas com forte controle do gasto público/maiores impostos. Consenso de Washington (1989) Reunião com EUA e FMI Os países latinos se viram obrigados a adotar medidas econômicas ortodoxas como meio de acessar crédito internacional (empréstimo) Collor Marcou a abertura econômica brasileira, coma privatização de estatais e redução do protecionismo. Em seu governo não conseguiu acabar com o cenário hiperinflacionário, que ficou a encargo do seu sucessor. Sofreu Impeachment como culminância de um processo investigativo de corrupção. Participou das tratativas para a criação do Mercosul. Baixa de tarifas alfandegárias: abertura para países/produtos internacionais. Modernização: aprofundou a dependência. Assinou o Tratado de Assunção: criação do Mercosul Resumindo: Collor começou o processo de abertura econômica do Brasil: flexibilizou as medidas protecionistas, articulou um bloco econômico. MERCOSUL Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai assinaram, em 1991, o Tratado de Assunção, com vistas a criar o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL). O objetivo primordial do Tratado de Assunção é a integração dos Estados Partes por meio da livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos, do estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC), da adoção de uma política comercial comum, da coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais, e da harmonização de legislações nas áreas pertinentes. Objetivo: integração dos Estados por meio do livre comércio. Realidade TEC: tarifa externa comum (mesmo imposto sobre os países estrangeiros (produtos que vem de fora do grupo, ou seja, o produto entra no Brasil e na Argentina com o mesmo preço.) OU SEJA, o Mercosul não é uma área de livre comércio de fato, é um regime (acordo) comercial que pratica a TEC (mercado comum, união aduaneira). As tarifas (alíquotas) não são iguais para todos os produtos que vem de fora do bloco. QUEM ESTÁ NO MERCOSUL ATUAL? Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai e Venezuela. A TEC não representa necessariamente um protecionismo, pois se após o Mercosul a tarifa diminuir de algum produto, vai ser liberal para aquele produto e etc. O Mercosul está em estágio simplório (básico) para integração econômica, já que existem blocos até com moeda comum (União Europeia). O maior obstáculo do Mercosul é a assimetria dos membros. (Brasil é hegemonia) EXPLIQUE DE QUE FORMA A IMPLEMENTAÇÃO DO MERCOSUL SINTETIZA UMA AÇÃO ANTAGÔNICA A IDEIA DA ALCA (ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS), DEFENDIDA PELOS EUA: A ALCA pretende remover as tarifas alfandegárias entre os países da américa (EUA quer pois é o mais poderoso), já o MERCOSUL “quer proteger os países do assédio econômico das grandes potências (EUA)”. –teoria da dependência na contemporaneidade. Blocos econômicos: perda de soberania, pois o Estado assume compromissos iguais aos outros. Quanto mais desenvolve o bloco econômico (maior integração), menos o Estado tem poder sobre as decisões unilaterais. A produção economia no Brasil recente Os processos mundiais refletiram no Brasil. A)Rede com poucos nós articuladores. Os fluxos de informação sõ mais concentrados em poucos pontos do país. B) centraliza o comando, mas as atividades são dispersas. Descentralização econômica. Conclusões: O Brasil tem sentido os efeitos da globalização no seu arranjo interno. Houve uma modernização intensa na produção brasileira que não foi capaz de eliminar a pobreza e construir um espaço econômico homogêneo. A flexibilização produtiva e a organização do espaço através das redes, bem como as deseconomias de aglomeração colaboraram para a descentralização econômica no Brasil. Empresas brasileiras tem se tornado protagonistas e conseguido, através de fusões e aquisições, aumentarem o seu porte e ganharem fatias do mercado estrangeiro. A China, acompanhando o que acontece com a sua participação no comércio internacional, vem se consolidando como principal cliente da produção brasileira. Economias de aglomeração X arranjo de economia local Os Arranjos Produtivos Locais: um meio de aumentar a competitividade. Arranjos produtivos são aglomerações de empresas localizadas em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva e mantém algum vínculo de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais tais como o governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa. (força da cooperação) Arranjo de economia local : economias de aglomeração, porém nem toda economia de aglomeração é um arranjo. Arranjo de economia local: atividade econômica interdependente. (a presença de uma empresa ajuda a outra,- rede de solidariedade, pode suprir com matéria prima, pesquisas (tecnopólo)). As economias de aglomeração são formadas a partir da criação de um ambiente de vantagens competitivas criadas pela aglomeração. As deseconomias de aglomeração são formadas a partir da criação de um ambiente de desvantagens competitivas tais como trânsito excessivo, aumento de impostos e do preço dos aluguéis e loteamentos. A diferença é que economia de aglomeração é quando a produção econômica é concentrada no espaço. Assim, economia de aglomeração é um arranjo quando essa concentração se articula de maneira solidária. Economia de aglomeração Economia de aglomeração Arranjo de economia local Multinacionais X Transnacionais Transnacional: Não existe um ponto central, existem várias franquias. É mais efêmera (muda muito de lugar). Não tem muito compromisso com o espaço, se der errado, muda. Ex.: MCDonald. Multinacional: tem sede, faz investimento demais, escolhe o lugar perfeito, tem mais vínculo com o espaço em que está. Tem um ponto central. É difícil dizer que existe multinacional. As transnacionais podem somente revender os produtos produzidos em outro local. Agências de rating: confiança no investimento Dão nota se o país é confiável ou não, se é bom investir ou não. O governo perde soberania, fica refém dessas notas. Soberania estatal e interdependência Blocos econômicos: perda de soberania. Globalização: perda de soberania Confiança nos investimentos: perda de soberania, pois controla s fluxos de investimento. Interdependência complexa X realismo político Interdependência complexa: as relações comerciais estão movendo as decisões dos países. Alguns falam que isso resultará em um mundo sem guerras, outros na cooperação.. Realismo político: acreditam que os países do mundo que ditam as suas próprias regras. Não existe um ator acima das autoridades. A competição que reina no mundo. Existem aqueles que falam que com o realismo, o Estado decide se vai maximizar as vantagens (ofensivo) ou desenvolver o poder para não perder a soberania (defensivo). Interdependência complexa: O aumento das relações comerciais entre os países atacam a soberania à medida que as decisões unilaterais passam a dar lugar às decisões multilaterais. (Ninguém decide nada sozinho). Consequências da Interdependência nas relações internacionais Desafia o realismo político (os Estados são os principais atores do mundo): existem outras forças que são tão relevantes quando os Estados, como: blocos econômicos, empresas transnacionais, o próprio comércio e a ecologia, empresas de confiança nos investimentos, regimes (acordos) internacionais (protocolo de Kyoto...) A interdependência coloca em xeque a autonomia dos Estados. Perda de soberania de fato: pode passar a não ser o principal gestor do país, existem outras forças multilaterais. Porém de direito não se perde. Coreia do norte (tem uma maior autonomia): porém sofre muitas ameaças, pressão internacional, fica refém de imagens do mundo estereotipadas e do isolamento frente ao mundo. Observações de dois pensadores: “Democracias não guerreiam com democracias” Não é contestado, pois não há provas. A população tem uma grande influência na gestão do Estado. (guerra em último caso). “ A interdependência diminui a hierarquização da pauta das relações internacionais dos países.” Hierarquização: importância (o que precisa, prioridade) Se a Arábia Saudita precisa muito de água e alimentos e o Japão precisa de energia, haverá uma troca. Essa troca intensa que ocorre no mundo atual atenua as fragilidades dos países, diminuindo as hierarquizações. O risco de guerra também é menor quando é menos hierarquizada , pois se o país é sensível a algum produto, se faltar, ele terá razão de ir para a guerra. O que seria uma menos hierarquizada? Quando as prioridades diminuem a importância alimento energia O comércio internacional diminui as guerras O custo da guerra faz com que ninguém guerreie (as economias tão muito interligadas, dependentes). Observação: as questões ambientais vêm aparecendo com a intensificação da globalização, pois um país interfere no outro (ar, rios..), assim há uma crescente preocupação (protocolos/acordos sendo criados). Habilidades a serem cobradas: 1. 2. 3. 4. 5. 6. Compreender os mecanismos aduaneiros do Mercosul. Contrapor o Mercosul e a Alca. Identificar os países membros do Mercosul. Compreender as características da produção no mundo globalizado. Compreender a interdependência econômica e seu papel para a fragilização das soberanias. Interpretar fontes documentais acerca da cultura através das ações imperialistas. Questão 7: Aculturação (troca de cultura) através da força econômica. (intensificada pela globalização). 7. Diferenciar ações ligadas à soberania estatal e à interdependência. Questão 12: A soberania não é só traída ou contornada: é também ultrapassada pela irrupção de novas questões e de problemas inéditos. Estes últimos notam-se intuitivamente: os desafios da ecologia mundial, da complexidade crescente do desenvolvimento, dos contrastes suscitados ou mantidos pela globalização, da evolução errática da demografia, todos exemplos não suportam um tratamento de natureza exclusivamente estatal. BADIE, Bertrand. Um mundo sem soberania: Os Estados entre o artifício e a responsabilidade. Lisboa: Instituto Piaget, 1999. Trata-se de um evento que atesta as limitações da soberania expostas por Bertrand Badie a A) homologação da lei do abate, que permite que o Brasil derrube aeronaves não identificadas que penetrem no espaço aéreo do seu território. AUTONOMIA DO GOVERNO BRASILEIRO B) prática de elevadas tarifas alfandegárias por parte do Brasil, com o intuito de proteger a indústria nacional. O BRASIL DECIDIU AS TARIFAS. AUTONOMIA C) prática de subsídios por parte do governo americano, com a intenção de proteger o seu setor algodoeiro. OS EUA QUE FIZERAM, AUTONOMIA. D) imposição da União Europeia do controle sanitário nos aeroportos dos seus países membros, que obedeceram prontamente, na ocasião do surto de Ebola. UM BLOCO ECONÔMICO IMPÔS ALGO AOS PAÍSES MEMBROS. PERDA DE SOBERANIA. E) continuação de testes de armamentos realizados pela Coreia do Norte, ignorando as pressões das principais potências e da ONU para que tais testes cessassem. A COREIA DO NORTE IGNOROU A ONU (INSTITUIÇÃO). AUTONOMIA. Questão 16: Vivemos em um mundo tão integrado, no qual as operações cotidianas são tão interligadas, que qualquer interrupção – como a Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS), por exemplo – provoca consequências que, em questão de dias, expandem-se a partir de fontes desconhecidas, na China, para transformar-se em fenômenos mundiais. Os efeitos negativos sobre o sistema de transporte internacional, sobre as reuniões internacionais e as organizações que os realizam, sobre os mercados globais e mesmo sobre as economias dos países desdobraram-se com uma velocidade impensável em qualquer período anterior. HOBSBAWN, Eric. Globalização, Democracia e Terrorismo. São Paulo: Companhia das letras, 2007. Trata-se de uma consequência das características do mundo contemporâneo abordadas por Eric Hobsbawn a(o) A) independência dos mercados financeiros nacionais frente às crises econômicas ocorridas nos Estados Unidos. B) mudança nos padrões do comportamento migratório global, traduzidas pela menor migração intercontinental. C) aumento da importância das temáticas de natureza global na pauta da política externa dos diversos países do mundo. D) busca constante pela menor integração global e a orientação dos mercados nacionais para o desenvolvimento da economia doméstica. E) diminuição das desigualdades sociais e a reorganização da Divisão Internacional do Trabalho, agora marcada pelo domínio industrial da América Latina e África no globo. Questão 17: http://contextoshistoricos.blogspot.com.br/2012/03/normal-0-21-false-falsefalse.html A Bovespa é a bolsa de valores de São Paulo. Wall Street é a rua em que se localiza a bolsa de valores mais importante dos Estados Unidos. A ilustração alude a uma característica do mundo globalizado. Trata-se da (s) A) prevalência da soberania das nações sobre os processos globalizadores. B) prevalência das escolhas individuais em detrimento das escolhas coletivas. C) consequências das tarifas alfandegárias para as economias emergentes. D) independência dos mercados dos países emergentes frente às crises globais. E) profunda interdependência dos mercados financeiros.