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Diario
de
Pernambuco
24/10/2014 - 08:05
-
PE
Diario Urbano
Por um tomógrafo
Não colou o argumento da Secretaria de Saúde de que por falta de verbas não se adquire
um tomógrafo para o Hospital Regional do Agreste. O Ministério Público vai entrar
com ação civil pública exigindo que o estado compre o equipamento. Pacientes são
obrigados a vir ao Recife para fazer exames.
Jornal
do
Commercio
24/10/2014 - 08:17
-
PE
A difícil penicilina injetável
Ausência do produto no mercado desabastece unidades do SUS no Recife e cria
problema para portadores de febre reumática
Portadores de febre reumática, doença negligenciada pelas políticas de saúde que não
registram os casos nem têm controle sobre o tratamento contínuo dos pacientes, agora
estão diante de um novo problema: a falta de penicilina benzatina nas unidades do SUS
no Recife. O problema, que se prolonga desde agosto, é atribuído pela Secretaria
Municipal de Saúde, à carência da matéria-prima no mercado e pode gerar sequelas
graves nos usuários que precisam tomar doses profiláticas mensalmente, para evitar
alterações nas válvulas do coração, distúrbios neurológicos e renais.
"Todo dia 8 deveria tomar uma injeção de benzetacil. Mas desde agosto não consigo o
tratamento nos postos e policlínicas da rede municipal do Recife", conta R.E.S, 42 anos.
Ela desenvolveu febre reumática e mesmo sendo profissional de saúde, ficando exposta
a uma reinfecção, não consegue acesso ao tratamento.
Com medo de ter uma recaída grave, R.E.S. tem peregrinado. "Na Policlínica Barros
Lima, em Casa Amarela, falta a injeção. Na Albert Sabin, na Tamarineira, eles dizem
que não costumam aplicar o medicamento. Já procurei inclusive a emergência do
Hospital Agamenon Magalhães, da rede estadual. Lá, disseram que eu deveria procurar
outro serviço de saúde, pois não faziam esse tipo de atendimento. Apelei às farmácias
particulares e só poucas são habilitadas a vender o remédio. Mesmo essa minoria estava
desabastecida", relatou. Por estar sem tratamento, R.E.S. tem voltado a sentir sintomas
antes controlados, como dor nas articulações.
Pacientes do interior reclamam do mesmo problema. "Passei dois meses sem tomar a
injeção e fiquei rezando para não ter uma complicação grave", contou Manoel Silva, de
Triunfo, no Sertão de Pernambuco. Portador de sequela grave da doença, ele já não
consegue trabalhar e uma reinfecção poderia causar grande prejuízo.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do Recife explica que o problema é
nacional. "A Gerência Farmacêutica está com dificuldades na aquisição de benzetacil,
pois a matéria prima usada na fabricação da injeção está em falta", explica. A
alternativa tem sido a realização de pequenas compras, de urgência, para garantir a
medicação nos serviços de pronto-atendimento.
Em meados de setembro, o Conselho Federal de Medicina (CFM) emitiu um
comunicado, reproduzindo informe do distribuidor do medicamento. "Diante do quadro,
a empresa responsável pela distribuição e comercialização do remédio, Supera Rx,
orienta a classe médica a prescrever pelo nome do princípio ativo", diz a nota,
disponível no site do conselho.
A empresa afirmou, segundo o CFM, que está dedicando esforços a fim de reiniciar o
suprimento do produto futuramente. Alegou também que a carência da penicilina
benzatina não é apenas no Brasil. A Organização Mundial de Saúde veiculou
comunicado sobre a complexidade de produção do fármaco e a limitação de alternativas
em muitos países. A Supera Rx afirmou ainda que a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) foi comunicada.
Segundo a Anvisa, a empresa detentora do registro da benzetacil pediu suspensão de
fabricação do medicamento em 28 de fevereiro de 2014, justificando que o
fornecimento da substância ativa benzilpenicilina benzatina tinha sido suspenso pelo
fornecedor. Em 17 de julho, a mesma firma solicitou à Vigilância Sanitária a alteração
do local de fabricação do fármaco.
"Verificando o risco iminente de desabastecimento e considerando que existem poucos
medicamentos com o mesmo princípio ativo e concentrações disponíveis no mercado e
que a benzilpenicilina benzatina, ou penicilina G benzatina, faz parte da relação de
medicamentos essenciais para a rede básica de saúde, a agência tratou a petição de
maneira prioritária", informa a assessoria da Anvisa. Uma exigência técnica foi emitida
em 30 de julho deste ano, para a complementação de informações que se faziam
necessárias.
Jornal
do
Commercio
24/10/2014 - 08:17
Burocracia trava acesso a tratamento
-
PE
A atual falta no mercado não é o único problema. D.M.S, 26 anos, desde os 2 anos de
idade faz a profilaxia mensal com penicilina injetável para evitar novas sequelas da
febre reumática. A jovem denuncia toda uma burocracia existente na rede de saúde.
"Não conseguimos tomar a injeção nos postos de saúde e preciso passar ainda por três
médicos para receber a aplicação", conta.
Mesmo com receita do médico do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de
Pernambuco, onde faz acompanhamento, só conseguia a injeção no posto de saúde
depois de marcar consulta e ser avaliada pelo médico generalista. "Depois de perder um
dia de trabalho para obter a ampola, tenho que procurar uma emergência para receber a
aplicação. Lá, entro na fila para passar novamente por um terceiro médico e só assim
tomar a benzetacil", conta ela.
O médico Lurildo Saraiva, do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de
Pernambuco, que trata doentes com complicações cardíacas da febre reumática, explica
que na ausência da injeção benzetacil, a opção é usar penicilina oral, eritromicina ou
azitromicina. "Na profilaxia secundária, pode-se tomar meio a um grama por dia de
sulfas, como a sulfadiazina, de acordo com a prescrição médica voltada ao quadro do
paciente", observa.
Jornal
do
Commercio
24/10/2014 - 08:17
Febre reumática sem vez no governo
-
PE
A permanência da febre reumática, doença que desapareceu dos países ricos, encontra
guarida nos bolsões de desigualdade social ainda presentes em Pernambuco, apesar da
redução da fome e da pobreza. Intrigado com as recaídas de jovens já sequelados pela
doença originada em uma amigdalite por estreptococos mal curada, o cardiologista
Lurildo Saraiva, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE), resolveu observar as condições de moradia dos pacientes.
Surpreendeu-se com "verdadeiros chiqueiros, onde as crianças dividem colchões, não
têm acesso à água e permanecem expostas à bactéria" e acredita que falta priorizar, nas
políticas sociais e de moradia, famílias que convivem com o problema.
O resultado dessa observação transformou-se num relato apresentado no 23º Congresso
Norte-Nordeste de Cardiologia, realizado no mês passado no Recife. Ao traçar o perfil
epidemiológico da febre reumática no Brasil, o médico, com mais de três décadas de
experiência no tratamento da doença, associou a imagens que mostram o
comprometimento cardíaco de pacientes fotos de casebres onde eles vivem. Uma delas,
de 13 anos, mora num cubículo de tábuas, na Rua Imperial, no bairro de São José, área
Central da cidade. A outra, de 10 anos, reside em um barraco na Favela do Chiclete, na
Iputinga, Zona Oeste da capital.
Entre uma história e outra, a pobreza habitacional tem o reforço de outras dificuldades
sociais, como o uso de drogas na família e episódios de violência. Para Lurildo Saraiva,
há uma clara omissão do Ministério da Saúde e das demais autoridades do SUS que não
reconhecem a doença um problema de grande repercussão na saúde pública. "Milhões
são gastos em implantes cardíacos enquanto o tratamento inicial e profilático é barato, à
base de penicilina". O problema é a dificuldade de acesso às injeções mensais, primeiro
por uma equivocada política que enfatizou demasiadamente o risco de choque
anafilático, desestimulando a aplicação em postos de saúde. Mais recentemente, um
segundo problema tem surgido, a falta do medicamento no mercado.
Especialistas também suspeitam da falta de diagnóstico nas manifestações iniciais da
febre reumática, com febre e dores articulares. Sucessivas infecções acabam por destruir
as valvas do coração ou ocasionam um distúrbio neurológico conhecido como coreia,
que causa movimentos involuntários. A sobrevida, após graves sequelas cardíacas e
cirurgias, não ultrapassa a terceira década de vida.
O reconhecimento da doença passa pela notificação obrigatória dos casos, o que não
existe ainda no País, à exceção de pontuais experiências em Minas Gerais e em Santa
Catarina, por efeito de leis estaduais. Na rede SUS sequer se sabe quem faz uso regular
da penicilina em razão da febre reumática.
Jornal
do
Commercio
24/10/2014 - 08:17
SUS reforça tratamento de hepatite C
-
PE
Três novas drogas para o tratamento de pacientes com hepatite C devem ser
incorporadas no Sistema Único de Saúde (SUS)no próximo ano. O Ministério da Saúde
encaminhou para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) um pedido para
que seja dada prioridade à análise para o registro dos medicamentos no País.
Simultaneamente, foi enviada à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no
SUS (Conitec) solicitação para que seja avaliada, também em caráter prioritário, a
inclusão das drogas no SUS.
"Isso não vai tirar o rigor na análise. Solicitamos apenas que seja feita de forma mais
rápida", disse o ministro da Saúde, Arthur Chioro. As drogas, sofosbuvir, daclatasvir e
simeprevir, se aprovadas, passariam a ser consideradas como de primeira escolha:
seriam prescritas para pacientes logo no primeiro estágio do tratamento. "Estudos
científicos mostram que, com elas, o tempo de tratamento seria menor do que o das
drogas convencionais. Os efeitos colatarais são bem menores e, além disso, o uso é oral.
As drogas atuais são injetáveis", completou Chioro.
Jornal
do
Commercio
24/10/2014 - 08:17
Nos EUA, médico tem diagnóstico de ebola
-
PE
O médico Craig Spencer foi hospitalizado ontem em Nova Iorque com o vírus ebola,
confirmou o prefeito da cidade, Bill de Blasio, em entrevista coletiva. "Os exames
realizados hoje (ontem) confirmaram que o paciente aqui na cidade de Nova Iorque teve
um resultado positivo para Ebola", disse De Blasio.
"Queremos deixar claro, desde o início, que não há razão para que os nova-iorquinos
fiquem alarmados", afirmou De Blasio, insistindo que a cidade de 8,4 milhões de
habitantes está preparada para enfrentar o problema.
Craig Spencer, recém-chegado da África, foi internado de urgência com febre alta e
dores abdominais, e os exames revelaram a presença do ebola.
O médico esteve na Guiné, um dos três países afetados pela epidemia de Ebola, junto à
Serra Leoa e Libéria.
Spencer trabalhou para a Médicos sem Fronteiras na Guiné e tratou de pacientes com o
vírus, destaca o New York Times.
O médico está internado no hospital Bellevue de Manhattan, preparado especialmente
para tratar casos de ebola em Nova Iorque, a cidade mais povoada dos Estados Unidos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, o ebola já matou 4.877 pessoas (das 9.936
contaminadas), principalmente na Libéria, Serra Leoa e Guiné, foco da atual epidemia,
iniciada em dezembro de 2013.
Jornal
do
Commercio
24/10/2014 - 08:17
-
PE
Confirmado caso de ebola no Mali
O ministério da Saúde do Mali confirmou o primeiro caso de ebola no país africano. O
anúncio foi feito na rede de televisão estatal nacional pelo ministro da pasta, Ousmane
Kone. De acordo com ele, a paciente é uma menina de 2 anos, que veio da vizinha
Guiné. A criança foi levada para um hospital na cidade de Kayes, na quarta-feira, e sua
amostra de sangue testou positiva para o vírus.
O Mali é o sexto país da África Ocidental a confirmar um caso de ebola. A maioria das
mortes causadas pela doença aconteceram na Libéria, Serra Leoa e Guiné. Senegal e
Nigéria também tiveram casos de ebola vindos de outros países e agora foram
declarados livres do vírus.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a epidemia matou pelo menos 4.877
pessoas e infectou 9.936.
FOME
Dezenas de pacientes infectados com ebola no oeste da Libéria estão ameaçando romper
o isolamento ao qual estão submetidos no tratamento porque não há comida suficiente
para todos, informou ontem a rádio estatal liberiana.
Ao todo, são 43 pessoas insatisfeitas. Elas foram colocadas em quarentena depois de
outras quatro morrerem por causa do vírus na cidade de Jennewende, próxima à
fronteira com a Serra Leoa, outro país seriamente afetado pela doença.
A reclamação dos doentes da Libéria é que a Organização das Nações Unidos (ONU)
parou de fornecer alimentos na região. O Programa Mundial de Alimentos, órgão da
ONU responsável pelo fornecimento, prometeu checar a informação.
Entre os países que vivem um surto de ebola, a Libéria é o que vive situação mais
delicada. O país já soma 4.665 pessoas diagnosticadas com a doença, das quais 2.705
acabaram morrendo, segundo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS). Em
todo o mundo, são 4.877 mortes confirmadas, de 9.936 casos.
Na Guiné, depois de ter tratado pacientes com ebola, um médico norte-americano, de 33
anos, voltou para Nova Iorque com suspeita de ter contraído a doença. Ele foi levado
ontem a um hospital na Ilha de Manhattan, após ter ligado para a polícia alegando que
sentia febre.
O homem, cujo nome ainda não foi divulgado, foi posto em quarentena e está sendo
observado. Enquanto não saem os resultados do exame, seu apartamento permanecerá
fechado, para evitar qualquer tipo de contaminação.
Diario
de
Pernambuco
24/10/2014 - 08:05
Samu treina para possíveis casos de ebola
-
PE
O Samu promoveu ontem um evento de preparação para atender casos de ebola que
venham a ocorrer no estado. A 4ª Jornada do Samu Metropolitano do Recife reuniu
funcionários da capital e de outros 61 municípios, no Centro de Convenções. Também
houve uma simulação de resgate aeromédico a um caso de acidente de trânsito de alta
gravidade com uso de dois helicópteros.
Diario
de
Pernambuco
24/10/2014 - 08:05
-
PE
Suspeita de novo infectado
Um médico que voltou recentemente a Nova York, procedente do oeste da África, deu
entrada em um hospital da cidade ontem com um quadro de febre e será submetido a
exames para verificar se está com Ebola, informou o Departamento de Saúde local. O
homem foi levado de ambulância de sua casa, no Harlem, para o hospital de Bellevue
com febre de 39,4 graus e náuseas, noticiou o The New York Post. O médico
apresentava febre e sintomas gastrointestinais. O resultado dos exames deverão ser
divulgados hoje.
Diario
de
Pernambuco
24/10/2014 - 08:05
-
PE
Ebola e antissemitismo
Meraldo Zisman, psicoterapeuta
Está na moda atribuir ao estresse como causa de muitos sofrimentos e a genética virou
mágica para as pessoas do contemporâneo, enquanto os números estatísticos tornaramse a expressão da certeza. Esquecemos que resultados numéricos podem ser
interpretados/manipulados das mais diferentes maneiras, de acordo com a conveniência
do poder, seja ele político, mercadológico, econômico, ideológico, religioso,
preconceituoso e o que mais o leitor desejar.
Diante de tantas guerras e ataques terroristas deslembramos das pestes e epidemias que
ocorrem no mundo, não poucas vezes abafadas/desprezadas pela imprensa
internacional. A moda agora é a epidemia causada pelo vírus ebola, descoberto em
1976, que vive em morcegos de diferentes espécies no continente africano e asiático, e
que causou - segundo dizem - cerca de 25 endemias. No momento, parece ainda restrito
a países subdesenvolvidos: Guiné, Serra Leoa e Libéria e recentemente foram
alardeados pela mídia alguns casos individualizados na Europa e USA.
O risco de chegar ao Brasil é remoto, mas possível. Imaginem o que ocorrerá em nosso
país, que não tem mínimas condições sanitárias. Não sou infectologista, mas como
médico e cidadão brasileiro, tenho o dever de denunciar os aspectos fragilizados da
nossa saúde coletiva diante desta epidemia, que os jornais antes noticiavam em letrinhas
miúdas, ocupados que estavam em denunciar o suposto massacre dos israelenses na
faixa de Gaza, que se defendeu para evitar o massacre do seu povo, como já ocorre com
as minorias do futuro Califado Islâmico.
Imaginem se essa epidemia chega ao Brasil, com todas as nossas precariedades
sanitárias. Agora, quando o suposto genocídio de Israel na faixa de Gaza não é mais
notícia, quando as matanças, decapitações e outras afrontas aos Direitos Humanos
continuam no Oriente Médio e o preconceito contra os judeus (o mais antigo,
permanente e duradouro da Humanidade) é deslembrado, substituído por outro medo
arraigado no inconsciente coletivo, causado pelo advento do Estado Islâmico.
Afastados os judeus, sobrou lugar para notícia sobre a epidemia africana. Ainda bem
que não é a Peste Negra (sem trocadilhos) da qual eram culpados, como sempre, os
judeus. Ainda bem... Dessa estou livre.
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