DETERMINAÇÃO DA RAZÃO Q/M PARA O ELECTRÃO ATRAVÉS DA EXPERIÊNCIA DE THOMSON Objectivo: Determinação da razão q/m para o electrão por deflexão de raios catódicos por campos eléctricas e/ou magnéticos. Introdução: J.J.Thomson (1856/1940) foi o físico Inglês que primeiro determinou (1897) a natureza dos raios catódicos, mostrando serem constituídos por electrões, cuja razão carga/massa ele determinou. Na Fig. l descrevemos um tubo de raios catódicos. É constituído por um cátodo em forma de disco, um ânodo cilíndrico, com uma pequena abertura diametralmente oposta ao cátodo e, no eixo do cilindro, duas placas metálicas às quais é aplicada uma tensão produzindo um campo eléctrico que deflecte os raios catódicos e um écran fluorescente (sulfito de zinco). Quando os electrões constituintes dos raios catódicos colidem com o écran fluorescente, parte da sua energia é absorvida pelos átomos do écran que por sua vez emitem radiação (fluorescência). 0 tubo está sob vácuo, e os raios catódicos são produzidos mantendo uma descarga entre o ânodo e o cátodo através de uma diferencia de potencial aplicada entre os dois. Quando o filamento do cátodo é aquecido por efeito de Joule, este emite os raios catódicos que são acelerados para o ânodo, saindo alguns deles pela fenda existente no ânodo cilíndrico vindo a ser visualizados pela sua colisão com o écran fluorescente (nota: os electrões não atravessam o écran). A natureza eléctrica dos raios catódicos (electrões) pode ser determinada deflectindo-os com campos eléctricos ou magnéticos. A energia cinética dos electrões ao saírem do ânodo e dada por: 1 2 mv = qU 2 (1.1) Fig. 2 - Distância entre placas do condensador plano: 52mm onde m e v são respectivamente a massa e a velocidade do electrão, q é a sua carga, e U a diferença de potencial aplicada entre o cátodo e o ânodo para acelerar os electrões. Se aplicarmos agora um campo magnético B, os electrões entram numa trajectória circular de raio R, no plano perpendicular ao campo aplicado. Identificando a força centrípeta (mv 2 /R) com a força produzida pelo campo magnético sobre a carga em movimento (Bqv) em cada ponto da trajectória circular obtemos: Bqv = m v2 R (1.2) Combinando as equações 1 e 2 obtemos q 2U = 2 2 m BR No caso de aplicarmos agora um campo eléctrico de modo a cancelar o efeito do campo magnético, a trajectória dos electrões torna - se de novo rectilínea. Neste caso, a força eléctrica FE =q . E=q(V/d) onde U é a diferença de potencial aplicado as placas que criam o campo eléctrico, d a distancia entre as placas, e a força magnética, F m =qvB têm de se igualar. Obtemos assim, qE = q U = qvB d (1.3) Das expressões 1 e 2 e na situação em que o potencial de aceleração é igual ao potencial aplicado às placas de deflexão obtemos: q U = m 2 B 2d 2 (1.4) Equipamento: 1- tubo de Thomson TEL 525 2- fonte de alta tensão 1000-5000V 3- fonte de alimentação do filamento, (6.3V,2A ac) 4- bobines de Helmholtz 5- uma fonte de corrente para alimentar as bobines de Helmholtz (0- 2 A/DC) 6- um multímetro digital para medir a intensidade de corrente nas bobines de Helmholtz PROCEDIMENTO: EXPERIENCIA 1-Deflexão magnética 1 - Monte a experiência descrita no esquema seguinte (vista de topo). VERIFIQUE SE A SUA MONTAGEM ESTÁ CORRECTA. CONTE COM A AJUDA DO DOCENTE PRESENTE NA AULA; NÃO LIGUE NENHUMA FONTE SEM A PRESENÇA DO DOCENTE. 2 - Aplique uma tensão de 4000V entre o cátodo e o ânodo. Aplique uma corrente de 0.5 A às bobines de Helmholtz. Se não observar deflexão significativa do feixe é porque a associação das duas bobines de Helmholtz está ao contrário, produzindo ambas as bobines campos magnéticos que se compensam. Rectifique se necessário. 3 - Para cada ponto do reticulado do écran, à excepção dos pontos no eixo horizontal, determine a corrente necessária para fazer passar o feixe por esse ponto do retículo. Tome nota do erro associado à medida da corrente. Esta corresponde à diferença entre a corrente máxima e mínima que originam ainda uma medida sobre os cruzamentos nos retículos (+). Calcule o raio respectivo da trajectória (R). Repita as medidas agora para pontos dos dois quadrantes com abcissas negativas (I,R). NOTA: R é determinado a partir das coordenadas (x1,y1) do ponto do reticulado em causa e da origem da trajectória circular (0, ±R). 0 sistema de coordenadas utilizado tem como eixo dos xx o eixo que liga o centro do filamento à abertura no ânodo, com a origem na abertura. O eixo dos yy tem a origem também na abertura do ânodo. Podemos assim escrever a equação da circunferência de raio R, com origem no ponto (0, -R) (x1-0)2+(y1+R)2=R2 donde resulta R=±(x12+y12)/2y1 [(+, Y>0 ), ( -, Y<0 )] Preencha a tabela 1 e calcule os valores de q/m. Tabela 1 X1 (mm) Y1 (mm) R (mm) I ± ∆ I (A) B (T) q/m (1011Ckg-1) ± ± ± ± ± ± ± ± ± ± ± ± ± ± ± ± ± ± ± ± ± ± ± ± ± ± ± ± 4 - Faça o gráfico dos valores de q/m em função de R. Marque no próprio gráfico os valores de q/m que obteve em cada ponto.Que conclui? NOTA: na configuração de Helmholtz, o campo magnético no centro do sistema de bobines é dado por: B = 32π n 1 I ⋅10−7 Weber ⋅ m -2 5 5r onde: n=320 é o número de espiras em cada bobine r=0.068m é o raio das bobines de Helmholtz I é a corrente que passa nas bobines (A) 5 - Calcule o valor médio e respectivo erro para q/m utilizando apenas os valores que considerar adequados. O critério de escolha destes valores deverá ser extraído dos resultados anteriores. q = m ± C/kg EXPERIÊNCIA II: Deflexão magnética e eléctrica Monte a experiência descrita no esquema seguinte(vista de topo). Para valores de tensão variando de 3 a 4,5 kV, por incrementos de 500V, determine os campos magnéticos necessários (I+,I-) para anularem a deflexão produzida pelo campo eléctrico aplicado. Preencha a tabela 2, e calcule os valores de q/m respectivos. Tabela 2 U± ± ∆ U (V) I ± ∆ I (A) B (T) q/m (1011Ckg-1) ± ± ± ± ± ± ± ± ± ± ± ± ± ± q = m ± ± ± C/kg Faça um esquema do feixe observado na condição de equilíbrio entre força eléctrica e força magnética. Como comenta o resultado?