saúde notícias 10 de março 2016

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Jornal do Commercio - PE
10/03/2016 - 08:17
Em busca de bebês para novos exames
MICROCEFALIA Equipes vão de casa em casa para analisar com mais precisão
crianças notificadas como casos prováveis da anomalia
O Estado de Pernambuco, em parceria com os municípios, tem realizado um trabalho de
busca ativa para melhor avaliar e investigar bebês notificados como casos prováveis de
microcefalia e que ainda precisam fazer exames laboratoriais e/ou de imagem para
fechar o diagnóstico. “Desde 25 de fevereiro, realizamos um mutirão em busca desses
pacientes. São 389 bebês residentes em todas as 12 Regionais de Saúde nesta primeira
rodada do trabalho. Precisamos atualizar informações dessas crianças para ter um perfil
mais fidedigno da microcefalia e direcionar melhor ações de vigilância e
acompanhamento desses casos”, informa o epidemiologista George Dimech, diretorgeral de Controle de Doenças e Agravos da Secretaria Estadual de Saúde (SES).
Dos 389 bebês incluídos na ação de busca ativa, 160 residem no Grande Recife.
“Equipes têm ido de casa em casa. São colhidas informações das famílias e de
profissionais das unidades de saúde onde esses bebês nasceram. Pretendemos finalizar
essa etapa o mais rápido possível e, se necessário, realizar uma nova rodada”, acrescenta
George.
Na capital pernambucana, a tarefa da busca ativa fica sob a responsabilidade do
Programa Mãe Coruja Recife, que conta com 10 espaços de acolhimento para fortalecer
os vínculos entre mãe e bebê, como também contribuir para redução da mortalidade
materno-infantil. A missão do Mãe Coruja é buscar todos os bebês que não estão
comparecendo às consultas marcadas pelo Sistema de Regulação para o Núcleo de
Desenvolvimento Infantil da Policlínica Lessa de Andrade, na Madalena, Zona Oeste do
Recife. No serviço, os bebês passam por atendimento e atividades de estimulação com
médicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, enfermeiros,
nutricionistas, assistentes sociais e psicólogos.
“Até o último dia 4, conseguimos visitar 117 famílias que têm bebês com microcefalia,
sejam elas cadastradas ou não no Mãe Coruja. Nossa meta é ir às casas onde vivem
todos as crianças notificadas com a malformação”, diz a coordenadora do programa no
Recife, Carmen Albuquerque. De outubro do ano passado até agora, 296 bebês foram
registrados na cidade com suspeita da anomalia congênita. “Nossas visitas têm como
objetivo conhecer a realidade social de cada família que tem bebê com microcefalia e
facilitar o acesso da criança à rede de saúde. Oferecemos os espaços do Mãe Coruja
para acolhimento e orientamos em relação à importância da estimulação precoce”,
acrescenta Carmen.
ATENDIMENTO
A dona de casa Cíntia da Silva, 28 anos, é uma das mulheres que são acolhidas pelo
Espaço Mãe Coruja Água Fria, que fica na Policlínica Salomão Kelner, Zona Norte do
Recife. Ela é mãe de Fabrício, 3 meses, que nasceu com microcefalia. Como todas as
crianças com a malformação, ele precisa ir a diversos serviços de saúde para ser
acompanhado e passar por atividades de reabilitação. “O maior problema é que nem
sempre consigo pagar as passagens. Na terça-feira, não fomos à Fundação Altino
Ventura porque não tinha dinheiro. Às vezes, os vizinhos ajudam.”
O Programa Mãe Coruja informou que orientou Cíntia a tirar o Cartão VEM Livre
Acesso, que garante o direito à gratuidade no transporte público. “Vamos conversar
novamente para entender o que tem dificultado esse processo”, garante Carmen.
Jornal do Commercio - PE
10/03/2016 - 08:17
Outro padrão para medição da cabeça
O Ministério da Saúde passa a adotar novos parâmetros para medir o perímetro cefálico
e identificar casos suspeitos de bebês com microcefalia. Para menino, a medida será
igual ou inferior a 31,9 centímetros; para menina, igual ou inferior a 31,5 centímetros. A
mudança, que está de acordo com a recomendação anunciada recentemente pela
Organização Mundial de Saúde (OMS), tem como objetivo padronizar as referências
para todos os países e vale para bebês nascidos com 37 semanas ou mais de gesta- ção.
O novo padrão, adotado em consonância com as secretarias estaduais e municipais de
Saú- de, foi validado pelo comitê técnico formado por sociedades científicas médicas e
especialistas nas áreas de pediatria, infectologia e genética médica. A aferição do
perímetro deve ser feita, preferencialmente, após as primeiras 24 horas do nascimento
ou até a primeira semana de nascimento.
Para os bebês prematuros (nascidos com menos de 37 semanas de gestação), a mudança
ocorrerá na curva de referência para definição de caso suspeito de microcefalia. Até
então, era utilizada a curva de Fenton. A partir de agora, será utilizada a tabela de
InterGrowth (sigla que dá nome ao Consórcio Internacional sobre Crescimento Fetal e
de Recémnascidos para o Século XXI), que tem como referência a idade gestacional do
bebê. A tabela é fruto de um recente estudo internacional do crescimento fetal e do
recém-nascido, encomendado pela OMS em 2010 para oito países (entre eles, o Brasil)
e finalizado em 2015. A medição do perímetro cefálico deve sempre ser realizada logo
após o parto, permitindo que o médico identifique possíveis problemas de forma
precoce. No entanto, a confirmação do diagnóstico de microcefalia só pode dada após a
realização de exames complementares, como ultrassonografia transfontanela e
tomografia, já que a medida do crânio não é um fator determinante – ou seja, bebês com
o tamanho da cabeça um pouco abaixo da medida de referência não terão
necessariamente malformações.
Jornal do Commercio - PE
10/03/2016 - 08:17
Vacina pode chegar tarde
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou ontem que uma vacina contra o vírus
zika pode chegar tarde demais para ter um impacto real na atual epidemia na América
Latina. “O desenvolvimento das vacinas ainda está em um estágio muito precoce e as
opções mais avançadas vão demorar vários meses para serem testadas em humanos”,
disse a diretora-geral-adjunta da OMS, Marie-Paule Kieny, acrescentando que “é
possível que as vacinas cheguem tarde demais para o atual surto na América Latina”.
No fim de uma reunião de dois dias sobre a pesquisa relacionada ao vírus, a especialista
disse que a vacina é um “imperativo”, especialmente para grávidas e mulheres em idade
fértil. Para o diretor do instituto de pesquisa brasileiro Butantan, Jorge Kalil, o processo
será lento. “Talvez dentro de três anos tenhamos a vacina. Três anos, sendo otimista.”
Na reunião, com especialistas e representantes dos países afetados, os cientistas
definiram como prioridades o desenvolvimento de testes de diagnóstico, a produção de
vacinas para mulheres em idade fértil e a criação de instrumentos de controle vetorial
que permitam reduzir a população de mosquitos. “O zika leva a uma infecção moderada
e quase inofensiva na maioria dos pacientes”, recordou Marie-Paule Kieny, explicando
que, por esse motivo, a produção de medicamentos para tratar a infecção é menos
prioritária nesta fase. “A necessidade mais premente é o desenvolvimento de
instrumentos de diagnóstico e prevenção para preencher a lacuna na investigação e
proteger as grávidas e os seus bebês.”
PESQUISA De acordo com a OMS, 67 empresas e instituições estão empenhadas em
produzir testes, vacinas, medicamentos e produtos para controlar o Aedes aegypti. São
31 equipes trabalhando em testes de diagnóstico, 18 focadas no desenvolvimento de
vacinas, oito para tratar da doença e 10 no controle do mosquito transmissor. Até o
momento, nenhuma vacina ou medicamento foitestada em humanos.
Diario de Pernambuco - PE
10/03/2016 - 08:05
Microcefalia tem novos parâmetros no Brasil
Ministério da Saúde passa a adotar novas medidas para apontar casos de malformação
genética
O Ministério da Saúde anunciou a adoção de novos parâmetros para medir o perímetro
cefálico dos bebês e identificar casos suspeitos de microcefalia. A mudança, divulgada
ontem, reduz as medidas utilizadas pera apontar a malformação genética relacionada ao
zika vírus, que é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. A doença compromete o
desenvolvimento das crianças.
Para meninos, será igual ou inferior a 31,9 cm e, para meninas, igual ou inferior a 31,5
cm. A redução segue recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), que
busca padronizar as referências para todos os países, para bebês nascidos com 37 ou
mais semanas de gestação.
É a segunda mudança de parâmetros desde o início da epidemia em agosto de 2015. O
Ministério da Saúde recomendou, no primeiro momento, que fosse adotada a medida de
33 cm para o perímetro cefálico. O objetivo era incluir um número maior de bebês na
investigação, para melhor avaliar o quadro. Em dezembro de 2015, após as primeiras
investigações, o padrão foi reduzido para 32 cm.
A aferição do perímetro deve ser feita, preferencialmente, após as primeiras 24 horas do
nascimento. Segundo a pasta, o novo padrão foi adotado em consonância com as
secretarias estaduais e municipais de Saúde e recebeu avaliação favorável de um comitê
de sociedades científicas e médicos especialistas em pediatria, infectologia e genética. O
ministro da Saúde, Marcelo Castro, ressaltou que a adequação mostra que o Brasil está
em consonância com as recomendações da OMS.
Para bebês nascidos com menos de 37 semanas de gestação, cosiderados prematuros,
haverá mudança na referência para definição de microcefalia. A curva de Fenton será
substituída pela tabela de InterGrowth, recomendada pelo organismo internacional, que
tem como referência a idade gestacional do bebê.
A tabela foi estabelecida em estudo sobre crescimento fetal e de recém-nascidos,
encomendado pela OMS em 2010 a oito países, entre eles o Brasil, onde participou a
Universidade Federal de Pelotas (UFPel). A pesquisa foi finalizada em 2015. Vale
esclarecer que o perímetro cefálico (PC) varia conforme a idade gestacional do bebê, no
nascimento, e continua sendo acompanhado ao longo de toda a infância.
Devido às mudanças, o Ministério da Saúde revisou todas as definições previstas no
Protocolo de Vigilância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia Relacionada à
Infecção pelo Vírus Zika.
De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Antonio
Carlos Nardi, o órgão tem realizado videoconferências e reuniões presenciais para que
as informações sejam totalmente padronizadas nos estados. “Isso irá garantir, além da
confirmação ou descarte de cada caso, o suporte às crianças e as famílias acometidas
pela microcefalia.”
Zika
A notificação dos casos suspeitos de zika no Brasil passou a ser obrigatória em 18 de
fevereiro. Todos os casos suspeitos devem ser comunicados pelos médicos,
profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou
privados, às autoridades de saúde semanalmente.
A mudança foi resultado de uma análise dos métodos de acompanhamento do vírus
transmitido pelo Aedes aegypti. A doença foi identificada pela primeira vez em maio de
2015.
Evolução
Perímetro de referência para diagnosticar os casos
Agosto de 2015
Igual ou inferior a
33 cm
Dezembro de 2015
Igual ou inferior a
32 cm
Fevereiro de 2016
Igual ou inferior a
31,9 cm para meninos e
31,5 cm para meninas
Microcefalia no Brasil
6.158 casos notificados
4.231 suspeitas em investigação
745 foram confirmados
1.182 descartados
88 com resultado positivo para zika
157 óbitos suspeitos de bebês
37 confirmados
282 municípios com casos em investigação, distribuídos em 18 unidades federativas
22 unidades da federação com transmissão autóctone do zika para meninas
Diario de Pernambuco - PE
10/03/2016 - 08:05
Brasil registra 745 casos confirmados
O Ministério da Saúde divulgou um novo boletim nacional sobre microcefalia. Os dados
foram fechados em 5 de março. A pasta investiga 4.231 casos suspeitos da malformação
e outras alterações do sistema nervoso. Desses casos, 745 foram confirmados e 1.182
descartados. Desde o início da investigação, foram notificados 6.158 registros de
suspeita de microcefalia.
Os casos confirmados ocorreram em 282 municípios em 18 unidades da federação:
Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte,
Sergipe, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pará, Rondônia, Goiás, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.
O total de notificações desde o início das investigações está distribuído em 1.179
municípios. A maioria foi registrada no Nordeste (4.827, o que corresponde a 80%),
sendo Pernambuco o líder de registros investigados, com 1.214, seguido da Bahia (609),
Paraíba (447), Rio de Janeiro (289), Rio Grande do Norte (278) e Ceará (252).
Além do vírus zika, a microcefalia também pode ter como causa a sífilis, toxoplasmose,
rubéola, citomegalovírus e herpes viral, fatores também investigados.
Até o dia 5 de março, foram registrados 157 óbitos suspeitos de microcefalia e/ou
alteração do sistema nervoso central após o parto ou durante a gestação (abortamento ou
natimorto). Destes, 37 foram confirmados.
Do total de casos de microcefalia confirmados, 88 tiveram resultado positivo para o
zika. Segundo do ministério, o dado não representa a totalidade do número de casos
relacionados ao vírus.
Até o momento, a circulação autóctone (interna) do zika foi sinalizada em 22 unidades
da federação: Goiás, Minas Gerais, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Roraima,
Amazonas, Pará, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio
Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro,
São Paulo e Paraná.
Folha de Pernambuco - PE
10/03/2016 - 07:32
Circulação do vírus cairá em até cinco anos
Pesquisadores estimam esse prazo para a população brasileira ficar imune após ampla
exposição ao zika
Hospitais lotados. Bebês com malformação pela Síndrome Congênita do Zika. Pacientes
com quadros neurológicos, a exemplo da Síndrome Guillain-Barré. A megaexposição
de pessoas ao vírus, que até 2014, não tinha circulação no Brasil, ocasionou esse
quadro. No entanto, cientistas preveem que a queda significativa dos casos do zika
aconteça entre três e cinco anos. Isso ocorreria devido à “imunização natural” das
pessoas.
“A partir do momento que atinge uma frequência da doença na população, o vírus para
de circular. Na dengue a frequência estimada é de 80% das pessoas”, disse o
pesquisador da Fiocruz Pernambuco, Rafael França, que é responsável por uma
investigação de cooperação internacional sobre a biologia do zika.
Isso acontece, explicou, porque as pessoas que já foram expostas ao vírus param de
transmiti-lo, cortando a cadeia para outros grupos menores que são “virgens” da
infecção. “Quando o número daqueles já imunes naturalmente pela infecção atinge um
patamar, o vírus para de circular em grandes quantidades. Com menos gente espalhando
o vírus, a chance de quem restou pegar a doença é muito baixa”, explicou. O
pesquisador comentou que esse fenômeno é conhecido na medicina veterinária como
“imunidade rebanho”.
Espera-se que a imunidade prévia para o zika seja a mesma para a dengue, ou seja, só se
pega o vírus uma vez que se adquire proteção para o resto da vida. Contudo, os estudos
sobre a duração imune do zika ainda estão em andamento. França acredita que a qued
no surto do zika, seguindo essa lógica de imunidade pela exposição, aconteça em até
cinco anos.
O prazo é o mesmo apontado pela indústria farmacêutica e o governo para ter-se uma
vacina disponível no mercado. Entretanto, o cientista destacou que isso não diminui a
necessidade da criação de uma vacina para proteger novas gerações e sazonalidades de
surtos. “A vacina é importante para prevenir a doença a longo prazo”, enfatizou.
O virologista norte-americano Scott Halstead é mais um otimista sobre o bloqueio do
vírus em cinco anos pela imunidade natural da população Em entrevista à revista
Science, acredita que o zika terá o mesmo comportamento da chikungunya, enfermidade
pesquisada por ele na Tailândia, em 1960. A doença também é uma arbovirose
transmitida pelo Aedes aegypti. “Estudamos intensivamente a chikungunya e ela estava
em todos os lugares na Tailândia Mas, por volta de 1975, simplesmente desapareceu do
país”, contou. Em comum com França, Halstead também acredita que anticorpos para a
dengue podem provocar zika severo, o que pode explicar os casos de microcefalia e
SGB.
Folha de Pernambuco - PE
10/03/2016 - 07:32
Arbovirores lotam unidade cardiológica
Uma emergência cardiológica recebendo casos de arboviroses - dengue, chikungunya e
zika. Segundo o Sindicato dos Servidores da Universidade de Pernambuco (UPE), essa
é a causa da superlotação do Procape. Com capacidade para 33 pacientes, a unidade está
com 110. A Folha esteve no local. Não teve acesso à unidade, mas foi possível ver
pacientes disputando espaço entre as macas e cadeiras.
“Em meio às arboviroses, pacientes que têm cardiopatia acabam vindo para cá, achando
que é algo no coração. E até ser avaliado e descobrir que o seu problema é outro,
demanda tempo”, disse o presidente do Sindupe, Érico Alves.
O Procape trabalha apenas com um quadro de quatro médicos, três enfermeiros e oito
técnicos de enfermagem
A aposentada Maria de Fátima Silveira, 60 anos, sofre de bradicardia (frequência
cardíaca lenta) e estava desde cedo esperando atendimento. Até a hora que a Folha
esteve no local, às 13h45, ela havia apenas passado pela triagem. “Nunca vi o Procape
desse jeito”, lamentou. Em nota, a assessoria da UPE informou que solicitou realização
de concurso para ampliar o quadro.
“Apenas mais três unidades de saúde da rede recebem pacientes cardiológicos (Dom
Helder, Pelópidas Silveira e Agamenon Magalhães). E o número de leitos e paciente
dessas unidades foi reduzido, sobrecarregando mais nossa unidade hospitalar”, concluiu
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) foi procurada, mas não respondeu sobre esse
questionamento.
Diario de Pernambuco - PE
10/03/2016 - 08:05
Diario Urbano
De casa…
A crise chegou aos lençóis. É o que indica um aviso pregado na quarto médico do
Hospital Universitário Oswaldo Cruz, no Recife. O autor do bilhete pede para que
médicos da UTI tragam lençóis de casa.
…Pacientes
Justifica-se o pedido aos médicos com dois motivos. Um de caráter provavelmente
financeiro, é “a redução de lençol” no hospital. Outra humana, para se evitar prejuízos e
transtornos aos pacientes.
Jornal do Commercio - PE
10/03/2016 - 08:17
Registre-se
Prejuízo
Trabalhadores do Hospital de Câncer de Pernambuco tinham direito a um valealimentação no valor de R$ 220. Desde o ano passado cortaram o benefício, prometendo
voltar a negociar em janeiro, mas até agora não deram qualquer satisfação. E os
funcionários continuam prejudicados. Francisco Tavares, por telefone
Folha de Pernambuco - PE
10/03/2016 - 07:32
Zika: vacina “tarde demais”
Alerta é da OMS que, ainda assim, diz que essa opção é a mais efetiva, já que está
difícil controlar o Aedes
No último dia de reunião de um comitê de emergência para o zika na Suíça, a
Organização Mundial da Saúde alertou que a vacina contra o vírus pode chegar “tarde
demais” para ter impacto no surto atual da América Latina. A diretora geral adjunta da
OMS, Marieaule Kieny, afirmou que o desenvolvimento ainda é “precoce” e que as
opções em estágio mais avançado vão demorar “vários meses”.
A previsão mais otimista é a de um laboratório norte-americano, que anunciou, em
fevereiro, ter obtido resultados exitosos em experimentos com camundongos. A
intenção é de que, até o fim do ano, testes sejam feitos em macacos e em humanos. Em
todo o mundo, 18 instituições estão focadas na elaboração de uma vacina.
A OMS salientou a preocupação como rápido avanço da doença. As projeções indicam
que quatro milhões de pessoas devem adoecer, este ano, por causa do vírus. Kieny
declarou ainda que a vacina é um imperativo”, especialmente para mulheres grávidas e
para mulheres em idade fértil, em razão dos casos de microcefalia em bebês, que
tiveram aumento no Brasil a partir do segundo semestre de 2015”.
No mês passado, o Ministério a Saúde firmou parceria com Universidade do Texas para
o desenvolvimento de uma vacina. “Talvez dentro de três anos é que tenhamos uma
vacina. Três anos, sendo otimista”, disse o diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil.
O infectologista e professor e Saúde Pública da Universidade Federal do Maranhão,
Carlos Frias, aponta que, mesmo diante da aflição da espera pela vacina numa situação
de emergência mundial, esse mecanismo é o método mais eficaz, mesmo que, como
passar dos anos, boa parte da população já tenha atingido imunidade por ter sido
infectada.
“Deve demorar dois, três anos, mas é o meio mais efetivo. É o caminho que se teme
deve ser a prioridade dos esforços”, opina. “Coma soma de todas as outras metodologias
(combate ao mosquito, por exemplo), não digo que a guerra esteja perdida, mas está
havendo dificuldade de controle, de obter êxito. Então, a vacina é o caminho”,
acrescentou o especialista.
DIAGNÓSTICOS
Na reunião na Suíça, que juntou especialistas e representantes dos países afetados, os
cientistas também definiram como preocupações prioritárias o desenvolvimento de
testes de diagnóstico e a criação de instrumentos de controle que permitam reduzir a
população de vetores.
Sobre a produção de vacinas e remédios, a diretora geral adjunta da OMS fez uma
ressalva: “O zika leva a uma infecção moderada e quase inofensiva na maioria dos
pacientes”, disse, explicando que, por isso, a produção de insumos para tratar a infecção
“é menos prioritária nesta fase”. “A necessidade maior é o desenvolvimento de
instrumentos de diagnóstico e prevenção para preencher a lacuna na investigação e
proteger grávidas e bebês”, finalizou.
Folha de Pernambuco - PE
10/03/2016 - 07:32
Controle do mosquito ineficaz
A OMS também classificou métodos usados para combater oAedes aegypti como ainda
ineficazes, exemplificando o uso de inseticidas, que não teve tanto êxito no combate à
dengue, o que também deve ocorrer com o zika. “OAedes aegypti é a barata dos
mosquiitos”, disse Marie-Paule Kieny, sobre a dificuldade de controle do vetor. A saída
considerada é investir em técnicas inovadoras, como a liberação demosquitos incapazes
de fecundar fêmeas.
No Brasil, já há experiências semelhantes, como o uso de energia nuclear para
esterilizar insetos machos em Fernando de Noronha. A OMS, entretanto, destacou a
necessidade de controle sobre tais iniciativas. Especialistas defendem que, embora
aparentemente “desgastadas”, as estratégias já postas em ação são o caminho mais
rápido para controlar o vetor. “Os inseticidas e larvicidas precisam ser trocados porque
os mosquitos adquirem resistência. Então, quando se fala de menor efetividade dessas
ações, é preciso pensa nisso”, diz a pesquisadora do Laboratório de Mosquitos
Geneticamente Modificados da USP, Helena Araújo.
A professora da área de gestão ambiental da UFRPE, Soraya El-Deir, lembra que, assim
como a muriçoca em década passadas, o Aedes tem adquirido novos hábitos ao longo
do anos, um desafio a mais para o controle das arboviroses.
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