OMS declara microcefalia uma emergência mundial de saúde pública 01/02/2016 - Valor Econômico / Site A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto de casos de microcefalia como emergência sanitária mundial. A doença resulta em uma malformação nos bebês nascidos de mães que supostamente foram contaminadas durante a gravidez pelo vírus zika. A declaração de emergência serve para arrecadar dinheiro e recursos humanos de diferentes governos ou organizações internacionais a fim de combater uma epidemia, e também para chamar a atenção sobre o tema, estimulando assim a pesquisa científica em torno de uma vacina ou tratamento. O órgão da ONU convocou uma reunião de emergência hoje em Genebra, com especialistas independentes, que classificaram a doença como "um fenômeno extraordinário". Eles debateram se o vírus zika é a causa do aumento do número de bebês nascidos com microcefalia no Brasil. "Após revisar as evidências, este comitê sustenta que os casos de microcefalia e demais defeitos neurológicos constituem um fenômeno extraordinário no campo da saúde pública em outras partes do mundo", declarou a diretora-geral da OMS, Margaret Chan. "Eu estou agora declarando que o recente surto de casos de microcefalia e outros distúrbios neurológicos relatados no Brasil, na sequência de um surto semelhante na Polinésia Francesa, em 2014, constitui uma emergência pública de saúde de importância internacional", informou Chan em comunicado da OMS. "É importante entender que há várias medidas que as mulheres grávidas podem tomar", disse Chan. "Se a mulher pode adiar sua viagem de forma a não afetar seus outros compromissos, é algo que deve levar em consideração." Acrescentou que se "uma mulher precisa viajar, pode se aconselhar com seu médico e tomar medidas de precaução, como usar mangas e calças compridas e passar repelente". A OMS estima que haverá cerca de 4 milhões de casos de zika neste ano no continente americano, embora não tenha emitido nenhuma recomendação para proibir ou limitar o turismo e o comércio. A última vez que se declarou uma emergência de saúde parecida foi em 2014, quando um surto de ebola matou cerca de 11 mil pessoas na África. No ano anterior, providência similar foi tomada em relação ao vírus da poliomelite.